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REVISÃO PARA PROVA

1-PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL


LEGALIDADE: O princípio da legalidade ou da reserva legal constitui uma efetiva
limitação ao poder punitivo estatal. Para que haja um crime é necessário que exista
uma lei que verse que tal conduta caracteriza crime. Nenhum fato pode ser
considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da
ocorrência desse fato exista uma lei definindo-a como crime e cominando-lhe uma
sanção correspondente.
Art.1º CP: Não há crime sem lei anterior o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
INSIGNIFICANCIA: O princípio da insignificância ou da bagatela, desenvolvido por Claus
Roxin, a finalidade do Direito Penal consiste na proteção subsidiária de bens jurídicos.
Logo, comportamentos que produzam lesões insignificantes aos objetos jurídicos
tutelados pela norma penal devem ser considerados penalmente irrelevantes. A
aplicação do princípio produz fatos penalmente atípicos.
OFENSIVIDADE: O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria)
exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Por isso, se não há conduta dirigida a atingir o bem jurídico, obsta-se a punição. A
jurisprudencia dominante tende a admitir como válidos os delitos de perigo abstrato,
por constituirem uma forma legitima de punição de infrações penais em sua fase
embrionária.

2-ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL


CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL
CRIME: Constitui crime a infração penal apenada com reclusão ou detenção,
acompanhada ou não de multa. O crime admite-se da forma tentada e da forma
consumada. Delito mais grave.
CONTRAVENÇÃO PENAL: aquela apenada com prisão simples (juntamente com multa)
ou somente com pen de multa. A contravenção penal não admite tentativa. Delito
menos grave, a contravenção penal é chamada pela doutrina de crime anão.
CRITERIOS DE DIVISÃO: critério bipartido ou dicotômico.

3-RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
CONCEITO: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido. (Art.13, CP)
Um nexo de causalidade pode ser definido como o vinculo existente entre uma
conduta e o resultado que se investiga.
TEORIA: para a verificação da relação de causalidade, adotou-se a teoria da
equivalência dos antecedentes causais, também denominada teoria da Conditio Sine
Qua Non.
O método utilizado para a verificação do nexo de causalidade é denominado
método de THY REN (eliminação hipotética), onde se elimina a ação/omissão, e se
verifica se ocorre alteração do resultado.
CONCAUSAS: (pluralidade de causas) é fundamental entender que as concausas
acabam concorrendo para o mesmo resultado típico, de forma paralela em direção a
ele. Através da eliminação hipotética (método de Thy Ren) é possível definir os reflexos
da imputação penal aos seus executores.
DIVISÃO:
DEPENDENTES: Causa e resultado.
INDEPENDENTES:
- ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: Pré-existentes, concomitantes, supervenientes.
Nas concausas absolutamente independentes, exclui-se o nexo de causalidade, e o
agente responde somente pelos atos praticados.
- RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: Pré-existentes, concomitantes, supervenientes.
Nas concausas relativamente independes supervenientes, que produz o resultado por
si só, ocorre a quebra do nexo de causalidade e o agente responde pelo ato praticado,
nas circunstancias em que não produz o resultado por si só, o agente responde pelo
resultado, não ocorrendo a quebra do nexo causal.

4-CONDUTA
CONDUTA: A conduta deve ser entendida como a ação/omissão humana, consciente e
voluntária, dirigida a uma finalidade.
REQUISITOS DA CONDUTA: Elemento volitivo, consciência, movimento corporal
(exteriorização).
HIPÓTESES QUE EXCLUEM A CONDUTA: Coação física irresistível, movimentos reflexos,
hipnose, sonambulismo.

5-RESULTADO
NATURALÍSTICO: O resultado é a modificação do mundo exterior provocada pela ação
ou omissão.
JURÍDICO: O resultado é a lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela
norma penal.
6-TEORIA TRIPARTIDA
CONCEITO ANALÍTICO: Compreende uma ação ou omissão ajustada a uma conduta
proibida (tipicidade), contrária ao direito (antijuridicidade) e sujeito a uma reprovação
socia sobre o fato e seu autor(culpabilidade). O conceito analítico sustenta que o crime
é o fato típico, antijurídico e culpável, sendo o sistema adotado pelo código penal para
identificação do crime.
FATO TÍPICO: Conduta, resultado, nexo causal, tipicidade.
ANTIJURÍDICO: Legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever
legal.
CULPABILIDADE: Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de
conduta diversa.

7-DIREITO PENAL DE BENS JURIDICOS TUTELADOS


O direito penal serve para a proteção de bens jurídicos tutelados quando da
ocorrência de danos ou perigo ao tipo concreto. É vedado ao direito penal a
intervenção antes do início da prática da ação/omissão.
É fundamental ter em mente que a função do bem jurídico é de limitar o poder
punitivo, o qual é representado pelo estado através do Jus Puniendi. Destaca-se que
nem tudo o que o estado deseja pode ser criminalizado, uma vez que deve seguir
princípios e padrões sociais.

8-TIPICIDADE
FORMAL: Entende-se por tipicidade a relação de subsunção entre o fato
concreto e um tipo penal previsto abstratamente na lei.
MATERIAL: lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado.
OBS.: O princípio da insignificância torna o fato materialmente atípico, pois
neste caso ele elimina a tipicidade material. Exceção bens de valor sentimental e
reiteração criminosa.

9-DOLO E CULPA
DOLO (CONCEITO): Refere-se a vontade do agente de praticar o delito da
exteriorização de vontade e consciência, sendo desnecessário o conhecimento da
ilicitude. O dolo faz parte do primeiro elemento do fato típico que é a conduta. No CP,
o dolo é a regra geral.
DOLO DIRETO: Doloso, quando o agente quis o resultado (TEORIA DA
VONTADE) ou assumiu o risco de produzi-lo (TEORIA DO CONSENTIMENTO).
DOLO EVENTUAL: Quando o agente não quis o resultado, mas assume o risco
de produzi-lo.
CULPA: A conduta culposa não encontra definição no código penal, pois trata
de exceção da violação objetiva do tipo penal. (observação feita pelo professor em sala
de aula).
CULPA PRÓPRIA: Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligencia, imperícia. O agente não quer e não assume o risco de
produzir o resultado.
CULPA CONSCIENTE: É a culpa em que há previsão do resultado. O agente
pratica o fato prevendo o resultado, porém levianamente confia em sua habilidade. O
agente NÃO tem a intenção, TEM a previsão do resultado, NÃO assume o risco.
Tanto nos casos de culpa consciente e dolo eventual, o agente prevê o
resultado, no entanto no dolo eventual além de prever o resultado o agente assume o
risco de produzi-lo.

10-DISSERTATIVAS
1- Relação de causalidade (relacionado ao tópico 3)
2- Dolo e culpa (relacionado ao tópico 9)

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