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TEORIA DO CRIME
☠️ O tempo máximo de cumprimento de pena privativa de liberdade no Brasil, não pode ser superior a 40
anos – art.75, CP (redação dada pela Lei 13.964/2019)
☠️ SÚMULA 527, STJ: O tempo de duração da medida se segurança não deve ultrapassar o limite máximo de
pena abstratamente cominada ao delito praticado.
CONCEITO DE CRIME: Crime é fato típico, ilícito e culpável, segundo o conceito analítico de crime
(TEORIA TRIPARTIDA DO CRIME).
O Fato Típico, é o primeiro elemento do crime, a ilicitude é seu pressuposto, estudaremos cada um deles
de forma minuciosa.
1. CONDUTA
Antes de iniciar o estudo sobre a conduta, você precisa entender a diferença entre sujeito ativo e passivo
do crime:
A teria adotada pelo Código Penal para explicar a conduta é a TEORIA FINALISTA, desenvolvida por Hans
Welzel, essa teoria considera conduta como um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a
um fim.
➢ COMISSIVA: fazer
➢ OMISSIVA: não fazer
✓ Próprio – a lei prevê apenas um deixar de fazer do agente quando ele poderia agir para evitar o
resultado, não havendo uma caraterística própria do agente, qualquer pessoa, naquela situação,
poderia ser responsabilizada pelo crime.
Ex: omissão de socorro – art. 135, CP.
✓ Impróprio - a lei prevê um deixar de fazer, agora quando existe a obrigação de fazer.
Ex: salva vidas que não impede um afogamento – art. 13, § 2°, CP.
Obs: cuidado com a Coação Moral Irresistível, esta atua no terceiro elemento do tipo penal
(Culpabilidade – inexigibilidade de conduta diversa).
▪ DOLO EVENTUAL – o agente tem dolo na conduta, quanto ao resultado, ele não se importa com a sua
ocorrência.
Ex: dirijo imprudentemente em uma via em que passam muitos pedestres, se atropelar alguém, não
me importo!
▪ DOLO GERAL/ ERRO SUCESSIVO/ ABERRATIO CAUSAE – ocorre quando o agente, acreditando que o
resultado desejado já aconteceu, pratica outra conduta posterior, no entanto, é essa nova conduta
que ocasiona o resultado, nesse caso, ele responde pelo crime de acordo com o seu dolo, mesmo que
o resultado tenha sido ocasionado por uma segunda conduta.
Ex: dou um tiro na vítima, acreditando que ela já estava morta, jogo o corpo ao mar, no entanto, ela
morre afogada, respondo pelo meu dolo, morte pelos tiros.
➢ Conduta voluntária
➢ Violação do dever de cuidado
➢ Resultado involuntário
➢ Nexo causal
➢ Previsibilidade objetiva
➢ Tipicidade
▪ CULPA PRÓPRIA: Culpa propriamente dita, o agente não quer o resultado e não assumiu o risco de
produzi-lo. Se divide em duas espécies:
o CULPA INCONSCIENTE: O agente não prevê o resultado que era previsível de acordo com a
análise do homem médio.
Ex: por falta de atenção não vejo que o sinal fechou e acabo atropelando um pedestre.
o CULPA CONCIENTE: Culpa com previsão, aqui, o agente prevê o resultado, mas acredita
seriamente que ele não irá ocorrer por confiar em suas habilidades pessoais.
Ex: vejo que o sinal vai fechar, mas confio que tenho a capacidade de dirigir com rapidez
adequada para ultrapassar antes que ele feche e eu atropele um pedestre.
▪ CULPA IMPRÓPRIA: Ocorre nos casos de Erro Evitável quanto a Ilicitude do fato, ou seja, o agente tem
um dolo porque credita estar amparado por uma excludente de ilicitude, apesar do dolo, ele responde
pela culpa (art.20 §1°, segunda parte do CP) – DESCRIMINANTE PULTATIVA - admite tentativa.
Ex: mato meu tio que entra bêbado na minha casa, achando ser um ladrão.
“Tenho um dolo na minha ação, porém, o resultado se dá de forma culposa, é mais grave do que o que
eu tinha a intenção de produzir”
É uma espécie de crime qualificado pelo resultado, o agente só pode responder por esse resultado
culposo mais grave, se ele era previsível (responsabilidade penal objetiva). Crimes preterdolosos não admitem
tentativa.
Ex: lesão corporal seguida de morte.
Há uma falsa percepção da realidade, o agente sabe que determinada conduta é considerada crime,
mas ele não tem consciência que está praticando essa conduta, ou seja, o agente não sabe o que faz.
➢ ERRO DE TIPO ESSENCIAL – Art. 20, CP: o agente tem uma falsa percepção da realidade, o erro recai
sobre elementares do tipo, devendo-se analisar se ele poderia ou não evitar sua ocorrência.
• ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL: qualquer pessoa naquela situação também erraria – exclui o
dolo e a culpa
• INESCUSÁVEL/EVITÁVEL: se o agente tomasse um pouco mais de cuidado, ele poderia
evitar esse erro – exclui o dolo, mas permite a punição por culpa se previsto em lei.
➢ ERRO DE TIPO ACIDENTAL – É um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal
da conduta com o resultado. Pode ser:
• ERRO SOBRE A PESSOA/IN PERSONA (art. 20, §3°, CP): o agente erra quanto a vítima com
a qual ele quer praticar a conduta criminosa, confunde, o erro é irrelevante e ele
responde pelo crime considerando as qualidades da vítima pretendida (virtual);
• ERRO NA EXECUÇÃO/ ABERRATIO ICTUS (art. 73, CP): o agente não confunde a vítima,
porém, por um erro na execução ele acerta outra pessoa, ele responde pelo crime
considerando as qualidades da vítima pretendida (virtual), porém, se além de atingir a
vítima virtual ele também consegue atingir a vítima desejada, responde pelos dois crimes
em concurso formal (art.70, CP).
• RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO / ABERRATIO CRIMINIS (Art. 74, CP): quando por
erro na execução, sobrevém resultado diverso daquele pretendido pelo agente, o agente
responde a título de culpa se o fato é previsto como crime culposo, se o correr também o
resultado pretendido, o agente responde pelos dois crimes em concurso formal (art.70,
CP).
2. RESULTADO
É quando o crime chega na fase de consumação (nem todos os crimes exigem o resultado naturalístico
para estarem consumados).
☠️ NATURALISTICO (Físico): transformação do mundo exterior perceptível aos olhos. Só é exigido nos crimes
materiais.
☠️ JURÍDICO (Normativo): violação do tipo penal. Todos os crimes possuem resultado jurídico.
2.1 INTER CRIMINIS
EXERCÍCIOS
18 - Crime culposo não admite tentativa. 20 - O erro sobre elementos constitutivos do tipo
penal, essencial ou acidental, em todas as suas
19 - Caracteriza-se o dolo eventual no caso de um formas, exclui o dolo, mas permite a punição por
caçador que, confiando em sua habilidade de crime culposo, se previsto em lei.
atirador, dispara contra a caça, mas atinge um
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