Você está na página 1de 9

Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.

com
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Crimes Contra a Vida


Bem jurídico tutelado é a vida da pessoa.
A ação penal é pública incondicionada em todos os crimes contra a vida.

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Homicídio Simples – CP/40. Art. 121.


Ocorre quando uma pessoa mata alguém.
Sujeito Ativo: Pessoa Física.
Sujeito Passivo: Pessoa Física.
Tipo Objetivo: Matar uma pessoa.
Elemento Subjetivo: Dolo direto ou indireto (eventual ou alternativo).
O crime de homicídio pode ser fracionado em mais de um ato (Crime plurissubsistente).
Consumação do Crime: A partir do falecimento da vítima (Crime Material).
Caso a consumação do crime não ocorra por circunstâncias diversas à vontade do agente, é possível a
tentativa.
Existe crime de homicídio a partir do nascimento da pessoa (Vida Extrauterina). Caso a vida seja tirada
antes do nascimento, não estaremos tratando de homicídio, mas sim uma possibilidade de Aborto.
Não existe homicídio quando uma pessoa tenta tirar a vida de outra que já esteja morta, sendo
considerado um Crime Impossível.
A pessoa pode responder por Homicídio tanto de forma omissiva (sem ter agido), quanto comissiva.
OBS: Caso o sujeito passivo seja o Presidente da República, do Senado, da Câmara ou do STF e o ato
estiver vinculado a uma natureza política, o crime previsto estará apresentado na Lei de Segurança
Nacional (Lei 7.710/89) e não no CP/40.
OBS: O homicídio simples é qualificado como crime hediondo quando uma pessoa mata outra, agindo
em prol de uma atividade típica de grupo de extermínio.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a
um terço.

Homicídio Privilegiado - CP/40. Art. 121. §1°


Ocorre em determinadas situações, em que a conduta ilícita cometida pelo agente pode ser reduzida de 1/6
a 1/3.
O Homicídio Privilegiado é possível quando o crime for impelido por:
* Motivo de relevante valor social ou valor moral;

* Domínio de violenta emoção, após o sujeito passivo provocar injustamente a vítima.


OBS: No concurso de pessoas, caso o crime por domínio de violenta emoção seja praticado, o agente
que não possuía tal circunstância pessoal responderá por homicídio simples, e não privilegiado.
Não Confundir!
Influência de Violenta Emoção Domínio de Violenta Emoção
Trata-se de uma circunstância atenuante. Trata-se de uma diminuição de pena.
Homicídio continua sendo simples. Homicídio Privilegiado

www.quebrandoquestoes.com
2/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Motivo de relevante valor social


Quando o interesse é da coletividade ou de ordem geral.
Ex: Uma pessoa mata um traficante de drogas que está cometendo crimes em seu bairro.
Motivo de relevante valor moral
Quando o interesse é individual ou particular do agente.
Ex: O pai da filha que foi estuprada mata o estuprador.
OBS: O Homicídio privilegiado exclui a circunstância atenuante.

Homicídio qualificado

Homicídio Qualificado
É formado por qualificadora objetiva e/ou subjetiva. Tais circunstâncias não constituem elementares do crime
de homicídio, uma vez que as elementares do crime de homicídio são “matar alguém”. As qualificadoras são
circunstâncias acidentais que alteram o mínimo e o máximo da pena.

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - por motivo fútil;

Homicídio Qualificado - Por motivo fútil


Ocorre quando uma pessoa tira a vida de outra por um motivo besta.
Motivo injusto não se confunde com motivo fútil.
OBS: O crime cometido por ausência de motivo é considerado qualificado por motivo fútil pela
doutrina, já o STJ o considera um homicídio simples.

STJ/REsp: 1.718.055 GO
1. A ausência de motivo não caracteriza a qualificadora do inciso II do parágrafo 2º do artigo 121 do
Código Penal (por motivo fútil), sob pena de violação ao princípio da reserva legal.

STJ/HC: 369163 SC
A jurisprudência desta Corte Superior não admite que a ausência de motivo seja considerada motivo
fútil, sob pena de se realizar indevida analogia em prejuízo do acusado.

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum;

STJ/REsp 1.573.829/SC
Inexiste incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel para a consecução
da ação, na medida em que o dolo do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade de a prática
delitiva envolver o emprego de meio mais reprovável, como veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel [...] (art. 121, § 2o, inciso III, do CP).

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

www.quebrandoquestoes.com
3/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Homicídio Qualificado - Feminicídio


Ocorre quando o sujeito ativo pratica o delito contra uma mulher, devendo ocorrer por razões de
condição do sexo feminino (violência de gênero), que é quando envolver:
* Violência doméstica e familiar;
* Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

Servidores do Art. 142 e 144 da CF


Forças Armadas (M/A/E); PFs; PRFs; PFFs; PCs; PMs e CBMs; Policiais Penais Federais/Estaduais e
Distritais.

VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Atenção!
Na existência de mais de uma qualificadora, uma delas qualificará o delito, enquanto a outra servirá como
agravante genérica, no caso de previsão, ou circunstância judicial desfavorável, caso não exista a
previsão de agravante.
O crime privilegiado e qualificado não será considerado hediondo.

Homicídio Híbrido
Ocorre quando o homicídio é, ao mesmo tempo, privilegiado e qualificado. Existe possibilidade de
Homicídio Híbrido quando a qualificadora é de natureza objetiva.

STJ/HC 433.898/RS
1. Nos termos do art. 121, § 2º-A, II, do CP, é devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos
casos em que o delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, possuindo,
portanto, natureza de ordem objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente. Assim, não há se
falar em ocorrência de bis in idem no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do
feminicídio, porquanto, a primeira tem natureza subjetiva e a segunda objetiva.
2. A sentença de pronúncia só deverá afastar a qualificadora do crime de homicídio se completamente
dissonante das provas carreadas aos autos. Isso porque o referido momento processual deve limitar-se a um
juízo de admissibilidade em que se examina a presença de indícios de autoria, afastando-se, assim, eventual
usurpação de competência do Tribunal do Júri e de risco de julgamento antecipado do mérito da causa.
3. Habeas corpus denegado.

STJ/HC 144.196/MG
I - Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-privilegiado
não integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes).

§ 2º.-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

www.quebrandoquestoes.com
4/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Homicídio Culposo - CP/40. Art. 121. §3°


Acontece no caso de o agente praticar uma conduta sem a intenção do homicídio, no entanto acaba por
cometer o crime por causa de negligência, imprudência ou imperícia.
Existindo culpa do agente e culpa da vítima, não há que se falar em compensar as culpas, sendo o
agente responsável da mesma maneira, porém tal circunstância beneficiará o réu quando a pena for
fixada.

Elementos do Crime Culposo


a) Conduta humana voluntária ativa (comissiva) ou omissiva.
Há necessidade de uma conduta (ação ou omissão) culposa.
b) Inobservância de um dever objetivo de cuidado.
O dever objetivo de cuidado é um elemento normativo de valoração jurídica. A desobediência ao dever
objetivo de cuidado ocorre mediante imprudência (conduta culposa comissiva), negligência (conduta culposa
omissiva) e imperícia (violação, por parte do agente, de regra técnica de profissão, arte ou ofício, da qual tem
conhecimento).
c) Resultado lesivo que não fazia parte da finalidade inicial do agente.
O resultado deve ser objetivamente previsível na culpa comum (inconsciente). Um resultado lesivo não
querido, tampouco assumido pelo agente.
d) Nexo de causalidade entre conduta e resultado.
Sobre o nexo causal, o tema é bem rico e complexo na atual fase do Direito Penal dogmático, quando a
teoria da equivalência não se mostra suficiente para solucionar todos os problemas do nexo causal.
e) Previsibilidade objetiva do resultado.
O fato deve ser previsível ao agente, o agente não prevê aquilo que lhe era previsível.
f) Tipicidade.
Como regra, a conduta penal costuma ser tipificada na forma dolosa. A forma culposa é excepcional, por
isso da advertência da tipicidade (parágrafo único do art. 18 do CP).

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da


infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

Perdão Judicial - CP/40. Art. 121. §5°


A sentença do perdão judicial não serve para a reincidência.
STJ/Súmula 18
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo
qualquer efeito condenatório.

§ 6º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o
pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de
doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;

III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

www.quebrandoquestoes.com
5/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Aumento da Pena - Majorante


Homicídio Culposo Homicídio Doloso
O aumento da pena ocorre se:

* O crime é praticado contra pessoa menor de 14


(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Pena
aumentada de 1/3)

* O crime for praticado por milícia privada, sob o


pretexto de prestação de serviço de segurança, ou
por grupo de extermínio. (Pena aumentada de 1/3
até 1/2)
O aumento da pena ocorre se:
* No caso de Feminicídio o crime for praticado:
* O crime resulta de inobservância de regra
- Durante a gestação ou nos 3 (três) meses
técnica de profissão, arte ou ofício.
posteriores ao parto; (Pena aumentada de 1/3 até
(Pena aumentada de 1/3)
1/2)
* O agente deixa de prestar imediato socorro à
- Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,
vítima, não procura diminuir as consequências do
maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
portadora de doenças degenerativas que
(Pena aumentada de 1/3)
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental; (Pena aumentada de 1/3 até 1/2)

- Na presença física ou virtual de descendente ou


de ascendente da vítima; (Pena aumentada de 1/3
até 1/2)

- Em descumprimento das medidas protetivas de


urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
(Pena aumentada de 1/3 até 1/2)

Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio ou a Automutilação - CP/40. Art. 122.


Antes da Lei 13.968/2019 Depois da Lei 13.968/2019
CP/40. Art. 122 – Induzir (cria a possibilidade – CP/40. Art. 122. Induzir (cria a possibilidade –
Participação Moral) ou instigar (Reforça a ideia - Participação Moral) ou instigar (Reforça a ideia -
Participação Moral) alguém a suicidar-se ou Participação Moral) alguém a suicidar-se ou a
prestar-lhe auxílio para que o faça: praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
material para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio
se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de anos.
natureza grave.
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de
Parágrafo único - A pena é duplicada: suicídio resulta lesão corporal de natureza grave
ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; deste Código: (Crime Qualificado)

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
qualquer causa, a capacidade de resistência.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da
automutilação resulta morte: (Crime Qualificado)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

§ 3º A pena é duplicada: (Majoração da Pena)

I - se o crime é praticado por motivo egoístico,

www.quebrandoquestoes.com
6/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

torpe ou fútil;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por


qualquer causa, a capacidade de resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta


é realizada por meio da rede de computadores, de
rede social ou transmitida em tempo real.
(Majoração da Pena)

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é


líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
(Majoração da Pena)

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo


resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para
a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não pode oferecer resistência, responde o agente
pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código
(Lesão Corporal Qualificada – Gravíssima).

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é


cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código.
Elemento subjetivo: Dolo (é possível por dolo eventual), não sendo possível a forma culposa.
OBS: O suicídio não é considerado crime, mas sim a conduta da pessoa que incentiva a outra a
cometer tal ato. Essa conduta é uma conduta principal e não acessória, sendo o próprio núcleo do tipo
penal. Desta forma, o agente que incentiva o suicídio é o autor e não partícipe do crime.
OBS: Apenas a pessoa que tenha discernimento é que pode ser sujeito passivo de tal crime.
OBS: Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta em lesão corporal de natureza gravíssima
e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código (Lesão
Corporal Qualificada – Gravíssima).
OBS: Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte contra menor de 14 (quatorze)
anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121
deste Código.
OBS: A nova redação apresentada pelo Art. 122. CP pune o sujeito ativo pelo mero exaurimento da
conduta, ou seja, se o delito não resultar em nada ou acarretar lesão corporal de natureza leve, a
pessoa que fez o mero induzimento, instigação, auxilio material a lesão ou suicídio, responderá conforme o
Art. 122.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - CP/40. Art. 122.
Resultado Vítima Com Discernimento Vítima Vulnerável ou Sem Discernimento
Não acarreta lesão Tipificação do Art. 122, Caput, CP. Tipificação do Art. 122 c/ Art. 122, §3º,II.
Lesão Leve Tipificação do Art. 122, Caput, CP. Tipificação do Art. 122 c/ Art. 122, §3º,II.
Lesão Grave Tipificação do Art. 122, §1º, CP. Tipificação do Art. 122, §1º, CP.
Lesão Gravíssima Tipificação do Art. 122, §1º, CP. Tipificação do Art. 129, §2º, CP.
Morte Tipificação do Art. 122, §2º, CP. Tipificação do Art. 121, CP.
Consumação do Crime (Crime é Formal): Ocorre quando o agente pratica o ato, sendo a morte ou as
lesões uma mera condição objetiva de punibilidade.

www.quebrandoquestoes.com
7/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Infanticídio – CP/40. Art. 123.


É considerada uma espécie de homicídio, sendo a pena menor, desde que comprovado a influência do
estado puerperal da mãe, ou seja, o estado emocional da pessoa precisa ser a causa do fato.
É um crime próprio, sendo possível o concurso de agentes. É possível o crime por tentativa.
O crime só é possível mediante dolo (direto ou eventual). Caso a mãe de forma culposa mate o filho,
teremos um caso de homicídio culposo e não de infanticídio.
A mãe responderá por infanticídio, mesmo se matar o filho de outra pessoa pensando que é o seu,
sendo um caso de erro sobre a pessoa.
Sujeito Ativo: Mãe da vítima.
Sujeito Passivo: Recém-nascido.
Consumação do Crime: Ocorre com a morte da criança.

Estado Puerperal
Consiste em uma perturbação psíquica que acomete a gestante durante o parto ou logo após. O estado
puerperal, no infanticídio, diminui a capacidade de autodeterminação da mulher, não se confunde com a
ausência completa de capacidade de culpabilidade que pode ser gerada, por exemplo, por uma
depressão pós-parto, de modo a afastar a própria culpabilidade, tornando a mulher, nesse caso,
inimputável, passível de receber uma medida de segurança.

Crimes Contra a Vida


No âmbito penal, a vida humana pode ser:
* Intrauterina (Antes do Nascimento – CP/40 Art. 124 e 127);

* Extrauterina (A partir do nascimento – CP/40. Art. 121 a 123).


A doutrina entende que a vida de uma pessoa se inicia a partir do seu nascimento (Extrauterina), não
existindo crime de homicídio antes dela, mas sim a possibilidade de crime de aborto.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento – CP/40. Art. 124.
Elemento Subjetivo: Dolo. O aborto de forma culposa não é considerado crime. É cabível tentativa.
Sujeito Ativo: Mãe da vítima.
Sujeito Passivo: Embrião ou feto.
É um crime de mão própria.
Sendo o aborto por consentimento (outra pessoa pratica o aborto com o consentimento da gestante), o
terceiro responde nos termos do Art. 126. CP/40.
Consumação do Crime: Ocorre com a eliminação do feto ou embrião.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

www.quebrandoquestoes.com
8/9
Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com

Crimes contra a pessoa:Crimes contra a vida

Aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante – CP/40. Art. 125.
É cabível tentativa.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: Embrião ou feto e gestante.
Caso o sujeito ativo mate a mãe e o feto tendo o conhecimento da sua gravidez, aquele responderá por
crime de homicídio e aborto, sendo assim um concurso de crimes.
Consumação do Crime: Ocorre com a eliminação do feto ou embrião.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

Aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante – CP/40. Art. 126.
Elemento subjetivo: Dolo. É cabível tentativa.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, exceto a gestante.

Sujeito Passivo: Embrião ou feto.


Caso a gestante não possua consentimento em relação ao aborto, o sujeito ativo responde o tipo penal por
Aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante.
Consumação do Crime: Ocorre com a eliminação do feto ou embrião.

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência
do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Aborto – Aumento da Pena – CP/40. Art. 127.


Caso o sujeito ativo possua a intenção de lesionar a mãe e em consequência disso, por culpa, ocasiona
o aborto, o crime tipificado será o de lesão corporal gravíssima, conforme o CP/40. Art. 129. §2º,V.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando


incapaz, de seu representante legal.

Quando o aborto não será crime?


- A vida da gestante estiver ameaçada;

- A gravidez for gerada por estupro;

- O feto for anencéfalo (ausência parcial do encéfalo e da calota craniana).

STF/ADPF 54
“... O feto anencéfalo, mesmo que biologicamente vivo, porque feito de células e tecidos vivos, é
juridicamente morto, não gozando de proteção jurídica e, acrescento, principalmente de proteção
jurídico-penal. Nesse contexto, a interrupção da gestação de feto anencefálico não configura crime
contra a vida – revela-se conduta atípica...”

www.quebrandoquestoes.com
9/9

Você também pode gostar