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Licenciado para - Marcus Vinicius da Silva Ferreira - 71939946115 - Protegido por Eduzz.com
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Lesão corporal
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129, § 2º, inciso V, do CP/40. Se queria ou aceitava o aborto, responderá por tal crime.
Lesões Gravíssimas - CP/40. Art. 129. §2°
A lesão será gravíssima, se resultar em:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
IV - deformidade permanente;
V – aborto.
Pena: reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte - CP/40. Art. 129. §3°
Ocorre quando um agente pratica lesão corporal e esta acarreta com consequência a morte.
É considerado um crime preterdoloso, que ocorre quando o agente age com dolo querendo cometer lesão
corporal e age com culpa no resultado (morte/homicídio). Dolo no antecedente (lesão corporal) e culpa no
consequente (morte).
CP/40. Art. 129. § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
STJ/REsp 1.094.758-RS
Não há a configuração do crime de lesão corporal seguida de morte se a conduta do agente não foi a
causa imediata do resultado morte, estando ausente o necessário nexo de causalidade.
STJ/REsp 1.620.158/RJ
A deformidade permanente prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal é, segundo a doutrina, aquela
irreparável, indelével. Assim, a perda de dois dentes, muito embora possa reduzir a capacidade
funcional da mastigação, não enseja a deformidade permanente prevista no referido tipo penal, mas sim,
a debilidade permanente de membro, sentido ou função, prevista no art. 129, § 1º, III, do Código Penal.
STJ/HC 306.677-RJ
A qualificadora "deformidade permanente" do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima. Isso
porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não o afetando providências
posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de
tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da
vítima.
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Qualificadora da deformidade permanente e posterior cirurgia plástica reparadora. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6c8dba7d0df1c4a79dd07646be9a26c8>. Acesso em:
18/11/2019
STJ/HC 689.921-SP
A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, inciso IV, do Código Penal (deformidade permanente) abrange
somente lesões corporais que resultam em danos físicos.
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Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a
um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:
§ 6° Se a lesão é culposa:
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STJ/Súmula 575
Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor à pessoa que
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo.
STJ/HC 299.223/RJ
Assim, havendo a renúncia expressa ao direito de representação pelo crime de lesão corporal culposa, não
pode a majorante, decorrente da ausência de habilitação, persistir como delito autônomo, devendo ser
declarada extinta a punibilidade também do crime de dirigir sem habilitação.
Aumento de pena
§ 7º. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Código.
* Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante, e ainda o
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos; ou
* Crime seja praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio.
Violência Doméstica
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.
STJ/Súmula 542
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
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decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do §
2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
produzir o contágio:
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Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer
natureza, em desacordo com as normas legais.
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
§ 2º - Se resulta a morte:
Aumento de pena
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O termo incapaz não tem o mesmo significado do apresentado no CC/02, sendo considerado qualquer
pessoa que não pode se proteger sozinha.
Elemento subjetivo: Dolo. Não é possível a culpa. Pode responder por tentativa.
Consumação: abandono do incapaz.
Caso o abandono resulte:
* Lesão corporal de natureza grave (Reclusão, um a cinco anos);
* Morte (Reclusão, 4 a 12 anos).
Existe a possibilidade de majoração da pena em 1/3:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Ação penal será pública incondicionada.
§ 2º - Se resulta a morte:
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.
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O agente que praticou a ação deixando a vítima em perigo, não responde por omissão, mas sim pelo
crime que estava intencionado a fazer.
(Ex: A corta a cabeça de B para matá-lo, nesse caso, A não é punido por omissão de socorro mais sim por
homicídio consumado ou tentado).
Consumação: Quando o agente se omite em prestar socorro.
O perigo torna-se presumido quando se tratar de criança abandonada ou extraviada.
Ocorrerá majoração da pena, quando a vítima sofrer lesões graves, sendo a pena aumentada em 1/2, ou
quando a vítima morrer, sendo a pena triplicada. (Na majoração, exige-se a comprovação de que a ação
do agente evitaria o dano maior).
Caso a omissão de socorro esteja vinculada a acidentes de trânsito, será o CTB que regulará a matéria.
Tratando-se de omissão de socorro a um idoso, o crime será específico, sendo previsto no Estatuto do
Idoso e não no CP/40.
Ação penal será pública incondicionada.
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio
de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
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CAPÍTULO IV
DA RIXA
Rixa
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Honra Objetiva
De uma maneira simplória de se entender, é o que “os outros pensam” do agente. É como sua imagem
é compreendida pelos outros ou perante os outros, perante a comunidade. É a reputação do indivíduo.
Nesse sentido, Rogério Greco:
A chamada honra objetiva diz respeito ao conceito que o sujeito acredita que goza no seu meio social.
Segundo Carlos Fontán Balestra, “a honra objetiva é o juízo que os demais formam de nossa
personalidade, e através do qual a valoram”.
Honra Subjetiva
É a valoração que cada um faz de si mesmo. É o conceito que cada um faz de si mesmo frente a valores
que se autoatribui. É o juízo de si.
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
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Exceção da verdade
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (Presidente da República ou chefe
de governo estrangeiro);
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
STJ/Info 687.
A retratação da calúnia, feita antes da sentença, acarreta a extinção da punibilidade do agente
independente de aceitação do ofendido.
Difamação
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.
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Injúria
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
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STF/Súmula 714
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do
exercício de suas funções.
STF/RE 983.531
Não cabe, na via do recurso especial, a análise de suposta violação de artigos da Constituição Federal. De
acordo com o magistério de Guilherme de Souza Nucci, com o advento da Lei n. 9.459/97, introduzindo a
denominada injúria racial, criou-se mais um delito no cenário do racismo, portanto, imprescritível,
inafiançável e sujeito à pena de reclusão.
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; (Ação penal pública
condicionada à requisição do M.J)
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; (Ação penal pública condicionada com legitimidade
concorrente tanto do ofendido quanto do MP)
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, aplica-se em triplo a pena.
Atenção!
O disposto no art. 141, § 2º, havia sido vetado sob a fundamentação de que “A propositura legislativa, ao
promover o incremento da pena no triplo quando o crime for cometido ou divulgado em quaisquer
modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, viola o princípio da proporcionalidade
entre o tipo penal descrito e a pena cominada, notadamente se considerarmos a existência da legislação
atual que já tutela suficientemente os interesses protegidos pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena
em um terço na hipótese de qualquer dos crimes contra a honra ser cometido por meio que facilite a sua
divulgação. Ademais a substituição da lavratura de termo circunstanciado nesses crimes, em razão da pena
máxima ser superior a dois anos, pela necessária abertura de inquérito policial, ensejaria, por conseguinte,
superlotação das delegacias, e, com isso, redução do tempo e da força de trabalho para se dedicar ao
combate de crimes graves, tais como homicídio e latrocínio.”
Com a rejeição do veto os crimes contra a honra passam a ter a pena triplicada se praticados
virtualmente.
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Exclusão do crime
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143 - O querelado (infrator) que, antes da sentença (de primeiro grau) , se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se
praticou a ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art.
141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no
caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Ação Penal Pública Condicionada à requisição do M.J).
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