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Lesões corporais:Periclitação contra honra

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Crime de Lesão Corporal


Ocorre quando o agente ofende a integridade corporal ou a saúde de qualquer pessoa.
O crime pode ocorrer de diversas maneiras;
Bem jurídico tutelado: incolumidade física ou integridade física da pessoa.
No crime de lesão corporal, além de se tutelar a integridade física, tutela-se também a integridade
fisiológica e mental. Nesse sentido, vale notar que o Art. 129 do CP descreve tanto a ofensa à
integridade corporal como também a saúde de outrem.
A autolesão não é considerada crime, pois não existe lesividade a bem jurídico de terceiro, mas sim no
próprio agente.
Em regra, a ação penal é pública incondicionada. Porém, em se tratando de lesão leve culposa, a ação
será pública condicionada à representação.
Lei 9.099/95. Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
A lesão corporal pode ser:
* Simples;
* Qualificada;
* Privilegiada;
* Culposa.

Lesão Corporal Simples – CP/40. Art. 129.


Ocorre quando a lesão corporal não é tão grave e não resulta em morte.

Crime de Menor Potencial Ofensivo.


No presente crime, verificamos que a pena máxima em abstrato não excede a 2 (dois) anos. Logo, estamos
diante de um crime de menor potencial ofensivo cuja competência judicial é do Juizado Especial Criminal.

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão Corporal Qualificada – CP/40. Art. 129. §1°, §2° e §3°


Ocorre quando o resultado da lesão é grave ou quando a lesão acarreta a morte do sujeito passivo.
Apesar do CP/40. Tratar as lesões corporais como graves, a Doutrina divide em duas classificações:
* Lesões Graves (CP/40. Art. 129. §1°);
* Lesões Gravíssimas (CP/40. Art. 129. §2°);
Lesões Graves - CP/40. Art. 129. §1°
A lesão será grave, se resultar em:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto.
Pena: reclusão, de um a cinco anos.
O que podemos compreender como ocupação habitual?
Aquela rotineira, que faz parte da atividade comum do dia a dia. Não se restringe somente
ao trabalho.
O Art. 129, § 1º, I, do CP/40, exige a realização de exame de corpo de delito complementar após 30
(trinta) dias. Trata-se, pois, de “crime a prazo”, pois depende do exaurimento do referido prazo para
sua configuração.
E se o agente queria ou aceitava o resultado do aborto, que não ocorreu, mas houve aceleração do
parto?
Tendo o dolo do aborto, responderá pelo crime de aborto tentado, podendo incidir ainda a
qualificadora do art. 127 do CP/40 (lembre-se de que o art. 127 do CP incide também se, dos meios
empregados para o aborto, ocorrer lesão grave).
Se o agente não quis o aborto, teremos uma hipótese de lesão corporal gravíssima preconizada no art.

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129, § 2º, inciso V, do CP/40. Se queria ou aceitava o aborto, responderá por tal crime.
Lesões Gravíssimas - CP/40. Art. 129. §2°
A lesão será gravíssima, se resultar em:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incurável;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V – aborto.
Pena: reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte - CP/40. Art. 129. §3°
Ocorre quando um agente pratica lesão corporal e esta acarreta com consequência a morte.
É considerado um crime preterdoloso, que ocorre quando o agente age com dolo querendo cometer lesão
corporal e age com culpa no resultado (morte/homicídio). Dolo no antecedente (lesão corporal) e culpa no
consequente (morte).
CP/40. Art. 129. § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

O Art. 129, § 3º, é Crime Hediondo?


Em regra, não. Mas, se for praticada contra “agentes ligados a segurança no exercício da função ou
em decorrência dela ou contra seus parentes consanguíneos até terceiro grau”, será. Veja, o disposto
do art. 1º, inciso I-A, da Lei n. 8.072/1990:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados:
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte
(art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

STJ/REsp 1.094.758-RS
Não há a configuração do crime de lesão corporal seguida de morte se a conduta do agente não foi a
causa imediata do resultado morte, estando ausente o necessário nexo de causalidade.

STJ/REsp 1.620.158/RJ
A deformidade permanente prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal é, segundo a doutrina, aquela
irreparável, indelével. Assim, a perda de dois dentes, muito embora possa reduzir a capacidade
funcional da mastigação, não enseja a deformidade permanente prevista no referido tipo penal, mas sim,
a debilidade permanente de membro, sentido ou função, prevista no art. 129, § 1º, III, do Código Penal.

STJ/HC 306.677-RJ
A qualificadora "deformidade permanente" do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima. Isso
porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não o afetando providências
posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de
tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da
vítima.
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Qualificadora da deformidade permanente e posterior cirurgia plástica reparadora. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6c8dba7d0df1c4a79dd07646be9a26c8>. Acesso em:
18/11/2019

STJ/HC 689.921-SP
A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, inciso IV, do Código Penal (deformidade permanente) abrange
somente lesões corporais que resultam em danos físicos.

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Lesão Grave Lesão Gravíssima


Perda ou inutilização;
Perigo de vida;
Enfermidade incurável;
Incapacidade para as ocupações habituais;
Deformidade permanente;
Debilidade permanente;
Incapacidade permanente para o trabalho;
Aceleração de parto.
Aborto.
PIDA PEDIA

Debilidade permanente Deformidade permanente


Lesão Grave Lesão Gravíssima

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a
um terço.

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal Privilegiada - CP/40. Art. 129. §4° e §5°


Ocorre quando:
* O Agente pratica o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima; (Redução da pena de 1/6 a 1/3).
* As lesões não são graves, quando se tratar das hipóteses apresentadas acima ou caso as lesões sejam
recíprocas. (Substituição da pena privativa de liberdade pela multa);
• Relevante valor social: vem sendo compreendido como algo que afronta a coletividade, que lhe causa
repulsa e abalo.
• Relevante valor moral: vem sendo compreendido como algo que conta com certa aprovação moral,
conforme a baliza do homem médio.
• Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: Podemos
entender por violenta emoção algo que traga por consequência o total descontrole do agente decorrente de
forte emoção.
A norma fala em domínio de violenta emoção, e não sob influência de violenta emoção. Essa
pegadinha já foi cobrada em prova.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Lesão Corporal Culposa - CP/40. Art. 129. §6°


Ocorre quando a lesão corporal causada pelo agente decorre de negligência, imprudência ou imperícia.
Quando a lesão corporal culposa resultar de automóveis, o crime é especial, não se aplicando o CP/40,
mas sim o CTB.
Na hipótese de Lesão corporal culposa, o juiz poderá deixar de aplicar a pena (Perdão Judicial), se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.

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STJ/Súmula 575
Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor à pessoa que
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB,
independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo.

STJ/HC 299.223/RJ
Assim, havendo a renúncia expressa ao direito de representação pelo crime de lesão corporal culposa, não
pode a majorante, decorrente da ausência de habilitação, persistir como delito autônomo, devendo ser
declarada extinta a punibilidade também do crime de dirigir sem habilitação.

Aumento de pena

§ 7º. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Código.

Majoração da Lesão Corporal Culposa - CP/40. Art. 129. §7°


Ocorrerá o aumento da pena em 1/3, caso o crime de lesão corporal culposa ocorra por:

* Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante, e ainda o
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos; ou

* Crime seja praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio.

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 (Perdão Judicial).

Violência Doméstica

Violência Doméstica - CP/40. Art. 129. §9°


Ocorre apenas nos casos de lesões praticadas com o fim doloso. Sendo a lesão culposa, aplica-se a
regra das lesões comuns, não sendo uma violência doméstica.
O crime de violência doméstica inclui tanto o homem, quanto a mulher.
O procedimento e as consequências jurídicas mais rígidas trazidas na Lei n. 11.340/2006 só são aplicáveis
para a mulher. Porém, a qualificadora do Art. 129, § 9º, do CP/40, é válida tanto para homem quanto para
mulher. Não confunda.

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.


§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste
artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.

Violência Doméstica - CP/40. Art. 129. §10° e 11º


Caso o crime de lesão corporal na violência doméstica seja:
* Qualificado (Lesão grave, gravíssima ou morte): Aumento da pena de 1/3.
* Contra pessoa com deficiência: Aumento da pena de 1/3.

STJ/Súmula 542
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada.

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em

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decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.

§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do §
2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Perigo de contágio venéreo – CP/40. Art. 130.


Bem jurídico tutelado: Saúde da pessoa (Certos doutrinadores também consideram a vida);
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
Doutrina: Considera o crime próprio, pois o sujeito ativo precisa estar contaminado para repassar a
doença.
Tipo Objetivo: Relação sexual ou qualquer ato libidinoso, por pessoa que esteja com moléstia venérea
com outra, existindo o risco de contaminação.
O termo “moléstia venérea” é considerado uma norma penal em branco.
Consumação: Ocorre com a exposição do perigo, não precisando ocorrer a contaminação.
Existe a possibilidade de tentativa. (Crime Plurissubsistente);
Elemento subjetivo: Dolo (direto ou eventual), sem a necessidade de dolo específico, ou seja, o sujeito
ativo não precisa querer realmente contaminar o parceiro sexual. Não é possível o elemento subjetivo culpa.
Caso o agente realmente queira contaminar seu parceiro, o crime será qualificado, sendo a pena mais
grave (Reclusão, de um a quatro anos, e multa).
Ação penal será pública condicionada à representação.

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
produzir o contágio:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo de contágio de moléstia grave – CP/40. Art. 131.


Bem jurídico tutelado: Saúde da pessoa (Certos doutrinadores também consideram a vida);
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa contaminada com moléstia grave.
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa não contaminada pela mesma moléstia.
Crime Próprio
Elemento subjetivo: Dolo específico, ou seja, o sujeito ativo deve demonstrar vontade de contaminar o
sujeito passivo. Não existe dolo eventual e culpa. É possível a tentativa.
Tipo Objetivo: Transmissão da doença a outrem por qualquer modo de transmissão, sem a
necessidade da relação sexual.
Caso a doença transmitida à vítima cause:
* Lesão leve: O agente fica absorvido do crime tratado.
* Lesão grave ou a morte: O agente responde pelo crime causado.

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Consumação: Ocorre com a exposição do perigo, não precisando ocorrer a contaminação.


Ação penal será pública incondicionada.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer
natureza, em desacordo com as normas legais.

Perigo para a vida ou saúde de outrem – CP/40. Art. 132.


Bem jurídico tutelado: Saúde ou vida da pessoa;
Ocorre quando o agente expõe a vida ou a saúde do sujeito passivo a perigo direto e iminente, podendo
ser tanto de forma omissiva quanto de forma comissiva.
Sendo comissivo, o crime pode ser plurissubsistente, com a possibilidade de tentativa.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
Elemento subjetivo: Dolo. Não é possível a culpa.
Caso o agente pratique o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem para alcançar um crime mais
grave, ele responde pelo último.
Consumação: Ocorre com a exposição do perigo. Sendo o resultado do delito:
* Mais grave: O agente responde pelo crime mais grave.

* Menos grave: O agente responde pelo crime de exposição a perigo.


A pena será majorada quando o crime decorrer de transporte de pessoas para a prestação de serviços
em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.
Ação penal será pública incondicionada.

Abandono de incapaz

Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena - detenção, de seis meses a três anos.

§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:

I - se o abandono ocorre em lugar ermo;

II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.

Abandono de incapaz – CP/40. Art. 133.


Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.
Crime próprio, pois o agente precisa ser o responsável pela guarda, vigilância ou autoridade do sujeito
passivo.

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O termo incapaz não tem o mesmo significado do apresentado no CC/02, sendo considerado qualquer
pessoa que não pode se proteger sozinha.
Elemento subjetivo: Dolo. Não é possível a culpa. Pode responder por tentativa.
Consumação: abandono do incapaz.
Caso o abandono resulte:
* Lesão corporal de natureza grave (Reclusão, um a cinco anos);
* Morte (Reclusão, 4 a 12 anos).
Existe a possibilidade de majoração da pena em 1/3:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Ação penal será pública incondicionada.

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Exposição ou abandono de recém-nascido – CP/40. Art. 134.


Ocorre quando o agente expõe ou abandona recém-nascido, para ocultar desonra própria, podendo ser
uma conduta comissiva ou omissiva.
Crime próprio, pois o agente precisa ser o pai ou a mãe.
Elemento subjetivo: Dolo específico, pois o agente tem que querer efetuar o crime. Não existe punição
caso o crime seja culposo. É possível tentativa nos casos comissivos.
Se o sujeito ativo não agir com intenção, responderá por crime de abandono de incapaz.
Consumação: A simples exposição ao risco do recém-nascido no caso concreto de perigo.
Ação penal será pública incondicionada.
Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.

Omissão de Socorro – CP/40. Art. 135.


Crime Comum Omissivo Puro. Praticado apenas por omissão. Não é possível tentativa.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
A omissão de socorro ocorre quando o agente:
* Deixa de prestar socorro imediato à pessoa;
* Caso não consiga fazer, deixe de informar à autoridade pública para que esta preste socorro à pessoa.
OBS: A opção de chamar a autoridade pública para socorrer é subsidiária; caso seja possível a
prestação de socorro imediato e o agente não faça, este cometerá o crime por omissão de socorro.
Elemento Subjetivo: Dolo (Direto ou eventual). Não é possível a forma culposa.
Para o agente participar do crime, exige-se que ele esteja presenciando a situação de perigo da vítima,
se omitido na prestação de socorro.

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O agente que praticou a ação deixando a vítima em perigo, não responde por omissão, mas sim pelo
crime que estava intencionado a fazer.
(Ex: A corta a cabeça de B para matá-lo, nesse caso, A não é punido por omissão de socorro mais sim por
homicídio consumado ou tentado).
Consumação: Quando o agente se omite em prestar socorro.
O perigo torna-se presumido quando se tratar de criança abandonada ou extraviada.
Ocorrerá majoração da pena, quando a vítima sofrer lesões graves, sendo a pena aumentada em 1/2, ou
quando a vítima morrer, sendo a pena triplicada. (Na majoração, exige-se a comprovação de que a ação
do agente evitaria o dano maior).
Caso a omissão de socorro esteja vinculada a acidentes de trânsito, será o CTB que regulará a matéria.
Tratando-se de omissão de socorro a um idoso, o crime será específico, sendo previsto no Estatuto do
Idoso e não no CP/40.
Ação penal será pública incondicionada.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio
de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial – CP/40. Art. 135-A.


Crime comum.
Ação penal será pública incondicionada.

Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.

Maus-Tratos – CP/40. Art. 136.


Bem Jurídico Tutelado: Saúde e vida da pessoa guardada ou vigiada.
Crime Próprio, sendo cometido apenas com quem tenha sob sua autoridade guarda ou vigilância da
vítima.
Elemento subjetivo: Dolo com fim específico. Não é possível a culpa. É possível a tentativa, quando a
conduta for comissiva.
Tipo objetivo: Plurinuclear, existindo a possibilidade do crime ser praticado de várias formas diferentes.
OBS: O crime por maus-tratos não se confunde com o de tortura, sendo este necessário que a vítima
passe por uma alta carga de sofrimento, tanto físico quanto mental e a vontade do agente seja causar
tortura.
Crime consumado: Pode ocorrer tanto de forma:
Comissiva: Ocorre quando o agente lesiona a vítima, sendo assim o crime consumado.
Omissiva: Quando o agente se omite, habitualmente, acarretando assim dano à vítima.

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CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Rixa – CP/40. Capítulo IV Art. 137.


Ocorre quando três ou mais pessoas se agridem, ao mesmo tempo, por conta própria e de forma
desordenada acompanhada de vias de fato ou violência recíproca.
Ação Penal Pública Incondicionada.
O crime trata-se de um concurso necessário (Crime Plurisubjetivo), pois é necessário existir no mínimo
três pessoas ou mais. A depender da doutrina é cabível tentativa.
Pode ser praticado por qualquer pessoa. (Crime Comum).
Elemento Subjetivo: Dolo. Não existe modalidade culposa.
Os sujeitos são ao mesmo tempo passivo e ativo do crime, porém cada um terá uma conduta criminosa
própria.
É possível o concurso de pessoas.
O sujeito pode participar tanto na forma:
* Material (A dá uma faca para B);
* Moral (A influencia B).
Consumação: Ocorre com o começo da rixa e a existência de vias de fato ou violência recíproca. A
existência de lesões é não possui relevância para a consumação.
O crime de rixa será qualificado caso acarrete em lesão corporal grave ou morte. Respondendo todos
que participaram da rixa (Doutrina Majoritária).
Caso o agente saia da rixa antes da lesão corporal grave ou morte ocorrerem: responderá mesmo assim
de forma qualificada.
Caso o agente entre depois de acontecer a lesão corporal grave ou morte: responderá por rixa simples.
A briga entre torcidas não é considerada crime de rixa, mas sim um crime específico do Estatuto do
Torcedor.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Honra Objetiva
De uma maneira simplória de se entender, é o que “os outros pensam” do agente. É como sua imagem
é compreendida pelos outros ou perante os outros, perante a comunidade. É a reputação do indivíduo.
Nesse sentido, Rogério Greco:
A chamada honra objetiva diz respeito ao conceito que o sujeito acredita que goza no seu meio social.
Segundo Carlos Fontán Balestra, “a honra objetiva é o juízo que os demais formam de nossa
personalidade, e através do qual a valoram”.

Honra Subjetiva
É a valoração que cada um faz de si mesmo. É o conceito que cada um faz de si mesmo frente a valores
que se autoatribui. É o juízo de si.

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

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Lesões corporais:Periclitação contra honra

Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (Presidente da República ou chefe
de governo estrangeiro);

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

Calúnia – CP/40. Art. 138.


Existe quando o agente imputa falsamente fato definido como crime ao sujeito passivo.
Bem Jurídico Tutelado: Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.
Tipo Objetivo: Imputar falsamente um fato definido como crime.
Crime Formal;
Praticado apenas de modo comissivo. É possível praticar calúnia por meio de gestos e insinuações.
Existe o crime de calúnia independente do fato imputado falsamente à pessoa ter ocorrido ou não.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, salvo certas autoridades com imunidade material (Parlamentares);
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
Elemento Subjetivo: Dolo. Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa.
É punível a calúnia contra os mortos, sendo o sujeito passivo os familiares.
A doutrina entende que o inimputável pode ser caluniado.
Tratando-se de uma brincadeira (animus jocandi) do agente com o sujeito imputando-lhe um fato falso,
aquele não responde por calúnia, pois a intenção era brincar.
O crime de autoacusação falsa (CP/40. Art. 341.) ocorre quando o agente imputa a si mesmo,
falsamente, fato considerado crime. Não se confunde com a calúnia (CP/40. Art. 138).
Existindo calúnia contra o Presidente da República, quando se tratar de natureza política, o crime estará
tipificado na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).
Incorre na pena de calúnia quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga (Nesse caso é
possível apenas o dolo direto).
Consumação: Ocorre quando um terceiro fica sabendo, independente do resultado naturalístico, pois
trata-se da Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.
O sujeito ativo pode provar que o fato imputado ao sujeito passivo realmente ocorreu (Exceção da
Verdade), salvo:
* Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
* Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (Presidente da República ou
chefe de governo estrangeiro);
* Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Uma parcela da doutrina admite que se o caluniador provar que todos já sabiam do fato imputado ao
ofendido, aquele não responderá por calúnia. (Exceção de Notoriedade).

STJ/Info 687.
A retratação da calúnia, feita antes da sentença, acarreta a extinção da punibilidade do agente
independente de aceitação do ofendido.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

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Difamação – CP/40. Art. 139.


Existe quando o agente imputa fato ofensivo ao sujeito passivo.
Bem Jurídico Tutelado: Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.
Crime Formal; Crime Comum;
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
Elemento Subjetivo: Dolo (direto ou eventual). Não é possível a modalidade culposa. É possível a
tentativa, apenas na forma escrita.
A exceção da verdade é possível apenas quando o sujeito passivo for funcionário público e a ofensa
for relativa ao exercício de suas funções.
Não é punível a difamação contra os mortos.
Consumação: Ocorre quando um terceiro fica sabendo, independente do resultado naturalístico, pois
trata-se da Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.
Uma parcela da doutrina admite que se o difamador provar que todos já sabiam do fato imputado ao
ofendido, aquele não responderá por difamação. (Exceção de Notoriedade).

Crimes Contra a Honra – Exceção da Verdade


Difamação Calúnia Injúria
É possível. É possível. Não é possível.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Injúria – CP/40. Art. 140.


Existe quando o agente ofende a dignidade ou o decoro do sujeito passivo. Com isso, não existe um
fato, e sim um palavreado de baixo nível ao ofendido.
Bem Jurídico Tutelado: Honra Subjetiva (Reputação que o ofendido tem de si, envolvendo dignidade,
decoro e autoestima) da pessoa que foi ofendida.
Crime Formal; Crime Comum.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.
Elemento Subjetivo: Dolo com a finalidade específica, ou seja, o sujeito ativo quer ofender ou humilhar.
Doutrina Majoritária: É possível o concurso material entre o crime de injúria e lesão corporal no caso do
agente praticar os dois.
Doutrina Minoritária: Não existe concurso material, mas sim concurso formal impróprio, com isso o
sujeito ativo com apenas uma ação pratica mais de um crime.
A exceção da verdade é impossível.
Consumação: Ocorre quando o ofendido fica sabendo, pois a Honra é Subjetiva, não precisando do
conhecimento de terceiros. O crime ocorre independentemente do sujeito passivo se sentir ofendido ou
não.
É cabível o perdão judicial:

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* Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;


* No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
OBS: O perdão judicial não é cabível na injúria real e qualificada.
Injúria Real: consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes. (Ação Penal Pública, condicionada ou incondicionada, conforme a natureza da
lesão corporal do ofendido).
Injúria Qualificada: Ocorre quando o agente se utiliza de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. (Ação Penal Pública Condicionada
à Representação do ofendido).

STF/Súmula 714
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do
exercício de suas funções.

STF/RE 983.531
Não cabe, na via do recurso especial, a análise de suposta violação de artigos da Constituição Federal. De
acordo com o magistério de Guilherme de Souza Nucci, com o advento da Lei n. 9.459/97, introduzindo a
denominada injúria racial, criou-se mais um delito no cenário do racismo, portanto, imprescritível,
inafiançável e sujeito à pena de reclusão.

Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; (Ação penal pública
condicionada à requisição do M.J)

II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; (Ação penal pública condicionada com legitimidade
concorrente tanto do ofendido quanto do MP)

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, aplica-se em triplo a pena.

Atenção!
O disposto no art. 141, § 2º, havia sido vetado sob a fundamentação de que “A propositura legislativa, ao
promover o incremento da pena no triplo quando o crime for cometido ou divulgado em quaisquer
modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, viola o princípio da proporcionalidade
entre o tipo penal descrito e a pena cominada, notadamente se considerarmos a existência da legislação
atual que já tutela suficientemente os interesses protegidos pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena
em um terço na hipótese de qualquer dos crimes contra a honra ser cometido por meio que facilite a sua
divulgação. Ademais a substituição da lavratura de termo circunstanciado nesses crimes, em razão da pena
máxima ser superior a dois anos, pela necessária abertura de inquérito policial, ensejaria, por conseguinte,
superlotação das delegacias, e, com isso, redução do tempo e da força de trabalho para se dedicar ao
combate de crimes graves, tais como homicídio e latrocínio.”
Com a rejeição do veto os crimes contra a honra passam a ter a pena triplicada se praticados
virtualmente.

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Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado (infrator) que, antes da sentença (de primeiro grau) , se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se
praticou a ofensa.

Hipóteses de Cabimento da Retratação


É possível a retratação por parte daquele que praticou a calúnia ou difamação. É desdizer o fato,
assumir o erro. É cabível somente nas ações penais privadas (observe que o Art. 143 do CP/40 só faz
alusão ao querelado) até o momento da sentença.
É válido lembrar que a retratação é causa extintiva da punibilidade, consoante Art. 107, VI, do CP/40:
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
[...]
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
É preciso a aceitação do ofendido?
Não. Interessante esse ponto. A retratação, portanto, é ato unilateral e depende unicamente da vontade do
ofensor.
Posso aplicar a retratação na injúria?
Não. Veja que, consoante o art. 143 do CP, a retratação somente é válida na calúnia e na difamação.
A retratação se estende a outros querelados?
Não. É circunstância que não se estende, por ser subjetiva.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá
satisfatórias, responde pela ofensa.

Crimes Contra a Honra – Retratação


Difamação Calúnia Injúria
É possível. É possível. Não é possível.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art.
141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no
caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Ação Penal Pública Condicionada à requisição do M.J).

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Ação Penal – Crimes Contra a Honra


Regra Ação Penal Privada Crimes Contra a Honra
Ação Penal Concorrente (Privada e Crime contra a honra de servidor público
Exceção¹
Pública Condicionada). em razão do exercício de suas funções.
Ação Penal Condicionada a requisição do Crime contra Presidente da República e os
Exceção²
MJ chefes do estrangeiro.
Injúria real que resulta em violência ou vias
Exceção³ Ação Penal Pública Incondicionada
de fatos.

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