a integridade corporal ou a saúde de outrem: pena - detenção, de três meses a um ano. (tipo fundamental).
• O artigo não menciona quando a lesão corporal é leve.
Todavia o entendimento é feito por exclusão, ou seja, se não for grave ou gravíssima é leve (caput). Lei 14.188/2021 aumentou a pena da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões do sexo feminino (reclusão de 1 a 4 anos).
• Objetividade jurídica (bem jurídico tutelado: é a
integridade/ incolumidade corporal ou a saúde da pessoa agredida. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA/ BAGATELA
reconhece a atipicidade da conduta
quando a lesão for irrisória que não justifique a persecução penal, sobretudo com os custos a ela inerentes. Por exemplo, alguém dá uma alfinetada em alguém com perda de poucas gotas de sangue (Victor Rios). ELEMENTOS/ELEMENTARES • A) objetivos: o núcleo é ofender, do latim offendere, que significa lesar, ferir, atacar, agredir, podendo ser perpetrado de forma comissiva ou omissiva. • Sujeitos: ativo: qualquer pessoa (crime comum); passivo: qualquer pessoa, ou seja, ser humano. Excluem se, portanto, pessoas jurídicas, animais, cadáver. Com referência a este, o enquadramento, dependendo do elemento subjetivo do agente, poderá ser art. 211 (destruição) ou art.212 (vilipêndio) ou até mesmo delito de dano (art.163), todos do CP. ELEMENTOS OBJETIVOS : OBJETO MATERIAL • É a pessoa lesionada. Há posicionamentos antagônicos sobre a possibilidade do ser ainda em formação (no útero) ter a proteção do art.129, CP, conforme segue.
• Luiz Regis Prado: não. Afirma ser o “humano vivo”,
a partir do início do parto, até a sua morte.
• Capez (2020): sim. O elemento subjetivo do agente
é que direciona o seu comportamento apontando para a infração penal por ele pretendida ELEMENTOS OBJETIVOS : OBJETO MATERIAL • A proteção mediante o art.129 do CP tem início a partir do momento em que surge nova vida carregada dentro do útero materno, o que ocorre com a nidação (fixação do óvulo fecundado pelo espermatozoide na parede do útero).
• Ney Moura Teles: quando a ofensa recair sobre
o ser humano em formação, sujeito passivo é a coletividade, a sociedade, o Estado, o interesse estatal na preservação da integridade corporal ou da saúde do ser humano em formação. MODUS OPERANDI ( FORMA LIVRE) • dano anatômico, que rompa ou dilacere algum tecido do corpo da vítima como escoriações; equimoses, rompimento de vasos sanguíneos (capilares) no tecido subcutâneo; cortes; fraturas; fissuras; hematomas, luxações, rompimento de tendões ou ligamentos, as queimaduras etc. • Eritemas (vermelhidão à pele) como um beliscão ou tapa pode caracterizar tentativa de lesão corporal ou de vias de fato, art.21 da LCP - Lei Decreto-Lei n.3.688/41. • Dor, desacompanhada de alteração anatômica ou ofensa à saúde não constitui lesão, porém pode caracterizar vias de fato (art.21 da LCP, Lei Decreto- Lei n.3.688/41). CORTE DE CABELO/ BARBA NÃO AUTORIZADO • Divergência doutrinária: fim de humilhar a vítima, configura o delito de injúria real (art.140,§2º, CP); • fora dessa hipótese: para alguns a conduta constitui crime de lesão corporal e, para outros, contravenção de vias de fato. • ECA (Lei n.8.069/90, Art.232): raspa o cabelo de uma criança ou adolescente que está sob sua guarda, autoridade, vigilância, a fim de lhe causar vexame; • Furto ou roubo: o cabelo não pode ser objeto material de furto ou roubo. Ex.: alguém corta clandestinamente ou com violência os longos do cabelo da vítima, com a intenção de vendê-los para confecção de perucas ou apliques. O crime a ser reconhecido é o de lesão corporal ou a contravenção penal de vias de fato, prevista no art. 21 da LCP - Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei n.3.688/41). OFENSA À SAÚDE (VICTOR RIOS): • a) perturbações fisiológicas: desajuste em algum órgão ou sistema do corpo humano que afete o sistema respiratório, ministração de alimento ou medicamento na bebida da vítima que provoque diarreia, vômito ou náuseas, ministração de diurético que faça urinar, uso de aparelho de choque elétrico que provoque paralisa muscular etc. • b) perturbação mental: provocar convulsão, choque nervoso, doenças mentais etc. • Atenção: um só ato agressivo pode atingir a integridade corporal e à saúde. Por exemplo, um chute no tórax que fratura uma costela e, ao mesmo tempo, faz com que a vítima tenha crises de vômito (crime único). DELICTA FACTI PERMANENTIS: LESÃO
• Delitos de fato permanentes ou infrações penais
intranseuntes: infrações penais que deixam vestígios no local. • Exame pericial (direto ou indireto) documenta a materialidade delitiva como no caso de lesões corporais. • Lei n.9.099/95, art.77, §1º: permite a juntada de boletim médico ou documento equivalente e, após, deverá ser acostado nos autos o laudo definitivo. • Art.167, CPP: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE • Cirurgia de emergência: mesmo que não exista consentimento, o médico estará acobertado pelo estado de necessidade de terceiro (excludente de antijuridicidade).
• Lesões esportivas (boxe, artes marciais
etc.): se não houver excesso, haverá exercício regular de direito, ou seja, excludente de antijuridicidade. AUTOLESÃO: DISPONIBILIDADE, OU NÃO? • Autolesão: fato atípico. Todavia, a autolesão para receber seguro, caracteriza o crime de estelionato (art.171, §2º, V, CP). Já se for autolesão para não prestar serviço militar comete o crime do art. 184 Código Penal Militar. • Bem indisponível: parte da doutrina e jurisprudência entende que a integridade física é bem indisponível, exceto nas situações aceitas pela cultura e sociedade como para a colocação de brincos/ piercings, tatuagem, neste caso para pessoa seja capaz . LESÃO/ELEMENTAR, OU NÃO? • Em inúmeros crimes (CP+ Leis especiais) o emprego de violência física é elementar do delito, constituindo meio de execução da infração penal, p.ex.: roubo, extorsão, estupro, tortura etc. Não havendo ressalva, dando autonomia ao crime de lesões leves, a conclusão é de que, por ser meio de execução, fica absorvido, respondendo o agente só pelo crime-fim (Victor Rios).
• Todavia, existem vários crimes em que os textos legais
fazem ressalva à autonomia das lesões, respondendo o agente por dois delitos. Ex.: injúria real, constrangimento ilegal, dano qualificado, resistência, exercício arbitrário das próprias razões, etc. (Victor Rios). LESÃO E OUTRAS LEIS... • Lei n.12.299/2010 – Estatuto do torcedor, art.41-B: prevê que quem pratica violência, com ou sem lesão a terceiros (atirar pedra em ônibus, explodir bombas, derrubar alambrados, atirar garrafa ou pedra no campo, fogos de artifício em outros torcedores, socos, chutes etc.), durante evento esportivo ou nas imediações em dia de jogo (raio de 5 km), ou em seu trajeto, será punido com pena de reclusão de um a dois anos. • Existindo lesões corporais em terceiros, poderá estas absorver o delito previsto no Estatuto do Torcedor, ou o crime mais grave subsistir. • Lei n. 9.434/97, permite a doação de órgãos, desde que seja de forma gratuita e feita por pessoa capaz. ELEMENTO SUBJETIVO/CONSUMAÇÃO
• B) elemento subjetivo: dolo, todavia no Art.129,§6º a
lesão é culposa.
• Consumação: é crime material, logo se consuma com
a agressão e admite tentativa. Por exemplo, na tentativa o agente quer lesionar, mas é impedido por circunstâncias alheias a sua vontade. Se ficar evidente que o agente não queria lesionar tão somente empurrar, beliscar, dar um tapa, há a contravenção penal de vias de fato. Entretanto, se quis empurrar e a vítima ao cair fratura o braço, o agente estará incurso no crime de lesão corporal culposa.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA • crime comum, material, de forma livre, comissivo ou omissivo impuro (art.13§2º, CP), instantâneo, de dano, tipo normal, unissubjetivo/ monossubjetivo, de concurso eventual, plurissubsistente, de ação penal pública incondicionada na lesão corporal, salvo se for leve a lesão (caput) que é pública condicionada (Lei n.9099/95) e não ter sido praticada mediante violência contra mulher (STF- Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.424/DF e Súmula 542 do STJ. É crime não transeunte (deixa vestígios), se contrapõe ao crime transeunte (não deixa vestígios). • TIPOS DERIVADOS • Formas qualificadas: art.129 §§1ª (lesão grave), 2º ( lesão gravíssima), 3º (lesão corporal seguida de morte) e 9ª (violência doméstica).
• Forma privilegiada: §4º.
• Culposa: §6º.
• Causas de aumento de pena: §§7º, 10, 11, 12
e 13. LESÃO CORPORAL QUALIFICADA
Só admite o preterdolo (dolo na
conduta e culpa no resultado). Se o ofensor considerou, por um momento apenas, a possibilidade de matar a vítima (dolo no resultado), teremos configurado o crime de homicídio tentado. ART.129, §1º, CP (Pena/reclusão:1 a 5 anos) • § 1º Se resulta: • I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; • Atividade (física ou mental) do dia a dia (andar, praticar exercícios, estudar, trabalhar etc.) do ofendido, que pode ser inclusive crianças, desempregados e aposentados. • “A vítima deve estar efetivamente incapacitada para que se reconheça a lesão grave. Assim, se uma pessoa pode realizar suas atividades normalmente, mas deixa de fazê-lo, ficando dentro de casa por mera vergonha de que as pessoas vejam suas lesões e comentem sobre o assunto, o crime não pode ter tido como qualificado” Victor Rios (2021) . ART.129, §1º, CP (Pena/reclusão:1 a 5 anos) • II - perigo de vida: há probabilidade concreta de perigo real. Ou seja, um ferimento no pulmão geralmente e perigoso. Todavia, pode, no caso concreto, a constituição excepcional do ofendido, a natureza do instrumento ou qualquer outra circunstância impedir que se verifique esse risco (...).
• Trata de crime preterdoloso(dolo no antecedente e culpa
no consequente/resultado agravador). Assim, o perigo de vida não foi querido pelo agente, somente previsível que seu comportamento pudesse causa-lo (art.19, CP- princípio da culpabilidade que afasta a responsabilidade objetiva). Não cabe tentativa em crime preterintencional.
• Se o agente quis, o crime é de tentativa de homicídio.
ART.129, §1º, CP (Pena/reclusão:1 a 5 anos) • III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
• Debilidade: enfraquecimento ou redução da capacidade funcional.
• Membros (superiores/ braço antebraço e mão; inferiores/ coxa, perna e
pé): a perda de dedo caracteriza membro (Nucci). Sentido (visão, olfato, audição, trato e paladar). A perda, por exemplo, de um olho caracteriza esta qualificadora, pois há redução de sentido. Se tivesse ficado completamente cega ou surda, o enquadramento seria para lesão corporal gravíssima (§2º art.129, CP), se a vontade do agente era de lesionar.
• Função: agressão que atinge um dos órgãos (digestivo, respiratório,
circulatório, secretor, reprodutor, sensitivo e locomotor). Se for duplo (rins) , a perda de um viabiliza o enquadramento, como debilidade permanente de função e não a sua perda. Luiz Regis Prado explica que “exige-se que a debilidade seja permanente, o que não implica perpetuidade (...)". Pode ser atribuída a título de dolo (direito/indireto/eventual) ou culposamente. ART.129, §1º, CP (Pena/reclusão:1 a 5 anos)
• IV - aceleração de parto;
• Trata de crime preterdoloso/preterintencional
(dolo no antecedente e culpa no consequente), pois se o agente tinha conhecimento da gravidez e matou o feto há dolo para o crime de aborto, consumado ou tentado. ART.129, §2º, CP (Pena/reclusão: 2 a 8 anos) • Se resulta: • I - Incapacidade permanente para o trabalho; • A doutrina discute se o vocábulo trabalho é empregado em sentido restrito, isto é, como livre movimento ou emprego do corpo para fim econômico ( Hungria). • Um violinista que fique incapacitado para tocar, poderá exercer outro trabalho, logo a qualificadora só cabe quando a vítima ficar incapacitada para qualquer trabalho (Damásio). • Greco, corroborando Álvaro Mayrink, entende que cabe a qualificadora, pois esta é a mens legis, contudo a incapacidade deverá ser permanente, mas não perpétua. • O resultado qualificado pode ser doloso ou culposo. ART.129, §2º, CP (Pena/reclusão: 2 a 8 anos)
• II - enfermidade incurável;
• (...) é a doença cuja curabilidade não é conseguida no estágio atual da Medicina como lepra, tuberculose, sífilis, epilepsia aduz Cezar Roberto Bitencourt. • HIV? Greco aduz que o agente aplica uma injeção contendo sangue contaminado, deveria responder por homicídio (consumado ou tentado) e não por esta qualificadora, pois entende que ela é mais do que enfermidade incurável. Ela é mortal. Os chamados coquetéis de medicamentos permitem que o portador leve uma vida “quase normal”, todavia as doenças oportunistas acabam levando a pessoa ao óbito. • Registre-se que o resultado qualificado pode ser doloso ou culposo. ART.129, §2º, CP (Pena/reclusão: 2 a 8 anos) • III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; • Mais do que o simples enfraquecimento, a qualificadora exige a perda (destruição, privação) ou inutilização (falta de utilidade, ainda que presente) de um membro, sentido (aniquilamento dos olhos) ou função (p.ex.: ablação da bolsa escrotal, impedindo a função reprodutora; impotência para o coito, ainda que sem remoção do órgão sexual. ART.129, §2º, CP (Pena/reclusão: 2 a 8 anos) • IV - deformidade permanente; • Deformar significa modificar esteticamente a forma original. Deverá modificar de forma visível e grave o corpo da vítima, mesmo que essa visibilidade somente seja limitada a algumas pessoas (GRECO), por exemplo, marido. Também não se deve entender permanente como perpetuidade, tão somente como deformidade duradoura, podendo ser reversível com o recurso de cirurgia plástica. • Registre-se que o resultado qualificado pode ser doloso ou culposo. ART.129, §2º, CP (Pena/reclusão: 2 a 8 anos)
• V - aborto: preterdoloso/preterintencional/
resultado qualificador só é possível a título de culpa. (Crime híbrido: dolo no antecedente e crime no consequente). • A intenção do agente é lesionar a pessoa, cuja gravidez era conhecida do agente, pois, caso contrário, o crime é de aborto • Não cabe tentativa em crime preterdoloso (doutrina). LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE • Art.129 §3º: Se resultar morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis, o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: pena - reclusão, de quatro a doze anos. • É qualificadora preterdolosa/ preterintencional, todavia a morte deve ter sido previsível para o agente, pois, caso contrário, não poderá ser responsabilizado pela qualificadora. LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE • Imagine a hipótese em que A se encontre com seu desafeto B numa praia. Assim que o vê, agindo com dolo de lesão, defere-lhe uma “rasteira”, fazendo com que ele caia e bata com a cabeça na areia. Para infelicidade da vítima, no local onde caiu, havia oculta uma pedra, por debaixo da areia, uma pedra de grandes proporções, sendo que a vítima nela bate a cabeça e sofre traumatismo craniano, vindo a morrer (Greco). • Era previsível a pedra ali? Não, o agente responderá pelos atos anteriores (lesão leve, grave, gravíssima)/ causa superveniente (art13, §1º). • E se a vítima, após ter recebido a rasteira em um restaurante batesse com a cabeça no chão, e sofresse traumatismo craniano, vindo a morrer. É previsível tal situação? Sim, então responderá por este delito. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA
• ART.129§ 4º: se o agente comete o crime impelido por
motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. • Este parágrafo menciona pode, todavia a jurisprudência é pacífica no sentido de que é deve, ou seja, direito subjetivo do réu, isto é, vinculado ao motivo da prática do crime. • Importa também observar que as causas previstas no art.121§1º, CP, não se comunicam aos coautores ou partícipes do crime, por força do artigo 30, tendo em vista serem de natureza subjetiva. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA • Motivo de relevante valor moral: liga-se aos interesses individuais, particulares do agente. Exemplo: lesiona o estuprador da filha. • Motivo de relevante valor social: sentimento nobre, altruísta que envolva a sociedade. A doutrina aponta como exemplo: matar o traidor da Pátria. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA
• lesionar sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida à injusta provocação da vítima, pode caracterizar lesão privilegiada. • Nélson Hungria ensina que emoção é “um estado de ânimo ou de consciência caracterizado por uma viva excitação do sentimento. É uma forte e transitória perturbação de afetividade, a que estão ligadas certas variações somáticas ou modificações particulares das funções, da vida orgânica (pulsar precipite do coração, alterações térmicas, aumento da irrigação cerebral, aceleração do ritmo respiratório, alterações vasomotoras, intensa palidez ou rubor, tremores, fenômenos musculares, alterações das secreções, suor, lágrimas)”. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA • Emoção e paixão: a emoção é abrupta (súbita) imediata e logo desaparece. Já a paixão é lenta, sedimentando aos poucos na mente da pessoa. Não é necessário que a vítima tenha tido a intenção específica de provocar, bastando que o agente se sinta sob o domínio de violenta emoção. • Diferença entre o privilégio da violenta emoção com a atenuante genérica (art.65, III, “c”): no privilégio, a lei exige que o sujeito esteja sob o domínio de violenta emoção, enquanto na atenuante, basta que o sujeito esteja sob a influência da violenta emoção. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR MULTA
• ART129§ 5º O juiz, não sendo graves
as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa. • I - se ocorre qualquer das hipóteses do §4º: relevante valor social ou moral ou domínio de violenta emoção, após injusta provocação da vítima; • II - se as lesões são recíprocas.
LESÃO CORPORAL– ART.129 • § 6º Se a lesão é culposa: pena - detenção, de dois meses a um ano.
• Causa especial de aumento de pena
• § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. Aplica-se na terceira fase do critério trifásico (art.68, CP). PERDÃO JUDICIAL-ART.129 • § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. • Assim, na hipótese de lesão corporal culposa, o juiz poderá conceder o perdão judicial, deixando de aplicar a pena, quando as consequências do crime atingirem o próprio agente de forma tão grave que a imposição da mesma se torne desnecessária. • Entretanto, só na sentença é que poderá ser concedido. • Concurso: tem caráter pessoal, logo não se estende a terceiro. • Natureza jurídica do perdão judicial É uma faculdade do juiz e não um dos direitos públicos subjetivos do réu. O juiz, portanto, tem a discricionariedade de conceder ou não. • Causa extintiva da punibilidade: art. 107, inc. IX, do CP. • Natureza Jurídica da sentença: há duas posições: a) condenatória: só se perdoa quem errou. O juiz condena o réu e deixa de aplicar a pena. Observe-se que foi preciso criar um artigo para afastar a reincidência (artigo 120); b) declaratória da extinção da punibilidade; da sentença não surte nenhum efeito penal ou extrapenal (Súmula n. 18 do STJ). É a posição majoritária. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – ART.129, CP
• § 9º Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo- se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: ( Lei nº 11.340/ 2006). • Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos ( Lei nº 11.340/2006). CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA
• ART.129 § 10 - nos casos previstos nos §§
1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (Lei nº 10.886/ 2004).
• ART.129 § 11 - na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência (Lei nº 11.340/06). CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA
• ART. 129 § 12. Se a lesão for praticada
contra autoridade ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Lei nº 13.142/2015). CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA • ART.129 § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188/28-07-2021).Pena/reclusão, de 1 a 4 anos). • Lei 11.340/2006, art.41: informa que aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. O STJ entende que, apesar do art.41 mencionar só crime, também não cabe a lei 9099/95 nas contravenções penais praticadas com violência doméstica e familiar contra a mulher. • Súmula 536 STF: não se aplicam a suspensão condicional do processo (SUSCON) e a transação penal aos delitos sujeitos ao rito da “Maria da Penha”. REFERÊNCIAS, ENTRE OUTRAS: • BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal – parte especial, São Paulo: Saraiva. • CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte especial. 20ªed, 2020. • GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, v.2. Rio de Janeiro: Editora Impetus. • JESUS, Damásio Evangelista de. Código Penal anotado. São Paulo: Saraiva. • NORONHA, Eduardo Magalhães. Direito Penal. São Paulo: Saraiva. • PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro, Revista dos Tribunais, 2000. • NUCCI, Guilherme. Direito Penal: esquemas & sistemas. 7ºed. Rio de Janeiro: Forense; Método, 2021. • TELES Ney Moura. Direito Penal – parte especial. Atlas.