Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lesão corporal
§ 1º Se resulta:
II - perigo de vida;
IV - aceleração de parto:
§ 2° Se resulta:
1
Elaborado com base, precipuamente, nas obras: I. SANCHES, Rogerio. Manual de Direito Penal: Volume
Único. II. ROQUE, Fabio. Direito Penal Didático. III. GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal
Esquematizado: Parte Especial. IV. GRECO, Rogério. Código Penal Comentado; V. CAPEZ, Fernando. Curso
de Direito Penal; VI. DA COSTA, Álvaro Mayrink. Direito Penal: Parte Especial.
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Diminuição de pena
Substituição da pena
Aumento de pena
De início, importante observar que a lei não conceitua o que seria uma lesão
leve. Teremos, portanto, a presença da lesão leve por mera exclusão, afinal as lesões
corporais que NÃO se enquadrarem dentre as graves (art. 129, §1º) ou gravíssimas (art.
129, §2º), serão consideradas leves.
Os eritemas podem configurar vias de fato (art. 21, da Lei das Contravenções
Penais (Decreto-Lei 3.688/41))2 ou tentativa de lesão corporal, a depender da intenção do
agente.
Até mesmo por isso, podemos verificar nos quesitos acima que o primeiro
deles é voltado a responder se houve, de fato, ofensa à integridade física ou à saúde da
vítima. Se o perito responder negativamente, estaremos diante de fato atípico ou de vias de
fato, que serão explicadas mais adiante.
2
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o
fato não constitui crime.
Ademais, não podemos nos esquecer de que lesão corporal também pode ser
aquela que afeta a saúde da vítima, causando-lhe perturbações fisiológicas ou mentais.
Por outro lado, nas vias de fato (art. 21, do Decreto-Lei 3.688/41), o agente
não tem a intenção de machucar/ferir a vítima, mas não de lesioná-la no sentido jurídico
acima apontado. As vias de fato, na grande maioria das ocasiões, equivalem aos casos de
empurrão, beliscão, tapa, ou seja, incapazes de produzir dilaceração ou rompimento no
tecido da vítima.
Na injúria real (art. 140, §2º, CP3), o agente tem a intenção de humilhar a
vítima, não de lesioná-la. O caráter humilhante da ação decorre da natureza do ato (raspar
o cabelo / cuspir no rosto da vítima) ou do meio empregado pelo agente (atirar tomate ou
ovos em pessoa que está discursando / jogar um copo de água no rosto da vítima para
causar vexame).
3
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
[...].
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado,
se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Importante: se da injúria real decorre lesão leve, o agente responderá pelos
dois crimes, haja vista a parte final do §2º do art. 140 do CP. No caso de injúria real praticada
mediante vias de fato (ex: empurrão da vítima em piscina para causar-lhe embaraço), as vias
de fato ficam absorvidas pela injúria real.
Os crimes de lesão corporal leve e lesão culposa são de Ação Penal Pública
Condicionada, vide art. 88, Lei 9.099/954.
4
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a
ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
5
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1º Se resulta:
II - perigo de vida;
IV - aceleração de parto:
Lembra-se que não é necessário que o agente tenha o dolo de causar essa
específica condição ao ofendido (ficar longe das ocupações habituais por mais de 30 dias).
Logo, trata-se de crime que pode ou não ser preterdoloso.
[...].
Por fim, registra-se que a doutrina exige que as ocupações habituais das quais
a vítima se afasta devem ser lícitas. Logo, se indivíduo que se dedica a uma vida de crimes
fica impossibilitado de cometê-los por mais de 30 dias em virtude de ter sofrido lesão
corporal, não será possível a aplicação da qualificadora sob análise (a lei não pode proteger
aqueles que atentam contra ela).
Por outro lado, admite-se a configuração do art. 129, §1º, I, se a vítima, por
exemplo, é prostituta, deixando de exercer o meretrício por mais de 30 dias, isto porque,
não obstante tratar-se de atividade considerada imoral, não é ilícita.
Sobre a lesão corporal gravíssima, devemos alertar que tal classificação foi
dada pela doutrina, pois a lei chama de lesões graves tanto aquelas previstas no §1º quanto
as mencionadas no §2º do art. 129 do CP.
A doutrina, no entanto, diferenciou as lesões, chamando de graves as
previstas no §1º e de gravíssimas aquelas citadas no §2º. Tratam-se de expressões já
consagradas.
De todo modo, a vítima deve ser avaliada por médico perito, tal qual ocorre
com as pessoas aposentadas por invalidez perante o INSS, e constatando o médico que o
ofendido não mais dispõe de condições de trabalho, poderemos enquadrar o agente nesta
qualificadora.
Enfermidade incurável será aquela para a qual a atual medicina não disponha
de métodos curativos.
Trata-se de hipótese mais agravada daquela prevista no art. 129, §1º, III, pois
naquela situação há debilidade de membro, sentido ou função, enquanto na qualificadora
ora estudada há perda efetiva ou inutilização de membro, sentido ou função.
Sobre tal qualificadora, a doutrina aponta que devem estar conjugados: dano
estético, de certa monta, permanente, visível, capaz de provocar impressão vexatória
Temos que ficar, atentos, ainda, para o fato de que podem decorrer lesões
graves ou gravíssimas a partir da prática do aborto, como, por exemplo, incapacidade para
ocupações habituais por mais de 30 dias, perigo de vida etc. Em tais situações, teremos o
crime de aborto com a causa de aumento de pena do artigo 127 do CP.6
Ex.: agente que dá soco no rosto da vítima com intenção de lesioná-la, vindo
a vítima a cair e a bater a cabeça em uma pedra, falecendo em razão do impacto com a
pedra. Agente que atira na perna da vítima, com intenção de lesioná-la, mas acaba atingindo
artéria femoral, ocasionando muito sangramento e a morte da vítima.
6
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
dolosa da qual resulta uma morte culposa; no segundo a conduta antecedente é indiferente
ou, se muito, a conduta antecedente é enquadrada como mera contravenção.
8 – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA