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Geraldo Miranda
Medicina Legal
Aula: Lesão corporal

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Professor: Geraldo Miranda

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Olá Pessoal,

Hoje vamos estudar lesões corporais sob o ponto de vista jurídico.

1. LESÕES CORPORAIS SOB O PONTO DE VISTA JURÍDICO

Define-se lesão corporal como sendo uma ofensa à integridade corporal


ou à saúde de outrem, conforme o artigo 129 do Código Penal. É todo e
qualquer dano ocasionado à normalidade do corpo humano, quer do ponto de
vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental. Nas lesões
corporais o objeto da tutela penal é a integridade biopsíquica. As lesões
classificam-se pelo resultado, não importando o seu lugar, o que as produziu ou
qual sua extensão. As lesões corporais dividem-se em dolosas e culposas.
Apenas as lesões corporais dolosas classificam-se em leves, graves e
gravíssimas. A lei dispõe “se da lesão corporal resulta (...)” e relaciona quatro
resultados que definem as lesões graves e cinco resultados que definem as
lesões gravíssimas. Por exclusão, as lesões não definidas pela lei são
consideradas leves. Quando não há lesão documentando a agressão (cuspida no
rosto, bofetão, empurrão etc.) temos as chamadas vias de fato.
Veja a íntegra do artigo 129 do CP:

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena

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§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das
hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº
11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei nº 11.340, de 2006)

NÃO SÃO CONSIDERADAS LESÃO CORPORAL: a rubefação (simples e fugaz


afluxo de sangue na pele, não comprometendo a normalidade corporal, quer do
ponto de vista anatômico, quer funcional ou mental); o eritema simples ou
queimadura de 1° grau (vermelhidão da pele que desaparece em poucas horas,
ou dias, mantendo a epiderme íntegra, sem comprometimento da normalidade
anatômica, fisiológica ou funcional); a dor desacompanhada do respectivo dano
anatômico ou funcional; a simples crise nervosa sem comprometimento do
equilíbrio da saúde física ou mental; o puro desmaio.

CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CORPORAIS SEGUNDO A QUANTIDADE DO


DANO:

1.1. Leves – A lesão corporal leve caracteriza-se por pequenos danos


superficiais de pouca repercussão orgânica e de recuperação rápida. Seu

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conceito é tido por exclusão, isto é, as lesões leves não apresentam nenhum
resultado estabelecido nos §§ 1°, 2° e 3°, do art. 129 do CP. São
representadas frequentemente por danos superficiais comprometendo a pele, a
hipoderme, os vasos arteriais e venosos capilares ou pouco calibrosos - ex.: o
desnudamento da pele ou escoriação, o hematoma, a equimose (Fig. 01), ferida
contusa, luxação, edema, torcicolo traumático; choque nervoso, convulsões ou
outras alterações patológicas congêneres.

Fig. 01

1.2. Graves – São os danos corporais resultantes das consequências previstas


pelo § 1°:

- incapacidade para as ocupações habituais por + de 30 dias – é quando


o ofendido não pode retornar a todas as suas comuns atividades corporais
antes de transcorridos 30 dias, contados da data da lesão. O conceito de
ocupações habituais é mais do que o trabalho, embora também o inclua, assim,
é qualquer atividade funcional habitual e nisto estão amparados o recém-
nascido, o desempregado, o estudante e o aposentado. Essa incapacidade não
tem que ser total, bastando unicamente o comprometimento de uma ocupação
habitual que incapacite a vítima. O exame complementar, que sempre é
necessário, é um segundo exame pericial que se faz logo que decorra o prazo
de 30 dias, contado da data do crime e não da respectiva lavratura do corpo de
delito, para avaliar o tempo de duração da incapacidade. A incapacidade deve
cessar assim que a vítima tenha condições razoáveis de retornar às suas
atividades sem nenhum prejuízo, mesmo ainda não totalmente convalescida. A
cura é funcional e não anatômica.

- perigo de vida – é a probabilidade concreta e objetiva de morte (não pode


nunca ser suposto, nem presumido, mas real, clínica e obrigatoriamente
diagnosticado). É a situação clínica em que resultará a morte do ofendido se

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não for socorrido adequadamente, em tempo hábil. Ex.: hemorragia por seção
de vaso calibroso, prontamente coibida; traumatismo cranioencefálico, feridas
penetrantes do abdome, lesão de lobo hepático, comoção medular,
queimaduras em áreas extensas corporais, colapso total de um pulmão etc.

01) FUMARC/DELEGADO PCMG/2011 Considerando as lesões corporais


dolosas graves relativas à eventualidade “perigo de vida”, pode-se afirmar que
A) constitui prognóstico de morte futura.
B) constitui provável complicação letal vindoura.
C) constitui situação concreta de morte iminente.
D) todas as opções listadas acima contemplam o conceito perigo de vida.

RESPOSTA C. Entende-se por perigo de vida um conjunto de sinais e sintomas


clinicamente demonstrável de uma condição concreta de morte iminente, ou
seja, uma ameaça imediata de êxito letal. Não pode ser condicionada a
possíveis resultados.

- debilidade permanente de membro, sentido ou função


 Membros: são os braços, antebraços, cotovelos, mãos, dedos, coxas, pernas e
pés.
 Sentidos: são a visão, audição, olfato, paladar e tato.
 Função: é o conjunto de atividades de um ou mais órgãos, sistema ou aparelho
que conduz a uma atividade padrão (ex.: funções digestiva, mastigatória,
respiratória).
 Debilidade: não é anulação da atividade, mas sim uma expressiva redução da
mesma.
 Permanente: quando cessam os meios habituais de tratamento ou recuperação.
A ablação ou inutilização de um órgão duplo, mantido o outro íntegro e
não abolida a função, constitui lesão grave (debilidade permanente). Assim, por
exemplo, a perda de uma mão, de um pulmão ou de um olho, não significam
perdas propriamente ditas, mas debilidade funcional, considerando-se que tais
órgãos contribuem no seu conjunto para uma função. O conceito de órgão,
sentido ou função, dentro desta discussão, tem um significado fisiológico e não
anatômico. O que se cogita avaliar aqui é uma determinada função. Nas
decisões da Justiça de terceiro grau, tem sido sempre dito que é desclassificado
o crime de lesão corporal gravíssima para grave, quando ocorre perda ou
inutilização apenas de um dos elementos componentes de determinada função
ou sentido, como é o caso dos órgãos duplos, em que há apenas a diminuição
funcional, não a sua perda.

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- aceleração de parto – consiste na antecipação quanto à data ou ocasião do


parto, mas necessariamente depois do tempo mínimo para a possibilidade de
vida extra-uterina e desencadeada por traumatismos físicos ou psíquicos. Na
aceleração do parto, o concepto deve nascer vivo e continuar com vida, dado o
seu grau de maturação; no aborto, o concepto é expulso morto, ou sem
viabilidade, se sobreviver.

1.3. Gravíssimas - São os danos corporais resultantes das consequências


previstas pelo § 2°:

- incapacidade permanente para o trabalho - Permanente é a incapacidade


que sobrevém no instante em que cessam os meios habituais de tratamento. A
lei diz claramente que a incapacidade diz respeito a qualquer tipo de trabalho, e
não somente para o trabalho especificamente exercido pela vítima.

- enfermidade incurável – Incurável é aquilo que é definitivo, em face de


processos normalmente utilizados para a cura.

- perda ou inutilização de membro, sentido ou função – Nesse caso a


graduação é maior do que na debilidade permanente (lesão grave). Não há
necessidade de um grau extremo de debilitação funcional, ou seja, a perda não
precisa ser absoluta, basta que a função fique praticamente inútil (um vestígio
funcional). Tanto faz a perda de membros, sentido ou função como suas
permanências inúteis. Em geral aceita-se que uma perda acima de 70%
caracteriza a perda ou a inutilização de membro, sentido ou função.
Exemplos: cegueira dos dois olhos; traumatismo em bolsa escrotal que
inutilize a função reprodutora, paralisação das pernas.

- deformidade permanente – Dois aspectos estão envolvidos: o caráter


permanente e a aparência. O conceito enfocado é o de gerar repugnância pela
perda de harmonia e não pelo feio ou bonito. As condições da vítima, no que diz
respeito à idade, ao sexo, à profissão ou ao estado social, não devem ter
nenhum relevo quanto à caracterização da deformidade sob a ótica do Direito
Público, como também não podem ficar condicionadas à impressão que alguém
tem de si mesmo, mas ao que pode despertar nos outros. Cicatrizes, alterações
de formas, desvios, claudicações expressivas, tudo isso poderá constituir uma
deformidade permanente, desde que seja aparente e afete o modo de vida da
pessoa. A deformidade permanente pode ter um resultado devastador na vida
do indivíduo, pois estigmatiza, deforma a personalidade, a conduta e o
comportamento de seu portador. Não importa a parte do corpo em que esteja
localizada a deformidade, basta que ela possa eventualmente ser vista.
O uso de prótese ainda que perfeita, que esconde a deformidade, um olho

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de vidro ou uma dentadura, perpetua a deformação. O agravamento existe,


está camuflado, remediado, simulado. Vejam essa jurisprudência: “O fato de ter
a vítima implantado uma ponte no lugar dos dentes perdidos na agressão que
sofreu é irrelevante para fins de tipificação penal da infração. Ninguém está
obrigado a usar postiços ou disfarces para favorecer a sorte do seu
ofensor”(TJSP-AC-RT693/339).

- aborto – é a interrupção da gravidez, normal e não patológica, em qualquer


fase do processo gestatório, haja ou não a expulsão do concepto morto, ou, se
vivo, que morra logo após pela inaptidão para a vida extra-uterina.

1.4. Concausas

Concausa: é o conjunto de fatores, preexistentes ou supervenientes,


suscetíveis de modificar o curso natural do resultado de uma lesão ao arrepio
da vontade do autor.

Concausas preexistentes

São aquelas que já existiam antes da lesão e são capazes de modificar o


resultado. As concausas preexistentes são classificadas em anatômicas,
fisiológicas e patológicas.

a) Concausas preexistentes anatômicas

São anomalias congênitas (má formação), como a patologia cistus inversus


(órgãos do lado contrário).

b) Concausas preexistentes fisiológicas

Referem-se ao estado de funcionamento, no momento da lesão, de


determinado órgão (ex.: o sujeito está com a bexiga cheia; se houver trauma
pode estourar a bexiga, ao passo que se ela estivesse vazia, esse mesmo
trauma não a afetaria).

c) Concausas preexistentes patológicas

São os casos de hemofilia, diabetes, aneurisma etc.

Concausas supervenientes

Ocorrem depois, com o agravamento. Podem envolver imperícia,


negligência, imprudência, infecções etc.

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1.5. Lesões corporais culposas


É o parágrafo 6° do artigo 129 do CP e neste caso não existe a graduação
da pena referente à quantidade e à qualidade do dano como ocorre nas lesões
corporais de natureza dolosa. Nesse caso o perito deve considerar o dano,
estabelecer a relação de causalidade, caracterizar a previsibilidade de dano e
responder aos quesitos.

1.6. Lesões corporais seguidas de morte


É o parágrafo 3° do artigo 129. Os italianos chamam de “homicídio
preterintencional” e os alemães de “crime qualificado pelo resultado”. A ação é
dolosa, mas o resultado morte é culposo. O reconhecimento de uma lesão
corporal seguida de morte compete ao julgador e não ao perito; a este compete
tão somente a descrição parcial da sede, número, direção, profundidade das
lesões etc.

Vamos aos exercícios:

No almoço de natal de 2001, Pedrinho, um garoto de sete anos de idade,


portador da síndrome de Down, ao comer um pedaço de peru com farofa que
seu pai havia encomendado, mordeu uma pedra e luxou gravemente o dente
21, que precisou ser ferulizado aos adjacentes, em consultório. Seu pai
registrou ocorrência policial e entrou com um processo pleiteando indenização.
No primeiro dia do ano seguinte, apesar de ser feriado, Pedrinho foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para ser submetido a exame
pericial, que constatou imobilização dentária e hiperemia com tumefação na
mucosa gengival vestibular correspondente ao ápice do dente lesado. Com base
na situação hipotética apresentada acima, julgue os itens a seguir.
02) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Considerando que o exame
pericial não tivesse permitido um prognóstico definitivo, em função da evolução
incerta do caso, os peritos deveriam ter solicitado que Pedrinho retornasse no
dia 31/1/2002 para o primeiro exame complementar.

ERRADO. O exame complementar dever ser realizado 30 dias da ocorrência da


lesão e não 30 dias após o primeiro exame. Se a lesão ocorreu em 25 de
dezembro de 2001 o exame complementar deveria ser feito em 25 de janeiro
de 2002.

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03) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Sendo Pedrinho estudante, o


afastamento de suas ocupações habituais por mais de trinta dias em
decorrência do incidente não estaria amparado por lei.

ERRADO. Como já explicado ocupação habitual é qualquer atividade funcional


habitual e isso inclui o estudante.

04) UNIVERSA/Perito Médico-Legista/PCDF 2008. Em um exame de corpo


de delito, os peritos não puderam responder quanto à gravidade da lesão e
marcaram corretamente um exame complementar. Assinale a alternativa que
contém a data marcada para o retorno.
A) 30 dias após a data da lesão
B) 30 dias após o primeiro exame
C) 15 dias após a data da lesão
D) 25 dias após o primeiro exame
E) 40 dias após a data do primeiro exame

RESPOSTA A. Vejam esse artigo do CPP.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no
art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de
30 dias, contado da data do crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.

Vejam o caso da fotografia abaixo (fig. 2): uma presidiária passou uma
navalha no pescoço de outra presidiária, resultando uma lesão cortante (ou
incisa). Ela já tinha sido suturada quando se fez o primeiro exame, mas deve-se
aguardar o processo de cicatrização para ser avaliada novamente.

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Fig. 02

05) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Segundo o art. 129 do


Código Penal Brasileiro (CPB), a doutrina e a jurisprudência, assinale a opção
correta.
A) As lesões corporais podem ser divididas em dolosas ou intencionais.
B) A debilidade permanente da função mastigatória caracteriza uma lesão
corporal dolosa em gravíssima.
C) A perda dos incisivos centrais superiores caracteriza uma lesão corporal
dolosa em gravíssima.
D) Se, ao levar um soco, uma pessoa cai na rua e um caminhão quase esmaga
sua cabeça, tem-se configurado perigo de vida.
E) A perda do olho esquerdo caracteriza, em uma pessoa que enxerga bem do
outro olho, uma lesão corporal dolosa grave.

RESPOSTA C

A) ERRADO. As lesões corporais são divididas em dolosas (com intenção) e


culposas (sem intenção). Existem subdivisões do dolo mas não vamos entrar
nessa seara.
B) ERRADO. Debilidade permanente é classificada como lesão corporal grave
e não gravíssima.
C) CERTO. A perda de incisivos caracteriza deformidade permanente por ser
um dano estético, visível e não reparável naturalmente.
D) ERRADO. Entende-se por perigo de vida um conjunto de sinais e sintomas
clinicamente demonstrável de uma condição concreta de morte iminente, ou
seja, uma ameaça imediata de êxito letal. Não pode ser condicionada a
possíveis resultados. São exemplos de perigo de vida: ferimentos de grandes
cavidades, coma, asfixia, fratura alta da coluna e traumatismo crânio-
encefálico.

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E) ERRADO. Trago as palavras do França “a amputação de um braço não


leva à perda da função, no sentido de uma lesão gravíssima, mas a uma
debilidade de função, assim como a enucleação de um olho não quer dizer a
perda de um órgão, mas uma debilidade funcional. Mesmo sendo o olho
anatomicamente um órgão, ele é parte de uma função e por ela se valoriza. O
caráter estético não está aí arguído”. A banca classificou a perda de um
olho como deformidade permanente por isso é uma lesão gravíssima.

06) UNIVERSA/Médico-Legista Goiás/ 2010 Um indivíduo normal, vítima


de uma agressão física intencional, sofreu um traumatismo com perfuração do
olho esquerdo e consequente extravasamento e não recebeu os cuidados
devidos. Dessa forma, a lesão apresentada, do ponto de vista jurídico, será
classificada como
A) lesão corporal gravíssima.
B) lesão corporal grave.
C) lesão corporal leve.
D) lesão corporal grave ou gravíssima, a depender de outros fatores não
enunciados.
E) lesão corporal leve ou grave, a depender de outros fatores não enunciados.

RESPOSTA: ANULADA. Justificativa da Banca: “Embora a expressão “perfuração


do olho” leve à ideia de uma perfuração significativa, pode ser uma perfuração
de qualquer magnitude, e, embora a expressão “extravasamento” sugira uma
caudalosa saída do conteúdo, esse extravasamento pode ser mínimo. Dessa
forma, a lesão pode ser leve, grave ou gravíssima.”

O gabarito preliminar deu como resposta a alternativa A, pois a banca induziu


que o extravasamento tivesse levado a perda do olho o caracterizaria uma
deformidade (por causa do dano estético) e por consequência uma lesão
corporal gravíssima. Mas devido ao grande número de recursos (porque a banca
não foi clara se realmente houve a perda do olho) a banca anulou, pois se o
extravasamento causasse apenas perda da visão de um único olho isso seria
debilidade da função e a lesão seria grave. Se esse extravasamento fosse
mínimo como justificou a Banca seria uma lesão corporal leve.
Vejam como a questão do CESPE (questão 19, letra E) foi mais clara. Ela
disse “perda do olho”.
Vejam essas jurisprudências sobre esse assunto que confirma nosso
entendimento:

- Quanto ao mérito, foi informado que a defesa sustenta a inocorrência de


lesão corporal gravíssima, pois a vítima sofreu a perda de apenas um dos

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globos oculares, restando, portanto, o outro olho com o qual poderia enxergar.
Entretanto, o voto preponderante asseverou que a natureza gravíssima se
justifica em virtude da deformidade permanente causada no rosto da vítima,
fato comprovado por prova pericial. (TJDFT 20110020029953RVC, julgamento
28/03/2011).

- Embora a perda de um dos olhos constitua "debilidade permanente do


sentido" (III, § 1º, art. 129, do CP) da visão, conforme alegado pelo apelante,
na espécie, além da debilidade do sentido, a lesão que a vítima sofreu
resultou em "deformidade permanente" (III, § 2º, do art. 129, do CP) que
é facilmente constatada pela observação das fotografias da vítima, que está
com um orifício resultante da extirpação cirúrgica do que restou do globo
ocular. (ACR 3098780 PR 0309878-0)

Um idoso de 65 anos de idade submeteu-se a exame ambulatorial no IML


logo após 30 dias da ocorrência de acidente automobilístico. O idoso
apresentava andar claudicante, cicatriz hipocrômica e hipertrófica na face
anterior de perna direita, consequente de traumatismo provocado pela alavanca
de câmbio que o atingiu durante a colisão do veículo que dirigia. O idoso havia
renovado sua carteira nacional de habilitação quinze dias antes do acidente e
constava em seu prontuário que ele estava apto, sem restrições para dirigir
veículo automotor. A partir da situação acima apresentada, julgue os itens
subsecutivos.
07) CESPE/Médico-Legista/PCES/2011 Nessa situação, mesmo que a lesão
esteja em evolução, o legista deve concluir o laudo nesse momento, visto que,
no Código de Processo Penal, não há previsão de outros exames em tempo
superior a trinta dias.

ERRADO. A questão tem dois erros: primeiro que não se deve concluir uma
lesão em evolução pois o perito deve avaliar a existência de sequelas e suas
consequências. Segundo, que há previsão de outros exames no artigo 181 do
CPP:

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,


obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo


exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

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08) CESPE/Médico-Legista/PCES/2011 O exame acima descrito configura


exame médico legal complementar, cujo objetivo consiste em evidenciar a
resposta ao quesito relativo ao tempo de impossibilidade de exercício de
ocupações habituais, que, juridicamente, possibilita a distinção da natureza da
lesão, ou seja, se corresponde a lesão leve ou grave.

CORRETO. Entendimento do artigo 168 do CPP § 2o Se o exame tiver por fim


precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal (que é
justamente a incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias),
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do
crime.

09) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Abel,


após ingerir pequena quantidade de bebida com teor alcoólico, inicia uma
discussão com sua colega de trabalho, Zulmira, grávida de 6 meses. Após se
sentir ofendido verbalmente, Abel obtém uma barra de madeira e desfere
alguns golpes contra Zulmira apenas no intuito de feri-la fisicamente, e não o
seu feto. Zulmira foi, então, socorrida e levada ao pronto-socorro pelo corpo de
bombeiros. Constatou-se no hospital a interrupção da gravidez pela morte do
feto no ventre de Zulmira em função das agressões sofridas pela mãe. Nessa
situação, Abel deverá ser enquadrado no crime de
A) Homicídio
B) Infanticídio
C) Maus-tratos
D) Lesão corporal gravíssima
E) Aborto provocado por terceiro

RESPOSTA D. Há nexo de causalidade entre a lesão e o resultado,


enquadrando-se no Art 129 parág 2° - aborto. Repare que ele tinha intenção
apenas de feri-la.

10) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Ao


retornar para casa após um dia de trabalho, Ana é surpreendida com a
presença de seu colega de profissão, Lúcio, em frente à sua residência. Lúcio
relatou que não “iria deixar barato” o fato de Ana ter-se negado a aceita-lo
como namorado. Assim sendo, no intuito único de ferir fisicamente sua amada,

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Lúcio a segura firmemente e corta o rosto dela com um instrumento


perfurocortante. Após atendimento médico, Ana foi levada ao InstitutoMédico
Legal, e o laudo pericial constatou a presença de ruptura total de alguns trechos
terminais nos nervos maxilares e mandibulares. Nesse caso, a pena prevista
para o crime cometido por Lúcio é de
A) Detenção, de dois meses a um ano
B) Detenção, de três meses a um ano
C) Reclusão, de um a cinco anos
D) Reclusão, de dois a oito anos
E) Reclusão, de quatro a doze anos

RESPOSTA D

Inicialmente a Banca colocou como gabarito preliminar a letra C, mas depois


mudou para a letra D. Veja a justificativa da Banca: “Considerando que Ana é
ferida por um instrumento perfurocortante, causando ruptura de trechos
terminais dos nervos maxilares e mandibulares, a formação de cicatriz e a
alteração estética da paciente serão permanentes. Assim, há uma lesão
corporal de natureza gravíssima e não apenas grave, e a pena para lesão
corporal gravíssima é reclusão, de dois a oito anos”. A Banca fez o meu
trabalho: explicou certinho a questão. Somente gostaria de frisar as penas das
lesões corporais:

Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o
resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:

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Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

11) FUMARC/MEDICO LEGISTA/PCMG 2013 Trata-se de lesão corporal de


natureza gravíssima, conforme o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro:
A) Perigo de vida.
B) Deformidade permanente.
C) Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
D) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.

RESPOSTA B. Essa questão cobrou a literalidade da lei. As alternativas A, C e D


são os incisos da lesão grave. Logo, só sobrou a letra B.

12) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Joel,


após discussão com Valdir, em que foram feitas ofensas verbais, pegou um
tijolo e o arremessou sobre a face de Valdir, com a intenção única de agredi-lo
fisicamente. Os peritos criminais detectaram extensa equimose facial do lado
esquerdo, grande corte com perda de substância, medindo 9,3 cm × 4,4
cm nos seus maiores diâmetros, além de diversos cortes de menor
extensão. No exame físico intra bucal, observaram grandes fraturas
coronárias dos dentes 24, 25 e 34. O exame radiográfico não
demonstrou fraturas nos ossos da face. Decorridos 6 meses, o corte facial
resultou em extensa cicatriz (9 cm × 4 cm) e outras de menor diâmetro.
Valdir referia que se sentia constrangido publicamente diante de seu
aspecto físico após tais agressões. Diante disso, Joel foi julgado e
condenado pelo crime de lesão corporal de natureza gravíssima. De acordo
com essas informações, o enquadramento no crime em que Joel foi
condenado foi fundamentado no fato de ele ter
A) causado enfermidade incurável na vítima.
B) causado deformidade permanente na vítima.
C) omitido socorro à vítima.
D) produzido incapacidade permanente para o trabalho na vítima.
E) provocado debilidade permanente de membro, sentido ou função na
vítima.

RESPOSTA B. Depois de tudo que vimos a questão ficou fácil não é? A Banca
deu várias dicas “extensa cicatriz”, “natureza gravíssima”, “constrangido
publicamente”. É claro que houve deformidade permanente. Essas questões
têm que ser claras, porque olhando o paciente, às vezes ficamos na dúvida,
imagine fazendo uma questão de prova!

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Terminamos por aqui. Bons estudos.

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5. QUESTÕES RESOLVIDAS NESTA AULA

01) FUMARC/DELEGADO PCMG/2011 Considerando as lesões corporais


dolosas graves relativas à eventualidade “perigo de vida”, pode-se afirmar que
A) constitui prognóstico de morte futura.
B) constitui provável complicação letal vindoura.
C) constitui situação concreta de morte iminente.
D) todas as opções listadas acima contemplam o conceito perigo de vida.

No almoço de natal de 2001, Pedrinho, um garoto de sete anos de idade,


portador da síndrome de Down, ao comer um pedaço de peru com farofa que
seu pai havia encomendado, mordeu uma pedra e luxou gravemente o dente
21, que precisou ser ferulizado aos adjacentes, em consultório. Seu pai
registrou ocorrência policial e entrou com um processo pleiteando indenização.
No primeiro dia do ano seguinte, apesar de ser feriado, Pedrinho foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para ser submetido a exame
pericial, que constatou imobilização dentária e hiperemia com tumefação na
mucosa gengival vestibular correspondente ao ápice do dente lesado. Com base
na situação hipotética apresentada acima, julgue os itens a seguir.
02) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Considerando que o exame
pericial não tivesse permitido um prognóstico definitivo, em função da evolução
incerta do caso, os peritos deveriam ter solicitado que Pedrinho retornasse no
dia 31/1/2002 para o primeiro exame complementar.

03) CESPE/ Odonto-Legista/PCRR/2003. Sendo Pedrinho estudante, o


afastamento de suas ocupações habituais por mais de trinta dias em
decorrência do incidente não estaria amparado por lei.

04) UNIVERSA/Perito Médico-Legista/PCDF 2008. Em um exame de corpo


de delito, os peritos não puderam responder quanto à gravidade da lesão e
marcaram corretamente um exame complementar. Assinale a alternativa que
contém a data marcada para o retorno.
A) 30 dias após a data da lesão
B) 30 dias após o primeiro exame
C) 15 dias após a data da lesão
D) 25 dias após o primeiro exame
E) 40 dias após a data do primeiro exame

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05) CESPE/Perito Odonto-Legal/PC/PB 2009 Segundo o art. 129 do


Código Penal Brasileiro (CPB), a doutrina e a jurisprudência, assinale a opção
correta.

A) As lesões corporais podem ser divididas em dolosas ou intencionais.


B) A debilidade permanente da função mastigatória caracteriza uma lesão
corporal dolosa em gravíssima.
C) A perda dos incisivos centrais superiores caracteriza uma lesão corporal
dolosa em gravíssima.
D) Se, ao levar um soco, uma pessoa cai na rua e um caminhão quase esmaga
sua cabeça, tem-se configurado perigo de vida.
E) A perda do olho esquerdo caracteriza, em uma pessoa que enxerga bem do
outro olho, uma lesão corporal dolosa grave.

06) UNIVERSA/Médico-Legista Goiás/ 2010 Um indivíduo normal, vítima


de uma agressão física intencional, sofreu um traumatismo com perfuração do
olho esquerdo e consequente extravasamento e não recebeu os cuidados
devidos. Dessa forma, a lesão apresentada, do ponto de vista jurídico, será
classificada como
A) lesão corporal gravíssima.
B) lesão corporal grave.
C) lesão corporal leve.
D) lesão corporal grave ou gravíssima, a depender de outros fatores não
enunciados.
E) lesão corporal leve ou grave, a depender de outros fatores não enunciados.

Um idoso de 65 anos de idade submeteu-se a exame ambulatorial no IML


logo após 30 dias da ocorrência de acidente automobilístico. O idoso
apresentava andar claudicante, cicatriz hipocrômica e hipertrófica na face
anterior de perna direita, consequente de traumatismo provocado pela alavanca
de câmbio que o atingiu durante a colisão do veículo que dirigia. O idoso havia
renovado sua carteira nacional de habilitação quinze dias antes do acidente e
constava em seu prontuário que ele estava apto, sem restrições para dirigir
veículo automotor. A partir da situação acima apresentada, julgue os itens
subsecutivos.
07) CESPE/Médico-Legista/PCES/2011 Nessa situação, mesmo que a lesão
esteja em evolução, o legista deve concluir o laudo nesse momento, visto que,
no Código de Processo Penal, não há previsão de outros exames em tempo
superior a trinta dias.

08) CESPE/Médico-Legista/PCES/2011 O exame acima descrito configura


exame médico legal complementar, cujo objetivo consiste em evidenciar a
resposta ao quesito relativo ao tempo de impossibilidade de exercício de
ocupações habituais, que, juridicamente, possibilita a distinção da natureza da
lesão, ou seja, se corresponde a lesão leve ou grave.

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09) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Abel,


após ingerir pequena quantidade de bebida com teor alcoólico, inicia uma
discussão com sua colega de trabalho, Zulmira, grávida de 6 meses. Após se
sentir ofendido verbalmente, Abel obtém uma barra de madeira e desfere
alguns golpes contra Zulmira apenas no intuito de feri-la fisicamente, e não o
seu feto. Zulmira foi, então, socorrida e levada ao pronto-socorro pelo corpo de
bombeiros. Constatou-se no hospital a interrupção da gravidez pela morte do
feto no ventre de Zulmira em função das agressões sofridas pela mãe. Nessa
situação, Abel deverá ser enquadrado no crime de
A) Homicídio
B) Infanticídio
C) Maus-tratos
D) Lesão corporal gravíssima
E) Aborto provocado por terceiro

10) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Ao


retornar para casa após um dia de trabalho, Ana é surpreendida com a
presença de seu colega de profissão, Lúcio, em frente à sua residência. Lúcio
relatou que não “iria deixar barato” o fato de Ana ter-se negado a aceita-lo
como namorado. Assim sendo, no intuito único de ferir fisicamente sua amada,
Lúcio a segura firmemente e corta o rosto dela com um instrumento
perfurocortante. Após atendimento médico, Ana foi levada ao InstitutoMédico
Legal, e o laudo pericial constatou a presença de ruptura total de alguns trechos
terminais nos nervos maxilares e mandibulares. Nesse caso, a pena prevista
para o crime cometido por Lúcio é de
A) Detenção, de dois meses a um ano
B) Detenção, de três meses a um ano
C) Reclusão, de um a cinco anos
D) Reclusão, de dois a oito anos
E) Reclusão, de quatro a doze anos

11) FUMARC/MEDICO LEGISTA/PCMG 2013 Trata-se de lesão corporal de


natureza gravíssima, conforme o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro:
A) Perigo de vida.
B) Deformidade permanente.
C) Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
D) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.

12) UNIVERSA/Perito Criminal/Prova 3 Odontologia/PCDF/2012 Joel,


após discussão com Valdir, em que foram feitas ofensas verbais, pegou um
tijolo e o arremessou sobre a face de Valdir, com a intenção única de agredi-lo
fisicamente. Os peritos criminais detectaram extensa equimose facial do lado
esquerdo, grande corte com perda de substância, medindo 9,3 cm × 4,4
cm nos seus maiores diâmetros, além de diversos cortes de menor
extensão. No exame físico intra bucal, observaram grandes fraturas

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coronárias dos dentes 24, 25 e 34. O exame radiográfico não


demonstrou fraturas nos ossos da face. Decorridos 6 meses, o corte facial
resultou em extensa cicatriz (9 cm × 4 cm) e outras de menor diâmetro.
Valdir referia que se sentia constrangido publicamente diante de seu
aspecto físico após tais agressões. Diante disso, Joel foi julgado e
condenado pelo crime de lesão corporal de natureza gravíssima. De acordo
com essas informações, o enquadramento no crime em que Joel foi
condenado foi fundamentado no fato de ele ter
A) causado enfermidade incurável na vítima.
B) causado deformidade permanente na vítima.
C) omitido socorro à vítima.
D) produzido incapacidade permanente para o trabalho na vítima.
E) provocado debilidade permanente de membro, sentido ou função na
vítima.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E E A C NULA E C D D

11 12
B B

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