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1.1) DEFINIÇÃO
A) Sistema legal – compete ao legislador enumerar, num rol taxativo,
quais delitos considerados hediondos.
B) Sistema judicial – é o juiz quem, na apreciação do caso concreto,
diante da gravidade do crime, decide se a infração é ou não hedionda.
C) Sistema misto – o legislador apresenta rol exemplificativo de crimes
hediondos, deixando ao juiz um campo fértil para encontrar outros casos.
Assaltante que mata o outro para ficar com o proveito do crime, não é
latrocínio (trata-se de roubo + homicídio torpe). O assaltante que mata o outro,
por tentar matar a vítima – art. 73 do CP – aberratio ictus – considerará as
qualidades da vítima virtual e não da vítima real, logo, é latrocínio.
Se a intenção inicial do agente era matar e só depois resolveu subtrair,
trata-se de homicídio seguido de furto – não é latrocínio.
Súmula 603 do STF – latrocínio não vai à júri, pois é crime contra o
patrimônio – competência do juiz singular.
Roubo de um carro mas mata 3 pessoas – há uma subtração e uma
pluralidade de mortes – 1ª corrente – há apenas um latrocínio; as várias mortes
serão consideradas pelo juiz na fixação da pena – CÉSAR ROBERTO
BITENCOURT (é a corrente predominante em concursos públicos); 2ª corrente
– há concurso formal impróprio (art. 70, segunda parte, do CP) – trata-se de
pluralidade de latrocínio com soma de penas (tese institucional do MP de São
Paulo); 3ª corrente – há uma continuidade delitiva – minoria jurisprudencial.
Súmula 610 do STF – há crime de latrocínio consumado quando há a
consumação da morte, ainda que a subtração seja tentada - **posição do
STF. Crítica: tal súmula ignora o art. 14, I, do CP – o crime é consumado
quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal – ROGÉRIO
GRECO.
OBS.: é possível aplicar as causas de aumento de pena (parág. 2º do
art. 157) ao latrocínio? R: Jamais! Não se aplica as majorantes do parágrafo
2º ao crime de latrocínio (localizado no parág. 3º do mesmo artigo). As
majorantes do parág. 2º tem exclusiva aplicação aos crimes de roubo próprio e
impróprio, não incidindo ao latrocínio – posição topográfica do parág 2º (só
se aplica aos anteriores).
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Parte(s)
Ementa
Uma 1a corrente diz que a lei de lavagem tutela o mesmo bem jurídico
protegido pelo crime antecedente – não é a que predomina. Uma 2ª corrente
entende que o bem jurídico seria a Administração da Justiça – RODOLFO
TIGRE MAIA. Uma 3ª corrente entende ser a ordem econômico-financeira –
é a que prevalece na doutrina. A 4ª corrente entende ser a ordem econômico-
financeira e o bem jurídico tutelado pelo crime antecedente – ALBERTO SILVA
FRANCO.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas
das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos
nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de
vinte e quatro horas, às autoridades competentes:
a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado,
para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo
ser juntada a identificação a que se refere o inciso I do mesmo artigo; (Redação dada pela Lei
nº 10.701, de 9.7.2003)
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos incisos I a VI do
caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de organização
criminosa.
Não está inserido neste parágrafo o inciso VIII – não incide a causa de
aumento de pena prevista no parágrafo 4º do art. 1º.
§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime
aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o
autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
HC 90688 / PR - PARANÁ
HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 12/02/2008 Órgão Julgador: Primeira Turma
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Parte(s)
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2.14) PROCEDIMENTO
Atenção para a Lei 11719/2008 – alterou os procedimentos do CPP. Os
procedimentos são: a) procedimento comum ordinário (crime com pena
máxima igual ou superior a 4 anos – aplica-se aos crimes de lavagem), b)
procedimento comum sumário (quando o crime tiver pena máxima inferior a 4
anos e superior a 2 anos) e, c) procedimento comum sumaríssimo (todas as
contravenções penais e crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 anos,
cumulada ou não com multa, submetido ou não a procedimento especial).
A pena é de 3 a 10 anos de reclusão.
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Art. 2, § 1º, da lei. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime
antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
pena o autor daquele crime.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de s
proce17.4.1996)
Parte(s)
Ementa
O art. 2º, parágrafo 2º da Lei 9613/98 diz que não se aplica o art. 366
do CPP à lavagem de capitais. Todavia, a mesma lei, logo depois, em seu art.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
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4º, parágrafo 3º, diz que será aplicado o art. 366 do CPP. Para a doutrina, é
possível a aplicação do art. 366 do CPP (LFG). Para concursos públicos – não
se aplica!!!
OBS.: O art. 366 do CPP não foi revogado pela Lei 11719/2008 – nova
lei do procedimento comum.
Art. 3º Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade provisória
e, em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá
apelar em liberdade.
Publicação
DJe-032 DIVULG 06-06-2007 PUBLIC 08-06-2007 DJ 08-06-2007 PP-00037 EMENT VOL-
02279-03 PP-00429 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 466-474
Parte(s)
Ementa
III - A garantia do devido processo legal engloba o direito ao duplo grau de jurisdição,
sobrepondo-se à exigência prevista no art. 594 do CPP.
V - Ainda que não se empreste dignidade constitucional ao duplo grau de jurisdição, trata-se
de garantia prevista na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, cuja ratificação
pelo Brasil deu-se em 1992, data posterior à promulgação Código de Processo Penal.
Para o STF, o art. 595 do CPP também está revogado, ou seja, a fuga
do réu durante o trâmite do recurso não será mais considerada causa de
extinção anômala do recurso.
2.23.1) Apreensão
Trata-se de medida cautelar com o objetivo de apreender coisas, objetos
e instrumentos de interesse para a instauração do processo.
2.23.2) Seqüestro
Medida assecuratória fundada no interesse público, antecipativa do
perdimento de bens como efeito da condenação no caso de bens produto de
crimes ou adquiridos pelo agente com a prática do fato criminoso.
OBS.: é distinto de arresto – este é uma medida assecuratória fundada
no interesse privado, que tem por finalidade assegurar a reparação civil do
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parte(s)
Ementa
Art. 4º, § 2º O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores apreendidos ou
seqüestrados quando comprovada a licitude de sua origem.
I - a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto de crime previsto nesta
Lei, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei, ocorrendo possibilidade de
violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada
pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de justiça. (Vide Adin nº 1.570-2).
Parte(s)
Ementa
Art. 156 do CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parte(s)
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Parte(s)
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A) Teoria do risco
Advém do direito norte-americano. Procura-se dar validade à prova
obtida mediante violação ao direito à intimidade. A pessoa que
espontaneamente faz revelações a respeito de sua participação em
atividades ilícitas, assume o risco quanto à documentação do fato por um
terceiro. Ex.: quando uma pessoa toma uma atitude frente a câmeras de
segurança, tal filmagem não poderia ser rebatida pelo o agente, embasando-se
na violação ao direito à intimidade.
SÚMULA Nº 568
A IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL NÃO CONSTITUI CONSTRANGIMENTO ILEGAL, AINDA QUE
O INDICIADO JÁ TENHA SIDO IDENTIFICADO CIVILMENTE.
Esta súmula é anterior à CF/88. Ela deve ter a sua leitura confrontada
com o art. 5º, LVIII, da CF
Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
Art. 109 do ECA. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação,
havendo dúvida fundada.
Art. 5º da Lei 9034/95. A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação
praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil.
Art. 1o O preso em flagrante delito, o indiciado em inquérito policial, aquele que pratica
infração penal de menor gravidade (art. 61, caput e parágrafo único do art. 69 da Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995), assim como aqueles contra os quais tenha sido expedido
mandado de prisão judicial, desde que não identificados civilmente, serão submetidos à
identificação criminal, inclusive pelo processo datiloscópico e fotográfico.
Art. 3o O civilmente identificado por documento original não será submetido à identificação
criminal, exceto quando:
I – estiver indiciado ou acusado pela prática de homicídio doloso, crimes contra o patrimônio
praticados mediante violência ou grave ameaça, crime de receptação qualificada, crimes contra
a liberdade sexual ou crime de falsificação de documento público;
Art. 4o Cópia do documento de identificação civil apresentada deverá ser mantida nos autos
de prisão em flagrante, quando houver, e no inquérito policial, em quantidade de vias
necessárias.
Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de
um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de
infrações penais e sua autoria.
Art. 7º da Lei 9034/95. Não será concedida liberdade provisória, com ou sem
fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.
Pelo texto da lei, ela é vedada (com ou sem fiança). Foi visto na lei de
lavagem de capitais. Doutrinadores como LFG, EUGÊNIO PACHELLI,
entendem que, no momento que se veda a liberdade provisória, cria-se uma
prisão cautelar obrigatória, violando o princípio da presunção de inocência.
Somando todos estes prazos: o prazo pode variar entre 95 a 175 dias.
Para os tribunais, esse prazo de encerramento da instrução criminal não é
absoluto, podendo ser dilatado em virtude da complexidade da causa e/ou
pluralidade de réus. Portanto, haverá excesso de prazo nas seguintes
hipóteses:
1ª) quando o excesso for causado pela inércia do Poder Judiciário;
2ª) quando o excesso for causado por diligências suscitadas
exclusivamente pela acusação;
3ª) quando restar caracterizado um excesso abusivo, desproporcional à
garantia da razoável duração do processo;
OBS.: o processo continua normalmente, mas o réu será posto em
liberdade.
Art. 9º da Lei 9034/95 foi revogado pelo o art. 387, parágrafo único do
CPP.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas
contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem
sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente
for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Súmula: 24 do STJ
Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade autárquica da
previdência social, a qualificadora do § 3º, do art. 171 do código penal.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3 o, nome
do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Súmula: 17 do STJ
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou
creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente
for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não
ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos
mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Art. 11. São anistiados os agentes políticos que tenham sido responsabilizados, sem que fosse
atribuição legal sua, pela prática dos crimes previstos na alínea "d" do art. 95 da Lei nº 8.212,
de 1991, e no art. 86 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960.
Parágrafo único. São igualmente anistiados os demais responsabilizados pela prática dos
crimes previstos na alínea "d" do art. 95 da Lei nº 8.212, de 1991, e no art. 86 da Lei nº 3.807,
de 1960. (Execução suspensa, com efeito ex tunc, pela RSF nº 3, de 2008)
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Parte(s)
Ementa
EMENTA: 1. Habeas corpus. Crimes contra a Ordem Tributária (Lei no 8.137, de 1990).
Crime societário. 2. Alegação de denúncia genérica e que estaria respaldada exclusivamente
em processo administrativo. Ausência de justa causa para ação penal. Pedido de trancamento.
3. Dispensabilidade do inquérito policial para instauração de ação penal (art. 46, § 1o, CPP). 4.
Mudança de orientação jurisprudencial, que, no caso de crimes societários, entendia ser
apta a denúncia que não individualizasse as condutas de cada indiciado, bastando a
indicação de que os acusados fossem de algum modo responsáveis pela condução da
sociedade comercial sob a qual foram supostamente praticados os delitos. Precedentes:
HC no 86.294-SP, 2a Turma, por maioria, de minha relatoria, DJ de 03.02.2006; HC no 85.579-
MA, 2a Turma, unânime, de minha relatoria, DJ de 24.05.2005; HC no 80.812-PA, 2a Turma,
por maioria, de minha relatoria p/ o acórdão, DJ de 05.03.2004; HC no 73.903-CE, 2a Turma,
unânime, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ de 25.04.1997; e HC no 74.791-RJ, 1a Turma,
unânime, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 09.05.1997. 5. Necessidade de individualização das
respectivas condutas dos indiciados. 6. Observância dos princípios do devido processo
legal (CF, art. 5o, LIV), da ampla defesa, contraditório (CF, art. 5o, LV) e da dignidade da
pessoa humana (CF, art. 1o, III). Precedentes: HC no 73.590-SP, 1a Turma, unânime, Rel.
Min. Celso de Mello, DJ de 13.12.1996; e HC no 70.763-DF, 1a Turma, unânime, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ de 23.09.1994. 7. No caso concreto, a denúncia é inepta porque não
pormenorizou, de modo adequado e suficiente, a conduta dos pacientes. 8. Habeas
corpus deferido
Inq-AgR 2537 / GO - GOIÁS
AG.REG.NO INQUÉRITO
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 10/03/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
No art. 168-A do CP, a fraude não é uma elementar do delito (pode até
usar a fraude, mas ela não está inserido no tipo penal). Nos crimes contra a
ordem tributária (Lei 8137) a fraude funciona como uma elementar do delito.
Circunstâncias agravantes
Art. 12 da Lei. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas
previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°: (art. 4 e 7 – crimes contra a ordem econômica e as relações de consumo,
respectivamente)
Tipo subjetivo
Crimes em espécie
Quando se fala em crimes tributários, é o conceito de sonegação fiscal.
Todavia, a lei 8137/90 não diz o que se entende por sonegação fiscal.
Nos arts. 1º e 2º da lei, o legislador aponta as hipóteses que
caracterizam os crimes contra a ordem tributária, e em todas essas condutas, a
atividade do agente consiste em suprimir ou reduzir tributos e acessórios.
A nota característica da sonegação fiscal é o emprego de fraude –
qualquer meio de ludibriar, de enganar o fisco, acarretando no pagamento
menor de tributo ou nada o pagando.
Crime contra a ordem tributária não é simplesmente deixar de pagar o
tributo. Deve deixar de pagar o tributo ou pagar menos desde que haja a
intenção de fraude.
Os crimes contra a ordem tributária estão previstos nos art. 1º e 2º, mas
o STF já pacificou que o art. 1º prevê crimes materiais (exige um resultado
naturalístico), e o art. 2º prevê crimes formais (basta o emprego da conduta
fraudulenta).
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer
outro documento relativo à operação tributável;
RHC Processual Penal – Tributário – Lei 8137/90 Art. 1 e Art.2, I – Distinção. A Lei
8137/90 – Define crimes contra a ordem tributaria (...) – no art.1, visa a preservar a formação
do crédito tributário; o art.2, I, por sua vez, encerra condutas fraudulentas visando ao não
pagamento do tributo, ou pagamento a menor” RHC 5123. STJ, SEXTA TURMA, Relator
Min. Vicente Cernnhiaro, Data da decisão 17/06/1996, DJU 17/03/1997, p. 7554
Art.3. Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no
Dec.Lei 2848 de 1940 – Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I- extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda
em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social.
II- exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição
social, ou cobrá-los parcialmente.
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária
definidos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, será encaminhada ao
Ministério Público após proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência
fiscal do crédito tributário correspondente.
Ementa
Ementa
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do
tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia.
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts.
1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990 , e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei n o
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa
jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de
parcelamento.
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa
jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de
tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios – não há nenhum limite temporal (antes do
recebimento da denúncia, por ex.).
Ementa
SÚMULA Nº 497
QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIÇÃO REGULA-SE PELA PENA
IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE COMPUTANDO O ACRÉSCIMO DECORRENTE DA
CONTINUAÇÃO
Ementa
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ou representação
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação
do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
(...)
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver
iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão
em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a
vítima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial. (Vide Lei
nº 10.259, de 2001)
Esta lei não fala em contravenções porque a Justiça Federal não julga
contravenções. Os JEF julgavam infrações penais cuja pena máxima não
passasse de 2 ano, ou apenada com multa.
Quando esta lei surgiu, começaram discussões se este conceito também
seria aplicável à lei 9099/95. Teve doutrinador que sustentou que, como a lei
do JEF dizia “para os efeitos desta”, o novo conceito só teria validade na
Justiça Federal.
No ano de 2006, já sedimentado o entendimento de que IMPO era as
cuja pena máxima não passasse de 2 anos, ou multa, adveio a Lei 11313/2006,
trazendo um novo conceito de IMPO:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a
2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
SÚMULA Nº 723
Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena
mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
(Artigo incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999)
Este art. 90-A da lei do juizado foi acrescentado depois (não veio com a
redação original). Trata-se de uma lei mais gravosa (irretroativa). DAMÁSIO
entende que tal vedação é absurda, pois esta vedação seria aplicada apenas
aos crimes militares impróprios – é uma infração penal prevista tanto no CPM
como no CP comum, mas que se torna crime militar por se adequar a uma das
hipóteses do art. 9º do CPM.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a
infração penal.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por
mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças
existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
OBS.1: cabe carta precatória, rogatória ou citação por hora certa nos
juizados? R.: Cabe carta precatória! Não cabe carta rogatória (procedimento
muito lento para o rito dos juizados). OBS.2: Não há muito entendimento ainda
sobre o cabimento da citação por hora certa no juizado. O professor entende
que, aplicando subsidiariamente o art. 92 da Lei 9099/95, caberia citação por
hora certa.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo
Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.
Art. 362 do CPP. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts.
227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial
criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro
procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. (Redação dada
pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação
do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
5.11.1) Vista ao MP
A primeira possibilidade do MP é requerer o arquivamento dos autos. A
segunda possibilidade é a devolução dos autos para a realização de
diligências. A terceira possibilidade é o encaminhando do termo
circunstanciado ao juízo comum. A quarta possibilidade é a declinação da
competência. A quinta possibilidade – deve o MP oferecer denúncia oral (será
reduzida a termo).
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de
diligências imprescindíveis.
1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do
corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
(Lei 5250); lei dos juizados (art. 81 da Lei); competência originária dos tribunais
(Lei 8038/90); lei de improbidade administrativa (não tem natureza penal); III-
Resposta à acusação – tem doutrinador chamando de resposta inicial (defesa
inicial). É criada com a lei 11719/2008. Deve ser apresentada após o
recebimento da peça acusatória por advogado, e antes da audiência una de
instrução e julgamento.
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008).
D) Instrução do processo
oitiva da vítima
oitiva das testemunhas
interrogatório do acusado
debates orais
sentença – aqui no JECRIM, o relatório é dispensado.
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito,
sobre a questão;
5.12.3) Apelação
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão
do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou
não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a
denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as
seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde
que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
5.13.1) Conceito
Trata-se de um instituto despenalizador criado como alternativa à pena
privativa de liberdade, por meio do qual se autoriza a suspensão do processo
por determinado período e mediante certas condições.
5.13.2) Iniciativa
A iniciativa para propor a suspensão condicional do processo é exclusiva
do MP (titular da ação penal pública). Não pode ser concedida de ofício pelo
juiz, pois não se trata de direito subjetivo do acusado. Se o juiz não
concorda com a posição do MP deve aplicar o artigo 28 CPP – súmula 696
STF:
Ementa
5.13.3) Requisitos
1. Não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro
crime (não abrange contravenção). Para a jurisprudência essa
condenação estaria sujeita ao lapso temporal de 5 anos (STF, HC
88157);
2. Estarem presentes os requisitos que autorizem a suspensão
condicional da pena – artigo 77 do CP:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
5.13.4) Condições
Durante quanto tempo dura o período de prova? Ele varia de 2 a 4 anos.
As condições são:
1. reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
2. proibição de freqüentar determinados lugares;
3. proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem
autorização do juiz;
4. comparecimento pessoal e obrigatório em juízo mensalmente.
5.13.5) Revogação
A doutrina subdivide em:
A) Obrigatória
Artigo 89, §3º da lei:
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado
por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
B) Facultativa
Artigo 89, §4º da lei:
5.13.7) Prescrição
Não corre prescrição durante o período de suspensão do processo.
5.13.10) Recurso
Qual o recurso cabível contra a decisão que concede a suspensão
condicional do processo? CPP, artigo 581, XVI:
(...)
Para a doutrina o rol do artigo 581 do CPP é taxativo. Logo, como este
artigo no inciso XI refere-se a suspensão do processo em virtude de questão
prejudicial; o recurso cabível da decisão que concede a suspensão condicional
do processo seria, assim, o de apelação.
Para a jurisprudência o recurso cabível é o Rese (STJ Resp 601.924,
RMS 23516).
Ementa
Irrelevância. Renúncia não ocorrente. HC concedido de ofício para que o tribunal local julgue o
mérito do pedido de habeas corpus. Precedentes. A aceitação de proposta de suspensão
condicional do processo não subtrai ao réu o interesse jurídico para ajuizar pedido de
habeas corpus para trancamento da ação penal por falta de justa causa.
5.13.11) Desclassificação
Foi desclassificado do roubo (pena de 4 a 10 anos) para o furto (pena de
1 a 4 anos), ex.:
A) Tribunal do Júri
Caso o juiz sumariante venha a desclassificar o delito para crime não
doloso contra a vida e inserido no conceito de infração penal de menor
potencial ofensivo, deve remeter os autos ao juizado especial criminal. Todavia,
se a desclassificação se der no plenário do Júri caberá ao juiz presidente
aplicar os benefícios da lei 9.099.95 – artigo 492, §1º do CPP:
Artigo 492, § 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz
singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se,
quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de
menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Antes, a tortura era punida como lesão corporal, homicídio; não havia
um tipo penal específico punindo a tortura.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
68
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto
em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
ser agente público. Pode ser um pai que se omite em razão da tortura do filho
– predomina esta corrente.
Agente público, interpreta-se o art. 327 do CP.
O aumento incide quando o agente atua nesta qualidade ou na
razão dela.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
7.1) RETROSPECTIVA
Lei 6368/76 – trazia os crimes e procedimento penal.
Lei 10409/02 – trouxe novos crimes e regulamentou um procedimento.
O Presidente da República vetou os crimes, mas não vetou os artigos
referentes ao procedimento. Assim, uma lei servia para os crimes e a outra
para o procedimento.
Lei 11343/06 – dispõe sobre os crimes e o procedimento – revogou as
duas leis anteriores.
7.2) OBSERVAÇÕES
São crimes contra a saúde pública. Antes da lei 6368/76, estes
crimes estavam no capítulo do Código Penal referente aos crimes contra a
Saúde Pública.
A nova lei não fala mais em “substâncias entorpecentes”; fala agora
em “drogas” – seguiu a recomendação da Organização Mundial de Saúde.
O que vem a ser drogas? R: 1ª corrente - há doutrinador dizendo que, o
conceito droga deve ser analisado pelo juiz no caso concreto – VICENTE
GRECO FILHO – deve seguir a Convenção de Viena (art. 2º, parágrafo 4º) – tal
corrente ofende o princípio da taxatividade. 2ª corrente – “droga” é aquilo que
estiver etiquetado na Portaria 344 de 1998 do Ministério da Saúde –
corrente majoritária. “Drogas” são substâncias previstas e definidas em leis em
geral (leis e atos administrativos).
OBS. Todos os crimes desta lei estão previstos em normas penais em
branco.
SUJEITO ATIVO
Em regra, os crimes da lei de drogas podem ser praticados por qualquer
pessoa – crimes comuns ou gerais.
SUJEITO PASSIVO
É a coletividade. A doutrina chama estes crimes de crimes vagos.
ELEMENTO SUBJETIVO
Em regra, os crimes são dolosos, salvo, no art. 38 da Lei – crime
culposo.
AÇÃO PENAL
Em todos os crimes a ação é pública incondicionada.
PRINCIPAIS INOVAÇÕES
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar* ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
A lei anterior punia com pena privativa de liberdade e multa. A lei nova
pune com outras penas, mas não há pena de prisão.
OBS.: Há um julgado do TJ
de SP, dizendo que o art. 28
é inconstitucional – fere o
princípio da isonomia, da
proporcionalidade e da
intervenção mínima.
Não houve uma
descriminalização. Houve sim
uma despenalização – crime
sem pena (evitar pena de
prisão).
Art. 28, § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo
serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6 o do art. 28, o
juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade
nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo
a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
maior salário mínimo.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado,
no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
aplicação do princípio da insignificância. 4. A Lei n. 11.343/2006 --- nova Lei de Drogas --- veda
a prisão do usuário. Prevê, contra ele, apenas a lavratura de termo circunstanciado.
Preocupação, do Estado, em alterar a visão que se tem em relação aos usuários de drogas. 5.
Punição severa e exemplar deve ser reservada aos traficantes, não alcançando os
usuários. A estes devem ser oferecidas políticas sociais eficientes para recuperá-los do
vício. 6. O Superior Tribunal Militar não cogitou da aplicação da Lei n. 11.343/2006. Não
obstante, cabe a esta Corte fazê-lo, incumbindo-lhe confrontar o princípio da
especialidade da lei penal militar, óbice à aplicação da nova Lei de Drogas, com o
princípio da dignidade humana, arrolado na Constituição do Brasil de modo destacado,
incisivo, vigoroso, como princípio fundamental (art. 1º, III). 7. Paciente jovem, sem
antecedentes criminais, com futuro comprometido por condenação penal militar quando há lei
que, em lugar de apenar --- Lei n. 11.343/2006 --- possibilita a recuperação do civil que praticou
a mesma conduta. 8. No caso se impõe a aplicação do princípio da insignificância, seja
porque presentes seus requisitos, de natureza objetiva, seja por imposição da dignidade
da pessoa humana. Ordem concedida.
7.4.2) Sujeitos
Em regra, qualquer pessoa pode praticar qualquer dos verbos do art.
33 (o verbo prescrever é crime próprio – só médico e dentista podem praticar
– aqui, a prescrição é dolosa; a culposa está no art. 38).
Vítima do crime é a coletividade/sociedade.
OBS.: Venda de drogas para criança e adolescente – ECA x lei de
drogas - aplica-se o princípio da especialidade (a droga é uma substância que
causa dependência) – se for droga, aplica-se a lei 11343/2006. Se for outra
substância não rotulada como droga prevista na portaria do Ministério da
Saúde, aplicar-se-á o art. 243 do ECA.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever* (único crime
próprio), ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
7.4.5) Consumação
Em alguns núcleos, a consumação se prolonga no tempo – crime
permanente. Mas há crimes instantâneos – regra.
7.4.6) Tentativa
1ª corrente – majoritária na doutrina – o exagero de núcleos tornou
inviável a tentativa. 2ª corrente – é possível a tentativa de tráfico (“tentar
adquirir”, por ex.) – em concursos está perguntando esta corrente.
“trazer consigo” é crime permanente, logo, o traficante é preso por trazer droga
consigo (consumação se protraiu no tempo).
Súmula 145 do STF – Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação
7.4.9) Pena
A pena atual é mais gravosa. Quem estava praticando o crime durante
a lei antiga e a consumação se protraiu no tempo, advindo a nova lei,
responderá o traficante pela nova lei.
Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência.
7.5.1) Inciso I
O objeto material do caput do art. 33 era a droga. No art. 33, parágrafo
1º, I, o objeto material não é mais a droga e sim a matéria prima (insumos ou
7.5.2) Inciso II
A lei anterior omitia o elemento normativo indicativo da ilicitude “sem
autorização...”.
Pune-se quem semeia, cultiva ou plante planta que será usada na
droga. A maioria entende que tal planta não precisa ter o princípio ativo da
droga, nem possuir efeitos farmacológicos. Necessita ser usada para a
preparação de droga para enquadrar no inciso II deste parágrafo de artigo,
desde que a cultive sem autorização ou fora das determinações legais.
OBS.: Que crime pratica aquele que planta para consumo pessoal
(não havia previsão expressa na lei 6368/76)? R.: Antes, na vigência da lei
antiga, havia três correntes: 1ª corrente – é crime de tráfico (art. 12, parágrafo
1º, II da lei antiga); 2ª corrente – é o art. 16, porte para uso; 3ª corrente – fato
atípico. Prevalecia a segunda corrente. Hoje, com a lei 11343/2006, o problema
está sanado – art. 28, parágrafo 1º da lei – a polícia terá que apreender a
plantação e a perícia, ao analisar o material, deverá concluir se a quantidade é
capaz de ser usada pelo próprio agente ou se seria destinada para o tráfico.
O crime se consuma com a prática de qualquer dos núcleos. Na
modalidade “cultivar” o crime é permanente.
7.11) PROCEDIMENTO
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver
concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na
forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre
os Juizados Especiais Criminais.
1. interrogatório;
2. testemunhas de acusação;
3. testemunhas de defesa;
4. debates;
5. julgamento.
1. oferecimento da inicial;
2. defesa preliminar: momento de apresentar rol de testemunhas;
3. recebimento da inicial;
4. citação;
5. audiência concentrada;
5.1 interrogatório;
5.2 testemunha de acusação;
5.3 testemunha de defesa;
5.4 debates
5.5 sentença
1. oferecimento da inicial;
2. recebimento;
3. citação;
4. defesa escrita;
5. possibilidade de absolvição sumária;
6. audiência concentrada:
6.1 vítima;
6.2 testemunha de acusação;
6.3 testemunha de defesa;
6.4 interrogatório;
6.5 diligências;
6.6 debates;
6.7 julgamento.
Art. 394 do CPP. O procedimento será comum ou especial.
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
“Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se
não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir
do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.” (NR)
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz
deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
HISTÓRICO
Antes dessa lei não podia fazer interceptação telefônica no Brasil.
CAPEZ - Antes da CF de 1988, muita discussão havia acerca da
possibilidade de se efetivar a interceptação telefônica, pois a CF de 1969
dispunha acerca da inviolabilidade do sigilo de correspondência e das
comunicações telefônicas e telegráficas, sem realizar qualquer ressalva,
havendo, portanto, vedação absoluta à quebra do sigilo nesses casos. Sucede
que, ao tempo do referido Texto Constitucional, vigorava o art. 57 do Código
Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4117/62), o qual preceituava, em seu
inciso II, alínea e, não constituir violação de telecomunicação o conhecimento
dado ao juiz competente, mediante requisição ou intimação deste. Para alguns
doutrinadores havia nítida incompatibilidade do mencionado dispositivo legal
em face da CF; para outros, no entanto, a CF não veiculava direito absoluto, de
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
88
Comunicações telefônicas
Comunicação telefônica é a transmissão, emissão, receptação e
decodificação de sinais lingüísticos, caracteres escritos, imagens, sons,
símbolos de qualquer natureza veiculados pelo telefone estático ou móvel
(celular) – BULOS.
Nas comunicações telefônicas incluem-se as transmissões de
informações e dados constantes de computadores e telemáticos, desde
que feitas por meio de cabos telefônicos (e-mail, por exemplo) – LFG
entende que cabe a interceptação por telemática independente do uso de
telefonia. Telemática é a ciência que estuda a comunicação associada à
informática.
Há quem entenda que o parágrafo 1º do art. 1º da lei de interceptação
telefônica seja inconstitucional. DAMÁSIO/LFG – entende ser constitucional –
“a carta magna quando faz tal exceção, não cometeria o descuido de permitir a
interceptação somente no caso de conversação verbal por esse meio, isto é,
quando usados dois aparelhos telefônicos, proibindo-a, quando pretendida com
finalidade de investigação criminal e prova em processo penal, nas hipóteses
mais modernas. A exceção, quando menciona ‘comunicações telefônicas’,
estende-se a qualquer forma de comunicação que empregue a via telefônica
como meio, ainda que haja transferência de ‘dados’. É o caso do uso do
modem. VICENTE GRECO FILHO/ANTÔNIO MAGALHÃES GOMES FILHO –
entende ser inconstitucional – a carta magna somente autorizaria a
interceptação de comunicação telefônica, na qual não se insere a transmissão
de dados. “A garantia constitucional do sigilo é a regra e a interceptação a
exceção de forma que a interpretação deve ser restritiva quanto a esta.
É certo que o STF entende que a licitude da gravação de conversa telefônica realizada
por um dos interlocutores sem a ciência do outro deve ser examinada caso a caso. Na
hipótese, a gravação deu-se pela amásia do réu tão-somente para responsabilizá-lo pelo
homicídio perpetrado contra a vítima, com quem ela mantinha envolvimento amoroso. Tal
gravação deveu-se à escuta perpetrada por sugestão da autoridade policial. Dessarte, a prova
aqui é ilícita, colhida que foi com indevida violação de privacidade (art. 5º, X, da
CF/1988), porque não foi colhida como meio de defesa ou em razão de um investida
criminosa (...) – HC 57.961, Rel. Feliz Fischer 21/06/2007.
Ementa
SÚMULA VINCULANTE Nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
STJ – defesa confessar que a voz é sua, mas alegar que não houve a
confecção do laudo de degravação da voz e pedindo a nulidade da prova – não
pode – estaria a defesa se beneficiando da própria torpeza (HC 65604/DF).
Ela possui uma parte geral que vai do art. 2º ao art. 28 e uma parte
especial, prevista no art. 29 e seguintes, que define os crimes ambientais em
espécie.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei,
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Ementa
EMENTA: 1. Habeas Corpus. Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei no 7.492, de
1986). Crime societário. 2. Alegada inépcia da denúncia, por ausência de indicação da conduta
individualizada dos acusados. 3. Mudança de orientação jurisprudencial, que, no caso de
crimes societários, entendia ser apta a denúncia que não individualizasse as condutas
de cada indiciado, bastando a indicação de que os acusados fossem de algum modo
responsáveis pela condução da sociedade comercial sob a qual foram supostamente
praticados os delitos. Precedentes: HC no 86.294-SP, 2a Turma, por maioria, de minha
relatoria, DJ de 03.02.2006; HC no 85.579-MA, 2a Turma, unânime, de minha relatoria, DJ de
24.05.2005; HC no 80.812-PA, 2a Turma, por maioria, de minha relatoria p/ o acórdão, DJ de
05.03.2004; HC no 73.903-CE, 2a Turma, unânime, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ de
25.04.1997; e HC no 74.791-RJ, 1a Turma, unânime, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 09.05.1997.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
101
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do
meio ambiente.
Atenuantes de pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente – mas deve ter potencial
consciência da ilicitude. Se o baixo grau de escolaridade tirar este potencial
conhecimento da ilicitude, ocorrerá o erro de proibição;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a
quatro anos;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
seja suficiente – circunstâncias judiciais favoráveis. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
I- crime culposo ou, se crime doloso, pena inferior I- crime culposo ou, se crime doloso – pena igual
a 4 anos ou inferior a 4 anos
II- Circunstâncias judiciais favoráveis; II- sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Ela permite a substituição mesmo que o agente III- Circunstâncias judiciais favoráveis.
seja reincidente em crime doloso
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios,
bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos,
e de três anos, no de crimes culposo.
D) Pena de multa
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se
ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em
vista o valor da vantagem econômica auferida.
Lei dos crimes ambientais Código Penal – art. 60, parágrafo 1º, do CP
Triplicar a multa, considerando o valor da vantagem econômica obtida com a infração.
O juiz pode triplicar a multa, mas considerará a (boa) situação econômica do infrator.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada
nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal será
feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo
juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
I - multa;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o
montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser
aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim
de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua
liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.
Cabe ação penal privada subsidiária da pública, caso existir uma vítima
determinada – é um direito fundamental previsto no art. 5º da CF.
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha
havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo
em caso de comprovada impossibilidade.
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV
do § 1° do artigo mencionado no caput;
A) Art. 29 da lei
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou
em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida:
B) Art. 32 da lei
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos.
A) Art. 38 da lei
APP por força de lei (art. 2º e outras leis); e por ato do poder público
(União, Estados Membros, Distrito Federal e Municípios).
Distinções
B) Art. 39 da lei
C) Art. 41 da lei
ART. 41, L. 9.605/98 – LEI DE CRIMES ART. 26, LETRA E, CÓDIGO FLORESTAL
AMBIENTAIS
Provocar incêndio na floresta dolosa ou Fazer fogo em florestas sem as devidas
culposamente precauções.
Crime ambiental Contravenção penal ambiental.
D) Art. 42 da lei
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer
tipo de assentamento humano:
E) Art. 44 da lei
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação
permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada
ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou
determinação do órgão competente.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
(...)
(...)
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
- artigo 4º, VIII: princípio das relações internacionais que regem o Brasil;
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
(...)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
A) Sujeitos do crime
Prevalece o entendimento de que se trata de crime comum, ou seja,
pode ser praticado por qualquer e não apenas por integrantes da
administração pública e das concessionárias. Exemplo: particular presta
informações desabonadoras e falsas sobre um candidato a concurso público.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
125
B) Tipo objetivo:
As condutas são:
- impedir;
- obstar.
C) Tipo subjetivo
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
O artigo 1º da lei é uma norma de extensão que se agrega a todos os
tipos penais.
E) Consumação e tentativa:
Há duas correntes: 1ª corrente: o crime é formal, ou seja, consuma-se
com a simples conduta de obstar ou impedir o acesso da vítima ao cargo.
Mesmo que ela consiga ter o acesso por outros meios. 2ª corrente: o crime é
material, assim só se consuma se a vítima não conseguir o acesso ao cargo ou
emprego na concessionária.
Todos admitem que é possível a tentativa deste crime.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
A) Sujeitos do crime:
Trata-se de crime próprio, ou seja, só pode ser praticado pelo
proprietário da empresa privada ou o responsável pela contratação de
pessoal, isso no caso da conduta negar. Na conduta obstar é crime comum.
Sujeito passivo é a pessoa discriminada.
B) Tipo objetivo
As condutas são:
- negar: não dar emprego a pessoa.
- obstar: criar obstáculos (exigir condições diferenciadas).
C) Elemento subjetivo
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa
Há duas correntes: 1ª corrente: o crime é formal, ou seja, consuma-se
com a simples conduta de negar ou obstar o acesso da vítima ao cargo.
Mesmo que ela consiga ter o acesso por outros meios. 2ª corrente: o crime é
material, assim só se consuma se a vítima não conseguir o acesso ao
emprego.
Todos admitem que é possível a tentativa deste crime.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
A) Sujeitos do crime:
O sujeito ativo é só o comerciante ou os empregados do
estabelecimento (comerciários), portanto, é crime próprio. O sujeito passivo é
a pessoa discriminada.
B) Tipo objetivo:
As condutas são:
- recusar:
- impedir:
C) Consumação e tentativa
Há divergências: 1ª corrente: o crime é formal e se consuma com a
simples conduta, ainda que o cliente consiga ser recebido, atendido ou servido
de outra forma - NUCCI; 2ª corrente: é crime material; só se consuma se a
vítima não foi atendida, recebida ou servida (exige a ocorrência de resultado
naturalístico).
Com relação a tentativa não há unanimidade. Uma corrente defende que
não há a possibilidade de tentativa; enquanto outra corrente entende que é
possível a tentativa desde que seja uma conduta plurissubsistente – NUCCI.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores
ou escada de acesso aos mesmos:
A) Sujeitos do crime
Trata-se de crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer
pessoa, independentemente de ser morador ou trabalhador do edifício –
entendimento majoritário. NUCCI entende que se trata de crime próprio, isto é,
só pode ser cometido pela pessoa encarregada de autorizar o acesso ao local.
Sujeito passivo é a pessoa discriminada.
B) Tipo objetivo
A conduta é:
- impedir: o acesso físico. Prevalece o entendimento de que há o crime
tanto na conduta de impedir o acesso, como na conduta de proibir a
permanência, ou seja, expulsar a pessoa do local. A lei fala em edifícios
residenciais e os edifícios comerciais? Há dois entendimentos: 1º corrente: não
caracteriza este crime, porque não se trata nem de edifício público e nem de
edifício residencial; aplica-se, no caso, o artigo 2º da lei; 2º corrente: impedir o
acesso a edifícios comerciais constitui o crime do artigo 11, porque a
expressão edifício público significa edifício aberto ao público e não edifício da
administração pública.
C) Tipo subjetivo
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de
1/3 (um terço).
A) Sujeitos do crime
O crime é próprio, ou seja, só pode ser cometido pelo responsável
pela inscrição; agora no que diz respeito a impedir o ingresso é crime
comum, porque prevalece que a palavra ingresso está no sentido comum,
abrangendo o ingresso físico ou jurídico.
Sujeito passivo é o aluno ou candidato a aluno discriminado.
Se a vítima for menor de 18 anos a pena é aumentada de 1/3.
B) Tipo objetivo:
As condutas são três:
- recusar;
- negar;
- impedir.
C) Tipo subjetivo
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa:
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos,
ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
A) Sujeitos do crime
É crime comum. NUCCI entende que é crime próprio e só pode ser
praticado pelo piloto do transporte.
Sujeito passivo é qualquer pessoa.
B) Tipo objetivo
A conduta é:
-impedir o acesso ou uso.
C) Tipo subjetivo:
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa:
Há duas correntes: 1ª corrente: o crime é formal ou de consumação
antecipada, isto é, consuma-se com a conduta de impedir, mesmo que a vítima
consiga o acesso por outros meios – NUCCI; 2ª corrente: o crime é material,
isto é, só se consuma se a vítima não conseguir ingressar no local em razão do
impedimento sofrido.
Ambas as correntes entendem que é possível a tentativa, porque a
conduta é plurissubsistente.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças
Armadas.
A) Sujeitos do crime:
Prevalece o entendimento de que se trata de crime comum, ou seja,
pode ser praticado por qualquer e não apenas por integrantes da administração
pública e das concessionárias. Exemplo: particular presta informações
desabonadoras e falsas sobre um candidato a concurso público.
O sujeito passivo é a pessoa discriminada.
B) Tipo objetivo:
As condutas são:
- impedir: negar;
- obstar: criar dificuldades.
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em
tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o
decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter essencialmente militar.
C) Tipo subjetivo:
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa:
Há duas correntes: 1ª corrente: o crime é formal, ou seja, consuma-se
com a simples conduta de obstar ou impedir o acesso da vítima ao cargo.
Mesmo que ela consiga ter o acesso por outros meios; 2ª corrente: o crime é
material, assim só se consuma se a vítima não conseguir o acesso ao cargo ou
emprego na concessionária.
Todos admitem que é possível a tentativa deste crime.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e
social.
A) Sujeitos do crime
Convivência familiar inclui união estável, relacionamento entre parentes,
relação de amizade, de namoro etc – crime próprio.
B) Tipo objetivo
Impedir o casamento.
C) Tipo subjetivo
É o dolo de discriminar a vítima por qualquer forma de preconceito
disposta na lei. Não há a forma culposa do crime.
D) Consumação e tentativa:
Prevalece o entendimento de que o crime é formal ou de consumação
antecipada. A tentativa é admitida.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Este artigo foi incluído pela lei 8081/90, porém ele só se caracteriza se
fosse praticado por meios de comunicação social. Após, ele foi alterado pela lei
9459/97 que não exige mais que o crime seja praticado por meio de
comunicação, mas sim por qualquer forma.
Se ele for praticado por meio de comunicação, passa a ser qualificado.
A) Sujeitos do crime
O sujeito ativo é qualquer pessoa, tendo em vista que qualquer pessoa
pode praticar um ato de discriminação.
O sujeito passivo é a coletividade e, secundariamente a pessoa que
sofreu o ato discriminatório.
B) Tipo subjetivo
Só haverá o crime se houver a finalidade específica de divulgação do
nazismo, ainda que a divulgação não seja concedida – elemento subjetivo do
tipo.
C) Tipo objetivo
As condutas são:
- praticar: é executar algum ato discriminatório ou preconceituoso.
- induzir: criar a idéia de discriminação ou preconceito em alguém.
- incitar: reforçar uma idéia de preconceito já existente.
D) Consumação e tentativa:
O crime é formal e se consuma com a simples conduta de praticar,
induzir ou incitar o preconceito ou discriminação.
A tentativa é admitida, por exemplo, na forma escrita.
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor
público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior
a três meses.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou
decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do
condenado e do internado.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos
pela sentença ou pela lei.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o
programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
11.3) COMPETÊNCIA
A competência do juiz da execução inicia-se com o trânsito em julgado
da sentença condenatória e será exercida por um juízo especializado, de
acordo com a lei orgânica judiciária. Em alguns casos, será exercida,
supletivamente, pelo próprio juiz da sentença, nas hipóteses de existência de
vara única.
OBS.1: É possível iniciar a execução antes do trânsito em julgado, ou
seja, é possível no Brasil a execução provisória? R.: Art. 2º, parágrafo único, da
LEP e art. 1º da Resolução 19 do CNJ- sim, é possível!
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado
pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição
ordinária.
Art. 637 do CPP. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez
arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para
a execução da sentença.
Art. 3º da LEP. Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não
atingidos pela sentença ou pela lei.
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas – também está no rol dos
direitos;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e
de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da
autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003) – evita-se o
hipertrofia da execução (fala-se na quantidade de execução), que é diferente de desvio de
execução (fala-se na qualidade de execução) – RENAN SEVERO TEIXEIRO DA CUNHA
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou
restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento – deve-se decorar estes
incisos, múltiplos de 5 (são os mais importantes para concursos públicos!) O resto dos direitos
são absolutos (salvo os incisos V, X e XV, que são direitos relativos). Enquanto persistirem os
motivos, os direitos estarão suspensos.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
II - fugir; - doutrina minoritária discorda; seria a fuga uma exteriorização do sentimento
natural do homem: a busca da sua liberdade.
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; -
ainda que o instrumento seja caseiro.
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº
11.466, de 2007) – até o advento desta lei, posse de celular em presídio não era falta grave;
não pode retroagir, pois se trata de norma posterior maléfica;
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
II - repreensão;
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando
ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Característica temporal: ele perdura por até 365 dias (pode ser de 5, 10
ou 100 dias, por ex.). Caso haja repetição de falta grave, poderá aumentar até
1/6 da pena aplicada (a pena dele é de 12 anos; indo para o RDD, ficará até
365 dias; repetindo a falta grave, ficará até 1/6 da pena – o que corresponde a
2 anos). Ocorrendo nova repetição (além da 1ª repetição da falta grave), a lei
não limita, ou seja, o infrator poderá ficar por mais 1/6 da pena aplicada. Tem
doutrina minoritária dizendo que as novas internações somadas não podem
ultrapassar de 1/6
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas
horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
A) Hipóteses de cabimento
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
A.2) Art. 52, parágrafo 1º, da LEP – alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V (RDD), por prévio e fundamentado despacho do juiz
competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
OBS.:
MP pode requerer a inclusão de um sujeito no RDD? R.: Art. 68, II,
“a”, da LEP
II - requerer:
Art. 54, § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de
manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
CONSTITUCIONALIDADE INCONSTITUCIONALIDADE
Não representa a submissão a padecimentos Fere a dignidade da pessoa humana – seria pena
físicos e psíquicos – STJ - desumana é a prisão do cruel, desumana e degradante;
resto dos presidiários;
Considerando as hipóteses de cabimento, o RDD é Configura sanção desproporcional aos fins da
proporcional à gravidade da indisciplina; pena;
Não é regime de cumprimento de pena – estes são Ofende a coisa julgada, representando uma quarta
regime fechado, semi-aberto e aberto. Deve-se modalidade de regime de cumprimento de pena.
separar processo de conhecimento e processo de
execução. No processo de conhecimento há uma
relação do juiz – Estado/acusação – pessoa. No
processo de execução há uma nova relação entre
juiz – Estado/acusação – pessoa;
A punição no RDD é uma punição administrativa e O RDD viola o princípio da legalidade e do non bis
não uma punição penal, não caracterizando assim in idem – está sendo punido 2 vezes pelo o mesmo
o bis in idem. fato ao ser posto num lugar mais severo de
cumprimento de pena;
prescritível. Existe prescrição no caso de falta grave? R.: A LEP silencia sobre
o assunto. STF – a prescrição da falta grave é sempre de 2 anos (é o prazo
mínimo de prescrição penal do art. 109 do CP) – HC 92000.
A fuga do preso, enquanto foragido, não corre o curso da prescrição
(como se fosse um crime permanente) – posição do STF.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Súmula 715 do STF. A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais
favorável de execução
EXAME CRIMINOLÓGICO
ANTES DA LEI 10792/2003 DEPOIS DA LEI 10792/2003
Pressuposto previsto no art. 112 da LEP Deixou de ser mencionado no art. 112 da
LEP. A corrente que dizia que o EC não
seria mais requisito da progressão pela falta
de previsão não vingou. O exame
criminológico continua previsto no art. 8º da
LEP (ele não desapareceu no ordenamento
jurídico brasileiro.
É um pressuposto não-obrigatório
posição do STF: Apesar de haver corrente
(minoritária) em sentido contrário, prevalece
no STF e no STJ que a alteração trazida
pela lei 10792/2003 não aboliu o exame
criminológico, apenas deixando de ser
obrigatório, ficando a critério do juiz, no caso
concreto, fundamentar a sua necessidade.
Assim, se o juiz achar que cabe o exame
criminológico, deverá fundamentar a medida.
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa
e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi
submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de
responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117
desta Lei.
I - condenado maior de 70 (setenta) anos – para ser idoso no Brasil deve ter 60 anos ou
mais – tal inciso não abrange todos os idosos – não foi revogado pelo o Estatuto do Idoso.
OBS.: Quando a lei disser: a) menor de abrange até as 24 horas do dia anterior ao
aniversário da pessoa; b) não maior de abrange até o dia do aniversário; c) maior de
abrange apenas depois do aniversário (dia depois do aniversário da pessoa);
II - condenado acometido de doença grave – trata-se de uma doença cuja cura ao
tratamento fica impossibilitado no regime aberto;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental – a lei só beneficia a
mulher. Se for condenado, a jurisprudência abrange o condenado (sexo masculino)desde que
comprove a dependência do filho;
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave – basta praticar o fato delituoso
de forma dolosa ou falta grave (não precisa haver condenação por este fato);
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo 111) -
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos
incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta – revogado.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o
condenado – ampla defesa a ser conferida pelo preso.
A) Permissão de saída
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento
onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à
finalidade da saída.
B) Saída temporária
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter
autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes
casos:
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos
o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes
requisitos:
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4
(um quarto), se reincidente;
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
11.6.7) Remição
Há o trabalho como meio para resgate de parte de tempo de execução:
a cada 3 dias trabalhados, resgata-se 1 dia de cumprimento de pena.
O trabalho é um misto de direito e dever. Direito porque permite a
remição; dever porque se não trabalhar configura falta grave.
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido,
começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Súmula vinculante n. 9. O disposto no artigo 127 da Lei 7.210/84 foi recebido pela ordem
constitucional vigente e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e
indulto.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente
prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.
A) Requisitos
Possui requisitos objetivos e subjetivos.
Requisitos objetivos – a) a pena imposta deve a privativa de
liberdade (não existe livramento condicional em penas
restritivas de direitos); b) a pena concreta a ser cumprida deve
ser igual ou superior a 2 anos (ex.: condenado reincidente em
crime doloso – não faz jus ao sursis – cuja pena a ser cumprida é
de 1 ano e 11 meses – o que impede o livramento condicional é
esta pena ser inferior a 2 anos. ROGÉRIO GRECO diz que existe
interesse recursal para aumentar a pena em 2 anos, pois o
agente será beneficiado caso a sua pena for maior; c)
cumprimento de parcela da pena – + de 1/3 da pena, se primário
+ bons antecedentes; + de 1/2 da pena, se reincidente; + de 2/3
da pena, se estiver diante de crime hediondo e não for reincidente
específico. OBS.: E se for primário portador de maus
antecedentes? R.: MIRABETE diz que ele deve ser equiparado ao
reincidente; para a maioria, no silêncio da lei, in dúbio pro réu – a
interpretação deve ser em favor do réu (equiparado a primário
com bons antecedentes, devendo cumprir 1/3 da pena apenas);
d) reparação do dano;
Requisitos subjetivos – a) comportamento carcerário
satisfatório; b) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
c) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho
lícito – o estrangeiro estaria impossibilitado em razão deste
requisito; d) no caso de crime doloso violento exame
criminológico.
B) Processamento do pedido
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado
pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a
pena, observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo
Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e
pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
E) Prorrogação do livramento
Mera instauração de inquérito policial não prorroga o livramento. A
existência de um processo é que prorroga tal instituto. Não abrange
contravenção. Crime cometido antes do LC, se virar processo, não prorroga (só
crime cometido durante o LC) – art. 89 do CP.
Tal prorrogação é automática, dispensando manifestação judicial.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito
suspensivo.
Súmula 700 do STF. É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do
juiz da execução penal.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação
ou a liberação – neste caso, o agravo em execução tem efeito suspensivo.
12.1) RESPONSABILIDADES
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias,
com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
Art. 6º, § 2º A sanção civil, caso não seja possível* fixar o valor do dano,
consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros (* -
Sempre é possível fixar o valor da dano civil).
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
sem remuneração.
Mesmo conceito de funcionário público para fins penais (art. 327, CP).
Tais crimes são próprios (crimes funcionais). Ou seja, exige uma
condição especial do sujeito ativo.
OBS.4: Particular que não exerça nenhuma função pública ele pode
cometer abuso de autoridade? R.: Sim, desde que pratique em co-autoria ou
participação com autoridade pública (e tenha conhecimento). O particular
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
155
12.6.1) Tentativa
12.6.2) Consumação
Ocorre com a simples prática da conduta prevista no tipo.
12.8) COMPETÊNCIA
O crime de abuso de autoridade é comum, em regra, é de competência
da justiça comum estadual. Se o crime atingir bens, interesses ou serviços da
União será da competência da Justiça Federal.
Tratam-se de crimes de menor potencial ofensivo → competência
do JECrim Estadual ou Federal.
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela
Lei nº 6.657,de 05/06/79)
A) Liberdade de locomoção
Só pode ser violada na forma do art. 5º, XV, CF.
Art. 5º. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
B) Inviolabilidade do domicílio
Art. 5º, XI, CF
Art.5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
C) Sigilo da correspondência
Correspondência aberta perde o caráter da sigilosidade.
Art. 151, §1º, I, CP – revogado quando praticado por autoridade.
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a
outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou
produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o
que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas,
de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
E) Liberdade de associação
A CF diz que as associações podem ser criadas livremente, sem
autorização do poder público.
A CF veda apenas dois tipos de associações: com fins ilícitos e as com
caráter paramilitar.
G) Direito de reunião
Este direito está garantido também no art. 5º da CF. Garante-se, desde
que: a reunião seja pacífica, sem armas, seja em locais público desde que não
prejudique uma outra reunião anteriormente marcada para o mesmo local.
Súmula Vinculante 14
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem
estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente:
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a
vexame ou a constrangimento:
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou
à pessoa por ele indicada:
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente
privado de liberdade:
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
Penal e consistirá em:
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública
por prazo até três anos.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado
exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco
anos.
CONTRAVENÇÃO CRIME
Pena Prisão simples e/ou multa ou Reclusão ou detenção,
só multa. Tal distinção está no cumulada ou não com multa
art. 1º da LICP – distinção (reclusão e multa; reclusão ou
legal entre crime e multa; detenção e multa;
contravenção. detenção ou multa).
Tentativa Não é punida. A tentativa É punida.
existe; ela só não é punida.
Ação penal Todas as ações penais são Ação penal pública
pública incondicionada, incondicionada, condicionada
inclusive a contravenção de ou ação penal privada
vias de fato. OBS.: Cabe ação
privada subsidiária da pública
(trata-se de direito
fundamental – art. 5º da CF).
Extraterritorialidade Não existe extraterritorialidade Existe extraterritorialidade em
em relação às contravenções relação a crimes.
penais. Jamais se aplica a lei
brasileira a uma contravenção
cometida fora do Brasil.
Tempo máximo de Prazo máximo de 5 anos – Prazo máximo de 30 anos –
cumprimento da pena art. 10 da LCP art. 75 do CP
Erro de direito Aplica-se nas contravenções Não se aplica o erro de direito
penais. Pode o juiz deixar de – é o erro sobre a existência
aplicar a pena no caso de da lei.
contravenção penal.
Ementa
II – multa.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou
aberto. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Casos de não-reincidência:
Condenação no estrangeiro por contravenção e praticar crime ou
contravenção no Brasil;
Condenação no Brasil por contravenção e cometer crime no
Brasil.
13.9) MULTA
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código
Penal sobre a conversão de multa em detenção.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples se
faz entre os limites de quinze dias e três meses.
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a
cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo
não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como
conceder livramento condicional. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Sursis no CP
Sursis simples e Sursis especial 2 a 4 anos.
sursis etário e humanitário 4 a 6 anos.
A parte final, “à exceção do exílio local” está revogada, porque nem o CP
prevê mais isso. O contraventor inimputável pode sofrer as medidas do CP.
Cabe medida de segurança nas contravenções penais, assim caso
seja uma menor de idade que tenha praticado a contravenção não pode o juiz
aplicar medida de segurança por meio de transação penal; o processo precisa
seguir e o juiz aplicar a medida de segurança na sentença - absolvição
imprópria.
A doutrina diz que esse parágrafo único não se aplica mais, porque a
liberdade vigiada foi extinta com a reforma do CP. Porém, NUCCI entende
que a liberdade vigiada ainda pode ser aplicada (minoritária).
Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem os ns. I e II do art. 78
do Código Penal:
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da
autoridade, arma ou munição:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis,
ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política ou social.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da
autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três
contos de réis, ou ambas cumulativamente.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a
tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado,
menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto
de réis, se o fato não constitue crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior
de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Se for cometido contra vítima maior de sessenta anos, será vias de fato
majorada.
A objetividade jurídica é a incolumidade pessoal. Qualquer pessoa
pode praticar tal contravenção.
Vias de fato são todos os atos de violência física que não caracterizem
lesões corporais, tentativa de homicídio ou injúria real. É um conceito residual
(obtido por exclusão).
Exs. de vias de fato: empurrões, tapas nas costas, rasgar a roupa da
pessoa, puxar cabelo, arremesso de líquido. Vias de fato, assim, não exige
contato físico (pode ter, mas não se exige).
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de
crime de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três
contos de réis.
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou
enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas,
chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de
furto, desde que não prove destinação legítima:
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via
pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos
de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração
perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
OBS.: Art. 244 do ECA – pune a conduta de fornecer, vender, ainda que
gratuitamente, ou entregar de qualquer forma à criança ou adolescente, fogos
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico – trata-se de crime.
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a
devida cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de
réis.
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa
inexperiente;
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em
aguas públicas:
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a
segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois
contos de réis.
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente,
sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração
da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos
de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou
em parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito
o objeto da associação.
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a
guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis.
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos
de réis.
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
179
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal
público de tabelião:
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer
outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher
as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a
cinco contos de réis
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao público,
mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 4.866, de 23.10.1942)
(Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis,
estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local.
§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é
encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam
autorizadas;
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente
participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse
destino.
Sujeito ativo: qualquer pessoa; sujeito passivo: o Estado, pois é ele que
detém o monopólio dos jogos de azar.
O que é jogo de azar? R.: é o que depende exclusivamente ou
principalmente da sorte – parágrafo 3º do art. 50 da LCP. Assim, não entra no
conceito de jogo de azar aqueles que dependem principalmente da habilidade
do jogador, ex. de jogos que dependem da habilidade: truco, caxeta, de bilhar
etc. A jurisprudência considera jogos de azar: jogo de cartas 21, bolão
esportivo, tômbula, jogo de tampinhas.
A tese de que a lei Pelé (9615/98) revogou o art. 50 da LCP não vem
sendo aceita pelo STF e STJ. Assim, o bingo configura a contravenção do
art. 50 da LCP – RESP 703156 STJ.
CRIMINAL. RESP. EXPLORAÇÃO DE JOGOS DE BINGO. MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. ORDEM CONCEDIDA PARA LIBERAR O
MATERIAL APREENDIDO E AUTORIZAR A CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE. REVOGAÇÃO
DO ART. 50 DA LCP. INOCORRÊNCIA. RECURSO PROVIDO.
I. Hipótese em que foram apreendidos diversos materiais correlacionados à exploração
comercial de jogos de bingos. II. O art. 50 da LCP não restou revogado pela Lei Pelé (Lei
9.651/98), que veio apenas permitir o funcionamento provisório de "bingos", desde que
autorizados por entidades de direito público. III. Com o advento da Lei 9.981/2000 (Lei
Maguito Vilela) foram revogados, a partir de 31/12/2001, os artigos 59 a 81 da Lei 9.651/98 (Lei
Pelé), respeitando as autorizações que estivessem em vigor até a data de sua expiração,
autorização esta, com validade de 12 meses, conforme a legislação específica. IV. A partir de
31/12/2002, ninguém mais poderia explorar o jogo do bingo por violação expressa ao art. 50 da
Lei 3.688/41 (Lei de Contravenções Penais). V. Se o ato impugnado ocorreu em 2003, quando
as referidas empresas já não mais poderiam estar explorando a atividade, tem-se a correção
da medida de busca e apreensão. VI. Recurso provido.
SÚMULA VINCULANTE Nº 2
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho,
sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria
subsistência mediante ocupação ilícita:
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios
bastantes de subsistência, extingue a pena.
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo ofensivo
ao pudor:
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde
se consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco
contos de réis
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer
forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza
em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
Tal contravenção está tacitamente revogada (no seu inteiro teor) pelo o
art. 32, caput, e parágrafos 1º e 2º, da Lei 9605/98 – agora a conduta é crime.
Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo
reprovavel:
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste
Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este
Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
no que couber.
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76
e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h
(cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial
para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses do parágrafo único do artigo anterior.\
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
Para os demais crimes – arts. 304, 305, 307, 309 a 312, tal pena não
está cominada no tipo penal, mas deve ser aplicada quando o réu for
reincidente em crime de trânsito.
Seja nos dois casos (pena já cominada ou não) a duração dessa pena
será de 2 meses a 5 anos.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz
aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor,
sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada (?) ou cumulativamente
com outras penalidades.
Apesar do art. 292 dispor que dá para aplicar tal pena de suspensão ou
proibição de permissão ou habilitação de forma isolada, não é possível o juiz
aplicar apenas tal sanção (foi um equívoco do legislador) pois, para os crimes
dos arts. 302, 303, 306 e 308, tal sanção já está cumulada com a pena de
prisão, no próprio tipo penal e para os demais crimes ela será aplicada sem
prejuízo da pena de prisão, ou seja, também cumulativamente.
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico
prazo de suspensão ou de proibição
Tal pena não pode iniciar enquanto estiver preso – art. 293, parágrafo
2º, do CTB.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito
de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode
ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
PENAL. RECURSO ESPECIAL. ARTIGO 302 DA LEI N.º 9.503/97. PENA DE SUSPENSÃO
DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR. ARTIGO 293, DO CÓDIGO DE
TRÂNSITO BRASILEIRO. QUANTUM FIXADO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE FIXADA NO MÍNIMO LEGAL.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
189
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a
garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento
do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em
decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor,
ou a proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que
indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito
suspensivo.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no
processo.
14.3.2) Cálculo
É calculada com base no art. 49, parágrafo 1º, do CP
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse
salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E se essa multa reparatória não for paga, quem a executará? R.: Será
executada como a multa penal – A Fazenda Pública executaria tal multa na
vara das Execuções Fiscais (como regra do CP), mas a doutrina entende que a
vítima ou seus sucessores devem executar tal multa (o destinatário da multa
reparatória) – é o que prevalece.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima,
não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro
àquela.
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses do parágrafo único do artigo anterior.
Não pode responder também pelo art. 309 (crime de falta de habilitação)
senão haveria bis in idem
No caso da lesão culposa, mesmo que a vítima não ofereça
representação, o infrator não poderá ser processado pelo crime de falta de
habilitação. Fundamento: quando ocorre a lesão, a falta de habilitação ou
permissão perde a sua autonomia de crime próprio, passando a funcionar
apenas como causa de aumento de pena da lesão – STF HC 80298
Ementa
E
se, por ex., estava conduzindo um automóvel, mas possui só habilitação
de motocicleta? R.: A doutrina entende que deve ser aplicado o art. 298, IV, do
CTB. O STJ entende que se aplica a causa de aumento de pena da mesma
forma – RESP 492912
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
a lesão culposa do CTB tem pena maior do que a lesão dolosa leve do CP.
Esta desproporção de penas nas lesões culposas fere o princípio da
proporcionalidade ou da razoabilidade? R.: Não. STJ e STF entendem que o
princípio da isonomia não impede tratamento diferenciado quando houver
discrímen razoável (quando houver uma situação que justifica o tratamento
desigual: a enorme freqüência de acidentes no trânsito).
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que
a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou
com ferimentos leve
O parágrafo único diz que existirá o crime do art. 304 mesmo que a
omissão do condutor seja suprida por terceiros – se os terceiros se adiantaram
no socorro ou estavam em melhores condições de socorrer, não haverá o
crime. Ocorrerá o crime mesmo que haja morte instantânea (sem sentido!). A
doutrina diz que neste último caso a lei criou um crime impossível por absoluta
impropriedade do objeto. O crime também ocorrerá mesmo que a vítima tenha
ferimentos leves (o que é ferimento leve? – não é qualquer ferimento leve que
caracterizará tal omissão de socorro).
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool
por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer
outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de
2008)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos
testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de
idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
No art. 302, por ex., uma das penas é a suspensão do direito de dirigir
veículo automotor. Se o condutor dirigir durante este veículo de suspensão,
estará cometendo outro crime de trânsito, que é o previsto no art. 307 do CTB.
A pena pelo o art. 307 será pena de prisão + multa + nova imposição
de suspensão por idêntico prazo à suspensão anterior (que se somará à
suspensão anterior – 1 ano + 1 ano, por ex.).
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte
dano potencial à incolumidade pública ou privada:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Hoje:
Dirigir sem habilitação sem perigo de dano infração administrativa;
Dirigir sem habilitação com perigo de dano infração penal (art. 309) +
infração administrativa.
Resumo:
1. Dirigir com direito de habilitação suspenso ou proibido art. 307
(crime de perigo abstrato)
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada,
com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu
estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo
com segurança:
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou
onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Ementa
penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o
perito, ou juiz:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da
inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não
trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à
violência.
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo – no inciso I é o
trabalhador; no inciso II é o proprietário do estabelecimento.
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de
trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto
industrial ou agrícola:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
“Constranger... a celebrar contrato de trabalho”- crime de atentado
contra a liberdade de contrato; “constranger... a não fornecer a outrem ou não
adquirir de outrem matéria-prima”- crime de boicotagem.
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de
participar de determinado sindicato ou associação profissional:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável
o concurso de, pelo menos, três empregados.
Se houver violência contra a pessoa – aplica-se o que foi dito nos artigos
anteriores. Se houver violência contra a coisa – CAPEZ, REGIS PRADO –
concurso com o crime de dano; MIRABETE – só haverá concurso de crimes se
for violência contra a pessoa.
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de
impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o
estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do
trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à
violência. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do
trabalho:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
da LCP – exercício ilegal de profissão ( STF RHC 61081 e STJ RHC 7537).
A expressão “decisão administrativa” do art. 205 não inclui a decisão das
entidades fiscalizadoras de profissões liberais (inclui CRM, OAB). Ou seja, a
matéria está divergente até nos tribunais superiores.
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou
privado por decisão judicial:
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território
estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de
1993)
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território
nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de
29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução
do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do
trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Incluído
pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
Não se exige fraude como no artigo anterior. REGIS PRADO diz que só
caracteriza o crime se o trabalhador for levado a uma localidade distante da
onde ele está. Se for levado para uma localidade próxima, não há ofensa ao
bem jurídico.
Quanto ao número mínimo de trabalhadores, aplica-se as mesmas
regras do artigo anterior. A consumação se dará com o simples aliciamento,
ainda que ele não seja levado a outra região do país. A tentativa é
perfeitamente possível.
Se a conduta for recrutar o trabalhador mediante fraude ou cobrança de
quantia para levá-lo a outro local do país haverá o crime do art. 207, par. 1º.
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito
público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda
que apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de
quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro de
nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de
estrangeiro.
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3
(três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos),
a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa
jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção, a
menos que haja , pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou instruções
expressas, quando, então, será este o infrator.
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de
documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5
(cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor.
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser retirado
qualquer documento de identificação pessoal. (Renumerado pela Lei nº 9.453, de 20/03/97)
17.1) ART. 61
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código,
sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos
seguintes.
Artigo inútil.
17.2) ART. 63
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos,
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações
escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
Sujeitos
do crime – sujeito ativo é o fabricante ou fornecedor de serviços ou
produtos. Pessoa jurídica não comete crime contra o consumidor. Logo, o
crime só se refere à pessoa física. Sujeito passivo é o consumidor (o conceito
desses sujeitos está no art. 2º e art. 3º do CDC).
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
17.3) ART. 64
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado,
imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.
17.4) ART. 65
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à lesão corporal e à morte.
Ex.: serviço de implosão de edifícios.
A conduta é executar serviço de alto grau de periculosidade – elemento
normativo do tipo, que segundo alguns, depende de comprovação pericial. Só
existe o crime se o serviço for executado contrariando ordem de autoridade
competente. Assim, executar serviço de alta periculosidade não é crime (deve
executar tal atividade sem a devida determinação).
17.5) ART. 66
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia
de produtos ou serviços:
Sujeito
ativo – além do fornecedor, o patrocinador da oferta também pode
cometer o presente delito.
Tipo objetivo – fazer afirmação falsa ou enganosa, ou seja, que possa
levar o consumidor a erro. Trata-se de uma ação (crime comissivo). A outra
conduta criminosa é omitir informação relevante – se a informação for
irrelevante, não haverá crime (crime omissivo).
17.6) ART. 67
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Conflito aparente de normas – art. 7º, VII, da Lei 8137/90. NUCCI diz
que tal inciso deste artigo revogou o art. 67 do CDC.
17.7) ART. 68
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
17.8) ART. 69
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
17.9) ART. 70
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor:
17.10) ART. 71
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou
moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que
exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou
lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
17.11) ART. 72
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
17.12) ART. 73
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de
cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
17.13) ART. 74
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente
preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
17.14) ART. 75
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide
as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou
a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
17.15) ART. 77
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa,
correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade
cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1°
do Código Penal.
O sistema de multas nos crimes de defesa do consumidor é diferente do
CP. No CP a multa é fixada em dias multas, mas o juiz pode fixar entre 10 e
360 dias multas. No CDC a multa também é calculada em dias multas mas
seguem os limites mínimo e máximo da pena privativa de liberdade cominada,
ou seja, os dias multas correspondem aos dias de prisão.
Na aplicação da multa o juiz pode aplicar o art. 60, § 1º CP q diz q a multa
se aplicada no máximo pode ser triplicada tendo em vista a boa situação
econômica do infrator
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
17.16) ART. 78
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas,
cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
Além da pena de prisão e multa cominadas nos tipos penais ainda pode
ser aplicado ao autor do crime contra o consumidor penas restritivas de direito.
17.17) ART. 79
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou
pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a
fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a
outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como
assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais
também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo
legal.
As instituições dos art. 82, III e IV CDC podem atuar como assistente de
acusação no processo penal e tem legitimidade para propor ação privada
subsidiária da pública.
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada a autorização assemblear.
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos (I) para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais
ratificados pela República Federativa do Brasil; (II) dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e (III) estabelece medidas de assistência e (IV)
proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero* que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos*,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e
da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência
doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o
e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de
forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
Art. 313 do CPP. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será
admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos: (Redação dada pela Lei nº
6.416, de 24.5.1977)
(...)
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. (Incluído pela Lei nº
11.340, de 2006)
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das
causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
OBS.: Tais juizados já existem? R.: Há bem poucos. O art. 33 diz que,
enquanto não estruturado os juizados, o juiz criminal acumulará
competência criminal e cível.
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e
julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,
observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual
pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o
processo e o julgamento das causas referidas no caput.
Então juiz criminal que fará separação e divórcio nesses casos? R.: A
competência cível do juiz criminal é apenas das medidas protetivas de
urgência, não podendo fazer separações ou divórcios – tal posição nasceu
no TJ de São Paulo. O juiz cível (da separação) poderá alterar as medidas
protetivas impostas pelo juiz criminal com atribuição também cível.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica? R.: TJ/SP entende
casos de violência doméstica e que cabe o art. 89 da Lei 9099 (aplica-se a todos
familiar contra a mulher, de penas de os crimes, e não só às infrações de menor
cesta básica ou outras de prestação
potencial ofensivo). O STJ discorda do TJ/SP –
pecuniária, bem como a substituição
de pena que implique o pagamento não cabe a aplicação do art. 89 da lei 9099/95
isolado de multa. aos casos de violência doméstica.
OBS.: E quanto à ação penal no crime de lesão corporal leve do art. 129,
§9º, do CP? R.: Se a vítima for homem, não existe vedação do art. 88 da lei
9099/95, permanecendo pública condicionada à representação. Se a vítima
for mulher neste caso de lesão corporal leve do § 9º do art. 129 do CP, há
divergência:
1ª corrente: a ação penal é pública incondicionada – interpretação
literal do art. 41 da Lei 11340/2006. Entendem também os
seguidores desta doutrina que a violência contra a mulher é grave
violação aos direitos humanos da mulher;
2ª corrente: a ação penal é pública condicionada à representação
– vedam-se os dispositivos de medidas despenalizadoras
exteriores à vontade da vítima (como a transação penal, por ex.).
A representação é inerente à vontade da vítima, logo,
permanecendo.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida (abrangeria
também, para quem entende ser condicionada à representação, a lesão corporal leve do §9º do
CP) de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia (leia-se: retratação) à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição,
de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no
interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho,
desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
A) Objeto jurídico
A incolumidade pública/segurança coletiva.
B) Sujeitos do crime
Sujeito ativo – 1ª corrente: crime comum (tese majoritária) – CAPEZ; 2ª
corrente: crime próprio (exige a qualidade do sujeito ativo como dono da
residência ou proprietário responsável pelo estabelecimento comercial.
Sujeito passivo – é a coletividade, porque é ela que é a titular do bem
jurídico “segurança pública”. Assim, crime de posse de arma de fogo é crime
vago. DELMANTO aponta como sujeito passivo direto o “Estado”, talvez pelo
controle de armas que fica prejudicado – tal entendimento não prevalece, pois
o direito à segurança pública não pertence ao Estado (ele é prestador da
segurança pública) e sim a coletividade.
C) Tipo objetivo
As condutas são: possuir ou manter sob a guarda. A maioria diz que a lei
se repetiu, pois quem mantém sob a guarda já possui.
D) Objeto material
Arma de fogo, acessório ou munição.
Tais objetos devem ser permitidos (o particular pode usar desse calibre
caso tenha a devida permissão de possuir arma de fogo). Se for arma de fogo,
acessório ou munição de uso proibido, a posse configura o crime do art. 16 da
mesma lei.
G) Posse x Porte
A posse ocorre no interior da residência do infrator ou nas dependências
dela ou no local de trabalho do qual o infrator seja o proprietário ou o
responsável legal. O porte ocorre em qualquer outro local que não seja
residência ou local de trabalho que o dono da arma seja o proprietário.
Assim, por ex., o dono da loja está com arma e o vendedor da loja
também. Aquele responde por posse de arma; o vendedor responde por crime
de porte por não ser o dono do estabelecimento. Nesse sentido, HC 92369 –
STJ – este julgado diferencia posse de porte.
OBS.: E o indivíduo que enterra uma arma no quintal da casa dele? R.: o
STJ entende que neste caso o crime é de porte de arma de fogo, na conduta
de “ocultar” arma de fogo – HC 72035/MS.
H) Elemento subjetivo
Só o dolo.
I) Consumação e tentativa
Consuma-se no momento que o infrator ingressa ilegalmente na posse
de arma, acessório ou munição. Trata-se de crime de mera conduta, de
perigo abstrato (STJ e STF), crime permanente.
A doutrina não admite a tentativa por se tratar de crime permanente.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de
18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
A) Objetos jurídicos
Objeto jurídico imediato – é a incolumidade pública. O objeto jurídico
mediato é a vida e a integridade física do menor de 18 anos e do doente
mental.
B) Sujeitos do crime
Sujeito ativo só pode ser o proprietário ou possuidor da arma de fogo
– ele que tem o dever de cautela na guarda da arma (trata-se de crime
próprio).
Sujeito passivo primário é a coletividade. Sujeito passivo secundário é o
menor de 18 anos ou deficiente mental.
C) Conduta
É “deixar de observar as cautelas necessárias” – significa: quebra do
dever de cuidado objetivo.
E) Tipo subjetivo
É punido a título de culpa (não pode ele ter a intenção da criança se
apoderar da arma).
F) Objeto material
“Arma de fogo” de uso permitido ou proibido, porque o tipo penal não
especifica a espécie de arma.
G) Consumação e tentativa
Há uma pequena divergência: a consumação se dá com o mero
apoderamento da arma pelo menor ou pelo doente mental. Para uma parte da
doutrina, o crime é material (o apoderamento já seria o resultado naturalístico).
Outra parte da doutrina já entende ser crime formal (o apoderamento não é o
resultado naturalístico – este seria a ofensa à integridade física).
Não admite tentativa por se tratar de crime culposo.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
A) Sujeitos do crime
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é a coletividade.
B) Elementos do tipo
Trata-se de crime de conduta múltipla ou de conteúdo variado ou de
tipo misto alternativo – ou seja, se praticada mais de uma conduta no mesmo
contexto fático, trata-se de crime único (princípio da alternatividade). Ex.:
sujeito adquire, transporta e oculta arma de fogo responderá apenas por um
crime.
C) Objeto material
Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido.
F) Tipo subjetivo
Apenas o dolo.
G) Consumação
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado
ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que
essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
A) Sujeitos do crime
Sujeito ativo – qualquer pessoa; sujeito passivo – a coletividade.
B) Condutas
“Disparar arma de fogo” ou “acionar munição” (ou seja, mesmo que não
efetuado o disparo).
D) Consumação e tentativa
Dar-se-á com o mero disparo ou com o acionamento da munição. A
tentativa é possível.
E) Parágrafo único
Foi declarado inconstitucional pelo mesmo fundamento anterior –
ofensa ao princípio da proporcionalidade e razoabilidade. Trata-se de crime
afiançável.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
Assim, aplica-se tudo que foi dito quanto aos crimes de posse e de porte
dos arts. 12 e 14 desta lei. Há uma única diferença: a arma é de uso proibido
ou restrito.
A) Parágrafo único
OBS.: O caput tem como objeto material apenas arma de uso proibido
ou restrito. As condutas do parágrafo único só se referem à arma de uso
proibido? R.: Não! É unânime o entendimento de que o parágrafo único
constitui crime penal autônomo e independente do caput, ou seja, pode ter
como objeto material arma de fogo proibida ou permitida.
A) Sujeito ativo
Comerciante ou industrial, legal ou clandestino, de arma de fogo,
acessório ou munição (há cláusula de equiparação no parágrafo único).
B) Sujeito passivo
A coletividade.
C) Objeto material
Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido ou restrito.
D) Tipo subjetivo
É o dolo.
E) Consumação e tentativa
A consumação se dá com a prática de qualquer uma das condutas do
tipo. A tentativa é perfeitamente possível, exceto nas modalidades que
constituem crimes permanentes.
A) Sujeito ativo
Qualquer pessoa – crime comum.
B) Sujeito passivo
A coletividade.
C) Condutas
“Importar” ou “exportar” ou “facilitar a entrada ou saída”. Nas duas
primeiras condutas, o crime se consuma com a simples importação ou
exportação – crime material. Na última conduta, o crime se consuma com a
simples facilitação da entrada ou saída, ainda que o favorecido não obtenha
sucesso na entrada ou saída da arma – crime formal. OBS.: não se aplica o
art. 318 do CP, como no caso da não aplicação do art. 334 do CP –
contrabando.
A tentativa é possível.
D) Tipo subjetivo
É o dolo.
F) Objeto material
Apenas arma de fogo, de uso permitido ou proibido, acessório e
munição.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos (ainda não completou 12 anos), e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que
os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas
no art. 101.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (que são as medidas de proteção).
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 104, Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.
OBS.1: Quais medidas podem ser aplicadas neste caso? R.: Quaisquer
medidas, e não só a medida de internação como alguns sustentam –
jurisprudência pacífica do STJ.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante
de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser
substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer
sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem
pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o
adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-
se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente
aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não
podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao
representante do Ministério Público relatório das investigações e demais documentos.
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as
normas gerais previstas na legislação processual pertinente.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser
conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental,
sob pena de responsabilidade.
A) Oitiva informal
Apresentado o adolescente ao MP por uma das pessoas referidas
anteriormente, o adolescente será ouvido informalmente pelo promotor de
justiça.
O STJ entendeu em março de 2009 que o MP pode apresentar a
representação sem a oitiva informal do agente desde que disponha de
elementos suficientes para oferecê-la. Ou seja, tal oitiva não é
absolutamente indispensável.
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
245
C) Conceder a remissão
É uma forma de exclusão do processo – art. 188 do ECA
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá
ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao
contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor
participação no ato infracional.
Ex.: menor praticou furto no mercado – nunca delinqüiu, a família passa fome,
sempre foi um bom aluno na escola etc., o MP concederá o perdão.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente,
a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante
legal, ou do Ministério Público.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que
se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos
fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
F) Audiência de apresentação
Poderá conceder a remissão.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda
que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
H) Defesa prévia
Era. 186, §3º, do ECA
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
sentença:
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será
imediatamente colocado em liberdade.
20.5.2) Obrigação de reparar o dano – art. 112, II, c.c. art. 116 do
ECA
É aplicada nos casos de atos com reflexos patrimoniais, ex.: furto.
Consiste na restituição da coisa, ressarcimento do dano ou qualquer outra
forma de compensação do prejuízo.
20.5.4) Liberdade assistida – art. 112, IV, c.c. art. 118 e 119 do ECA
É decretada pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo ser revogada,
prorrogada ou substituída por outra. O juiz deverá aplicar tal medida quando o
menor necessitar de acompanhamento, auxílio ou orientação.
Nesse caso, o juiz designará um orientador para acompanhar o
cumprimento da medida.
Fora dessas 3 hipóteses, não poder aplica internação, por mais grave
que seja o ato infracional. Ex.: O menor foi pego transportando drogas em
grande quantidade para outro país; fez isso apenas uma vez na vida – não
pode ser aplicada a internação – só poderia ser internado se tivesse praticado
tal conduta 3 vezes, no mínimo.
Assim, a gravidade do ato infracional, por si só, não autoriza a
medida de internação.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de
quarenta e cinco dias.
Tanto o prazo da PPP como da PPE são reduzidos pela metade, pois
o infrator sempre terá menos de 21 anos na data do fato – art. 115 do CP.
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era,
ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
Punia a tortura contra a C&Ad. Hoje, configura o crime do art. 1º, §4º, II,
da Lei 9455/97 – Lei de tortura – tortura agravada.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua
guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de
outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime
de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou
guarda.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou
adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
Condutas:
promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de
C&Ad para o exterior. Deve existir a inobservância das formalidades legais
(envio irregular – não se exige finalidade de lucro) ou com a finalidade de
obter lucro (envio mercenário). Ex. da 1ª hipótese: envio da criança para o
estrangeiro para adoção ilegal (é cabível a adoção por estrangeiro desde que
obedecidas as regras previstas no ECA). Ex. da 2ª hipótese: Venda da criança
ao estrangeiro.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de
qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas
referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
ART. 240 ANTES DA REFORMA DE 2008 ART. 240 DEPOIS DA REFORMA DE 2008
Condutas: produzir ou dirigir Condutas: produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
filmar ou registrar por qualquer meio.
Objeto material: representação teatral televisiva, Objeto material: cena de sexo explícito (quando há
cinematográfica, atividade fotográfica ou de contato físico) ou cena pornográfica (quando não
qualquer outro meio visual, utilizando-se de C&Ad há contato físico). Tais conceitos estão no art. 241-
em cena pornográfica, cena de sexo explícito ou E do ECA – norma penal explicativa
cena vexatória.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta
Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma
criança ou adolescente para fins primordialmente
sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Formas qualificadas: se o crime era praticado no Tais qualificadoras viraram causas de aumento de
exercício de cargo ou função ou com a finalidade pena:
de obter vantagem patrimonial.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o
agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
21.1) CONCEITO
Crimes eleitorais são todas as violações das normas que disciplinam as
diversas fases e operações eleitorais e que tem por objeto jurídico proteger a
liberdade de exercício do direito de sufrágio bem como a regularidade e lisura
do processo eleitoral e que sejam tipificadas na legislação eleitoral.
Tendo em base este conceito, há 3 características dos crimes eleitorais:
Finalidade eleitoral;
Viola um bem jurídico eleitoral;
Está tipificado na legislação eleitoral.
“Crime eleitoral consiste em todo fato descrito como típico da legislação pertinente,
que atenta contra bens jurídicos dessa natureza” – STJ CC 81711/RS – 16.02.09.
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive quem não tenha
participado ou elaborado da pesquisa, pois o núcleo do tipo é divulgar a
pesquisa fraudulenta. Sujeito passivo é o eleitorado (possui direito a uma
informação eleitoral verdadeira) e o candidato ou partido eventualmente
prejudicado pela falsa pesquisa – crime de dupla subjetividade passiva. No
art. 35 indica como sujeito ativo também o representante legal da empresa ou
entidade que fez a pesquisa e que a veiculou (este só pode ser punido se agiu
com dolo – se tinha noção de que se tratava de uma pesquisa fraudulenta). Se
ele for incluído na denuncia apenas por ser representante da empresa, ter-se-á
a denúncia genérica – inadmissível, no momento, pelo STF, por não
descrever a conduta criminosa do representante legal, impedindo o exercício
da ampla defesa.
OBS.: O art. 34, §1º garante aos partidos políticos fiscalizar como foi
feita a pesquisa. E neste artigo há outro crime visando o não-acesso dos
partidos políticos a tais dados. As condutas puníveis são retardar, impedir ou
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
vários
258
Art. 284. Sempre que este Código não indiciar o grau mínimo, entende-se que será ele
de 15 dias para pena de detenção e de 1 ano para a de reclusão.
Quando o tipo penal não cominar a pena mínima, ela será de 15 dias,
se detenção, ou de 1 ano, se reclusão.
Ou a pena mínima está no próprio tipo incriminador, ou está no art. 284
do CE.
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito
público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a
captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou
administração de valores mobiliários.
I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou
qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;
II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de
forma eventual.
a) Pessoas jurídicas de direito público: ex: Conselho Monetário Nacional, BACEN, BB,
BNDES, CEF, CEEs.
b) Pessoas jurídicas de direito privado: ex: sociedades de financiamento e de
investimentos, sociedades de crédito imobiliário, fundos de investimento, cooperativas de crédito,
bolsa de valores.
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e
serviços prestados.
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos desta Lei Complementar:
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser
consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.
I – a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por
intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e
pelo Banco Central do Brasil;
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de
outubro de 1996;
VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2 o, 3o, 4o, 5o,
6o, 7o e 9 desta Lei Complementar.
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência de
qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos seguintes
crimes:
I – de terrorismo;
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção;
Art. 25, lei 7492/86: a lei quis criar neste tipo penal a responsabilidade objetiva dos
gerentes, diretores de IF, mas foi vetada. Assim sendo, as pessoas enumeradas aqui somente serão
punidas a título de dolo (STJ RE 823056: gerente de banco pode cometer crime contra o sistema
financeiro):
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de
instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado).
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou bando ou co-autoria (leia-se:
concurso de pessoas), o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à
autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa (delação premiada: neste caso terá que
contar tudo, e não apenas indicar os participantes) terá a sua pena reduzida de um a dois terços.
(Incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
CUIDADO: VAI CAIR EM PROVA: Denúncia geral (NARRA o fato criminoso com
todas as suas circunstâncias e o imputa, simultaneamente, a várias pessoas indicando que essa
conduta descrita foi praticada por todos os denunciados) versus denúncia genérica (IMPUTA,
genericamente, o crime a um acusado apenas em razão da sua condição, como por exemplo, diretor,
administrador, gerente etc., sem indicar o mínimo vínculo entre o acusado e o crime; sem descrever
qual foi o fato criminoso praticado pelo acusado: STF HC 85579).
Art. 26: corrente minoritária diz que todo e qualquer crime contra o SFN é de
competência da justiça federal independentemente do bem jurídico violado. Para corrente
majoritária, a competência é da justiça federal somente quando atingirem bens, serviços ou
interesses da União em geral. Nesse sentido, STJ HC 26288 e CC 85558:
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será promovida pelo Ministério Público
Federal, perante a Justiça Federal.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 do Código de Processo Penal, aprovado
pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, será admitida a assistência da Comissão de
Valores Mobiliários - CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à
disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora daquela
hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização.
Exceção: os crimes contra o SFN serão de competência da justiça estadual quando não
causarem lesão a bens, serviços e interesses da União. Nesse sentido: STJ CC 87450 e CC 76333 e
STF RE 502915.
Alguns Estados criaram varas especializadas em crimes contra o SFN e o STF já decidiu
que é constitucional, dizendo, ainda, que têm competência absoluta em razão da matéria, pois os
tribunais podem criar especialização de varas no âmbito de organização judiciária local.
Caso Banestado - PR (contas CC5): em regra, a competência é do local da ocorrência
do delito, mas neste caso, em que era muito o número de investigados que residiam em diversos
locais diferentes, o STF e STJ decidiram, excepcionalmente, que a competência seja determinada
pelo domicílio ou residência do réu (princípio da celeridade processual).
Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo
Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de crime
previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada (VETADO).
Art. 31: é um art. inútil, segundo a doutrina, pois se há motivos para a prisão preventiva
não existe fiança: ATENÇÃO: tomar cuidado, porque nas provas CESPE o examinador apenas
coloca o enunciado até o grifado em amarelo, tornando o enunciado errado:
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão, o réu não poderá
prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons
antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a prisão preventiva.
CRIMES:
Art. 3º:
Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em recuperação
judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem:
-se a informação falsa for sobre S/A que não seja IF, o crime será do art. 177, CP:
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando
fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia
popular.
Art. 4º, “caput”: É O DELITO MAIS IMPORTANTE DA LEI: trata do delito de gestão
fraudulenta:
Sujeito ativo: somente o administrador da IF. É crime próprio que exige qualidade
especial do sujeito ativo. Admite concurso de pessoas estranhas à função. ATENÇÃO: conselheiro
estatutário que não tem poderes de gerir a IF não pode cometer este crime sozinho, apenas como
partícipe (STJ Ação Penal nº 481).
Discussão: é crime próprio ou de mão-própria? Resposta: duas correntes:
1ª corrente (majoritária): é crime próprio. Admite co-autoria e participação de quem não
é o administrador da IF (Nucci);
2ª corrente: é crime de mão-própria, ou seja, não admite co-autoria, se sim participação
de pessoa estranhas a administração da IF (Delmanto, LFG).
Sujeito passivo: o Estado, a IF prejudicada e terceiros prejudicados;
Tipo objetivo: “gerir” (administrar, gerenciar, dirigir) fraudulentamente (ex: caixa dois,
simulação de empréstimo em benefício próprio). STF HC 95515.
Tipo subjetivo: dolo genérico.
Consumação e tentativa: é crime formal e se consuma com a simples conduta de gestão
fraudulenta, independentemente da ocorrência de prejuízo (STF e STJ).
Para a doutrina é crime de perigo concreto, ou seja, deve existir a probabilidade de dano
(Delmanto).
Discussão: É crime habitual ou instantâneo? Resposta: duas correntes:
1ª corrente: é crime habitual, ou seja, exige a reiteração de atos fraudulentos. Um único
ato fraudulento, isolado, é fato atípico.
2ª corrente (majoritária): não é crime habitual próprio, mas sim habitual impróprio, ou
seja, um único ato fraudulento que possa causar dano a IF já configura o crime de gestão
fraudulenta. Ex: empréstimo milionário feito a um credor sem qualquer garantia. Nesse sentido, STJ
HC 39908 e Nucci.
I - falso;
Art. 5º:
Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, de dinheiro, título,
valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei,
que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de que tem a posse, sem
autorização de quem de direito.
Sujeito ativo: somente as pessoas do art. 25 (crime próprio). Se o sujeito ativo for
funcionário público, o delito será o tipificado no CP (peculato);
Sujeito passivo: o Estado, a IF e a pessoa prejudicada pela conduta;
Tipo objetivo: apropriar-se (assenhorar-se com ânimo definitivo) e desviar (dar
destinação errada) a dinheiro, título, valor o qualquer outro bem móvel (prevalece o entendimento
que os bens podem pertencer à terceira pessoa também). Deve existir a posse lícita do bem; caso não
haja, não resta configurado este delito. A mera detenção não é discutida pela doutrina (lacuna). Para
o professor, a mera detenção não configura este crime.
Tipo subjetivo: dolo
Art. 6º:
Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública competente,
relativamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-a
falsamente:
Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa: majoritário). Há doutrina que entende ser
crime próprio.
Sujeito passivo: o Estado, a IF, sócio, investidor, repartição pública competente ou a
pessoa prejudicada financeiramente.
Tipo objetivo: induzir (levar alguém) ou manter em erro. É crime de forma vinculada:
“sonegando-lhe informação ou prestando-lhe informação falsa” sobre operação financeira ou
situação financeira.
Tipo subjetivo: dolo genérico.
Consumação e tentativa:
Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela
legislação:
Art. 19:
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é cometido em detrimento de
instituição financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse de financiamento.
Art. 20:
Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato, recursos provenientes de
financiamento concedido por instituição financeira oficial ou por instituição credenciada
(particular) para repassá-lo:
Sujeito ativo:
Sujeito passivo:
Tipo objetivo: o recurso é obtido licitamente, mas depois é utilizado em finalidade diversa
do estabelecido em lei ou contrato (STJ RHC 10549).
Tipo subjetivo:
Consumação e tentativa:
Art. 21:
Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade, para realização de operação de
câmbio:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sonega informação que
devia prestar ou presta informação falsa.
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de
divisas do País:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização
legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à
repartição federal competente.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º:
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse
tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias
contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1 o (primeiro) protesto
por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido
cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal
dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos
créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no
registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a
inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas
Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento,
para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que
decreta a falência e a relação de credores.
Para Nucci, este art. é inútil, pois o art. 29, CP já faz previsão:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto
a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a
recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de
punibilidade (NATUREZA JURÍDICA) das infrações penais descritas nesta Lei.
não integra o tipo penal, mas é requisito para que possa ocorrer a
punição pelo delito. É aplicável a todos os crimes falimentares.
Para Nucci, esta sentença só é condição objetiva de
punibilidade quando o crime for praticado antes dela. Quando crime
for praticado depois da sentença, esta será pressuposto do crime.
Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr
do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da
homologação do plano de recuperação extrajudicial.
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência,
concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial,
conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.
Art. 184:
Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1 o, sem que o
representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o
administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado
o prazo decadencial de 6 (seis) meses.
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial,
o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá
imediatamente a competente ação penal ou, se entender necessário, requisitará a abertura de
inquérito policial.
Procedimento:
Art. 200: revogação dos arts. do CP que previam o
procedimento:
Art. 200. Ressalvado o disposto no art. 192 desta Lei, ficam revogados o Decreto-Lei no 7.661,
de 21 de junho de 1945, e os arts. 503 a 512 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal.
Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados
anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei no
7.661, de 21 de junho de 1945.
§ 2o A existência de pedido de concordata anterior à vigência desta Lei não obsta o pedido
de recuperação judicial pelo devedor que não houver descumprido obrigação no âmbito da
concordata, vedado, contudo, o pedido baseado no plano especial de recuperação judicial para
microempresas e empresas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta
Lei.
§ 4o Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua vigência resultantes de convolação
de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais se aplica, até a decretação, o
Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945 , observado, na decisão que decretar a falência, o
disposto no art. 99 desta Lei.
§ 5o O juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento de bens imóveis ou móveis a fim
de evitar a sua deterioração, cujos resultados reverterão em favor da massa. (incluído pela Lei
nº 11.127, de 2005)
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual
ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da
lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008).
- NASCE EM 1969;
- NOME TÉCNICO: “CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS”.
- ENTROU EM VIGOR EM 1978;
- FOI RATIFICADO PELO BRASIL EM 1992.
3. ESTRUTURA
É dividido em duas partes:
3.1. PARTE I
- elenca os direitos civis e políticos dos cidadãos do Continente Americano;
- traz a parte de direito material.
3.2. PARTE II
- elenca os meios processuais de se exercer os direitos trazidos na primeira parte
perante uma instância ou corte internacional;
- traz, portanto, a parte de direito processual.
4. GERAÇÃO DE DIREITOS
4.1. 1ª GERAÇÃO
- liberdade;
- direitos civis e políticos;
4.2. 2ª GERAÇÃO
- igualdade;
- direitos econômicos, sociais e culturais.
4.3. 3ª GERAÇÃO
- fraternidade;
ANTES DE SE CHEGAR AO JUIZ FEDERAL, ESSA DECISÃO NÃO PRECISARIA PASSAR PELA
HOMOLOGAÇÃO DO STJ, CONFORME PREVISÃO CONSTITUCIONAL (ART. 105, I, “i”,
CF)?
1ª POSIÇÃO (STF): sentença estrangeira é toda aquela que não é nacional. Portanto
2ª POSIÇÃO (DOUTRINA MAJORITÁRIA POSIÇÃO A SER ADOTADA EM CONCURSO):
sentença estrangeira é aquela proferida por um judiciário de outro país. Diferente das
decisões da Corte Interamericana, que é uma sentença internacional. PORTANTO, AS
SENTENÇAS DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS NÃO PRECISAM
SER HOMOLOGADAS PELO STJ, POIS SE ENQUADRAM COMO SENTENÇA
INTERNACIONAL E NÃO ESTRANGEIRA.
PORTANTO, O PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA, EM CONFLITO COM A LEI PENAL
OU PROCESSUAL PENAL BRASILEIRA, IRÁ PREVALECER SOBRE ESTAS LEIS.