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UNIDADE I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
UNIDADE I
DO CRIMES CONTRA A PESSOA
▪ O Código Penal é dividido em duas grandes partes: a) Parte Geral; e b) Parte Especial. A Parte
Especial, que será objeto dos nossos estudos, é divida em títulos, capítulos e seções, apresentando
uma organização sistemática que leva em consideração o bem jurídico protegido.
▪ O professor Paulo José da Costa Jr. (2010, p. 347) nos ensina que a tarefa principal da “Parte
Especial é abrigar os fatos proibidos ou ordenados (nos tipos penais omissivos) pelo ordenamento
jurídico penal. Para realizar tal tarefa, o legislador lança mão de técnica por meio da qual descreve os
fatos de maneira precisa e inequívoca: o tipo penal. É ele o modelo, o paradigma do fato incriminado,
minuciosamente descrito, em todos os seus elementos, pela norma penal. Na Parte Especial, por
meio da descrição dos vários tipos delitivos, o cidadão irá conhecer quais as condutas reprovadas e
quais as permitidas”.
▪ O Código Penal trata, no Título I da Parte Especial, dos crimes contra a pessoa, reforçando a
importância da tutela penal para a garantia de uma convivência social que leve em consideração a
dignidade da pessoa humana, definindo os crimes que atingem a pessoa em seus principais valores
físicos ou morais, tais como: vida, integridade física, honra, liberdade etc.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
HOMICÍDIO
▪ O crime de homicídio, como regra, será julgado pelo Tribunal do Júri, conforme estabelecido no art. 5º, inciso XXXVIII,
alínea “d”, da Constituição Federal, que assim dispõe:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
▪ A exceção se refere à modalidade de homicídio culposo, que não está inserido no conjunto de competências do
Tribunal do Júri.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
HOMICÍDIO
HOMICÍDIO
▪ É possível também praticar o homicídio por omissão, como ocorre no caso da mãe
que causa a morte do filho deixando de alimentá-lo. Temos, nesse caso, um crime
comissivo por omissão. Afinal, a mãe tem o dever de garantir proteção e alimentação
ao filho incapaz (dever de garante).
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz ▪ A redação contida no art. 121 do CP, portanto, prevê
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. um comportamento comissivo, que poderá, entretanto,
ser praticado via omissão, em virtude da posição de
garante ocupada pelo agente.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. ▪ As qualificadoras que correspondem aos motivos estão
elencadas nos incisos I, II, VI, VII e IX;
▪ No incisos III e VIII, diz a lei penal que qualifica o homicídio o
emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
HOMICÍDIO QUALIFICADO insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum, além
do emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
apontando, dessa forma, os meios utilizados na prática da
infração penal;
§ 2º Se o homicídio é cometido: ▪ No inciso IV, o CP arrolou, a título de qualificadoras, os modos
com a infração penal é cometida, vale dizer, à traição, de
emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
▪ A qualificadora do inciso V se refere aos fins;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. ▪ A Lei nº 13.104/15 fez inserir mais um inciso ao § 2º do art. 121
do CP, criando, no inciso VI, o chamado feminicídio. Tem-se,
assim, uma motivação especial que pode ser subdividida em
relação aos motivos apontados nos inciso I e II, conforme será
analisado.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. ▪ Homicídio para ocultar a prática de outro delito.
Exemplos: a) homicídio contra o perito que vai apurar a
apropriação indébita do agente; b) marido que mata a
única testemunha que o viu enterrar o corpo de sua
HOMICÍDIO QUALIFICADO mulher, também morta por ele;
HOMICÍDIO SIMPLES
VII - contra autoridade ou agente descrito nos
Art. 121. Matar alguém: arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau,
HOMICÍDIO QUALIFICADO em razão dessa condição;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. III - ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO:
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou
tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja
signatária; e
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
HOMICÍDIO SIMPLES
VII - contra autoridade ou agente descrito nos
Art. 121. Matar alguém: arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau,
HOMICÍDIO QUALIFICADO em razão dessa condição;
HOMICÍDIO SIMPLES
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos.
(Inciso acrescido pela Lei nº 14.344, de 24/5/2022, publicada
Art. 121. Matar alguém: no DOU de 25/5/2022, em vigor 45 dias após a publicação)
DO CRIME
CRIME CULPOSO
Art. 18. Diz-se o crime: ▪ O crime culposo pode ser conceituado como a conduta
humana voluntária (ação ou omissão) que produz
resultado antijurídico não querido, mas previsível, e
CRIME DOLOSO excepcionalmente previsto, que podia, com a devida
atenção, ser evitado.
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou ▪ Para caracterização da conduta culposa faz-se
assumiu o risco de produzi-lo; necessário os seguintes elementos:
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
OMISSÃO DE SOCORRO
▪ É possível a coautoria. Rogério Greco (2021, p. 282), tratando do tema, leciona que está de
acordo com o posicionamento de Cezar Roberto Bitencourt, entendendo pela “admissibilidade de
concurso de pessoas em sede de crimes omissivos, sejam eles próprios, como é o caso do delito
de omissão de socorro, ou mesmo impróprios”.
MAUS TRATOS
▪ Objetividade jurídica: a vida e da saúde daquele que se encontra sob a guarda de outrem
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia.
▪ O crime consiste em expor a risco a vida ou a saúde da vítima por uma das formas
enumeradas no tipo penal. Delito de ação vinculada.
▪ Formas de execução:
a) privação de alimentos ou cuidados indispensáveis.
b) sujeição a trabalhos excessivos ou inadequados.
c) abuso dos meios de disciplina e correção.
MODALIDADES QUALIFICADAS
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
▪ §§ 1º e 2º.
▪ As modalidades qualificadas traduzem hipóteses de
crime eminentemente preterdoloso. Isso significa que § 2º Se resulta a morte:
o agente não pode, em qualquer situação, ter querido a
produção do resultado morte ou lesão corporal de
natureza grave.
▪ Assim, existe dolo no antecedente – quando o agente Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
expõe a perigo a vida ou a saúde de pessoa,
submetendo-o a uma situação de perigo concreto – e
culpa no consequente – quando da exposição ao perigo § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
a que foi submetida a vítima resulta lesão corporal de
crime é praticado contra pessoa menor de
natureza grave ou morte.
▪ Todos os resultados que qualificam o delito de maus- catorze anos.
tratos somente podem ser atribuídos ao agente a título
de culpa.
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PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
DA RIXA
ART. 137
CÓDIGO PENAL
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
RIXA
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso X, dispõe que “são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação”.
▪ Por isso, pune-se também criminalmente quem, deliberadamente, ofende a honra alheia.
▪ Desse modo os tipos penais da legislação comum só terão vez se não ocorrer quaisquer
das hipóteses previstas nas legislações especiais.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ Para uma melhor compreensão do tema, vamos tomar como base, para essa explanação, a obra
do professor Rogério Greco, vale dizer, o Curso de Direito Penal – Volume 2 – de 2021. A
linguagem é simples e de fácil compreensão.
▪ A divisão em honra objetiva e honra subjetiva tem por finalidade facilitar a compreensão dos
tipos penais, posto que honra, no fim das contas, é uma só. Podemos conceituá-la como a
imagem que o indivíduo constrói ao longo do tempo, é o seu bom nome, sua respeitabilidade
perante a comunidade em que vive e atua. Magalhães Noronha, citado por Cezar Roberto
Bitencourt (2022, p. 449-450), a define como “o complexo ou conjunto de predicados ou
condições da pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria”.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ Do crime de calúnia
▪ No crime de calúnia, por exemplo, a lei protege a chamada honra objetiva, que é o conceito que determinada
pessoa acredita possuir e gozar no meio social em que ela vive. Todos nós temos uma imagem pública, isto é,
as pessoas com as quais lidamos formam a nosso respeito um juízo e nos valoram por isso.
▪ É possível desdobrar o crime de calúnia em vários elementos que são importantes para compreender esse
tipo penal, são eles: a) a imputação de um fato; b) esse fato imputado à vítima deve, obrigatoriamente, ser
falso; c) além de falso, o fato deve ser definido como crime. Essa divisão é proposta por Rogério Greco (2021,
p. 339) e foi retirada diretamente do art. 138 do Código Penal.
▪ Nesse sentido, não basta ofender alguém para a configuração desse delito. É preciso narrar um fato e imputá-
lo à vítima, sabendo, previamente, que a acusação é falsa. Exemplo: “no dia 10 de dezembro de 2020, por
volta das 15 horas, eu vi o cidadão X entrar na casa da vítima e subtrair alguns objetos do seu interior”. Veja
que, nesse caso, o autor da calúnia narrou um fato (furto) e trouxe detalhes de como ele ocorreu. Não é
preciso trazer todas as informações, mas tem que ser narrado um fato. Esse fato imputado tem que ser falso.
O autor da calúnia sabe que aquela pessoa não praticou a referida conduta ou o fato nem sequer existiu. Isso
significa que a calúnia é um crime doloso e a vontade do autor é caluniar a vítima.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ Do crime de calúnia
▪ O outro aspecto importante é que o fato imputado tem que ser um CRIME. Logo, se o autor acusar a vítima
falsamente de ter praticado uma contravenção penal ou uma transgressão disciplinar, por exemplo, ainda
que a acusação seja falsa, não será calúnia, pois a lei exige a imputação de um CRIME. Exemplo: imagine a
situação em que o autor da acusação diz que a vítima estava “bancando o jogo do bicho”, pois em certo dia
do mês de novembro de 2019 a viu atuando em uma determinada casa de jogo fazendo apontamentos.
Nesse caso, não poderemos falar de calúnia, pois a imputação aqui, ainda que falsa, foi de uma
contravenção penal, pois o “jogo do bicho” não configura crime. Em situações como essa o autor da
acusação poderá ser responsabilizado por difamação, como veremos adiante.
▪ Como o crime de calúnia atenta contra a honra objetiva da vítima, como visto anteriormente, a
CONSUMAÇÃO do delito ocorre quando uma terceira pessoa, que não aquela que foi acusada falsamente,
toma conhecimento da acusação falsa de fato definido como crime. Nesse caso, a ofensa atingiu a imagem
que a vítima tem na comunidade em que ela atua.
▪ O crime de calúnia só admite a modalidade dolosa. Assim, o objetivo do autor é, de fato, atingir a honra
objetiva da vítima.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ Do crime de calúnia
▪ É importante também dizer que no crime de calúnia é também punível com a mesma pena aquele que, “sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga”. Veja que outra pessoa tomou conhecimento da acusação falsa de um crime e, mesmo
sabendo disso, relata verbalmente para outra pessoa (isso é propalar) ou relata por outro meio qualquer para outras
pessoas (isso é divulgar).
▪ A calúnia contra os mortos também é punível, pois o autor não pode imputar ao falecido, falsamente, a prática de um fato
definido como crime. Nesse caso, a família do morto poderá acionar judicialmente o autor a fim de proteger a memória
do falecido.
▪ A questão da exceção da verdade é um ponto importante para analisar. Afinal, para que possa existir calúnia é preciso
que o fato definido como crime seja falso, mas se ele for verdadeiro, qual a solução? A exceção da verdade, como
ensina o professor Rogério Greco (2021, p. 349), é a “faculdade atribuída ao suposto autor do crime de calúnia de
demonstrar que, efetivamente, os fatos por ele narrados são verdadeiros, afastando-se, portanto, com essa
comprovação, a infração penal a ele atribuída”. Essa prova da verdade ocorre no processo criminal. É importante
compreender que é legítimo provar a verdade daquilo que se imputou a outrem e essa prova da verdade afasta a
possibilidade de condenar alguém por calúnia, observando sempre os requisitos previstos no art. 138, § 3º, do Código
Penal.
▪ Como a pena do crime de calúnia é de detenção de 6 meses a 2 anos e multa, tem-se uma infração penal de menor
potencial ofensivo que admite o registro do TCO.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ Como a pena do crime de difamação é de 3 meses a 1 ano e multa, tem-se uma infração penal
de menor potencial ofensivo que admite o registro do TCO.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CALÚNIA DIFAMAÇÃO
1) Fato imputado deve ser definido como crime. 1) O fato imputado deve ser desonroso.
2) A imputação deve ser falsa. 2) Não é necessário que a imputação seja falsa.
3) É punível contra os mortos. 3) Não é possível contra os mortos.
4) Admite, em regra, a exceção da verdade. 4) Não admite, em regra, a exceção da verdade.
(GONÇALVES, 2021, p. 267)
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
▪ A consumação da injúria, por atingir a honra subjetiva da vítima, ocorre no momento em que a própria vítima toma
conhecimento das palavras ofensivas que foram dirigidas à sua dignidade ou decoro.
▪ Com essas considerações iniciais, passaremos às análises específicas da calúnia, da difamação e da injúria.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Disposições comuns
Art. 141. As penas cominadas neste capítulo aumentam-
se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e
dignidade ou o decoro: multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e
dignidade ou o decoro: multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e
dignidade ou o decoro: multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,
dignidade ou o decoro: além da pena correspondente à violência.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e
dignidade ou o decoro: multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: ▪ A injuria preconceituosa pune o agente que, na
prática do delito, se utiliza de elementos referentes
a:
I - quando o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria; ▪ Religião;
▪ Condição de pessoa idosa;
▪ Condição de pessoa com deficiência.
II - no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Pena - detenção, de três meses a um ano, e
dignidade ou o decoro: multa, além da pena correspondente à violência.
DIFAMAÇÃO
Somente se admite se o ofendido é
EXCEÇÕES funcionário público e a ofensa é relativa
ao exercício de suas funções.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
AMEAÇA
AMEAÇA
▪ O professor Victor Eduardo Rios Gonçalves (2021, p. 303), leciona que existem “também dois entendimentos.
Para alguns, constitui crime porque o art. 28, II, do CP, estabelece que a embriaguez não exclui o dolo. Outros
alegam que a embriaguez é incompatível com o dolo de ameaçar”. Esclarece o professor Gonçalves que, em seu
entendimento, “é necessário analisar o caso concreto, excluindo-se o ilícito penal apenas se restar constatado
que a embriaguez era de tal forma avançada que o agente não tinha consciência da gravidade do que dizia”.
▪ Rogério Greco (2021, p. 441) afirma que “somente aquele estado de embriaguez que torne ridícula a ameaça
feita pelo agente é que poderá afastar a infração penal, em razão da evidente ausência de dolo; ao contrário, se o
agente mesmo sob os efeitos do álcool ou de substâncias análogas, tiver consciência do seu comportamento,
deverá responder pelas ameaças proferidas.
▪ O art. 28, inciso II do Código Penal, assim dispõe:
Emoção e paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
[...]
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
AMEAÇA
▪ A jurisprudência, por outro lado, parece caminhar no sentido de não afastar a responsabilidade penal do agente
por crime de ameaça o seu estado de embriaguez voluntária, como se vê na Apelação Criminal n.
1.0470.17.009426-7/00, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tendo como Relatora o Desembargadora Beatriz
Pinheiro Caires. A Ementa restou assim consignada:
PERSEGUIÇÃO
PERSEGUIÇÃO
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por DOS CRIMES CONTRA A VIDA
qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou
psicológica, restringindo-lhe a capacidade de
locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou HOMICÍDIO SIMPLES
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:
sexo feminino quando o crime envolve:
PERSEGUIÇÃO
▪ No caput do 148 do Código Penal estão descritas as condutas que tipificam o sequestro e o
cárcere privado. Ao descrever o tipo penal o legislador assim dispôs: “privar alguém, de sua
liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado”.
▪ Há uma diferença entre ambos os crimes, pois no sequestro a vítima tem maior liberdade de
locomoção (vítima presa numa fazenda).
▪ Já no cárcere privado, a vítima vê-se submetida a uma privação de liberdade em um recinto
fechado, como por exemplo: dentro de um quarto ou armário.
▪ O crime de cárcere privado pode se dar de duas formas, por meio da detenção e sequestro:
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
▪ Crime permanente.
Pena - reclusão, de um a três anos.
▪ Tentativa: é possível, por exemplo, quando o
autor tenta arrebatar a vítima e levá-la à
clausura, mas é impedido por circunstâncias
alheias à sua vontade.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
Pena - reclusão, de um a três anos. III - se a privação da liberdade dura MAIS DE quinze
dias;
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
CÓDIGO PENAL
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
( ) No crime de homicídio é possível ser praticado por omissão, como o caso da mãe que causa a
morte do filho deixando de alimentá-lo. Temos nesse caso um crime comissivo por omissão.
( ) São qualificadoras do homicídio pelos meios empregados a utilização de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura, meio insidioso ou cruel, traição, emboscada e dissimulação.
( ) A diferença entre maus-tratos e tortura reside no elemento subjetivo, ou seja, na finalidade
especial do sujeito ativo.
( ) Os crimes contra a honra são a calúnia, a difamação e a injúria. Cada um desses delitos
possuem requisitos próprios e, além de estarem descritos no CP estão previstos em leis especiais.
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CÓDIGO PENAL COMUM
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
GABARITO
V–F – V–V–F – F – F – V–F – V
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PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
CÓDIGO PENAL
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A) O filho que, diante do pedido do pai moribundo, verificando seu enorme sofrimento físico e
psíquico, desliga os aparelhos que o mantêm vivo responde por homicídio qualificado pelo emprego
de recurso que impossibilita a defesa da vítima.
B) Ocorre o chamado feminicídio sempre que o agente pratica o crime de homicídio, tendo como
vítima uma mulher, independentemente de sua motivação ou das circunstâncias do fato.
C) O agente que causa dolosamente a morte da companheira de um policial militar pratica
homicídio qualificado, independente dos motivos do crime, dos meios empregados na execução do
delito ou de sua finalidade.
D) O juiz poderá deixar de aplicar a pena tanto do homicídio doloso quanto do homicídio culposo se
as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
E) A pena do homicídio é aumentada de um terço até a metade, se o crime é praticado por milícia
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
2ª QUESTÃO (CFO/2017 – RECURSO NÃO CONHECIDO) – Considerando o que estabelece pelo Código
Penal Brasileiro, mais especificamente sobre o crime de homicídio, analise as assertivas abaixo e, ao final,
responda o que se pede.
I. É causa de aumento de pena, a prática do crime contra integrantes da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função.
II. É causa de diminuição de pena, no caso de feminicídio, se o crime for cometido na presença de
descendentes ou de ascendente da vítima.
III. No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício.
IV. São consideradas circunstâncias legais que qualificam o crime de homicídio, a realização do tipo penal: por
motivo fútil, à traição, mediante dissimulação e com emprego de explosivo.
3ª QUESTÃO (CFS/CSTSP) – 2018 – RECURSO INDEFERIDO) – Dois terços dos casos de feminicídio foram
cometidos na casa da vítima, segundo pesquisa do Ministério Público de São Paulo. Em 58% dos casos foram
usadas armas brancas, como facas, para ferir ou matar as vítimas. Dos registros, em 75% a vítima tinha
relacionamento com o agressor (eram namorados ou casados).
De acordo com o previsto no Código Penal Comum sobre os Crimes Contra a Vida, marque a alternativa
CORRETA.
A) No crime de feminicídio considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve
violência doméstica e familiar.
B) Ocorre aumento de pena para o crime de feminicídio se for praticado durante a gestação ou até 01 (um)
ano posterior ao parto.
C) O crime de homicídio só receberá a denominação de feminicídio se for praticado por homens e contra
mulheres.
D) Constitui condição indispensável do crime de feminicídio, o menosprezo ou discriminação pela identidade
de gênero.
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
A) Se o agente comete o crime de homicídio impelido por motivo de relevante valor social
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
B) Motivo fútil e emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum são qualificadoras deste crime.
C) A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a 1/2 (metade) se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio.
D) Em se tratando de homicídio culposo, o juiz em hipótese alguma poderá deixar de
aplicar a pena, mesmo se as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
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CÓDIGO PENAL COMUM
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A) calúnia.
B) injúria.
C) difamação.
D) exceção da verdade.
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UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA
1 E
2 B
3 A
4 C
5 D
6 A
7 A
8 C
9 D
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CÓDIGO PENAL COMUM
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal – v. 1: parte geral (art. 1º a 120). 27.
ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2021.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal – v. 2: parte especial (art. 121 a
154-B). 22. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: SaraivaJur, 2022.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado: parte especial. 11. ed. São
Paulo: Saraiva, 2021.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, v. 2. 18 ed. rev. e atual. Niterói: Impetus,
2021.
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