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DOS CRIMES CONTRA A VIDA

• HOMICÍDIO (Art. 121)

• INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO (Art. 122)

• INFANTICÍDIO (Art. 123)

• ABORTO (Art. 124 ao 128)


HOMICÍDIO
• Conceito
É a eliminação injusta de vida extrauterina pratica por outrem.

Deste singelo conceito tiramos alguns pontos fundamentais para a


caracterização do delito:
Eliminação
Injusta
VIDA
Extrauterina

Outrem
HOMICÍDIO
Eliminação
Consiste no ato de retirar a condição de
vida de um ser humano. Podendo se dar por ação
(crime comissivo), por omissão (crime omissivo
impróprio), ou por comissivo por omissão
(ocasião em que o agente tinha a obrigação de
evitar o resultado).

Injusta
É necessário ainda que a retirada da vida
não seja amparada pelo ordenamento jurídico, ou
seja, não caracteriza o delito se o agente age
amparado por uma excludente de ilicitude.
HOMICÍDIO
VIDA Extrauterina
A fim de diferenciar o delito em questão do crime
de aborto, a doutrina e a jurisprudência; com auxílio da
medicina; apontam qual é o momento em que, praticada a
conduta, o delito se caracteriza como homicídio ou como
aborto.

Para solucionar esta celeuma aponta-se vários


doutrinadores, porém prevalece o entendimento de Luiz
Regis Prado:
HOMICÍDIO

(...) “Infere-se daí que o crime de homicídio


tem como limite mínimo o começo do nascimento,
marcado pelo início das contrações expulsivas.
Na hipótese em que o nascimento não se produz
espontaneamente, pelas contrações uterinas,
como ocorre em se tratando de cesariana, por
exemplo, o começo do nascimento é determinado
pelo início da operação, ou seja, pela incisão
abdominal” (Tratado de Direito Penal
Brasileiro, 2014, v. 2, p.18)
.
HOMICÍDIO

Ceifar vida intrauterina é o crime de aborto. Ceifar


vida extrauterina pode ser crime de homicídio ou de
infanticídio.
A linha divisória é exatamente o início do Parto.

OBS.: para haver homicídio, NÃO PRECISA HAVER


VIDA VIÁVEL. Prevalece que, mesmo que a vida não
seja mais viável, se antecipar a morte natural, ocorre
o homicídio. Eutanásia, por exemplo.
HOMICÍDIO

 Outrem
Necessário se faz esclarecer
que a conduta humana indesejada é a
de que uma pessoa elimine a vida de
outra; não havendo qualquer tipo de
punição para o agente que tira ou
tenta retirar a própria vida.
(O Suicídio não é fato típico nem
na modalidade tentada).
HOMICÍDIO Vs GENOCÍDIO

OBSERVAÇÃO

O crime de genocídio tutela a diversidade


humana e, por isso, tem caráter coletivo ou
transindividual. Ocorre que uma das formas de
praticar o genocídio, de acordo com o artigo 1º, “a”,
da Lei 2.889/56, é por meio da morte de membros
do grupo.
(CUNHA, Rogério Sanches, Manual de Direito Penal
– Parte Especial, 2015, p. 45)
HOMICÍDIO

O Código Penal prevê algumas modalidade do crime de


homicídio, vejamos:
Homicídio Simples ( Art. 121, “caput” do CP)
Homicídio Privilegiado ( Art. 121, §1º do CP)
Homicídio Qualificado ( Art. 121, §2º do CP)
Homicídio Culposo ( Art. 121, §3º do CP)
Homicídio Culposo Majorado ( Art. 121, §4º,
primeira parte do CP)
Homicídio Doloso Majorado ( Art. 121, §4º,
segunda parte; §6º e §7º do CP)
HOMICÍDIO SIMPLES

Art. 121 “caput” do CP


Homicídio Simples

• Art. 121 - Matar alguém:


• Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
HOMICÍDIO SIMPLES
Sujeito Ativo
É crime comum porque pode ser praticada por
qualquer pessoa sozinha ou associada a outros.

Há uma complicação na doutrina, que pergunta


como tratar o homicídio praticado por irmãos xifópagos
(unidos pelo apêndice), ou seja, irmãos siameses.

Se um dos irmãos matar alguém, como fazer, já que


um deles é inocente. A doutrina diz que primeiro tem que
se ver se é viável a separação cirúrgica para separá-los
(encerrando o problema).
HOMICÍDIO SIMPLES

Se, por outro lado, a separação cirúrgica for inviável,


há divergência na doutrina:

1ª corrente (Euclides Custódio da Silveira)


O irmão que matou deve ser absolvido. Aqui
estamos diante de um embate entre dois interesses.
O interesse de punir o matador e o status libertatis
do siamês inocente. E, nesse embate, deve
prevalecer o status libertatis do inocente,
absolvendo o culpado.
HOMICÍDIO SIMPLES

2ª corrente (Flavio Monteiro de Barros)

O matador deve ser condenado, porém só vai


cumprir a pena no dia em que o inocente também
praticar um crime sujeito à clausura.

não há jurisprudência sobre isso.


HOMICÍDIO SIMPLES
Sujeito Passivo
É o ser vivo. É o homem, nascido de mulher
(para não ter dúvida). Diz-se isso porque tem autor
que discute se extraterrestre pode ser vítima de
homicídio.

Magalhães Noronha ensina que o Estado é tão


vítima quanto a pessoa que morreu. Isso porque a
conservação da vida humana é condição de
existência do próprio Estado. (Hoje é vítima
secundária ou mediata)
HOMICÍDIO SIMPLES

Se a vítima for presidente da República, do


Senado, da Câmara ou do STF, o artigo é o do
artigo 29 da Lei de Segurança Nacional (Lei
7.170/83), desde que praticado com
motivação política.

• Art. 29 - Matar qualquer das autoridades


referidas no art. 26.
• Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.
HOMICÍDIO SIMPLES

Embora a “motivação política” não esteja escrita


no artigo 29, essa exigência está no artigo 2º
dessa lei.

• Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto


como crime no Código Penal, no Código Penal
Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em
conta, para a aplicação desta Lei:
• I - a motivação e os objetivos do agente;
HOMICÍDIO SIMPLES

Condutas

O crime é tirar a vida de alguém. E aqui


falamos apenas da vida extrauterina.

O Crime de Homicídio é de Execução Livre.


Pode ser praticado por ação ou omissão, de
forma direta ou indireta, por meios materiais ou
psicológicos.
HOMICÍDIO SIMPLES

Consumação
O crime de homicídio é consumado com
a morte. É um crime material

• Mas quando a pessoa morre?


Já se discutiu muito esse tema, mas
hoje a Lei 9.434/97 (Lei de Doação de
Órgãos) é clara ao dizer que a morte se dá
com a cessação da atividade encefálica.
HOMICÍDIO SIMPLES

Tentativa
A tentativa é possível. Estamos diante de um
crime plurissubsistente, e, portanto, a sua execução
admite fracionamento.
Dolo eventual admite tentativa?
O dolo eventual é incompatível com a tentativa,
pois, em linhas gerais, é definido como a aceitação
da produção do resultado mais grave (não havendo
vontade). Há uma segunda corrente diz que o dolo
eventual admite tentativa, justamente porque se
trata de crime doloso (a aceitação do resultado
equipara-se a vontade).
HOMICÍDIO SIMPLES

Homicídio simples é Hediondo?


Em regra, NÃO é hediondo.
Mas o será quando praticado em atividade
típica de grupo de extermínio (artigo 1º, I, da Lei
8.072/90), ainda que praticado por um só agente. É
difícil imaginar um grupo de extermínio praticando
um homicídio simples, mas pode acontecer.
Esse tipo de homicídio hediondo, é chamado
de Homicídio Condicionado (é hediondo porque
está presente uma das condições).
HOMICÍDIO SIMPLES HEDIONDO

• Art. 1o São considerados hediondos os seguintes


crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados:

• I - homicídio (art. 121), (Leia-se: simples) quando


praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);
(Não inclui o §6º do Art. 121)
FIM
1ª Aula

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