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Direito Penal III

Crimes Contra a Vida

Prof Msc.. Fabiano Pignata


CLASSIFICAÇÃO DIDÁTICA DOS CRIMES
CLASSIFICAÇÃO CONCEITO OBSERVAÇÃO

CRIME COMUM PRATICADO POR QUALQUER PESSOA

CRIME PRÓPRIO EXIGE QUALIFICAÇÃO ESPECIAL DO


SUJEITO
CRIME DE MÃO PRÓPRIA SOMENTE O PRÓPRIO AGENTE PODE ADMITE PARTICIPAÇÃO APENAS
PRATICAR
CRIME INSTANTÂNEO SE CONSUMA NO MOMENTO
ESPECÍFICO
CRIME PERMANENTE SE PROLONGA NO TEMPO

CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITO SE CONSUMA NO MOMENTO


PERMANENTE ESPECÍFICO, E OS EFEITOS SE
PROLONGAM NO TEMPO
CRIME COMISSIVO AÇÃO DO AGENTE

CRIME OMISSIVO UM NÃO FAZER DO AGENTE Art. 135 CP

CRIME OMISSIVO POR CONTA DA OMISSÃO DO AGENTE, Art. 13,§2ºCP


IMPRÓPRIO(COMISSIVO POR OMISSÃO) RESPONDE POR UMA CONDUTA
COMISSIVA(GARANTE)
CLASSIFICAÇÃO CONCEITO OBSERVAÇÃO
CRIME DE DANO OCORRE COM O EFETIVO DANO AO BEM
JURÍDICO TUTELADO
CRIME DE PERIGO OCORRE COM A MERA COLOCAÇÃO EM SÚMULA 575, STJ;
PERIGO O BEM JURÍDICO TUTELADO

CRME PROGRESSIVO(DE PASSAGEM) O AGENTE PARA ATINGIR O SEU FIM


(CRIME MAIS GRAVE), DEVE PASSAR POR
UM CRIME MENOS GRAVE
PROGRESSÃO CRIMINOSA O AGENTE LOGO QUE PRATICA UM
CRIME MENOS GRAVE, DELIBERA A
PRÁTICA DE UM CRIME MAIS GRAVE
CRIME HABITUAL CONJUNTO DE CONDUTAS REITERADAS REPETIÇÃO DE ATOS, IDENTIDADE ENTRE
QUE CONSTITUI UM MODO DE VIDA OS ATOS E NEXO DE HABITUALIDADE

CRIME VAGO NÃO POSSUI SUJEITO PASSIVO SUJEITO PASSIVO É A COLETIVIDADE


DETERMINADO.
CRIME DE ATENTADO OU EQUIPARA A FORMA TENTADA A EX. ART. 352, CP
EMPREENDIMENTO CONSUMADA
CRIME À DISTÂNCIA ABRANGE TERRITÓRIO DE 2 OU MAIS
PAÍSES
CRIME EM TRÂNSITO PERCORRE O TERRITÓRIO DE MAIS DE 2
PAÍSES SEM ATINGIR BENS JURÍDICOS DE
UM DELES
CRIME PLURILOCAL ABRANGE 2 OU MAIS TERRITÓRIOS DO
MESMO PAÍS
CRIME DE INTENÇÃO OU TENDÊNCIA FINALIDADE ESPECIAL QUE NÃO PRECISA EX. ART. 159, CP
SER ALCANÇADA
CRIME TRANSEUNTE NÃO DEIXA VESTÍGIOS
INTRODUÇÃO
• O primeiro bem jurídico relacionado à pessoa humana a
receber tutela do direito penal é a vida humana, desde o
momento de sua concepção.

• Diferença entre objeto jurídico tutelado e objeto


material?

• Está fundamentado na CF (art. 5º , caput) e no Pacto São


José da Costa Rica (art. 4º )
•No entanto, a vida humana não é um bem
absoluto.

•O próprio ordenamento permite sua


violação em alguns casos.

•Para os crimes dolosos contra a vida, a


competência para o julgamento será do
Tribunal do Júri.
MORTE
• Para o direito penal, a vida termina com a morte
encefálica, segundo dispõe o art. 3º da Lei 9.434/97 (
lei de Transplante de Órgãos):
• “A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes
do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de
morte encefálica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos
e tecnológicos definidos por resolução do Conselho
Federal de Medicina”
•Conceito de morte encefálica de acordo com
a Sociedade Americana de Neurologia:

•“ Estado irreversível de cessação de todo o


encéfalo e funções neurais, resultante de
edema e maciça destruição dos tecidos
encefálicos, apesar da atividade
cardiopulmonar poder ser mantida por
avançados sistemas de suporte vital e
mecanismos de ventilação”
•{...} Havendo morte encefálica ,
fatalmente, ocorrerá a cessação da vida
de relação e da vida vegetativa, desde
que a medicina não interfira com seus
métodos artificiais” (Nucci, 2012, p.633)
VIDA
•Divergências:
•Quando começa a vida
extrauterina?
•Existem duas correntes

•1ª Corrente: (majoritária)


•A vida começa com o início do trabalho de
parto e a partir daí, o crime cometido, em
caso de morte, é homicídio.

•Início do trabalho = “começa com a ruptura


da bolsa , pois desde então, o feto se torna
acessível às ações violentas, quer praticadas
com a mão, quer com instrumentos” (Costa
Junior apud Nucci)
• “ A morte do feto nascente, isto é, durante o
processo da parturição, já é possível de ser
considerada um infanticídio” (Maranhão, p. 174,
Curso de Medicina Legal)

• QUESTÃO
➢Comete o crime de homicídio a mulher que, iniciado
o trabalho de parto, não estando sob o estado
puerperal, mata o nascituro, ainda que este não
tenha respirado?
•Atentem para o caso referido por BELLOT,
citado por MAGALHÃES NORONHA, em que
uma mulher deu à luz gêmeos, matando o
primeiro quando se separou do ventre, e o
segundo, a golpes de tamanco, quando a
cabeça surgiu na abertura vulvar.

•Perante nossa lei, ambos os casos constituem


homicídio ou infanticídio?
•2ª corrente (minoritária) : a vida
começa após o parto, com a criança
já fora do útero materno. Para essa
corrente a morte da criança durante
o trabalho de parto é aborto.
Crimes contra a vida
•Art. 121. CP
De forma geral, o homicídio é o ato de
destruição da vida de um homem por
outro homem. De forma objetiva, é o ato
cometido ou omitido que resulta na
eliminação da vida do ser humano.
•Sem dúvidas, é o tipo penal que mais
desperta interesse .
•Reúne uma mistura de sentimentos:
rancor, ódio, inveja, paixão etc.

•HOMICÍDIO COMETIDO POR


GÊMEOS XIPÓFAGOS? COMO
FICARÁ O CUMPRIMENTO DE PENA
Homicídio simples
Artigo 121 do CPB
•É a conduta típica limitada a “matar alguém”.
Esta espécie de homicídio não possui
características de qualificação, privilégio ou
atenuação.

•É o simples ato da prática descrita na


interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a
morte a uma pessoa.
• O homicídio será simples, quando, por exclusão, o crime não se
enquadrar em qualquer das hipóteses que configuram uma
qualificadora ou uma causa de diminuição de pena.

SE LIGA**

Tício, desejando lesionar Mévio, contra ele desfere violentos soco


no rosto. Socorrido por terceiros, Mévio é transportado às pressas
ao hospital, onde vem a falecer no mesmo dia, em razão de uma
parada cardíaca sofrida durante a cirurgia de reparação da fratura
óssea causada na face. Tício responderá por:
A)lesão corporal seguida de morte;
B) homicídio doloso consumado;
C) homicídio culposo;
D) homicídio tentado;
E) lesão corporal grave.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

• Crime comum
• Material
• Forma livre ( Pode-se utilizar como meio moral,
psíquico ou palavras para sua prática?)
• Comissivo
• De Dano
• Unissubjetivo ou plurissubjetivo (pode ser praticado
por um ou por um ou vários agentes)
• Objeto Jurídico: a vida humana
• Objeto material: a vítima
• Admite tentativa
•Consumação: com a cessação da vida.

•Tentativa: Se o resultado pretendido pelo


agente não se realizar por motivos alheios
a sua vontade (art. 14, II, CP)

•Punição : Pena correspondente ao crime


consumado, diminuída de 1 a 2/3 (§ único)
Homicídio privilegiado - Artigo 121 -
parágrafo primeiro
• É a conduta típica do homicídio que recebe o
benefício do privilégio, sempre que o agente
comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
emoção, logo após a injusta provocação da vítima.

• Utiliza-se a pena do homicídio simples, com uma


redução de um sexto a um terço. (é uma causa de
dimunição de pena)
•RELEVANTE VALOR:

•É um valor importante para a


sociedade, tais como
patriotismo, lealdade, fidelidade,
inviolabilidade, intimidade etc.
• Relevante valor social:

• Levam-se em consideração interesses coletivos e não individuais.

• Ex: Matar uma pessoa que está atemorizando uma pacata


cidade.

• Relevante valor moral:

• Leva-se em conta um interesse pessoal. Atinge o agente de


forma individual, tornando-se causa de perturbação interna.
• Leva-se em consideração interesses

• Ex. Pai que mata aquele que agrediu sexualmente a sua filha.
•Por fim, para Euclides Custódio da
Silveira:
•“São motivos de relevante valor
moral ou social, (...) aqueles que a
consciência de um povo, num dado
momento, aprova.”
• Domínio de violenta emoção, logo após a injusta
provocação da vítima

• Violenta emoção:
• “é um estado de ânimo ou de consciência
caracterizado por uma viva excitação do
sentimento, podendo levar alguém a cometer um
crime.
• Configura homicídio privilegiado porque a pessoa
está dominado pela excitação de seus
sentimentos (ÓDIO, DESEJO DE VINGANÇA, AMOR
EXACERBADO , CIÚME ETC) e foi INJUSTAMENTE
provocado pela vítima, momentos antes de tirar-
lhe a vida.
• A violenta emoção é reconhecida tendo em vista
que o ser humano não pode ser comparado a uma
máquina fria, que processa informações de modo
programado.

• “Trata-se, pois, de um estado psicológico que não


corresponde ao normal do agente, encontrando-se
afetada a sua vontade, sua inteligência e diminuídas
as suas resistências éticas e a sua capacidade para
se conformar com a norma” (Amadeu Ferreira, p.
63, Homicídio Privilegiado)
• ASPECTO TEMPORAL:
• Se houver lapso de tempo suficiente para
descaracterizar o “logo após” o agente não poderá alegar
a hipótese em questão.

• “O aspecto temporal (logo em seguida) deve ser algo


imediato, instantâneo. Embora se admita o decurso de
alguns minutos, não se pode estender o conceito para
horas nem dias.” (Nucci, p. 640)

• OBS: Atenção ao art. 30 CP quanto a incomunicabilidade


de circunstâncias de caráter pessoal das privilegiadoras.
EUTANÁSIA
•Significado etimológico: “morte suave, doce,
fácil, sem dor”
•Existem 3 conceitos:
•A) EUTANÁSIA :
•Homicídio piedoso , para “abreviar”, sem dor
ou sofrimento a vida de um doente,
reconhecidamente incurável, que se encontra
profundamente angustiado. Nesse caso, o
paciente ainda não se encontra desenganado
pela medicina.
•B) ORTOTANÁSIA –
•Homicídio omissivo, deixando o
médico de ministrar remédios
que prolonguem artificialmente a
vida da vítima de enfermidade
incurável, em estado terminal, já
desenganada pela medicina.
•C) DISTÁNASIA:
•É o contrário da eutanásia. Morte lenta e
sofrida de uma pessoa, prolongada pelos
recursos que a medicina oferece.

•ATENÇÃO:

•Com exceção da distanásia, sob o ponto de


vista legal, qualquer dessas formas de matar
o paciente, que se encontra angustiado por
uma doença, É CRIMINOSA. Responde por
homicídio privilegiado, com base no
relevante valor moral.
Homicídio qualificado
Artigo 121 - parágrafo segundo
•Considera-se crime hediondo
•– É a conduta típica do homicídio onde se
aumenta a pena pela prática do crime, pela sua
ocorrência de:
• motivos
• meios
• modos
• finalidades
•MOTIVOS: (121,§2º I e II, CP)

•I- Mediante paga ou promessa de


Recompensa ou outro motivo torpe
•É uma forma de torpeza. É o homicídio
mercenário. O agente foi recompensado
previamente pela morte da vítima (paga)
ou porque lhe foi prometido um prêmio
após ter eliminado o ofendido (promessa
ou recompensa)
•Concurso necessário: mandante e executor.
•ou por outro motivo torpe: (interpretação
analógica)
•É o motivo repugnante, vil, que causa
repulsa excessiva à sociedade. (matar
alguém para receber algo em troca, receber
herança, seguro de vida, disputa por terras
etc.)
•VINGANÇA É MOTIVO TORPE?
•II - Motivo fútil:
motivo insignificante,
desproporcional ao resultado
produzido.
•Falta de motivo?

• Ex. a vítima apanhou frutas do seu


pomar, ou lhe deu um esbarrão etc.)
•MEIOS (121, § 2º , III, CP)
•Não despertam a desconfiança da
vítima
• com emprego de veneno:
•VENENO: venefício
•Substância que, introduzida no
organismo, altera momentaneamente
ou suprime definitivamente as
manifestações vitais de toda a matéria
organizada. (Maranhão, Curso básico
de medicina legal, p. 282)
• Fogo e explosivo:
Considerado como meio cruel , de forma extremamente dolosa.(ex.
Índio Patacho)
• Asfixia
Supressão da respiração, que se origina de um processo mecânico ou
tóxico. Exemplos:
1 Estrangulamento: compressão do pescoço por um laço conduzido
por força que pode ser a do agente ou de outra fonte, exceto o peso
do corpo do ofendido.
2 Enforcamento: compressão do pescoço por um laço, causado pelo
peso do próprio corpo da vítima.
3. Esganadura: é o aperto do pescoço provocado diretamente pelo
agente agressor, com as mãos, pernas ou antebraço.
4. Afogamento: inspiração de líquido, estando ou não imerso.

• tortura:

• Aumentam o sofrimento da vítima


desnecessariamente.
• Conceito:
• “qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos,
físicos ou
mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa
a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa,
informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela
ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita
de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou
outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza (Convenção da
ONU – Decreto 40/91)
• ou outro meio insidioso ou cruel ou
outro do qual possa resultar perigo
comum

•expõe a risco a integridade física e a


vida de pessoas indeterminadas)
•MODOS (121, § 2º , IV, CP)
• por traição:
•Enganar, ser infiel, de modo que,
colhe a vítima por trás, desprevenida,
sem ter esta qualquer visualização do
ataque.

•ATENÇÃO: O ataque de súbito, pela


frente, constitui SURPRESA, mas não
traição.
•Emboscada
•Ocultar-se para poder atacar, o que, na prática
é tocaia, cilada. O agente fica à espreita da
vítima para mata-lá.

•mediante dissimulação
•Ocultar a verdadeira intenção. Simulação que
induz a vítima. Ex. passar-se por um funcionário
de saúde para entrar na casa da vítima e matá-
la.
•OBS: PREMEDITAÇÃO QUALIFICA O
HOMICÍDIO?
•outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do
ofendido;

•Qualquer outro meio que o agente


mate covardemente, fazendo a
vítima presa fácil. Exemplo:
Ministrar sonífero para a vítima.
•FINALIDADES: (121, § 2º ,V, CP)
•Para assegurar a execução de outro crime:
•Ex. Mata-se o chefe de segurança de uma
empresa para que se possa invadi-la, com a
maior chance de êxito, no dia seguinte.

•Assegurar a ocultação de outro crime:


•Ex. o sujeito que viola uma sepultura,
percebendo que foi visto, elimina a
testemunha a fim de que seu crime não seja
descoberto.
•Assegurar a impunidade de outro crime:
•Ex. o ladrão, notando ter sido reconhecido por
alguém, durante a prática do furto, elimina essa
pessoa, para não ser identificado.

•Assegurar a vantagem de outro crime:


•Elimina-se o parceiro para ficar integralmente
com o dinheiro do roubo.
•121, § 2º , VI, CP (FEMINICÍDIO)
•CONTRA MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO
DE SEXO FEMININO
•§ 2º-A RAZÕES DE CONDIÇÃO DE SEXO
FEMININO
•1. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR(Súmula
600, STJ)
•2. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO A
CONDIÇÃO DE MULHER
Relação homoafetiva???

Transexualismo???STJ Resp 1.626.739-RS,


2017(Inf 608); STF, ADIn 4275, 2018
•121, § 2º , VII, CP
•Contra autoridade ou agente
descrito no art. 142 e 144 da CF,
integrantes do sistema prisional e
Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou
em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente
até 3 grau (em razão dessa
condição)
• 121, § 2º , VIII, CP
“VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido:” (VETADO) (VETO DERRUBADO 19/4/21)
Homicídio Culposo –
Artigo 121- §3º CP

•É a conduta típica do homicídio que se dá


pela imprudência, negligência ou imperícia
do agente, o qual produz um resultado não
pretendido, mas previsível, estando claro
que o resultado poderia ter sido evitado.
•Não há dolo
➢Negligência
➢Age com descuido, indiferença ou
desatenção, não tomando as devidas
precauções.
➢Alguém deixa de tomar uma atitude
ou apresentar conduta que era
esperada para a situação.
•Imprudência
Pressupõe uma ação precipitada e
sem cautela.
A pessoa de uma forma comissiva
sem a devida cautela
•Imperícia
• inaptidão, ignorância, falta de
qualificação técnica, teórica ou prática,
ou ausência de conhecimentos
elementares e básicos da profissão.

•Um médico sem habilitação em cirurgia


plástica que realize uma operação e
cause a morte de alguém.
Aumento de pena
•Se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício
•Confunde-se nitidamente com a IMPERÍCIA.
•Ocorre que, para Nelson Hungria esse tipo
penal voltou-se para os delitos de trânsito, que
na época, não eram previstos em lei especial e
faz a seguinte distinção:
•Na IMPERÍCIA o agente não tem conhecimento
técnico. EX: Um médico não especialista, sem a
necessária habilidade, corta um nervo do
paciente, levando-o à morte.

•Na inobservância de regra técnica de


profissão, arte ou ofício, o agente possui
conhecimento técnico, mas deixa de empregá-
lo, por indiferença ou leviandade . Ex: um
médico especialista em cirurgia plástica, por
descuido, corta um nervo do paciente levando-
o à morte.
•ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.
•O próprio agente coloca a situação de
risco à vida da vítima e deixa de
prestar socorro imediato. Ele se
omite.
• se não procura diminuir as consequências do seu ato
• Muito semelhante à abstenção de prestar socorro imediato.Ex.
se o agente que não presta socorro à vítima por medo de
linchamento, foge, mas não chama a polícia ou médico.

• ou foge para evitar prisão em flagrante.


• O agente, com a fuga, impõe dificuldade à administração da
Justiça, tornando a apuração do crime mais difícil.
• Foi idealizada para os crimes de trânsito.
• Mas apresenta dúvidas constitucionais, uma vez que ninguém é
obrigado a produzir provas contra si
•PESSOA MENOR DE 14 ANOS
•A idade de 14 anos é a posição intermediária no
curso da adolescência.
•Matar um menor com 14 anos é Homicídio
Simples.
•Matar um menor de 14 anos , é Homicídio com
aumento de pena em 1/3.

•VÍTIMA MAIOR DE 60 ANOS

•Esta é a fase da plena maturidade


•Introdução proporcionada pela Lei 10.741/03 –
Estatuto do Idoso
PERDÃO JUDICIAL - art. 121, §5º CP
• Perdão Judicial –
• “É a clemência do Estado, que deixa de aplicar a pena prevista para
determinados delitos, em hipóteses expressamente previstas em lei.
• O agente já foi punido pela própria natureza, recebendo, com isso, uma
reeducação pela vivência própria do mal que causou. “
• Súmula 18, STJ: Sentença de natureza declaratória.

• causa de exclusão da punibilidade – art. 107 CP


•MILÍCIA PRIVADA
•É o grupo armado, organizado, com
estrutura semelhante às forças de
segurança pública, que age a mando de
particular, contrariamente às leis do
Estado
•Há uma pretensão de praticar justiça
por conta própria, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança
•GRUPO DE EXTERMÍNIO
•Homicídio praticado em
atividade de extermínio com a
finalidade de eliminar um
grupo de pessoas por meio da
eliminação da vida de seus
integrantes.
Majoração de pena do feminicídio
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
crime for praticado:
I. durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto
II. contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos,
com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
III. na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima;
IV. em descumprimento das medidas protetivas de urgência

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