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Homicídio
•A proteçã o à vida atinge o pró prio Estado (art. 5°, caput c/c
art. 5°, inciso XLVII, letra a e art. 84, XIX/CF)
• Tipo Subjetivo
• Dolo - vontade livre e consciente exercida no sentido do
resultado morte. Animus necandi ou occidendi.
• Dolo direto e dolo eventual.
• Culpa. Quebra de dever de cuidado.
Classificação doutrinária do
Homicídio
Comum – praticado por qualquer pessoa
Simples – atinge apenas um bem jurídico
De forma livre – admite qualquer forma de execução
Instantâneo (de efeito permanente) – se consuma com a morte da
vítima. É irreversível.
Material - exige a ocorrência do resultado naturalístico para
consumação.
De dano – exige efetiva lesão ao bem jurídico tutelado.
Tipo subjetivo: adequação típica
• O elemento subjetivo que compõe a estrutura do tipo penal do
crime de homicídio é o dolo, que pode ser direto ou eventual.
• Segundo Cezar Bitencourt, citando Welzel, o dolo é
constituído por dois elementos: um cognitivo, que é o
conhecimento do fato constitutivo da ação típica, e um
volitivo, que é a vontade de realizá-la. Ou seja, dolo é a
vontade de realizar o tipo objetivo, orientada pelo
conhecimento de suas elementares no caso concreto.
• O nosso Código Penal, ao contrário do que alguns afirmam,
adotou duas teorias: a teoria da vontade em relação ao dolo
direto, e a teoria do consentimento em relação ao dolo
eventual.
Tipo subjetivo: adequação típica
• Crucial, na espécie, o ensinamento de Bitencourt:
• O dolo, no crime de homicídio, pode ser direto ou eventual.
O surgimento das diferentes espécies de dolo é ocasionado
pela necessidade de a vontade abranger o objetivo
pretendido pelo agente, o meio utilizado, a relação de
causalidade, bem como resultado. Afirma Juarez Tavares,
com acerto, que “não há mesmo razão científica alguma na
apreciação da terminologia de dolo de ímpeto, dolo
alternativo, dolo determinado, dolo indireto, dolo específico
ou dolo genérico, que podem somente trazer confusão à
matéria e que se enquadram ou entre os elementos subjetivos
do tipo ou nas duas espécies mencionadas.”
Momento consumativo
Consumação - morte da vítima
Lei 9.434/97 doação de órgãos e tecidos, morte cessação da
atividade encefálica.
Exame de necropsia ou necroscópico. Direto, indireto
(testemunhal).
Momento da morte.
Morte física - parada cardíaca e circulatória.
Morte encefálica, “considera-se a completa extinção de todas as
funções cerebrais como o instante da morte, a cessação das funções
cerebrais”. Roxin
Tentativa – é admissível, pois, o homicídio é crime
material
Início da execução – não consumação – circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Tentativa
Art. 14 - Diz-se o crime:
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal;
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
• Região vital
- Perdão judicial
Crimes contra a vida
Homicídio
envolvido) pela violenta (forte ou intensa) emoção (excitação sentimental), justamente porque
foi, antes, provocado, injustamente (sem razão plausível), pode significar, como decorrência
lógica, a perda do autocontrole que muitos têm quando sofrem qualquer tipo de agressão sem
abandono do lar e dos filhos para viver com amante; pai que mata ex-empregador que seduz e
corrompe sua filha menor; alguém provocado e agredido momentos antes pela vítima ou quem
sofreu injúria real; marido que surpreende a mulher em flagrante adultério, eliminando-a e ao
amante.
Homicídio privilegiado
Ponderações finais
• Pressupostos:
• Só é possível no homicídio culposo, por expressa
determinação legal.
• O ônus da prova dos pressupostos do perdão judicial é da defesa.
Tem a defesa de demonstrar que a conduta e o resultado
atingiram de forma muito grave o autor do crime. Se o ônus é da
defesa, então não há neste caso a aplicação do in dubio pro reo.
• Exemplos de consequências graves para o agente do crime
culposo: pai que mata o filho e sofre uma perda irreparável;
pessoa que em acidente mata outra pessoa e se torna tetraplégico.
• Presentes os pressuposto é direito subjetivo do réu a concessão
do perdão judicial (o “poderá” do parágrafo deve entender-se
como um “poder-dever”).
Perdão judicial
• 1ª corrente:
• A sentença concessiva do perdão judicial tem natureza
condenatória. Deste modo, interrompe a prescrição. Logo,
se o Promotor recorre da decisão que concede o perdão
judicial, a prescrição volta do início. Serve a sentença
condenatória como título executivo, se for entendida a
sentença de acordo com esta corrente.
Perdão judicial
1ª CORRENTE 2ª CORRENTE
Sentença condenatória Sentença declaratória
Interrompe a prescrição Não interrompe a prescrição
Serve como título executivo Não serve como título executivo
Questões importantes para debate
•Genocídio
- Crime contra a humanidade, considerado hediondo.
-O delito é descrito no art. 1°, da Lei 2.889/56:
- Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
como tal:
-a) matar membros do grupo;
-b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
-c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição
física total ou parcial;
-d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
-e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo
- “Para aqueles, como Groizard, que sustentam que toda substância alheia
ao organismo e capaz de danificá-lo constitui veneno, o vidro moído,
naturalmente, o é, ainda que atue fisicamente, mas para os que opinam
que somente é veneno a substância que produz alterações químicas no
organismo, mesclando-se, fundindo-se com o sangue, com os sucos e
secreções, não é veneno. Determinaria em todo caso a comissão de um
homicídio qualificado por insídia, por traição ou por sevícias, em face
do sofrimento enorme da vítima pela forma como se lhe destroça o
intestino, embora não seja veneno no conceito técnico”. (El delito de
homicidio, p. 198, Ricardo Lavene citado por Nucci)
Resumo das novidades legislativas e/ou
jurisprudenciais sobre o tema: