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Topografia do homicídio:
- caput= simples
- § 1º = privilegiado.
- § 2º = qualificado.
- § 3º= culposo.
- § 4º e § 6º= majorado.
- § 5º = perdão judicial.
Objeto material: pessoa ou coisa atingida pela conduta. No homicídio é o ser humano
que tem a vida ceifada.
Núcleo do tipo: verbo matar.
Conduta:
- É crime forma livre. Admite-se qualquer meio de execução, por ação ou omissão
imprópria (dever de agir – art. 13, par. 2º, CP).
- Os meios de execução do homicídio podem ser diretos ou indiretos. Direto: facada;
tiro de arma de fogo. Indireto: manipulado pelo agente – ataque de cão feroz.
Atenção Caso Prático: Transmissão intencional de AIDS. Configura homicídio
(tentado, enquanto permaneça vivo)? Relação sexual ou sangue. Jurisprudência
(STF/STJ) entendem que não caracteriza homicídio, mas sim lesão corporal
gravíssima pela enfermidade incurável. Na doutrina a questão é polêmica, há quem
diga ser homicídio (tese MP).
Elemento subjetivo:
- É o dolo (consciência e vontade de praticar o tipo legal – matar alguém). Pode ser
direto (o agente quer) ou eventual (o agente assume o riso).
- Independe de qualquer finalidade específica. A finalidade específica pode
caracterizar um privilégio ou ainda uma qualificadora.
ATENÇÃO: Com a entrada em vigor da Lei 13.546/17 (alterou CTB), não se fala
mais me DOLO EVENTUAL no crimes de Racha e Embriaguez ao Volante com
RESULTADO morte. No Art. 302, §3º, prevê a forma qualificada a título de culpa.
No Art. 308, §2º, forma qualificada a título de culpa.
Sujeito ativo:
- Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. Não existe
qualidade especial do sujeito ativo.
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Direito Penal II
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Sujeito passivo:
- Pode ser qualquer pessoa. Dependendo do sujeito passivo recebe nome diverso:
parricídio, matricídio e filicídio, são exemplos.
- Vítima xifópago: se deu um tiro querendo matar os dois, ou se quer matar um e
assume o risco de matar também o outro, morrendo os dois, responde pelos dois
homicídios em concurso formal impróprio.
- Caso os médicos consigam separar e um deles sobrevive, haverá tentativa de
homicídio e homicídio consumado.
Consumação:
- Trata-se de crime material (exige o resultado naturalístico). Consuma-se com a morte
da vítima.
-De acordo com o Art. 3º, da Lei de Transplantes, a morte se verifica com a cessação
da atividade encefálica (parada encefálica).
- Necessário exame de corpo de delito (necroscópico) para comprovar a morte. IML.
Tentativa:
- Por ser crime plurissubsistente (a conduta pode ser fracionada em vário atos), é
perfeitamente possível a tentativa. Ex: vítima alvejada por disparos de arma de fogo,
socorrida por terceiros, acaba sobrevivendo. Ex: autor lança gasolina na vítima e, ao
acender o fósforo, é impedida por terceira pessoa.
Homicídio Privilegiado(§1º):
- Trata-se de uma causa especial de diminuição pena (minorante) de 1/6 a 1/3.
- Não tem natureza hedionda.
Direito subjetivo do réu = se os jurados reconhecem o privilégio, o juiz está
obrigado a reduzir a pena.
Requisitos: Ler §1º
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- domínio de violenta emoção = efeito intenso. Não pode ser leve e passageira.
- Emoção x paixão: art. 28, CP. Emoção é intensa e transitória; a paixão é algo
duradouro. Ex. o que se tem pelo seu time é PAIXÃO. Aquilo que se sente após um
gol de seu time, é EMOÇÃO.
OBS: As minorantes são de natureza subjetiva, não sendo comunicáveis aos
concorrentes no crime. (Art. 30, CP).
II Motivo fútil:
- É aquele insignificante, desproporcional ao resultado produzido. Ex: matar por
discussão de time de futebol; marido que mata a mulher porque serviu comida fria.
OBS: Não pode ser reconhecido o motivo fútil e o torpe, simultaneamente.
ATENÇÃO: Ausência de motivo equivale ao motivo fútil?
Embora haja divergência, predomina que a ausência de motivo não pode ser
equiparada ao motivo fútil. Logo, autor que mata outrem “sem motivo”, responde por
Homicídio Simples.
MECÂNICA TÓXICA
Emprego de tortura:
- Indiscutivelmente é um meio cruel empregado pelo agente.
Atenção: O dolo deve ser de matar, utilizando-se de atos de tortura. Difere da tortura
qualificada pelo resultado morte. (art. 1º, par. 3º, da Lei de Tortura).
PRETERDOLOSO.
IV Modos de execução:
- Mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa da vítima.
Traição: É ataque desleal; inesperado. O agente se aproveita da confiança que a
vítima nele deposita, para matá-la desprevenidamente e com menor vigilância. Ex.
tiro pelas costas ou enquanto a vítima dorme.
Emboscada: Ocultamento do agente para tomar a vítima de surpresa (ex: tocaia).
Denota covardia por parte do agente.
Dissimulação: Trata-se de fingimento, artifício para se aproximar da vítima (farsa,
encenação, disfarce). Ex: convidar para mergulho e partir com o barco, deixando o
mergulhador pra trás. Ex: vestir-se como policial facilitando o ingresso no imóvel e
depois matar a vítima.
Outro recurso que torne difícil ou impossível a defesa da vítima:
- Fórmula genérica e análoga à surpresa (ex: superioridade numérica de autores; colher
pessoa presa, em cela ou algemada;).
V Conexão:
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VI Feminicídio:
- contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
ATENÇÃO: (§ 2º - A): É norma interpretativa:
- violência doméstica e familiar
- menosprezo ou discriminação à condição de mulher
- Antes da inclusão da nova figura já poderia ser considerado qualificado (torpe ou
fútil).
Sujeito passivo: apenas mulher. (Pergunta para estímulo e trabalho – e a pessoa
transexual?)
§7: (ler em casa).
Homicídio híbrido:
- é o homicídio privilegiado-qualificado ao mesmo tempo.
- É compatível?
- O privilégio sempre é subjetivo, as qualificadoras podem ser subjetivas ou objetivas.
É possível homicídio híbrido quando a qualificadora tem natureza objetiva (Meios
e modos de execução). Logicamente o privilégio é incompatível com as qualificadoras
subjetivas (torpe; fútil; conexão; feminicídio).
- É crime hediondo? O STJ entende não ser hediondo. (há divergência)
Homicídio Culposo:
- Agente mata a vítima por quebra do dever objetivo de cuidado (imprudência,
negligência ou imperícia) NÃO quer matar, NEM assume o risco.
(detenção de 1 a 3 anos - CP, art. 121, § 3º).
- Crime de médio potencial ofensivo = cabe suspensão condicional do processo (ler o
art. 89, Lei 9.099/95)
Admite a figura do perdão judicial (art. 121, par. 5º, do CP).
- Nunca cabe no homicídio doloso.
- Trata-se de causa extintiva da punibilidade – art. 107, inc. IX, do CP.