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CRIMES CONTRA A VIDA:

Homicídio:
Bem jurídico: vida humana EXTRAUTERINA.
Retirada de vida intrauterina: aborto.
Retirada de vida extrauterina: homicídio, infanticídio e auxílio, instigação e
induzimento a suicídio.
Homicídio Doloso:

 Simples.
 Privilegiado.
 Qualificado.
 Majorado.
Homicídio Culposo:

 Simples.
 Majorado.
O crime de homicídio pode ser praticado com dolo direto ou eventual.
A lei não exige uma motivação específica: o agente não precisa ter um especial fim de
agir (elemento subjetivo do tipo). O homicídio doloso simples é expresso em tipo penal
que só contempla elementos objetivos.
Homicídio doloso simples é crime hediondo? Somente se praticado em atividade típica
de grupo de extermínio, ainda que por uma só pessoa (Lei 8.072/90 – Lei de Crimes
Hediondos).
Consumação: com a morte da vítima, o momento jurídico da morte é dado pela Lei
9.434/97 – com a cessação da atividade encefálica.

Homicídio Simples “Matar alguém” – Reclusão de 6 a 20 anos.

Corresponde à forma básica do crime de homicídio, será


verificado por exclusão (se não for privilegiado, qualificado
ou majorado será simples).

Ação nuclear: “matar” – eliminação injusta, arbitrária da vida


humana, da vida de uma pessoa por outra.

Causa de aumento de pena em decorrência da idade da


vítima:
Prevista no §4º, dispõe que se o homicídio for DOLOSO (que
é que o normalmente ocorre no homicídio), a pena será
aumentada (majorante) de 1/3 se o crime é praticado:
 Contra pessoa menor de 14 anos;
 Contra pessoa maior de 60 anos.

Causa de aumento de pena do crime praticado por milícia


ou grupo de extermínio:
A pena é aumenta de 1/3 a ½ se o crime for praticado por:
 Milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança;
 Ou por grupo de extermínio.
É crime hediondo.
Milícia privada seria um grupo privado que atua a pretexto
de garantir a segurança pública.
Grupo de extermínio seriam os justiceiros.
Interessante porque podemos ter um homicídio simples e
hediondo com causa de aumento de pena.
Homicídio É na verdade a configuração de uma causa de diminuição de
Privilegiado pena (minorante).
Relação direta com a motivação do crime: impelido (tomado,
dominado) por algumas situações.
Redução da pena do homicídio SIMPLES ou QUALIFICADO
(desde que a qualificadora seja de ordem objetiva, relativa
aos meios ou modos de execução, incisos III e IV do CP,
homicídio qualificado-privilegiado ou homicídio híbrido). O
homicídio qualificado-privilegiado não será considerado
hediondo, visto que não consta no rol de crimes hediondos.
Diminuição de 1/6 a 1/3, quando o agente comete o crime
por:
 Impelido por motivo de relevante valor social (é um valor
coletivo. Exemplo: matar o traidor da pátria, matar um
traficante que doou drogas para crianças da comunidade
a fim de viciá-las).
 Impelido motivo de relevante valor moral (é um valor
individual, que diz respeito à pessoa do agente. Exemplo:
matar alguém por misericórdia, compaixão – homicídio
piedoso/compassivo – eutanásia).
 Sob o domínio de violenta emoção + logo em seguida a
injusta provocação da vítima (homicídio emocional).

OBS.: se o agente matar a vítima por motivo de relevante


valor moral ou social, mas sem estar impelido (tomado,
dominado) pelos referidos motivos não responderá por
homicídio privilegiado, mas terá apenas a atenuante do art.
65, inciso III, alínea “a” do CP.

OBS. 2: se o agente ao invés de agir sob o domínio de


violenta emoção, agir sob influência de violenta emoção, não
incide no privilégio, mas na causa de atenuação de pena do
art. 65, inciso III, alínea “c”, CP.
OBS. 3: Injusta provocação da vítima: é diferente da hipótese
de agressão, que caracteriza legítima defesa.

OBS. 4: O homicídio deve ser cometido logo em seguida à


injusta provocação praticada pela vítima – há um fator
temporal.
OBS. 5: Concurso de agentes – as privilegiadoras em caso de
concurso de agente são incomunicáveis aos coautores e
partícipes, pois são circunstâncias de caráter pessoal (art. 30,
CP).
Homicídio doloso A inserção de uma qualificadora traz um novo patamar de
qualificado pena, de 12 a 30 anos.
As hipóteses “de sempre” do CP são: (todas hediondas – art.
1º, Lei 8.072/90)
 Cometido mediante paga ou promessa de recompensa
(crime praticado pelo executor – homicídio mercenário),
ou por outro motivo torpe (motivo vil, desprezível, abjeto
- interpretação analógica – qualificadora de caráter
subjetivo).
 Por motivo fútil (motivo bobo, insignificante, pequeno,
mesquinho, desarrazoado, de somenos importância, que
revela desproporção entre a causa e a reação do agente,
de caráter subjetivo). O motivo fútil será auferido no caso
concreto, não podendo se falar com precisão que a
discussão anterior entre o réu e a vítima seriam
suficientes tanto para incidir ou afastar a qualificadora.
Interessante também é que a jurisprudência admite o
“dolo eventual em homicídio qualificado fútil”.
 Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum (também uso da
interpretação analógica – relacionada com os meios
executórios, logo é de caráter objetivo).
 À traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa
do ofendido (relacionada como o modo de execução,
qualificadora de natureza objetiva).
 Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
a vantagem de outro crime (lembrei da conexão
teleológica no CPP – qualificadora de natureza subjetiva,
pois tem a ver com a intenção do agente).

OBS.: Trata-se de delito de concurso necessário (ou bilateral),


no qual é indispensável a participação de, no mínimo, duas
pessoas (mandante e executor: aquele que paga ou promete
futura recompensa; este aceita, praticando o combinado).
Existe divergência na doutrina sobre se a qualificadora em
tela é simples circunstância, com aplicação restrita ao
executor do crime, que é quem mata motivado pela
remuneração, ou se será aplicada também ao mandante,
configurando verdadeira elementar subjetiva do tipo. O STJ
tem decisões tanto no sentido de que se trata de elementar,
que, portanto, se comunica automaticamente ao mandante,
quanto no sentido de que, embora não se trate de
elementar, pode haver a comunicação, a depender do caso
concreto.
OBS. 2: Homicídio praticado com emprego de veneno =
venefício. Só se caracteriza a qualificadora se o veneno for
empregado sem o conhecimento da vítima, que não sabia
que estava ingerindo veneno.

OBS. 3: Tortura – trata-se da intensificação desnecessária do


sofrimento da vítima. O homicídio só será qualificado pela
tortura quando o agente a utilizar como meio para matar a
vítima, ou seja, a intenção do agente desde o início é de
matar a vítima, de modo que a tortura é um meio, e não um
fim em si mesmo. Se a tortura for o fim e o resultado morte
não era querido pelo agente, incide no crime da Lei 9.455/97
(Lei de Tortura) – crime de tortura qualificado pela morte,
espécie de crime preterdoloso, com dolo quanto à tortura e
culpa quanto à morte.

OBS. 4: Matar à traição = de inopino, de maneira inesperada.


Exemplo: atirar pelas costas.

OBS. 5: Emboscada = tocaia (agente fica escondido).

OBS. 6: Dissimulação = ocultação de sua real intenção, da real


intenção do agente. Exemplo: agente convida vítima para um
passeio e a mata.

OBS. 7: Pluralidade de agentes: a superioridade numérica


poderia incidir como qualificadora da impossibilidade de
defesa pela vítima.

OBS. 8: A qualificadora do recurso que dificulte ou torne


impossível a defesa do ofendido se refere ao recurso, e não à
condição da vítima (exemplo: matar um recém-nascido ou
uma pessoa paraplégica não incidiriam nessa qualificadora).
A idade ou condição física da vítima é uma condição pessoal
dela, e não um recurso empregado pelo agente para matá-la.

OBS. 9: no homicídio qualificado praticado para garantir a


execução, a vantagem, a impunidade ou a ocultação de outro
crime, ou seja, na qualificadora da conexão, o homicídio terá
relação com outro delito (antecedente ou posterior):
 Conexão teleológica: o agente mata para assegurar a
exceção do crime posterior, que ele ainda vai praticar.
Exemplo: o agente quer estuprar uma atriz famosa, e
para isso ele mata primeiro o segurança dela. Mesmo
que o autor não consiga executar o estupro, incidirá
na qualificadora. Não se exige a prática efetiva do
crime futuro, bastando a intenção do agente.
 Conexão sequencial: o agente mata para assegurar a
vantagem, a impunidade ou a ocultação do crime
anterior.
Homicídio É o chamado feminicídio, inserido pela Lei 13.104/205, em
qualificado contra a vigor desde 08/03/2015.
mulher por razões Diferente do femicídio = matar mulher.
de condição de sexo Considera-se que há razões de condição de sexo feminino
feminino quando o crime envolve:
(feminicídio)  Violência doméstica e familiar.
 Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Qualificadora de natureza subjetiva.

Causa de aumento no feminicídio:


Aumentada de 1/3 a ½ se o crime for praticado:
 Durante a gestação da vítima ou nos 3 meses posteriores
ao parto.
 Contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos, com
deficiência ou portadora de doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física
ou mental (aqui repete a causa de aumento prevista no
§4º, do crime cometido contra menor de 14 anos e maior
de 60 anos, e por ser específica no feminicídio, será
aplicada uma vez).
 Na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima.
 Em descumprimento das medidas protetivas de urgência.
Homicídio Homicídio funcional.
qualificado Contra autoridade ou agente descritos nos artigos 142 e 144
cometido contra da CF, integrantes do sistema prisional e das Força Nacional
autoridade ou de Segurança Pública, no exercício da função ou decorrência
agente de dela:
segurança pública.  Forças Armadas: Marinha, Exército ou Aeronáutica.
 Polícia Federal.
 Polícia Rodoviária Federal.
 Polícia Ferroviária Federal.
 Policias Civis.
 Polícias Militares.
 Corpos de Bombeiros Miliares.
 Guardas Municipais.
 Agentes de Segurança viária.
 Agentes do Sistema Prisional (policiais penais, diretores
de presídio).
 Força Nacional de Segurança Pública.

Ou, em razão dessa condição, contra seu (homicídio


funcional por equiparação):
 Cônjuge/companheiro
 Parente consanguíneo até o terceiro grau.

Qualificadora de natureza subjetiva.


A vítima deve estar no exercício da função, ou que o
homicídio seja praticado em decorrência da função.

OBS.: Filho adotivo – o legislador só fala em parente


consanguíneo, afastando o parentesco por afinidade. O que
poderia alegar para incidir a qualificadora é que o agente
matou o filho adotivo da autoridade achando que era filho
biológico, valendo então a intenção do agente.
Homicídio Culposo Detenção, de 1 a 3 anos.
Agente comete o crime por culpa (imprudência, negligência e
imperícia). Conduta voluntária e resultado involuntário.

Causa de aumento de pena:


Aumentada de 1/3 se o crime resulta de:
 Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício
(o agente não observa os cuidados específicos da
atividade, embora tenha aptidão para desempenhá-la).
 Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima –
a morte instantânea da vítima não afasta a causa de
aumento, a não ser que o óbito seja evidente, isto é,
perceptível por qualquer pessoa.
 Se o agente não procura diminuir as consequências de
seu ato;
 Se o agente foge para evitar a prisão em flagrante.

Perdão Judicial:
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá DEIXAR DE
APLICAR A PENA se as consequências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave, que a sanção se torne
desnecessária.
É causa de extinção da punibilidade.

O homicídio culposo será julgado pelo juiz singular, e não irá


ao júri.
Infanticídio:
É um “homicídio sui generis” porque contém elementos particulares, especializantes
se comparados ao homicídio.
Bem jurídico tutelado: vida humana extrauterina.
Sujeito passivo:

 Nascente: durante o parto.


 Neonato: logo após o parto.
 Elementos do tipo: o verbo nuclear é “matar” o próprio filho em 2 momentos
possíveis, que são durante o parto ou logo após o parto + sob influência do
estado puerperal – logo o sujeito ativo é a mãe, sendo crime próprio, pois exige
uma condição especial do agente. Estado puerperal é o conjunto de alterações
fisiopsíquicas que acontecem à mulher desde o parto até o retorno às
condições pré-gravídicas. O infanticídio pressupõe que a mulher, durante a
execução da morte do filho, esteja sob influência do estado puerperal e seja
determinante para que a mulher não se contenha e mate o próprio filho.
Elemento temporal do tipo: o infanticídio é um crime que vai ser praticado durante ou
logo após o parto.

 Durante o parto: o inicio do parto se dá com as contrações ou com início da


operação cesariana. Já o fim, se dá com a expulsão da criança e da placenta.
 Logo após o parto: certo tempo entre o fim do parto e morte do neonato.
Porém, a doutrina aponta que haverá infanticídio enquanto a mulher dar sinais
indicativos do puerpério.
Consumação: morte do nascente/neonato. Crime material.
Tentativa: é admissível, pois é crime plurissubsistente. Exemplo: mãe em estado
puerperal começa a esganar o filho neonato e uma enfermeira chega no quarto do
hospital e a impede de cometer o crime.
Infanticídio putativo: verifica-se quando a mãe, sob influência do estado puerperal,
mata outra criança, acreditando que seria seu próprio filho. No caso só pode ser o
neonato. Leva-se em conta as características da vítima visada, sendo erro sobre a
pessoa.
Concurso de pessoas: as condições de caráter pessoal, nos termos do art. 30 do CP,
não se comunicam, salvo quando elementares do crime. Logo, comunicam-se a
terceiros coatores ou participes. Embora o estado puerperal seja uma condição pessoal
da mãe, por ser elementar do crime, comunicam-se os coautores e participes.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio:

Induzimento, instigação ou auxílio a Induzir (fazer surgir a ideia), instigar


suicídio e à automutilação na (reforçar a ideia já existente) alguém
modalidade “simples”: (pessoa certa e determinada) a suicidar-
se ou a praticar AUTOMUTILAÇÃO, ou
prestar-lhe auxílio material que o faça.
Reclusão de 6 meses a 2 anos.

A pena é duplicada: (exemplo, pena


final fixada em 1 ano. Será duplicada = 2
anos)
 Se o crime é praticado por motivo
egoístico, torpe ou fútil.
 Se a vítima é menor ou tem
diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.

Causa de aumento de pena até o dobro:


A pena é aumentada até o dobro, se a
conduta é realizada:
 Por meio de rede de computadores;
 De rede social;
 Ou transmitida em tempo real.

Causa de aumento de pena em metade:


Se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual.
Induzimento, instigação ou auxílio a Teremos aqui uma qualificadora, já que
suicídio e à automutilação traz um novo patamar de pena: de 1 a 3
QUALIFICADOS pela lesão corporal de anos.
natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA: Ocorre quando da conduta do agente de
induzir, instigar ou auxiliar, resulta lesão
corporal de natureza grave ou
gravíssima na vítima.

Circunstância especial: Nestas hipóteses,


o crime de induzimento, instigação ou
auxílio ao suicídio ou à automutilação se
“transforma”/ “migra” para outro tipo
penal, o de LESÃO CORPORAL (art. 129,
§2º do CP), quando o o crime for
cometido contra:
 Menor de 14 anos.
 Contra quem, por enfermidade ou
doença mental, não tem o
necessário discernimento para a
prática o ato.
 Contra quem, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência.
Induzimento, instigação ou auxílio a Teremos aqui uma qualificadora, já que
suicídio e à automutilação traz um novo patamar de pena: de 2 a 6
QUALIFICADOS pela morte. anos.
Ocorre quando da conduta do agente de
induzir, instigar ou auxiliar, resulta
MORTE.

Circunstância especial: Nestas hipóteses,


o crime de induzimento, instigação ou
auxílio ao suicídio ou à automutilação se
“transforma”/ “migra” para outro tipo
penal, o de HOMICÍDIO SIMPLES (art.
121, º do CP), quando o o crime for
cometido contra:
 Menor de 14 anos.
 Contra quem, por enfermidade ou
doença mental, não tem o necessário
discernimento para a prática o ato.
 Contra quem, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência

Infanticídio:

Matar, sobre a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto, ou


logo após.
Detenção de 2 a 6 anos.
Cometido apenas pela mãe, sobre a influência do estado puerperal.
O filho tem que nascer vivo, é morto fora do útero materno (senão é aborto),
durante o parto, ou logo após (tem que ser em um lapso breve e sob influência do
estado puerperal, senão será homicídio).

Aborto:

Aborto provocado pela gestante ou com A gestante tanto que aborta sozinha ou
ou seu consentimento: que vai até alguém para abortar,
responde pelo crime.
Detenção de 1 a 3 anos.
Aborto provocado por terceiro com o É o terceiro que provocou aborto a
consentimento da gestante: pedido da gestante (que também
responde pelo aborto).
Reclusão de 1 a 4 anos (a pena de quem
pratica o aborto na gestante é maior do
que a pena da própria gestante que
permitiu que o aborto fosse nela
praticado).

Forma “qualificada”: apesar do CP falar


assim, não é uma forma qualificada, mas
uma causa de aumento de pena, em
1/3, se, sem consequência do aborto ou
dos meios empregados para provoca-lo,
a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave. Se resulta em morte da
gestante, as penas serão duplicadas.
Aborto provocado por terceiro sem o É o terceiro que provoca aborto na
consentimento da gestante: gestante sem o seu consentimento.
Exemplo: marido que briga com a mulher
e chuta sua barriga (intencionalmente e
sabendo que ela está grávida) e acaba
abortando.
Reclusão de 3 a 10 anos.

Forma “qualificada”: apesar do CP falar


assim, não é uma forma qualificada, mas
uma causa de aumento de pena, em
1/3, se, se, em consequência do aborto
ou dos meios empregados para provoca-
lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave. Se resulta em morte da
gestante, as penas serão duplicadas.
Não se punirá o aborto (exceções em  Se não há outro meio de salvar a vida
que o aborto não é crime): da gestante (aborto necessário ou
terapêutico). Exemplo: síndrome de
body stalk).
 Se a gravidez resulta de estupro + o
aborto é precedido de
consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu
representante legal (aborto
humanitário, sentimental ou ético.
 Interrupção da gravidez de feto
anencéfalo (STF, ADPF 54/DF) – não
precisa de autorização judicial.
 Interrupção da gravidez no primeiro
trimestre de gestação – cuidado
porque foi uma decisão monocrática
em HC concedido pelo Ministro
Barroso em 2016, mas não é a regra.
Lesão Corporal:

Lesão Corporal Leve (simples): Ofender a integridade corporal ou a


saúde de outrem.
Detenção, de 3 meses a 1 ano.

Hipótese de substituição:
O §5º traz uma alternativa que só tem
como ser aplicada na lesão corporal
leve/simples, porque fala expressamente
que “não sendo graves as lesões”, o juiz
PODE ainda substituir a pena de
detenção (só a lesão leve/simples
culmina detenção) pela pena de multa.

Causa de aumento de 1/3:


Essa causa de aumento é referida aos
§§4º e 6º do artigo 121, que fala do
homicídio doloso, então aqui, é para a
LESÃO DOLOSA, PODE SER TANTO A
SIMPLES QUANTO A QUALIFICADA
aumentada a pena de 1/3, se praticada
contra:
 Pessoa menor de 14 anos.
 Pessoa maior de 60 anos.
E se o crime de lesão for praticado por:
 Milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança.
 Praticado por grupo de extermínio.
Lesão Corporal Qualificada de Natureza Há uma qualificadora, porque vamos ter
Grave: um novo patamar de pena: reclusão de 1
a 5 anos.
Se resulta:
 Incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de 30 dias.
 Perigo de vida.
 Debilidade permanente de membro,
sentido ou função (exemplo: perder
dente).
 Aceleração de parto.

Se a lesão for praticada contra:


 Ascendente;
 Descendente;
 Irmão;
 Cônjuge ou companheiro;
 Com quem conviva ou tenha
convivido o agente;
 Ou ainda, prevalecendo-se das
relações domésticas.
 Prevalecendo o agente das relações
de coabitação ou de hospitalidade.
Se praticada contra ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, não importa se foi
praticada dentro ou fora de casa.
Essa qualificadora aplica-se também
quando a vítima for HOMEM.

Causa de aumento de pena de 1/3:


Se a lesão qualificada for praticada no
contexto de violência doméstica. Se a
lesão for praticada contra:
 Ascendente;
 Descendente;
 Irmão;
 Cônjuge ou companheiro;
 Com quem conviva ou tenha
convivido o agente;
 Ou ainda, prevalecendo-se das
relações domésticas.
 Prevalecendo o agente das relações
de coabitação ou de hospitalidade.
Lesão Corporal Qualificada de Natureza Há uma qualificadora, porque vamos ter
Gravíssima: um novo patamar de pena: reclusão de 2
a 8 anos.
Se resulta:
 Incapacidade permanente para o
trabalho.
 Enfermidade incurável.
 Perda ou inutilização do membro,
sentido ou função.
 Deformidade permanente – não é
afastada por posterior realização
pela vítima de cirurgia estética
reparadora que elimine ou minimize
a deformidade, isto porque, o fato
criminoso é valorado no momento da
sua consumação, não o afetando
providencias posteriores,
notadamente quando não usuais.
 Aborto.

Causa de aumento de pena de 1/3:


Se a lesão qualificada for praticada no
contexto de violência doméstica. Se a
lesão for praticada contra:
 Ascendente;
 Descendente;
 Irmão;
 Cônjuge ou companheiro;
 Com quem conviva ou tenha
convivido o agente;
 Ou ainda, prevalecendo-se das
relações domésticas.
 Prevalecendo o agente das relações
de coabitação ou de hospitalidade.
Lesão Corporal Qualificada Seguida de Há uma qualificadora, porque vamos ter
morte: um novo patamar de pena: reclusão de 4
a 12 anos.
Se resulta morte, mas as circunstâncias
evidenciaram que o agente não quis o
resultado e nem assumiu o risco de
produzi-lo (pois do contrário,
responderia por homicídio, por dolo
direto ou eventual, aqui temos o crime
preterdoloso – dolo no antecedente e
culpa do consequente).

Causa de aumento de pena de 1/3:


Se a lesão qualificada for praticada no
contexto de violência doméstica. Se a
lesão for praticada contra:
 Ascendente;
 Descendente;
 Irmão;
 Cônjuge ou companheiro;
 Com quem conviva ou tenha
convivido o agente;
 Ou ainda, prevalecendo-se das
relações domésticas.
 Prevalecendo o agente das relações
de coabitação ou de hospitalidade.

Lesão Corporal Privilegiada: Trata-se de uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO


DE PENA, aplicada tanto na lesão
corporal simples (leve) quanto na
qualificada (grave, gravíssima, seguida de
morte). Ocorre quando o agente comete
o crime:
 Impelido por motivo de relevante
valor social.
 Por motivo de relevante valor moral.
 Sob domínio de violenta emoção +
logo em seguida a injusta provocação
da vítima.
O juiz poderá reduzir a pena de 1/6 a
1/3.
Lesão Corporal Culposa: Remete a causa de aumento do §4º do
artigo 121, referente ao aumento de 1/3,
se o crime resulta de:
 Inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício.
 Se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.
 Se o agente não procura diminuir as
consequências do seu ato.
 Se o agente foge para evitar a prisão
em flagrante.

Na lesão corporal culposa, conforme o


artigo 129, §8º dispõe, pode ser aplicado
o perdão judicial do artigo 121, §5º -
perdão judicial no homicídio culposo.
Então na lesão corporal culposa pode ser
aplicado o perdão judicial: o juiz poderá
(faculdade) DEIXAR DE APLICAR A PENA
se as consequências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão
grave, que a sanção se torne
desnecessária.

NÃO incidirá a causa de aumento de


pena do crime praticado em contexto de
violência doméstica.
Lesão Corporal Qualificada Praticada no É uma forma qualificada, já que traz um
contexto de violência doméstica: novo patamar de pena no §9º: detenção
de 3 meses a 3 anos.
Se a lesão for praticada contra:
 Ascendente;
 Descendente;
 Irmão;
 Cônjuge ou companheiro;
 Com quem conviva ou tenha
convivido o agente;
 Ou ainda, prevalecendo-se das
relações domésticas.
 Prevalecendo o agente das relações
de coabitação ou de hospitalidade.
Se praticada contra ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, não importa se foi
praticada dentro ou fora de casa.
Essa qualificadora aplica-se também
quando a vítima for HOMEM.

Causa de aumento em decorrência da


lesão:
Se a lesão qualificada no contexto de
violência doméstica for GRAVE,
GRAVÍSSIMA ou SEGUIDA DE MORTE,
incidirá também uma CAUSA DE
AUMENTO DE PENA de 1/3.
Na verdade, temos duas qualificadoras
(gravidade da lesão e contexto, e a causa
de aumento de pena. Sendo as
qualificadoras de lá, mais graves, vai
incidir nelas, e a causa de aumento de
pena daqui).

Causa de aumento em decorrência da


vítima: se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.
Lesão Corporal praticada contra agente Tanto se for leve, grave, gravíssima,
de segurança: seguida de morte e culposa.
É uma causa de aumento, de 1/3 a 2/3
(cuidado que no homicídio era uma
qualificadora, na lesão veio como causa
de aumento – legislador doido).

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