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Homicídio
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HOMICÍDIO
Homicídio Privilegiado-Qualificado
Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, CP) não é crime hediondo. Ocorre quando há rele-
vante valor moral, relevante valor social ou sob domínio de violenta emoção logo em seguida
à injusta provocação da vítima.
O homicídio híbrido ocorre quando há uma privilegiadora e uma qualificadora (§2º). Homi-
cídio privilegiado-qualificado (híbrido) não é crime hediondo.
Obs.: No Direito Penal Brasileiro, é adotado, em relação ao rol dos crimes hediondos, o
critério legal, ou seja, somente o que está previsto na Lei n. 8072/1990 é crime he-
diondo.
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Homicídio Qualificado
As qualificadoras de natureza subjetiva estão previstas nos incisos I, II, V, VII, além da
traição, disposta no inciso IV.
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“Ou por outro motivo torpe” é uma fórmula genérica. O legislador assim fez por ser impos-
sível de prever todas as hipóteses de motivo torpe. A fórmula genérica permite que o aplicador
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do direito veja se o homicídio praticado no caso concreto é motivo torpe ou não. Exemplos de
motivo torpe para fins do homicídio qualificado: mediante paga, promessa de recompensa,
receber dinheiro para matar uma pessoa.
Outro exemplo: Suzane Richthofen matou os pais para ficar com a herança deles, não
existe previsão de que é homicídio qualificado matar os pais para ficar com a herança, mas
trata-se de homicídio qualificado por motivo torpe.
Obs.: O motivo torpe é um motivo repugnante, um motivo vil, é algo totalmente escrachado
pela sociedade.
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A vingança pode ou não ser um motivo torpe, depende da motivação da vingança. Exem-
plo: X mata uma pessoa que matou o seu filho, é uma vingança, responde por homicídio,mas
não é motivo torpe.
O ciúme não é considerado motivo torpe. Pode ser considerado, a depender da situação,
motivo fútil (HC 107.090/STJ – Info 711/2013).
Jurisprudência do STJ:
Não obstante a paga ou a promessa de recompensa seja circunstância acidental do delito de ho-
micídio, de caráter pessoal e, portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio,
não há óbice a que tal circunstância se comunique entre o mandante e o executor do crime, caso
o motivo que levou o mandante a empreitar o óbito alheio seja torpe, desprezível ou repugnante.
(REsp 1209852/PR, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016)
A qualificadora do motivo torpe é uma qualificadora subjetiva, mas nada impede que o
executor do crime responda pela paga ou promessa de recompensa e o mandante responda
por motivo torpe. O mandante não responde por “paga ou promessa de recompensa” porque
isso se aplica ao executor do crime.
O motivo fútil é um motivo bobo, insignificante. Exemplo: B mata C porque perdeu uma
partida de dominó; B mata C porque C não vendeu fiado. O motivo fútil tem que ser um
motivo conhecido, ou seja, o juiz/jurados têm que conhecer qual é o motivo fútil para aplica-
rem a qualificadora. Havia um entendimento que se o motivo não fosse conhecido, seria um
motivo fútil, e isso está errado. Se for um motivo desconhecido, não pode aplicar motivo fútil,
porque não se sabe se é fútil ou não.
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A jurisprudência desta Corte Superior entende não ser incompatível a qualificadora do motivo fútil
com o dolo eventual, pois o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que
ensejou a conduta capaz de colocar em risco a vida da vítima. REsp 1779570 / RS, julgado em
13/08/2019.
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O emprego de veneno, também chamado de venefício, pode ser por substâncias bioló-
gicas, químicas que fazem mal a qualquer ser humano (ex.: chumbinho de rato), e também
uma substância que faça mal especificamente a uma pessoa.
Exemplo: Maria é alérgica a camarão. Sabendo disso e querendo matá-la, João apro-
veita e prepara um peixe regado a molho de camarão e oferece para Maria, informando que
não há camarão. Maria morre. João praticou homicídio qualificado por emprego de veneno.
Caso João não soubesse que Maria é alérgica a camarão, João responderia por, no máximo,
homicídio culposo.
Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura são formas casuísticas. “Outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum”: forma genérica. Quando há a forma genérica,
é aplicada a interpretação analógica.
Obs.: Interpretação analógica não é analogia, é admitida até mesmo se vier a prejudicar o
réu. Analogia in malam partem não é admitida no direito penal.
Emprego de fogo (atear fogo), exemplo: João incendeia a casa do Marcos para matá-lo.
Emprego de explosivo (deslocamento de matéria), exemplo: colocar uma bomba na pessoa;
detonar uma granada. Explosivo não é meio cruel, é um meio que resulta perigo comum.
O veneno é meio insidioso. O fogo, a asfixia e a tortura são meios cruéis. O explosivo é
o meio que resulta perigo comum. A asfixia pode ser mecânica, que é aquela que ocorre por
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esganadura, estrangulamento, enforcamento. São tampadas as vias aéreas da pessoa e ela
não consegue respirar.
A asfixia pode ser tóxica, que ocorre quando a pessoa morre asfixiada por não ter a reno-
vação do ar, o oxigênio se transforma em CO2 e a pessoa morre asfixiada por respirar gás
carbônico. Exemplo: colocar uma pessoa viva dentro do caixão e enterrá-la, a pessoa morre
asfixiada. Nos dois casos (asfixia mecânica e tóxica), é incidida a qualificadora de asfixia.
A tortura ocorre quando o indivíduo gera à vítima uma dor muito superior à necessária
para alcançar o resultado morte.
ANOTAÇÕES
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Previsão Artigo 121, § 2º, III, CP – Pena 12 a Art. 1º, § 3º Lei n. 9.455/1997 – “Se resulta
legal 30 anos. lesão corporal de natureza grave ou gravís-
sima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.”
Elemento Dolo direto ou eventual em relação ao Crime preterdoloso – dolo na conduta
subjetivo resultado morte, utilizando-se da tor- antecedente (tortura) e culpa no resultado
tura como meio (cruel) para alcançar (morte).
o resultado.
Competência Tribunal do Júri. Juízo singular.
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Obs.: Crimes próprios só podem ser praticados por pessoas que tenham uma qualidade
específica.
A emboscada é uma tocaia. Exemplo: João passa todos os dias em determinada estrada.
Maria fica aguardando ele passar, assim que ele passa, Maria atira em sua direção e acaba
matando João.
Mediante dissimulação: João é membro de um site de encontros. Neste site, há a foto
de uma mulher de nome Maria. João se interessa por Maria. João e Maria dão match. Maria
convida João para ir até a sua casa. Quando João chega à casa de Maria, ele não encontra
Maria, ele encontra um desafeto dele, e esse desafeto mata João. É um crime de enganar
para matar uma pessoa, ou seja, o sujeito engana para colocar a pessoa numa situação que
dificulte a sua defesa.
Traição, emboscada, ou dissimulação são fórmulas casuísticas, são recursos que dificul-
tam ou tornam impossível a defesa do ofendido. “Outro recurso que dificulte torne impossível
a defesa do ofendido”: fórmula genérica. Aplica-se a interpretação analógica.
Traição é uma qualificadora subjetiva que não se comunica no concurso de pessoas. A
emboscada e a dissimulação são qualificadoras objetivas.
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ATENÇÃO
Latrocínio: quando se mata alguém para subtrair os seus pertences, há o latrocínio. Não
ocorrerá a incidência desses crimes devido ao Princípio da Especialidade. O latrocínio está
tipificado no art. 157, § 3º, CP. O latrocínio é uma exceção à aplicação dessa qualificadora.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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