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Aula 19
14. Estupro qualificado pela morte (Art. 213, § 2º, e 217-A, § 4º do CP):
• Elemento subjetivo:
Posição 01 Posição 02
Preterdoloso: o estupro Morte dolosa: há estupro qualificado pela morte
qualificado pela morte é um tanto na hipótese de morte culposa quanto no de
crime, necessariamente, morte dolosa. O legislador não fez diferença. No
preterdoloso (o estupro a título Código Penal, só existe um crime expressamente
de dolo e a morte a título de preterdoloso (Art. 129, §3º, CP - lesão corporal
culpa). Se a morte decorre de seguida de morte). Nos demais casos, é preciso
dolo, há concurso de crimes analisar (i) a redação do tipo penal, bem como (ii) as
penas cominadas.
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15. Art. 226 – Aumento da pena
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IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018)
• O inciso IV, por sua vez, é específico para os crime de estupro (inclusive de
vulnerável).
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❖ O que é o estupro corretivo?
Segundo a lição de Cléber Masson, a expressão “estupro corretivo” é utilizada para se referir à
situação em que a conduta do agente é praticada com a motivação de supostamente alterar a
opção sexual ou a identidade de gênero da vítima. É o que se dá, a título ilustrativo, quando um
homem constrange uma mulher, mediante violência, a com ele ter conjunção carnal, pois não
aceita que ela mantenha relações sexuais com outra mulher, e pretende com tal
comportamento “corrigir” seu estilo de vida.
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16. Aumento da pena (Art. 234-A, CP)
I – (VETADO) ;
II – (VETADO) ;
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718,
de 2018)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
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Antes da Lei 12.015/09, o agente respondia pelo crime sexual em concurso formal impróprio
com o crime do art. 130, CP.
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18. Segredo de justiça (Art. 243-B, CP)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em
segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
CF, art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
Jurisprudência em teses do STJ – tese nº 10 – edição 153: 10) O segredo de justiça previsto
no art. 234-B do Código Penal abrange o autor e a vítima de crimes sexuais, devendo
constar da autuação apenas as iniciais de seus nomes.
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❖ Como o assunto foi cobrado?
Alternativas
A - Ocorrendo lesão corporal grave consumada e conjunção carnal tentada, configura-se o delito de
estupro qualificado pelo resultado lesão grave, na forma tentada.
B - A respeito do dissenso da vítima, basta, para a configuração do crime de estupro, que o agente atue
com dolo eventual.
C - O delito de estupro se consuma com a prática da conjunção carnal ou de qualquer outro ato
libidinoso dela diverso. Caso ocorram ambas as condutas, trata-se de crime único.
D - A circunstância de a vítima ser maior de 14 e menor de 18 anos configura uma qualificadora do tipo-
base.
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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (2ª parte)
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
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❖ Classificação do crime
✓ Crime instantâneo
✓ Crime plurissubsistente
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A diferença para o estupro é que neste (art. 213) há constrangimento mediante violência ou grave
ameaça. Aqui (art. 215) há emprego de fraude para se conseguir o ato de libidinagem =
“estelionato sexual” ou o emprego de outro meio qualquer a embaraçar a vontade da vítima.
Agente induz a vítima a erro ou se aproveita de erro dela (e a mantém em erro) quanto à sua
identidade ou quanto à legitimidade da relação sexual.
Exemplos da Doutrina:
● Passar-se por outra pessoa parecida – fraude;
● Festa à fantasia – fraude;
● Curandeiro, a pretexto de curar a doença – fraude;
● Promessa de emprego – fraude;
● Esfregar o pênis na vagina da vítima enquanto em posição ginecológica – outro meio.
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❖ Forma qualificada:
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se
também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) – funciona como elemento subjetivo
especial do tipo (forma qualificada). Crime de intenção ou de tendência interna transcendente.
• Note-se que o fito de lucro está conectado ao ato sexual em si e não à eventual profissão de
médico ou atividade de curandeiro exercida pelo agente, eventualmente remunerada e que, a
pretexto do exercício de suas atividades, acaba por abusar da vítima.
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IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)
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Sílvia Chakian: “a iniciativa visa, portanto, sanar a lacuna legislativa que dificultava o
enquadramento de determinadas condutas, como os divulgados casos de assédio em espaços
públicos e nos meios de transportes, acompanhados ou não de “encoxadas”, “apalpadas” e até
“ejaculação”, nas modalidades criminosas até então existentes: contravenção de importunação
ofensiva ao pudor, infração de menor potencial ofensivo, com previsão de pena ínfima; ou crime
de estupro, de natureza hedionda, cuja pena prevista é de 6 a 10 anos de reclusão”
(https://www.conjur.com.br/2018-out-04/silvia-chakian-novos-crimes-sexuais-lei-137182018).
O crime é comum;
O tipo exige que o ato libidinoso seja praticado contra alguém, ou seja, pressupõe uma pessoa
específica ;
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O crime está no capítulo referente à liberdade sexual;
• Há especial fim de agir definido pelo tipo (crime de intenção ou de tendência interna
transcendente e formal).
Observações:
A) Vítima menor de 14 anos, deficiente mental ou impossibilitada de resistir: art. 217-A do CP;
C) Atos libidinosos: o tipo foi criado para abarcar conduta de cunho sexual, mas menos lesiva
ao bem jurídico, ajustando-se a interpretação do conteúdo da expressão atos libidinosos.
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❖ Quais são as diferenças entre o crime de importunação sexual e o crime de ato
obsceno?
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ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função.
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❖ Classificação do crime
✓ Crime formal
✓ Crime instantâneo
✓ Crime plurissubsistente
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❖ É possível assédio sexual praticado por professor em face de aluno?
Para Guilherme de Souza Nucci, ambas são inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, mas a superioridade
hierárquica retrata uma relação laboral no âmbito público, enquanto a ascendência espelha a mesma relação, porém
no campo privado. Dentro desse espírito, não configura o crime a mera relação entre docente e aluno, por ausência do
vínculo de trabalho entre os dois sujeitos (o vínculo é entre a faculdade e o professor).
Já de acordo com Luiz Regis Prado, superior hierárquico, como elemento normativo do tipo, é condição que decorre de
uma relação laboral, tanto no âmbito da Administração Pública como da iniciativa privada, em que determinado agente, por
força normativa ou por contrato de trabalho, detém poder sobre outro funcionário ou empregado, no sentido de dar ordens,
fiscalizar, delegar, ou avocar atribuições, conceder privilégios (v.g., promoção, gratificação etc.), existindo uma carreira
funcional, escalonada em graus. Na ascendência, elemento normativo do tipo, não se exige uma carreira funcional,
mas apenas uma relação de domínio, de influência, de respeito e até mesmo de temor reverencial (v.g., relação
professor-aluno em sala de aula).
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❖ Qual é o entendimento do STJ?
3. Insere-se no tipo penal de assédio sexual a conduta de professor que, em ambiente de sala de
aula, aproxima-se de aluna e, com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, toca partes
de seu corpo (barriga e seios), por ser propósito do legislador penal punir aquele que se prevalece
de sua autoridade moral e intelectual - dado que o docente naturalmente suscita reverência e
vulnerabilidade e, não raro, alcança autoridade paternal - para auferir a vantagem de natureza
sexual, pois o vínculo de confiança e admiração criado entre aluno e mestre implica inegável
superioridade, capaz de alterar o ânimo da pessoa constrangida.
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4. É patente a aludida "ascendência", em virtude da "função" desempenhada pelo recorrente -
também elemento normativo do tipo -, devido à atribuição que tem o professor de interferir
diretamente na avaliação e no desempenho acadêmico do discente, contexto que lhe gera,
inclusive, o receio da reprovação. Logo, a "ascendência" constante do tipo penal objeto deste
recurso não deve se limitar à ideia de relação empregatícia entre as partes. Interpretação
teleológica que se dá ao texto legal.
(REsp 1759135/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 01/10/2019)
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❖ Causa de aumento de pena:
• E se o trabalho infantil foi irregular? Art. 7º, XXXIII, CF (XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos).
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REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes: (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
Figura equiparada:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso
de caráter íntimo. (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018) (elemento subjetivo especial do tipo).
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❖ Classificação do crime
✓ Crime comum (se vítima for criança ou adolescente – art. 240 do ECA)
✓ Crime plurissubsistente
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❖ Observações:
▪ Elemento normativo “sem autorização dos participantes”: deve ser livre, válida e
consciente, além de prestada por todos os envolvidos. O consentimento do ofendido
posterior pode funcionar como causa supralegal de exclusão da ilicitude.
▪ Art. 216-B e a “sextorsion” ou “sextorsão” – concurso material com o art. 158 do CP.
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DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE
ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE
PORNOGRAFIA
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro
de vulnerável* ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei
nº 13.718, de 2018) (subsidiariedade expressa).
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❖ Classificação do crime
✓ Crime comum (mas se a vítima for criança ou adolescente, estará configurado um dos crimes
previstos nos arts. 240, 241, 241-A e 241-B do ECA – exclusão, portanto, na expressão
vulnerável da condição de menor de 14 anos)
✓ Crime formal (há posição do STJ no sentido de ser de mera conduta – HC 515.967)
✓ Crime plurissubsistente
❖ Observações iniciais:
▪ Quem recebe a mídia, mas não faz nada com ela, comete o crime? Se o conteúdo envolver
maiores de idade, o fato é atípico. Se o registro diz respeito à cena sexual ou pornográfica
de menor de 18 anos, pode configurar o crime previsto no art. 241-B do ECA nas
modalidades possuir ou armazenar.
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❖ Observações iniciais:
▪ Se houver registro não autorizado de conteúdo sexual (art. 216-B do CP) e posterior
divulgação sem consentimento (art. 218-C do CP), há concurso de crimes ou aplica-se o
princípio da consunção?
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Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima (um aspecto objetivo*) ou com o fim de
vingança ou humilhação (dois aspectos subjetivos*) (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
De acordo com Márcio André Lopes Cavalcante, esse § 1º pune uma prática que, infelizmente, ocorre
com frequência e que é chamada de “porn revenge”. A “revenge porn” consiste na conduta do ex-
namorado ou ex-marido que, inconformado com o término da relação, divulga, como forma de punir a sua
ex-parceira, fotografias ou imagens nas quais ela aparece nua ou em cenas de sexo.
Obviamente, a “revenge porn” também pode ser praticada pela ex-namorada ou ex-esposa contra o seu
ex-parceiro, apesar de não ser o mais comum.
Antes da Lei nº 13.718/2018 não havia um tipo penal específico que punisse a “revenge porn”, restando à
vítima buscar uma indenização cível.
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❖ Diferença entre o art. 218-C do CP e os arts. 241 e 241-A do ECA
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de
informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço,
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
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❖ Diferença entre o art. 218-C do CP e os arts. 241 e 241-A do ECA
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❖ Exclusão da ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso
que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior
de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
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FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE
VULNERÁVEL
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Figura qualificada:
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
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❖ Classificação do crime
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❖ O delito de favorecimento à exploração sexual de adolescente ou vulnerável exige
habitualidade?
(REsp n. 1.963.590/SP, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 20/9/2022, DJe de
29/9/2022.)
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Figuras equiparadas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
• O tipo não abarca o ofendido sem discernimento por enfermidade ou deficiência mental por se
tratar de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
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❖ O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B, § 2º, I do CP) pode ser punido sozinho?
1. O art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código Penal, na situação de exploração sexual, não exige a figura do terceiro intermediador.
2. É lícito concluir que a norma traz uma espécie de presunção relativa de vulnerabilidade das pessoas menores de 18 e
maiores de 14 anos. Assim, quem, se aproveitando da idade da vítima, oferece-lhe dinheiro em troca de favores
sexuais está a explorá-la sexualmente, pois se utiliza da sexualidade de pessoa ainda em formação como mercancia.
(EREsp n. 1.530.637/SP, relator Ministro Ribeiro Dantas, Terceira Seção, julgado em 24/3/2021, DJe de 17/9/2021.)
• Obs: Há posição no sentido de que se trata o crime do art. 218-B, § 2º, I é acessório e demanda a
existência da situação do caput anteriormente concretizada.
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Figuras equiparadas:
• Deve ter ciência do que se passa no local da prostituição ou exploração sexual envolvendo a
situação do caput, sob pena de responsabilidade objetiva.
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Revogação do art. 244-A do ECA:
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na
prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da
Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de
terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
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• Observações:
• A doutrina majoritária aponta que o art. 244-A do ECA foi revogado pelo art. 218-B do CP com a
edição da Lei 12.015/2009 (alterou o CP). Porém, com a Lei 13.440/2017:
• Posição 2: O legislador trouxe de volta à vigência o art. 244-A do ECA com a pena remodelada,
portanto, foi parcialmente revogado o art. 218-B do CP por conta da Lei 13.440/2017.
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CORRUPÇÃO DE MENORES
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
• Sujeitos do crime: a vítima deve ser menor de 14 anos, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo.
Se a vítima for maior de 14 anos, o crime é o do art. 227, caput, do CP;
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• Induzir: incutir na cabeça da vítima, persuadir, ou seja, criminaliza-se a conduta do
intermediário, que auxilia terceiro em seu intuito erótico, independentemente da promessa de
qualquer vantagem;
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❖ Como o tema foi cobrado?
1) Prova: FGV - 2022 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto - Quanto à interpretação conferida ao delito
previsto no Art. 218-B, § 2º, I, do Código Penal (“favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável”), é correto afirmar que:
Alternativas
A - não basta que o agente, por meio de pagamento, convença a vítima a praticar com ele conjunção carnal;
B - a exploração sexual é verificada quando a sexualidade da pessoa menor de 14 anos é tratada como mercancia;
D - a sexualidade de pessoa ainda em formação como mercancia depende da ação de terceiro intermediador;
E - não basta que o agente, por meio de pagamento, convença a vítima a praticar com ele outro ato libidinoso.
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2) Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - MPE-SE - Promotor de Justiça Substituto - Segundo
entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a contemplação lasciva de uma criança, por
meio da Internet, sem qualquer contato físico, configura
Alternativas
A - estupro.
C - estupro de vulnerável.
D - corrupção de menores.
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3) Prova: MPDFT - 2021 - MPDFT - Promotor de Justiça Adjunto: A respeito de CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL, conforme o STJ, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
A - É possível a desclassificação do crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) para o de importunação sexual (art.
215-A, do CP), se as carícias forem por cima da roupa.
B - Não é possível a configuração do crime de assédio sexual (Art. 216-A, do CP) entre professor e aluno, porque inexiste
relação hierárquica ou de ascendência, inerentes ao exercício do emprego, cargo ou função, próprios do tipo.
C - A incidência da causa de aumento de pena referente à condição de padrasto do autor (art. 226, II, do CP) afasta a
aplicação da agravante relativa à prevalência das relações domésticas em ambiente familiar (art. 61, II, “f”, do CP), sob
pena de bis in idem.
D - A contemplação lasciva pode tipificar o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
E - No estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), o trauma psicológico, decorrente do fato, é suficiente para a valoração
negativa das consequências do crime (art. 59 do CP).
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Jurisprudência em Teses STJ nº 152, Tese 2: Em razão do princípio da especialidade, é descabida a desclassificação
do crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal - CP) para o crime de importunação sexual (art. 215-A do
CP), uma vez que este é praticado sem violência ou grave ameaça, e aquele traz ínsito ao seu tipo penal a presunção
absoluta de violência ou de grave ameaça.
Jurisprudência em Teses STJ nº 152, Tese 7: Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f,
concomitantemente com a causa de aumento de pena do art. 226, II, ambas do CP, no crime de estupro.
Jurisprudência em Teses STJ nº 152, Tese 4: A contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos
dos art. 213 e art. 217-A do CP, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e
vítima.
Jurisprudência em Teses STJ nº 152, Tese 10: No estupro de vulnerável, o trauma psicológico que justifica a valoração
negativa das consequências do crime (art. 59 do CP) é aquele cuja intensidade for superior à inerente ao tipo penal.
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4) Prova: MPE-SP - 2015 - MPE-SP - Promotor de Justiça - Levando em consideração dominantes
orientações doutrinárias e jurisprudenciais em relação aos crimes contra a dignidade sexual, assinale a
alternativa falsa:
Alternativas
A - Para caracterização do crime de estupro de vulnerável não se exige que o agente empregue violência,
grave ameaça ou fraude, bastando que se consume um dos atos sexuais com a pessoa vulnerável.
B - O crime de corrupção de menores se tipifica quando praticado contra menor de 18 (dezoito) anos, desde
que não experiente em questões sexuais e ainda não corrompido.
C - Distingue-se o estupro da violação sexual mediante fraude porque neste o agente não emprega violência
ou grave ameaça, mas artifícios que viciam a vontade da vítima, induzindo-a em erro.
D - Tratando-se o agente de tio, padrasto ou madrasta da vítima, as penas dos crimes são aumentadas de
metade.
E - O assédio sexual se tipifica quando praticado por agente que, para alcançar seu intento, se prevalece de
sua superioridade hierárquica tanto no serviço público, quanto no trabalho particular.
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5) Prova: INSTITUTO AOCP - 2023 - MPE-RR - Promotor De Justiça Substituto - Quanto aos
crimes contra a dignidade sexual, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
D - A revogação do artigo 214 do Código Penal pela Lei nº 12.015/09 conduziu à abolitio criminis
do delito de atentado violento ao pudor anteriormente cometido.
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6) Prova: CESPE/CEBRASPE - 2022 - MPE-TO - Promotor de Justiça Substituto: Alex e Bianca são casados há uma década. Há três anos,
a irmã de Bianca, criança com 10 anos de idade, passou a pernoitar na residência do casal, ocasiões em que Alex aproveitava para
praticar atos de natureza sexual contra a menina. Em uma noite, Bianca descobriu o que estava ocorrendo nas visitas, mas não tomou
atitude para impedir a reiteração das condutas criminosas do cônjuge. Ao contrário, Bianca continuou permitindo que a irmã dormisse
em sua casa e que o marido se aproveitasse da situação.
Alternativas
A - Bianca deverá responder pelo delito de estupro de vulnerável por omissão imprópria.
B - A conduta de Bianca é atípica, visto que não houve prévio ajuste com a prática criminosa de Alex, tampouco ela assistiu ao ato
libidinoso ou o realizou.
C - Alex deverá responder pelo crime de estupro em concurso material com corrupção de menores.
D - Alex deverá responder por estupro de vulnerável, e Bianca, pelo crime de mediação para servir a lascívia de outrem.
E - Bianca deverá responder por participação em crime menos grave — no caso, importunação sexual.
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HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. OMISSÃO IMPRÓPRIA. IRMÃ DAS VÍTIMAS. ALEGAÇÃO DE
ATIPICIDADE. AUSÊNCIA DO DEVER LEGAL DE AGIR. TESE NÃO ACOLHIDA. POSSÍVEL ASSUNÇÃO DO PAPEL DE
GARANTIDOR. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. INVIABILIDADE. ILEGALIDADE NÃO VERIFICADA. WRIT
NÃO CONHECIDO.
1. Os crimes omissos impróprios, nas lições de Guilherme de Souza Nucci, são aqueles que "(...) envolvem um não fazer,
que implica a falta do dever legal de agir, contribuindo, pois, para causar o resultado. Não têm tipos específicos, gerando
uma tipicidade por extensão. Para que alguém responda por um delito omissivo impróprio é preciso que tenha o dever de
agir, imposto por lei, deixando de atuar, dolosa ou culposamente, auxiliando na produção do resultado." (Nucci, Guilherme
de Souza. Código Penal Comentado. 19.ed. Rio de Janeiro: Forrense, 2019, p. 140).
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2. Muito embora uma irmã mais velha não possa ser enquadrada na alínea "a" do art. 13, §2, do CP, pois o mero
parentesco não torna penalmente responsável um irmão para com o outro, caso caracterizada situação fática de
assunção da figura do "garantidor" pela irmã, nos termos previstos nas duas alíneas seguintes do referido artigo
("b" e "c"), não há falar em atipicidade de sua conduta. Hipótese em que a acusada omitiu-se quanto aos abusos
sexuais em tese praticados pelo seu marido na residência do casal contra suas suas irmãs menores durante anos.
Assunção de responsabilidade ao levar as crianças para sua casa sem a companhia da genitora e criação de riscos ao não
denunciar o agressor, mesmo ciente de suas condutas, bem como ao continuar deixando as meninas sozinhas em casa.
3. "Estando apta a denúncia, não há que se falar em ausência de justa causa para a ação penal segundo a tese de
inexigibilidade de conduta diversa, face a necessidade de sua demonstração ao longo da instrução processual." (HC
284.620/BA, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 9/8/2016, DJe 23/8/2016).
(HC 603.195/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020)
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Gabarito das questões dessa aula:
1) C
2) C
3) D
4) B
5) D
6) A
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❖ Sugestão de leitura complementar
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