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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

(Art. 213, CP)


Ano modificador do tabu quanto ao sexo (2009): O legislador abandonou a nomenclatura “crime contra o
costume”, sendo agora crime contra a dignidade sexual, ele não pune as expectativas da sociedade.
CF/88: A dignidade sexual é um dos prismas da dignidade da pessoa humana
A partir da Lei 12.105/2009, começa a direcionar o bem jurídico protegido, ou seja, a dignidade sexual.
Código Criminar do Império (1830): Barbáries
Duas estruturas de crime:
- Estupro: Ligado a ideia de posse sexual mediante de violência ou grave ameaça, porém dosava a pena em
razão a vítima;
o Mulher honesta: 1 mês a 2 anos
o Prostituta: 3 a 12 anos
- Rapto: Crimes de tirar a mulher honesta da casa da família. Art. 255 (CP/1830): Extingue a punibilidade do
agente que casa com a vítima – aplicava até para estupro violento, mesmo se a vítima fosse menor de idade.
Código Penal do Estados Unidos do Brasil de 1890 (Código Penal da República)
Título: Dos crimes contra a segurança da honra e honestidade das famílias e do ultraje público ao pudor
“Inovação”: Art. 269. Chama-se estupro o acto pelo qual o homem abusa com violencia de uma mulher, seja
virgem ou não.
Por violência entende-se não só o emprego da força physica, como o de meios que privarem a mulher de suas
faculdades psychicas, e assim da possibilidade de resistir e defender-se, como sejam o hypnotismo, o
chloroformio, o ether, e em geral os anesthesicos e narcóticos”.
Código de 1940.
Chamado de Crimes contra os costumes. Trouxe de inovação: o tráfico de mulheres.
Era dividido em dois:
1- Estupro: Art. 213. (Estupro pênis – vagina)
2- Ultrage público ao pudor: Art. 214 (Estupro pênis – anus)
O qual foi revogado e juntado no Art.213.
Violência: Homem não podia ser vítima de estupro, apenas ao atentado violenta ao pudor.
Presunção de violência: Se a vitima tiver 14 ou menos, ou doença mental, presume-se que o ato sexual foi
praticado com violência. Presunção admite relativização!

INOVAÇÕES:
A) Crime de assédio sexual (Lei 10.224/01): Troca de favores sexuais dentro de uma relação hierarquizada.
B) Lei 11.106/05: Lei que revogou os crimes de sedução/rapto.
C) Lei 12.015/09 (art. 213 + 214): Juntou o estupro e o atentado violento ao pudor com o estupro. Além disso,
não teve abolitio, mas sucessão da norma.
Faz uma microforma nos crimes sexuais.
D) Lei. 13.718/18: Mudou as ações penais para os crimes sexuais para púbica incondicionada
Consolidação da dignidade sexual:
A) Adesão livre/ Espontânea/ Válida: O direito penal só discute a relação sexual quando não houver adesão
livre/ espontânea/ válida.

 Proteção que não quis estar no ato sexual


B) Proteção ao incapaz: Aquele que não tem capacidade de aderir ao sexo

 Proteção que não pode quer estar no ato sexual

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Inovação: Qualquer crime sexual tramita em sigilo.

 Para ver esses crimes, mesmo sendo advogados, até quem não faz parte do processo, necessita de
procuração

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA


(ART. 226, CP)
Art. 226. A pena é aumentada:

I – De 1/4, se o crime é cometido com o CONCURSO DE 2 OU MAIS PESSOAS;


Qualquer modalidade de concurso de pessoas.
Aplica-se a qualquer crime sexual, não fazendo restrição, ela é genérica, mas direcionada ao crime sexual.
Lembrando a diferença de pessoa e agente.

II – de 1/2, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela
- Relação pessoal
- Preceptor: Quem assume os cuidados de outra pessoa (ex. mordomo, cuidador, babá); é ligada a infantes.

III- Revogado
IV – de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 ou mais agentes;
Segunda a doutrina a jurisprudência (essa causa, revoga a do I, do CP)
É exclusiva do estupro
Fala sobre agente (pessoas envolvidas no crime que transgredem o núcleo do tipo) autor e coautor, mas não o
partícipe.
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima
Considerada uma das melhores causas de aumento do CP.
Marco evolutivo: Quando a legislação prevê algo, é um reconhecimento jurídico de um fato
É o Estupro praticado como forma de controle ou punição pelo comportamento da vítima, ou seja, estupro que
se destina a servir de forma de reprimenda a vítima, punição a um estilo de vida.
Inciso I Inciso IV

A pena é aumentada de 1/4, se o crime for cometido com A pena é aumentada de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado
o concurso de 2 ou mais pessoas mediante concurso de 2 ou mais agentes

Aplicado para os casos demais crimes contra a dignidade Aplicado apenas para os casos de estupro (arts. 213 e 217-
sexual. A do CP).

O art. 226 todos os crimes que antes dele estão influenciados por essa causa de aumento (crimes de dignidade
sexual; exclusivo do capítulo I e II)

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA


(ART. 234 - A, CP)
O legislador encerrou o título com a causa de aumento de pena.
O art. 234 aplica todos os crimes de dignidade sexual.

Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:


III – de 1/2 a 2/3, se do crime resulta gravidez;
Confirmada a gravidez com viabilidade, tem-se a causa de aumento.
Não é necessário manter o feto.
Se houver vários autores conjuntamente – todos terão a causa de aumento
Se houver vários autores com atos distintos – deve-se fazer um exame para descobrir quem gravidou.

IV – de 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria
saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.
Dever saber: Essa causa de aumento será aplicada tanto para dolo direto quanto para o dolo eventual
Vítima idosa ou com pessoa com deficiência:
o Idoso (60 ou mais anos);
o Deficiente: a deficiência não pode ser aquela que impede a vítima de manifestar sua vontade, visto que
se não puder manifestar sua vontade, é considerado estupro de vulnerável; pode ser transitório a
deficiência.
AÇÃO PENAL
Após a fase do inquérito policial, que verse sobre o direito de acesso à justiça para a resolução de conflitos
oriundos da prática de condutas tipificadas como delituosas, portanto, punível de sanção como prevista em lei
anterior.
Na redação original (1940), a ação era privada, com o entendimento de transferir para a vitima a possibilidade
de entrar com a ação penal ou não. Ao transformar em ação penal priva, o Estado se eximia do dever de
processar crimes processuais, tornando algo cômodo para o Estado (não tinha interesse de intervir).
Lei 12.015/09: Transformou a ação penal condicionada, ou seja, a ação desloca-se do privado para a esfera
pública. Tira a iniciativa do Ministério Público, mas o dever da investigação/Ônus, para o própria MP.
Lei 12.718/12: O legislado transformou a ação penal em pública incondicionada. Logo, havendo um crime
contra a dignidade sexual, deve haver um processo. Essa lei tirou o direito de escolha da vítima de entrar ou
não com a ação penal, assim sendo, a doutrina critica, haja vista relembrar toda a história que causou danos a
vítima.

VITIMIZAÇÃO
Destinado a estudar os processos e circunstâncias que tornam alguém vítima (estudar a vítima em si). É um
ramo da vitimologia, estuda diversos fatores que levem a vítima em si.
Dividida em 3 etapas, sendo elas:
1- Vitimização de 1º grau (Primária): É o resultado direto de uma pratica criminosa; consequência de um
crime; quando um crime é cometido, nasce uma vítima primária (o crime em si). Consequência direta
do crime!
2- Vitimização de 2º grau (Secundária): É o estuda do impacto das ações estatais quando do exercício do
controle formal em razão da vítima primária. Ou seja, é o peso (burocracia) que cai sobre a vítima quando
do processo penal/toda persecução penal. A lei 12.718/12 trouxe uma vitimização secundária, pois cria na
vítima um processo que ela pode ou não querer. Consequência do Estado!
3- Vitimização de 3º (Terciária): O processo de revitimizar imposto na sociedade em face a vítima de 1º
grau. Envolver o ônus social imposto a vítima de 1º grau em vista do que ela sofreu. (Social Estatal)
Consequência Social!
ESTUPRO
(Art.213, CP)
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10 anos.
Estupro vem do latim “estuprum” posse sexual mediante violência. Em Roma antiga, significava todos os
crimes contra a dignidade sexual que envolvia a violência física.
Não é crime complexo (junção de duas figuras típicas)
O ato libidinoso ou conjunção carnal não são crimes complexos.
O crime é a forma que o agente utiliza.
Constranger: O crime não é o ato sexual, mas constranger alguém (ruptura da resistência).
O significado no estupro de constranger significa forçar/obrigar/compelir.
Grave ameaça: Razoável e realizável, leva-se em relação a vítima e do autor, a crença da vítima é importante.
Ex. se você não ter ato sexual comigo, tem jogarei uma macumba.
Tem alvo determinado, não pode ser uma promessa vaga. Ex. ou você tem ato sexual comigo ou seu mundo
vai acabar.
Violência: Qualquer tipo de interação física.
Não precisa de lesões corporais, tampouco reduzir a vítima a capacidade de existência.
Só é relevante se estiver envolvido com o constrangimento.
Mesmo através de um contrato na hora do ato sexual, a vontade não pode extrapolar.
Ato sexual:

Conjunção carnal: Copula pênis vagina

Outro ato libidinoso: Ato para satisfazer a libido voltado ao interesse sexual. A figura “outro” menciona
conjunção carnal – Interpretação analógica

OBJETIVIDADE JURÍDICA: liberdade sexual


OBJETO MATERIAL: pessoa estuprada
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa (não exige nenhuma condição peculiar). Se for um ato de conjunção
carnal – apenas o homem.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que tenha dignidade sexual (todos possuem dignidade sexual).
ATOS FÍSICOS: Há uma discussão doutrinária se a pratica de estupro presume a presença atos físicos, ou
seja, a interação entre autor e vítima ou vítima e terceiros.
Corrente Minoritária: É obrigatória a interação física através da redação do tipo. Ex. o ato de obrigar apenas
a pessoa se masturbar sem a interação física é constrangimento legal.
Corrente Majoritária: Não obrigatoriedade, pois a modificação do ritmo da sociedade e as novas tecnologia
permitem interpretação análoga quanto ao tipo que não dependem de interação física.
TIPO MISTO: O estupro depois da reforma de 2009 que concentrou os dois artigos em um só, tornou-se um
crime misto, ou seja, preveem vários tipos de conduta dentro do próprio tipo. Ex. tráfico de droga – comprar,
ter em depósito, transportar.
O estupro é crime misto, pois tem a conjunção carnal e outro ato libidinoso.

Discussão: Tipo misto alternativo ou cumulativo


Tipo misto alternativo: Quando a lei estabelece diversos núcleos que, se praticados no mesmo contexto fático,
caracterizam um crime só. As condutas são heterógenas (juntas/fundidas) consegue ver tudo com uma
universalidade.
Tipo misto cumulativo: Quando estabele varias condutas nucleares que se praticadas seguidamente, ainda
que em um único contexto configura o crime distinto (Ex. art. 242).
As condutas possuem um grau de dependência entre sim, existem por si só, ação autônoma.

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido
ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:

Problema: Ciência e a prática irão se confundirem. Todavia, as diversas formas de praticar o ato sexual estão
dentro de uma única conduta (misto alternativo).
O STJ em vários julgados (HC 139.334/DF; HC 105.533/PR), reconheceu o tipo misto cumulativo. Nesse
viés, adotou-se a ótima da política-criminal (ex, não ter problema com quem já cumpre pena). Entende-se
juridicamente, quanto a conjunção carnal, esta tem meio, começo e fim, sendo atos individualizados e não
conduta única dentro de um cenário único.

CONSUMAÇÃO: Quando a efetiva prática dos atos sexual (crime material)

TENTATIVA: É possível desde que o ato preliminar não configure por si só o crime de estupro.
Impotência: A impotência masculina no exige do crime de estupro, pois possui outros atos que configuram o
estupro

 Generandi: Permite ereção, não permite a reprodução.


 Coendi: Não conseguir ter ereção (consegue praticar através de outros atos libidinosos ou instrumento).
Elemento subjetivo: É o dolo. Não existe o estupro culposo.
Elemento subjetivo especifico:

 1ª Corrente: SIM! Para satisfazer a lascívia (desejo sexual). (MAJORITÁRIA)


 2ª Corrente: NÃO! Basta que o ato tenha conotação sexual (consciência do agente do impacto sexual na
vítima)
FORMA QUALIFICADA
(Art. 213, § 1º, CP)
§ 1 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou maior de 14
anos: Pena - reclusão, de 8 a 12 anos.
A) ETÁRIA: Menor de 18 anos ou maior de 14 anos (atinge 15, 16 e 17 anos).
Erro grotesco do legislador: todas as pessoas são maiores de 14 anos e menores de 18 anos; não seria “OU”,
mas “E”
Proteção da proibição deficiente, não tem como aplicar essa qualificadora para que tem 14 anos
B) LESÃO GRAVE: Se da conduta de estupro resultar a lesão corporal, sendo decorrência direta do estupro.
Não é apenas a violência, a grave ameaça/constrangimento se enquadram no estupro.

FORMA QUALIFICADA
(Art. 213, § 2º, CP)
§ 2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30 anos
A morte deve decorrer da conduta do crime de estupro.
Elemento subjetivo (Forma qualificada): Pode ser preterdolo ou ambivalente (Mesmo do latrocínio).

ESTUPRO DE VULNERÁVEL
(Art. 217-A, CP)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: Pena - reclusão,
de 8 a 15 anos.
ELEMENTO OBJETIVO: Mudança quanto ao estupro. No estupro de vulnerável, o núcleo do tipo é “TER”,
não precisa de constrangimento, violência ou grave ameaça.

Artigo importante: § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais
anteriormente ao crime.
Não importa a condição da vítima. Ex. se o menor já tiver feito sexo para a cidade inteira.
Afastamento de qualquer escusa!
Sumula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato,
sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”
Decisões reiteradas que o STJ se manifestou face a juízes que excluíam o crime de estupro de vulnerável (ex.
namoros)
Equiparação
(Art. 217 – A, § 1º do CP)
Art. 217 – A, § 1º: Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, NÃO TEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO para a prática do
ato, ou que, por qualquer outra causa, NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA.
Amplia o rol de pessoas em estado de necessidade
A) VULNERABILIDADE ETÁRIA (CAPUT): Marco de idade no qual a lei faz presunção absoluta de
incapacidade sexual. Existem estudos biopsicológicos que mostram que na faixa etária (13/14/15) o cérebro
da criança adolescente, a criança começa a compreender o que é o ato sexual, suas consequências e conseguir
a se autodeterminar. O direito tem que acompanhar a realidade com o limite de 13 anos
B) VULNERÁVEIS: Pessoas tecnicamente vulneráveis, são aqueles que por vulnerabilidade ou deficiência
mental não podem exprimir/exteriorizar sua vontade, ou seja, as pessoas não conseguem manifestar à vontade,
inválida, haja vista não é fruto de raciocínio e sim de manifestação mecânica aos estímulos (incapacidade
volitiva). Além disso, é importante que o agente conheça ou tenha como conhecer essa situação.
C) SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE: Pessoas que não tem condição de vulnerabilidade e nem são
presumidos vulneráveis, mas um fator temporário leva a vulnerabilidade. Essas pessoas são capazes, mas
tiveram um breve momento de incapacidade.
Com a reforma de 2019, passou a ser ação pública incondicionada. A crítica recai no fator que a pessoa capaz
não tem direito de escolha.

ERRO DO TIPO: Plenamente possível a tese de erro do tipo nesses crimes, ou seja, por exemplo, a idade é
um elementar do tipo e o agente poderá utilizar o argumento que “achava que fosse maior de 13 anos”
Bem jurídico: Problema: não é a liberdade. Nesse caso, o bem jurídico é o estupro de vulnerável.
- Desenvolvimento sexual: Quem defende esse posicionamento, entende que a pessoa vulnerável está em
desenvolvimento sexual.
- Dignidade sexual em sentido estrito: Porque não há maior proteção de dignidade sexual do que proteger
que não tem capacidade de sexual.

ELEMENTO OBJETIVO: Ter e praticar, basta a conduta


EMPREGO DE VIOLÊNCIA:
1. Se lesionar gravemente: aumento de 10 a 20 anos
2. Se matar: aumento de 12 a 30 anos
3. Se for violência leve: Concurso de crimes: Lesão leve + grave ameaça – É a elementar do tipo de estupro
(art. 213), consistindo em crime autônomo
4. Os juizados especiais deixam claro que havendo concurso de crime, todos devem ser julgados na
somatória das penas.

ELEMENTO NORMATIVO: Discernimento da vítima e a oposição ao ato.


IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
(ART. 215 A, CP)
Inovação jurídica mais relevante:
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
É um crime subsidiário, expressamente fala “se não configurar mais grave”, pois evita que outros atos
enquadram o crime de estupro.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa
OBJETIVIDADE JURÍDICA: Liberdade sexual
OBJETO MATERIAL: pessoa que sofre violação
ELEMENTAR OBJETIVA: - “Praticar”: fazer, agir, atuar.
- “Contra alguém”: a pratica criminosa deve ser direcionada a terceiros, ou seja, o autor de alguma forma de
indicar/direcionar sua conduta em desfavor de um terceiro. CUIDADO: Alvos indeterminados não entram.
- “Sem anuência”
- “Contra alguém” exige interação física?
1ª Corrente: A terminologia “contra alguém” exige interação física, se não tiver contato/interação do autor
contra a vítima, não se fala em crime. MAJORITÁRIA
2ª Corrente: Não precisa estar direcionada “contra alguém”, sustentando que “contra alguém” exige alvo
determinado, não necessariamente havendo interação física.

MEIO DE COMETIMENTO DO CRIME: Forma livre, pois a lei não restringe a conduta
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo.
ELEMENTO ESPECÍFICO SUBJETIVO: “satisfazer a própria lascívia ou a de terceiros”.
Ex. de você se masturbar na frente de alguém e depois esfregar o esperma na cara do outro afim de humilha-
la, assim é considerado um FATO ATIPICO -> seria considerado injuria real.

AÇÃO PENAL: Ação Penal Pública Incondicionada (ART. 225, CP)


Quanto a importunação sexual: Revogou expressamente contravenção do art.61 – LCP.
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao
público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa".
O art. 61, revogado expressamente pela Lei 13.718/18, consistia em importunar alguém, em lugar público ou
acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor. Já o art. 65 pune a conduta de molestar alguém ou perturbar-
lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável.

Ato obsceno - Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena -
detenção, de três meses a um ano, ou multa.

A punibilidade foi extinta pois a pena era mais grave

Diferenciação das condutas:

CRIME DE ATO OBSCENO


IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

SUJEITO PASSIVO Individualizado Coletividade

ELEMENTO SUBJETIVO Doloso com elemento subjetivo Doloso, mas sem o elemento
especifico subjetivo especifico

LOCAL DO CRIME Qualquer local Local aberto ao público ou ao


público

Discussão sobre o que é o local

ANUÊNCIA Contra a vontade da vítima Vontade da vítima é indiferente

Única coisa que muda é a


coletividade. Ex. de praia de
nudismo

BEM JURÍDICO Liberdade Sexual Ultraje publico

STJ: Se praticar em local particular, praticando com vistas ao público, é considerado ato obsceno
Lugar público: é o local de aberta frequência das pessoas, como ruas, praias, avenidas, entre outros. É o que
CHASSAN denomina de “lugar público por natureza”.
Lugar aberto ou exposto ao público: é o local aberto ao público que tem entrada controlada, mas admite uma
variada gama de frequentadores, como os parques, cinemas, teatros, entre outros. Na classificação de
CHASSAN, é o “lugar público por destino”.

VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE


(ART. 215, CP)

PENA DE 2 A 6 ANOS

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Interpretação analógica

Não há constrangimento (forçar)

Meio: fraude: Mentira elaborado/rebuscada; ilusão

A fraude no ato sexual pode ser conceituada como qualquer manobra empregada com a finalidade de que a
vítima tenha uma percepção equivocada da realidade e concorde com ato sexual.

Ex. Caso de João de Deus

Há muitas jurisprudências desse crime quanto a prostituta (falsa promessa de pagamento)


Não importa se foi a vítima levada a erro ou ela que incidiu o erro.

BEM JURIDICO: Liberdade sexual

OBJETO MATERIAL: Pessoas (quem é fraudado)

ELEMENTOS OBEJTIVOS: - Ter (obter ou conseguir) conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina)

- Praticar

ELEMENTOS SUBJETIVO: DOLO (discussão mesma que está no estupro)

MULTA: Promessa de recompensa. Ex. do filme 10 coisas que eu odeio em você.

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