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INOVAÇÕES:
A) Crime de assédio sexual (Lei 10.224/01): Troca de favores sexuais dentro de uma relação hierarquizada.
B) Lei 11.106/05: Lei que revogou os crimes de sedução/rapto.
C) Lei 12.015/09 (art. 213 + 214): Juntou o estupro e o atentado violento ao pudor com o estupro. Além disso,
não teve abolitio, mas sucessão da norma.
Faz uma microforma nos crimes sexuais.
D) Lei. 13.718/18: Mudou as ações penais para os crimes sexuais para púbica incondicionada
Consolidação da dignidade sexual:
A) Adesão livre/ Espontânea/ Válida: O direito penal só discute a relação sexual quando não houver adesão
livre/ espontânea/ válida.
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Inovação: Qualquer crime sexual tramita em sigilo.
Para ver esses crimes, mesmo sendo advogados, até quem não faz parte do processo, necessita de
procuração
II – de 1/2, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela
- Relação pessoal
- Preceptor: Quem assume os cuidados de outra pessoa (ex. mordomo, cuidador, babá); é ligada a infantes.
III- Revogado
IV – de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 ou mais agentes;
Segunda a doutrina a jurisprudência (essa causa, revoga a do I, do CP)
É exclusiva do estupro
Fala sobre agente (pessoas envolvidas no crime que transgredem o núcleo do tipo) autor e coautor, mas não o
partícipe.
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima
Considerada uma das melhores causas de aumento do CP.
Marco evolutivo: Quando a legislação prevê algo, é um reconhecimento jurídico de um fato
É o Estupro praticado como forma de controle ou punição pelo comportamento da vítima, ou seja, estupro que
se destina a servir de forma de reprimenda a vítima, punição a um estilo de vida.
Inciso I Inciso IV
A pena é aumentada de 1/4, se o crime for cometido com A pena é aumentada de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado
o concurso de 2 ou mais pessoas mediante concurso de 2 ou mais agentes
Aplicado para os casos demais crimes contra a dignidade Aplicado apenas para os casos de estupro (arts. 213 e 217-
sexual. A do CP).
O art. 226 todos os crimes que antes dele estão influenciados por essa causa de aumento (crimes de dignidade
sexual; exclusivo do capítulo I e II)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
IV – de 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria
saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.
Dever saber: Essa causa de aumento será aplicada tanto para dolo direto quanto para o dolo eventual
Vítima idosa ou com pessoa com deficiência:
o Idoso (60 ou mais anos);
o Deficiente: a deficiência não pode ser aquela que impede a vítima de manifestar sua vontade, visto que
se não puder manifestar sua vontade, é considerado estupro de vulnerável; pode ser transitório a
deficiência.
AÇÃO PENAL
Após a fase do inquérito policial, que verse sobre o direito de acesso à justiça para a resolução de conflitos
oriundos da prática de condutas tipificadas como delituosas, portanto, punível de sanção como prevista em lei
anterior.
Na redação original (1940), a ação era privada, com o entendimento de transferir para a vitima a possibilidade
de entrar com a ação penal ou não. Ao transformar em ação penal priva, o Estado se eximia do dever de
processar crimes processuais, tornando algo cômodo para o Estado (não tinha interesse de intervir).
Lei 12.015/09: Transformou a ação penal condicionada, ou seja, a ação desloca-se do privado para a esfera
pública. Tira a iniciativa do Ministério Público, mas o dever da investigação/Ônus, para o própria MP.
Lei 12.718/12: O legislado transformou a ação penal em pública incondicionada. Logo, havendo um crime
contra a dignidade sexual, deve haver um processo. Essa lei tirou o direito de escolha da vítima de entrar ou
não com a ação penal, assim sendo, a doutrina critica, haja vista relembrar toda a história que causou danos a
vítima.
VITIMIZAÇÃO
Destinado a estudar os processos e circunstâncias que tornam alguém vítima (estudar a vítima em si). É um
ramo da vitimologia, estuda diversos fatores que levem a vítima em si.
Dividida em 3 etapas, sendo elas:
1- Vitimização de 1º grau (Primária): É o resultado direto de uma pratica criminosa; consequência de um
crime; quando um crime é cometido, nasce uma vítima primária (o crime em si). Consequência direta
do crime!
2- Vitimização de 2º grau (Secundária): É o estuda do impacto das ações estatais quando do exercício do
controle formal em razão da vítima primária. Ou seja, é o peso (burocracia) que cai sobre a vítima quando
do processo penal/toda persecução penal. A lei 12.718/12 trouxe uma vitimização secundária, pois cria na
vítima um processo que ela pode ou não querer. Consequência do Estado!
3- Vitimização de 3º (Terciária): O processo de revitimizar imposto na sociedade em face a vítima de 1º
grau. Envolver o ônus social imposto a vítima de 1º grau em vista do que ela sofreu. (Social Estatal)
Consequência Social!
ESTUPRO
(Art.213, CP)
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10 anos.
Estupro vem do latim “estuprum” posse sexual mediante violência. Em Roma antiga, significava todos os
crimes contra a dignidade sexual que envolvia a violência física.
Não é crime complexo (junção de duas figuras típicas)
O ato libidinoso ou conjunção carnal não são crimes complexos.
O crime é a forma que o agente utiliza.
Constranger: O crime não é o ato sexual, mas constranger alguém (ruptura da resistência).
O significado no estupro de constranger significa forçar/obrigar/compelir.
Grave ameaça: Razoável e realizável, leva-se em relação a vítima e do autor, a crença da vítima é importante.
Ex. se você não ter ato sexual comigo, tem jogarei uma macumba.
Tem alvo determinado, não pode ser uma promessa vaga. Ex. ou você tem ato sexual comigo ou seu mundo
vai acabar.
Violência: Qualquer tipo de interação física.
Não precisa de lesões corporais, tampouco reduzir a vítima a capacidade de existência.
Só é relevante se estiver envolvido com o constrangimento.
Mesmo através de um contrato na hora do ato sexual, a vontade não pode extrapolar.
Ato sexual:
Outro ato libidinoso: Ato para satisfazer a libido voltado ao interesse sexual. A figura “outro” menciona
conjunção carnal – Interpretação analógica
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido
ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Problema: Ciência e a prática irão se confundirem. Todavia, as diversas formas de praticar o ato sexual estão
dentro de uma única conduta (misto alternativo).
O STJ em vários julgados (HC 139.334/DF; HC 105.533/PR), reconheceu o tipo misto cumulativo. Nesse
viés, adotou-se a ótima da política-criminal (ex, não ter problema com quem já cumpre pena). Entende-se
juridicamente, quanto a conjunção carnal, esta tem meio, começo e fim, sendo atos individualizados e não
conduta única dentro de um cenário único.
TENTATIVA: É possível desde que o ato preliminar não configure por si só o crime de estupro.
Impotência: A impotência masculina no exige do crime de estupro, pois possui outros atos que configuram o
estupro
FORMA QUALIFICADA
(Art. 213, § 2º, CP)
§ 2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30 anos
A morte deve decorrer da conduta do crime de estupro.
Elemento subjetivo (Forma qualificada): Pode ser preterdolo ou ambivalente (Mesmo do latrocínio).
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
(Art. 217-A, CP)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: Pena - reclusão,
de 8 a 15 anos.
ELEMENTO OBJETIVO: Mudança quanto ao estupro. No estupro de vulnerável, o núcleo do tipo é “TER”,
não precisa de constrangimento, violência ou grave ameaça.
Artigo importante: § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais
anteriormente ao crime.
Não importa a condição da vítima. Ex. se o menor já tiver feito sexo para a cidade inteira.
Afastamento de qualquer escusa!
Sumula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato,
sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”
Decisões reiteradas que o STJ se manifestou face a juízes que excluíam o crime de estupro de vulnerável (ex.
namoros)
Equiparação
(Art. 217 – A, § 1º do CP)
Art. 217 – A, § 1º: Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, NÃO TEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO para a prática do
ato, ou que, por qualquer outra causa, NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA.
Amplia o rol de pessoas em estado de necessidade
A) VULNERABILIDADE ETÁRIA (CAPUT): Marco de idade no qual a lei faz presunção absoluta de
incapacidade sexual. Existem estudos biopsicológicos que mostram que na faixa etária (13/14/15) o cérebro
da criança adolescente, a criança começa a compreender o que é o ato sexual, suas consequências e conseguir
a se autodeterminar. O direito tem que acompanhar a realidade com o limite de 13 anos
B) VULNERÁVEIS: Pessoas tecnicamente vulneráveis, são aqueles que por vulnerabilidade ou deficiência
mental não podem exprimir/exteriorizar sua vontade, ou seja, as pessoas não conseguem manifestar à vontade,
inválida, haja vista não é fruto de raciocínio e sim de manifestação mecânica aos estímulos (incapacidade
volitiva). Além disso, é importante que o agente conheça ou tenha como conhecer essa situação.
C) SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE: Pessoas que não tem condição de vulnerabilidade e nem são
presumidos vulneráveis, mas um fator temporário leva a vulnerabilidade. Essas pessoas são capazes, mas
tiveram um breve momento de incapacidade.
Com a reforma de 2019, passou a ser ação pública incondicionada. A crítica recai no fator que a pessoa capaz
não tem direito de escolha.
ERRO DO TIPO: Plenamente possível a tese de erro do tipo nesses crimes, ou seja, por exemplo, a idade é
um elementar do tipo e o agente poderá utilizar o argumento que “achava que fosse maior de 13 anos”
Bem jurídico: Problema: não é a liberdade. Nesse caso, o bem jurídico é o estupro de vulnerável.
- Desenvolvimento sexual: Quem defende esse posicionamento, entende que a pessoa vulnerável está em
desenvolvimento sexual.
- Dignidade sexual em sentido estrito: Porque não há maior proteção de dignidade sexual do que proteger
que não tem capacidade de sexual.
MEIO DE COMETIMENTO DO CRIME: Forma livre, pois a lei não restringe a conduta
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo.
ELEMENTO ESPECÍFICO SUBJETIVO: “satisfazer a própria lascívia ou a de terceiros”.
Ex. de você se masturbar na frente de alguém e depois esfregar o esperma na cara do outro afim de humilha-
la, assim é considerado um FATO ATIPICO -> seria considerado injuria real.
Ato obsceno - Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena -
detenção, de três meses a um ano, ou multa.
ELEMENTO SUBJETIVO Doloso com elemento subjetivo Doloso, mas sem o elemento
especifico subjetivo especifico
STJ: Se praticar em local particular, praticando com vistas ao público, é considerado ato obsceno
Lugar público: é o local de aberta frequência das pessoas, como ruas, praias, avenidas, entre outros. É o que
CHASSAN denomina de “lugar público por natureza”.
Lugar aberto ou exposto ao público: é o local aberto ao público que tem entrada controlada, mas admite uma
variada gama de frequentadores, como os parques, cinemas, teatros, entre outros. Na classificação de
CHASSAN, é o “lugar público por destino”.
PENA DE 2 A 6 ANOS
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Interpretação analógica
A fraude no ato sexual pode ser conceituada como qualquer manobra empregada com a finalidade de que a
vítima tenha uma percepção equivocada da realidade e concorde com ato sexual.
ELEMENTOS OBEJTIVOS: - Ter (obter ou conseguir) conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina)
- Praticar