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ANELISE PACHECO BUSIQUIA

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Várzea Grande MT

2017
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

ESTUPRO art. 213 do CP

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de


18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) ano:

§ 2o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Com analise do Caput: “Constranger alguém, mediante violência ou grave


ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso”.

- o constrangimento, levado a efeito mediante o emprego de violência ou grave


ameaça;

- pode ser dirigido a qualquer pessoa, independente se masculino ou feminino;

- para que tenha conjunção carnal;

- para fazer com que a vitima pratique ou permita que com ela se pratique qualquer
outro ato libidinoso.

O núcleo do tipo é o verbo constranger, no sentido de forçar/obrigar a vitima ao


ato sexual com o objetivo de fazer com que o agente tenha sucesso no congresso
carnal ou na pratica e outros atos libidinosos. Para que o delito de estupro possa ser
configurado, é preciso que o agente atue mediante o emprego de violência (força
física para subjugar a vítima) ou grave ameaça (direta, indireta, implícita ou explicita,
desde que cause grande temor a vitima). Bem Juridicamente Tutelado: liberdade e
dignidade sexual, tendo em vista o direito de liberdade que qualquer pessoa tem de
dispor sobre seu próprio corpo.

Objeto Material: pode ser tanto mulher quanto homem, ou seja, a pessoa contra
a qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.

Sujeito Ativo: Aquele que pratica o estupro, independente de homem ou mulher.


Sujeito Passivo: Será a pessoa que sofre o estupro, se for considerar uma relação
heterossexual, terá que ser, obrigatoriamente, do sexo oposto ao sexo do sujeito ativo.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

O crime de estupro, quando a conduta do agente for dirigida a ter conjunção


carnal, será consumado quando ocorrer a efetiva penetração do pênis do homem na
vagina da mulher, independente se total ou parcial e não havendo necessidade de
ejaculação.

A tentativa será possível a partir do momento em que o agente vier a praticar o


constrangimento sem que consiga determinar a pratica do ato libidinoso.

Elemento Subjetivo: neste caso, o elemento subjetivo será o dolo, que diz
respeito tão somente ao fato de constranger a vitima com a finalidade de ter a
conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ela se pratique outro ato libidinoso,
não importando a motivação.

Em regra o estupro é um crime comissivo, porém pode também ser omissivo,


quando a pessoa que tem responsabilidade ou possibilidade de evitar a consumação
do crime não o faz.

Causas de Aumento da Pena:

Art. 226 - Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,


proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa
que deva ser reconhecida;
II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de
outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer
o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por
efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que
deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela
autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.”

Alegações finais do acadêmico...

Meu entendimento que antes da Lei 12.015/2009 o delito de estupro era


cometido apenas em conjunção carnal, assim no meu entendimento com a introdução
do (pênis na vagina) forçando a mulher a praticar o ato. Os demais atos libidinosos
com a mediante violência ou grave ameaça eram visto como atentado violento ao
pudor, que estava no art. 214 do CP, que agora foi revogado. A revogação desse artigo,
contudo, não significou um abolitio criminis, pois a conduta antes prevista no art.
214 do CP passou a ser descrita no artigo 213 do mesmo Código.
Anteriormente o art. 213 (estupro) falava sobre a seguinte conduta criminosa:
“Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça”. E o
art. 214 (atentado violento ao pudor) tipificava o seguinte comportamento:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir
que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”.
Atualmente não há mais o crime de atentado violento ao pudor, porém a conduta
correspondente agora é considerada estupro; ou seja, a redação foi feita em vigor do
art. 213 (estupro) alcança tanto a conduta antes considerada estupro como aquela
anteriormente considerada como atentado violento ao pudor. Estupro passou a ter,
portanto, uma maior expansão.
O crime em referência, em todas as modalidades, é considerado hediondo (art. 1º, V,
da Lei nº 8.072/1990).

Obrigada!

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