Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIGNIDADE SEXUAL
UNIFACEMP
P R O F. V A G N E R S A N TA N A
DIREITO
2024.1
• O Título VI do Código Penal, com a nova redação dada pela
Lei no 12.015, de 7 de agosto de 2009, passou a prever os
chamados crimes contra a dignidade sexual, modificando,
assim, a redação anterior constante do referido Título, que
previa os crimes contra os costumes.
• O Título VI do CP aborda os crimes contra a dignidade sexual,
divididos em quatro capítulos: crimes contra a liberdade
sexual, crimes sexuais contra vulneráveis, lenocínio e tráfico
de pessoas para fins de prostituição ou exploração sexual, e
ultraje público ao pudor.
Dignidade Sexual
• A dignidade da pessoa humana constitui princípio regente do ordenamento jurídico,
inclusive do Direito Penal. Sob o prisma subjetivo, implica no sentimento de
respeitabilidade e autoestima do ser humano, constituindo presença marcante na
formação da sua personalidade.
TÍTULO VI
•
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
• CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
LEI Nº 12.015, DE 7 DE AGOSTO DE 20
09.
• Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe
sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição
Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de corrupção de
menores.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
Alteração dada pela Lei nº 12.015 de 07 de
agosto de 2009
• Estupro
• Outro ponto que merece a nossa atenção, diz respeito a contagem especifica do
prazo prescricional dos crimes contra a dignidade sexual, quando o sujeito
passivo for menor de 18 anos. assim, a Lei 12.015 inseriu um novo dispositivo
do código penal, o art. 111-A, que dispõe a prescrição antes de transitar em
julgado a sentença final, começa a correr: nos crimes contra a dignidade sexual
de crianças e adolescentes, previstas neste Código ou em legislação especial,
da data em que a vitima completar 18 anos, salvo se já houver sido proposta a
ação.
Crime de Estupro – Art. 213, CP
• Objeto jurídico:
• Dolo:
• O crime de estupro é praticado à titulo de dolo.
Crime de Estupro – Art. 213, CP
• Consumação e Tentativa:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
O §1º do art. 213 do Código Penal prevê as qualificadoras do crime de estupro. Vejamos:
• O agente que, sabendo que possui o vírus, estupra a vítima, assumindo o risco de
transmiti-lo, responde por estupro, em concurso formal impróprio, com o crime de
perigo de contágio de moléstia grave (art. 131 do CP).
• Contudo, se a sua intenção é a de matar, o crime será o de homicídio:
“Em havendo dolo de matar, a relação sexual forçada, dirigida à transmissão do vírus da
Aids é idônea para a caracterização da tentativa de homicídio (STJ, HC 9.378, 6ª T., Rel.
Min. Hamílton Carvalhido, v. U., j. 18.10.2000, DJU 23-10-2000, p. 186).
Entendimento Jurisprudencial
Tema 581
Questão submetida a julgamento: Questão relativa à natureza hedionda dos crimes de estupro e
atentado violento ao pudor quando praticados na forma simples.
Tese firmada: Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor praticados antes da edição da Lei
nº 12.015/2009, ainda que em sua forma simples, configuram modalidades de crime hediondo.
• Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de
vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
• Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Crime de Violação Mediante fraude – art.
215, CP
• Sujeitos do crime
• Tanto o sujeito ativo como o passivo é qualquer pessoa.
Configurando-se o crime tanto em relação homo ou heterossexual.
Crime de Violação Mediante fraude – art.
215, CP
• Tipo objetivo
A conduta é ter conjunção carnal e praticar outro ato libidinoso.
Ter e praticar são sinônimos e tem o sentido de realizar.
O meio para a prática desse crime é a fraude, ou seja, engodo, ardil,
que torna a vontade de vítima viciada, já que, enganada, sob erro, a
vítima não tem a completa percepção do que está se passando, seja
por não perceber que se trata de um ato sexual, seja por não ter
consciência de quem é a pessoa com a qual pratica o ato sexual.
Crime de Violação Mediante fraude – art.
215, CP
• Tipo subjetivo:
• Dolo
• Consumação e tentativa
• O momento consumativo se dá com a prática de ato sexual, qualquer que seja ele.
• A tentativa é possível, mas deve-se notar que se o agente, mediante fraude, pretendia
praticar a conjunção carnal e não consegue por razões alheia a sua vontade, mas pratica
atos preambulares que, por si só, já configuraram atos libidinosos, o crime se
consumou.
Crime de Violação Mediante fraude – art.
215, CP
• Formas majoradas
• Aplica-se também a pena de multa, conforme dispõe o parágrafo único, na hipótese em
que o crime tem, além do dolo, o elemento subjetivo “fim de obter vantagem
econômica”. Nesse caso, a pena privativa de liberdade, consistente na reclusão de 2 a 6
anos, será aplicada cumulativamente com a multa.
Importunação sexual
Art. 215-A, CP.
• A Lei 13.718/18 cria o crime de “Importunação Sexual” e também o crime de
“Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena
de sexo ou de pornografia”. Promove ainda importantes mudanças nas regras
gerais dos crimes contra a dignidade sexual. Altera a ação penal dos crimes
previstos nos Capítulos I e II do Título VI, do Código Penal, afastando a
regra da ação penal pública condicionada e adotando em geral a ação penal
pública incondicionada, ainda que a vítima seja maior e capaz. Finalmente
altera e acrescenta novas causas de aumento de pena para os crimes contra a
dignidade sexual e, especialmente, para os crimes de estupro e estupro de
vulnerável.
Previsão Legal
• Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
• Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais
grave
Crime do art. 215, CP
• Consumação:
• A consumação do delito com importunação sexual não anuída.
• Ação penal:
• É publica incondicionada.
Entendimento Jurisprudencial
•
Título: Impossibilidade de desclassificação do crime de estupro de vulnerável para o delito de importunação
sexual
• Tema 1121
• Questão submetida a julgamento: Possibilidade ou não de se desclassificar o crime de estupro de vulnerável (art.
217-A do CP) para o delito de importunação sexual (art. 215-A do CP).
• Tese firmada: Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso
com menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente da ligeireza
ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito de importunação sexual (art.
215-A do CP).
• SUJEITO ATIVO
• Aquele que ocupa posição superior na relação de trabalho com a
vítima, seja homem ou mulher. Trata-se, portanto, de crime
próprio.
Crime do Artigo 216-A
• SUJEITO PASSIVO
• Qualquer pessoa que, explícita ou implicitamente, esteja
subordinada à pessoa do sujeito ativo.
Diz-se que o assédio é um crime bipróprio, ou seja, exige uma
situação especial tanto do sujeito ativo quanto do sujeito passivo.
Crime do Artigo 216-A
• CONSUMAÇÃO
•No momento em que ocorre o assédio, independentemente da
concessão do favorecimento sexual e independentemente de ter
havido, de fato, qualquer ato libidinoso.
• TENTATIVA
• Admite-se tentativa na forma escrita, isto é, no caso do extravio
da carta que continha a proposta indecorosa.