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TÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 


(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Estupro 

Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso:          (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.          (Redação dada pela


Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a


vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:           (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.             (Incluído pela Lei nº


12.015, de 2009)

§ 2o  Se da conduta resulta morte:             (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009)

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos    (Incluído pela Lei


nº12.015, de 2009)

Antes de 2019 o crime de estupro só poderia ser praticado contra a


mulher. Era um crime próprio contra o sujeito ativo e próprio contra o sujeito
passivo. Agora o crime é comum. Tanto no que diz respeito ao sujeito ativo
quanto no que diz respeito ao sujeito passivo. Crime Bi comum.

Sujeito Ativo: Crime Comum, pode ser praticado contra qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: Crime Comum, pode ser praticado contra qualquer


pessoa.

Rogério Grecco:

O crime de estupro pode ser praticado com conjunção carnal ou qualquer


outro ato libidinoso.

O estupro na modalidade Conjunção carnal de acordo com Rógerio


Grecco é bi próprio.Porquese o sujeito ativo é o homem o sujeito passivo só
pode ser mulher. Senão não existe conjunção carnal. Aqui se exige a
heterossexualidade.

Estupro cometido com ato libidinoso o crime é bi comum. Aqui se o


sujeito passivo é homem, o sujeito passivo pode ser outro homem. Se o sujeito
passivo é mulher, o sujeito passivo pode ser outra mulher ou um homem.

Como tipificar o estupro coletivo?

Antes da Lei 13.718/2018 sofreu o aumento do artigo 226 inciso I do CP.


A pena era aumentada de quarta parte se o crime era cometido com concurso
de duas ou mais pessoas.

Hoje com a Lei 13.718/2018, eu continuo trabalhando com o artigo 226,


mas não trabalho como inciso I. O legislador criou um crime específico no
inciso IV letra a.

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é


praticado:   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Estupro coletivo   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;   (Incluído pela Lei nº


13.718, de 2018)

O artigo 226, I hoje serve para todos os crimes desde que não seja o de
estupro. Exemplo: Assédio Sexual em concurso de pessoas. Eu vou aplicar o
aumento do artigo 226, inciso I. Se for um estupro cometido em concurso de
pessoas eu vou aplicar o aumento do inciso 4 letra a.

Veja que a letra b traz o estupro corretivo.

Estupro corretivo   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.  (Incluído


pela Lei nº 13.718, de 2018).

Exemplo: o homem estupra a mulher homossexual para ensinar a


orientação sexual dela e que ela deve adotar.

Nasceu como majorante no Brasil em 2018. Mas já era uma preocupação


da ONU desde 2009.

O artigo 2013 em apertada síntese pune o constrangimento buscando a


pratica de atos de libidinagem.

Conduta: constrangimento = ato de libidinagem.

Constragimento:
a) Violência física
b) Grave ameaça. Se a ameaça não for grave não existe estupro.

Se houver simples ameaça ou temor reverencial, o delito pode ser do


artigo 215 do código penal.

Para saber se a ameaça é grave ou não tenho que analisar o caso


concreto tendo como base o homem médio.

O agente constrange buscando ato de libidinagem

Atos de libidinagem

a) Conjunção Carnal. A cópula natural.


b) Outro ato libidinoso. Ex: Sexo oral, sexo anal.

E o beijo lascivo, beijo roubado. O STF e STJ dizem que o beijo


lascivo pode ser sim estupro, pois no estupro de vulnerável pode
ocorrer.

O crime de estupro exige contato físico entre os sujeitos?

Prevalece que não. O contato físico é dispensável. Mirabete citava


com exemplo: O homem que com grave ameaça a mulher a explorar o
próprio corpo. No Piauí um homem foi condenado por estupro virtual.

Voluntariedade:

O crime de estupro é punido a título de Dolo.

A doutrina discute se esse crime é punido acrescido ou não de


atividade específica. Para muitos praticar atos de libidinagem, na
verdade faz parte do próprio dolo. Não é uma finalidade a mais
específica. Para outros é uma finalidade específica. A finalidade
genérica dele é constranger a vitima mediante violência ou grave
ameaça.

Jamais o tipo penal especifico exige a finalidade específica de


satisfazer lascívia. Se o tipo exigisse a satisfação da própria lascívia.
Aquele que constrangesse mulher a pratica de conjunção carnal por
vingança, não cometeria esse crime porque não teria a finalidade
especifica de satisfação da própria lascívia.

Como tipificar o stealthing?

O agente, de forma dissimulada retira o preservativo sem o


consentimento do parceiro ou da parceira. Na Suiça tivemos uma
condenação recente pelo crime de estupro.
No Brasil temos que analisar duas situações;

1- Situação: O agente retira o preservativo, mas o (a) parceira


percebe e nega prosseguir. Se o agente, se o agente mediante
violência física ou moral continua. Temos configurado o estupro.
2- Na segunda situação o parceiro ou a parceira não percebe e o
agente prossegue com o ato sem proteção. Qual é o crime. Aqui
tempos violação sexual mediante fraude.
3- Outra situação é quando o agente pratica pluralidade de atos
sexuais. Por exemplo ele constrange a vítima a conjunção carnal e
logo em seguida a sexo anal. Agora, quantos crimes de estupro ele
cometeu?

A prática da conjunção carnal seguida de atos libidinosos (ex: sexo


anal) gera pluralidade de crimes?

1ª C ( STF/ STJ/ maioria da doutrina): Se praticados os atos no


mesmo contexto fático, não desnatura a unidade do crime ( crime
único).

- O juiz considera a pluralidade de atos na fixação da pena base.

Atenção: ausente a identidade de contexto fático, haverá concurso


de crimes (podendo haver continuidade delitiva).

2ª C: Ainda que praticados no mesmo contexto fático, para gerar


crime único é indispensável nexo entre os comportamentos.

Atenção: faltando nexo, haverá concurso de crimes (não pode haver


continuidade delitiva,pois ausente a mesma forma de execução).

Qualificadora: §1º

1- Vítima menor de 18, porém maior de 14 anos

Lei nº 12.015/2009.

Antes Depois

Circunstância judicial Qualificadora


desfavorável
Pena: 8 a 12 anos
Aqui não abrangia grave
ameaça. Não irretroativa
O agente tem que saber que age contra vítima menor de 18 anos sob
pena de responsabilidade penal objetiva. Ele não precisa saber a idade exata
da vítima, mas tem que ter consciência que age contra vítima menor de 18
anos.

Aqui a qualificadora é preterdolosa. O agente age com dolo no


antecedente e culpa no consequente. Ele age com dolo no estupro e culpa na
lesão grave.

Qualificadora; § 2º

3- Se do estupro resulta morte.

Lei nº 12.015/2009

Antes Depois

Se do fato resulta
morte Se da conduta
resulta morte.
Violência ou grave
ameaça

Cuidado: A qualificadora também é preterdolosa. Ele age com dolo no estupro e culpa
na morte. Se ele quer ou aceita matar a vítima esqueça a qualificadora, ele vai
responder pelo crime de estupro em concurso com homicídio. Os dois crimes vão a júri
popular. O crime doloso contra a vítima e o crime conexo. É só vc lembrar do caso
maníaco do parte. Pois ele estuprava e matava as vítimas. Ele foi processado em
estupro em concurso com homicídio. Quem julgou os dois crimes foi o júri popular.
Estupro é crime Hediondo!

Importunação sexual   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:  (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime


mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Cuidado:
Em virtude da inserção deste tipo penal, a lei 13.718/18 revoga a contravenção penal
do artigo 61 do decreto lei 3688/41 (importunação ofensiva ao pudor).
Sujeitos do crime
Trata-se de crime comum que não exige nenhuma qualidade especial dos sujeito ativo
e passivo. Ele não exige condição especial da vítima. Ele é um crime comum tanto no
sujeito ativo, quanto no sujeito passivo.
Atenção para o crime do artigo 218 A do CP. Praticar na presença de alguém menor
de 14 anos ato de libidinagem a fim de satisfazer a própria lascívia ou de terceiro pode
configurar o crime do artigo 218 A do CP.
Conduta
Consiste em praticar (levar a efeito, fazer, realizar) ato libidinoso, isto é, ação
atentatória ao pudor, praticada com propósito lascivo ou luxurioso.
O tipo exige que o ato libidinoso seja praticado contra alguém, ou seja, pressupõe uma
pessoa específica a quem deve se dirigir o ato de autossatisfação.
Não confundir este crime com o delito de ato obseno. Se vc lembrar que o crime do
artigo 215 A pune praticar contra alguém (tem que ter uma pessoa especifica quem se
dirige o ato de autossatisfação. Vc nunca vai confundir o delito do artigo 218 A com o
delito de ato obseno. Ex: Fulano foi preso porque estava na praça se masturbando,
configura o crime de ato obseno. Se o agente visa alguém o crime é do artigo 215 A.
Nós estamos diante de um crime norteado pela subsidiariedade expressa. Pois se o
agente no artigo 215 A pratica violência ou grave ameaça, o crime não será do artigo
215 A, e sim o crime de estupro.
Atenção;
O preceito secundário do artigo 215 A, contém subsidiariedade expressa: aplicam-se
as penas da importunação sexual se a conduta não caracteriza crime mais grave. Por
isso, a falta de anuência da vítima não pode consistir em nenhuma forma de
constrangimento, que aqui deve ser compreendido no sentido próprio que lhe confere
o tipo do estupro- obrigar alguém à pratica de ato de libidinagem-, não no sentido
usual, de mal-estar, de situação embaraçosa, ínsita ao próprio tipo artigo 215-A e um
de seus fundamentos.
Consumação e tentativa.
Consuma-se o crime com a prática do ato libidionos.
Cabe tentativa? Teoriacamente a tentativa é possível, pois é plurisubsitente.

Assédio sexual             (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)

        Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função.                (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de
2001)

        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.              (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de


2001)
        Parágrafo único. (VETADO)               (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)

        § 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) ano

Crime de menor potencial ofensivo se a vitima é maior.

Se a vítima é menor o crime é de maior potencial ofensivo.

Estamos diante de um delito Bi próprio.

Só pode ser sujeito ativo o superior hierárquico ou o ascendente da vítima, numa relação
de emprego, cargo ou função.

A vitima só pode ser o subalterno ou subordinado do autor numa relação de cargo,


emprego ou função.

Aqui o agente contrange a vítima prevalecendo-se do cargo, emprego ou função. A


insistência importuna de alguém.

É possível assédio sexual de professor para aluno?

Parte da doutrina entende que não, pois não existe relação de emprego, cargo ou
função.

Outra corrente entende ser possível assédio sexual entre professor e aluno,pois tem
domínio sobre o aluno.

É crime instantâneo ou habitual? Se vc entende que o crime é habitual é imprescindível a


reiteração de atos constrangedores e a tentativa não é possível. Se vc entende que o crime
não é habitual ele se consuma com o primeiro ato, aí a tentativa é possível.

Prevalece que o crime não é habitual. Embora Rógerio Sanches entende ser habitual.

Caso não se adque ao tipo penal é possível o crime de constrangimento.

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B.  Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com
cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes:  (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual
ou libidinoso de caráter íntimo.   (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
A lei 13.772/18 insere no código penal o artigo 216-B, que tipifica as condutas de
produzir fotografar filmar ou registrar por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez
ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
O crime é de menor potencial ofensivo, pois a pena cominada é de detenção de seis
meses a um ano, além da multa. Salvo se eu estiver no contexto de violência
domiciliar contra mulher. Aí eu não aplico os institutos da lei 9.009/95. O crime é da
competência do juizado da mulher.
Bem jurídico tutelado- Objetivade jurídica: A objetividade jurídica é a tutela da
intimidade, tanto que a mesma lei que insere o artigo 216-B institui nos crimes contra a
dignidade sexual um capítulo denominado “ Da expressão da intimidade”.
Sujeitos: Não se exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo, tampouco do
sujeito passivo, razão por que o crime pode ser considerado bicomum.
Se a vítima for criança ou adolescente não aplicamos o artigo 216 B do CP, mais sim
dos artigos mais sim os artigos 240 ou 241 C ambos do ECA.
Conduta: No caput do dispositivo são quatro as condutas típicas: produzir (
Apôr em pratica, levar a efeito, realizar), fotografar ( imprimir a imagem de alguém por
meio de vídeo) registrar ( alocar em bases de dados) cena de nudez ou ato sexual ou
libidinoso de caráter intimo ou privado.
Entende-se como cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e
privado qualquer situação intima que envolva uma ou mais pessoas em ambiente
restrito, não acessível ao público. É evidente que se o ato de caráter sexual ocorre em
local acessível ao público o bem jurídico tutelado (intimidade) é exposto pelo próprio
titular, razão pela qual não pode ser violado pelo terceiro que captura a imagem.
Note-se que embora a lei utilize a expressão participantes- no plural_- não se exclui da
incidência do tipo o registro não autorizado de apenas uma pessoa em momento de
intimidade.
A conduta equiparada do parágrafo único não envolve propriamente a violação da
intimidade, pois não consiste na captura de imagens reais de alguém nu ou praticando
um ato sexual. Trata-se de montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual.
Exemplo: tinha um vídeo circulando na internet com uma atriz pornô russa e o locutor
dizia que era a atriz Paola Oliveira. Não se aplica aqui o artigo 216 B caput nem o
paragrafo único, pois não era uma montagem contra Paola Oliveira. Agora o crime foi
investigado pela Polícia Civil do Rio como crime contra a honra da Paola Oliveira.
Voluntariedade: Consiste no dolo de praticar uma das condutas sem autorização dos
participantes. Não exige finalidade especial, nem mesmo a satisfação da lascívia.
O crime se consuma com o registro por exemplo do caput ou com a montagem do
parágrafo único. Ele não precisa divulgar essa foto nem esse vídeo.
Consumação e tentativa: O delito se consuma com a pratica de uma das ações típicas,
que podem ser fracionadas e admitem a tentativa. Suponhamos que o equipamento
esteja instalado e antes de ser registrada, a vítima perceba e evite o constrangimento.
Neste caso o agente responde por tentativa.
Caso o agente faça o registro indevido e posteriormente divulgue a cena deve
responder pelos crimes do artigo 216 B e 218 C em concurso?
Se ele registra com o fim de divulgar ao divulgar ele não vai responder pelos dois
crimes, porque eu tenho o mesmo contexto fático. Ele registrou para divulgar. Se
divulgar 218 C. Crime mais grave absorve o artigo 216 B, crime menos grave. Agora
se ele registrou e depois resolve divulgar, ele não registrou para divulgar, ele registrou
e depois resolve divulgar, Aí ele responde pelos dois crimes. E eu não vou ter o
mesmo contexto fático.

DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 


(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

        Sedução

        Art. 217 -            (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.              (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009)

§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.             (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2o  (VETADO)               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:            (Incluído pela Lei nº


12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.             (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009)

§ 4o  Se da conduta resulta morte:              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.           (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009)

§ 5º  As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se


independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais
anteriormente ao crime.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018).
Vulnerável

Lei nº 12.015/2009

Antes

Artigo 224 CP: não era crime, mas presunção de violência.

-Não maior de 14 anos.

Obs: no dia do décimo quarto aniversário continuava vulnerável.

- Pessoa portadora de deficiência mental

-Pessoa sem capacidade de resistência

Depois

Artigo 217 A CP: crime auntônomo, de execução livre.

Menor de 14 anos.

Obs: no dia do décimo quarto aniversário deixa de ser vulnerável.

-Pessoa portadora de deficiência mental

- Pessoa sem capacidade de resistência.

# A vulnerabilidade é absoluta ou relativa?

Problema: Fulano, com 19 anos, mantém conjunção carnal consentida com jovem de 13
anos. Houve estupro?

1ª Corrente: Sim. A situação de vulnerabilidade é absolutamente presumida.

2ª Corrente: Depende. Tratando-se de menor de 14 anos, mas adolescente, deve ficar


demonstrado o abuso da situação de vulnerabilidade.

Se criança a vulnerabilidade é absoluta presumida.

Prevalece a primeira Corrente.

STJ (Súmula 593): “ Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, previsto


no artigo 217-A do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique
qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua
eventual experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente
e a vítima não afastam a ocorrência do crime”.

Abrange somente a vulnerabilidade em razão da idade.


Antes da Lei 12.015/2019

Artigo 224 do CP- eram vulneráveis, presumindo-se a violência:

a) Não maior de 14 anos.


b) Pessoa com deficiência
c) Pessoa que não pode, por qualquer causa, oferecer resistência.

Obs: a lei, antes tratava dos vulneráveis nos mesmo dispositivo. No caso da pessoa com
deficiência, percebem que a lei não exigia sua falta de discernimento, bastanto a
anomalia.

Depois da Lei 12.015/2019

Artigo 217 A do CP- São vulneráveis, havendo ou não violência na execução do crime:

a) Menor de 14 anos ( caput)


b) Pessoa enferma ou com deficiência mental, sem o necessário discernimento ( 1 º .),
c) Pessoa que não pode, por qualquer causa, oferecer resistência (§1º.)

Obs: a lei, agora, trata o vulnerável pela idade no caput, e os demais no §1º. No caput,
pouco importa o discernimento ou capacidade de resistência do menor de 14 anos; no
§1º, discernimento do enfermo/ deficiente mental deve ser quilatado, bem como a
capacidade de resistência da pessoa.

§ 5º  As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo


aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de
ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.  (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018).

Artigo 6º, II da Lei nº 13.146/2015: a deficiência não “ afeta a plena capacidade


civil da pessoa, inclusive para : I- casar-se e constituir união estável; II- exercer
direitos sexuais e reprodutivos.

Como resolver o conflito?

Para configurar o crime deve ficar demonstrado o abusdo da situação de


vulnerabilidade.

Sujeito Ativo: mesmo do 213 CP (crime comum).

Sujeito Passivo: pessoa vulnerável (crime próprio). Caput ou §1º.

Conduta: ter ou praticar atos de libidinagem com vulnerável.

Atenção: Crime de execução livre.

a) Violência ou grave ameaça.


b) Fraude
c) Consentimento da vítima súmula 592 do STJ.
Voluntariedade: dolo.

É imprescindível que o agente tenha Ciência de que está agindo em face de


pessoa vulnerável.

# E se o agente desconhece a condição de vulnerabilidade da vítima?

a) Se o agente empregou violência ou grave ameaça eu passo a ter o artigo 213.


b) Se ele empregou fraude eu tenho o artigo 215 do CP.
c) Sem violência, sem grave ameaça sem fraude (fato atípico) indiferente penal.
d) Consumação: Consuma-se com a prática efetiva do ato de libidinagem visado
pelo agente (delito material).

Tentativa: é possível (crime plurissubsistente).

Qualificadora:

Os §§3º e 4º qualificam o crime quando da conduta resultar lesão grave ou


morte.

Lembrando:

“3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena- reclusão, de 10( dez) a 20 ( vinte) anos.

§4º Se da conduta resulta morte:

Pena- reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”

Crimes preterdolosos.

Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia,
vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:  (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime


mais grave.   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Aumento de pena   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

§ 1º  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime
é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.   (Incluído pela Lei nº
13.718, de 2018)
Exclusão de ilicitude   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

§ 2º  Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural
ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da
vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Sujeitos do crime

O crime é comum, isto é, pode ser cometido por qualquer pessoa.

Também não se exige qualidade especial do sujeito passivo, mas se a vítima mantém ou
manteve relação ítima de afeto com o autor, aumenta-se a pensa de um a dois terços
( §1º.).

Tratando-se de vítima criança ou adolescente, o comportamento do agente pode


subsumirse ao disposto nos artigos nos artigos 241 e 241 A do ECA.

Conduta

São nome as ações nucleares que compõem o tipo penal: oferecer (propor para
aceitação), trocar (permutar, substituir), disponibilizar ( permitir o acesso), transmitir
( remeter de um lugar a outro), vender ( ceder em troca de determinado valor) ou expor
à venda (oferecer para a alienação), distribuir ( proporcionar a entrega indeterminada),
publicar ( tornar manifesto) ou divulgar (difundir, propagar).

Atenção:

As condutas típicas podem ser praticadas pelas mais diversas formas. O tipo faz
referência à expressão qualquer meio e ainda esclarece que se incluem aqueles de
comunicação de massa ou sistemas de informática ou telemática, isto é, qualquer meio
que permita a transmissão de arquivos de fotos ou vídeos (email, Skype, Whatsapp,
Messenger, etc.) ou que admita a transmissão audiovisual ( streaming), inclusive em
tempo real.

Objeto matéria do crime:

Fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou estupro
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da
vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia.

Obs: O crime do artigo 218-C é expressamente subsidiário, ou seja, tem lugar apenas se
a conduta não constitui crimes mais graves, que, no caso, são artigos 241 e 214 A do
ECA.

Exclusão de ilicitude   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)


§ 2º  Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas
no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural
ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da
vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Voluntariedade

É o dolo, consistente em praticar uma das ações nucleares típicas. Não se exige elemento
subjetivo específico, nem mesmo finalidade de lucro nas condutas de vender e de expor à
venda.

Consumação e tentativa

O crime se consuma no momento em que praticada uma das ações típicas.

§ 1º  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é
praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.   (Incluído pela Lei nº
13.718, de 2018).

1ª Parte do parágrafo primeiro eu vou perceber que lá está agente que mantém ou
tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima.

Pode ser casamento, união estável, namoro.

2ª Parte do parágrafo primeiro fala de : com o fim de vingança ou humilhação.

Eu tenho o Revege porn.

Ação Penal:

Artigo 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se
mediante ação penal pública incondicionada.

Antes da Lei 12.015/2009, a ação penal regra nos crimes sexuais era de
iniciativa privada ( artigo 225, caput). Havia quatro exceções:

a) Procedia-se mediante ação pública condicionada à representação se


avítima ou seus pais não podiam prover às despesas do processo sem
privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da
família;
b) Procedia-se mediante ação pública incondicionada se o crime era
cometido com abuso do poder familiar, ou da qualidade de padrastro,
tutor ou curador;
c) Procedia-se mediante ação pública incondicionada se da violência
resulta-se na vítima lesão grave ou morte;
d) A ação penal era pública incondicionada, de acordo com a Súmula 608
do STF, quando o crime de estupro era praticado mediante o emprego
de violência real.
Com a reforma de 2009, a regra passou a ser ação penal pública
condicionada ( art.225, caput), transformando-se em pública
incondicionada quando a vítima fosse:

I menor de 18 anos; ou

II- pessoa vulnerável

A Lei 13.718/2018 altera novamente a sistemática da ação penal, que


passa a ser sempre pública incondicionada (artigo 225, caput).

# É possível ação penal de iniciativa privada nos crimes sexuais?

É possível ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS 
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Aumento de pena                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é


aumentada:                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

          I – (VETADO);               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

II – (VETADO);              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;     (Redação


dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a
vítima é idosa ou pessoa com deficiência.   (Redação dada pela Lei nº 13.718,
de 2018).

Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título


correrão em segredo de justiça.               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 

Art. 234-C.  (VETADO).                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Antes da Lei 13.718/2018

Artigo 234-A. Nos crimes previstos neste título a pena é aumentada:

III- de metade, se do crime resultar gravidez; e


IV- de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.

Depois da Lei 13.718/2018

Artigo 234 A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:

III- de metade a 2/3, se o crime resultar gravidez; e

IV- de 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de


que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.

Se resulta gravidez em quem? Se a mulher for autora do crime sexual e resultou


gravidez na autora e não na vítima. Para a vítima homem é até mais grave quando a
autora do delito engravida. Não há possibilidade de pedir o abortamento.

Corrupção de menores 

Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a


lascívia de outrem:           (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.               (Redação dada


pela Lei nº 12.015, de 2009)

Parágrafo único.  (VETADO).            (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009

Classificação doutrinária: crime comum, material, de forma livre,


instantâneo, comissivo (em regra), unissubjetivo e plurissubsistente.

Lenão: Mediador.

Vítima: Menor de 14 anos.

Destinatário: Consumidor desse ato que busca satisfazer a lascívia

O artigo 218 do CP visa punir apenas o Lenão que é o mediador. Não é crime
hediondo.

Se a lascívia de outrem ela é satisfeita com a pratica de atos de libidinagem como por
exemplo sexo oral, ai o consumidor responde pelo artigo 217 A do CP, pena de 8 a 15
anos.

Responde pelo artigo 218 do CP aquele que induz menor de 14 anos a satisfazer
lascívia de outrem.

Rogerio Sanches diz que só responde pelo artigo 218 se essa satisfação da lascívia
não implicar na pratica de atos de libidinagem. Se a satisfação da lascívia implicar na
pratica de atos de libidinagem como conjunção carnal, sexo oral, sexo anal, etc. Eu não
tenho o artigo 218 do CP. O consumidor vai responder pelo artigo 217 letra A e o lenão
deixa de responder pelo artigo 218 do CP e passa a responder como participe pelo
artigo 217 A. Crime punido com pena de 8 a 15 anos e hediondo.
Guilherme de Souza Nuts discorda e Diz: ainda que a satisfação da lascívia seja
mediante atos de libidinagem só o consumidor é que responde pelo estupro de
vulnerável.

O STJ entende que mesmo a contemplação lascívia é estupro de vulnerável.

DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE


PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

        Mediação para servir a lascívia de outrem

        Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:

        Pena - reclusão, de um a três anos.

        § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou


se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda:                 (Redação dada pela Lei nº 11.106, de
2005)

        Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

        § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou


fraude:

        Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à


violência.

        § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Autor: Lenão

Vítima é esse alguém induzido pelo lenão.

Outrem: é o destinatário da satisfação da lascívia.

O tipo penal pune a penas o comportamento do lenão, não pune o destinatário. A


jurisprudência entende que se a pessoa é dada a vida sexual promiscua não se aplica o crime.

Neste crime pouco importa espécie de ato libidinoso, tanto pode ser a conjunção carnal, como
a pratica de atos sexuais anormais ou meramente contemplativos.

A pessoa induzida tem que ser certa e determinada. Se for pessoa incerta e determinada não
configura o artigo 227 do cp e sim artigo 228 do cp.
Rogério Grecco diz que a diferença fundamental entre o 227 paragrafo segundo e o crime de
estupro, nele não há qualquer consentimento por parte da vítima, enquanto no 227 mesmo que
induzida e forçada a pratica do ato existe um resquisio a pratica do ato.

Esse crime é material.

Consumação: Ocorre quando há a efetiva pratica pela pessoa induzida por um ato que seja
idôneo a satisfazer a lascívia de outrem.

Tentantiva é possível, pois há uma conduta plurisubsistente.

O crime é comum. Tanto quanto ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo.

Qualificadora

Pena - reclusão, de um a três anos.

        § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou


se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda:         (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) .

§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou


fraude:

        Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à


violência.

        § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração


sexual               (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de


exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a
abandone:            (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.                 


(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1o  Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,


cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância:               (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.                 (Redação dada pela
Lei nº 12.015, de 2009)

        § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou


fraude:

        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à


violência.

        § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Esse crime não é hediondo nem equiparado.

Esse artigo pune que facilita, induz, instiga, impede que a vítima abandone essa atividade de
mercancia de atos sexuais.

Quanto a prostituição existem países que trabalham com o sistema da regulamentação. Nesse
sistema o estado regulamenta o comércio sexual. Permitindo que seja desempenhado
formalmente, possibilitando inclusive direito inerentes a relação laboral.

O Brasil não regulamentou a liberação laboral da prostituição.

Segundo sistema é o da proibição. O exercício da proibição é vedado tanto quanto a sua


exploração. É crime não apenas explorar a prostituição de alguém, mas a própria pessoa
prostituir-se. Esse sistema está presente em muitos estados norte americanos.

Sistema abolicionista. Esse sistema ele diz o seguinte. O Exercício da prostituição em si não é
crime é um ato imoral, mão não é crime. Não deve ser punido criminalmente. A punição será
apenas para aqueles que tomam proveito da prostituição alheia. Esse é o sistema abolicionista.

Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Se existe relação de parentesco entre a vítima aí existe
uma qualificadora.

No polo passivo nos temos a vítima que pode ser homem ou mulher desde que maior de 18
anos e capaz. Se for menor de 18 estaremos diante do artigo 218 letra B.

O crime do artigo 228 pode ser praticado por omissão? A doutrina entende que esse crime
pode ser praticado com ação ou omissão. Será praticado por omissão quando o agente está na
condição de garantidor incidindo a norma de extensão artigo 13 § 2º do CP. O Omitente aqui é
o garantidor.

O crime do artigo 228 é instantâneo ou permanente? Nas modalidades


Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,
facilitá-la o crime é instantâneo no momento em que a vítima passa a dedicar-
se a prostituição ou outra forma de exploração sexual, colocando a disposição
do cliente, ainda que não tenha atendido qualquer um.

Já nas modalidades impedir ou dificultar o abandono da exploração sexual por


exemplo. Daí o crime se consuma no momento que a vítima se delibera deixar
a atividade e é impedida, é proibida, aí o crime se protai no tempo. A
Consumação se contrai durante todo o período do embaraço. Delito
permanente nas modalidades impedir ou dificultar.

Se o crime é permanente ele permite flagrante a qualquer tempo artigo 303 do


CPP. Se o crime é permanente a prescrição só começa a correr depois de
cessada a permanência. Artigo 111 § 3 do C.P. Se o crime é permanente vindo
lei nova é ela que será aplicada.

 Casa de prostituição

        Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta
do proprietário ou gerente:                  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Prostibulo não é apenas o local aonde se pratica sexo comercializado, mas sim local onde
ocorrá exploração sexual. Não está abrangido no tipo locais destinados a encontro libidinosos e
sim locais que haja exploração sexual.

Exemplo: em uma casa mulheres maiores e capazes frequentam e lá se colocam para


comercializarem a sua atuação sexual. Essas mulheres estão lá nesse bar e buscam clientes
para comercializarem atos de libidinagem. Não é isso que pune o artigo 229.

O artigo 229 do CP, está punindo aquele que tem uma casa e essa casa explora sexualmente
essas. O artigo 229 está punindo aquele que tem uma casa e essas casa não serve apenas
para encontros libidinosos. Mas ele explora sexualmente essas mulheres. Então ele exige que
para a mulher frequentar essa casa realize strep tease, ele exige que para a mulher frequentar
essa casa obrigue aos clientes a consumir bebida, que obrigue a mulher a comercializar o
corpo por meio da casa e a casa participando absolutamente de todos os lucros.

Sujeitos ativo: Não é apenas o proprietátio da casa onde ocorre a exploração sexual.

Mas pune também aquele que locou o imóvel sabendo que esse ocorreria para esse fim, ou
gerente do estabelecimento. Desde que todos saibam que estabelecimento é esse.

A conduta do artigo 229 do CP é a de manter por conta própria ou de terceiro estabelecimento


onde ocorra explora sexual.

Nós estamos diante de um crime habitual. Se se trata de um crime habitual ele exige
reinteração de explorações para que fique configurado. Um só exploração o fato é atípico.

Pluralidade de exploração crime! Não existe meio termo. Não existe tentativa. A maioria nega a
possibilidade de tentativa em crime habitual. Ou eu tenho um ato de exploração sexual e este
ato é um indiferente penal ou eu tenho atos de pluralidades de exploração sexual e ai nasce o
crime.

É possível flagrante em caso de crime habitual?

A maioria admite se quer flagrante, já que o flagrante flagra uma ação isolada e esse crime
depende de pluralidade.
Tem doutrina que discorda. Mirabete acha possível flagrante em crime habitual desde que
patente a habitualidade atrelada aquele ato objeto do flagrante. Não é o que prevalece.

Qual é a rainha das provas no artigo 229 do CP? Nesse caso seria a polícia fazer sindicância,
ficar de campana. Ficar mais de um dia relatando o que está acontecendo. Exatamente para
demonstrar a habitualidade das condutas.

Quando começa a correr a prescrição em um crime habitual. No artigo 111 do CP, fala do
termo inicial da prescrição.

1- Começa a correr da consumação.


2- Se for tentativa do último ato executório.
3- Do crime permanente do último dia que cessar a permanência.
4- Se for crime de bigamia ou falsificação de assentamento de registro civil no dia em que
o fato se tornou conhecido.
5- Se for crime contra a dignidade de criança ou adolescente na data em que ela
completar 18 anos. Salvo se antes for proposta a ação penal. O artigo 111 não fala
expressamente do termo inicial da prescrição do crime habitual. Mas de acordo com o
STF a prescrição no crime habitual começa a correr no momento em que ficou cessada
a habitualidade. Então se ele mantém uma casa de exploração sexual por 5 anos
seguidos. Durante esse cinco anos não corre a prescrição. A prescrição começa a
correr do momento em que ele cessar as atividades de exploração sexual. O STF está
aplicando o artigo 111§ 3º que fala de crime permanente para crime habitual.

Rufianismo

        Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente


de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a
exerça:

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou


se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância:                (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.               (Redação


dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou


outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da
vítima:           (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena


correspondente à violência.                (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

O cafetão o Gigolo são modalidades do rufianismo.


Nós temos o rufianismo ativo é aquele que nós chamamos o cafetão. É
quando ele tira o proveito da prostituição alheia.

Já o rufianismo passivo é o caso do gigolo é quando ele se faz sustentar em


decorrência, ou melhor se amparar pela prostituição alheia.

Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de


seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a
exerça:

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aqui nós temos um crime material esse crime se consuma quando ocorre o
resultado naturalístico. Esse crime só se consuma quando o agente tirar
proveito, ou seja, extrai da vitima aquela que está submetida a prostituição,
ou seja, a prostituição alheia, ele extrai proveito.

Proveito este que não é sexual, não é do corpo da própria pessoa. Mas sim
do dinheiro dos valores. Dos bens que decorrem dessa prostituição.

Dinheiro esse aferido diretamente da prostituição. Desse dinheiro comprou-


se uma roupa, um presente, comprou alimentos. É esse dinheiro que é o
proveito direto ao crime de rufianismo. E o legislador tomou o cuidado de
dizer para nós que é a prostituição alheia, prostituição de outra pessoa e
mais participando diretamento dos seus lucros.

O proxeneta é aquele que é responsável por intermediar é diferente de


rufião.

O rufião é aquele que tira o proveito de maneira habitual. É um modo de


viver. Como crime habitual não admite tentativa.

§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou


se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância:                (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.               (Redação


dada pela Lei nº 12.015, de 2009).

Se o agente tirá proveito da prostituição de menor de 14 anos. Nesse caso


aplica-se o artigo 218-B do CP.

Se ao agente atrai pessoa maior capaz, não vulnerável, maior, capaz. E


além disso para a tirar proveito dessa prostituição de maneira habitual nesse
caso o professor Guilherme Nicci ele assinala que o artigo 228 fica absorvido
pelo artigo 230 do CP. Já o professor Cleber Masson diz. Nesse caso não é
possível a absorção porque o artigo 228 inclusive tem uma pena maior do que
o artigo 230. Nesse caso nós temos uma hipótese de concurso material,
respondendo o agente pelo artigo 228 e 230, porque passou a tirar proveito de
maneira habitual em decorrência da prostituição alheia.

 Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de
brasileiro em país estrangeiro:        Incluído pela Lei nº 13.445, de
2017   Vigência

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.        Incluído pela Lei


nº 13.445, de 2017   Vigência

§ 1º  Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional
para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.        Incluído pela Lei nº
13.445, de 2017   Vigência

§ 2º  A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço)


se:        Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017   Vigência

I - o crime é cometido com violência; ou        Incluído pela Lei nº 13.445, de


2017   Vigência

II - a vítima é submetida a condição desumana ou


degradante.        Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017   Vigência

§ 3º  A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das
correspondentes às infrações conexas.   

Esse artigo visa a manutenção da soberania nacional e da ordem interna


do pais.

O tipo penal pune quem agencia, ou seja, o agenciador.O que recebe o


estrangeiro também é punido, esses são o sujeito ativo.

Quem é o estrangeiro? São as pessoas que não são brasileiros natos e


naturalizados.

Elemento subjetivo: É o dolo. Precisa haver vantagem econômica.

Não se aplica o principio da consunção, aplica-se o concurso material.

Consumação: com a entrega ilegal.

Tentativa: É possível.

Ação Penal Pública incondicionada.


Apuração justiça Federal.

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

        Ato obsceno

        Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao
público:

        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Ultrajar é afrontar, é insultar, é ofender.

Pudor é esse sentimento de vergonha. Portanto, quando falamos de ultraje


ao pudor público. Estamos a tratar de condutas que causam um
constrangimento a aqueles que assistem. Aqueles que assistem se sentem
horrorizados.

Ato obsceno é um comportamento corporal que tem conotação sexual e


tem idoneidade para causar constrangimento.

Exemplo: Masturbação em praça pública, exibição da genitália, andar


pelado na rua.

É um crime doloso sem elemento especifico especial. Basta praticar o ato


obsceno. No ponto de vista do elemento subjetivo.

É um crime de perigo abstrato. Perigo presumido. É um crime de mera


conduta. É só praticar o ato obsceno que o crime estará configurado.

O sujeito Passivo: é a coletividade. Esse crime não é direcionado a uma


pessoa determinada.

Se o ato obsceno consistir em um ato libidinoso contra alguém, direcionei


para pessoa determinada contra sua vontade e com a finalidade especifica de
satisfazer a sua lascívia ou de outrem, esse crime é importunação sexual. O
crime de ato obscena se realiza em um cenário de ato abrangente. Ele é aberto
a um público em geral.

Lugar aberto ao público. Ex: Cinema, teatro.


Exposto ao público é um local privado. É Tipo a casa da pessoa,
apartamento da pessoa, mas que é acessível ao público.

Ex: um apartamento com uma piscina visível aos outros prédios. Varanda
exposta ao público. É diferente de alguém bisbilhotar pela janelinha, ou
frestada porta.

Escrito ou objeto obsceno

        Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:

        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

        Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

        I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos


referidos neste artigo;

        II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação


teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro
espetáculo, que tenha o mesmo caráter;

        III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio,


audição ou recitação de caráter obsceno.

O sujeito passivo é a coletividade.

Trata-se de Crime doloso com um fim especifíco.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS 
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Aumento de pena                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é


aumentada:                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

          I – (VETADO);               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

II – (VETADO);              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;     (Redação


dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a
vítima é idosa ou pessoa com deficiência.   (Redação dada pela Lei nº 13.718,
de 2018)

Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título


correrão em segredo de justiça.               (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 

Art. 234-C.  (VETADO).                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

*III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;     (Redação


dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

O legislador resolveu punir mais severamente se o crime resulta gravidez.


Tratando-se de consequência da infração não precisa ser alcançada pelo dolo
do agente.

O legislador que aumentar a pena apenas quando a gravidez atinge a


vítima ou também é da mulher sujeito ativo?

A doutrina diversa ao dizer que não pode se punir a autolesão. No entanto,


a entendimento que sim que aplica-se a mulher sujeito ativo.

O aborto humanitário e ético a entendimento que só é possível quando a


vítima ficar gravida.

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