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Direito Penal
Parte Geral
Cessa os efeitos a sentença penal condenatória, então se cometer um novo crime após a sentença
já transitada onde não tem mais crime, não será considerado reincidente.
Exemplo: sedução era crime e lei posterior deixou de considerar o fato como crime. A mulher,
no entanto, pode ingressar com ação no âmbito cível para pedir os danos morais.
Novatio legis in mellius - é a nova lei que de qualquer modo beneficia o réu. Esta lei retroagirá,
atendendo à regra, prevista no artigo 2°, parágrafo único, do Código Penal. A lei penal nova que
beneficia o réu não respeita a coisa julgada, sendo aplicada mesmo quando o agente já tenha sido
condenado definitivamente.
Súmula 611, STF - Se o agente está em execução da pena (após o trânsito em julgado) e
tiver uma lei posterior mais benéfica, o juiz da execução penal que vai seguir com a
aplicação dessa lei mais benéfica.
ATENÇÃO!
Exemplo: Débora foi sequestrada em 05/06/2022 – (pena: 8 a 15 anos) durante o sequestro vem
uma nova lei que ordena a pena ser de 10 a 20 anos no dia 15/06/22, (cessou a permanência –
resgatada em 30/06/22) – no momento da sentença, qual a lei o juiz vai considerar?
Deve considerar a lei nova que entrou em vigor, mesmo que seja mais gravoso/mais severa –
15/06/22.
Súmula 711 STF: a lei penal mais grave vai ser aplicada se a sua vigência é anterior a
cessão da sua permanência.
Lei excepcional vai vigorar quando estivermos diante de uma situação excepcional (não tem data
determinada), ou seja, cessada a situação excepcional, vai cessar a vigência dessa lei.
Exemplo²: Pandemia – covid 2019: não usar mascara durante o período da pandemia – pena: 1 a
4 anos.
Características:
Elas são auto revogáveis - não precisa da lei posterior que as revogue.
A ultratividade - a lei revogada vai continuar gerando efeitos sobre os fatos praticados
durante a sua vigência.
Tempo do Crime
Teoria da Atividade
Art. 4º, CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
incide a lei que está no momento da ação ou omissão.
Lugar do Crime
Teoria da Atividade
Teoria da Ubiquidade
Artigo 5º, §1º, CP: quando o fato for praticado a bordo de embarcação ou aeronave.
Exemplo: Navio da marinha do brasil havia um marinheiro que praticou lesão corporal em outro
marinheiro dentro da embarcação – atracado no porto da França. (Território brasileiro por
extensão – aplica-se o princípio da territorialidade).
Crimes Omissivos
Art. 13 §2º, CP: crimes omissivos próprios - qualquer um de nós pode ser alcançado em tipos
penais específicos.
O cidadão tem o DEVER DE AGIR (coletividade).
Exemplo: omissão de socorro (deixar de prestar assistência).
NÃO ADMITE TENTATIVA
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Artigo 13, §2º, CP: Crimes omissivos impróprios: não há um tipo penal específico definindo a
conduta específica.
Relevância da Omissão:
a) Por lei tem obrigação de cuidar (proteção ou vigilância).
Exemplo: mãe que deixa de amamentar o bebê com a intenção de que ele venha a morrer. Se a
omissão for relevante para o resultado, ela vai responder pelo resultado produzido. Então, vai
responder pelo homicídio.
Exemplo²: médico se omitiu dolosamente, vai responder pelo resultado doloso. Viu que a pessoa
ia morrer, mas quis assistir TV. Se a omissão foi de forma CULPOSA, o homicídio é culposo.
Se a omissão foi dolosa, responderá pelo homicídio doloso.
Exemplo: Mãe que deixa de amamentar o filho e antes da criança falecer a vizinha vai lá e busca
a criança. Logo, vai admitir a tentativa de homicídio nesse caso.
Infrações que não admitem tentativa ou que a tentativa não será punida: crime culposo (não
quer praticar o crime). Crime preterdoloso (dolo na conduta e culpa no resultado). Contravenção
penal. Crimes omissivos próprios não admitem tentativa também (omissão de socorro – ou presta
assistência ou deixa de prestar assistência e o crime está consumado).
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Art. 15, CP): dá início a execução, mas
a não consumação é por vontade própria. Em ambos vai responder pelos atos praticados
e não pela tentativa!!!
Na desistência voluntária o sujeito vai interromper os atos executórios e não vai esgotar a sua
potencialidade lesiva, onde o sujeito vai PARAR por vontade própria.
No arrependimento eficaz o sujeito vai esgotar os meios executórios e tudo que está a sua
disposição para alcançar a consumação. Mas ANTES da consumação ele vai se arrepender e
evitar o resultado.
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Exemplo: efetuou 5 disparos de arma de fogo contra o Victor. Atingiu ele. Mas antes dele morrer
(consumação), se arrepende e leva ele para o hospital e ele acaba sobrevivendo. O agente vai
responder por lesão corporal (vai responder pelos atos praticados).
Erro de tipo evitável (vencível): uma pessoa mais cautelosa não erraria, vai ter a exclusão do dolo
e o sujeito vai responder pelo crime na modalidade culposa.
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A inimputabilidade pode ser também pela embriaguez acidental (força maior ou caso fortuito)
e completa (sujeito fica inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta e age
como tal) – embriaguez retirou a capacidade do sujeito (artigo 28, §1º, CP).
Exemplo: boa noite cinderela ou calouro embebedado pelo veterano.
Embriaguez voluntária – aquele que você vai beber para se embriagar
Embriaguez culposa – aquela que você sai para beber e acaba se embriagando
Nessas duas opções: Não exclui a imputabilidade penal (artigo 28, II, CP)
b) Falta potencial consciência: erro de proibição que acontece quando o sujeito supõe que a
conduta é permitida quando na verdade ela é proibida.
Exemplo: Gringo no Brasil que acha que aqui é permitido fumar maconha quando na verdade é
proibido. Erra sobre licitude do fato. Se inevitável será isento de pena (exclusão da culpabilidade).
Se o erro for evitável (com pouco mais de esforço poderia atingir consciência de que a conduta é
ilícita), vai responder pelo crime e a pena diminui de 1/3 a 1/6.
c) Inexigibilidade diversa: coação moral irresistível - Tem a figura do coator que por meio
de grave ameaça faz com que o coagido pratique ato ilícito (exclui a culpabilidade).
Exemplo: transferir para conta bancária sob grave ameaça. O coagido é isento de pena e apenas
o coator que vai responder pelo crime pois o coagido está sob ameaça e age sem vontade.
Exemplo²: Victor ameaça Débora se ela não matar Caio, ele iria matar a sua mãe. Somente o
Victor será punível, por ser o autor da coação ou da ordem.
Artigo 22, CP:
Na obediência hierárquica, o superior não manifestamente ilegal, faz com que o subordinado
pratique um fato típico e ilícito. Será isento de pena.
Exemplo: Delegado dá uma ordem para o policial prender um sujeito sem mandado judicial,
quem irá responder pela conduta? O delegado (somente o autor da ordem).
Coação Física Irresistível – o sujeito para considerar a conduta punível, deve agir com consciência
e vontade (exclui a tipicidade).
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