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Art.

3º Lei Especial ou Temporária

Art. 3º – A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

Princípio
Ultratividade da lei penal.

Lei com prazo determinado.


Ex: Lei da Copa.

Ex: Prisão de 1 a 6 meses para pessoa que entrasse com bebida alcoólica em
estádios.
Mesmo que sejam processados depois da copa, aplica a lei.

Aplica o disposto na lei, pois se não retroagisse ninguém obedeceria a lei, já


que findo o prazo, ninguém seria processado.

Aula 04 – 15/08/2022

Art. 4º Tempo do Crime

Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o momento do resultado.

O crime necessita de uma conduta: ação ou omissão.

Ex 1: Dar uma tijolada em alguém = ação


Ex 2: Um cuidador que, propositalmente, não dá um medicamento para
alguém e a pessoa morre.

A maioria dos crimes são por ação.

Ex 1: A, aos 17 anos, 11 meses e 25 dias, atira em B, que morre 2 meses depois.


A morte ocorre quando o resultado se deu após sua maioridade, mas no
momento da ação ele tinha 17 anos, então aplica o ECA.

Ex 2: A, aos 17 anos, 11 meses e 25 dias, sequestra B. O sequestro dura 6


meses. Por ser um crime permanente, aplica o C P.
Art. 6º Lugar do Crime

Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.

Princípio
Teoria da ubiquidade.

Tanto o lugar da ação/omissão, quanto o lugar do resultado.

Ex: A, em Rio do Sul, atira uma pedra em B, que está em Agronômica. Serão
considerados os lugares do crime tanto Agronômica quanto Rio do Sul.

Macete: LUTA
Lugar
Ubiquidade
Tempo
Atividade

Art. 5º Territorialidade da Lei Penal

Art. 5º – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º – Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar.
§ 2º – É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Princípios
Territorialidade temperada – Aplica como regra a lei penal brasileira a crimes
praticados em território nacional

§§ 1 e 2 – Também são considerados território brasileiro.


Território Nacional:
Solo
Espaço aéreo correspondente
Mar até 12 milhas da faixa de areia
Embarcações e aeronaves públicas, onde quer que estejam.
Embarcações e aeronaves privadas, a serviço do governo, onde quer
que estejam

Ex 1: Argentino mata um brasileiro no Brasil = Aplica a lei brasileira.

Ex 2: Italiano rouba um venezuelano no Brasil = Aplica a lei brasileira.

Art. 7º Extraterritorialidade da Lei Penal

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

TERRITORIALIDADE INCONDICIONADA
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

TERRITORIALIDADE CONDICIONADA – é preciso cumprir todos os requisitos:


II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda
que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso
das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Aplicação da lei brasileira aos crimes ocorridos fora do território nacional, onde
o autor ou a vítima é brasileiro.
Ex: Brasileiro, passeando na França, é assassinado por um francês. Em tese,
aplica a lei francesa, mas pode aplicar a brasileira.

Art. 8º Pena Cumprida no Estrangeiro

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo


mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Este artigo é considerado INCONSTITUCIONAL:


1 – O criminoso estaria sendo processado duas vezes.
2-

Quando um brasileiro pratica um crime no estrangeiro e é condenado lá.


No momento que entrar no Brasil, será punido aqui, abatendo a pena
que já cumpriu.
Ex: Brasileiro comete roubo no UK. É preso e condenado. Após 5 anos de
prisão, volta ao Brasil. Aqui é processado de novo e condenado a 10 anos.
Como já cumpriu 5 anos, cumprirá só mais 5.

Art. 9º Eficácia da Sentença Estrangeira

Art. 9º – A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na


espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos


civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça.
Art. 10 Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum.
Art. 11 Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Art. 12 Legislação especial
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Aula 6 - 30/08/2022

Art. 13 Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.

Aquele que deu causa a um resultado, responde por esse resultado.


A causa é uma conduta = Ação ou omissão.

§1º Superveniência de causa independente


§1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Ex: A dispara arma de fogo em B.


B não morre e é socorrido por uma ambulância.
No trajeto ao hospital, a ambulância sofre acidente e B morre.
A responderá por tentativa de homicídio.
O acidente, que foi o que causou a morte, é causa superveniente.
Tem sim ligação, pois ele não estaria na ambulância se não tivesse levado o
tiro. Mas o acidente não faz parte do acontecimento de forma natural. É uma
circunstância estranha. Se ele morresse na mesa de cirurgia, aí A responderia
por homicídio, pois a cirurgia é acontecimento natural nessa circunstância.

§2º Relevância da omissão


§2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;


b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Omissão
Pura/Própria
A pessoa não tem o dever de agir.
Um terceiro que sequer conhece a vítima.
Ex: omissão de socorro. A pessoa não vai responder pela morte, mas por
omissão de socorro. Basta ligar para o socorro (samu, bombeiros, etc).
Mas se for uma situação extrema, pode socorrer na hora.
Ex: o carro começa a pegar fogo.

Impura/Imprópria/Relevante
É do que fala o §2º
Crime comissivo por omissão’
Omissão especial
Existe a figura do garantidor.
A pessoa tem a obrigação de agir.
Por lei, contrato, ingerência.

Lei
Pais têm a obrigação de cuidar. A omissão acarreta homicídio.
Ex: a mãe descobre que o companheiro estuprou sua filha, mas para
não perder o companheiro, faz vista grossa.
Ambos responderão por estupro. A mãe é coautora.

Contrato
Enfermeiro contratado para cuidar de um idoso
Ex: Cuidador deixa de dar remédio para um enfermo, e a pessoa morre.
Responde por homicídio.

Ingerência
A pessoa causa a situação e não ajuda.
Ex: Pessoa joga um colega na piscina por brincadeira, e o colega não
sabe nadar. Quem jogou na piscina tem o dever especial de socorrer.

Outros exemplos
Pais põem o bebê para dormir na cama, e o pai se vira a noite e acaba
asfixiando e matando o bebê.
Se de forma inconsciente fez isso, é um ato involuntário. Não há
conduta. É atípico.

Se a pessoa toma um remédio muito forte para dormir, e sabe que é


muito forte, mas não toma os devidos cuidados, como ter outra pessoa junto.
Nesse caso responderia, mas certo que receberia perdão judicial (não é
inocentado).
Aula 8 – 13/09/2022
DOLO x CULPA
Dolo consciência e intenção Vontade de praticar o crime
Culpa falta de cuidado Não age com intenção

Art. 18 – Diz-se o crime:


Inciso I Crime doloso

I doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Quis o resultado Dolo direto Intenção


Assumiu o risco Dolo eventual Consciência
Ex Dirigir bêbado, em alta velocidade.
Assumiu o risco, pois bebeu e dirigiu.

As penas são iguais.


Penas maiores que no culposo, pois há malícia.

Inciso II Crime culposo

II culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia.

Crime sem intenção.

Imprudência pressa, afoiteza


Negligência inércia
Imperícia falta de conhecimento técnico

Pode ser todos ao mesmo tempo.

Culpa inconsciente culpa comum


Nem imagina o resultado

Culpa consciente o agente prevê o resultado, mas confia que este não irá ocorrer.

Parágrafo único Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

O crime culposo exige previsão legal.


Regra doloso. Se tiver forma culposa, a lei dirá.
Ex Não existe aborto culposo.

Não existe tentativa de crime culposo.


MACETE

Dolo eventual FODA-SE


Culpa consciente FODEU

Elemento subjetivo O que passava na cabeça da pessoa para saber em qual


dos dois se encaixa.

Art. 19 Agravação pelo resultado – Crime Preterdoloso

Art. 19 Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.

Dolo no antecedente
Culpa no consequente

Ex lesão corporal seguida de morte


Dolo na lesão, culpa na morte.
A pessoa queria machucar, e não matar.
Agravado pelo resultado.

Aula 9 – 20/09/2022
Classificação dos Crimes
1 – Doloso, culposo, preterdoloso
Doloso com intenção.
Culposo sem intenção.
Preterdoloso dolo na atividade, culpa no resultado.
2 – Instantâneo, permanente
Instantâneo se consuma em determinado momento.
Não tem como prolongar a conduta.
Permanente se prolonga no tempo.
Ex sequestro, tráfico, curandeirismo.
3 – Comissivo, omissivo
Comissivo por ação.
Ex lesão corporal, estupro.
Omissivo por omissão.
Ex omissão de socorro.
4 – Comum, próprio
Comum pode ser praticado por qualquer pessoa.
Não exige nenhuma qualidade específica do agente.
Próprio exige uma qualidade do agente.
Ex peculato só funcionário público.
Infanticídio só mulher em estado puerperal.
(até 40 dias após o parto).
5 – Unissubjetivo, plurissubjetivo
Unissubjetivo basta UMA pessoa para cometer.
Ex homicídio, furto.
Plurissubjetivo precisa de mais de um agente.
O tipo penal irá dizer o número de pessoas.
Ex Associação para o crime, rixa.

Aula 10 – 27/09/2022
6 – Material, formal, de mera conduta
Material exige um resultado.
Ex Homicídio – tem que ter a morte.
Crimes materiais são SEMPRE materiais. A tentativa não o torna formal.
Formal independe de resultado.
Ex corrupção – basta oferecer dinheiro, a pessoa não precisa
aceitar.
De mera conduta sem resultado.
Ex contravenção, vias de fato, perturbação por barulho.
7 – Habitual
Estilo de vida
Fonte de renda
Ex curandeirismo, charlatanismo, rufianismo – inclusive manter
prostíbulo, sem sequer receber dinheiro. Mas se o dinheiro principal vier de
outra fonte, aí não conta.
8 – De dano, de perigo
Dano deixa um dano.
Ex estupro, lesão, homicídio.
Perigo não precisa ter dano, basta ter exposição a perigo.
Ex dirigir embriagado, disparo de arma de fogo pro céu.

Art. 14 Consumação e Tentativa


Art. 14 – Diz-se o crime:
Inciso I Crime consumado
I consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal;
Ex Homicídio – quando a pessoa morre.
Estupro – quando viola a dignidade sexual.
Inciso II Tentativa
II tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Crime não se consuma por circunstâncias ALHEIAS à vontade do agente.
Ex Arromba uma casa, com os itens em mãos, ouve um cachorro
latindo, se assusta, então desiste CONTRA A SUA VONTADE.
A pessoa quer continuar, quer que o resultado se consume, mas por
uma causa fora da sua vontade, desiste.
Parágrafo único Pena de tentativa
Parágrafo único Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Pena do crime consumado, menos 1/3 a 2/3.
Quanto mais perto da consumação, menor a redução.

FASES DO CRIME ou Iter criminis


1 Cogitação
impunível.
Princípio da ofensividade.
2 Atos preparatórios
Regra não punível.
Ex comprar um pé de cabra para matar alguém não é crime.
Exceção: comprar máquina para fabricar dinheiro.
3 Atos executórios
Punição na forma tentada.
Pena reduzida.
4 Consumação
Punível.
Pena cheia.
Art. 15 Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Desistência é VOLUNTÁRIA.
Ex Arromba uma casa, pega o computador, mas pensa que se
for pego será preso, aí desiste.
Arrependimento é EFICAZ.
Ex Dá um tiro numa pessoa, mas a leva para o hospital e ela se
salva. Ela tem que sobreviver.
Só responde pelos atos já praticados.
Isso afasta a tentativa.
Ex dá venene para alguém, mas em seguida dá o antídoto.
Não pode ser tentativa de homicídio. Responderá por
lesão.

Tentativa quero, mas não posso.


Desistência posso, mas não quero.
Art. 16 Arrependimento posterior
Art. 16 Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Ato voluntário.
Diminui a pena de 1/3 a 2/3.
Reparação do dano ou restituição da coisa ATÉ o RECEBIMENTO da
denúncia.
APENAS crimes SEM violência ou grave ameaça.
Art. 17 Crime impossível
Art. 17 Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Ex Aborto em quem não está grávida.
Tentar matar alguém que já está morto.

Aula 11 – 04/10/2022

Revisão para a prova


Crime
fato típico previsto em lei.
Fato antijurídico contrário à lei.
Culpabilidade.

Exige uma conduta


Ação
Omissão
Própria/pura Um terceiro desconhecido.
Imprópria/impura garantidor.
Lei, contrato ou ingerência.
Consumado acontece tudo que está descrito no tipo.
Tentado o resultado não acontece.
Diminuição de pena 1/3 a 2/3.

Iter criminis – Fases


Cogitação não pune.
Atos preparatórios em regra, não pune.
Execução
Consumação

Desistência voluntária
Pode continuar, mas não quer.
Responde pelos atos já praticados.

Arrependimento eficaz
Tem que ser eficaz.
Responde pelos atos já praticados.
Arrependimento Posterior
Crime se consuma, mas se arrepende.
Apenas crimes sem violência ou grave ameaça.
Restituir a vítima ou reparar o dano.
Antes do recebimento da denúncia.

Crime Impossível
Sem condições de chegar ao resultado desejado.

Dolo
intenção, vontade.
Direto Teoria da VONTADE.
Eventual Teoria do assentimento.
Culpa
Sem intenção.
Negligência
Imprudência
Imperícia
Consciente prevê o resultado, mas acha que não vai acontecer.
Inconsciente não prevê no resultado.

Preterdolo
Dolo no antecedente.
Culpa no consequente.

Aula 13 – 25/10/2022

Erro a pessoa comete um delito porque se equivocou sobre algo em algum


momento.
Pode agir com vontade, mas fundada num equívoco.
Art. 20 Erro sobre elemento do tipo
Art. 20 O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
A grosso modo, o indivíduo tem uma falsa impressão da realidade.
O erro é referente ao ACONTECIMENTO, ao FATO e não à lei.
Exclui-se o dolo.
Pune-se a culpa, se houver forma culposa.
Ex A sai com B para caçar. Lá, eles se separam. Depois de um tempo, A
pensa ter visto um animal no meio dos arbustos e atira, mas quando chega
perto, vê que atirou no amigo, B.
§1º Discriminantes Putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo.
A pessoa pensa estar sobe uma das condicionantes do art. 23:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.
Se houver forma culposa do crime, ele não será isento de pena.
Ex A pensa que está sendo perseguido para ser assaltado. Ao ver uma
pedra no chão, se abaixa, pega a pedra e joga na pessoa. Ao final, era apenas
uma pessoa fazendo corrida.
§2º Erro determinado por terceiro
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
A pessoa que levou ao erro é quem responde.
Responde por culpa, se for o caso.
Ex A leva drogas no uber. O motorista sem saber de nada, também é
preso. O motorista é isento de pena, pois não sabia de nada.
§3º Erro sobre a pessoa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Responderá por dolo.
Não há isenção nenhuma da pena.
Ex A vê a mulher com um homem num carro conversando. Quando o
homem sai do carro, A o segue e o mata. Depois a mulher explica que era seu
primo.
Art. 21 Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Diz respeito a algum erro relacionado à LEI, ao TIPO.
A pessoa tem uma compreensão/interpretação equivocada da lei.
Apesar de que o desconhecimento da lei não possa ser alegado, de
forma genérica, quando é uma pessoa muito simples, sem acesso à
informação, pode caber.
Erro inevitável isenta de pena.
Erro evitável diminui a pena de 1/6 a 1/3.

Art. 23 Excludentes de ilicitude


Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Casos em que se afasta a ilicitude.
Ainda assim, é preciso uso moderado. Qualquer excesso será punido.
Art. 24 Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.
Condição de perigo não criada pelo agente.
Pode ser estado de necessidade de 3º.
O perigo tem que ser ATUAL.
Ex Barco naufraga e A e B seguram em uma tábua para se salvarem. A
tábua só consegue flutuar um deles. A então mata B, para poder se salvar.
Art. 25 Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática
de crimes.
Cabe legítima defesa de 3º.
Características:
1 Apenas ações humanas.
Se não for ação humana, é estado de necessidade.
2 Injusta
3 Atual ou iminente

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