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Delta-SP 2022
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CURSO MEGE
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Turma: PCSP 2023 Pós-edital (Delegado de Polícia)
Material: Prova Comentada
PROVA COMENTADA 2
Delta-SP 2022
SUMÁRIO
MÓDULO I ........................................................................................................................ 4
Direito Penal ................................................................................................................. 4
MÓDULO II ..................................................................................................................... 12
Direito Processual Penal ............................................................................................ 12
MÓDULO III .................................................................................................................... 21
LEGISLAÇÃO ESPECIAL ................................................................................................ 21
MÓDULO IV .................................................................................................................... 31
DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................................................................ 31
MÓDULO V ..................................................................................................................... 40
DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 40
MÓDULO VI .................................................................................................................... 50
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................ 50
MÓDULO VII ................................................................................................................... 62
MEDICINA LEGAL ........................................................................................................ 62
DIREITO CIVIL .............................................................................................................. 65 3
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA ...................................................................................... 68
MÓDULO I
Direito Penal
01. No que concerne às Escolas Penais, Cesare Lombroso, autor italiano, é apontado
como um dos principais expoentes da Escola
(A) de Defesa Social.
(B) Tecnicista.
(C) Clássica.
(D) Correcionalista.
(E) Positivista.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O maior expoente da escola positivista é Cesare Lombroso, considerado pela doutrina
penal o pai da criminologia. Utilizou do método empírico-experimental, com caráter
cientificista. Para ele o criminoso era um ser atávico, desprovido de sentimentalismo e
devendo ser analisado de acordo com seu aspecto físico, biológico. Teve como
influências grandes nomes da escola darwinista. Para os positivistas, em suma,
4
importava descobrir a causa do crime, eram etiológicos.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Leciona Fernando Capez, que: O princípio da extraterritorialidade, consiste na aplicação
da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil. A jurisdição é territorial, na medida
em que não pode ser exercida no território de outro Estado, salvo em virtude de regra
permissiva, emanada do direito internacional costumeiro ou convencional. (CAPEZ,
2019). Neste sentido Estefam e Gonçalves (2019) definem que Extraterritorialidade é o
“fenômeno pelo qual a lei penal brasileira se aplica a fatos ocorridos fora do território
nacional, isto é, em locais submetidos à soberania externa ou mesmo em territórios em
que país algum exerce seu poder soberano, como é o caso da Antártida.” Deve-se
sublinhar que, embora o fato tenha ocorrido fora do Brasil, nossa lei será aplicada por
algum juízo ou tribunal pátrio.
03. Considere a seguinte hipótese: Caio, com intuito de obter vantagem econômica
indevida, faz-se passar por Júlio, filho de Aurélia e, nesse papel, realiza ligação
telefônica para ela, pedindo depósito de determinada quantia de dinheiro em conta
de terceiro – seu cúmplice. Aurélia, inicialmente, se convence e promete fazer o
depósito, mas, depois de desligar o telefone, resolve procurar seu filho, descobre o
engodo e não deposita o dinheiro.
Nesse caso, houve
(A) tentativa vermelha.
(B) tentativa imperfeita.
(C) crime impossível.
(D) tentativa perfeita.
(E) tentativa cruenta.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS 5
A tentativa é explicitada e tipificada à luz do art. 14, II do CP. Trata-se de uma norma de
extensão, que se estende da parte geral para a penal possibilitando que os crimes ali
previstos possam ser punidos quando eles não reúnem todos os elementos legais de sua
definição. Existe, de acordo com a doutrina, várias espécies de tentativa. Perfeita,
também chamada de crime falho, acontece quando se exaure toda a potencialidade
lesiva da ação e o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente
– é a própria dicção alhures citada. Note que no caso apresentado pela VUNESP, Caio
somente não concretizou o tipo penal por conta de situação externa ao seu animus,
devendo responder com redução variante entre 1/3 a 2/3.
04. De acordo com o que determina expressamente o art. 33 do CP, o condenado por
crime contra a Administração Pública
(A) nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública perderá o cargo automaticamente quando condenado,
independentemente da pena aplicada.
(B) terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais.
(C) terá decretada por sentença a perda da remuneração e de qualquer direito à
aposentadoria, inclusive sobre valores previamente pagos a título de contribuição para
tal fim.
(D) não tem direito à reabilitação.
(E) não pode gozar de suspensão condicional da pena, independentemente da
quantidade de pena aplicada.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Questão que exige a literalidade do disposto no Código Penal. Vamos aos excertos. Art.
33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto.
A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Considera-se:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) regime fechado a execução da pena
em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução
da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a
execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. § 2º - As penas
privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito
do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a)
o condenado a pena SUPERIOR A 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; c) o
condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de
cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 4o O condenado por crime 6
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do
ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Outra questão que cobra a literalidade do Código Penal, parte geral. Vamos à leitura
atenta para resolução, com destaques do Curso Mege.
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984); II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) cometido o crime por
motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e
com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter,
antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia
resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado
espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a
influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda
atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora
não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
06. Júpiter está arrumando a ligação elétrica de sua casa, com ajuda de Jano, seu
amigo, que lhe segura a escada. Deixando de observar um dever objetivo de cuidado,
Júpiter faz uma ligação equivocada e recebe uma alta descarga de energia, sofrendo
inutilização permanente de membro. No mesmo incidente, Jano sofre uma lesão
corporal leve. Em outro cenário, Saturno, pai dedicado e amoroso, está dando banho
em seu filho, Nemestrino. Imprudentemente, Saturno deixa Nemestrino cair no chão,
o que causa a morte imediata do bebê.
No que concerne à lesão corporal sofrida por Jano e ao homicídio praticado por
Saturno, o perdão judicial, ao menos em tese:
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(A) aplica-se ao segundo caso, mas não ao primeiro.
(B) aplica-se ao primeiro caso e depende de concordância da mãe de Nemestrino para
aplicação ao segundo.
(C) aplica-se ao primeiro caso, mas não ao segundo.
(D) não se aplica a nenhum dos casos.
(E) aplica-se a ambos os casos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O perdão judicial é ato de clemência do Estado que afasta a punibilidade e o efeitos
condenatórios da sentença penal. Pressupõe o preenchimento de determinados
requisitos - grau de parentesco e insuportável abalo físico ou emocional. O instituto deve
ser aplicado com cautela, evitando-se a banalização, diante do atual cenário de violência
no trânsito, que tanto se tenta combater. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1339809/MT,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/02/2016. In casu, nota-se que é
possível a aplicação do instituto em ambos os casos. Se não houvesse liame subjetivo
algum entre as vítimas e os envolvidos, não poderíamos falar no instituto que se aplica
tanto para o homicídio como para as lesões corporais.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 135 do CP há a punição daquele que deixar de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública. A pena é de detenção de 1 a 6 meses OU
multa. A pena, ainda, pode ser aumentada de METADE se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e é TRIPLICADA se resultar morte.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
A qualificadora do crime de sequestro e cárcere privado é estampado no §1º do art. 148
do CP. O preceito primário do art. 148 entrega o tipo de privar alguém de sua liberdade,
mediante sequestro ou cárcere privado. Será, pois, qualificado, com pena de 2 a 5 anos,
quando a vítima for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente, ou
maior de sessenta anos de idade; se o crime é praticado mediante internação da vítima
em casa de saúde ou hospital; se a privação da liberdade dura mais de quinze dias; se é
praticado contra pessoa menor de 18 anos; e, se o crime é praticado com fins libidinosos.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
O crime de dano impõe dano patrimonial a terceira pessoa, sobretudo em nome de
princípios como da lesividade. Note que no caso não houve dano algum ao patrimônio
desejado, bem assim estamos diante de um crime que não ocorre por meio de violência
ou grave ameaça, o que afastaria a hipótese do crime.
De acordo com o art. 163 do CP, destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Detenção
de 1 a 6 meses OU multa.
10. Considere a seguinte hipótese: Arthur foi denunciado por Crime Contra a 9
Organização do Trabalho, pois tem como meio de vida recrutar trabalhadores,
mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Octavio, seu
melhor amigo, que é sabedor da ação penal e proprietário de uma casa de veraneio
em outra Comarca, atende, a pedido de Arthur, e permite que ele utilize a referida
casa como moradia provisória – o que realmente ocorre – com o intuito de evitar que
o amigo seja citado na ação penal. Em face do exposto, é correto afirmar que
(A) Octavio praticou favorecimento real e não lhe socorre qualquer causa de isenção.
(B) Octavio praticou favorecimento pessoal, na modalidade qualificada.
(C) Octavio praticou favorecimento pessoal, na modalidade privilegiada.
(D) Arthur e Octávio praticaram fraude processual.
(E) Octavio praticou favorecimento real, mas não será punido em razão de causa de
isenção de pena, tendo em vista a amizade íntima.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Note que Octávio dá moradia a Arthur, o que configura o tipo do art. 348 do CP. Auxiliar
a subtrair à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada a pena de
RECLUSÃO. De acordo com o §1º do mesmo dispositivo, se ao crime não é cominada
pena de reclusão, no caso DETENÇÃO, a pena será de 15 dias a 3 meses E multa. Vamos
agora ao tipo do art. 206 do CP, que previne um tipo penal contra a organização do
trabalho. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território
estrangeiro; pena de detenção de 1 a 3 meses E multa.
11. A ausência de violência na ação daquele que, sem expressa permissão legal, faz
justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
(A) torna o fato lícito.
(B) torna o fato atípico.
(C) é causa de diminuição de pena.
(D) possibilita a aplicação de perdão judicial.
(E) torna a ação penal privada.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 345 do CP: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite. Pena de detenção de 15 dias
a 1 mês OU multa, além da pena correspondente à violência. Se não há emprego de
violência para este tipo de delito, somente se procederá mediante QUEIXA, ou seja, ação
é do tipo privada, cabendo à vítima mover o Estado para a concretização do jus puniendi.
12. Lucius, advogado, representando seu cliente Maximus, protocola petição inicial de
ação de despejo em face de Claudius. Ocorre que, em audiência, após descobrir que 10
Claudius fora seu amigo de infância – fato do qual não se lembrava quando da
propositura da ação – Lucius renuncia regularmente aos poderes outorgados por
Maximus, colhe procuração de Claudius e começa a defendê-lo na mesma ação. No
curso da defesa de Claudius, Lucius utiliza-se de fatos que lhe foram narrados por
Maximus e que não eram do conhecimento de Claudius, fatos esses que são essenciais
para que a ação seja julgada improcedente. Nesse caso, é correto afirmar que Lucius
praticou
(A) crime de advocacia administrativa.
(B) fato atípico à luz do Direito Penal.
(C) crime de exercício ilegal da profissão.
(D) crime de tergiversação.
(E) crime de patrocínio infiel.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Tipo penal descrito no art. 355 do CP, parágrafo único. Eis os verbos do tipo: Trair, na
qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse cujo
patrocínio em juízo lhe é confiado. Incorre na mesma pena o advogado ou procurador
judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
13. Assinale a alternativa que apresenta crime próprio quanto ao sujeito ativo.
(A) Inserção de dados falsos em sistema de informações.
(B) Corrupção ativa.
(C) Fraudes em certames de interesse público.
(D) Subtração ou inutilização de livro ou documento.
(E) Usurpação de função pública.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Para configuração deste crime é imprescindível que o FUNCIONÁRIO SEJA AUTORIZADO,
diferente do que ocorre com o art. 313-B do CP, em que qualquer agente público,
mesmo o não autorizado, pratica o delito. São os verbos do tipo: Inserir ou facilitar, o
FUNCIONÁRIO AUTORIZADO, a inserção de dados faltos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o FIM DE OBTER vantagem indevida para si ou para outrem
ou para causar dano. A pena será de reclusão, de 2 a 12 anos (pena bastante alta), E
multa. Segundo a classificação doutrinária de crimes, estamos diante de um crime
próprio quanto ao sujeito ativo. Apenas o funcionário autorizado praticará o delito em
comento.
14. Assinale a alternativa correta no que concerne aos crimes contra a Administração.
11
(A) O crime de abandono de função apenas se consuma se do fato resultar prejuízo
público.
(B) O crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
apenas se consuma se houver dano para a Administração ou para o administrado.
(C) O crime de corrupção passiva apenas se consuma quando há solicitação,
recebimento ou aceitação de promessa indevida pelo funcionário.
(D) O crime de concussão apenas se consuma quando a vantagem exigida é
efetivamente auferida.
(E) O crime de advocacia administrativa apenas se consuma se o interesse patrocinado
pelo agente for ilegítimo.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
O delito de corrupção passiva está previsto no art. 317 do CP, e trata de um crime contra
a Administração Pública praticado por funcionário público. De acordo com o tipo penal,
solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem. A reclusão é de 2 a 12 anos E multa.
MÓDULO II
15. É correto afirmar que o Direito Processual Penal possui como uma de suas fontes
formais mediatas
(A) a Constituição Federal.
(B) os costumes.
(C) a analogia.
(D) a interpretação extensiva.
(E) a lei.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
No direito processual penal, bem assim nas demais subdivisões do direito, fontes são
aquilo que dão origem, que denotam o surgimento de determinado ramo ou conceito
jurídico. São duas as espécies de fontes processuais penais: as materiais, ou de
produção, dizem respeito ao órgão responsável pela produção da norma processual
penal, que no caso brasileiro é o Congresso Nacional por meio de suas duas casas
12
(sistema bicameral); as fontes formais, por sua vez, referem-se ao meio pelo qual
determinada norma vem à tona, dividindo-se ainda em imediatas e mediatas. Por fonte
imediata temos: CF, tratados internacionais de direitos humanos e legislação
infraconstitucional. Já por fontes mediatas: costumes, princípios gerais do direito e
analogia, nos termos do art. 4º da LINDB.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O Direito Penal da Igreja fez encarnar a norma jurídica romana no ocidente; contribui
para civilizar a brutal prática germânica. Representou o primeiro passo para a
humanização das penas, e inspirou-se em ideias de caridade e compaixão pelos
infratores, criando um sistema penal mais suave e moderado, com a substituição das
penas corporais por penas imateriais, e da pena de morte pela restrição da liberdade.
Classificava os delitos em: delicta eclesiástica , que ofendia o direito divino e era punida
pela própria Igreja através dos Tribunais Eclesiásticos; delicta secularia que ofendia
somente o direito dos homens, e era punida pela justiça pública; e delicta mixta, que
ofendia ambos e podia ser julgada tanto por uma quanto pela outra. Em clara oposição
ao direito germânico, privilegiava o elemento subjetivo do crime, exigindo um ânimo,
ou seja, um motivo, se importando, portanto, com a tentativa. Uma vez que a pena
buscava o arrependimento do réu e que a primeira manifestação do arrependimento é
a confissão, chegou-se a exigir sempre a confissão do acusado, que deveria ser buscada
por todos os métodos, inclusive a tortura.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O fundamento está contido no art. 3º do CPP, segundo o qual a lei processual penal
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
princípios gerais do direito.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Todas as alternativas, à exceção da C, trazem incoerências sobre a prova digital. Esta, é
totalmente utilizada e lícita dentro do ordenamento jurídico nacional, civilista ou
mesmo penal. Sobre este aspecto conceitual, vejamos o seguinte excerto:
De nada adianta um rigoroso modelo legal de cadeia de custódia da prova digital se a
premissa é de que o domínio do conhecimento dos conteúdos e informações
probatórias é privilégio dos iniciados. Não há dúvida de que o acelerado processo de
desenvolvimento do mundo digital reserva às perícias papel reativo. Conforme Irfan
Ahmed e Vassil Roussev: "A perícia forense digital é o processo de reconstrução da
sequência relevante de eventos que levaram ao estado atualmente observável de um
sistema de tecnologia da informação ou artefatos (digitais) em específico". A perícia
digital é necessariamente reativa, salientam Ahmed e Roussev, porque "não podemos
investigar sistemas e artefatos que não existem; não podemos ter melhores práticas
antes de um período experimental durante o qual diferentes abordagens técnicas são
experimentadas, testadas (perante os tribunais) e validadas".
19. Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar que a ação penal
privada
(A) exclusiva, em caso de morte do ofendido antes do início da ação, esta poderá ser
intentada, em qualquer prazo, entre outras pessoas, por seu cônjuge.
(B) personalíssima só pode ser intentada pela vítima ou por seu representante legal e,
em caso de falecimento antes ou depois do início da ação, não poderá haver substituição
para sua propositura ou seu prosseguimento. 14
(C) exclusiva, em caso de morte do ofendido antes do início da ação, esta poderá ser
intentada, em qualquer prazo, entre outras pessoas, por seu irmão.
(D) personalíssima só pode ser intentada pela vítima e, em caso de falecimento antes ou
depois do início da ação, não poderá haver substituição para sua propositura ou seu
prosseguimento.
(E) subsidiária da pública, findo o prazo do Ministério Público para oferecer denúncia,
sem qualquer manifestação, poderá o ofendido oferecer a queixa e assumir
definitivamente a ação penal, restando apenas ao Ministério Público o direito de aditar
a queixa ou intervir no curso do processo.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
As ações penais de iniciativa privada tida como personalíssimas são aquelas em que
somente o ofendido, e mais ninguém, pode propô-las. Em virtude da natureza da
infração penal praticada, entendeu por bem a lei penal que tal infração atinge a vítima
de forma tão pessoal, tão intima, que somente a ela caberá emitir o seu juízo de
pertinência a respeito da propositura ou não dessa ação penal. Como exemplo de ação
penal de iniciativa privada personalíssima podemos citar aquela correspondente ao
delito previsto no art. 236 do código penal – Contrair casamento, induzindo em erro
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento
anterior. Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único – A ação penal
depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento. Veja que o referido artigo cuida do induzimento a erro essencial e ocultação
de impedimento. O parágrafo único do mencionado artigo assevera que a ação penal
depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento, afastando-se, com essa redação, qualquer possibilidade de ser transferida
às pessoas elencadas no art. 100 § 4º, do código penal, haja vista que, em virtude de sua
natureza personalíssima, como bem destacou Mirabete, “só podem ser intentadas única
e exclusivamente pelo ofendido, não havendo, portanto, sucessão por morte ou
ausência”.
20. Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar que a competência
será,
(A) na hipótese de infração continuada, praticada em território de duas ou mais
jurisdições, firmada pelo lugar do último ato de execução.
(B) na hipótese, entre outros, do crime de estelionato, quando praticados mediante
emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, definida
pelo local do domicílio da vítima.
(C) em regra, determinada pelo domicílio ou residência do réu, ou, no caso de tentativa,
pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
(D) na hipótese de infração permanente, praticada em território de duas ou mais
jurisdições, firmada pelo lugar do último ato de execução. 15
(E) em regra, determinada pelo lugar da infração ou do domicílio ou residência do réu,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento
frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo
local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda
que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. Veja o § 4º do art. 70 que foi inserido no
CPP pela Lei nº 14.155/2021: Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados
mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos
em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. STJ. 3ª Seção. CC
180832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706).
21. Nos termos do Código de Processo Penal, a competência será firmada pela
(A) conexão, entre outras hipóteses, quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela
mesma infração.
(B) continência, entre outras hipóteses, quando a prova de uma infração, cometida por
dolo eventual ou por qualquer de suas circunstâncias elementares, influir na prova de
outra infração.
(C) conexão, entre outras hipóteses, quando três ou mais pessoas forem acusadas pela
mesma infração.
(D) continência, entre outras hipóteses, se, no mesmo caso, duas ou mais infrações
tiverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.
(E) conexão, entre outras hipóteses, quando a prova de uma infração ou de qualquer de
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O fundamento para resposta está contido na letra fria do CPP. Vamos à leitura. Art. 76.
A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais
infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias
pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 16
22. Nos que concerne à cadeia de custódia e das perícias previstas no Código de
Processo Penal, é correto afirmar:
(A) caso a central de custódia não possua espaço para armazenar determinado material,
deverá o Ministério Público determinar as condições de depósito do referido material
em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal.
(B) considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados
para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em
vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento
até o descarte.
(C) vestígio é todo material encontrado e recolhido no local da infração, que se relaciona
ou não com a infração penal, mas que poderá receber essa denominação pelo Delegado
de Polícia.
(D) após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido ao Delegado de Polícia,
que poderá determinar a remessa à central de custódia, quando então deverá nela
permanecer.
(E) o início da cadeia de custódia dá-se com a apreensão dos objetos pela autoridade
policial, assim como com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada
a existência de vestígio.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Outra questão que tem por fundamento a letra fria do CPP. Vamos à leitura atenta, com
destaques do Curso Mege. Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de
todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica
do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime
ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de
vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º O agente público que reconhecer
um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica
responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3º Vestígio é
todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A citação com hora certa é advinda da sistemática processual civil para o processo penal
a partir da reforma oriunda da Lei n. 11.719/2008. Segundo o art. 362 do CPP,
verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida pelo Código de
Processo Civil
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 282 e parágrafos do CPP, com destaques do Curso Mege:
As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - NECESSIDADE para aplicação da lei penal,
para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para
evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II -
ADEQUAÇÃO da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). §1º As medidas
cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011). §2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento
das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 18
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019) §3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a
intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias,
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os
autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem
essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 4º No caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento
do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida,
impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos
termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019) § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar
ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar
a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019) § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for
cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código,
e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de
forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
25. Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar no que concerne à
fiança que
(A) o réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança e multa, ausentar-
se por mais de 5 (cinco) dias de sua residência, sem comunicar ao Ministério Público o
lugar onde será encontrado.
(B) não será concedida fiança nos crimes de abuso de autoridade.
(C) a fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou
em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
(D) o valor em que consistir a fiança será recolhido obrigatoriamente ao depositário
público, juntando-se aos autos os respectivos conhecimentos.
(E) para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração,
exclusivamente, a natureza da infração e a vida pregressa do acusado.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 330 do CPP, a fiança, que será sempre definitiva, consistirá em
depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública,
federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
26. Com relação à sentença, é correto afirmar que o Código de Processo Penal
determina que
(A) na decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15
19
(quinze) anos de reclusão, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação,
apenas quando verificado que o recurso não tem propósito meramente protelatório.
(B) a apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena
igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
(C) a decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze)
anos de reclusão, com quatro ou mais condenados, terá efeito suspensivo.
(D) a apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena
igual ou superior a 10 (dez) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
(E) na decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusão, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação,
apenas quando verificado que o recurso levanta questão substancial.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O pacote anticrime, Lei n. 13.964/19, fez prever no CPP exatamente a situação de
condenação pelo Tribunal do Júri a pena superior a 15 (quinze) anos de reclusão. Por
própria aplicação do CP temos que o regime, necessariamente para tal pena, será o
fechado. Neste caso, portanto, a apelação interposta oralmente ou via documental não
terá efeito suspensivo. Este é um efeito tradicional das apelações segundo a sistemática
processual penal, contudo, pelo receio e manobra processual que evite o início do
cumprimento da pena, o PAC endureceu tal regime, havendo vozes na doutrina
sustentando a inconstitucionalidade de tal previsão.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Fundamento no art. 396 do CPP. Vamos à leitura, com destaques do Curso Mege: Nos
procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
20
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008). Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará
a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Segundo o art. 566 do CPP, não será declarada a nulidade de ato processual que não
houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. É um
desdobramento, segundo parte da doutrina, do princípio pas de nullité sans grief.
MÓDULO III
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
De acordo com a Lei n. 9.696/96 (Lei de Interceptações Telefônicas), o pedido de
interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua
realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem
empregados. No mais, excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja
formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem
a interceptação, caso em que a concessão será CONDICIONADA à sua redução a termo.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
A partir do art. 41-B da Lei n. 10.671/03 temos os crimes do estatuto do torcedor. Nos
termos do art. 41-G é crime: Fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos
para venda por preço superior ao estampado no bilhete: (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010). A pena é de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010). Ademais, segundo o parágrafo único do mesmo dispositivo, a PENA
SERÁ AUMENTADA DE 1/3 (UM TERÇO) ATÉ A METADE se o agente for servidor público,
dirigente ou funcionário de entidade de prática desportiva, entidade responsável pela
organização da competição, empresa contratada para o processo de emissão,
distribuição e venda de ingressos ou torcida organizada e se utilizar desta condição
para os fins previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 22
31. Nos termos da Lei no 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), assinale a alternativa que
corretamente apresenta um crime.
(A) Deixar o profissional de saúde de comunicar à autoridade competente os casos de
crimes contra idoso de que tiver conhecimento.
(B) Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em
situação de iminente perigo, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
autoridade pública.
(C) Deixar a entidade de atendimento de oferecer instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade.
(D) Deixar de cumprir as determinações da referida Lei sobre a prioridade no
atendimento ao idoso.
(E) Deixar o responsável por estabelecimento de saúde ou instituição de longa
permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra idoso
de que tiver conhecimento.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
É crime, de acordo com o art. 97 do Estatuto do Idoso, a conduta de deixar de prestar
assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente
perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou
não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública. A pena neste crime variará
entre 6 meses a 1 ano de detenção E multa. Insta destacar, ainda, que este tipo é
especial em relação àquele previsto no art. 135 do CP – omissão de socorro.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A Lei n. 13.964/19, conhecida como pacote anticrime, fez várias alterações e incursões
no sistema penal e processual penal brasileiro. Dentre tais, deu redação ao parágrafo
único do art. 1º da Lei n. 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos e Equiparados), fazendo
incluir no sistema legal de definição de crimes hediondos as seguintes figuras: crime de
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 do EDD1;
crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 do EDD; crime de tráfico
23
internacional de armas de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 do EDD; e,
crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou
equiparado.
33. Nos termos da Lei no 11.340/2006 (Lei “Maria da Penha”), é correto afirmar que:
(A) na hipótese de prisão em flagrante por descumprimento de decisão judicial que
deferiu medidas protetivas de urgência, apenas a autoridade judicial poderá conceder
fiança.
(B) é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento
policial e pericial especializado, prestado por servidores – exclusivamente do sexo
feminino.
(C) a conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, contra mulher, trata-se de
uma forma de violência doméstica caracterizada pela violência física.
(D) A conduta de descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas tipifica um crime apenado com reclusão.
(E) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, somente mediante requerimento do
Ministério Público.
1
Estatuto do Desarmamento.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A Lei n. 13.641/2018 fez consta no ordenamento jurídico nacional novo tipo penal
àquele que descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgências
PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA. A pena é de detenção de 3 meses a 2 anos, e, na
hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial (Juiz ou Juíza) poderá
conceder fiança, na contramão do previsto pela regra geral do CPP, para quem importa
o quantum penal do preceito secundário do tipo.
34. Nos termos da Lei no 11.343/2006 (Lei Antidrogas), é correto afirmar que
(A) fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada
anualmente, na quarta semana de setembro.
(B) o tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma
rede de atenção à saúde que contempla, como exceção, a modalidade de internação
involuntária, apenas por determinação judicial.
(C) o tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma
rede de atenção à saúde, incluindo excepcionalmente formas de internação a ser
realizada exclusivamente em hospitais.
(D) para garantia do cumprimento da medida educativa de prestação de serviço à
comunidade, havendo recusa injustificada, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a
admoestação verbal e multa. 24
(E) quem adquirir ou guardar para consumo pessoal drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido à pena de
detenção.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
O art. 28 da LAD2 é sempre uma boa pedida no momento da revisão para qualquer prova
para Delegado de Polícia. No Resumege os alunos do curso tiveram especificamente
indicado este tipo para rememorar alguns pontos. Vamos à leitura do dispositivo que
fundamenta a resposta, com destaques do Curso Mege. Art. 28. Quem adquirir, guardar,
tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido
às seguintes penas: I - ADVERTÊNCIA sobre os efeitos das drogas; II - PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS À COMUNIDADE; III - MEDIDA EDUCATIVA de comparecimento a programa
ou curso educativo. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
2
Lei Antidrogas.
antecedentes do agente. § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo
serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4º Em caso de reincidência,
as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 10 (dez) meses. § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida
em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais,
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e
dependentes de drogas. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a
que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - ADMOESTAÇÃO VERBAL; II - MULTA. §
7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para
tratamento especializado.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O art. 6º da Lei n. 12.037/09 fez constar que é vedado mencionar a identificação criminal
do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
36. Nos termos da Lei no 12.830/2013 (Investigação Criminal conduzida pelo Delegado
de Polícia), é correto afirmar:
(A) o inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá
ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, exclusivamente, por motivo de interesse público.
(B) as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo
delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
(C) a remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado do
Secretário da Segurança Pública.
(D) os cargos de escrivão e de delegado de polícia são privativos de bacharel em Direito,
devendo ser dispensado ao Delegado de Polícia o mesmo tratamento protocolar que
recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e
os advogados.
(E) durante a investigação criminal, cabe ao escrivão, por delegação do Delegado de
Polícia, a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à
apuração dos fatos.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Esta lei é tão pequena e de um custo-benefício tão gigante que vale sua leitura na íntegra
para resolução da questão proposta pela PCSP, com destaques do Curso Mege.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo
delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. § 1º Ao
delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei, que tem como OBJETIVO a apuração das circunstâncias, da materialidade e da 26
autoria das infrações penais. § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado
de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à
apuração dos fatos. § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em
curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
MEDIANTE DESPACHO FUNDAMENTADO, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação. § 5º A remoção do delegado de
polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. § 6º O indiciamento, PRIVATIVO DO
DELEGADO DE POLÍCIA, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Art.
3º O cargo de delegado de polícia é PRIVATIVO DE BACHAREL EM DIREITO, devendo-
lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os
membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
37. Nos termos da Lei no 13.431/2017 (Lei de Escuta Especializada), é correto afirmar:
(A) depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima
ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
(B) escuta especializada é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou
testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
(C) depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente sobre
situações que envolvem organizações criminosas.
(D) escuta especializada é o procedimento de interrogatório de indiciados em situações
que envolvem organizações criminosas, limitado o relato estritamente ao necessário
para o cumprimento de sua finalidade.
(E) escuta especializada é o procedimento de inquirição de testemunhas de situações de
violência doméstica, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento
de sua finalidade.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 7º da Lei n. 13.431/17, escuta especializada é o procedimento de
entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante o órgão da
rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de
sua finalidade. Já por depoimento especial entende-se o procedimento de oitiva de
criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante a autoridade policial
ou judiciária. Note que a legislação abre o campo do já considerado na doutrina
depoimento "sem danos” para qualquer tipo de violência a que se submeta criança ou
adolescentes.
38. Nos termos da Lei no 13.445/2017 (Lei de Migração), é correto afirmar que a
política migratória brasileira, entre outros, rege-se pelo seguinte princípio e diretriz:
(A) fortalecimento da integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina e Europa, mediante constituição de espaços de cidadania e de livre 27
circulação de pessoas.
(B) criminalização da migração.
(C) diálogo social na formulação, na execução e na avaliação de políticas migratórias e
promoção da participação cidadã do migrante.
(D) acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens
públicos, educação, a assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia,
excetuando-se serviço bancário e seguridade social.
(E) autorização, em situações excepcionais, das práticas de expulsão ou de deportação
coletivas.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Dos Princípios e das Garantias
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes PRINCÍPIOS E DIRETRIZES:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos; II - repúdio
e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação; III - não
criminalização da migração; IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em território nacional; V - promoção
de entrada regular e de regularização documental; VI - acolhida humanitária; VII -
desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e
tecnológico do Brasil; VIII - garantia do direito à reunião familiar; IX - igualdade de
tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares; X - inclusão social, laboral
e produtiva do migrante por meio de políticas públicas; XI - acesso igualitário e livre do
migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência
jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social; XII -
promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante; XIII -
diálogo social na formulação, na execução e na avaliação de políticas migratórias e
promoção da participação cidadã do migrante; XIV - fortalecimento da integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, mediante constituição
de espaços de cidadania e de livre circulação de pessoas; XV - cooperação internacional
com Estados de origem, de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a fim de
garantir efetiva proteção aos direitos humanos do migrante; XVI - integração e
desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas públicas regionais
capazes de garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço; XVII - proteção
integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante; XVIII -
observância ao disposto em tratado; XIX - proteção ao brasileiro no exterior; XX -
migração e desenvolvimento humano no local de origem, como direitos inalienáveis de
todas as pessoas; XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício
profissional no Brasil, nos termos da lei; e XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de
deportação coletivas.
39. Para fins da Lei no 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais),
considera-se: 28
(A) Dado Pessoal Sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, endereço
completo, inscrição no CPF, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato.
(B) Dado Pessoal: informação relacionada à pessoa física ou jurídica natural identificada
ou identificável.
(C) Dado Anonimizado: dado pessoal a titular que não possa ser identificado, sobre
origem racial ou étnica, endereço completo, inscrição no CPF, convicção religiosa,
opinião política, filiação a sindicato.
(D) Titular: pessoa física ou jurídica a quem se referem os dados pessoais que são objeto
de tratamento.
(E) Banco de Dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou
em vários locais, em suporte eletrônico ou físico.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 5º da referida legislação, banco de dados é o conjunto estruturado
de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
físico.
40. É correto afirmar que a Lei no 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade) alterou a
Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e a OAB) a fim de:
(A) alterar o rol de prerrogativas dos advogados, ampliando e prevendo como crime
apenado com reclusão, a violação de direito ou prerrogativas.
(B) prever como crime inafiançável e apenado com detenção a violação de direito ou
prerrogativas dos advogados.
(C) alterar o rol de prerrogativas dos advogados, ampliando e prevendo como crime
apenado com detenção, a violação de qualquer direito ou prerrogativas, previstos na
legislação.
(D) tipificar como crime apenado com detenção a conduta de violar determinados
direitos ou prerrogativas previstos na referida legislação.
(E) alterar a tipificação de uma conduta anteriormente descrita como contravenção
penal, para crime apenado com reclusão.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Neste ponto o examinador foi na parte das disposições finais da Lei de Abuso de
Autoridade, que fez incluir diversas previsões em outras legislações. Segundo o art. 43
da referida, o art. 7º do Estatuto da OAB passa a vigorar acrescido do art. 7º-B, em que
constitui crime de abuso de autoridade violar direito ou prerrogativa de advogado
previstos nos incisos II, III, IV e V. Impende destacar que a novel legislação não possui 29
um tipo sequer apenado com reclusão, todos os tipos ali previstos, à exemplo da antiga
Lei n. 4.868/65 são apenados com detenção.
41. No que concerne aos investigados em inquérito policial que investiga uso da força
letal, é correto afirmar que a Lei no 13.964/2019 (Pacote Anticrime):
(A) havendo necessidade de indicação de defensor, a defesa caberá preferencialmente
à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade
da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento
instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de
todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado.
(B) não contemplou qualquer dispositivo nesse sentido.
(C) a indicação do profissional para o exercício da defesa do servidor deverá ser
precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser
indicado Bacharel em Direito, como defensor ad hoc, mesmo sem inscrição na OAB.
(D) na hipótese de não atuação da Procuradoria do Estado, os custos com o patrocínio
dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por
conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da
ocorrência dos fatos investigados.
(E) havendo necessidade de indicação de defensor, a defesa caberá exclusivamente à
Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade
da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento
instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de
todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Mais uma questão envolvendo as inclusões do PAC ao ordenamento jurídico nacional. A
resposta consta do CPP. Vamos à leitura dos dispositivos envoltos à matéria.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144
da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação
de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo,
o investigado DEVERÁ ser citado da instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do
recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Esgotado o prazo
disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado,
a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava
vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos
30
termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública,
e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação
correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado
deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos
relacionados à defesa administrativa do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser
precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser
indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os
custos com o patrocínio dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata
este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja
vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares
vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os
fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 193 da Lei n. 14.133/21, ficaram revogados os crimes dos artigos
89 a 108 da Lei n. 8.666/93. Já o art. 178 daquela legislação fez constar (inserir) no
Código Penal o Título XI da Parte Especial – DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS.
MÓDULO IV
DIREITO CONSTITUCIONAL
31
43. Nos termos do inciso II, do artigo 12-C, da Lei Federal no 11.340 de 7 de agosto de
2006, verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física
ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede
de comarca. À luz da Constituição da República, é correto afirmar que
(A) a Constituição permite a invasão do lar somente mediante prévia autorização
judicial, em decorrência da garantia de inviolabilidade do domicílio.
(B) o afastamento do suposto agressor pelo delegado de polícia, na hipótese legal
descrita pelo enunciado, é inconstitucional por ofensa ao postulado normativo do
devido processo legal.
(C) o dispositivo cria hipótese legal para que o delegado pratique atos de competência
privativa do Poder Judiciário, com ofensa ao princípio da reserva de jurisdição e da
inviolabilidade do domicílio.
(D) a autorização legal para que delegados de polícia atuem para interromper o ciclo de
violência doméstica não viola a prerrogativa constitucional do Judiciário de decretar
medidas cautelares.
(E) o ingresso no domicílio sem o consentimento do morador só pode ocorrer em caso
de flagrante delito ou, durante o dia, mediante autorização judicial, razão pela qual o
dispositivo enunciado, ao tratar de hipóteses de risco, é inconstitucional.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
É exatamente a previsão exposta na Lei n. 11.340/06. O examinador / A examinadora
tentou uma interdisciplinaridade entre as matérias envolvidas. De acordo com o art. 12-
C da LMP, §1º, na hipótese de afastamento pelo Delegado de Polícia, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte quatro) horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou revogação da medida aplicada. Note que estamos diante de
uma matéria com reserva de jurisdição, que, pela gravida do caso apresentado à polícia
pode ter postergada sua análise pelo Poder Judiciário.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Estamos diante da famigerada Súmula Vinculante n. 13 que prevê: A nomeação de
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, ATÉ O
TERCEIRO GRAU, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal. E viola, segundo doutrina e jurisprudência nacional,
diversos princípios que regem a atuação estatal, dentre eles moralidade,
impessoalidade, eticidade, transparência, eficiência etc.
45. Poder constituinte originário é o que cria uma Constituição. Assinale a alternativa
correta, considerando as características desse importante instituto jurídico.
(A) As normas supervenientes do poder constituinte originário possuem como regra
eficácia retroativa mínima e média e, excepcionalmente, eficácia retroativa máxima.
(B) O princípio da segurança das relações jurídicas não permite a restauração da eficácia
de lei que perdeu vigência com o advento de uma nova Constituição, quando esta é
revogada por uma terceira Constituição.
(C) Não é possível a declaração de inconstitucionalidade de norma anterior à
Constituição, com ela materialmente compatível, editada com desobediência à
Constituição então vigente.
(D) O poder constituinte originário da origem à nova ordem jurídica, razão pela qual os
diplomas infraconstitucionais perdem vigor com o advento de uma nova Constituição.
(E) O Poder Judiciário pode exercer controle de constitucionalidade sobre preceitos
estatuídos pelo poder constituinte originário.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Segundo o Supremo Tribunal Federal, capitaneado pela doutrina majoritária, "não há
direito adquirido contra texto constitucional, resulte ele do Poder Constituinte Originário
ou do Poder Constituinte Derivado". (RE n. 94414 -SP, Rel. Min. Moreira Alves DJU de
l9.04.85,pg.05456 e RE n.93290 -RJ, DJU 06.ll.l98l, p.III, 0l, cfe Francisco Antônio
Nogueira Bezerra e Rommel Barroso da Frota, in Direito Adquirido e Emenda
Constitucional - Revista da OAB-CE n.2, pags.153/175 e Prof. Paulo Modesto (Parecer de
fls.539/556, apresentado pelo MPF).
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
A questão cobra especificamente a classificação ontológica de Karl Loewenstein. Este,
propõe uma denominação segundo o que realmente a constituição é, não sobre o que
poderia ou aspiraria ser. Constituição normativa, para este pensador, é aquela em que
suas normas verdadeiramente regulam o processo político em nome da efetividade, há
uma simbiose entre a constituição e a sociedade. Por outro lado, a constituição nominal
seria aquela que, embora juridicamente válida, a dinâmica do processo político ainda
não se adapta a suas normas, carecendo, assim, de realidade existencial. Semântica seria
aquela constituição em que há mera formalização da situação existente entre os
detentores do poder político em benefício exclusivo do poder de fato.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
O art. 125, § 2º, da Constituição Federal estabelece como parâmetro para o controle
abstrato de constitucionalidade no âmbito dos Estados-membros as normas da
Constituição Estadual, e os atos confrontados em face dela são as leis ou atos
normativos municipais ou estaduais. O parâmetro do controle de constitucionalidade
referido no art. 125, § 2º, da Lei Maior não abrange as Leis Orgânicas dos Municípios.
No Distrito Federal, que é regido por Lei Orgânica, conforme dispõe o art. 32 da
Constituição Federal, há controle de constitucionalidade concentrado a ser exercido
perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
RESPOSTA: C
35
COMENTÁRIOS
Criada no final do século XIX por Georg Jellinek, importante jurista e filósofo, a Teoria
dos Quatro Status de Jellinek indica quatro posições que um indivíduo pode ficar frente
ao Estado. São elas: passiva, ativa, negativa e positiva. Foi a partir destes status que
surgiram as espécies de direitos fundamentais mais frequentemente expostas pelos
juristas: os direitos de liberdade, ou direitos de defesa, os direitos a prestações ou
direitos cívicos e, para alguns, os direitos de participação.
STATUS PASSIVO: (É o caso da questão) Também conhecida como status subjectionis, é
uma posição em que o indivíduo se encontra subordinado aos Poderes Públicos, sendo
detentor de deveres com o mesmo. Isso quer dizer que o Estado pode submeter o
indivíduo às suas ordens. Exemplo: as leis que indicam determinada proibição. STATUS
ATIVO: Também conhecido como status activus civitatis, é aquela em que o cidadão
exerce seus direitos políticos. Assim, existe a possibilidade de o indivíduo interferir na
vontade do Estado. Exemplo: o direito ao voto. STATUS NEGATIVO: Também conhecido
como status libertatis, indica a liberdade do indivíduo em relação ao Estado, podendo
agir, em algumas situações, livre da atuação do Poder Público. Exemplo: a liberdade de
expressão – exceto as proibições do status passivo. STATUS POSITIVO: Também
conhecido como status civitatis, é a possibilidade de o indivíduo exigir do Estado alguma
prestação, devendo o Poder Público agir de forma positiva em favor desse indivíduo.
Exemplo: a possibilidade de o indivíduo exigir, por exemplo, direito à saúde.
50. A Constituição da República adotou o federalismo como forma de Estado.
Considerando os aspectos relevantes sobre o tema, assinale a alternativa que se
coaduna com o regramento constitucional da matéria.
(A) A União é entidade federativa autônoma em relação aos Estados e Municípios,
cabendo-lhe exercer atribuições de soberania do Estado brasileiro.
(B) A mera tentativa de secessão de Estado-membro não enseja a decretação de
intervenção federal.
(C) Os princípios federais extensíveis subdividem-se em normas de competência e
normas de preordenação.
(D) Os Estados que ingressam na federação possuem plena autonomia política.
(E) O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo não está expressamente
consagrado na Constituição Federal.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 18 da CF/88, a organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição. Esta autonomia, segundo doutrina
nacional, diz respeito à autogestão administrativa, financeira e legislativa. Cada uma
destas pessoas, segundo a CF, possui competência de autogerência, com determinações 36
específicas para legislar conforme as matérias.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A doutrina e jurisprudência são uníssonas em conceituar o art. 34, VI como princípios
constitucionais sensíveis. De acordo com o caput deste artigo a União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal, exceto para assegurar a observância dos seguintes
princípios constitucionais: forma republicana, sistema representativo e regime
democrático; direitos da pessoa humana; autonomia municipal; prestação de contras da
administração pública direta e indireta; aplicação do mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e serviços públicos de saúde.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Nos termos da Súmula n. 209 do STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar
prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Art. 49. É da competência EXCLUSIVA DO CONGRESSO NACIONAL: I - resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da
República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados
os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente
da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV -
aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou
suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados
Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - fixar
os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IX - JULGAR ANUALMENTE as contas
prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos
planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas,
os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela
preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de
rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da
União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV
- autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a
exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas
minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com
área superior a dois mil e quinhentos hectares. XVIII - decretar o estado de calamidade
38
pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G
desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
54. Nos termos do artigo 139 da Constituição do Estado de São Paulo, a Segurança
Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Considerando os preceitos decorrentes deste comando normativo, assinale a
alternativa correta.
(A) A remoção de integrante da carreira de delegado de polícia poderá ocorrer mediante
manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia Civil.
(B) A Polícia Civil é força auxiliar, reserva do Exército Brasileiro.
(C) A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia
Legislativa.
(D) À Polícia Civil incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária, de polícia ostensiva e a de apuração de infrações penais, exceto as militares.
(E) O Delegado-Geral da Polícia Civil será nomeado pelo Governador do Estado dentre
quaisquer dos integrantes da carreira.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A fundamentação está prevista no art. 140 da CE do Estado de São Paulo. Vamos à
leitura, com destaques do Curso Mege.
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida por delegados de polícia de
carreira, bacharéis em Direito, incumbe, ressalvada a competência da União, as funções
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. §1º - O
Delegado-Geral da Polícia Civil, integrante da última classe da carreira, será nomeado
pelo Governador do Estado e deverá fazer declaração pública de bens no ato da posse
e da sua exoneração. §2º - Aos integrantes da carreira de delegado de polícia fica
assegurada, nos termos do disposto no art. 241 da Constituição Federal, isonomia de
vencimentos. §3º - A remoção de integrante da carreira de delegado de polícia
somente poderá ocorrer mediante pedido do interessado ou manifestação favorável
do Colegiado Superior da Polícia Civil, nos termos da lei. §4º - Lei Orgânica e Estatuto
disciplinarão a organização, o funcionamento, os direitos, deveres, vantagens e regime
de trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes, servidores especiais, assegurado na
estruturação das carreiras o mesmo tratamento dispensado, para efeito de
escalonamento e promoção, aos delegados de polícia, respeitadas as leis federais
concernentes. §5º - Lei específica definirá a organização, funcionamento e atribuições
da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, que será dirigida, alternadamente,
por perito criminal e médico legista, sendo integrada pelos seguintes órgãos: I - Instituto
de Criminalística; II - Instituto Médico Legal.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de
ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a
garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do
ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
56. À luz da Constituição Federal, da doutrina pátria e do entendimento
jurisprudencial consolidado, tendo em vista os mecanismos de proteção dos direitos
fundamentais em procedimentos investigatórios comandados por delegados de
polícia, é correto afirmar que
(A) a autoridade policial pode negar vista do inquérito policial ao indiciado ou ao seu
defensor, em feito que tramita sob segredo de justiça.
(B) é possível que a autoridade policial impeça o acesso aos autos do inquérito policial
por um dos interessados, objetivando assegurar o direito à intimidade dos demais
investigados.
(C) a liberdade de informação jornalística legitima a utilização de informações sigilosas,
obtidas por meios ilícitos, sobre inquéritos policiais em andamento.
(D) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
constantes de inquérito policial, incluídas as informações concernentes a diligências
investigatórias pendentes.
(E) o fornecimento recíproco de dados investigatórios e o intercâmbio de informações
entre a Polícia Federal e as polícias estaduais são medidas que se legitimam em face do
modelo constitucional de federalismo cooperativo.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
40
O fundamento está contido em julgado do STF datado de 2014: RHC 116.002, rel. Min.
Celso de Mello. Vamos à leitura do trecho: Cabe salientar que a mútua cooperação entre
organismos policiais, o intercâmbio de informações, o fornecimento recíproco de dados
investigatórios e a assistência técnica entre a polícia federal e as polícias estaduais, com
o propósito comum de viabilizar a mais completa apuração de fatos delituosos
gravíssimos, notadamente naqueles casos em que se alega o envolvimento de policiais
militares na formação de grupos de extermínio, encontram fundamento, segundo
penso, no próprio modelo constitucional de federalismo cooperativo (RHC 116.000/GO,
rel. min. Celso de Mello), cuja institucionalização surge, em caráter inovador, no plano
de nosso ordenamento constitucional positivo, na CF de 1934, que se afastou da fórmula
do federalismo dualista inaugurada pela Constituição republicana de 1891, que
impunha, por efeito da outorga de competências estanques, rígida separação entre as
atribuições federais e estaduais. [RHC 116.002, rel. min. Celso de Mello, j. 12-3-2014,
dec. monocrática, DJE de 17-3-2014.]
MÓDULO V
DIREITOS HUMANOS
57. Nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que
(A) não possui qualquer previsão no que concerne à liberdade de reunião.
(B) determina que todos podem reunir-se, com ou sem armas, em locais abertos ao
público ou não.
(C) determina que todos podem reunir-se, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização.
(D) determina que todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação
pacífica.
(E) determina que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Segundo o art. 21 da DUDH, o direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício
desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam
necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da
segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
direitos e as liberdades das demais pessoas.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O artigo 14 da CADH traz o direito à vida como fundamental aos direitos humanos, assim
prevendo: 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve
ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente. 2. Nos países que não houverem abolido a pena de
morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de
sentença final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleça tal
pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua
aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente. 3. Não se pode restabelecer a
pena de morte nos Estados que a hajam abolido. 4. Em nenhum caso pode a pena de
morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns conexos com delitos
políticos. 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da
perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
mulher em estado de gravidez. 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar
anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os
casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de
decisão ante a autoridade competente.
RESPOSTA: C
42
COMENTÁRIOS
A alternativa correta é alto explicativa, estes são os sistemas regionais: interamericano,
europeu e africano; sendo as Nações Unidas um sistema universal.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
As Regras mínimas para o tratamento de reclusos se aplicam a todos as pessoas sem
discriminação; portanto, as necessidades e realidades específicas dessa população,
incluindo mulheres presas, devem ser tomadas em consideração na sua aplicação. As
Regras, adotadas há mais de 50 anos, não projetavam, contudo, atenção suficiente às
necessidades específicas das mulheres. Com o aumento da população presa feminina
ao redor do mundo, a necessidade de trazer mais clareza às considerações que devem
ser aplicadas no tratamento de mulheres presas adquiriu importância e urgência.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
De acordo com a Declaração em comento, art. 2º: 1. Cada Estado tem a responsabilidade
e o dever primordiais de proteger, promover e tornar efectivos todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais, nomeadamente através da adopção das medidas
necessárias à criação das devidas condições nas áreas social, económica, política e
outras, bem como das garantias jurídicas que se impõem para assegurar que todas as 44
pessoas sob a sua jurisdição, individualmente e em associação com outras, possam gozar
na prática esses direitos e liberdades; 2. Cada Estado deverá adoptar as medidas
legislativas, administrativas e outras que se revelem necessárias para assegurar que
os direitos e liberdades referidos na presente Declaração são efectivamente
garantidos.
63. Nos termos da Declaração dos Princípios Básicos de Justiça Relativos às Vítimas da
Criminalidade e de Abuso de Poder (1985), assinale a alternativa correta.
(A) Uma pessoa pode ser considerada como “vítima”, no quadro da presente
Declaração, somente se o autor for identificado, preso, processado ou declarado
culpado, sendo excluído do termo “vítima” a família próxima.
(B) Os Governos devem reexaminar as respectivas práticas, regulamentos e leis, de
modo a fazer da restituição uma sentença possível nos casos penais, para além das
outras sanções penais.
(C) Entendem-se por “vítimas” as pessoas que, individual ou coletivamente, tenham
sofrido um prejuízo, nomeadamente um atentado à sua integridade física, excluindo-se
deste conceito as perdas meramente materiais.
(D) Os autores de crimes ou os terceiros responsáveis pelo seu comportamento devem,
obrigatoriamente, reparar de forma equitativa o prejuízo causado às vítimas, que inclui
como itens obrigatórios a restituição de bens e a indenização pelo prejuízo e, facultativo,
o reembolso das despesas da vitimização.
(E) Em todos os casos em que sejam causados graves danos ao ambiente, a restituição
deve incluir, obrigatoriamente, a reabilitação do ambiente, a reposição das
infraestruturas, a substituição dos equipamentos coletivos e o reembolso das despesas
de reinstalação.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O fundamento desta questão, também, está nos estritos dispostos na legislação
correlata. Vamos à leitura: OBRIGAÇÃO DE RESTITUIÇÃO E DE REPARAÇÃO. 8. Os
autores de crimes ou os terceiros responsáveis pelo seu comportamento devem, se
necessário, reparar de forma equitativa o prejuízo causado às vítimas, às suas famílias
ou às pessoas a seu cargo. Tal reparação deve incluir a restituição dos bens, uma
indemnização pelo prejuízo ou pelas perdas sofridos, o reembolso das despesas feitas
como consequência da vitimização, a prestação de serviços e o restabelecimento dos
direitos. 9. Os Governos devem reexaminar as respectivas práticas, regulamentos e
leis, de modo a fazer da restituição uma sentença possível nos casos penais, para além
das outras sanções penais. 10. Em todos os casos em que sejam causados graves danos
ao ambiente, a restituição deve incluir, na medida do possível, a reabilitação do
ambiente, a reposição das infraestruturas, a substituição dos equipamentos coletivos e
o reembolso das despesas de reinstalação, quando tais danos impliquem o
desmembramento de uma comunidade. 11. Quando funcionários ou outras pessoas,
agindo a título oficial ou quase oficial, tenham cometido uma infracção penal, as vítimas
devem receber a restituição por parte do Estado cujos funcionários ou agentes sejam 45
responsáveis pelos prejuízos sofridos. No caso em que o Governo sob cuja autoridade
se verificou o ato ou a omissão na origem da vitimização já não exista, o Estado ou o
Governo sucessor deve assegurar a restituição às vítimas.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Segundo o art. 23 do presente Tratado, qualquer pessoa condenada só poderá ser
punida em conformidade com as disposições do presente Estatuto. Trata-se da regra
nulla poena sine lege, de aplicação ampla no ordenamento jurídico brasileiro.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 5º do Decreto Estadual citado, as Secretarias de Estado e a
Procuradoria Geral do Estado criarão, junto aos Gabinetes de seus dirigentes, Comissões
Internas de acompanhamento do Programa Estadual de Direitos Humanos.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Nos termos da Lei n. 13.874/19: Art. 4º-A É dever da administração pública e das demais
entidades que se sujeitam a esta Lei, na aplicação da ordenação pública sobre atividades
econômicas privadas: (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) I - dispensar tratamento
justo, previsível e isonômico entre os agentes econômicos; (Incluído pela Lei nº 14.195,
de 2021) II - proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em
termos subjetivos ou abstratos somente quando estes forem propriamente
regulamentados por meio de critérios claros, objetivos e previsíveis; e (Incluído pela Lei
nº 14.195, de 2021) III - observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de
infração decorrentes do exercício de atividade considerada de baixo ou médio risco.
(Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Artigo 1.º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação atentatória ou
discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero. Artigo
2.º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais e
coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, para os efeitos desta
lei: I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou
vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica; II - proibir o ingresso ou
permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao
público; III - praticar atendimento selecionado que não esteja devidamente
determinado em lei; IV - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotéis,
motéis, pensões ou similares; V - preterir, sobretaxar ou impedir a locação, compra,
aquisição, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer
finalidade; VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de demissão direta ou
indireta, em função da orientação sexual do empregado; VII - inibir ou proibir a admissão
ou o acesso profissional em qualquer estabelecimento público ou privado em função da
orientação sexual do profissional; VIII - proibir a livre expressão e manifestação de
afetividade, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos.
Artigo 3.º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de função
pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou sem fins
lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas neste Estado, que intentarem contra
o que dispõe esta lei. Artigo 4.º - A prática dos atos discriminatórios a que se refere
esta lei será apurada em processo administrativo, que terá início mediante: I -
reclamação do ofendido; II - ato ou ofício de autoridade competente; III - comunicado
de organizações não-governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.
69. Assinale a alternativa que corretamente contempla uma meta do Plano Estadual
de Enfrentamento à Homofobia e Promoção da Cidadania LGBTQI+.
(A) Informatizar os bancos de dados da DECRADI.
(B) Orientar a atuação das Polícias Civil e Militar para a efetiva prevenção aos delitos de
intolerância homofóbica – DECRADI.
(C) Criar nos documentos de registros policiais espaços para declaração facultativa de
orientação sexual e identidade de gênero.
(D) Promover ampla distribuição de material informativo para os agentes da segurança
pública.
(E) Publicar manual informativo para atuação dos agentes da segurança pública.
RESPOSTA: E
49
COMENTÁRIOS
Apresentam-se as seguintes diretrizes de ação para o enfrentamento à homofobia e
suas decorrentes manifestações de intolerância no âmbito da Secretaria da Segurança
Pública:
• Meta 1. Alterar o Registro de Ocorrências. Ação 1.1. Criar nos documentos de
registros policiais espaços para declaração facultativa de orientação sexual e
identidade de gênero.
• Meta 2. Incluir a temática da diversidade sexual nos currículos de formação e
aperfeiçoamento. Ação 2.1. Inserir a temática da diversidade sexual nas
disciplinas de “Direitos Humanos” dos currículos dos Cursos de Formação e
Aperfeiçoamento das Escolas das Policias Civil e Militar, constituindo matéria
obrigatória.
• Meta 3. Levantar dados sobre discriminações homofóbicas. Ação 3.1.
Desenvolver pesquisas, a partir dos bancos de dados da SSP, para a consolidação
de informações e estatísticas com recorte da população LGBT e especificidades
quanto aos crimes resultantes de discriminações homofóbicas. Ação 3.2.
Orientar a atuação das Polícias Civil e Militar para a efetiva prevenção aos delitos
de intolerância homofóbica - DECRADI.
• Meta 4. Ampliar a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância -
DECRADI. Ação 4.1. Ampliar o quadro de funcionários da DECRADI. Ação 4.2.
Equipar a DECRADI com os equipamentos necessários à sua melhor atuação.
Ação 4.3. Fomentar a criação de instrumento normativo que estabeleça a
obrigatoriedade de que ocorrências policiais registradas em toda e qualquer
delegacia do Estado proveniente de discriminação homofóbica seja informada
para a DECRADI a fim de atualizar o banco de dados sobre crimes decorrentes de
homofobia. Ação 4.4. Criar a Central de Inteligência da DECRADI destinada ao
mapeamento das ocorrências de intolerância em todo o Estado. Ação 4.5.
Informatizar os bancos de dados da DECRADI.
• Meta 5. Publicar manual informativo para atuação dos agentes da segurança
pública. Ação 5.1. Elaborar e publicar manual didático-pedagógico com
orientações acerca da melhor abordagem e tratamento à população LGBT,
considerando as suas peculiaridades. Ação 5.2. Promover ampla distribuição de
material informativo para os agentes da segurança pública.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
DO PROGRAMA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA MULHER. Artigo 35 - Fica
instituído o Programa de Combate à Violência Contra Mulher, com a finalidade de
prestar assistência à saúde física e mental das mulheres vítimas de violência. Artigo 36
- O programa será executado pela Secretaria da Saúde, em cooperação com o Conselho
da Condição Feminina do Estado de São Paulo, e integrado pelos órgãos e entidades
da administração estadual. Artigo 37 - Fica criado Grupo de Trabalho com a
incumbência de articular as medidas necessárias à implantação do programa instituído
por esta lei. Parágrafo único - O grupo será integrado por representantes dos órgãos e
entidades envolvidos no programa, designados pelo Governo do Estado.
MÓDULO VI
DIREITO ADMINISTRATIVO
71. Considere que a Assembleia Legislativa aprovou lei que concede adicional a
militares, em função da dedicação completa e exclusiva à corporação. O adicional foi
escalonado em valores diversos e progressivos, de acordo com os graus hierárquicos
ocupados pelos agentes. Um dos militares que integra categoria localizada em posição
inferior na estrutura hierárquica propôs ação solicitando a concessão do benefício no
valor máximo. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e tendo
por base a situação hipotética, é correto afirmar que
(A) o reajuste, quando não tiver por base o desempenho de atribuição específica, deve
ser interpretado como revisão geral de remuneração e estendido a todos os militares.
(B) a gradação definida em lei deve ser respeitada, pois não fere o princípio da isonomia,
considerando-se o próprio escalonamento da carreira militar e o nível de atribuições e
responsabilidades de cada posto ocupado.
(C) o pedido será deferido, tendo em vista que a dedicação completa e exclusiva à
corporação é característica de todos os militares e, portanto, o reajuste no percentual
máximo deve ser conferido a todos os integrantes da corporação.
(D) os princípios da hierarquia e disciplina, que estruturam a organização das Forças
Armadas, não podem ser levados em consideração para fins de definição da estrutura
remuneratória, especialmente se o adicional possuir natureza indenizatória.
(E) embora a concessão de gratificações da mesma natureza não possa ser realizada de
forma escalonada pelo legislador, considerando exclusivamente o nível hierárquico do
servidor público, o Poder judiciário não pode conceder o benefício com base no princípio 51
da isonomia.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O Supremo Tribunal Federal há muito consolidou o entendimento segundo o qual não
cabe ao Poder Judiciário conceder benefícios a servidores públicos sob a égide do
princípio da isonomia, sendo inquestionável a necessidade de lei específica para tanto,
nos termos do art. 39, § 1º, da Constituição Federal. (...) Assim, prima facie, depreende-
se configurado o fumus boni iuris diante da impossibilidade de que o Poder Judiciário
promova aumento salarial a servidor público com base no princípio da isonomia. De
outra parte, também entendo estar presente o periculum in mora, dado o fundado
receio de que a decisão ora combatida venha a produzir efeitos de cunho executivo,
incorrendo em prejuízos aos cofres públicos. [Rcl 25.460 MC, rel. min. Edson Fachin, dec.
monocrática, j. 31-3-2017, DJE 69 de 6-4-2017.]. Note que na questão o enunciado já
deixa claro que há lei específica aplicando o adicional, desta feita, sendo material e
formalmente constitucional.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Segundo o STF, em regra, é inconstitucional a imposição de sigilo a processos
administrativos sancionadores, instaurados por agências reguladoras contra
concessionárias de serviço público, isso porque: a regra no regime democrático
instituído pela CF/88 é a publicidade dos atos estatais, sendo o sigilo absolutamente
excepcional; a CF afasta a publicidade somente em duas hipóteses – informações cujo
sigilo seja indispensável à segurança do Estado e da sociedade e proteção à intimidade,
honra e imagem das pessoas; essas exceções constitucionais devem ser interpretadas
de modo restritivo, sob pena de violação ao princípio da proporcionalidade; o STF deve
se manter vigilante na defesa da publicidade estatal, pois retrocessos à transparência 52
público têm sido recorrentes. Por conta disso, o art. 78-B da Lei 10.233/2001 foi
declarado inconstitucional.
73. Com base na Lei no 14.133/21, a respeito das infrações e sanções administrativas
praticadas em licitações e contratações públicas, assinale a alternativa correta.
(A) A prescrição da pena administrativa ocorrerá em cinco anos, a contar da prática do
ilícito, e tem como hipótese de interrupção a celebração de acordo de leniência.
(B) A pena de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar não poderá ser
cumulada com a pena de multa.
(C) Para a reabilitação de pessoa jurídica punida pela apresentação de declaração ou
documentação falsa exigida para o certame será necessária a implantação ou
aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável.
(D) A personalidade jurídica deverá ser desconsiderada, mediante a instauração de
processo judicial que evidencie o uso da pessoa jurídica para facilitar, encobrir ou
dissimular a prática de atos ilícitos previstos em lei.
(E) A aplicação da pena de multa requer a instauração de processo de responsabilização,
a ser conduzido por comissão composta por dois ou mais servidores estáveis.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A resposta está contida no art. 165 da Lei n. 14.133/21. Vamos à leitura, com destaques
do Curso Mege. Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a
própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, CUMULATIVAMENTE: I -
reparação integral do dano causado à Administração Pública; II - pagamento da multa;
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de
impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no
caso de declaração de inidoneidade; IV - cumprimento das condições de reabilitação
definidas no ato punitivo; V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo
quanto ao cumprimento dos requisitos definidos neste artigo. Parágrafo único. A sanção
pelas infrações previstas nos incisos VIII e XII do caput do art. 155 desta Lei exigirá,
como condição de reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou
aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável.
75. Considere que um agente público praticou infração à legislação estatutária, que é
sujeita à pena de suspenção e teve contra si instaurado processo administrativo
disciplinar. O Procurador do Estado responsável pela condução do processo, por meio
de despacho fundamentado, propõe a adoção de prática autocompositiva. Com base
na situação hipotética e na Lei Complementar no 1361/21, é correto afirmar que
(A) a celebração do acordo é possível, em função da natureza da infração, e o conteúdo
das sessões restaurativas não poderá ser utilizado como prova em processo
administrativo ou judicial.
(B) é possível, além da adoção da prática autocompositiva, que as partes celebrem
Termo de Ajustamento de Conduta, desde que o agente não tenha agido com dolo ou
culpa.
(C) ainda que a prática da infração tenha gerado prejuízo ao erário, a celebração do
acordo importará na extinção da punibilidade.
(D) o encaminhamento do processo à prática autocompositiva importa na suspensão do
processo disciplinar e na interrupção do prazo prescricional.
(E) o encaminhamento do processo à prática autocompositiva pode ser realizado pelo
Procurador do Estado ou pela autoridade competente para a apuração da
irregularidade, até o momento em que encerrada a fase de instrução processual.
ESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Artigo 267-B - As práticas autocompositivas, a serem regulamentadas por decreto, serão
orientadas pelos princípios da voluntariedade, corresponsabilidade, reparação do dano,
confidencialidade, informalidade, consensualidade e celeridade, observado o seguinte:
I - as sessões serão conduzidas por facilitador de justiça restaurativa ou mediador
devidamente capacitado e realizadas em ambiente adequado que resguarde a 54
privacidade dos participantes e a confidencialidade de suas manifestações; II - a
participação do funcionário será voluntária e a eventual recusa não poderá ser
considerada em seu desfavor. § 1 º - São práticas autocompositivas a mediação, a
conciliação, os processos circulares e outras técnicas de justiça restaurativa. § 2º- Para
aplicação das práticas autocompositivas, é necessário que as partes reconheçam os
fatos essenciais, sem que isso implique admissão de culpa em eventual sindicância ou
processo administrativo. § 3º - O conteúdo das sessões restaurativas é sigiloso, não
podendo ser utilizado como prova em processo administrativo ou judicial.”
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A banca cobrou o expresso no art. 12 da LIA. Vamos à leitura, com destaques do Curso
Mege. Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se
efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito
às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada OU cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - na
hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA, suspensão dos direitos políticos até 14
(catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze)
anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - na hipótese do art. 10 desta Lei,
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA, suspensão dos direitos políticos até 12
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de
contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou 55
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021) III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de
até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição
de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021) § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos
I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza
que o agente público ou político detinha com o poder público na época do
cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste
artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as
circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
77. Considere que a União expediu um Decreto que autoriza Ministros de Estado a, em
caso de greve, celebrar convênios com Estados e Municípios para realizar o
compartilhamento de atividades, visando garantir a continuidade dos serviços
públicos. Considerando a situação hipotética e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, é correto afirmar que
(A) o Decreto é desnecessário, pois o exercício do direito de greve, por servidores civis,
somente será possível depois de expedida lei complementar que defina os termos e os
limites para o seu exercício.
(B) o Decreto não pode ser aplicado de forma irrestrita, ficando autorizada a sua
utilização no caso em que se busque viabilizar a manutenção de serviços públicos
essenciais, na forma da lei.
(C) o Decreto é inconstitucional, pois a atribuição de função pública a terceiro somente
pode ser realizada mediante o provimento de cargo, por meio da realização de concurso
público.
(D) o Decreto é válido e pode ser aplicado de forma irrestrita, pois não fragiliza o
exercício do direito fundamental à realização de greve, mas busca conferir solução
administrativa aos efeitos decorrentes da paralização temporária da prestação de
serviços públicos.
(E) o Decreto não pode dispor sobre a matéria, dado que cabe à lei em sentido formal
autorizar a celebração de convênios públicos.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Segundo o Supremo, são constitucionais o compartilhamento, mediante convênio, com
estados, Distrito Federal ou municípios, da execução de atividades e serviços públicos
federais essenciais, e a adoção de procedimentos simplificados para a garantia de sua
continuidade em casos de greve, paralisação ou retardamento promovidos por
servidores públicos federais. Isso porque nessa hipótese, não se criam cargos, nem se
autoriza contratação temporária. Tampouco são delegadas atribuições de servidores 56
públicos federais a servidores públicos estaduais, ou autoriza-se a investidura em cargo
público federal sem a aprovação prévia em concurso público. A norma dispõe sobre o
compartilhamento da execução de atividade ou serviço para garantia da continuidade
do serviço público em situações excepcionais ou temporárias. Essa medida é encerrada
quando a greve, paralisação ou retardamento são encerrados.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Segundo Alexandre de Moraes, “a responsabilidade objetiva do risco administrativo
exige a ocorrência dos seguintes requisitos: ocorrência do dano, ação ou omissão
administrativa, existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão
administrativa e ausência de causa excludente da responsabilidade estatal”. Não há,
assim, qualquer menção à licitude ou ilicitude da ação ou da omissão estatal; a
ocorrência de dano, por sua vez, é estritamente necessária. Yussef Said Cahali, por sua
vez, afirma que, “tradicionalmente, tal responsabilidade compreende a reparação dos
danos causados pelos atos ilícitos, não abrangendo, desse modo, a indenização devida
em decorrência de atividade legítima do Poder Público, como sucede nos casos de
desapropriação, de requisição, de execução compulsória de medidas sanitárias; embora
seja certo que, atualmente, aquela responsabilidade desfrute de maior amplitude, para
compreender também os danos injustos causados por uma atividade lícita da
Administração”. Segue o autor, afirmando que “a distinção é proveitosa, de forma que
a doutrina tende a vislumbrar o instituto do ressarcimento verdadeiro e próprio, diverso
do instituto da indenização dos danos legitimamente provocados; abrange esta os danos
causados em razão do sacrifício de direitos particulares, mas por força do exercício de
uma faculdade concedida em lei ao Poder Público; e reservando-se aquela para os casos
de responsabilidade por danos ilegítimos, de atividade lesiva de direito de terceiros”
79. De acordo com a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Lei
Complementar no 207/79), o Delegado Geral de Polícia poderá aplicar, como punição
disciplinar, a pena de
(A) suspensão. 57
(B) cassação de aposentadoria.
(C) demissão a bem do serviço público.
(D) disponibilidade.
(E) demissão.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Segundo o art. 67 - São penas disciplinares principais: I - advertência; II - repreensão; III
- multa; IV - suspensão; V - demissão; VI - demissão a bem do serviço público; VII -
cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Artigo 68 - Constitui pena disciplinar a
remoção compulsória, que poderá ser aplicada cumulativamente com as penas previstas
nos incisos II, III e IV do artigo anterior quando em razão da falta cometida houver
conveniência nesse afastamento para o serviço policial. Parágrafo único - Quando se
tratar de Delegado de Polícia, para a aplicação da pena prevista neste artigo deverá ser
observado o disposto no artigo 36, inciso IV.
80. Uma empresa pública realizou licitação com vistas a contratar equipamentos de
escritório, que deverão ser disponibilizados a seu pessoal, que se encontra em regime
de trabalho remoto (home office). Foram adquiridos computadores e impressoras,
que permanecerão de propriedade da entidade, mas poderão ser utilizadas pelos
funcionários em suas residências, dado o novo regime de trabalho adotado pela
entidade. O Tribunal de Contas instaurou procedimento para apurar a validade da
contratação. Com base na situação hipotética, na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal e na Lei no 13.303/16, é correto afirmar que
(A) a apuração somente poderá ser realizada se a empresa tiver como objeto a prestação
de serviços públicos.
(B) na realização da atividade fiscalizatória, o Tribunal de Contas deverá ter acesso
irrestrito aos documentos e às informações necessárias a realização dos trabalhos,
excluídos os classificados como sigilosos.
(C) a instauração do procedimento não é válida, pois a Constituição Federal somente
autoriza a apuração de contas dos administradores de bens e valores públicos.
(D) a estatal, independentemente do seu objeto, estará sujeita ao controle do Tribunal
de Contas, desde que a medida não implique em interferência na gestão da empresa.
(E) o Tribunal de Contas não poderá investigar a contratação, caso a empresa pública
esteja domiciliada no exterior.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Inicialmente, segundo o art. 87 da Lei n. 13.303/16 que regula as estatais: Art. 87. O
controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por
esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas
competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as 58
sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da
regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição. § 1º Qualquer
cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data
fixada para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. § 2º
Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao
tribunal de contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. § 3º Os
tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão
solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira,
orçamentária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de
economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os
jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse
exame, lhes forem determinadas. Por fim, de acordo com o art. 90, as ações e
deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na gestão
das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem
ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas.
81. De acordo com a Lei no 10.621/68 (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de
São Paulo), assinale a alternativa correta.
(A) A posse deverá verificar-se no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
publicação do ato de provimento do cargo, podendo ser prorrogado por igual período,
a requerimento do interessado.
(B) O servidor preso em flagrante, preventiva ou temporariamente, ou pronunciado será
considerado afastado do exercício do cargo, sem prejuízo da remuneração, até a
condenação ou absolvição transitada em julgado.
(C) As reposições devidas pelo funcionário e as indenizações por prejuízos que causar à
Fazenda Pública Estadual serão descontadas em parcelas mensais não excedentes a 25%
do vencimento ou da remuneração.
(D) A reintegração é o reingresso no serviço público, decorrente da decisão judicial
passada em julgado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do afastamento,
inclusive com o pagamento das verbas de natureza indenizatória.
(E) Considera-se como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, os dias em que
o funcionário estiver afastado do serviço em virtude de faltas abonadas, observados os
limites previstos em lei.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Artigo 49 - A posse verificar-se-á mediante a assinatura de termo em que o funcionário
prometa cumprir fielmente os deveres do cargo. Parágrafo único - O termo será lavrado
em livro próprio e assinado pela autoridade que der posse. Artigo 50 - A posse poderá
ser tomada por procuração quando se tratar de funcionário ausente do Estado, em
comissão do Governo ou, em casos especiais, a critério da autoridade competente.
Artigo 51 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de responsabilidade, 59
se foram satisfeitas as condições estabelecidas, em lei ou regulamento, para a
investidura no cargo. Artigo 52 - A posse deverá verificar-se no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da data da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial. § 1º -
O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado por mais 30 (trinta) dias, a
requerimento do interessado. § 2º - O prazo inicial para a posse do funcionário em férias
ou licença, será contado da data em que voltar ao serviço. § 3º - Se a posse não se der
dentro do prazo, será tornado sem efeito o ato de provimento.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que os "entes da federação não
podem cobrar retribuição pecuniária pela utilização de vias públicas, inclusive solo,
subsolo e espaço aéreo para a instalação de equipamentos destinados à prestação de
serviço público, ressalvada a hipótese em que é autorizada às concessionárias cobrar
das concessionárias de serviço público pelo uso da faixa de domínio para passagem
subterrânea de cabos e dutos, nos termos do art. 11 da Lei 8.987/95, desde que previsto
no contrato de concessão respectivo". A 1ª Seção desta Corte, no julgamento do EREsp
n. 985.695/RJ, da relatoria do Ministro Humberto Martins, julgado em 26. 11.14,
publicado no DJe 12.12.14, firmou entendimento de que poderá o poder concedente,
na forma do art. 11 da Lei 8.987/95, prever, em favor da concessionária, no edital de
licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, para
favorecer a modicidade das tarifas. Verifico que o acórdão recorrido está em confronto
com a orientação desta Corte, assim espelhada: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CONCESSÃO. RODOVIA. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA. COBRANÇA PELO USO DE FAIXA DE DOMÍNIO. ART. 11 DA LEI 8.987/95.
POSSÍVEL DESDE QUE PREVISTA NO CONTRATO. CASO SOB ANÁLISE. PREVALÊNCIA DA 60
DISPOSIÇÃO LEGAL. MANUTENÇÃO DO ENTENDIMENTO DA PRIMEIRA SEÇÃO
EXPLICITADO NO ACÓRDÃO PARADIGMA. PROVIMENTO. 1. Cuida-se de embargos de
divergência interpostos contra acórdão que consignou não ser possível - no caso - a
cobrança de concessionária de distribuição energia elétrica pelo uso da faixa de domínio
de rodovia concedida, em razão da existência do Decreto n. 84.398/80. 2. É trazido
paradigma da Primeira Seção no qual foi apreciado caso similar, quando se debateu a
extensão interpretativa do art. 11 da Lei n. 8.987/95 ( Lei de Concessões e Permissões)
e a possibilidade de cobrança pelo uso de rodovia por outras empresas concessionárias.
3. No acórdão paradigma está firmado que o art. 11 da Lei n. 8.987/95 autoriza a
cobrança de uso de faixas de domínio, mesmo por outra concessionária de serviços
públicos, desde que haja previsão no contrato de concessão da rodovia, em atenção à
previsão legal. 4. Deve prevalecer o entendimento firmado pela Primeira Seção, que se
amolda com perfeição ao caso: "Poderá o poder concedente, na forma do art. 11 da Lei
n. 8.987/95, prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou
de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade
das tarifas. (...) No presente caso, há a previsão contratual exigida no item VI, 31.1, da
Cláusula 31" ( REsp 975.097/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, Rel. p/ Acórdão Ministro
Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 9.12.2009, DJe 14.5.2010). (STJ - REsp:
1677414 SP 2016/0263729-3, Relator: Ministra REGINA HELENA COSTA, Data de
Publicação: DJ 05/09/2017)
83. O Contrato administrativo que tem por objetivo consentir o uso de bem público,
de forma privativa, por terceiro, com fundamento no interesse público, é considerado
como de
(A) autorização.
(B) concessão.
(C) permissão.
(D) locação.
(E) aforamento.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Segundo a Lei n. 8.987/95, concessão de serviço público é a delegação de sua prestação,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo
competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
84. Considere que o Estado constituiu uma sociedade de economia mista com o
objetivo de prestar o serviço de trânsito e transporte no local, para quem conferiu o
poder de aplicar multas pelo cometimento de infrações de trânsito. Tendo por base a
situação hipotética, a teoria do poder de polícia e a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.
61
(A) A aplicação de sanções pela empresa estatal não envolve a aplicação do poder de
polícia, dado que este pressupõe a existência de uma relação de sujeição especial entre
a entidade e o sujeito destinatário da sanção.
(B) Caso o serviço seja prestado de forma não concorrencial, a entidade poderá aplicar
sanções, dada a atração do regime jurídico de direito público.
(C) Por tratar-se de entidade que conta, necessariamente, com a participação de
privados na composição de seu capital social, a ela não poderá ser conferido o poder de
aplicar sanções.
(D) O poder de polícia pode ser conferido a qualquer entidade que integre a
Administração Indireta, independentemente do seu objeto social.
(E) Às entidades de direito privado, de acordo com a ideia de que o poder de polícia se
divide em ciclos, somente pode ser conferido o poder de ordem e de fiscalização.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de
direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação
própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996).
MÓDULO VII
MEDICINA LEGAL
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
62
A cada ano, cerca de 8 mil pessoas morrem em decorrência do uso de drogas lícitas e
ilícitas no Brasil. Um estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) aponta que, entre 2006 e 2010, foram contabilizados 40,6 mil óbitos causados
por substâncias psicoativas. O álcool aparece na primeira colocação entre as causas,
sendo responsável por 85% dessas mortes. É nesse segmento que o Paraná se destaca
negativamente, sendo o estado detentor da quarta maior média de óbitos nesse
período. Para elaborar o estudo, a CNM coletou dados do Sistema de In--formações
sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, que reúne e consolida os óbitos no
território brasileiro conforme os locais da ocorrência e de residência do indivíduo. De
acordo com o levantamento, as 40.692 pessoas morreram no Brasil vítimas do uso de
substâncias como álcool, fumo e cocaína. E os dados podem estar subestimados,
conforme a própria confederação, devido à complexidade de registros no SIM e pelo
fato de não serem contabilizadas mortes causadas indiretamente pelo uso de drogas,
como acidentes de trânsito e doenças crônicas. No estudo foram contabilizadas mortes
em decorrência de envenenamento (intoxicação), transtornos mentais e
comportamentais Grande parte das mortes contabilizadas no estudo, 34,5 mil,
ocorreram em decorrência do uso de álcool. Somente no Paraná, foram 2.338 vítimas.
É o estado com o quarto maior índice em proporção à população, ficando atrás somente
de Minas Gerais, Ceará e Sergipe. Dois municípios paranaenses aparecem na r elação
das dez maiores médias do país. São José das Palmeiras, na Região Sudoeste, é o sétimo
com um índice de 0,304, enquanto Antônio Olinto, no Centro-Sul, vem a seguir, com
0,294.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A fundamentação está contida do CP, art. 129, §2º, que segundo a doutrina e
jurisprudência contém a definição de lesão corporal de natureza gravíssima. São as
seguintes hipóteses: incapacidade permanente para o trabalho; enfermidade incurável;
perda ou inutilização do membro, sentido ou função; deformidade permanente; e,
aborto.
87. A Lei no 9.434/97 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo
humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Em relação
às sanções penais e administrativas dessa Lei, é correto afirmar que
(A) comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano são crimes graves,
com pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa de 100 a 200 dias-multa.
(B) se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro
motivo torpe, a pena de reclusão é de oito a doze anos e multa de 300 a 450 dias-multa.
(C) deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento,
ou retardar sua entrega aos familiares é passível de pena de detenção de um a seis
meses.
(D) realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo
humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos
dessa Lei é punível com pena de reclusão de quatro a oito anos e multa de 200 a 360
dias-multa.
(E) remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo
com as disposições dessa Lei, é punível com pena de reclusão de dois a seis anos e multa
de 100 a 360 dias-multa.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Vamos aos tipos penais que denotam o crime cobrado pela VUNESP.
DAS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS
SEÇÃO I
Dos Crimes
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Equimoses viscerais (ou Manchas de Tardieu): Equimoses puntiformes dos pulmões e
do coração. São pequenas e localizam-se geralmente sobre a pleura visceral, no
pericárdio, no pericrânio e, em crianças, no timo. São manchas de tonalidade violácea,
de número variável, esparsas ou em aglomerações. São mais comuns na infância e na
adolescência.
DIREITO CIVIL
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A fundamentação encontra-se na Jurisprudência em Teses do STJ, especificamente a que
trata do tema UNIÃO ESTÁVEL. Vamos à tese: A valorização patrimonial dos imóveis ou
das cotas sociais de sociedade limitada, adquiridos antes do início do período de
convivência, não se comunica, pois não decorre do esforço comum dos companheiros,
mas de mero fator econômico. Precedentes: REsp 1349788/RS, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 29/08/2014; REsp
1173931/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado
em 22/10/2013, DJe 28/10/2013; REsp 1357432/ SC (decisão monocrática), Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, julgado em 30/06/2015, DJe 03/08/2015 (VIDE
INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA. 533).
90. Tício, mediante ameaça, se apossou do terreno que era possuído por Caio de forma
mansa, pacífica e com animus domini há mais de 30 (trinta) anos. Caio, utilizando-se
de sua própria força, e apenas dos meios indispensáveis, imediatamente ao esbulho
praticado por Tício, restituiu-se na posse, expulsando-o do terreno. Tício, então,
ajuizou uma ação possessória contra Caio, alegando ter sido possuidor do terreno
antes da posse de Caio, por 4 (quatro) anos e possuir título de propriedade do terreno.
Por fim, Tício compareceu à delegacia de polícia, acusando Caio de ter praticado crime
de exercício arbitrário das próprias razões. Acerca do caso narrado, pode-se
corretamente afirmar que
(A) a posse é um fato que não encontra guarida no ordenamento jurídico, salvo ao
proprietário da coisa, razão pela qual, se Tício comprovar sua propriedade, Caio deve
sair do imóvel, independentemente do tempo de posse.
(B) a alegação de Tício de que é proprietário do terreno não poderia ser apresentada em
ação possessória, tendo em vista o acolhimento, pelo Código Civil, da absoluta
separação entre os juízos possessório e petitório.
(C) a conduta de Caio configura o crime de exercício arbitrário das próprias razões, pois
a lei civil veda, de forma expressa, ao possuidor esbulhado restituir-se na posse por sua
própria força.
(D) não poderá Caio, na defesa da ação possessória, alegar que adquiriu a área pela 66
usucapião em razão do tempo e da natureza de sua posse.
(E) quando mais de uma pessoa se disser possuidora, dever-se-á privilegiar o possuidor
que primeiramente possuiu a coisa, mesmo que esta não esteja na sua posse atual.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
De acordo com o Código Civil, Caio poderia se defender contra o esbulhador, e foi isso
que fez, portanto lícita sua ação. Segundo o art. 1.210 do CC, o possuidor tem direito a
ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Ainda no parágrafo 1º, o
possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Não obsta à manutenção ou
reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Dessa forma, não pode Tício valer-se deste argumento para justificar a violência
engendrada contra Caio, legítimo possuidor.
91. José e Maria casaram sob o regime da comunhão universal de bens, no ano de
1990. Agora decidiram alterar o regime de bens do casamento. Acerca do caso
narrado, assinale a alternativa correta.
(A) A modificação poderá ser realizada, desde que realizada nova habilitação, bem como
celebrado novo casamento, retificando o casamento anterior, ocasionando a
modificação do regime com efeitos ex tunc.
(B) É possível a modificação do regime mediante requerimento apresentando ao
cartório de registro civil onde celebrado o casamento, desde que o casal apresente de
forma pormenorizada a relação do acervo patrimonial, bem como publique edital para
conhecimento de eventuais interessados.
(C) Desde que realizada escritura pública no tabelião de notas, denominada pacto pós-
nupcial, é possível a alteração do regime de bens, devendo o cartório de registro civil
onde o casamento foi celebrado averbar a alteração solicitada pelo casal.
(D) O Código Civil de 1916 não previa a alteração do regime matrimonial; logo, a
despeito da previsão existente no vigente Código Civil, não poderá ocorrer a alteração
desejada pelo casal.
(E) É possível a modificação do regime desejada pelo casal mediante autorização judicial
em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos
seus bens, o que lhes aprouver. § 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a 67
vigorar desde a data do casamento. §2º É admissível alteração do regime de bens,
mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Dentre as práticas capazes de configurar a alienação parental, a legislação prevê as
seguintes:
• Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade;
• Dificultar o exercício da autoridade parental;
• Dificultar o contato da criança ou do adolescente com o genitor;
• Dificultar o exercício do direito regulamentado à convivência familiar;
• Omitir deliberadamente ao genitor informações pessoais relevantes sobre a
criança ou o adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
• Apresentar falsa denúncia contra o genitor, contra familiares deste ou contra os
avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou o
adolescente;
• Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a
convivência da criança ou do adolescente com o outro genitor, com familiares
deste ou com os avós.
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA
93. Assinale a alternativa que contempla apenas hipóteses de controle social informal.
(A) Família, Escola e Religião.
68
(B) Forças Armadas, Escola e Polícia.
(C) Escola, Administração Penitenciária e Polícia.
(D) Justiça, Religião e Ministério Público.
(E) Clubes de Serviço, Forças Armadas e Polícia.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
O controle social pode ser definido como a reunião de mecanismos e sanções sociais
imbuídos do propósito de submeter os componentes do grupo social às regras
estabelecidas para a comunidade. Pode ser formal (órgãos de Estado) ou informal
(família, opinião pública etc.). A principal forma de controle, todavia, é a informal, que
se aplica em todos os momentos da vivência em comunidade. Constatada a sua
insuficiência, o controle informal cede lugar aos mecanismos de controle formal.
94. O criminoso era um ser que pecou, que optou pelo mal, embora pudesse e devesse
escolher o bem. É correto afirmar que o enunciado se refere à Escola
(A) Positiva.
(B) Clássica.
(C) Contemporânea.
(D) de Política Criminal.
(E) Positiva Italiana.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
A Escola Clássica foi a primeira Escola Criminológica possuindo origens intrínsecas com
a antiga filosofia grega que qual sustentava ser o delito a afirmação da justiça. O
reconhecimento e, por assim dizer, a criação da Escola Clássica não se deu a partir de
um corpo teórico comum, não houve uma homogeneidade durante sua existência até
porque sua denominação parte dos representantes do positivismo criminológico (a
escola positiva), pois estes negavam o caráter científico das valorações jurídicas do
delito. O nascimento da Escola Clássica ocorreu ao fim do século XVIII, no auge do
Iluminismo, período em que se buscava, principalmente, romper paradigmas
absolutistas. Como principal ideal iluminista, tem-se: a liberdade, a igualdade e a
fraternidade. Àquela época, estudiosos como Hugo Grocius, John Locke, Rousseau e
Thomas Hobbes foram responsáveis por decifrar as origens do nascimento da sociedade
e do Estado, trazendo o conceito de “contrato social” à tona dizendo respeito ao fato
de que o indivíduo abrir mão de parte de sua liberdade individual para poder viver em
sociedade, formando assim um corpo social, em troca de segurança e proteção de sua
propriedade. O advento do Iluminismo trouxe inúmeros questionamentos em relação
ao poder absoluto exercido pelos monarcas, os quais impunham sua vontade frente a
um conjunto de súditos que não eram concebidos como sujeitos de direito. Faz-se
necessário salientar, ainda, que também foi feita uma crítica acerca do estreito liame
69
que havia entre o absolutismo estatal e a Igreja Católica, que assentia que os preceitos
morais religiosos ditassem e fundamentassem as normas jurídicas e a atuação arbitrária
do governante. Àquela época, o delito era visto como o cometimento de um pecado
religioso, já a pena, em contramão, era apontada como uma maneira de remissão da
culpa moral do criminoso, que deveria ser afligido com um mal em razão de sua
conduta indevida ora praticada. Os princípios consagrados pelo Iluminismo, que, de
determinada maneira, foram condensados no sucesso de Cesare de Beccaria, “Dos
Delitos e das Penas”, foram basilares para a formação da Escola Clássica, que significou
um amplo avanço na humanização das Ciências Penais, já que as barbáries
capitaneavam as sanções criminais no século XVIII. A partir da segunda metade desse
século, os filósofos, moralistas e juristas, dedicam suas obras a censurar abertamente
a legislação penal vigente, defendendo as liberdades do indivíduo e enaltecendo os
princípios da dignidade do homem (BITENCOURT, 2012, p. 195 e 196). Entre os
pensadores mais relevantes da Escola Penal Clássica, é possível apontar, no classicismo
italiano, Beccaria, Gaetano Filangieri, Gian Domenico Romagnosi e Giovanni
Carmignani, representantes do período teórico-filosófico; além de Francesco Carrara,
Pelegrino Rossi e Pessina, representantes do período ético-jurídico. É importante
destacar, entretanto, que Beccaria e Carrara são os nomes de maior impacto quando se
fala em Escola Clássica, sendo que o segundo, inclusive, foi quem teria descrito o que e
quem “simboliza a expressão definitiva da Escola Clássica” (BITENCOURT, 2018, p. 110).
95. Surgida no final dos anos 80, é baseada em textos de uma série de pesquisadores
e ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto à “identidade de
gênero” e “heteronormatividade”. Vem acrescentando seu discurso a uma possível
explicação do posicionamento da sociedade diante das variações comportamentais,
principalmente quanto à “identidade de gênero” e suas consequências no âmbito
criminal. É correto afirmar que o enunciado se refere à Teoria
(A) Liberal.
(B) Machista.
(C) Homofóbica.
(D) Queer.
(E) Feminista.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Um dos movimentos que tem contribuído à discussão fenomenológica do crime,
principalmente os cometidos em função de “homofobia”, é a Teoria “Queer”. Teoria
surgida no final dos anos 80, é baseada em textos de uma série de pesquisadores e
ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto “identidade de gênero” e
“heteronormatividade”. Tais movimentos trouxeram à tona as consequências da
imposição do binômio “macho/fêmea” como formas coercitivas de se viver a identidade.
Os teóricos (Judith Butler, Eve Kosofsky Sedgwick, Guacira Lopes Louro, Joshua Gamson,
dentre outros) apontam a sexualidade (assim como, a identificação humana com a 70
própria sexualidade) como meramente perfomática, mas que, adotada ritualisticamente
como parte da nossa cultura acaba por cingir-se de normatividade moral agregando
valor punitivo àqueles que a ela não se adéquam. Guacira Lopes Louro, defende que:
“Os estudos queer atacam uma repronarratividade e uma reproideologia, bases de uma
heteronormatividade homofóbica, ao naturalizar a associação entre heterossexualidade
e reprodução”. O termo queer no vernáculo inglês pode de ser traduzido adjetivamente
como “estranho, esquisito, excêntrico ou original”. Como substantivo, o termo é
associado à agressão usada contra homossexuais e na linguagem cotidiana pode ser
traduzido com importantes conotações homofóbicas: “gay, bicha, veado, boneca”[2].
A Teoria “Queer” vem acrescentando seu discurso a uma possível explicação do
posicionamento da sociedade diante das variações comportamentais, principalmente
quanto à “identidade gênero” e suas consequências no âmbito criminal. Para essa
teoria a repetição das normas que encarnam arquétipos limitados à tradicional ideia de
masculinidade e feminilidade estão ligados à estrutura heterossexual de relações
“aceitáveis” na sociedade de onde poderíamos presumir que a “homofobia” seria uma
reação a toda manifestação comportamental alheia a tais modelos.
Os avanços dessa teoria, que muito mais se apresenta como uma discussão formada
por um corpo de trabalhos acadêmicos têm, ainda que timidamente, mantido
esclarecedor o diálogo com ramos das ciências sociais que acabam por levar-lhe às
discussões jurídicas, dando nova perspectivas ao entendimento das questões sobre a
vivência da sexualidade e do gênero humano, tanto em seu aspectos puramente
jurídicos e criminológicos como no seu aspecto político: movimento emancipatório
dos processos de exclusão reiterados por uma cultura heteronormativa.
96. No julgamento da Ação Penal no 470 no Supremo Tribunal Federal, que ficou
popularmente conhecido como “Caso do Mensalão”, o Ministro Luiz Fux valeu-se
destas expressões em seu voto: “[...] o desafio na seara dos crimes do colarinho branco
é alcançar a plena efetividade da tutela penal dos bens jurídicos não individuais. Tendo
em conta que se trata de delitos cometidos sem violência, incruentos, não atraem para
si a mesma repulsa social dos crimes do colarinho azul.” Diante do exposto, no que
tange aos “crimes de colarinho branco”, para representar a situação de impunidade
provocada por omissão ou falta de comunicação e registro de condutas criminosas,
nas quais o poder político e econômico pode vir a fomentar elevado grau de
impunidade, as expressões do Ministro Luiz Fux se referem à
(A) Cifra azul.
(B) Subnotificação do colarinho prateado.
(C) Cifra dourada.
(D) Subnotificação privilegiada.
(E) Subnotificação azul.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Trata-se aqui de um subtipo da “cifra negra”. A cifra dourada espelha as infrações penais
praticadas pela elite (político-econômica) e que não são reveladas ou apuradas, 71
envolvendo “delitos do colarinho branco” (sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crimes
eleitorais etc.).
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para contar o número de células que
atendem a um critério; por exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade
específica aparece em uma lista de clientes.
Por exemplo:
▪ =CONT.SE(A2:A5;"Londres")
▪ =CONT.SE(A2:A5;A4)
98. Um usuário que navega na Internet identifica que está utilizando um protocolo de
transferência de hipertexto considerado seguro para visitar um sítio em função do
seguinte prefixo na URL do sítio:
(A) ftps://
72
(B) http://
(C) url://
(D) urls://
(E) https://
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
O protocolo de transferência de hipertexto seguro (HTTPS, na sigla em inglês) é um
protocolo de comunicação da Internet que protege a integridade e a confidencialidade
dos dados entre o computador do usuário e o site. Os usuários esperam segurança e
privacidade quando usam um site. Recomendamos que você adote o HTTPS para
proteger a conexão dos usuários ao seu site, qualquer que seja o conteúdo dele.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
3. Utilize o pincel para pintar uma seleção de texto ou de imagens para aplicar a
formatação. Esta ação só funciona uma vez. Para alterar o formato de múltiplas
seleções no documento, primeiro tem de fazer duplo clique no Pincel de
Formatação.
4. Para parar de formatar, prima Esc.
Nota: Nos gráficos, o Pincel de Formatação funciona melhor com objetos de desenho,
como as Formas Automáticas. No entanto, pode copiar a formatação de uma imagem
(como a moldura da imagem).
É possível alterar a configuração de resposta padrão que é exibida quando você abre
uma mensagem.
Observação: Caso as instruções não correspondam ao que você vê, talvez você esteja
usando uma versão mais antiga de Outlook na Web. Experimente as Instruções para o
Outlook clássico na Web.