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MATEUS DARDENGO
DARDENGO MESQUITA
MESQUITA -- CPF:
CPF: 132.846.077-06
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RESUMO 4
DOS DIREITOS HUMANOS - PARTE II
SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO
SUMÁRIO
3. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos .................................................................................... 3
3.6 Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).............................................................................................. 3
3.6.1 Atribuições ............................................................................................................................................................................................. 3
3.6.2 Requisitos de Admissibilidade de uma Petição ou Comunicação ..................................................................... 4
3.6.3 Tramitação Processual na Comissão Interamericana de Direitos Humanos ............................................ 4
3.7 Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) ............................................................................................. 9
3.8 Principais Julgados envolvendo o Brasil na Corte IDH ................................................................................................. 17
3.9 Protocolo de San Salvador ............................................................................................................................................................ 30
3.10 Protocolo Adicional para Abolição da Pena de Morte (Protocolo de Assunção) ....................................... 33
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REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................................................................. 33
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3. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos
Conforme estudado no material anterior, a CIDH foi criada em 1959 por meio da Resolução
VIII da Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores, realizada em Santiago (Chile). Desse
modo, alcançou base convencional apenas em 1967, com a elaboração do Protocolo de Buenos Aires
(1970), o qual promoveu reformas na Carta da OEA.
Com o advento da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa
Rica), a CIDH passou a exercer papel dúplice no âmbito do Sistema Interamericano de Proteção dos
Direitos Humanos: como órgão principal da OEA, encarregado de zelar pelos direitos humanos, e como
órgão da Convenção Americana.
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A escolha dos membros, eleitos a título pessoal, é feita a partir de propostas encaminhadas
pelos Estados-membros. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, nacionais
do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado membro da Organização dos Estados
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Americanos. Quando for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá ser
nacional de Estado diferente do proponente.
Os membros são eleitos para mandato 4 anos, podendo ser reeleitos apenas uma vez. Não
poderá compor a CIDH mais de um nacional do mesmo Estado.
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Atualmente, o Brasil conta com uma jurista (Flávia Piovesan) compondo a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
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3.6.1 Atribuições
São atribuições da CIDH, conferidas pela Carta da OEA, promover a observância e a defesa
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dos direitos humanos. Além disso, a Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) conferiu
à Comissão o papel de submeter casos a competência contenciosa da Corte Interamericana (papel
dúplice), após o exercício de juízo de delibação, tendo em vista que os particulares não podem
peticionar diretamente à Corte (diferentemente do que ocorre no Sistema Europeu).
Não bastasse isso, a Comissão também tem como função formular recomendações aos
governos dos Estados membros; preparar estudos e relatórios; solicitar informações dos Estados acerca
das medidas adotadas em matéria de direitos humanos; elaborar o relatório anual à Assembleia Geral
da OEA sobre o cumprimento dos deveres atribuídos aos Estados na proteção dos direitos humanos
(o relatório anual é aplicado aos Estados membros da OEA que não se submetem à jurisdição da Corte
Interamericana, sendo competência da Assembleia Geral da OEA).
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Assim, diferentemente do Sistema Europeu, no que diz respeito à Corte, apenas Estados-
partes e a Comissão têm legitimidade para submeter um caso à sua competência contenciosa (Art.
61.1 da CADH).
Os requisitos das alíneas a) e b) não são exigíveis quando a legislação interna não assegurar
o direito ao devido processo legal; quando o peticionante não tiver acesso aos recursos da jurisdição
interna ou for impedido de esgotá-los; quando houver demora injustificada na decisão dos recursos.
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Sobre as visitas in loco, é importante observar que o Governo Brasileiro, ao depositar a
carta de adesão à Convenção, utilizou-se de uma declaração interpretativa dos arts. 43 e 48, alínea “a”,
da CADH, de modo que não admitiu o direito automático de visitas e inspeções in loco por parte da
Comissão. Desse modo, é necessária prévia autorização do Estado brasileiro para tanto.
Ademais, ainda sobre o procedimento, ressalta-se que o caso poderá ser solucionado
amistosamente. Caso se chegue a solução compositiva, a Comissão redigirá um relatório,
encaminhando-o aos peticionários, aos Estados-partes e ao Secretário-Geral da OEA, para publicação.
Artigo 49.
Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as disposições
do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será
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Artigo 50.
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1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for fixado pelo
Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos
e suas conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou em parte, o
acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá agregar
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Artigo 51.
1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados interessados
do relatório da Comissão, o assunto não houver sido solucionado ou
submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado,
aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto da maioria
absoluta dos seus membros, sua opinião e conclusões sobre a questão
submetida à sua consideração.
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um prazo dentro
do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe competirem para remediar
a situação examinada.
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto da maioria
absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não medidas adequadas
e se publica ou não seu relatório.
Com efeito, cumpre destacar alguns casos envolvendo o Brasil no âmbito da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), nos quais foi alcançada solução amistosa.
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• Caso dos Meninos Emasculados do Maranhão vs. Brasil
O caso envolve uma série de homicídios perpetrados contra meninos entre 8 e 15 anos de
idade (cerca de 28 homicídios) e, mais especificamente, o desaparecimento das crianças Raniê Silva
Cruz, Eduardo Rocha da Silva e Raimundo Nonato da Conceição Filho, na cidade de Paço do Lumiar/
MA, sendo seus corpos encontrados com marcas de tortura e emasculação nos órgãos genitais.
O caso não chegou a ser levado à Corte IDH, tendo sido apreciado apenas pela CIDH.
Houve alegação de que o Estado brasileiro violou suas obrigações à luz da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos e da Declaração Americana, por não adotar medidas eficazes no tocante
a prevenção e repressão dos crimes, dentre elas os direitos à vida, proteção judicial, proteção da
criança e garantias judiciais.
Para os denunciantes, houve um atraso injustificado por parte das autoridades locais
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na busca pelas crianças, e os inquéritos policiais sobre a responsabilidade pelos crimes foram
considerados demasiado morosos e ineficazes. Destacou-se que tal fato ocorreu devido a imperícia da
polícia do Estado do Maranhão e a omissão da Polícia Federal ao intervir de forma extemporânea nas
investigações.
Tal caso representa a primeira vez que o Brasil celebrou uma solução amistosa no âmbito
da Comissão Interamericana, após a admissibilidade do caso e antes da deliberação final1. O acordo
de solução amistosa, assinado em 15 de dezembro de 2005, contempla o seguinte:
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I. Reconhecimento de Responsabilidade;
II. Julgamento e Punição dos responsáveis;
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Maria da Penha é um dos ícones de luta contra a violência doméstica. Sofreu mais de uma
tentativa de homicídio por parte de seu então marido. Certa vez, foi atacada enquanto dormia, ficando
paraplégica. Além disso, ele tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho. Também foi vítima de
uma série de agressões. O MP ofereceu denúncia contra seu ex-marido, mas, mesmo passados 15 anos
o caso não tinha sido encerrado.
A denúncia apresentada pela Comissão, pela Senhora Maria da Penha, pelo Centro de
Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e pelo Comitê Latino-Americano de Defesa da Mulher (CLADEM),
apontava a tolerância da República Federativa do Brasil para com a violência cometida por Marco
Antônio Heredia Viveiros, contra a sua então esposa Maria da Penha Maia Fernandes durante os anos
de convivência matrimonial, que culminou em tentativas de homicídio e agressões entre maio e junho
de 1983.
Denunciou-se a tolerância do Estado, por não haver efetivamente tomado por mais de 15
anos as medidas necessárias para processar e punir o agressor, apesar das ações penais em curso.
1 PAIVA, Caio C.; HEEMANN, Thimotie A. Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora
CEI, 2017. P. 733.
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Denunciou-se a violação dos artigos 1 (Obrigação de respeitar os direitos); 8 (Garantias judiciais); 24
(Igualdade perante a lei) e 25 (Proteção judicial) da Convenção Americana, em relação aos artigos II e
XVIII da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, bem como dos artigos 3, 4, a, b, c, d,
e, f, g, 5 e 7 da Convenção de Belém do Pará.
O caso correu à revelia do Brasil, embora esse tenha sido devidamente intimado para
apresentar resposta. Aqui, uma observação deve ser feita. O Brasil comumente desrespeita a CIDH,
o que não se dá com a Corte IDH. Portanto, é muito comum que ela seja ignorada, o que contradiz
a obrigação assumida ao ratificar a Convenção Americana em relação à faculdade da Comissão
para “atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de sua autoridade, em
conformidade com o disposto nos artigos 44 e 51 da Convenção”. Sendo assim, a Comissão analisou o
caso com base nos documentos apresentados pelos peticionários e outros elementos obtidos (artigo
42 de seu Regulamento).
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seguinte conclusão:
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“1. Que tem competência para conhecer do caso e que a petição é admissível
em conformidade com os artigos 46.2, c e 47 da Convenção Americana e com
o artigo 12 da Convenção de Belém do Pará, com respeito a violações dos
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4. Que o Estado violou os direitos e o cumprimento de seus deveres
segundo o artigo 7 da Convenção de Belém do Pará em prejuízo da Senhora
Fernandes, bem como em conexão com os artigos 8 e 25 da Convenção
Americana e sua relação com o artigo 1(1) da Convenção, por seus próprios
atos omissivos e tolerantes da violação infligida”.
c) se adotasse, sem prejuízo das ações que possam ser instauradas contra
o responsável civil da agressão, as medidas necessárias para que o Estado
assegure à vítima adequada reparação simbólica e material pelas violações
aqui estabelecidas, particularmente por sua falha em oferecer um recurso
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seus direitos reconhecidos na Convenção de Belém do Pará, bem
como ao manejo dos conflitos intrafamiliares.
Em regra, os particulares não podem acionar diretamente a prestação jurisdicional da Corte, sendo
necessária a intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Na Corte IDH prevalece o locus standi, em razão da legitimidade para propor casos ser
restrita aos Estados-membros e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. No Sistema Europeu
prevalece o jus standi, por admitir o peticionamento individual à Corte Europeia.
A Corte é composta por 7 juízes, nacionais dos Estados-membros da OEA, que devem
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gozar da mais alta autoridade moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos.
Além disso, os magistrados devem reunir condições para o exercício da mais elevada função judicial
em seu país (no caso do Brasil, o Supremo Tribunal Federal), de acordo com a legislação local.
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meio de votação secreta na Assembleia Geral da OEA. O mandato é de 6 anos, podendo o juiz ser
reeleito apenas uma vez.
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Cada um dos Estados Partes poderá propor até três candidatos, nacionais do Estado que os
propuser ou de qualquer outro Estado membro da Organização dos Estados Americanos. Quando se
propuser uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado diferente
do proponente.
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Essa previsão convencional, todavia, sofreu restrição de efeitos a partir da Opinião
Consultiva nº 20/2009. O tema do juiz ad hoc já foi objeto da referida Opinião Consultiva, tendo a Corte
Interamericana restringido a figura aos processos entre Estados. No caso de um particular peticionar
contra um Estado-membro, não mais se admite a figura do juiz ad hoc.
A Comissão far-se-á presente em todos os casos perante a Corte, mesmo se for um caso
entre Estados, oportunidade em que a Comissão exercerá uma espécie de papel de custos legis (Artigo
57 da CADH).
A Corte possui jurisdição contenciosa e consultiva, mas os Estados não são obrigados a
reconhecer a competência contenciosa. Quando os Estados aderem à CADH, não são submetidos
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Depois que o Estado adere à competência contenciosa da Corte, forma-se uma cláusula
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pétrea convencional, não sendo possível a denúncia do tratado para renunciar especificamente a
competência contenciosa da Corte. A única forma de denunciar tal competência é também denunciar
todo o tratado, ficando o Estado submetido à competência contenciosa da corte por apenas 1 anos
após a denúncia (Caso da Venezuela).
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Em função da competência consultiva (Artigo 64), a Corte IDH emite opiniões, que consistem
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na interpretação da Convenção (Pacto de San José da Costa Rica) e de outros tratados de proteção de
direitos humanos nos Estados americanos (inclusive a Declaração Americana dos Direitos e Deveres
do Homem, embora não seja um tratado). A consulta é realizada em abstrato, sem a análise específica
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de um caso concreto.
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Estado Parte contra outro, no entanto, tal previsão carece de efetividade, por desestabilizar as relações
diplomáticas entre os Estados e oportunizar o “efeito bumerangue” (denunciar e ser denunciado).
As medidas provisórias (liminares) expedidas pela Corte têm força vinculante e são
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expressamente previstas na CADH. Já as medidas cautelares, as quais não possuem previsão expressa
no Pacto de San José da Costa Rica (apenas no regulamento da própria Comissão), possuem caráter
de recomendação, e, portanto, não têm força vinculante. No exercício da competência contenciosa,
a sentença proferida pela Corte IDH pode determinar: a) o restabelecimento do direito ou liberdade
violados; b) a reparação do dano; c) o pagamento de indenização justa à parte lesada; d) a realização
de reparações imateriais.
arcabouço normativo interno. A ressalva em questão não confere um caráter facultativo ao cumprimento
da sentença, mas possibilita que o Estado adote os mecanismos internos necessários ao cumprimento
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do dispositivo vinculante.
procedimento interno para execução de sentenças contra o Estado. No Brasil, a sentença da Corte IDH
é executada como uma sentença contra a Fazenda Pública.
MATEUS
Não é necessária a homologação do STJ para as sentenças da Corte IDH. Apenas as sentenças
estrangeiras são submetidas à homologação do STJ, o que não abrange a jurisdição internacional da
qual o Brasil é signatário.
Existe divergência doutrinária acerca da forma de pagamento, se esta deve ser submetida
ou não ao regime de precatórios. Em razão da gravidade dos casos e do risco de embaraçamento
internacional (represálias), os pagamentos não estão sendo submetidos ao regime dos precatórios,
conforme posicionamento de André de Carvalho Ramos.
• OPINIÕES CONSULTIVAS:
Nos termos indicados acima, a Corte IDH possui competência consultiva, a qual consiste
na interpretação da Convenção (Pacto de San José da Costa Rica) e de outros tratados de proteção de
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direitos humanos nos Estados americanos (inclusive a Declaração Americana dos Direitos e Deveres
do Homem, embora esta não seja um tratado). A consulta é realizada em abstrato, sem uma análise
específica de um caso concreto, mas possui imensa relevância prática e teórica.
Opinião Consultiva nº 1 (1982) – Foi solicitada pelo Peru. Esclareceu a Corte Interamericana
que a sua competência consultiva pode se dar sobre qualquer tratado internacional de
direitos humanos aplicável aos Estados americanos.
Opinião Consultiva nº 2 (1982) – Foi solicitada pela CIDH. Esclareceu a Corte que os Estados
se submetem à CADH desde o momento do depósito de seu instrumento de ratificação
ou adesão (com ou sem reservas). Quanto à denúncia da Convenção por um Estado, deve
ser observado o período de um ano até a retirada (Cláusula de Pré-Aviso). Além disso,
caso pretenda desvencilhar-se da jurisdição da Corte, o Estado deve também denunciar a
Convenção.
Essa OC nº 2 teve origem em questionamento da CIDH sobre qual o termo inicial da sujeição
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Opinião Consultiva nº 4 (1984) – Foi solicitada pela Costa Rica. Trata-se de consulta
referente a normas específicas de nacionalidade da Costa Rica. A Corte entendeu que a
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alteração legislativa do Estado da Costa Rica não viola a Convenção Americana de Direitos
Humanos, já que estabelecer critérios diferenciados de naturalização para pessoas nascidas
em determinados países é plenamente possível.
Opinião Consultiva nº 5 (1985) – Foi solicitada pela Costa Rica. Impossibilidade de exigir
dos jornalistas diploma universitário e filiação ao Conselho Profissional de Jornalistas.
Opinião Consultiva nº 7 (1986) – Foi solicitada pela Costa Rica. A Corte esclareceu que
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o direito de resposta deve ser protegido pelos Estados, sendo adotadas as medidas
legislativas que forem necessárias, independentemente de limitações do ordenamento
jurídico interno.
Opinião Consultiva nº 8 (1987) – Foi solicitada pela CIDH. A Corte esclareceu que a garantia
do Habeas Corpus é considerada cláusula pétrea convencional, não podendo ser suspensa
durante estados de emergência, guerra ou perigo público.
Opinião Consultiva nº 9 (1987) – Foi solicitada pelo Uruguai. A Corte esclareceu que
as garantias judiciais são consideradas cláusulas pétreas convencionais, seguindo o
entendimento da OC n° 8.
A Corte decidiu que a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem deve
ser considerada “tratado internacional” para fins do art. 64 da CADH, sendo possível a emissão de
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pareceres consultivos acerca da declaração supramencionada, desde que dentro dos limites de sua
competência e em uma relação de conectividade com a CADH.
Opinião Consultiva nº 11 (1990) – Foi solicitada pela CIDH. Exceções ao Esgotamento dos
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Recursos Internos. A Corte decidiu que, caso reste configurada impossibilidade de utilização
dos recursos internos em razão da hipossuficiência econômica ou por inexistência de
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Opinião Consultiva nº 12 (1991) – Foi solicitada pela Costa Rica. Tratava da compatibilidade
entre um projeto de lei processual e a CADH. A Corte IDH recusou manifestação.
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A Costa Rica possuía um Projeto de Lei em andamento que discutia o duplo grau de
jurisdição e a Corte IDH decidiu não analisar, pois a Costa Rica possuía vários casos sujeitos a jurisdição
contenciosa do órgão.
Opinião Consultiva nº 13 (1993) – Foi solicitada pela Argentina e pelo Uruguai. Trata das
possibilidades de atuação da Comissão Interamericana. Segundo a Corte, a CIDH pode se
manifestar sobre a regularidade de leis internas em relação à CADH. Se a CIDH diz que uma
petição é inadmissível, não cabem recursos. Princípio Estoppel.
Perceba que a OC nº 13 fixou três entendimentos: i) A lei interna pode ser analisada pela CIDH
em relação à CADH; ii) as decisões da Comissão sobre o não recebimento de petições são irrecorríveis;
e iii) os relatórios dos arts. 50 e 51 elaborados pela CIDH devem constar de documentos distintos.
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previstos na Convenção.
Opinião Consultiva nº 15 (1997) – Foi solicitada pelo Chile. A Corte esclareceu que a CIDH
não está autorizada a modificar os informes emitidos e nem a expedir um terceiro informe.
Opinião Consultiva nº 17 (2002) – Foi solicitada pela CIDH. A Corte emitiu parecer no sentido
de que as obrigações de proteção dos direitos das crianças devem ser consideradas como
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Opinião Consultiva nº 18 (2003) – Foi solicitada pelo México. Tratou dos direitos trabalhistas
dos imigrantes. A Corte esclareceu que o princípio da igualdade e não discriminação aplica-
se mesmo em favor de migrantes ilegais: “A qualidade migratória de uma pessoa não
pode constituir uma justificativa para privá-la do desfrute e do exercício de seus direitos
humanos, entre eles os de caráter trabalhista”.
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Opinião Consultiva nº 20 (2009) – Foi solicitada pela Argentina. Tratou da figura do Juiz
Ad Hoc. A Corte determinou que o Estado pode indicar um juiz ah hoc apenas em casos
contenciosos envolvendo Estados. Assim, o juiz nacional do Estado demandado não pode
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Opinião Consultiva nº 21 (2014) – Foi solicitada pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
MATEUS
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Opinião Consultiva nº 24 (2017) - Foi solicitada pela Costa Rica. Trata sobre as obrigações
estatais em relação à identidade de gênero, mudança de nome, igualdade e não
discriminação de casais do mesmo sexo.
Opinião Consultiva nº 25 (2018) – Foi solicitada pelo Equador. Trata das dimensões dos
asilos territorial e diplomático. Para a Corte, o art. 22.7 do Pacto de San José da Costa Rica
e o art. XXVII da Declaração Americana de Direitos Humanos contemplam apenas o asilo
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territorial. Assim, o asilo diplomático depende da legislação de cada Estado, que é livre
para regular a questão internamente. Em ambos os casos, todavia, deve-se observar o Non-
Refoulement.
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um Estado que denuncia a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e tenta se retirar
da Organização dos [Estados] Americanos” (doravante “o pedido” ou “o inquérito”). A
CorteIDH reforçou interpretações anteriores, reafirmando que as obrigações permanecem
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intactas até a denúncia efetiva ocorrer, que a retirada não possui efeito retroativo,
mantendo o poder de se pronunciar sobre atos iniciados no período de vigência do tratado
ou antes da denúncia efetiva e continuados no tempo, além do dever de cumprir com
MATEUS
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trabalhadores, e dos seus representantes, de organizarem e manifestarem reivindicações
específicas sobre as suas condições de trabalho, podendo participar nas questões de
interesse público, razão pela qual os Estados têm o dever de respeitar e garantir esses
direitos.
iv) Os Estados devem garantir o direito das mulheres, em igualdade de condições, a não
serem submetidas a atos de discriminação e a participar de todas as associações que
tratem da vida pública e política, incluindo sindicatos e organizações de trabalhadores
e trabalhadoras. Isso implica não estabelecer qualquer tipo de tratamento diferenciado
injustificadamente entre as pessoas por sua mera condição de mulher, e a obrigação dos
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v) A autonomia sindical não abrange as medidas que limitem o exercício dos direitos
sindicais pelas mulheres no seio dos sindicatos, pelo contrário, obriga os Estados a
adoptarem medidas positivas que permitam às mulheres gozar da igualdade formal e
material no mercado de trabalho, espaço laboral e sindical, em particular as que combatem
os fatores estruturais que estão na base da persistência de estereótipos e papéis de gênero,
e que não permitem às mulheres o pleno gozo dos seus direitos sindicais.
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vi) Os Estados têm a obrigação de adaptar suas leis e práticas às novas condições do
mercado de trabalho, independentemente dos avanços tecnológicos que produzam
tais mudanças, e em atenção às obrigações de proteção dos direitos dos trabalhadores
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CorteIDH foi:
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Diferenciadas às Pessoas Privadas de Liberdade”. A conclusão da CorteIDH foi:
ii) Os Estados devem adotar abordagem diferenciada no tratamento das mulheres grávidas,
puérperas, puérperas e lactantes, bem como cuidadoras primárias, privadas de liberdade.
iv) Os Estados devem adotar um enfoque diferenciado no tratamento das pessoas LGBTI
privadas de liberdade.
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O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por violação dos
direitos dos indivíduos de não serem submetidos a qualquer forma de escravidão, bem como de não
serem submetidos ao tráfico de pessoas (Art. 6.1 da CADH).
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A Corte considera que os dois elementos fundamentais para definir uma situação como
escravidão são: i) o estado ou condição de um indivíduo e ii) o exercício de algum dos atributos do
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direito de propriedade, isto é, que o escravizador exerça poder ou controle sobre a pessoa escravizada
ao ponto de anular a personalidade da vítima.
b) Caso Favela Nova Brasília (Cosme Rosa Genoveva e Outros vs. Brasil):
A Corte concluiu que o Brasil vulnerou o direito às garantias judiciais (art. 8.1 da CADH),
o direito à proteção judicial (art. 25 da CADH), o direito à integridade pessoal (art. 5.1 da CADH), a
obrigação de respeitar os direitos (art. 1.1 da CADH) e o dever de adotar disposições de direito interno
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para a proteção dos direitos humanos (art. 2 da CADH).
A violação de direitos, nesse caso, não se encontra somente na morte de pessoas, ocorridas
em um contexto e padrão de uso excessivo da força de execuções extrajudiciais realizadas pela política
no Brasil. O Estado brasileiro foi também punido, justamente, por ter sido omisso na investigação e
responsabilização dos agentes criminosos.
A Corte IDH assentou que o Estado brasileiro era internacionalmente responsável pela
violação dos direitos ao reconhecimento da personalidade jurídica, à vida, à integridade pessoal e à
liberdade, em desfavor de 62 pessoas desaparecidas na Guerrilha do Araguaia.
A Comissão também submeteu o caso à Corte porque, em virtude da Lei nº 6.683/79 (Lei de
Anistia): “o Estado não realizou uma investigação penal com a finalidade de julgar e punir as pessoas
responsáveis pelo desaparecimento forçado de 70 vítimas e a execução extrajudicial de Maria Lúcia
Petit da Silva”.
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A Comissão solicitou ao Tribunal que declarasse o Brasil como responsável pela “violação
dos direitos estabelecidos nos artigos 3 (direito ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4
(direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 7 (direito à liberdade pessoal), 8 (garantias judiciais),
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e garantia dos direitos humanos) e 2 (dever de adotar disposições de direito interno) da mesma
Convenção”, bem como medidas de reparação.
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O Estado brasileiro se defendeu, por sua vez, alegando a) a incompetência ratione temporis
para examinar as supostas violações ocorridas antes do reconhecimento da jurisdição contenciosa da
Corte pelo Brasil; b) a incompetência em virtude da falta de esgotamento dos recursos internos; e c) o
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arquivamento de imediato do caso, ante a manifesta falta de interesse processual dos representantes.
No que tange ao mérito, o Estado aduziu que a Corte deveria julgar improcedente a denúncia, pois o
Brasil já estava tomando todas as ações no sentido de construir uma solução pacífica no sentido de
reconciliar os incidentes.
Após prestado todo o trâmite instrutório, onde foram apresentadas provas de natureza
documental, testemunhal e pericial de ambas as partes, o julgamento da lide teve a seguinte conclusão:
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presentando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso,
nem para a identificação e punição dos responsáveis, e tampouco podem
ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros casos de graves viola-
ções de direitos humanos consagrados na Convenção Americana ocorridos
no Brasil;
sobre Direitos Humanos, em relação com os artigos 1.1, 8.1 e 25 desse ins-
trumento, pela afetação do direito a buscar e a receber informação, bem
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que as vítimas requeiram e, se for o caso, pagar o montante estabelecido;
Desse modo, o caso traz à tona a discussão acerca da convencionalidade das leis de anistia.
Antes mesmo de a Corte analisar o referido caso, o STF já se manifestara pela constitucionalidade da
Lei de Anistia brasileira, de 1979. Essa lei, por sua vez, foi declarada inconvencional pela Corte IDH.
MESQUITA -- CPF:
instância” ou órgão revisor das decisões dos Tribunais do país, ou seja, não reforma a decisão do STF,
o que não significa que o decidido pela Corte IDH seja meramente simbólico.
MATEUS DARDENGO
Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos
são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir
representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação
e punição dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros
casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana ocorridos no
Brasil”.
20
O erro do Estado não esteve apenas na ação policial desastrada, mas também na atuação
judicial que não se comportou conforme o próprio direito interno brasileiro determinava.
Assim, o Estado brasileiro foi julgado responsável pela violação dos direitos humanos das
vítimas (direito à privacidade, à honra, à reputação e à liberdade de associação), conforme sentença
de 20 de novembro de 2009, e condenado a reparar as vítimas, dar publicidade à decisão da Corte e
investigar os fatos que geraram as violações.
No presente caso, retrata-se um dos primeiros envolvendo deficiência mental, sendo que
o Estado infrator foi o Brasil.
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A denúncia dizia que o Senhor Damião Ximenes Lopes havia sido internado, em 01.10.1999,
na Cada de Repouso Guararapes. Era local privado de atendimento à saúde mental, operado de acordo
com o SUS. Ficava localizado no município de Sobral, Ceará. Com apenas três dias de internação,
Ximenes Lopes veio à óbito.
A irmã do falecido apresentou a denúncia à Corte IDH, pois os fatos que levaram à morte do
Senhor Damião Ximenes Lopes possuíam indícios de violação do direito à vida, integridade psíquica
e os responsáveis pela morte não haviam sido penalizados.
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O corpo do senhor Damião Ximenes Lopes foi então levado para Fortaleza para que fosse realizada uma
necropsia, a qual também concluiu que se tratava de “morte indeterminada”. A família não acreditou
nesse laudo e pensou ter havido manipulação e omissão da verdade.
MATEUS
Na busca pela verdade real dos fatos, a família do falecido encontrou muitas pessoas que
sofreram maus-tratos ou que tiveram parentes espancados dentro da Casa de Repouso Guararapes,
mas ninguém tinha interesse em denunciar por receio de represálias.
Por ausência de cumprimento das determinações por parte do Estado, o caso foi submetido
à Corte IDH em 1º de outubro de 2004. Após dois anos de trâmite, mais precisamente em 4 de julho de
2006 a Corte proferiu sentença condenando o Brasil, por unanimidade, nos seguintes termos:
21
1. O Estado deve garantir, em um prazo razoável, que o processo interno
destinado a investigar e sancionar os responsáveis pelos fatos deste caso
surta seus devidos efeitos;
f) Caso Garibaldi:
A Corte IDH concluiu que as autoridades estatais não atuaram com a devida diligência
22
na investigação da morte de Sétimo Garibaldi, a qual, ademais, excedeu a um prazo razoável. Assim,
considerou violados os direitos às garantias e proteção judiciais previstas no art. 8.1 e 25.1 da Convenção
Americana de Direitos Humanos.
O Estado brasileiro foi condenado a dar ampla publicidade à decisão, investigar e punir os
responsáveis pela morte da vítima, investigar eventuais falhas funcionais, pagar indenização à família
da vítima e restituir gastos e custas processuais.
Embora a Comissão tenha levado o caso à Corte, analisando o acervo fático que contornava
o caso, entendeu a Corte IDH que não ficou provado que o Estado brasileiro foi omisso na investigação
dos fatos, uma vez que os responsáveis já haviam sido pronunciados para julgamento pelo Tribunal do
Júri. Esse caso, portanto, refere-se a uma demanda improcedente contra o Brasil.
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O caso está relacionado à alegada violação do direito à propriedade coletiva dos indígenas
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Xucuru como resultado de: (i) atraso de mais de 16 anos entre 1989 e 2005 no processo administrativo
de reconhecimento, titulação, demarcação e delimitação de suas terras e territórios ancestrais; e (ii)
DARDENGO MESQUITA
atraso no saneamento total das referidas terras e territórios, de modo que os indígenas pudessem
exercer esse direito de forma pacífica.
MATEUS DARDENGO
O caso também está relacionado à violação dos direitos de garantias judiciais e proteção
judicial, como consequência da violação de prazo razoável no respectivo processo administrativo,
bem como do atraso na resolução de ações civis iniciadas por pessoas não indígenas com relação com
MATEUS
Em 16.03.16, a CIDH encaminhou-o à Corte IDH, considerando que o Brasil violou o direito à
propriedade, consagrado no artigo XXIII da Declaração Americana de Direitos Humanos e no artigo 21,
bem como o direito à integridade pessoal, previsto no art. 5º da Convenção Americana, em detrimento
do povo indígena Xucuru e seus membros.
23
nas com relação a parte das terras e territórios ancestrais do Povo Indígena
Xucuru”.
No julgamento do caso Povo Indígena Xucuru vs. República Federativa do Brasil, a Corte
IDH reiterou sua jurisprudência de que não possui competência para julgar fatos ocorridos antes do
reconhecimento da sua competência contenciosa pelo Estado-membro que supostamente praticou as
violações. Tal entendimento já foi aplicado nos casos Gomes Lund e Outros (Guerrilha do Araguaia) e
Favela Nova Brasília.
A CIDH solicitou o Estado a adotar todas as medidas necessárias para garantir que a Lei nº
6.683/79 (Lei de Anistia) e outras disposições do direito penal, como a prescrição, a coisa julgada e os
DARDENGO MESQUITA
princípios da irretroatividade e do ne bis in idem (direito de não ser julgado duas vezes pelo mesmo
crime), não continuem representando um obstáculo para a persecução penal de graves violações de
direitos humanos, a exemplo do presente caso.
MATEUS DARDENGO
Também urgiu o Estado a outorgar uma reparação aos familiares de Vladimir Herzog, que
inclua o tratamento físico e psicológico, e a celebração de atos de importância simbólica que garantam
MATEUS
Em 2016, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos enviou o caso à Corte IDH para
julgamento.
Em 4 de julho de 2018, a Corte IDH condenou o Estado brasileiro pela prisão, tortura e
morte de Vladimir Herzog. A Corte considerou o Brasil responsável pela violação dos direitos previstos
nos artigos 5.1 (direito à integridade física, psíquica e moral), 8.1 (razoável duração do processo e 25.1
(proteção judicial), todos da Convenção Americana de Direitos Humanos.
24
Herzog. Foi determinado também que o Brasil adote “medidas mais idôneas” para que se reconheça a
imprescritibilidade de crimes internacionais e contra a humanidade.
Destaques do caso:
as atividades lá desempenhadas.
Assim, reconheceu que o Estado possui os deveres de prevenção, sanção e reparação das
piores formas de trabalho infantil, assim como em relação às violações à vida e à integridade que
resultem de atividades perigosas no âmbito trabalhista.
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“Neste caso, a Corte declarou a violação dos direitos à vida (artigo 4 da
Convenção Americana), à integridade pessoal (artigo 5), aos direitos eco-
nômicos, sociais, culturais e ambientais, no que diz respeito ao trabalho
em condições equitativas e satisfatórias (artigo 26), aos direitos da criança
(artigo 19), à igualdade e não discriminação (artigos 24 e 1.1), à proteção
judicial (artigo 25) e às garantias judiciais (artigo 8).
(...)
Conforme a Corte estabeleceu na Sentença, a fábrica contava com autori-
zação das autoridades competentes para o seu funcionamento. No entan-
to, desde seu registro, até o momento da explosão, não houve fiscalização
por parte das autoridades estatais em relação às condições de trabalho ou
ao controle de atividades perigosas, apesar de que essa era uma exigência
legal em função do risco que implicava a atividade realizada.
A Corte estabeleceu que os Estados têm o dever de regular, supervisionar e
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trabalho que colocava em risco sua vida e sua integridade, bem como a
de suas filhas e filhos menores de idade. Ainda, o Estado não adotou ne-
nhuma medida para garantir a igualdade material no direito ao trabalho a
respeito desse grupo de mulheres em situação de marginalização e discri-
MESQUITA -- CPF:
minação.”
DARDENGO MESQUITA
A Corte IDH determinou várias medidas de reparação, dente as quais: indenizações por
dano material e imaterial, assim como ressarcimento por custos e gastos, bem como a execução de
um “programa de desenvolvimento socioeconômico” destinado à população de Santo Antônio de
MATEUS DARDENGO
Jesus. A sentença também deverá ser publicada, na íntegra, em páginas oficiais do Estado da Bahia e
do Governo Federal, e uma versão resumida deverá ser divulgada em rádio e televisão.
MATEUS
Trata-se de mais um caso de 1998. A Corte IDH condenou o Brasil pelo assassinato de
Márcia Barbosa de Souza. A sentença é de 07 de setembro de 2021. É a primeira condenação do Brasil
pelo crime de feminicídio. Na sentença, o Brasil foi culpabilizado pela discriminação no acesso à
Justiça, por não investigar e julgar a partir da perspectiva de gênero, pela utilização de estereótipos
negativos em relação à vítima e pela aplicação indevida da imunidade parlamentar.
O acusado de assassinato foi o ex-deputado estadual pela Paraíba Aércio Pereira de Lima.
O caso só começou a ser julgado quando o acusado deixou de ser parlamentar em 2003 e ele só foi
condenado em 2007. Ele foi sentenciado a 16 anos de prisão, mas não chegou a ser preso e, poucos
meses depois, morreu em decorrência de um infarto.
No julgamento de Aércio, a imagem de Márcia foi estereotipada, no intuito de descredibilizá-
26
la. A Corte IDH entendeu que a investigação e o processo penal tiveram “um caráter discriminatório
por razão de gênero e não foram conduzidos com uma perspectiva de gênero”.
A Corte também entendeu que a imunidade parlamentar não pode ser uma guarita para a
impunidade:
direitos em jogo.
109. O Tribunal recorda que o dever de motivação é exigível a qualquer au-
toridade pública, seja administrativa, legislativa ou judiciária, cujas deci-
sões possam afetar os direitos das pessoas, e que se adote estas decisões
MESQUITA -- CPF:
A sentença decidiu:
“Por unanimidade:
27
da incompetência ratione temporis a respeito de fatos anteriores à data de
reconhecimento da competência da Corte, de acordo com os parágrafos 19
a 23 desta Sentença.
2. Rejeitar a exceção preliminar relativa à alegada falta de esgotamento de
recursos internos, de acordo com os parágrafos 27 a 34 desta Sentença.
nacional em relação aos fatos deste caso, nos termos dos parágrafos 177 e
178 desta Sentença.
MATEUS
28
Sentença.
12. O Estado pagará as quantias fixadas nos parágrafos 212 e 218 da pre-
sente Sentença a título de compensação pelas omissões nas investigações
do homicídio de Márcia Barbosa de Souza; de reabilitação; indenização por
dano material e dano imaterial, e reembolso de custas e gastos, nos termos
dos parágrafos 224 a 229 da presente Decisão.
disposto na mesma”.
Assim, em destaque o Brasil foi condenado a criar um sistema de coleta de dados sobre
violência contra a mulher; oferecer treinamento para as forças policiais e membros da Justiça;
MESQUITA -- CPF:
de Márcia.
No dia 04.10.22, o Brasil sofreu sua mais recente condenação pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos (Corte IDH) com a publicação da sentença do Caso Gabriel Sales Pimenta. O Estado
MATEUS
foi considerado responsável pela violação dos direitos à verdade, à proteção e integridade da família
de um defensor de direitos humanos.
Segundo a sentença, restou demonstrada uma “grave falência” do Estado nas investigações
sobre a morte violenta de Gabriel Sales Pimenta, “e pela situação de absoluta impunidade em que se
encontra o homicídio na atualidade”.
A Corte IDH concluiu que o Brasil “não cumpriu sua obrigação de atuar com a devida
diligência reforçada na investigação do homicídio”.
Gabriel Sales Pimenta era um jovem de 27 anos. Em 1980, ele passou a atuar como
advogado do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Marabá e foi representante da Comissão Pastoral
da Terra. Como advogado, ele atuou na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais. Em razão disso,
foi assassinado.
29
a improcedência da denúncia contra outro suspeito por falta de provas. O julgamento contra o réu
restante nunca ocorreu, pois ele nunca foi localizado.
Segundo a sentença, houve, portanto, negligência dos operadores judiciais na tramitação
do processo penal, que permitiu a ocorrência da prescrição, foi o “fator determinante para que o caso
permanecesse em uma situação de absoluta impunidade”.
do Pará;
d) criar um espaço público de memória na cidade de Belo Horizonte, no qual seja valorizado,
protegido e resguardado o ativismo das pessoas defensoras de direitos humanos no Brasil,
entre eles o de Gabriel Sales Pimenta;
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estadual, para que seja previsto e regulamentado através de uma lei ordinária e tenha em
consideração os riscos inerentes à atividade de defesa dos direitos humanos;
MATEUS DARDENGO
g) pagar as quantias fixadas na sentença a título de dano material (US$ 100 mil), imaterial
(US$ 280 mil), custas e gastos (US$ 32.500).
MATEUS
O Protocolo de San Salvador foi adotado pela Assembleia Geral da OEA em 17 de novembro
de 1988, e é um Protocolo Adicional ao Pacto San José da Costa Rica, assim como o Tratado de Assunção.
30
vez que as diferentes categorias de direito constituem um todo indissolúvel
que protege a dignidade humana. As duas categorias de direitos exigem
uma tutela e promoção permanentes, com o objetivo de conseguir sua
vigência plena, sem que jamais possa ser justificável a violação de uns a
pretexto da realização de outros.6”
Esse Protocolo ressalta a natureza indivisível dos direitos humanos e agrega ao sistema
protetivo interamericano os direitos econômicos, sociais e culturais. A ideia de indivisibilidade traz
consigo a impossibilidade da separação dos direitos humanos a depender da sua natureza. Ou seja,
não se pode dividir os direitos humanos em individuais, de liberdade, sociais, econômicos e culturais.
Ressalta-se que os Estados que aderirem a esse protocolo, como previsto em seu art. 1º,
obrigam-se a adotar as medidas necessárias, até o máximo dos recursos disponíveis e levando em
conta seu grau de desenvolvimento, a fim de garantir a efetividade dos direitos nele previstos.
Verifica-se, pois, em seu art. 1º, a chamada Cláusula de Progressiva Realização ou Cláusula
de Progressividade.
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Nos termos do artigo 2º, os Estados-partes têm um dever de ajustamento interno. Ou seja,
DARDENGO MESQUITA
deverão adotar medidas legislativas e administrativas de ajuste da legislação interna que se encontre
incompatível com o Pacto, para tornar efetivos os direitos nele previstos.
MATEUS DARDENGO
Assim, além de serem obrigados a criarem leis que facilitem a aplicabilidade dos direitos
sociais previstos no Protocolo de San Salvador, não podem fugir da sua responsabilidade internacional
alegando que existe legislação interna incompatível (art. 4°).
MATEUS
O artigo 3º, por sua vez, traz a obrigação de não discriminação na garantia dos direitos
enunciados, seja por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer
outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição
social.
Outrossim, cumpre destacar alguns dos direitos previstos no Protocolo de San Salvador:
31
b) Direito à Sindicalização e Greve (Art. 8º): O Estado deve garantir aos trabalhadores
o direito de organizar sindicatos e de filiar-se, garantindo-se também o direito de greve.
Ninguém poderá ser obrigado a pertencer a um sindicato.
c) Direitos Previdenciários (Art. 9º): O Protocolo deixa claro que é importante que o Estado
garanta aos seus cidadãos direitos previdenciários em casos de sinistro (incapacidade
laboral, doenças, afastamento por questão de maternidade etc.).
d) Direito à Saúde (Art. 10): Todas as pessoas tem direitos à saúde, entendida como o
gozo de bem-estar físico, mental e social. Os Estados-partes devem reconhecer a saúde
com bem público e adotar medidas para sua garantia, tais como: atendimento primário de
saúde, extensão dos serviços a todas as pessoas, imunização contra doenças infecciosas,
prevenção e tratamento de doenças endêmicas, educação da população, satisfação das
necessidades dos grupos mais vulneráveis.
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e) Direito ao Meio Ambiente (Art. 11): Importante mencionar que o Protocolo de San
Salvador foi o primeiro documento, no sistema interamericano, a mencionar expressamente
o direito ao meio ambiente sadio. No âmbito internacional, o Tratado de Estocolmo de
1972 foi o primeiro documento relevante a positivar o direito ao meio ambiente.
f) Direito à Alimentação (Art. 12): Toda pessoa tem direito a uma nutrição adequada que
assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimento físico, emocional
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e intelectual.
g) Direito à Educação (Art. 13): Evidenciou o direito de toda pessoa à educação. Deixou
claro a imprescindibilidade de ensino básico, estimulando a gratuidade e universalidade
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h) Direito à Cultura, Proteção da Família, das Crianças, dos Idosos e Deficientes (Arts.
14 a 18).
MATEUS DARDENGO
Conforme o art. 19, os meios de proteção ou mecanismos que o Protocolo traz para garantir
a defesa dos direitos que nele constam são: Sistemas de Relatórios Periódicos (enviados à OEA) e
Sistema de Peticionamento Individual (os indivíduos podem peticionar à Comissão Interamericana de
MATEUS
Direitos Humanos, que atuará na sua função originária). Com relação ao Peticionamento Individual, o
Protocolo estabelece que:
Desse modo, se os direitos sindicais, com exceção do direito de greve, e o direito à educação
forem violados por Estado-parte, o Protocolo de San Salvador entende ser possível a utilização do
sistema de petições individuais à CIDH.
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3.10 Protocolo Adicional para Abolição da Pena de Morte (Protocolo de Assunção)
Conforme já visto, a CIDH não veda totalmente a pena de morte. Afirma, entretanto, que
aqueles Estados que já tenham abolido devem permanecer como se encontram, e aqueles em que
ainda exista pena de morte, devem seguir algumas condições como: sentença penal transitada em
julgado; crimes graves, vedando totalmente a aplicação da pena para crimes políticos ou conexos; não
pode ser aplicado à mulheres grávidas, nem para maiores de 70 anos e menores de 18 anos.
Essa não vedação da pena de morte foi uma estratégia do Pacto San José da Costa Rica para
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trazer o maior número de Estados para aderirem ao documento. Posteriormente, com o Protocolo de
Assunção, houve a abolição total da pena de morte, com a finalidade de se ampliar a proteção à vida
e integridade física.
REFERÊNCIAS
MESQUITA -- CPF:
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DARDENGO MESQUITA
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MATEUS DARDENGO
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PAIVA, Caio C.; HEEMANN, Thimotie A. Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos. 2ª ed. Belo
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Regionais Europeu, Interamericano e Africano. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
__________. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
__________. Temas de Direitos Humanos. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
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__________. Processo Internacional dos Direitos Humanos. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
__________. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. 6. ed. São Paulo: Saraiva,
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TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. A proteção internacional dos direitos humanos: fundamentos
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__________. Tratado de direito internacional de direitos humanos. Porto Alegre: Sergio Antonio
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