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DIREITOS
HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos
e a Constituição Federal de 1988
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
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Fabrício Missorino
Questões de Concurso..............................................................................................................................127
Gabarito.......................................................................................................................................................... 145
Gabarito Comentado................................................................................................................................. 146
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Quanto à formação do cadastro de reserva, o edital também prevê 900 (novecentas) vagas
para ampla concorrência, 60 (sessenta) vagas reservadas para pessoas com deficiência e
240 (duzentas e quarenta) vagas reservadas para negros.
Quanto à remuneração, o edital prevê que o cargo de Agente de Polícia terá subsídio de R$
8.698,78 (oito mil, seiscentos e noventa e oito reais e setenta e oito centavos).
Diante desse quadro, a estratégia para essa prova deve ser muito bem planejada, eis que
a disputa tende a ser muito mais acirrada entre os candidatos, fazendo com que o nível de
acertos para uma boa classificação fique acima de 90%.
Pois bem, meu(minha) caro(a), você com certeza já deve ter ouvido de muitos professo-
res e palpiteiros de plantão dicas e mais dicas sobre o que “deve” ou “não deve” fazer um(a)
concurseiro(a) e coisa e tal. Não pretendo entrar nessa seara, porém, não posso deixar de
dividir com você um ensinamento que guardei com muito carinho e respeito de um antigo
professor aqui de Brasília, um juiz de direito que ministrava aulas num cursinho preparatório
para carreiras jurídicas. Logo no primeiro dia de aula ele chegou e já foi bem direto: “se vocês
querem ingressar em alguma carreira jurídica, duas coisas são essenciais e imprescindíveis:
RENÚNCIA e DISCIPLINA”. Sem perder muito tempo, com base nesse breve relato, tenho a
dizer a você que a trajetória do candidato, para qualquer carreira, diga-se de passagem, vai
certamente exigir uma combinação quase que perfeita desses dois elementos no dia a dia
da pessoa, por um lado abrindo mão de certas atividades ou programações do cotidiano e,
o mais importante, cravar a questão da rotina, da disciplina, do atingimento das metas de
estudo.
Esse vai ser o diferencial, pois, como você já deve saber, o maior concorrente do candidato
é ele mesmo, eis que o diferencial vai ser percebido no quanto ele consegue prosseguir diante
de todos os incentivos negativos que o permeiam e, ao mesmo tempo, o quanto ele consegue
abstrair isso tudo e se fixar nos incentivos positivos da carreira, do sonho a ser alcançado.
Dito isso, nossa conversa nesta aula será sobre DIREITOS HUMANOS, com foco basica-
mente nos temas previstos na doutrina, na jurisprudência dos organismos internacionais,
bem como nos instrumentos e normas internacionais de direitos humanos. Para tanto, farei
uma apresentação teórica, com a utilização de pontos de maior atenção oriundos de concur-
sos anteriores a respeito do tema, em especial na abordagem de questões aplicadas em con-
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cursos de várias carreiras atinentes à matéria. Além disso, um resumo será disponibilizado no
fim da aula com os principais tópicos abordados e mais algumas questões aplicadas.
Em suma, tenho a dizer que o nosso estudo será sistematizado, seguindo uma lógica de
estruturação que permita abordar o percurso da efetivação dos direitos humanos no Brasil e
no mundo, bem como analisar os principais instrumentos e normas de direitos humanos (a
exemplo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Regras de Mandela, do Progra-
ma Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3) com enfoque especial na contextualização e
nas regras de proteção de direitos humanos presentes na Constituição Federal de 1988.
Por fim, gostaria de pedir a você que ao final do estudo deixe sua avaliação sobre a aula.
Suas críticas e sugestões de melhoria sinceramente só me farão empreender esforços para
tornar essa nossa experiência cada vez melhor para os colegas que buscam conhecimento
e preparação para atingir seus objetivos. Conto com você! É rápido e fácil. Muito obrigado!
Vamos para a nossa aula!!!
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tre os membros de qualquer sociedade, bem como entre os indivíduos e seu relacionamento
com o Estado.
A partir dessas premissas podemos dizer que cada Estado incorpora no seu ordenamento
jurídico os direitos humanos mais próximos aos seus próprios valores, aos valores de sua
sociedade, decidindo quais serão constitucionalizados (ou seja, quais alçarão a categoria de
“direitos fundamentais”), bem com quais pertencerão ao nível infraconstitucional dentro do
ordenamento.
O Brasil, por exemplo, ao estabelecer os princípios fundamentais de sua República Fede-
rativa, preferiu deixar expresso na Constituição Federal como objetivos fundamentais a cons-
trução de uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, II); a erradicação da pobreza e da mar-
ginalização, bem como a redução das desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III); e, ainda,
a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação (art. 3º, IV); objetivos esses completamente alinhados com
as doutrinas nacionais e internacionais de proteção dos direitos humanos.
Quis o legislador constituinte, ainda, registrar na Carta Constitucional (art. 4º) que a Repú-
blica Federativa do Brasil reger-se-ia nas suas relações internacionais pelos princípios da in-
dependência nacional, da prevalência dos direitos humanos, da autodeterminação dos povos,
da não-intervenção, da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da solução pacífica dos
conflitos, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos para o pro-
gresso da humanidade, bem como da concessão de asilo político; princípios esses também
intrinsicamente alinhados com a proteção dos direitos humanos.
Sendo assim, podemos afirmar que os direitos humanos representam um apanhado de
normas jurídicas internas e externas que visam proteger a pessoa humana, ou seja, um con-
junto de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade o respeito à sua dignidade,
capazes de protege-lo do arbítrio do poder estatal, garantindo-lhe condições mínimas de so-
brevivência e desenvolvimento de sua personalidade.
Quanto à sua conceituação, de uma forma bem didática, na lição de André Ramos de
Carvalho1 podemos dizer que os direitos humanos são todos aqueles direitos considerados
indispensáveis a uma vida em sociedade, pautada na liberdade, na igualdade e na dignidade.
1
RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 24.
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Direitos protegidos pela ordem internacional (especialmente por meio de tratados multilaterais,
globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pes-
soas sujeitas à sua jurisdição. São direitos indispensáveis a uma vida digna e que, por isso, esta-
belecem um nível protetivo (standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de
responsabilidade internacional.
Diante disso, meu(minha) caro(a), podemos observar que o conceito de direitos humanos
gira em torno dos vetores da dignidade e das boas condições de vida em sociedade.
Ainda a respeito da conceituação, observamos que do ponto de vista do direito interna-
cional, os direitos humanos representam aqueles direitos essenciais para que o ser humano
seja tratado com dignidade, fazendo jus a eles todos aqueles da espécie humana. Já sob a
perspectiva constitucionalista, os direitos humanos seriam o conjunto de garantias do ser
humano em face do poder estatal, com vistas à proteção de sua dignidade e de sua liberdade,
também chamados, nessa perspectiva, de direitos humanos fundamentais.
No tocante à terminologia, importante destacar a diferença conceitual na relação existen-
te entre os direitos humanos, os “direitos do homem” e os “direitos fundamentais”. Algumas
literaturas abordam os direitos humanos como sinônimo de direitos fundamentais, bem como
tratam os direitos do homem como sinônimo de direitos humanos.
Porém, para melhor compreensão, temos que a expressão “direitos do homem” tem cunho
jusnaturalista, relacionada aos direitos inerentes à condição humana mas vinculada à von-
tade divina. Trata-se, pois, nessa concepção, de um direito que não necessita de positivação,
eis que diz respeito ao “direito natural”.
Já a expressão “direitos fundamentais” diz respeito diretamente àqueles direitos positiva-
dos na Constituição Federal ou na Carta Constitucional de determinado país.
2
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direitos humanos. 4ª edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Método,
2017. p. 22.
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que consta a expressão “direitos humanos”, verifica-se que o legislador constituinte se refere
a direitos previstos na ordem internacional e, nas passagens em que consta a expressão “di-
Para memorizar melhor esse tema, vejamos como a banca a seguir abordou essa temá-
tica:
mente, os direitos humanos são os direitos protegidos pela ordem internacional contra as vio-
lações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição.
Por sua vez, os direitos fundamentais são afetos à proteção interna dos direitos dos cidadãos,
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Certo.
Pois bem, de acordo com a doutrina a respeito da matéria, a questão está correta, conside-
rando a diferença conceitual existente entre Direitos Humanos (que engloba direitos previstos
em instrumentos internacionais) e Direitos Fundamentais (que engloba direitos previstos nas
Constituições dos países), ou seja, a chave para a diferenciação está na positivação).
Quanto à estrutura normativa, o doutrinador André de Carvalho Ramos3 refere-se aos di-
reitos humanos como:
• Direito-pretensão – dever: consiste na exigibilidade de um bem ou de uma conduta, ge-
rando do outro lado da relação o dever de fornecer esse bem ou adotar tal conduta. Ex:
direito à educação. Exige esse bem e do outro lado surge o dever de fornecer esse bem.
• Direito-liberdade – ausência de direito: consiste na faculdade de agir, gerando no outro
polo a ausência de direitos. Ex. liberdade de expressão que impõe uma abstenção do
outro lado, Estado ou particulares, em respeitar aquela liberdade.
• Direito-poder – sujeição: Ex: direito à assistência de advogado e da família no momen-
to da prisão. O sujeito passivo pode exigir que o sujeito ativo adote uma medida de
sujeição, de submissão a esse direito.
3
RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 38-41
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Por fim, quanto à fundamentação dos direitos humanos, a doutrina majoritária destaca as
correntes Jusnaturalista, Positivista e Moralista. Para a primeira, os direitos humanos seriam
os direitos tidos como básicos e inalienáveis a todos os homens, independente de positiva-
ção. Seriam aqueles direitos chamados de naturais, concebidos pela inspiração divina ou
pela razão humana. Seriam os direitos inerentes ao homem e não positivados em nenhum
ordenamento jurídico.
Para os positivistas, os direitos humanos seriam aqueles direitos concebidos pelo Estado
aos seres humanos, de forma institucionalizada, positivados no ordenamento jurídico. Em
contraponto aos jusnaturalistas, os positivistas não acreditam na existência de direitos pré-
-existentes aos já positivados e reconhecidos pelo Estado.
Quanto aos moralistas, percebe-se a defesa da teoria de que os direitos são direitos mo-
rais da coletividade humana, fundamentados não apenas de forma jurídica, mas sim em va-
lores da sociedade.
Caro(a) candidato(a), acerca da importância dos direitos naturais, cumpre ressaltar o posicio-
namento do Supremo Tribunal Federal na ocasião do julgamento da Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade n. 595/ES, de relatoria do Ministro Celso de Mello (julgamento realizado no ano
de 2002):4
(...) cabe ter presente que a construção do significado de Constituição permite, na elaboração des-
se conceito, que sejam considerados não apenas os preceitos de índole positiva, expressamente
proclamados em documento formal (que consubstancia o texto escrito da Constituição), mas, so-
bretudo, que sejam havidos, igualmente, por relevantes, em face de sua transcendência mesma,
os valores de caráter supra positivo, os princípios cujas raízes mergulham no direito natural e o
próprio espírito que informa e dá sentido à Lei Fundamental do Estado.
4
Supremo Tribunal Federal STF – Ação direta de Inconstitucionalidade: ADI 595 ES. Disponível em: < https://stf.jusbrasil.
com.br/jurisprudencia/14815695/acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-595-es-stf>.
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Diante disso, é importante compreender que todas essas teorias da fundamentação dos
direitos humanos foram importantes e ainda são reportadas como fundamentais para a base
da nossa disciplina no direito contemporâneo. Assim, todas as teorias não devem ser com-
preendidas isoladamente, ou seja, não se fala em direitos humanos sem falar da contribuição
jusnaturalista para a concretização do direito contemporâneo.
Como leciona André de Carvalho Ramos 5:
Assim, concluímos que o fundamento formal diz respeito à incorporação dos direitos es-
senciais à condição humana nas Constituições ou nos tratados; e o fundamento material diz
respeito ao direito inato, inerente à condição humana para a efetivação de uma vida digna.
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Letra c.
Ultimamente as provas estão vindo muito bem elaboradas e exigindo bastante conteúdo do(a)
candidato(a). Entretanto, ainda é comum verificar algumas “cascas de banana” nos concur-
sos, ou seja, é frequente aparecerem questões consideradas fáceis, mas que o(a) candida-
to(a) erra por descuido. Dessa forma, eu quis trazer essa questão para mostrar que mesmo
candidatos (as) de alto nível podem cair nessas ciladas. De início, observe o item I, notada-
mente em relação à expressão “seres vivos”. Aí está o erro, pois se compreende como “seres
vivos” tanto os humanos como os animais. Portanto, as alternativas corretas seriam somente
a II e III.
Bem, para melhor compreender o transcurso histórico dos direitos humanos, uma das
condições imprescindíveis é compreender o que vem a ser dignidade da pessoa humana, no-
tadamente levando em consideração todo o percurso da humanidade no que se refere às vio-
lações físicas e aos sofrimentos morais, eis que o surgimento de novas regras de convivên-
cia digna quase sempre foram precedidas de períodos de violência, de massacres coletivos,
torturas, dentre outros acontecimentos que aviltavam a convivência digna entre as pessoas.
Sendo assim, a evolução dos direitos humanos se desenvolve a partir dos acontecimentos
históricos que registraram graves restrições de direitos, grandes batalhas, surtos de violência
coletiva etc. A cada registro de atrocidades, destacava-se a compreensão por parte da socie-
dade no tocante à necessidade de afirmação e evolução dos direitos do ser humano. A lado
disso, registra-se também a contribuição significativa das grandes descobertas científicas ou
invenções técnicas no avanço das garantias dos indivíduos que tal evolução acompanhou.
A explosão da consciência histórica dos direitos humanos somente aconteceu após ex-
tenso trabalho preparatório, centralizado na limitação do poder político. O reconhecimento
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de que as instituições governamentais devem estar a serviço dos governados e não para o
benefício pessoal dos governantes foi um primeiro passo decisivo na aceitação de direitos
que, intrínsecos à própria condição humana, devem ser reconhecidos a todos e não podem
ser tidos como mera concessão dos que estão no poder.
A partir dessa relação direta entre acontecimentos brutais e avanços na proteção dos in-
divíduos, como estabelecer o caráter de obrigatoriedade desses direitos frente à sociedade? A
resposta a essa indagação, contribuição da doutrina jurídica alemã, diz respeito à positivação
dos direitos do ser humano em normas internas dos Estados (constituições, leis esparsas),
bem como em normativos de alcance internacional (tratados internacionais).
Atualmente, reconhece-se a validade dos direitos humanos independentemente de po-
sitivação em Constituições, leis e tratados internacionais, justamente pela concretização de
valores atinentes ao respeito à dignidade da pessoa humana, impostos a todos os poderes
constituídos, oficiais ou não.
Vale aqui ressaltar, ainda, o percurso histórico dos direitos humanos ao longo da evolução
da humanidade, desde as primeiras instituições que passaram a limitar o poder político na
Idade Média, a estruturação das monarquias no século XI, as lutas em face dos abusos verifi-
cados na reconstrução da unidade política, com destaque para as chamadas “rebeldias”, que
deram ensejo à edição da Magna Carta, de 21 de junho de 1215, que elencou prerrogativas aos
súditos da monarquia inglesa, reconhecendo-lhes direitos e garantias específicas em caso de
não observância dos limites estabelecidos à realeza.
Nesse momento passa a despontar a garantia da judicialidade, um dos princípios do Es-
tado de Direito, que exigia o crivo de um juiz nos casos que envolvessem a prisão de homens
livres. Ainda na Magna Carta destacou-se a previsão de outras garantias fundamentais, como
a liberdade de locomoção, a propriedade privada, a graduação da pena estritamente relacio-
nada à gravidade do delito praticado, dentre outras.
Sendo assim, podemos afirmar que a liberdade despontou como um dos direitos huma-
nos inicialmente positivados, notadamente aquelas liberdades específicas em prol das clas-
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Prezado(a) candidato(a), muita atenção no que concerne à Declaração de Direitos (Bill of Ri-
ghts), eis que embora não sendo uma declaração de direitos humanos nos moldes das que
viriam a ser aprovadas um século depois nos Estados Unidos, essa Declaração de Direitos
criou o instituto que se chamaria mais tarde “garantia institucional”, ou seja, uma forma de or-
ganização do Estado cuja função é a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana.
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a) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América consiste em um rol de direitos fundamen-
tais inserido na Declaração de Independência proclamada por Thomas Jefferson em 1776,
posteriormente incorporado aos Artigos da Confederação.
b) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América constitui-se de normas originárias cons-
tantes da Constituição aprovada na Convenção da Filadélfia em 1787.
c) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América foi inserido somente em 1791 na Constitui-
ção americana, sob a forma de emendas constitucionais.
d) O Bill of Rights formalmente não é uma norma federal nos Estados Unidos da América, mas
sim uma interpretação extensiva da Declaração de Direitos da Virginia promovida pela juris-
prudência da Suprema Corte americana.
e) Não respondida.
Letra c.
Essa questão está marcada pelo grande potencial de gerar confusão no(a) candidato(a), eis
que o Bill Of Rights constitui uma declaração de direitos de liberdade (de expressão, política e
de tolerância religiosa) promulgada no Reino Unido em 1689 e que alcançou grande relevân-
cia na afirmação histórica dos direitos humanos. Contudo, não é desse documento que trata
a questão. Trata-se do Bill of Rights dos Estados Unidos da América, nomenclatura dada às
primeiras 10 (dez) emendas à Constituição dos EUA de 1787. Esse documento caracteriza-se
por conter direitos básicos do cidadão em face do Estado, porém não se confunde com o Bill
of Rigths inglês.
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Na mesma linha do que aconteceu em diversos países, os registros da evolução dos direi-
tos humanos no Brasil remontam-se aos registros de acontecimentos históricos que repre-
sentaram graves restrições de direitos e severas violações à dignidade humana.
Nesse sentido de proteção dos registros históricos brasileiros em direitos humanos, me-
rece destaque o trabalho desenvolvido pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade
de São Paulo, criada com o intuito de estimular a observância dos princípios básicos da de-
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fesa dos direitos humanos, rejeitando valores como o egoísmo, a corrupção, a violência e a
competição, colaborando para que as novas gerações se desenvolvam dentro de princípios
humanistas que englobem os direitos humanos, a democracia, a tolerância, a solidariedade
e a aspiração a uma sociedade mais ética, honesta, justa, igualitária e fraterna, fundada na
afirmação da dignidade humana.
Além da sua missão de guarda de registros históricos por meio da Biblioteca Virtual de
Direitos Humanos, a Comissão tem por objetivos a promoção de um sistema integrado de
pesquisa, reflexão, informação, documentação e difusão no campo dos direitos individuais
e coletivos; a colocação da competência universitária, notadamente nas áreas de educação,
saúde, habitação, humanidades, assistência jurídica e social, em prol da inclusão social e da
garantia da democracia; a promoção de eventos, fóruns e outras formas de atividades para
discussão e busca de soluções de importantes questões relacionadas com a concretização
dos Direitos Humanos no país e em todos os seus níveis; dentre outros.
Com especial ênfase na temática da escravidão, um dos primeiros documentos históricos
brasileiros que trazia o contexto de proteção dos direitos humanos foi a Lei n. 581, de 04 de
setembro de 1.850, conhecida como “Lei Eusébio de Queiroz”, que estabelecia medidas para
a repressão do tráfico de africanos no Império, ao prever a apreensão de embarcações brasi-
leiras encontradas em qualquer parte, bem como embarcações estrangeiras encontradas nos
portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriais do Brasil, que tivessem a bordo escra-
vos ou que mostrassem sinais da prática de tráfico de escravos, passando a ser consideradas
como importadoras de escravos.
De acordo com a mencionada lei, todos os escravos apreendidos seriam reexportados
por conta para os portos de origem dos navios ou para qualquer outro ponto fora do Império,
sendo que enquanto essa reexportação não se executasse, seriam os mesmos empregados
em trabalho debaixo da tutela do Governo, não sendo em caso algum concedidos os seus
serviços a particulares.
Posteriormente, no mesmo contexto de proteção dos direitos humanos, mereceu desta-
que a Lei n. 2.040, de 28 de setembro de 1.871, mais conhecida como “Lei do Ventre Livre”,
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que declarava de condição livre os filhos de mulher escrava que nascessem desde a data de
promulgação da lei.
Nos termos da lei, dentre outras regras, merece destaque a possibilidade dos filhos me-
nores ficarem em poder ou sob a autoridade dos senhores de suas mães, com a obrigação de
criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Após essa idade, o senhor da mãe teria
a opção ou de receber do Estado uma indenização em dinheiro ou de utilizar dos serviços do
menor até a idade de 21 anos completos.
Outras duas situações chamavam atenção na mencionada lei, sendo a primeira delas a
obrigação de entrega dos filhos nos casos em que a mulher escrava obtivesse liberdade, e a
segunda a obrigação de que os filhos menores de 12 anos acompanhassem a mãe escrava
em caso de alienação.
Na mesma seara de proteção dos direitos humanos, a Lei n. 3.270, de 28 de setembro de
1.885, conhecida como “Lei dos Sexagenários”, que previa, dentre outras regras, a realiza-
ção de matrícula dos escravos com declaração do nome, nacionalidade, sexo, filiação, se for
conhecida, ocupação ou serviço em que for empregado idade e uma tabela de valor de cada
escravo organizada por idade, além de conceder liberdade aos escravos com mais de 60 anos
de idade. O contexto dessa lei sempre foi muito criticado, pois naquela época os escravos que
chegassem até essa idade já não tinham mais condições de trabalho, vindo a ser interpretada
como uma lei que beneficiava os senhores de escravos ao lhes possibilitar se desfazer das
pessoas pouco produtivas. A mencionada lei ainda permitia o absurdo de obrigar o escravo
que atingisse os 60 anos de idade a trabalhar por mais 3 anos, de forma gratuita, para seu
proprietário.
Mais de três décadas depois da acima mencionada Lei n. 581 (tráfico de escravos), surge
no nosso ordenamento pátrio um dos mais importantes registros normativos da história do
país, a Lei n. 3.353, de 13 de maio de 1.888, amplamente conhecida como “Lei Áurea”, que
declarou extinta a escravidão no Brasil.
Posteriormente, já no século XX, ganhou destaque a Lei n. 1.390, de 3 de julho de 1951,
conhecida como “Lei Afonso Arinos”, que incluiu entre as contravenções penais a prática de
atos resultantes de preconceitos de raça ou de cor, passando a constituir contravenção penal
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Quanto às penas aplicáveis a tais condutas, a lei estabeleceu a prisão simples como regra,
variando entre períodos que se estendiam de 15 (quinze) dias a 03 (três) meses ou de 03 (três)
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meses a 01 (um) ano, incluindo-se multa, aplicando, ainda, uma pena de perda do cargo nos
casos que se configurasse a obstrução do acesso de alguém a qualquer cargo público civil
ou militar.
Esses seriam, portanto, os registros mais antigos de normativos promulgados no Brasil
que traziam em seu contexto a proteção dos direitos humanos, verificando-se nas décadas
mais atuais a influência dessa matéria em inúmeros normativos brasileiros, com destaque
para a Constituição Federal de 1988, a primeira constituição da história do Brasil que esta-
beleceu objetivamente a prevalência dos Direitos Humanos como preceito fundamental do
Estado, no sentido de reger o país no que diz respeito às relações internacionais.
A partir daí o Estado Brasileiro comprometeu-se a contribuir na promoção de Direitos Hu-
manos em caráter mundial, respeitando todos os povos e suas diferenças e reconhecendo os
direitos fundamentais previstos em tratados internacionais. Vale lembrar que, ainda que as
previsões constantes de tratados internacionais não produzam direitos já assegurados pela
Constituição Federal, o Brasil reconhece e incorpora tais direitos em seu ordenamento jurídi-
co, como veremos adiante no item 10 desta aula.
Inicialmente, vale registrar que algumas doutrinas mais clássicas mencionam a “classifi-
cação” dos direitos humanos também sob a nomenclatura de “dimensões” de direitos huma-
nos ou “gerações” de direitos humanos, inspiradas nos ideais da Revolução Francesa (liberté,
igualité e fraternité), dividindo-se o conteúdo dos Direitos Humanos em 3 (três) dimensões
(ou gerações):
• PRIMEIRA DIMENSÃO: o VALOR tutelado é a LIBERDADE (direitos de defesa). Trata-
-se das liberdades públicas, consistentes nos direitos civis (direito à vida, à liberdade,
à propriedade privada etc.) e políticos (direito de votar e ser votado). Aqui, é importante
que vocês entendam que são direitos subjetivos, pois são direitos tutelados por todos
os indivíduos e impõem o dever de não fazer do Estado, de cunho negativo.
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Prezado(a) candidato(a), a doutrina clássica a respeito dos direitos humanos aborda a clas-
sificação até a assim chamada “terceira dimensão”, porém, é importante compreender que o
direito contemporâneo estendeu essa classificação para mais 03 (três) gerações/dimensões.
Sendo assim, FIQUE ATENTO, pois para a doutrina clássica a classificação dos direitos hu-
manos se ENCERRA na terceira dimensão. Mas, para um estudo mais completo, é importante
que vocês saibam das outras três dimensões estabelecidas pelas doutrinas mais modernas:
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• QUARTA DIMENSÃO: o VALOR tutelado é o POVO (direito dos povos). Trata-se da pro-
teção de interesses que têm como objetivo a preservação do ser humano em virtude
de direitos que podem colocar em risco a existência do homem. Na visão de Norberto
Bobbio, referem-se à biossegurança, ao biodireito, às pesquisas biológicas e à mani-
pulação do patrimônio genético das pessoas, à proteção em face de uma globalização
que comprometa o direito à democracia e à inclusão digital.
• QUINTA DIMENSÃO: o VALOR tutelado é a PAZ. Para Paulo Bonavides, a paz advém do
reconhecimento universal como requisito da convivência humana, da conservação da
espécie, garantindo segurança aos direitos, eis que somente se efetiva a dignidade da
pessoa humana se a paz vier a ser elevada a direito de quinta geração.
Alguns autores mencionam a possibilidade de uma sexta dimensão, cujo valor tutelado
seria a DEMOCRACIA. Para Paulo Bonavides, seria o direito à democracia, à informação e ao
pluralismo, resultantes da globalização. A doutrina a esse respeito argumenta que a própria
Declaração Universal dos Direitos do Homem prevê que toda pessoa tem o direito de tomar
parte no governo de seu país, quer de forma direta, quer através de seus representantes li-
vremente escolhidos. Dessa forma, democracia e direitos fundamentais estão estreitamente
ligados, pois o objetivo central do Estado Democrático de Direito reside na busca da proteção
dos direitos fundamentais, por meio da observância e preservação da dignidade da pessoa
humana. Entretanto, a maioria gritante dos autores classificam os direitos humanos até a 5ª
dimensão.
Vale frisar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal reconhece a classificação
tradicional das gerações (ou dimensões) de direitos. O julgamento da Ação Direta de Incons-
titucionalidade (ADI) n. 1856/RJ, que abordou a inconstitucionalidade da Lei n. 2.895/1998 do
RJ que versa sobre prática de briga de galos, decidiu-se pela violação do direito de terceira
geração (solidariedade)6. Já na ocasião do julgamento da Medida Cautelar na ADI n. 3540/DF,
o STF entendeu que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de
terceira geração.7
6
STF, ADI 1856/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, j. 26.5.2011, DJe 14.10.2011
7
STF, ADI 3540-MC/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Melo, j. 01.9.2005, DJ 03.2.2006.
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Dito isso, prezado(a) candidato(a), vejamos agora como a banca a seguir abordou essa
temática:
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Letra e.
Trata-se de uma questão relativamente fácil, ainda mais se o(a) candidato(a) adotar a técnica
da exclusão, ou seja, as alternativas “a” e “b” mencionam a dimensão dos direitos de liberda-
de, porém, confundem o candidato(a) em relação à identificação das dimensões. A alternativa
“c” diz respeito à segunda dimensão de direitos humanos, porém, a banca procura confundir
identificando como primeira geração de direitos; o mesmo ocorrendo com a alternativa “d”,
com menção equivocada em relação à geração de direitos de fraternidade. Sendo assim, por
exclusão, temos a alternativa “e” como a única que traz argumentação coerente com a iden-
tificação da dimensão específica de direitos humanos.
Pois bem, vencida essa primeira fase de classificação dos direitos humanos, vejamos
agora de maneira bem objetiva as características próprias desses direitos, eis que se trata de
um tema bem recorrente em provas de concurso.
De início, duas características iniciais se destacam quando falamos sobre direitos huma-
nos. Trata-se da “Historicidade” e da “Universalidade”. Acerca da historicidade, estamos nos
referindo a todo o contexto histórico no qual se balizou a construção e a evolução dos direitos
humanos ao longo do tempo. Cumpre salientar que na esfera internacional, os Direitos Huma-
nos começaram a se desenvolver efetivamente em 1919 com o surgimento da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), tendo grandes avanços registrados após a Segunda Guerra
Mundial, em 1945, com o surgimento da Organizações das Nações Unidas (ONU). Percebe-se,
pois, a partir da nossa discussão sobre a afirmação histórica dos direitos humanos, que sua
evolução se dá a partir de um processo histórico gradual, representado pelas transformações
políticas, sociais e econômicas que atingem diretamente a humanidade.
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Quanto à característica de universalidade, podemos dizer que se refere ao fato de que to-
das as pessoas humanas são titulares dos direitos humanos, tanto na esfera nacional como
na internacional, sem nenhuma distinção que se refira à sua condição humana. Entretanto,
é importante frisar que ser “universal” não significa ser “absoluto”. A universalidade dos direi-
tos humanos se faz presente nos artigos I e II da Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948, vejamos:
Artigo I
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo II
1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
8
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direitos humanos. 4ª edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Método,
2017. p. 33.
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Temos, portanto, uma relação lógica dessa característica com a dignidade da pessoa hu-
mana, eis que, sendo humano, sua dignidade deve ser respeitada. Logo, pela característica
da irrenunciabilidade, entende-se que a pessoa não pode dispor sobre a proteção à sua inte-
gridade, à sua dignidade, sendo que eventual renúncia a qualquer direito humano é nula, não
possuindo validade jurídica.
Quanto à indisponibilidade, esta característica se aproxima muito da irrenunciabilidade,
eis que os direitos humanos são indisponíveis de renúncia, e mesmo que a doutrina considere
como renunciáveis alguns direitos como da privacidade e intimidade, estes somente serão
disponíveis por um determinado tempo, desde que tal disposição não se contraponha à dig-
nidade da pessoa humana.
No tocante à inalienabilidade, as doutrinas também relacionam tal característica com a
irrenunciabilidade. Trata-se da impossibilidade de que os direitos humanos possam ser de al-
guma forma alienados, eis que representa afronta à dignidade da pessoa humana. Em outras
palavras, o titular do direito não poderá dispor de seus direitos humanos. Exemplo claro nesse
sentido é a impossibilidade de retirada de órgão humano vital para fins de lucro. Por conta
disso, inclusive, prevê o art. 14 do Código Civil que somente é válida, para depois da morte,
a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo científico ou altru-
ístico. Nesse sentido, veda-se a alienabilidade da dignidade para auferir lucro, garantindo-se
que a disposição do corpo após a morte somente ocorra de forma gratuita.
Quanto à característica da relatividade, a premissa utilizada pela doutrina é a de que os
direitos humanos podem sofrer limitações para adequá-los a outros valores coexistentes na
ordem jurídica. Dessa forma, entende-se que em caso de conflito entre princípios que ga-
rantem a proteção aos direitos humanos, o aplicador do direito terá o desafio de relativizar
um princípio para que o outro se sobreponha. Um dos exemplos mais claros diz respeito à
possibilidade de relativização do princípio da liberdade em algumas circunstâncias, como,
por exemplo, no caso de condenação criminal ou nas hipóteses em que é admitida a prisão
privativa do acusado.
Dentre as diversas modalidades de crimes previstos no Código Penal Brasileiro, percebe-
-se que uns violam bens e valores tão caros à sociedade que, quando confrontados com o
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princípio da liberdade individual, permitem por certo período de tempo a restrição à liberdade
da pessoa, adequando-se a outros valores coexistentes na ordem jurídica.
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Letra d.
Trata-se de uma questão que aborda as características dos Direitos Humanos, em especial
a historicidade (no caso, a alternativa “a” equivocadamente afirma que a historicidade pres-
supõe a supressão de direitos), a universalidade (a alternativa “b” equivocadamente remete
a uma relação direta entre a universalidade e a aplicação igualitária dos direitos humanos),
a irrenunciabilidade (a alternativa “c” aponta a possibilidade de restrições de direitos huma-
nos por via de lei ordinária), a imprescritibilidade (que se manifesta sobre o direito humano
em si e não sobre o ajuizamento de ações judiciais), bem como a indivisibilidade dos direitos
fundamentais, lastreados no princípio da proteção da dignidade da pessoa humana, objeto de
análise na alternativa “d”.
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Por fim, vale mencionar uma característica de suma importância dos direitos humanos,
qual seja, o instituto que prevê a proibição do retrocesso em matéria de direitos humanos.
Por força da historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção à dignidade da
pessoa humana é expansiva, ou seja, está sempre em progresso, não sendo permitidos retro-
cessos em relação aos avanços já conquistados pela humanidade.
Exemplo claro disso é a vedação à tortura, que se constitui em um direito humano absolu-
to, decorrente dos graves acontecimentos registrados em guerras mundiais e em movimen-
tos ditatoriais. Em razão desses eventos, a comunidade internacional voltou-se contra tal
prática e, atualmente, defende que a vedação à tortura é absoluta e universal. Assim, qualquer
ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa humana consistente em provocar
sofrimento a alguém de forma deliberada constitui violação aos Direitos Humanos e não po-
derá ser permitido, sob pena de retrocesso de todas as conquistas registradas até aqui.
Prezado(a) candidato(a), tudo certo até aqui? Acredite, estamos nos preparando para cer-
car todas as possíveis questões de Direitos Humanos da prova. Bom, como dito anteriormen-
te, a matéria de Direitos Humanos exige bom senso em seu estudo. Tente sempre pensar de
maneira abrangente na hora da prova, caso tenha esquecido algum detalhe da matéria. E,
lembre-se, esta matéria visa a proteção da condição humana, inerente a todos nós, seja na
educação, na saúde, na segurança etc.
O presente tópico refere-se à responsabilidade do Estado em caso de violação de direitos
humanos, bem como a forma de repará-los. Por se tratar de um tema bem amplo, vamos nos
concentrar nos pontos importantes para a sua prova, vamos lá!
Ao longo da história, o Estado na maioria das vezes figurou como o principal responsável
pela violação de direitos humanos, por ação ou omissão. Ocorre que, atualmente, o Estado
não ocupa mais com tanta frequência esse papel de principal responsável, tampouco nem
aparece como o único que responde pelos atos ilícitos, mesmo sendo muito acionado a se
explicar ou reparar violações.
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De uma forma geral, qualquer violação de direitos humanos que acarreta danos deve ser
reparada. Contudo, quando se trata do Estado, essa responsabilidade é em dobro, pois este
é, ao mesmo tempo, garantidor desses direitos e seu potencial violador. Entretanto, pra nós
nesse momento interessa compreender que os Estados não podem ser responsabilizados
por todos os atos, pois há parâmetros, ou seja, limitações que definem em quais condições o
Estado assume a responsabilidade no âmbito de direitos humanos.
Em tese, o Estado responde por todos os atos que violam os direitos humanos, cometi-
dos por representantes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e, também, por
agentes estatais, independente da função que ocupam, em todas as esferas (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios).
Para melhor compreensão, segue um exemplo: Você, policial militar, durante o exercício da
função, abusou de sua competência em determinado fato. Nesse caso, mesmo considerando
o fato de você ter abusado de sua competência, cabe ao Estado responder pelas violações
de direitos humanos cometidas por você no exercício da sua função. Em suma, o Estado não
pode dispensar a obrigação da acusação e alegar que você agiu por conta própria.
É importante que você tenha em mente que o Direito Internacional dos Direitos Humanos
obriga o Estado a proteger os direitos inerentes à pessoa humana, sob sua jurisdição, contra
qualquer ato que viole os direitos humanos, inclusive atos que decorrem de pessoas privadas.
Você percebeu que nossa matéria deve ser pensada sempre de uma forma ampla? Não
esqueça disso na hora da prova!
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Agora, e quais são as consequências jurídicas desses atos de violação dos direitos hu-
manos? Pois bem, essa violação gera obrigações a serem cumpridas pelo Estado, dentre elas,
a cessação da violação do direito, a omissão de futuras violações de direitos, pagamento de
indenizações, dentre outras.
Vale destacar que essa responsabilização é objetiva, ou seja, não precisa comprovar a
intenção em ter praticado o ato ilícito que gerou a violação de direitos humanos.
Nesse sentido, figuram como elementos para a responsabilização do Estado:
• Prática de um ato ilícito;
• Imputabilidade da obrigação ao Estado;
• Prejuízo causado;
• Ação ou omissão contrária à norma internacional de direitos humanos;
• Nexo de causalidade entre o ato ilícito e o agente causador responsável; e
• Dano ao direito humano da(s) vítima(s).
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valores e a confiança no sistema penal farão com que os sujeitos se abstenham da prática de
delitos, já a segunda é voltada apenas para a pessoa do indivíduo criminoso, com o objetivo
de reeducar e evitar a reincidência.
No modelo de Prevenção Especial Positiva, o Estado defere ações buscando a ressociali-
zação do delinquente por meio da sua correção. Esse formato de prevenção visa a recoloca-
ção do agente na sociedade após devida correção do Estado. Já no modelo negativo, o Estado
busca a neutralização do infrator através da efetiva punição criminal.
Ainda dentro do contexto preventivo, a doutrina aborda a chamada prevenção direta, que
como o nome já diz está intimamente ligada na força punitiva e repressora do direito penal e a
indireta que procura proporcionar programas culturas e de lazer buscando qualidade de vida
à sociedade.
No Brasil a prevenção criminal é híbrida e ocorre de forma ampla, tanto para a sociedade
quanto para o criminoso, ou seja, busca-se a educação do encarcerado e o respeito à cole-
tividade, onde no desempenho da função preventiva do crime o Estado atua em três frentes,
a saber:
• Prevenção Primária: consiste nas ações preventivas de médio e longo prazo, não de-
correndo dessas ações efeitos positivos imediatos. Busca atingir a sociedade como
um todo e procurando desestimular a prática criminal. São medidas por meio das quais
o Estado investe em lazer, moradia, direitos sociais, segurança e emprego.
• Prevenção Secundária: é a atuação geograficamente estratégica do Estado, incide so-
bre grupos sociais e/ou locais onde exista certa propensão ao crime, esse tipo de pre-
venção é baseado em estudos estatísticos e ocorre basicamente por meio de progra-
mas de prevenção policial, não sendo descartada outras formas de controle.
• Prevenção Terciária: é a ressocialização, destina-se exclusivamente à população car-
cerária no fito de evitar a reincidência.
A prevenção do crime vem a ser tarefa árdua aos órgãos de segurança no sentido de que
antever os acontecimentos conflituosos requer preparo de alto nível tanto em material tecno-
lógico como na formação e consolidação profissional do agente responsável pela aplicação
da lei.
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direitos humanos, de forma que as ações dos agentes de segurança devem ser orientadas
pelos princípios legais, morais, éticos e ainda àqueles referentes a preconização dos Direitos
Humanos no sentido de disciplinar as condutas e ações tomadas pelos seus agentes, garan-
tindo a integridade dos seres humanos em situações de conflito.
O Estado, através dos órgãos policiais, deve proporcionar a manutenção da ordem pública
diante de toda espécie de violação, assegurando a convivência dos homens em sociedade,
protegendo o cidadão contra manifestações de violência e garantindo o exercício da cidada-
nia nos limites da lei.
A manutenção da ordem está diretamente ligada à principal atividade exercida pela Polí-
cia Militar, conforme preconizado pelo § 5º, do art. 144, da Carta Magna, que versa, na primei-
ra parte, sobre as ações de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública atribuídas
às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal.
A Polícia Militar é um órgão que está não só comprometido com a manutenção da ordem,
como está necessariamente condicionado ao cumprimento dos preceitos constitucionais.
São essas condicionantes que norteiam o agente estatal na execução de ações inerentes à
atividade policial em dois vieses. Por um lado a relação de dever constitucionalmente atri-
buído pelo capítulo III, art. 144 da CF/1988, acima explanado e pelo art. 5º, caput do mesmo
diploma, que trata dos direitos individuais e coletivos, e por outro lado, a observância dos pre-
ceitos constitucionais orientam o agente no controle de suas ações quanto ao uso da força
necessária investida ao poder de polícia, de modo a coibir abusos e/ou arbitrariedades.
A partir desse contexto, extraímos que a preservação da ordem pública garante as condi-
ções essenciais a vida humana, de forma que o agente de segurança tem como dever prote-
ger a segurança do cidadão e de seu patrimônio bem como a salubridade e tranquilidade no
convívio social.
Na medida em que se verificam ocorrências que comprometam direitos fundamentais
garantidos constitucionalmente, devem os agentes estatais de segurança repeli-las, resguar-
dados os limites legais, morais, éticos e de direitos humanos.
Bem, após nossa conversa sobre a responsabilização do Estado, vamos partir agora para
um ponto de extrema relevância do edital: os direitos humanos e os direitos fundamentais na
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Constituição Federal de 1988 (artigos 5º ao 15). Pela extrema relevância que esses temas re-
presentam os próximos capítulos da nossa aula serão dedicados a eles, nos termos dos itens
5 a 11 do nosso Sumário. Vamos lá!!! Não desanime, meu(minha) caro(a)!!!
Prezado(a) candidato(a), nessa aula iremos tratar a matéria de Direitos Humanos no con-
texto constitucional do tema, considerando que a Constituição Federal de 1988 (CF/1988) pri-
vilegia a temática dos Direitos Humanos desde os primeiros capítulos dispostos no diploma,
principalmente no que diz respeito aos direitos e garantias fundamentais.
A Carta Constitucional de 1988 foi a primeira constituição da história do Brasil que esta-
beleceu objetivamente a prevalência dos Direitos Humanos como preceito fundamental do
Estado, no sentido de reger o país no que diz respeito às relações internacionais.
A partir daí o Estado Brasileiro comprometeu-se a contribuir na promoção de Direitos Hu-
manos em caráter mundial, respeitando todos os povos e suas diferenças e reconhecendo os
direitos fundamentais previstos em tratados internacionais. Vale lembrar que, ainda que as
previsões constantes de tratados internacionais não produzam direitos já assegurados pela
Constituição Federal, o Brasil reconhece e incorpora tais direitos em seu ordenamento jurídi-
co, como veremos adiante no item 6 desta aula.
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 consagra um universo de princípios que
fundamentam a República Federativa do Brasil (soberania, cidadania, dignidade da pessoa
humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e pluralismo político), privilegiando,
ainda, as bases que orientam o Brasil no cenário internacional, nos termos do artigo 4º, que
vem a ser um dispositivo orientador do país para a prevalência dos direitos humanos, da au-
todeterminação dos povos, do repúdio ao terrorismo e ao racismo e da cooperação entre os
povos para o progresso da humanidade.
Deste modo, a CF/1988, esquematizada em títulos balizadores de princípios, de garantias
e direitos, de organização, de ordem social e econômica, entre outros, é modelo de respeito,
igualdade e liberdade, constituída na intenção de que fossem abordadas questões inerentes
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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Letra d.
Trata-se de questão relativamente fácil, eis que a redação dos itens I, III, IV e V se coadunam
com os ditames gerais da temática que envolve os princípios fundamentais da República, en-
tre eles, autodeterminação dos povos, defesa da paz, igualdade entre os Estados, concessão
de asilo político. Frisa-se, ainda, a confusão acerca da redação do item II da questão, consi-
derando que os princípios surtem efeitos diretamente no ordenamento jurídico interno.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Letra c.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) o conhecimento de que a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o Protocolo de São Salvador e o Pacto Inter-
nacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais consagrem o dever ou obrigação dos
Estados-Partes de realização progressiva dos direitos humanos.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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− Princípio Federativo: art. 1º (...) formada pela união indissolúvel dos Estados e Mu-
nicípios e do Distrito Federal (...) – É a forma de Estado. Como princípio fundamental,
o federalismo é responsável pela indissolubilidade do vínculo entre União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
− Princípio do Estado Democrático de Direito: art. 1º (...) constitui-se em Estado De-
mocrático de Direito (...) – Por meio desse princípio, a República Federativa do Brasil
é reconhecida como de ordem estatal justa, mantenedora das liberdades públicas e
do regime democrático9.
− Princípio da Soberania: (art.1º, I) – Traz como característica a independência do
país quanto a tomada de decisões, sem interferência externa. É denominado como
“poder máximo”, um atributo do Estado que confere a ele poder de decisão. É uma
das características estatais que é sempre acompanhada de dois requisitos básicos:
o povo e o território, sem os quais o Estado não conseguiria exercer sua soberania.
− Princípio da Cidadania: (art. 1º, II) – É o vínculo jurídico-político que o cidadão possui
com o Estado. É a possibilidade que o cidadão tem de exercer seus direitos políticos.
− Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: (art. 1º, III) – Esse é um dos princípios
que mais se encaixa no contexto da defesa dos Direitos Humanos. Significa que to-
dos devem ser tratados de maneira digna, respeitosa e honrosa. Esse princípio apli-
ca-se a diversas questões como proibição ao racismo, aplicação indiscriminada dos
direitos e garantias fundamentais, proibição de exploração do homem pelo homem,
proibição de ofensas e abusos, dentre outras.
− Valores sociais do trabalho e a livre iniciativa: (art. 1º, IV) – ao inserir esse princípio
no artigo 1º, o constituinte buscou proteger o trabalhador das arbitrariedades ao
mesmo tempo em que buscou valorizar o trabalho do homem em relação à econo-
mia de mercado, eis que a livre iniciativa é considerada como fundamento da ordem
econômica e atribui à iniciativa privada o papel primordial na produção ou circulação
de bens ou serviços, constituindo-se como a base sobre a qual se constrói a ordem
9
(BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 6ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2011).
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Prezado(a) candidato(a), é importante ressaltar que a independência entre os Poderes não é ab-
soluta, tendo em vista que o equilíbrio das funções de cada poder prescinde do sistema de freios e
contrapesos (checks and balances) como mecanismo de controle recíproco entre os poderes.
Ainda sobre a Tripartição dos Poderes é importante frisar que o Estado possui a função
primária exercida pelo Legislativo, que tem a competência para criar leis que regem o Estado;
a função subsidiária, que pertence ao Judiciário na aplicação das leis elaboradas pelo legisla-
10
OLIVEIRA, Sônia dos Santos. O Princípio da Livre Iniciativa. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 4, no 147. Disponível em:
<https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/851/o-principio-livre-iniciativa> Acesso em: 10 mai. 2018.
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tivo; e a função complementar, a qual cabe ao Poder Executivo gerar situações concretas para
garantir a exequibilidade das leis.
Acerca do Estado Democrático de Direito, vale frisar que se trata de um conceito que de-
signa qualquer Estado que preza por garantir o respeito às liberdades civis, aos direitos hu-
manos e às garantias fundamentais por meio de um sistema de proteção jurídica que proteja
o exercício dos direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais e dos direitos políticos.
Em um Estado de Direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das
regras de direito, ou seja, os governantes devem respeito ao que é previsto nas leis, fazendo
com que decisões não sejam contrárias ao que diz a lei, protegendo, dessa maneira, os direi-
tos fundamentais dos cidadãos.
Outro ponto que merece destaque são as características do Estado Democrático de Direi-
to, a saber:
− soberania popular: de acordo com o § único do art. 1º da CF/1988, o controle sobre o
poder político é exercido pelo povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente;
− importância da Constituição Federal: a Constituição é chamada de “Lei Maior” por-
que é a lei que estabelece quais são os princípios fundamentais que devem orientar
o sistema jurídico e as decisões no país;
− a ação e as decisões dos governantes devem sempre levar em consideração o que a
lei estabelece: no Estado Democrático de Direito, a lei coloca limites ao poder de de-
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cisão dos governantes, fazendo com que suas ações dos governos sejam voltadas
ao respeito e à satisfação dos direitos dos cidadãos, garantindo a justiça social no
país;
− divisão entre os três Poderes que fazem parte do Estado: o Estado Democrático de
Direito garante que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sejam indepen-
dentes, com funções específicas, de modo que o Legislativo se torne responsável por
aprovar leis que permitam ao Executivo a tomada de decisões, garantindo ao Judici-
ário a independência para julgar de maneira imparcial os conflitos sociais.
− Garantir o Desenvolvimento Nacional (art.3º, II): Deve ser entendido como um pro-
cesso de transformação da sociedade voltado para a realização da justiça social,
que alcança a nação brasileira em sua complexidade total, identidade coletiva e pe-
culiaridades culturais. Trata-se de uma das premissas mais distantes a serem atin-
gidas no Brasil, considerando que o desenvolvimento social é medido por índices
que se encontram em patamares inferiores aos parâmetros estabelecidos pela co-
munidade internacional como, p.ex., a mortalidade infantil, a geração de empregos,
a alfabetização, dentre outros.
− Erradicar a Pobreza e a Marginalização e Reduzir as Desigualdades Sociais e Regio-
nais (art.3º, III): A fome e a pobreza no nosso país ainda demandam muitos desafios
para a República, de modo que uma das formas de desenvolvimento social é a elimi-
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nação da pobreza generalizada no país. Ainda temos um longo caminho pela frente.
O mais importante é que esse objetivo permaneça com status constitucional, in-
fluenciando cada vez mais não apenas o nosso ordenamento jurídico, mas também
as políticas públicas nas esferas federal, estadual, municipal e distrital.
− Promover o Bem de Todos, Sem Preconceitos de Origem, Raça, Sexo, Cor, Idade e
Quaisquer Outras Formas de Discriminação Regionais (art.3º, IV): Objetivo intrínse-
co idealizador da igualdade formal, onde todos são iguais em direitos e deveres.
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− Não intervenção (Art. 4º, IV): garante que nenhum Estado poderá intervir em assun-
tos de natureza interna do Brasil. O princípio da não-intervenção tem relação direta
com o princípio da independência nacional, e é a regra de que cada País se desen-
volve da forma que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito a sofrer intervenção de
qualquer outro país, seja ele qual for.
− Igualdade entre os Estados (Art. 4º, V): esse princípio foi trazido à Constituição Bra-
sileira pelo posicionamento apresentado em 1972 pela Assembleia Geral das Na-
ções Unidas, por meio da Carta de Direitos e Deveres Econômicos dos Estados (ONU
– Resolução n. 3.281, de 12 de dezembro de 1974) a qual afirma que “todo Estado
tem direito soberano e inalienável de eleger seu sistema econômico, assim como
seus sistemas político, social e cultural, de acordo com a vontade de seu povo, sem
ingerência, coação e nem ameaças externas de nenhuma classe”.
− Defesa da Paz (Art. 4º, VI): é a forma de atuação do país com relação a conflitos ex-
ternos, na qual o Estado explicitamente recorre à solução pacífica de conflitos. É um
princípio universal e supremo entre os Estados, como se verifica em um dos propó-
sitos fundamentais das Nações Unidas: “Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas
são: 1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletiva-
mente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão
ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade
com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das
controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz”.
− Solução Pacífica de Conflitos (Art. 4º, VII): seguindo o mesmo fundamento do prin-
cípio inerente à Defesa da Paz, o Brasil busca banir do seu ordenamento medidas
violentas ou coativas afim de assegurar a prevalência dos direitos humanos e a paz
entre os povos. Em regra, busca-se soluções pacíficas a conflitos e divergências,
seja de ordem política, jurídica, diplomática ou jurisdicional. Porém, se ocorrer uma
situação internacional em que não seja possível a solução pacífica, os meios coerci-
tivos e de guerra serão admitidos pela própria Constituição.
− Repúdio ao Terrorismo e ao Racismo (Art. 4º, VIII): a CF/1988 busca assegurar o
direito à liberdade pública, enfatizando ainda, em sua estrutura, que todos são iguais
etnicamente. Este princípio tem como característica a eliminação de qualquer tipo
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Letra d.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca do texto expres-
so do art. 1º da CF/1988:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a
soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
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c) Ampla Defesa.
d) Contraditório.
e) Duplo grau de jurisdição.
Letra b.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento básico
acerca dos princípios do juiz natural (prevê que qualquer pessoa possui a garantia de ser jul-
gado pelo Poder Judiciário através de um juiz competente, investido de jurisdição e imparcial)
e do promotor natural (prevê que ninguém será processado senão pelo órgão do Ministério
Público, dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e
liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas).
O Título II da Constituição Federal de 1988, que trata dos Direitos e Garantias Fundamen-
tais, estabelece em seu Capítulo I os normativos garantidores dos Direitos Individuas e Cole-
tivos que cada cidadão brasileiro ou residente no Brasil dispõe.
É bem sabido que a Constituição Federal, se inspirou na Declaração Universal dos Direitos
Humanos para construir o caput do art. 5º, apresentando um texto com enormes semelhan-
ças daquele preconizado no art. 1º daquele documento, vejamos:
Art. 5º CRFB/1988
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade (...).
Art. 1º DUDH Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de
razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
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Importante frisar a estrutura didática proposta por José Afonso da Silva11 a respeito dos
direitos fundamentais no tocante ao seu conteúdo, vejamos:
• direitos fundamentais do homem-indivíduo (direitos individuais) – art. 5º da CF/1988:
liberdade, igualdade, segurança, propriedade, dentre outros;
• direitos fundamentais do homem-nacional – art. 12 da CF/1988: nacionalidade e suas
particularidades;
• direitos fundamentais do homem-cidadão (direitos políticos) – arts. 14 a 17 da CF/1988:
participação política, p. ex., votar e ser votado;
• direitos fundamentais do homem-social (direitos sociais) – art. 6º e arts. 193 a 230 da
CF/1988: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, seguran-
ça, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desampa-
rados, dentre outros;
• direitos fundamentais do homem-membro da coletividade (direitos coletivos) – art. 5º
da CF/1988: acesso à informação, locomoção, liberdade de reunião pacífica, dentre ou-
tros;
• direitos fundamentais do homem-solidário – arts. 3º e 225 da CF/1988: direito à paz,
ao desenvolvimento, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, dentre outros.
11
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional. 37ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 186.
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Quanto ao inciso I do art. 5º, vale frisar que somente a Constituição pode estabelecer distin-
ções entre homens e mulheres, não se permitindo que leis ordinárias comprometam o direito
constitucional à igualdade. Pode haver regulamentações via lei ordinária (CLT, serviço militar,
entre outras situações), contanto que a possibilidade de regulamentação esteja prevista na
Constituição, garantindo-se a eficácia e a aplicabilidade da norma constitucional.
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Outrossim, sempre que falamos em direitos e deveres individuais e coletivos, o(a) candi-
dato(a) deve ficar atento uma vez que o rol do art. 5º é meramente exemplificativo, tendo em
vista que os direitos e deveres individuais e coletivos garantidos pela ordem jurídico-cons-
titucional brasileira não se resumem aos constantes somente do artigo 5º da Constituição,
assim como vimos anteriormente.
Um exemplo que podemos levantar sobre as questões inerentes à preservação dos direi-
tos e garantias fundamentais, aplicadas em legislação infraconstitucionais, é o caso da veda-
ção ao aborto, que também vem a ser uma garantia de proteção à inviolabilidade do direito à
vida e está previsto pelo Código Penal Brasileiro.
Nesse sentido, ressalta-se que o mesmo artigo 5º aplica a extensão do rol dos direitos e
garantias individuais no texto do § 2º, onde preconiza que os direitos e garantias expressos
na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados,
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Merece destaque no estudo do art. 5º da CF/1988 a previsão dos remédios constitucio-
nais para a defesa de direitos e garantias individuais e coletivas, em apertada síntese, a saber:
• Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII): trata-se de instituto pertinente às violações de liberda-
de de locomoção (ir, vir e permanecer), nos seguintes termos: “conceder-se-á habeas
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”;
• Habeas Data (art. 5º, LXXII): trata-se de instituto de proteção à informação sobre a pes-
soa requerente e, em caso de informações incorretas, a adequação de sua veracidade,
nos seguintes termos: “conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento
de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”;
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• Mandado de Segurança (art. 5º, LXIX): em linhas gerais, instituto utilizado para amparar
situações envolvendo direitos líquidos e certos não alcançáveis via habeas corpus ou
habeas data, nos seguintes termos: “conceder-se-á mandado de segurança para pro-
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”;
• Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI): trata-se de instituto que garante a observância
do direito na ausência de regulamentação por parte do Poder Público, nos seguintes
termos: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamen-
tadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-
gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”; e
• Ação Popular (art. 5º, LXXII): trata-se de instrumento direcionado às lesões ao patrimô-
nio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, nos seguintes termos: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência”.
Diante de todo o exposto, entende-se que garantir os deveres e direitos individuais e co-
letivos assegura ao cidadão a possibilidade de uma vida digna, livre e igualitária, e ainda que
não estejam explicitamente aplicadas na própria constituição brasileira, o Estado não retira o
mérito de existência de outra garantias fundamentais existentes, conforme estabelece o §2º
do art. 5º como já citado anteriormente.
Recomenda-se, assim como em relação aos instrumentos de proteção dos direitos humanos,
a leitura na íntegra do artigo 5º da CF/1988, justamente para se ter uma completa noção dos
direitos ali previstos, que vão desde a garantia de igualdade entre homens e mulheres até o
direito de realização de reunião pacífica, passando por direitos religiosos, políticos, sociais,
culturais, econômicos, de liberdade, de dignidade, de integridade física, dentre outros.
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Letra d.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca do texto expresso
do inciso XL do art. 5º da CF/1988: “XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
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d) excepciona o princípio da irretroatividade da lei penal ao permitir que a lei seja aplicada aos
crimes cometidos anteriormente a sua entrada em vigência, quando for mais benéfica ao réu,
regra essa que incide, inclusive, quando se tratar de crime hediondo.
e) determina que a prática de crime hediondo constitui crime inafiançável e imprescritível.
Letra d.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca do texto expres-
so do inciso XL do art. 5º da CF/1988: “XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu;”.
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Letra a.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca do texto expres-
so do inciso VIII do art. 5º da CF/1988: “VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”.
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aos desamparados, nos termos do art. 6º da Constituição, direitos esses detalhados no Título
X da CF (“Da Ordem Social”), nos seguintes termos:
• Direito à educação: detalhado por meio dos artigos 205 a 214 da CF/1988, trazendo
proposições e compromissos do Estado e da sociedade brasileira, visando o pleno de-
senvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho, trazendo como princípios a igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
samento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coe-
xistência de instituições públicas e privadas de ensino; a gratuidade do ensino público
em estabelecimentos oficiais; a valorização dos profissionais da educação escolar; a
gestão democrática do ensino público, na forma da lei; a garantia de padrão de quali-
dade; bem como o piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública.
A CF/1988 alçou o ensino fundamental como obrigatório e gratuito, assim como um direi-
to público subjetivo, abrindo caminho para a universalização do ensino médio, assim como,
por meio de um plano nacional de educação, estabeleceu alguns objetivos a serem seguidos:
a erradicação do analfabetismo; a universalização do atendimento escolar; a melhoria da
qualidade do ensino; a formação para o trabalho; a promoção humanística, científica e tecno-
lógica do País; assim como o estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto (art. 214).
• Direito à Seguridade Social: previsto nos artigos 194 a 204 da CF/1988, compreen-
dendo a tríade da saúde, da previdência social e da assistência social, em observância
aos seguintes objetivos: universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade
e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade
e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; irredutibilidade do valor dos
benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de fi-
nanciamento; caráter democrático e descentralizado da administração, mediante ges-
tão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposen-
tados e do Governo nos órgãos colegiados.
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Nesse sentido, a saúde se apresenta como direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação (art. 196 da CF/1988), com destaque constitucional para a instituição do Sistema
Único de Saúde (SUS) com as seguintes competências: controlar e fiscalizar procedimentos,
produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; executar as ações de vigi-
lância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; ordenar a formação
de recursos humanos na área de saúde; participar da formulação da política e da execução
das ações de saneamento básico; incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
científico e tecnológico e a inovação; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con-
trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; participar do
controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos; colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendi-
do o do trabalho; dentre outros.
A previdência social, pelo viés constitucional, deve ser organizada sob a forma de regime
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, atendendo, nos termos da lei, a cobertura de doenças, morte
e idade avançada; a proteção à maternidade, especialmente à gestante; a proteção ao traba-
lhador em situação de desemprego involuntário; o salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou mu-
lher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes (art. 201, CF/1988).
Já a assistência social, de acordo com o texto constitucional, deve ser prestada a quem
dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, tendo por objetivos
a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crian-
ças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilita-
ção e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à
vida comunitária; bem como a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
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portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei (art. 203, CF/1988).
• Proteção à família: prevista com especial ênfase no art. 7º da CF/1988 na esteira das
garantias de trabalho do homem e da mulher (salário, salário-família, licença materni-
dade e paternidade, assistência gratuita em creches e pré-escolas a filhos e dependen-
tes até cinco anos de idade, a proteção do mercado de trabalho à mulher etc.), combi-
nados a outros direitos previstos nos artigos 226 a 230 da CF/1988, como as garantias
do casamento civil; união estável; proteção da criança, do adolescente e do idoso, den-
tre outros.
• Proteção dos trabalhadores: previstos nos artigos 7º, 8º e 9º da CF/1988, consubstan-
ciando-se numa consolidação de direitos aos trabalhadores urbanos e rurais, com des-
taque para a proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa
causa; o seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário; o fundo de garantia
do tempo de serviço; salário mínimo nacionalmente unificado; décimo terceiro salário;
proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; dentre outros.
• Direitos culturais: previstos nos artigos 215 e 216 da CF/1988, o pleno exercício dos
direitos culturais devem ser garantido pelo Estado, bem como o acesso às fontes da
cultura nacional, mediante apoio e incentivo à valorização e a difusão das manifesta-
ções culturais, com especial proteção às manifestações das culturas populares, indí-
genas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório
nacional.
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Artigo 2º
1. Cada um dos Estados Partes no presente Pacto compromete-se a agir, quer com o seu próprio
esforço, quer com a assistência e cooperação internacionais, especialmente nos planos econômi-
co e técnico, no máximo dos seus recursos disponíveis, de modo a assegurar progressivamente
o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto por todos os meios apropriados,
incluindo em particular por meio de medidas legislativas.
Sobre os aspectos da progressividade, vale frisar que a razão de sua existência se dá pelo
fato de que o reconhecimento de direitos de tamanha envergadura não se dá num curto es-
paço de tempo, demonstrando a necessidade de flexibilidade na identificação das situações
concretas e da efetivação dos direitos. Impõe-se, ao mesmo tempo, uma ação flexível e ágil
do Estado-parte na adoção de medidas para a efetivação dos direitos econômicos, sociais e
culturais dos indivíduos.
Assim como no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o exercício dos direi-
tos previstos no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais deve se
dar sem discriminação de qualquer natureza.
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Recomenda-se, assim como em relação aos outros instrumentos de proteção dos direitos
humanos, a leitura na íntegra do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, justamente para se ter uma completa noção dos direitos ali reconhecidos, que vão
desde a garantia de igualdade entre homens e mulheres no gozo de todos os direitos econô-
micos, sociais e culturais; até o direito à educação, à gratuidade de educação primária; pas-
sando pelo direito de fundar sindicatos, direito de greve, direito à previdência e seguro social,
direito de proteção à família, dentre outros.
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Letra b.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca de
conceitos bastante autoexplicativos dos direitos sociais à educação, ensino e cultura.
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Muito embora o § 2º do art. 12 da CF/1988 tenha sido claro ao prever que “A lei não poderá
estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados”, o próprio § 2º faz a ressalva de
que a Constituição Federal estabelece alguns casos em que ocorre o tratamento diferenciado
entre ambos.
Um exemplo claro de distinção é a ocupação de cargos públicos, tornando-se expressa a
vontade da sociedade brasileira que os cargos elencados nos incisos do § 3º do art. 12 são
privativos de brasileiros natos, como é o caso do Presidente e do Vice-Presidente da Repúbli-
ca, estendendo-se a outras autoridades que ocupam a linha sucessória temporária da Presi-
dência da República em casos de afastamento do titular do cargo.
Outro exemplo claro de distinção é a possibilidade, para o brasileiro naturalizado, de ser
extraditado, em determinadas situações (art. 5º, LI, CF/1988), o que é completamente vedado
ao brasileiro nato.
A partir dessas noções iniciais, podemos então dizer que no Brasil temos dois tipos de
nacionalidade:
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• art. 12, I, “b”: regra do “ius sanguinis” (critério sanguíneo) c/c critério funcional: de
acordo com essa regra, considera-se brasileiro nato o indivíduo que nascer em ter-
ritório estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil, ou seja, é preciso que pai ou mãe,
sendo brasileiros, estejam cumprindo missão oficial em nome do Brasil. Frisa-se que
a expressão “esteja a serviço da República Federativa do Brasil” significa dizer que o
mesmo deva estar exercendo atividade relacionada à Administração pública direta ou
indireta em todas as suas esferas, inserindo-se as atividades consulares, diplomáticas,
bem como os serviços prestados por autarquias, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
• art. 12, I, “c”: regra do “ius sanguinis” (critério sanguíneo) c/c critério residencial c/c
opção confirmativa: de acordo com essa regra, considera-se brasileiro nato o indiví-
duo que nascer em território estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasi-
leira.
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que o Chefe do Poder Executivo delibere e decida sobre a matéria, dentro de sua esfera de
discricionariedade.
Frisa-se que a própria Constituição Federal de 1988 estabelece que aos portugueses com
residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuí-
dos os direitos inerentes ao brasileiro, com as ressalvas aos casos previstos no mesmo Texto
Constitucional, regra essa prevista no § 1º do art. 12.
• art. 12, II, “b”: regra da naturalização expressa extraordinária (quinzenária): de acordo
com essa regra, é permitido aos estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, ingressarem com
o pedido de naturalização. Trata-se, pois, de um direito público subjetivo, intransferível,
que se incorpora, automaticamente, ao patrimônio do interessado em obtê-la, encon-
trando-se o Poder Executivo vinculado ao requerimento e, em caso de satisfação de
todos os requisitos, impossibilitado de apresentar qualquer óbice, eis que nesse caso
não se aplica a discricionariedade.
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Art. 5º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
Ao lado dessa regra geral, sabemos que o próprio texto constitucional apresenta 04 (quatro)
exceções que estabelecem clara distinção entre brasileiros natos e naturalizados, quais sejam:
• Extradição: art. 5º, LI, CF/1988: nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
zado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
• Ocupação de cargos públicos: art. 12, § 3º, CF/1988: § 3º São privativos de brasileiro
nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da
Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Su-
premo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa;
• Função de Conselheiro da República: art. 89, VII, CF/1988: Art. 89. O Conselho da Re-
pública é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: (...);
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois
eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recon-
dução.
• Propriedade de empresa jornalística, de radiodifusão sonora, de sons e imagens: art. 222,
CF/1988: Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pes-
soas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
Ainda no tocante aos direitos de nacionalidade, a Constituição Federal de 1988 prevê ex-
pressamente as hipóteses em que pode ser declarada a perda da nacionalidade de um brasi-
leiro, de acordo com as situações previstas nos incisos I e II do § 4º do art. 12, vejamos:
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ce que “São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.” e o § 2º estabelece que “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
ter símbolos próprios.”
A Constituição Federal de 1988 trata dos direitos políticos nos artigos 14 a 16, tratando-os
como parte integrante do Título II “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. Mas, na verdade,
o que são “direitos políticos”?
Podemos dizer que direitos políticos são prerrogativas constitucionais ou direitos públi-
cos subjetivos que representam a medida de participação dos cidadãos no cenário governa-
mental do Estado, refletindo o modo de atuação da soberania popular prevista no § único do
art. 1º da CF/1988.
A CF/1988 trata os direitos políticos com enfoque na participação do processo eleitoral,
identificando-se daí dois grupos que a doutrina classifica como direitos políticos positivos e
direitos políticos negativos, a saber:
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Tratando-se inicialmente dos direitos políticos positivos, pode-se dizer que estes repre-
sentam o conjunto de normas que asseguram a participação do povo no cenário eleitoral do
Estado, sendo também chamados de direitos cívicos, eis que garantem ao cidadão a partici-
pação no processo político do país.
Nos termos do quadro acima, a essência dos direitos políticos positivos engloba o di-
reito de sufrágio em seus aspectos ativo (direito de votar) e passivo (direito de ser votado),
os sistemas eleitorais (nas modalidades majoritário, proporcional e misto) e o procedimento
eleitoral.
A CF/1988, em seu art. 14, prevê que a:
(...) soberania popular será exercida mediante o sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos (...).
Trata-se, pois, o sufrágio universal, do direito de votar e de ser votado, do exercício da ca-
pacidade eleitoral ativa e passiva de forma ampla e irrestrita, observando-se certos requisitos
gerais (p. ex., nacionalidade, idade, capacidade) e requisitos de forma (p.ex., a necessidade de
alistamento eleitoral), regramento esse previsto nos §§ 1º a 9º do art. 14 da CF/1988.
Poderíamos aqui tecer várias considerações sobre as espécies de sufrágio e suas ca-
racterísticas, mas acredito que o foco deve ser o edital e o mesmo prevê a concentração nos
direitos políticos previstos na CF/1988, o que nos remete a centralizar no sufrágio universal,
no voto direto e secreto, no alistamento eleitoral, nas condições de elegibilidade, bem como
na perda ou suspensão de direitos políticos.
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Pois bem, falávamos do sufrágio universal, que, do ponto de vista da igualdade, classifi-
ca-se em igual (direito reconhecido a todos, com os mesmos pesos e medidas) ou desigual
(uma mesma pessoa pode votar mais de uma vez e o seu voto tem mais valor do que o dos
outros). Obviamente, como dito anteriormente, nos termos do caput do art. 14 da CF/1988,
o Brasil adota o sufrágio universal por meio do voto direto e secreto com valor igual para to-
dos.
É importante frisar que o art. 14 da CF/1988 trata da soberania popular exercida pelo
sufrágio universal, pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante as moda-
lidades de plebiscito, referendo e iniciativa popular, fazendo alusão à necessidade de lei para
tratar dos detalhes de sua implementação.
Quanto ao alistamento eleitoral e o voto, o § 1º do art. 14 da CF/1988 prevê que ambos
são OBRIGATÓRIOS para maiores de 18 (dezoito) anos e FACULTATIVOS para analfabetos,
maiores de 70 (setenta) anos e maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos.
A CF/1988 ainda prevê no § 2º do art. 14 a impossibilidade de alistamento eleitoral para
estrangeiros e para os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, entenden-
do-se como conscritos aqueles convocados a prestar o serviço militar.
Retomando a lógica do nosso quadro acima, a essência a essência dos direitos políticos
positivos ainda engloba o direito de sufrágio em seu aspecto passivo, ou seja, o direito de ser
votado. A CF/1988 traz no § 3º do art. 14 as condições de elegibilidade, que necessitam de lei
para tratar dos detalhes de sua implementação, vindo a compor os requisitos legais e cons-
titucionais que tornam o cidadão apto a pleitear cargos com mandatos políticos, sendo elas:
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Vale lembrar que a filiação partidária é regulamentada pela Lei n. 9.096, de 19 de setem-
bro de 1995, e suas alterações posteriores, estando a referida lei sendo objeto de discussão
judicial via Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 5398) no âmbito do Supremo Tribunal
Federal, proposta pelo partido político Rede Sustentabilidade.
Ao mesmo tempo em que a CF/1988 traz as condições para a elegibilidade dos cidadãos,
o mesmo diploma constitucional prevê em seu § 4º do art. 14º que serão inelegíveis os ina-
listáveis e os analfabetos, entendendo-se como inalistáveis aqueles que não reúnem as con-
dições de alistamento eleitoral.
Em relação aos cargos políticos com mandatos eletivos, a CF/1988 traz situações espe-
cíficas nos §§ 5º a 7º do art. 14, vejamos:
CARGOS REGRAS
Presidente da República Podem ser reeleitos para um único período subsequente;
Governadores de Estado, do Distrito Federal ou Para concorrerem a outros cargos, devem renunciar aos res-
Territórios pectivos mandatos até seis meses antes do pleito;
Prefeitos O cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção são inelegíveis, no território de
jurisdição do titular (nesse caso, a regra se aplica a quem vier
a substituir o titular do cargo nos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição).
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• a hierarquia constitucional;
• a hierarquia infraconstitucional, mas supralegal; e
• a paridade hierárquica entre tratado e lei federal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regi-
me e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (g.n.)
Nesse sentido, pode-se afirmar que o Poder Constituinte, a partir da inclusão desse dis-
positivo, atribuiu aos tratados e convenções internacionais de proteção dos direitos humanos
equivalência às emendas constitucionais, passando a alcançar status de norma formal e ma-
terialmente constitucional.
12
PIOVESAN, Flávia. Reforma do judiciário e direitos humanos. In TAVARES, Ramos. LENZA, Pedro. ALARCÓN, Pietro de
Jesús Lora (Coord.). Reforma do judiciário analisada e comentada. São Paulo: Método, 2005, p. 67-81.
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A partir desse entendimento, a primeira conclusão foi de que a respeito dos demais trata-
dos que não tratassem de direitos humanos, o Supremo Tribunal Federal manteve o entendi-
mento de que seriam recepcionados na ordem interna com status de leis ordinárias.
Firmou-se entendimento também de que os tratados internacionais de direitos humanos
seriam recepcionados na ordem interna com status supralegal, ou seja, numa hierarquia “kel-
seniana” entre a Constituição e as leis ordinárias.
Já quanto aos tratados internacionais de direitos humanos aprovados nos termos do § 3º do
art. 5º da CF/1988, ou seja, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 45/2004, esses
seriam recepcionados com status de emendas constitucionais e, portanto, com hierarquia de nor-
ma constitucional, desde que observado o procedimento de aprovação, em cada Casa do Congres-
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
A importância desse status se mostra ainda mais relevante no tocante à impossibilidade
de denúncia desses tratados internacionais, eis que adquirem contorno formal e material-
mente constitucional, passando a compor o texto constitucional, não sendo permitido que
um ato isolado (p.ex., denúncia) do Poder Executivo subtraia esses direitos da sociedade em
geral.
Sendo assim, confirmando esse entendimento, o STF passou a adotar em suas decisões
a teoria do duplo status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos, da
seguinte forma:
• Status Constitucional para os tratados que se submetem ao rito do § 3º do art. 5º da
CF/1988, a exemplo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de
seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007 e incor-
porados ao ordenamento via Decreto Legislativo n. 186/2008; promulgada via Decreto
n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. A respeito, Flávia Piovesan atribui a esses tratados
a nomenclatura de “Tratados
• Status Supralegal para os tratados aprovados antes da Emenda Constitucional n.
45/2004 e mesmo os posteriores que não observarem o rito do § 3º do art. 5º da
CF/1988, posicionando-se abaixo da Constituição Federal, porém, acima da legislação
ordinária interna.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
Pois bem, dito isso, vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
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Letra b.
Trata-se de questão complexa, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca de enten-
dimento específico do Supremo Tribunal Federal acerca da subscrição do Pacto de São José
da Costa Rica, surtindo efeito na derrogação das normas legais definidoras da custódia de
depositário infiel, tornando-se ilegal a sua prisão.
Trata-se de instituto que permite a verificação de compatibilidade das leis internas com
os tratados e convenções internacionais, no nosso caso, aqueles que envolvem a proteção de
direitos humanos.
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Para Valério Mazzuoli16, “deve a lei ser compatível com a Constituição e com os tratados
internacionais (de direitos humanos e comuns) ratificados pelo governo. Caso a norma es-
teja de acordo com a Constituição, mas não com eventual tratado já ratificado e em vigor no
plano interno, poderá ela ser considerada vigente (pois, repita-se, está de acordo com o texto
constitucional e não poderia ser de outra forma) – e ainda continuará perambulando nos
13
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Teoria Geral do Controle de Convencionalidade no Direito Brasileiro. Magistratura: Temas
Aprofundados. Salvador: JusPodium, 2013.
14
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p
280-283.
15
GUERRA, Sidney. Curso de Direitos Humanos. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 178.
16
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Teoria Geral do Controle de Convencionalidade no Direito Brasileiro. Magistratura: Temas
Aprofundados. Salvador: JusPodium, 2013. p. 382.
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compêndios legislativos publicados -, mas não poderá ser tida como válida, por não ter pas-
sado imune a um dos limites verticais materiais agora existentes: os tratados internacionais
em vigor no plano interno”.
Bem, após nossa conversa sobre os direitos humanos e os direitos fundamentais na
Constituição Federal de 1988, vamos partir agora para outros pontos também de extrema re-
levância do edital: as Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Pessoas Presas (Regras
de Mandela), a Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) e o Programa Nacional de
Direitos Humanos (Decreto n. 7.037/2009 e suas alterações). Não desanime, é a nossa reta
final.
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e na gestão prisional, servindo como estímulo para o constante empenho das autoridades na
superação das dificuldades de implementação da política prisional.
Uma primeira observação a ser feita quanto ao escopo das regras diz respeito ao âmbito de
sua aplicação, considerando que as “Regras de Mandela” não buscam regular a gestão de
instituições reservadas para jovens em conflito com a lei, tais como as unidades de inter-
nação e semiliberdade, podendo apenas serem levadas em consideração quanto aos seus
aspectos gerais. Uma das razões para tanto seria o fato de que a categoria de presos juvenis
deve compreender pelo menos todos os jovens que estão sob a jurisdição das cortes juvenis,
não cabendo, em tese, para tais jovens, condenação a penas de reclusão.
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Fabrício Missorino
Regra 4
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de qualquer outra medida restritiva da liberdade são, prio-
ritariamente, proteger a sociedade contra a criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos
só podem ser alcançados se o período de detenção for utilizado para assegurar, sempre que possí-
vel, a reintegração destas pessoas na sociedade após a sua libertação, para que possam levar uma
vida autossuficiente e de respeito para com as leis.
2. Para esse fim, as administrações prisionais e demais autoridades competentes devem propor-
cionar educação, formação profissional e trabalho, bem como outras formas de assistência apro-
priadas e disponíveis, incluindo aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, despor-
tiva e de saúde. Estes programas, atividades e serviços devem ser facultados de acordo com as
necessidades individuais de tratamento dos reclusos.
Tais princípios também se referem à imparcialidade na aplicação das regras, aos objeti-
vos de uma sentença de encarceramento ou de medida restritiva de liberdade, bem como às
particularidades que envolvem os presos portadores de deficiências físicas, mentais ou outra
incapacidade.
As regras de aplicação geral também apresentam questões atinentes ao registro dos
presos em locais de encarceramento, à obrigatoriedade de que a admissão de pessoa a um
estabelecimento prisional seja condicionada à apresentação de uma ordem de detenção vá-
lida, à necessidade de separação das pessoas em categorias de presos (homens e mulheres,
jovens e adultos, presos preventivos e presos condenados, presos por dívidas e presos por
infrações criminais), às acomodações da unidade prisional, à higiene pessoal e vestuário dos
presos, à alimentação e serviços de saúde e esporte.
Também fazem parte do escopo de regras de aplicação geral aquelas atinentes à disci-
plina e sanções em casos de infração disciplinar, aos instrumentos de restrição de liberdade
ou de locomoção (correntes, imobilizadores de ferro – desde que seu uso não importe em
ações degradantes ou dolorosas aos presos), às revistas íntimas e inspeção em celas, ao re-
cebimento de informações e direito de queixa por parte dos presos, à garantia de contato dos
presos com o mundo exterior, à garantia de acesso a livros, ao exercício da religião, à garantia
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de que os pertences (dinheiro, objetos de valor, roupas etc.) dos presos seja retidos e manti-
dos em segurança.
Outra garantia de extrema importância se refere ao direito do preso informar imediata-
mente a sua família, ou qualquer outra pessoa designada como seu contato, sobre seu encar-
ceramento, ou sobre sua transferência para outra unidade prisional, ou, ainda, sobre qualquer
doença ou ferimento graves.
As regras de aplicação geral também apresentam questões atinentes às investigações
internas no âmbito da unidade prisional, à remoção de presos entre unidades prisionais, à se-
leção de funcionários da unidade prisional, às inspeções internas ou administrativas condu-
zidas pela administração prisional central, bem como às inspeções externas conduzidas por
órgão independente da administração prisional, nesses casos, com o objetivo de assegurar
que as unidades prisionais sejam gerenciadas de acordo com as leis, regulamentos, políticas
e procedimentos existentes, a fim de alcançar os objetivos dos serviços penais e prisionais,
e a proteção dos direitos dos presos.
A Parte II conta com 37 (trinta e sete) “Regras Aplicáveis a Categorias Especiais”, subdi-
vidindo-se em 05 (cinco) Seções com tipos especiais de reclusos, a saber:
• Seção A – Reclusos condenados
• Seção B – Reclusos com transtornos mentais e ou com problemas de saúde
• Seção C – Reclusos detidos ou a aguardar julgamento
• Seção D – Presos Civis
• Seção E – Pessoas presas ou detidas sem acusação
Quanto às regras aplicáveis a categorias especiais, a Seção A diz respeito aos presos
sentenciados, trazendo princípios orientadores acerca do retorno progressivo do preso à vida
em sociedade, da liberdade condicional, do adequado incentivo ao preso sentenciado quanto
à vontade de levar uma vida dentro da lei após sua soltura, do estabelecimento de diferentes
métodos de tratamento para diferentes classes de presos, da oportunidade do exercício de
um trabalho que incentive sua reabilitação, da promoção da educação e do lazer aos presos,
bem como da manutenção e aperfeiçoamento das relações entre o preso e sua família.
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tratados com maior severidade do que for necessário para manter a segurança e a ordem;
garantindo-se, ainda, que o “(...) seu tratamento não deve ser menos favorável do que o dos
detidos preventivamente, sob reserva, porém, da eventual obrigação de trabalhar”.
Por fim, as regras aplicáveis a categorias especiais fazem alusão às pessoas presas ou
detidas sem acusação (Seção E – Regra 122), tratando-se de garantias aplicáveis a indiví-
duos presos ou detidos sem acusação nas mesmas proporções dos presos sob custódia ou
aguardando julgamento, em especial no tocante à presunção de inocência, garantindo-se que
não sejam tomadas medidas que impliquem na reeducação ou reabilitação de indivíduos que
não foram condenados por qualquer crime.
Prezado(a) candidato(a), com vistas a tentar contribuir um pouco com o seu estudo sobre
as Regras de Mandela, preparei um quadro que relaciona as Regras da Resolução 70/175 com
as temáticas às quais estão vinculadas, recomendando-se, como sempre, a leitura na íntegra
do documento, eis que as bancas podem vir a explorar o conhecimento do(a) candidato(a)
acerca do texto original. Vale uma atenciosa leitura para uma boa fixação e um bom direcio-
namento do estudo:
Resolução n. 70/175 da Assembleia-Geral - Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de
Reclusos (Regras de Mandela)
PARTE I - REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL
Princípios básicos Regras 1 a 5
Registros de reclusos Regras 6 a 10
Separação de categorias de reclusos Regra 11
Alojamento Regras 12 a 17
Higiene pessoal Regra 18
Vestuário e roupas de cama Regras 19 a 21
Alimentação Regra 22
Exercício e desporto Regra 23
Serviços Médicos Regras 24 a 35
Restrições, disciplina e sanções Regras 36 a 46
Instrumentos de coação Regras 47 a 49
Revistas aos reclusos e inspeção de celas Regras 50 a 53
Informações e direito de reclamação dos reclusos Regras 54 a 57
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Muito bem, finalizamos por aqui os assuntos pertinentes às Regras Mínimas das Nações
Unidas para o Tratamento de Reclusos, conhecidas como “Regras de Mandela”, com a suges-
tão de que você leia com atenção a íntegra dos dispositivos, para uma visão mais completa
desse normativo.
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vinculante. Agora, se o comando optar pelos efeitos a partir de sua concepção doutrinária,
a DUDH se classifica como um documento com força jurídica obrigatória e vinculante.
Importante frisar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) tem como
fundamento a dignidade da pessoa humana e possui natureza jurídica de Resolução da ONU,
valendo como uma forte recomendação de seus princípios aos Estados Membros, eis que
do ponto de vista material, esse diploma vem sendo utilizado como importante elemento de
interpretação dos tratados e convenções internacionais e como fonte de inspiração para a
aprovação de normas internas dos Estados.
Alguns autores, como Valério de Oliveira Mazzuoli, defendem que a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (DUDH) é um jus cogens, ou seja, uma norma imperativa de Direito
Internacional, sendo de aplicação obrigatória e em relação à qual nenhuma derrogação é per-
mitida.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) representa um ato de organização in-
ternacional, de modo que prescinde de incorporação ao direito interno, como se exige para
tratados ordinários de direitos humanos.
Com texto extremamente amplo, a DUDH compreende e reconhece vários direitos e fa-
culdades sem os quais uma pessoa, independentemente de sua raça, religião ou sexo, não
poderia desenvolver sua personalidade física, moral e intelectual, reforçando, assim, a carac-
terística de universalidade do documento, seja qual for o regime político do território em que
for aplicado.
Quanto ao seu conteúdo, possui 30 (trinta) artigos inspirados em duas dimensões dos
direitos humanos, com ênfase na universalidade, indivisibilidade e interdependência dos di-
reitos humanos:
• Direitos de 1ª dimensão (direitos civis e políticos): materializados nos artigos I a XXI
• Direitos de 2ª dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais): materializados nos
artigos XXII a XXX
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No tocante ao seu preâmbulo, vale frisar que seu texto significa um fundamento referencial
deste diploma, sendo inclusive utilizado como referência para edições de outros diplomas de
direitos humanos, também merecendo destaque o texto que proclama a declaração, vejamos:
A ASSEMBLÉIA GERAL
proclama
A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que
cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce,
através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhe-
cimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Mem-
bros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Nesse sentido, a partir dessas premissas, é possível verificar que desde seu preâmbulo a
DUDH reforça o conceito da dignidade como característica inerente a todo ser humano e que
em razão disso torna-se igualmente titular de direitos que deles não se pode alienar. Essa ve-
rificação é possível quando constatamos a utilização das expressões “todos” e “ninguém” no
texto da Declaração, reforçando sua característica universalista, pautada na dignidade como
grande fundamento dos direitos humanos.
A Declaração também aborda, na lição da Profa. Flávia Piovesan17 a característica con-
temporânea da indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos, trazendo em seu
conteúdo de maneira conjugada direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, inau-
gurando uma importante inovação no contexto dos direitos humanos, eis que a fruição de um
passa a estar atrelada à do outro.
17
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 7ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. p.
151.
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O Prof. Celso Lafer, ao refletir sobre a fundamental importância do princípio da isonomia como
critério de organização do Estado-nação18, em contraponto à redação do Artigo I da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), argumenta não ser verdade que “todos os
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, afirmando que nós não nascemos
iguais, mas “(...) nós nos tornamos iguais como membros de uma coletividade em virtude de
uma decisão conjunta que garante a todos direitos iguais”. Segundo o aludido autor, a igual-
dade não é um dado, “(...) Ela é um construído, elaborado convencionalmente pela ação con-
junta dos homens através da organização da comunidade política”.
A partir dessa reflexão do Prof. Celso Lafer, é possível pensar a característica de indissolu-
bilidade dos direitos humanos, é possível refletir o direito individual do cidadão de autodeter-
minar-se politicamente, de exercer seus direitos políticos, dentre outras reflexões possíveis.
Prezado(a) candidato(a), é muito comum verificar que algumas bancas trazem questões
com assertivas retiradas exatamente do corpo de texto das normas internacionais. Sendo as-
sim, preparei um quadro que relaciona os artigos da DUDH com as temáticas às quais estão
vinculados. Vale uma atenciosa leitura para uma boa fixação:
18
LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São
Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 150.
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Reconhecimento do direito a uma justiça Artigo X – Todo ser humano tem direito, em plena igual-
independente e imparcial dade, a uma audiência justa e pública por parte de um tri-
bunal independente e imparcial, para decidir sobre seus
direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação
criminal contra ele.
Reconhecimento do direito à presunção de Artigo XI – Item 1 – Todo ser humano acusado de um ato
inocência e à não retroatividade da lei delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a
sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,
em julgamento público no qual lhe tenham sido assegura-
das todas as garantias necessárias à sua defesa.
Artigo XI – Item 2 – Ninguém poderá ser culpado por qual-
quer ação ou omissão que, no momento, não constituíam
delito perante o direito nacional ou internacional. Também
não será imposta pena mais forte do que aquela que, no
momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Direito à vida privada Artigo XII – Ninguém será sujeito à interferências em sua
vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua corres-
pondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo
ser humano tem direito à proteção da lei contra tais inter-
ferências ou ataques.
Direito de ir e vir e de escolher livremente o local Artigo XIII – Item 1 – Todo ser humano tem direito à liber-
de sua residência dade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado.
Artigo XIII – Item 2 – Todo ser humano tem o direito de
deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Direito de asilo Artigo XIV – Item 1 – Toda pessoa, vítima de perseguição,
tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
Artigo XIV – Item 2 – Este direito não pode ser invocado em
caso de perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
Direito à nacionalidade Artigo XV – Item 1 – Todo ser humano tem direito a uma
nacionalidade.
Artigo XV – Item 2 – Ninguém será arbitrariamente privado
de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacio-
nalidade.
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Reconhecimento da igualdade de direitos entre o Artigo XVI – Item 1 – Os homens e mulheres de maior idade,
homem e a mulher de acordo com o matrimônio e sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
a proteção à família têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma famí-
lia. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua
duração e sua dissolução.
Artigo XVI – Item 2 – O casamento não será válido senão
com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVI – Item 3 – A família é o núcleo natural e funda-
mental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade
e do Estado.
Direito à propriedade individual e coletiva Artigo XVII – Item 1 – Todo ser humano tem direito à pro-
priedade, só ou em sociedade com outros.
Artigo XVII – Item 2 – Ninguém será arbitrariamente pri-
vado de sua propriedade.
Previsão de liberdade de pensamento, de Artigo XVIII – Todo ser humano tem direito à liberdade
consciência e de religião de pensamento, consciência e religião; este direito inclui
a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletiva-
mente, em público ou em particular.
Previsão de liberdade de opinião, de expressão e Artigo XIX – Todo ser humano tem direito à liberdade de
do livre acesso à informação opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmi-
tir informações e ideias por quaisquer meios e independen-
temente de fronteiras.
Direito à liberdade de reunião e associação Artigo XX – Item 1 – Todo ser humano tem direito à liber-
pacífica dade de reunião e associação pacífica.
Artigo XX – Item 2 – Ninguém pode ser obrigado a fazer
parte de uma associação.
Direito de participar do governo e de eleições Artigo XXI – Item 1 – Todo ser humano tem o direito de
periódicas e o direito de acesso ao serviço tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
público do país intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo XXI – Item 2 – Todo ser humano tem igual direito de
acesso ao serviço público do seu país.
Artigo XXI – Item 3 – A vontade do povo será a base da
autoridade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por
voto secreto ou processo equivalente que assegure a liber-
dade de voto.
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Direito à segurança social de forma digna Artigo XXII – Todo ser humano, como membro da socie-
dade, tem direito à segurança social e à realização, pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional e de
acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à
sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua persona-
lidade.
Direito ao trabalho, à livre escolha, garantindo Artigo XXIII – Item 1 – Todo ser humano tem direito ao
um salário igual por um trabalho correspondente; trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
liberdade sindical favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
Artigo XXIII – Item 2 – Todo ser humano, sem qualquer dis-
tinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
Artigo XXIII – Item 3 – Todo ser humano que trabalhe tem
direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência com-
patível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão,
se necessário, outros meios de proteção social.
Artigo XXIII – Item 4 – Todo ser humano tem direito a orga-
nizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus
interesses.
Direito ao descanso e ao lazer no tempo livre Artigo XXIV – Todo ser humano tem direito a repouso e
lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e
férias periódicas remuneradas.
Direito à saúde, ao bem-estar social, Artigo XXV – Item 1 – Todo ser humano tem direito a
ao tratamento especial à maternidade e às um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua famí-
crianças lia saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indis-
pensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego,
doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda
dos meios de subsistência fora de seu controle.
Artigo XXV – Item 2 – A maternidade e a infância têm
direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crian-
ças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da
mesma proteção social.
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Direito à educação Artigo XXVI – Item 1 – Todo ser humano tem direito à ins-
trução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será
obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível
a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no
mérito.
Artigo XXVI – Item 2 – A instrução será orientada no sen-
tido do pleno desenvolvimento da personalidade humana
e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos
e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá
a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as ati-
vidades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
Artigo XXVI – Item 3 – Os pais têm prioridade de direito na
escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.
Direito de fazer parte livremente da vida cultural e Artigo XXVII – Item 1 – Todo ser humano tem o direito de
científica da comunidade. participar livremente da vida cultural da comunidade, de
Direitos do autor fruir as artes e de participar do processo científico e de
seus benefícios.
Artigo XXVII – Item 2 – Todo ser humano tem direito à pro-
teção dos interesses morais e materiais decorrentes de
qualquer produção científica, literária ou artística da qual
seja autor.
Direito a uma ordem social e internacional Artigo XXVIII – Todo ser humano tem direito a uma ordem
social e internacional em que os direitos e liberdades esta-
belecidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados.
Deveres para com a comunidade Artigo XXIX – Item 1 – Todo ser humano tem deveres para
Limitações ao exercício dos direitos e liberdades com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento
de sua personalidade é possível.
Artigo XXIX – Item 2 – No exercício de seus direitos e liber-
dades, todo ser humano estará sujeito apenas às limita-
ções determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos
e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências
da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma socie-
dade democrática.
Artigo XXIX – Item 3 – Esses direitos e liberdades não
podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente
aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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Letra c.
Trata-se de questão relativamente fácil, bastando ao(à) candidato(a) se atentar para o texto
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, especificamente para a redação do item 1 do
Artigo XXVI.
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Letra b.
Trata-se de questão relativamente fácil, bastando ao(à) candidato(a) se atentar para o texto
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, especificamente para a redação do item 2 do
Artigo XVII.
Prezado(a) candidato(a), chegamos no nosso último tópico da aula. Em mais alguns mi-
nutos concluiremos a exposição do conteúdo, passaremos por uma breve revisão e, na se-
quência, mergulharemos num bloco de 40 (quarenta) questões (com gabarito comentado ao
final).
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Pois bem, nesse tópico abordaremos o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-
3, instituído pelo Decreto n. 7.037, de 21 de dezembro de 2009.
O reconhecimento e a incorporação dos Direitos Humanos no ordenamento político e jurí-
dico brasileiro resultam de um histórico de conquistas materializadas na Constituição Federal
de 1988. Logo após, em 1993, a Conferência de Viena da ONU fortalece ainda mais os postu-
lados da universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos, firmando
um acordo sobre a importância de que os direitos humanos passassem a ser conteúdo pro-
gramático da ação dos Estados nacionais. Daí a recomendação para que os países formulas-
sem e implementassem Programas e Planos Nacionais de Direitos Humanos.
Nesse sentido, o Decreto que instituiu o PNDH-3 representa um grande passo do Brasil na
consolidação de seus alicerces democráticos, eis que a norma prevê um diálogo permanente
entre o Estado e a sociedade civil, garante transparência em todas as esferas de governo,
além de estabelecer a primazia dos direitos humanos nas políticas internas e nas relações
internacionais.
O aludido decreto ainda reforça o caráter laico do Estado, fortalecendo temas sensíveis na
defesa da democracia, como o pacto federativo, a universalidade, indivisibilidade e interde-
pendência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais, o desen-
volvimento sustentável, o respeito à diversidade, o combate às desigualdades, a erradicação
da fome e da extrema pobreza, dentre outros grandes temas.
Incorporando resoluções da 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos e propos-
tas aprovadas em mais de 50 conferências nacionais temáticas promovidas desde o ano de
2003 sobre segurança alimentar, educação, saúde, habitação, igualdade racial, direitos da
mulher, juventude, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, idosos, meio ambiente
etc., após amplo e democrático debate sobre as políticas públicas existentes nessas áreas,
o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3 se encontra estruturado em 06 (seis)
Eixos Orientadores, a saber:
• Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil;
• Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos;
• Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades;
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Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como instrumento de fortalecimen-
to da democracia participativa.
Objetivo estratégico I: Garantia da participação e do controle social das políticas públicas em Direi-
tos Humanos, em diálogo plural e transversal entre os vários atores sociais.
Objetivo estratégico II: Ampliação do controle externo dos órgãos públicos.
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas públi-
cas e de interação democrática.
Objetivo estratégico I: Promoção dos Direitos Humanos como princípios orientadores das políticas
públicas e das relações internacionais.
Objetivo estratégico II: Fortalecimento dos instrumentos de interação democrática para a promo-
ção dos Direitos Humanos.
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informação em Direitos Humanos e construção
de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação.
Objetivo estratégico I: Desenvolvimento de mecanismos de controle social das políticas públicas
de Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e a transparência das ações governamentais.
Objetivo estratégico II: Monitoramento dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado
brasileiro em matéria de Direitos Humanos.
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Nos anos 1990, firmaram-se como sujeitos na formulação e monitoramento das políti-
cas públicas, desempenhando papel fundamental na resistência a todas as orientações do
neoliberalismo de flexibilização dos direitos sociais, privatizações, dogmatismo do mercado
e enfraquecimento do Estado. Com as eleições de 2002, a sociedade civil organizada pautou
reivindicações históricas acumuladas, passando a influenciar diretamente a atuação do go-
verno.
Uma das finalidades do PNDH-3 é dar continuidade à integração e ao aprimoramento
dos mecanismos de participação existentes, bem como criar novos meios de construção e
monitoramento das políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil. Frisa-se, também,
a possibilidade de ampliação das conquistas na área dos direitos e garantias fundamentais,
eis que o Programa internaliza a diretriz segundo a qual a primazia dos Direitos Humanos
constitui princípio transversal a ser considerado em todas as políticas públicas.
A estruturação do PNDH-3 com base no Eixo II (Desenvolvimento e Direitos Humanos)
se justifica em virtude do tema se mostrar multidisciplinar e bastante debatido, pressupondo
que engloba temáticas referentes à livre determinação dos povos, ao reconhecimento de so-
berania sobre seus recursos e riquezas naturais, ao respeito pleno à sua identidade cultural e
à busca de equidade na distribuição das riquezas.
O Eixo Orientador II se subdivide em 03 (três) Diretrizes que também se subdividem em
objetivos estratégicos, a saber:
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Objetivo estratégico III: Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de políticas públicas de
defesa da concorrência e de proteção do consumidor.
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gera-
ções futuras como sujeitos de direitos.
Objetivo estratégico I: Afirmação dos direitos ambientais como Direitos Humanos
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Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente, asse-
gurando a cidadania plena.
Objetivo estratégico I: Universalização do registro civil de nascimento e ampliação do acesso à
documentação básica.
Objetivo estratégico II: Acesso à alimentação adequada por meio de políticas estruturantes.
Objetivo estratégico III: Garantia do acesso à terra e à moradia para a população de baixa renda e
grupos sociais vulnerabilizados.
Objetivo estratégico IV: Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de qualidade.
Objetivo estratégico V: Acesso à educação de qualidade e garantia de permanência na escola.
Objetivo estratégico VI: Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, exercido em
condições de equidade e segurança.
Objetivo estratégico VII: Combate e prevenção ao trabalho escravo.
Objetivo estratégico VIII: Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como elementos formado-
res de cidadania.
Objetivo estratégico IX: Garantia da participação igualitária e acessível na vida política.
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento integral,
de forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e participação.
Objetivo estratégico I: Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes por meio da con-
solidação das diretrizes nacionais do ECA, da Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa
dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU
Objetivo estratégico II: Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes,
com o fortalecimento do papel dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
Objetivo estratégico III: Proteger e defender os direitos de crianças e adolescentes com maior vul-
nerabilidade.
Objetivo estratégico IV: Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Objetivo estratégico V: Garantir o atendimento especializado a crianças e adolescentes em sofri-
mento psíquico e dependência química.
Objetivo estratégico VI: Erradicação do trabalho infantil em todo o território nacional.
Objetivo estratégico VII: Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Si-
nase).
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.
Objetivo estratégico I: Igualdade e proteção dos direitos das populações negras, historicamente
afetadas pela discriminação e outras formas de intolerância.
Objetivo estratégico II: Garantia aos povos indígenas da manutenção e resgate das condições de
reprodução, assegurando seus modos de vida.
Objetivo estratégico III: Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das condições
necessárias para sua plena cidadania.
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.
Objetivo estratégico I: Afirmação da diversidade para a construção de uma sociedade igualitária.
Objetivo estratégico II: Proteção e promoção da diversidade das expressões culturais como Direito
Humano.
Objetivo estratégico III: Valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação na sociedade.
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Objetivo estratégico IV: Promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiência e garantia
da acessibilidade igualitária.
Objetivo estratégico V: Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.
Objetivo estratégico VI: Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade
do Estado.
Com base na justificativa para o Eixo III, o Programa assimila os grandes avanços con-
quistados ao longo dos últimos anos tanto nas políticas de erradicação da miséria e da fome,
quanto na preocupação com a moradia e saúde, e aponta para a continuidade e ampliação do
acesso a tais políticas, fundamentais para garantir o respeito à dignidade humana e preconi-
zar a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos Direitos Humanos.
Vejamos como a banca a seguir abordou os temas relacionados a esse eixo do programa:
Certo.
Trata-se de questão de média complexidade, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acer-
ca de uma ação estratégica específica - “f) Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa
permanência de crianças e adolescentes em abrigamento, adequando os serviços de acolhi-
mento aos parâmetros aprovados pelo Conanda e Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS)” - que integra o Objetivo Estratégico III (“Proteger e defender os direitos de crianças e
adolescentes com maior vul- nerabilidade”) da Diretriz 8 (“Promoção dos direitos de crianças
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Objetivo estratégico IV: Combate às execuções extrajudiciais realizadas por agentes do Estado.
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas.
Objetivo estratégico I: Instituição de sistema federal que integre os programas de proteção.
Objetivo estratégico II: Consolidação da política de assistência a vítimas e a testemunhas amea-
çadas.
Objetivo estratégico III: Garantia da proteção de crianças e adolescentes ameaçados de morte.
Objetivo estratégico IV: Garantia de proteção dos defensores de Direitos Humanos e de suas ativi-
dades.
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e medi-
das alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário.
Objetivo estratégico I: Reestruturação do sistema penitenciário.
Objetivo estratégico II: Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar.
Objetivo estratégico III: Tratamento adequado de pessoas com transtornos mentais.
Objetivo estratégico IV: Ampliação da aplicação de penas e medidas alternativas.
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento,
a garantia e a defesa dos direitos.
Objetivo estratégico I: Acesso da população à informação sobre seus direitos e sobre como garan-
ti-los.
Objetivo estratégico II: Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas jurídicas para
proteção dos Direitos Humanos.
Objetivo estratégico III: Utilização de modelos alternativos de solução de conflitos.
Objetivo estratégico IV: Garantia de acesso universal ao sistema judiciário.
Objetivo estratégico V: Modernização da gestão e agilização do funcionamento do sistema de jus-
tiça.
Objetivo estratégico VI: Acesso à Justiça no campo e na cidade.
Em linhas gerais, o PNDH-3, na perspectiva do Eixo IV, aponta para a necessidade de am-
pla reforma no modelo de polícia e propõe o aprofundamento do debate sobre a implantação
do ciclo completo de policiamento às corporações estaduais. Prioriza transparência e partici-
pação popular, instando ao aperfeiçoamento das estatísticas e à publicação de dados, assim
como à reformulação do Conselho Nacional de Segurança Pública. Contempla a prevenção
da violência e da criminalidade como diretriz, ampliando o controle sobre armas de fogo e
indicando a necessidade de profissionalização da investigação criminal.
Nesse sentido, em relação ao Eixo IV, o PNDH-3 apresenta propostas para que o Poder
Público se aperfeiçoe no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao crime e à
violência, reforçando a noção de acesso universal à Justiça como direito fundamental, e sus-
tentando que a democracia, os processos de participação e transparência, aliados ao uso de
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Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos
Humanos para fortalecer cultura de direitos.
Objetivo estratégico I: Implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico II: Ampliação de mecanismos e produção de materiais pedagógicos e didáti-
cos para Educação em Direitos Humanos.
Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de
educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras.
Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática de Educação e Cultura em Direitos Humanos nas esco-
las de educação básica e em instituições formadoras.
Objetivo Estratégico II: Inclusão da temática da Educação em Direitos Humanos nos cursos das
Instituições de Ensino Superior (IES).
Objetivo Estratégico III: Incentivo à transdisciplinaridade e transversalidade nas atividades acadê-
micas em Direitos Humanos.
Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos
Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática da educação em Direitos Humanos na educação não
formal.
Objetivo estratégico II: Resgate da memória por meio da reconstrução da história dos movimentos
sociais.
Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público.
Objetivo Estratégico I: Formação e capacitação continuada dos servidores públicos em Direitos
Humanos, em todas as esferas de governo.
Objetivo Estratégico II: Formação adequada e qualificada dos profissionais do sistema de segu-
rança pública.
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para a con-
solidação de uma cultura em Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico I: Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o
cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico II: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação.
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Acerca do tema central tratado nesse eixo, vale frisar que a educação em direitos huma-
nos articula, entre outros elementos:
• a apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre Direitos Humanos e
a sua relação com os contextos internacional, regional, nacional e local;
• a afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos Direitos
Humanos em todos os espaços da sociedade;
• a formação de consciência cidadã capaz de se fazer presente nos níveis cognitivo, so-
cial, ético e político;
• o desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coleti-
va, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados;
• o fortalecimento de políticas que gerem ações e instrumentos em favor da promoção,
da proteção e da defesa dos Direitos Humanos, bem como da reparação das violações.
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e dever
do Estado.
Objetivo Estratégico I: Promover a apuração e o esclarecimento público das violações de Direitos
Humanos praticadas no contexto da repressão política ocorrida no Brasil no período fixado pelo
artigo 8º do ADCT da Constituição, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e
promover a reconciliação nacional.
Diretriz 24: Preservação da memória histórica e a construção pública da verdade.
Objetivo Estratégico I: Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica e de construção
pública da verdade sobre períodos autoritários.
Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com a promoção do direito à memória e à ver-
dade, fortalecendo a democracia.
Objetivo Estratégico I: Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais normas remanescen-
tes de períodos de exceção que afrontem os compromissos internacionais e os preceitos constitu-
cionais sobre Direitos Humanos.
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Vale frisar que a compreensão do passado por intermédio da narrativa da herança históri-
ca e pelo reconhecimento oficial dos acontecimentos possibilita aos cidadãos construírem os
valores que indicarão sua atuação no presente. O acesso a todos os arquivos e documentos
produzidos durante o regime militar, p. ex., é fundamental no âmbito das políticas de proteção
dos Direitos Humanos.
As ações programáticas deste eixo orientador têm como finalidade assegurar o proces-
samento democrático e republicano de todo um período da história brasileira, para que se
viabilize o desejável sentimento de reconciliação nacional.
No tocante à implementação do Programa, o Decreto instituiu o Comitê de Acompanha-
mento e Monitoramento do PNDH-3, com a finalidade de promover a articulação entre os
órgãos e entidades envolvidos na implementação das suas ações programáticas; elaborar
os Planos de Ação dos Direitos Humanos; estabelecer indicadores para o acompanhamento,
monitoramento e avaliação dos Planos de Ação dos Direitos Humanos; acompanhar a imple-
mentação das ações e recomendações; e elaborar e aprovar seu regimento interno.
Quanto à representatividade, vale frisar a previsão constante do Decreto acerca da pos-
sibilidade de que o Comitê convide representantes dos demais Poderes, da sociedade civil e
dos entes federados para participarem de suas reuniões e atividades.
Vejamos como as bancas a seguir abordaram os temas relacionados ao Programa:
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Letra d.
Trata-se de questão de média complexidade, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acer-
ca das diretrizes do Eixo IV do PNDH-3, ou seja, trata-se de uma questão que requer do(a)
candidato(a) se valer de técnicas de memorização.
Letra d.
Trata-se de questão de média complexidade, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acer-
ca das diretrizes do Eixo III do PNDH-3, ou seja, trata-se de uma questão que requer do(a)
candidato(a) se valer de técnicas de memorização. Para registro, a diretriz trazida pela banca
na alternativa “d” diz respeito à Diretriz n. 17 do Eixo IV do PNDH-3.
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Letra c.
Trata-se de questão de média complexidade, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acer-
ca das diretrizes do Eixo V do PNDH-3, ou seja, trata-se de uma questão que requer do(a)
candidato(a) se valer de técnicas de memorização. Para registro, novamente, a diretriz trazida
pela banca na alternativa “c” diz respeito à Diretriz n. 17 do Eixo IV do PNDH-3.
Muito bem, finalizamos por aqui nossa abordagem aos principais pontos do PNDH-3, com
a reiteração da sugestão de que você leia com atenção todos os dispositivos do Programa
(diretrizes, objetivos estratégicos, eixos orientadores etc.), para uma visão mais completa
desse normativo.
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RESUMO
Prezado(a), após nossa análise acerca do percurso da efetivação dos direitos humanos
no Brasil e no mundo, bem como dos principais instrumentos e normas de direitos humanos
com enfoque na proteção constitucional destes direitos, em especial, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, o PNDH-3, as “Regras de Mandela”, além da verificação de algumas
abordagens das bancas a respeito desses temas, chegou a hora de fazermos um compilado
de lembretes pra fixação da matéria que acabamos de estudar:
• Nos regimes democráticos, toda e qualquer pessoa deve ter a sua dignidade respeitada
independentemente de sua origem, etnia, raça, convicção econômica, orientação políti-
ca, classe social, idade, identidade sexual, orientação ou credo religioso.
• No Brasil, com vistas a garantir essa gama de direitos, o constituinte materializou na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 um modelo de ordenamento
jurídico que tem como um de seus pilares a dignidade da pessoa humana, ao lado da
soberania, da cidadania, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e do plura-
lismo político.
• Cada Estado incorpora no seu ordenamento jurídico os direitos humanos mais próxi-
mos aos seus próprios valores, aos valores de sua sociedade, decidindo quais serão
constitucionalizados (ou seja, quais alçarão a categoria de “direitos fundamentais”),
bem com quais pertencerão ao nível infraconstitucional dentro do ordenamento.
• Podemos afirmar que os direitos humanos representam um apanhado de normas jurí-
dicas internas e externas que visam proteger a pessoa humana, ou seja, um conjunto
de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade o respeito à sua dignidade,
capazes de protege-lo do arbítrio do poder estatal, garantindo-lhe condições mínimas
de sobrevivência e desenvolvimento de sua personalidade.
• No tocante à terminologia, temos que a expressão “direitos do homem” tem cunho
jusnaturalista, relacionada aos direitos inerentes à condição humana mas vinculada
à vontade divina. Trata-se, pois, nessa concepção, de um direito que não necessita de
positivação, eis que diz respeito ao “direito natural”. Já a expressão “direitos funda-
mentais” diz respeito diretamente àqueles direitos positivados na Constituição Federal
ou na Carta Constitucional de determinado país.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
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Fabrício Missorino
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
xistentes na ordem jurídica. Dessa forma, entende-se que em caso de conflito entre
princípios que garantem a proteção aos direitos humanos, o aplicador do direito terá o
desafio de relativizar um princípio para que o outro se sobreponha.
• No que se refere à imprescritibilidade dos direitos humanos, tal característica se pauta
na premissa de que as normas de Direitos Humanos não se esgotam, nem se conso-
mem com o passar do tempo.
• Outra característica de suma importância é a interdependência entre os direitos huma-
nos protegidos por diplomas constitucionais e internacionais. Em função da natureza
da matéria, é muito comum que um direito se vincule ao outro, de forma complementar.
• Quanto à característica de não retrocesso em matéria de direitos humanos, por força da
historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção à dignidade da pessoa
humana é expansiva, ou seja, está sempre em progresso, não sendo permitidos retro-
cessos em relação aos avanços já conquistados pela humanidade.
• A internacionalização dos direitos humanos passa efetivamente a ocorrer no Século
XX, destacando-se três principais marcos históricos:
− No plano histórico, o término da 2ª Guerra Mundial, em 1945;
− No plano político-institucional, a criação da Organização das Nações Unidas (ONU),
também em 1945;
− No plano jurídico, a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH), em1948.
• Também chamado de Direito dos Conflitos Armados, o Direito Internacional Humanitá-
rio surgiu para proteger as pessoas envolvidas diretamente em situações de conflitos
armados (vítimas, combatentes, população civil, capturados etc), identificado como um
conjunto de normas aplicáveis aos conflitos internacionais ou não internacionais, que
limitam, por razões humanitárias, o direito das partes de escolher livremente os méto-
dos e os meios utilizados na guerra, evitando que sejam afetadas as pessoas e os bens
legalmente protegidos.
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Fabrício Missorino
ORGANIZAÇÃO
LIGA DAS NAÇÕES (ou
DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL DO
SOCIEDADE DAS NACÕES)
TABALHO
Conjunto de normas Organismo Internacional Organismo criado para
aplicáveis aos conflitos criado com o objetivo de promoção e proteção
armados internacionais ou promover a paz social e evitar das atividades laborais
não internacionais. os conflitos armados. em condições justas e
Comitê Internacional da Cruz Antecedeu a Organização das igualitárias.
Vermelha (CICV) Nações Unidas (ONU)
• Somente após a Segunda Grande Guerra, grande marco na história do Direito Interna-
cional, criou-se, na ocasião da Conferência de São Francisco, em 1945, a Organização
das Nações Unidas (ONU), a fim de evitar novas guerras e situações de conflitos, bem
como criar condições para que a sociedade caminhasse na orientação das diretrizes
dos Direitos Humanos.
• Em tese, o Estado responde por todos os atos que violam os direitos humanos, come-
tidos por representantes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e, tam-
bém, por agentes estatais, independente da função que ocupam, em todas as esferas
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
• Figuram como elementos para a responsabilização do Estado:
− Prática de um ato ilícito;
− Imputabilidade da obrigação ao Estado;
− Prejuízo causado;
− Ação ou omissão contrária à norma internacional de direitos humanos;
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Deriva do nascimento, sendo aferida por laços Advém de um ato de vontade do indivíduo que
sanguíneos e territoriais, sendo estes os critérios opta pela naturalização
definidos pelo Estado para a sua outorga.
regra do “ius solis” (critério territorial): considera-se regra da naturalização expressa ordinária
brasileiro nato o indivíduo que nascer no território (comum): exige-se a aquiescência do Chefe do
brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que Poder Executivo em aceitar o pleito do estrangeiro
estes não estejam a serviço de seu país de origem e outros 03 requisitos: art. 12 do Estatuto do
Estrangeiro, ser de país de língua portuguesa
e residir no Brasil por 1 ano ininterrupto,
apresentando conduta ilibada
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regra do “ius sanguinis” (critério sanguíneo) c/c regra da naturalização expressa extraordinária
critério funcional: considera-se brasileiro nato o (quinzenária): os estrangeiros de qualquer
indivíduo que nascer em território estrangeiro, de nacionalidade, residentes no Brasil há mais de
pai ou mãe brasileiro(a), desde que qualquer um 15 anos ininterruptos e sem condenação penal,
deles esteja a serviço da República Federativa do podem ingressar com o pedido de naturalização.
Brasil Trata-se, pois, de um direito público subjetivo,
encontrando-se o Poder Executivo vinculado ao
requerimento.
regra do “ius sanguinis” (critério sanguíneo)
c/c critério residencial c/c opção confirmativa:
considera-se brasileiro nato o indivíduo que
nascer em território estrangeiro, de pai ou mãe
brasileiro(a), desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham
a residir no Brasil e optem pela nacionalidade
brasileira
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Pois bem, fixados esses pontos, seguidos de uma leitura detida dos textos originais dos
instrumentos de proteção dos direitos humanos aqui destacados e do conteúdo da nossa
aula, passamos agora para o nosso bloco de exercícios.
Boa sorte!!!
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (IBFC/SAEB-BA/SOLDADO/2020) A Declaração Universal de Direitos Humanos
de 1948 foi elaborada pela extinta Comissão de Direitos Humanos da Organização das Na-
ções Unidas. Ela era uma das etapas para uma futura elaboração de um “tratado internacional
de direitos humanos” que acabou não acontecendo por conta da Guerra Fria. Procurou colo-
car a dignidade da pessoa humana como núcleo de todos os direitos humanos. Assim, sobre
seu âmbito de proteção, assinale a alternativa correta.
a) Nem todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
b) O exílio é permitido em determinadas situações.
c) Reconhece a possibilidade da norma retroagir para prejudicar o réu.
d) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no
qual lhe tenha sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
e) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio censitário, por voto secreto ou processo equiva-
lente que assegure a liberdade de voto.
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b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer
restrições por ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para
fins paramilitares previsto pelo poder constituinte originário.
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus
cogens, a universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de res-
peito ao relativismo cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional.
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômi-
ca decorrente de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos
humanos ocorridos durante o regime militar.
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de
sua divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização
de sua exigibilidade a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido.
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b) não consideram as diferenças humanas como fonte de valores positivos a serem protegi-
dos e estimulados, pois, ao criar dispositivos afirmativos legais, as diferenças passam a ser
tratadas como deficiências.
c) obrigam que o princípio da solidariedade seja interpretado com a base dos direitos eco-
nômicos e sociais, que são exigências elementares de proteção às classes ou aos grupos
sociais mais fracos ou necessitados.
d) tratam a liberdade como um princípio político e não individual, pois o reconhecimento de
liberdades individuais em sociedades complexas esconde a dominação oligárquica dos mais
ricos.
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a) indenização moral.
b) proteção da lei.
c) manifestar-se publicamente.
d) ressarcimento dos bens.
e) pronunciamento formal.
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Fabrício Missorino
e) Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade,
liberdade e igualdade.
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dos têm conferido uma forma legal à prática dos direitos humanos para todos. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações
Unidas (Resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948, dispõem em seus artigos: “Todo ser
humano tem direito à instrução. A instrução será ______, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
_____ a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas.
a) Paga, acessível
b) Parcialmente paga, gratuita
c) Paga, gratuita
d) Gratuita, paga
e) Gratuita, acessível
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c) II, IV apena
d) III apenas
e) I, II, III apenas
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votos dos respectivos membros. Por fim, após o depósito do instrumento de ratificação, foi
promulgada na ordem interna pelo Presidente da República.
À luz da sistemática constitucional, a referida Convenção, na ordem jurídica interna, tem na-
tureza jurídica equivalente:
a) à emenda constitucional;
b) à lei ordinária;
c) à lei complementar;
d) à lei delegada;
e) ao decreto autônomo.
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GABARITO
1. d 28. b
2. c 29. a
3. b 30. c
4. b 31. C
5. b 32. d
6. e 33. e
7. c 34. e
8. d 35. b
9. b 36. d
10. c 37. a
11. b 38. b
12. C 39. b
13. b 40. E
14. d
15. b
16. b
17. a
18. c
19. a
20. e
21. d
22. e
23. a
24. d
25. d
26. a
27. d
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (IBFC/SAEB-BA/SOLDADO/2020) A Declaração Universal de Direitos Humanos
de 1948 foi elaborada pela extinta Comissão de Direitos Humanos da Organização das Na-
ções Unidas. Ela era uma das etapas para uma futura elaboração de um “tratado internacional
de direitos humanos” que acabou não acontecendo por conta da Guerra Fria. Procurou colo-
car a dignidade da pessoa humana como núcleo de todos os direitos humanos. Assim, sobre
seu âmbito de proteção, assinale a alternativa correta.
a) Nem todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
b) O exílio é permitido em determinadas situações.
c) Reconhece a possibilidade da norma retroagir para prejudicar o réu.
d) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no
qual lhe tenha sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
e) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio censitário, por voto secreto ou processo equiva-
lente que assegure a liberdade de voto.
Letra d.
A alternativa “d” diz respeito aos exatos termos do item 1 do Artigo XI da Declaração Universal
dos Direitos Humanos:
Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a
sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te-
nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
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Letra c.
A questão, incluindo o gabarito apontado pela banca (alternativa “c”), diz respeito à regra pre-
vista no § 5º do Art. 109 da CF/1988:
Letra b.
A alternativa “b” diz respeito à regra incluída pela Emenda Constitucional n. 45/2004 acerca
da incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico
brasileiro, expressa no § 3º do Art. 5º da CF/1988:
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Letra b.
Dentre as alternativas possíveis, a “b” é a que identifica claramente a mensagem do enuncia-
do da questão, qual seja, a possibilidade de responsabilização internacional do Estado que
não cumpre suas obrigações em matéria de direitos humanos, inclusive com a possibilidade
de sofrer sanções e ser obrigado a reparar os danos.
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c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chama-
do jus cogens, a universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte
ideia de respeito ao relativismo cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade
internacional.
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômi-
ca decorrente de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos
humanos ocorridos durante o regime militar.
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de
sua divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização
de sua exigibilidade a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido.
Letra b.
Trata-se de uma questão muito recorrente nos concursos: a discussão sobre os limites dos
direitos humanos. Pois bem, sabemos que os direitos humanos não são absolutos, podendo
ser relativizados de acordo com as características do caso concreto ou de eventuais limita-
ções estabelecidas em lei a fim de proteger a comunidade e promover o respeito pelos direitos
da coletividade. Podem, portanto, sofrer restrições nos momentos constitucionais de crise
(Estado de Sítio) e, ainda, frente a interesses ou direitos que, acaso confrontados, sejam mais
importantes (Princípio da Ponderação).
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
Letra e.
Dentre as alternativas possíveis, a universalidade é a única que se qualifica como caracterís-
tica fundamental dos direitos humanos.
Letra c.
Dentre as alternativas possíveis, a “c” é a que mais deixa claro o comando constitucional da
CF/1988 em relação ao princípio da solidariedade e sua relação com o princípio fundamental
da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), bem como com o objetivo fundamental da Repú-
blica Federativa do Brasil de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda-
des sociais e regionais (art. 3º, III).
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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Letra d.
A alternativa “d” é a que mais se aproxima da redação original do Artigo XXIV da Declaração
Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
e a férias remuneradas periódicas.
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Letra b.
A alternativa “b” é a que indica exatamente o direito que todo ser humano tem com base no
Artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção
da lei contra tais interferências ou ataques. (g.n.)
Letra c.
A alternativa “c” é a que complementa o enunciado para formar a redação do Artigo XIX da
Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-
quer meios e independentemente de fronteiras. (g.n.)
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Letra b.
Dentre as alternativas possíveis, a “b” é a que indica a dignidade da pessoa humana, princípio
fundamental da República Federativa do Brasil de grande expressão na Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
Certo.
Além da característica da universalidade dos direitos humanos, o(a) candidato(a) deve se
atentar para os ditames da Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída
pelo Decreto n. 7.053/2009, pelo qual também se considera “situação de rua” a inexistência
de moradia convencional regular, a exemplo das áreas degradadas (ruínas de prédios aban-
donados).
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Letra b.
A alternativa “b” é a que reproduz a redação original do item 1 do Artigo II da Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta De-
claração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Letra d.
A alternativa “d” é a que indica exatamente a regra prevista no § 3º do art. 5º da CF/1988:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
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Letra b.
A alternativa “b” é a que reproduz a redação original do primeiro trecho do Preâmbulo da De-
claração Universal dos Direitos Humanos:
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Letra b.
A alternativa “b” aborda a “teoria crítica dos direitos humanos, proposta por Joaquim Herrera
Flores, que contesta a teoria tradicional dos direitos humanos ao compreender que o mundo
não é estático, que se encontra em constante movimento e transformação, e que, portanto,
não há como se conceber a noção de direitos humanos ou as violações a esses direitos como
algo imutável ou natural, a ser aplicada em todos os contextos sem possibilidade de críticas
ou modificações.
Letra a.
A alternativa “a” é a que indica exatamente o direito que toda criança tem com base no item 2
do Artigo XXV da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nas-
cidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.
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Letra c.
A alternativa “c” é a que demonstra a relação direta entre a escravidão e a Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos, eis que, em seu Artigo IV temos a seguinte redação:
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proi-
bidos em todas as suas formas.
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Letra a.
A alternativa “a” é a que indica exatamente o direito à educação e ou instrução previsto no
item 2 do Artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Letra e.
A alternativa “e” é a que indica exatamente que os Itens II, III e IV se referem, respectivamente,
aos Artigos V, VI e IX da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
V – Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degra-
dante.
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VI – Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante
a lei.
IX – Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado;
Demonstrando, ainda, que o Item I traz um erro de redação em relação ao Artigo XIII da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos:
XIII – Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado. (g.n.)
Letra d.
A alternativa “d” diz respeito ao direito garantido no Artigo XIV da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, de que “Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar
e de gozar asilo em outros países”; entretanto, a redação da alternativa se equivoca ao afirmar
que esse direito persiste ainda que a perseguição seja legitimamente motivada por crimes de
direito comum, afirmação contrária à redação do item 2 do Artigo XIV da DUDH:
Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
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Letra e.
A alternativa “e” é a que indica as palavras para preencher o enunciado do item 1 do Artigo
XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elemen-
tares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. (g.n.)
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IV – Todo ser em julgamento público pode ter asseguradas todas as garantias necessárias
à sua defesa dependendo do delito praticado.
V – Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou
fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Letra a.
A alternativa “a” é a que indica exatamente que os Itens I, II e V se referem, respectivamente,
aos Artigos III, VI e X da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
III – Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. VI - Todo ser humano
tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. X - Todo ser
humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal
independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer
acusação criminal contra ele.
Demonstrando, ainda, que o Item III traz um erro de redação em relação ao Artigo XI da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos:
XI – Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. (g.n.)
Demonstrando, por fim, que o item IV cria uma condicionante (“dependendo do delito pratica-
do”) não existente no Artigo XI acima mencionado.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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sal dos Direitos Humanos de 1948. Para garantir a realização do direito humano à alimenta-
ção adequada, o Estado brasileiro tem a obrigação de
a) distribuir, gratuita e universalmente, alimentação balanceada à toda a população.
b) estimular o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos para aumentar a produção, garan-
tindo o direito de todos à alimentação.
c) apoiar programas de alimentação com base na distribuição de ração humana balanceada.
d) respeitar, proteger, promover e prover a alimentação da população.
e) financiar os conglomerados transnacionais para zelarem pela soberania alimentar.
Letra d.
Dentre as alternativas disponíveis na questão, a “d” é a que mais se aproxima da racionali-
dade do direito social constitucional à alimentação, previsto no caput do art. 6º da CF/1988.
Letra d.
A alternativa “d” é a que indica exatamente o direito previsto no item 2 do Artigo XX da De-
claração Universal dos Direitos Humanos: “Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
associação”.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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a) à segurança nacional.
b) à liberdade.
c) à propriedade.
d) à vida.
e) de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Letra a.
Fazendo uma leitura por exclusão de todas as alternativas da questão, a alternativa “a” indica
um direito (segurança nacional) não previsto expressamente na Declaração Universal dos
Direitos Humanos, conforme se observa, por exemplo, do Artigo III da D.U.D.H.: “Todo ser hu-
mano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. (g.n.)
Letra d.
A alternativa “d” é a que indica exatamente o enunciado do item 5 do Artigo 8º da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica): “O processo penal
deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça”.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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Letra b.
A alternativa “b” é a que indica exatamente o enunciado do Artigo XXIX da Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos: “Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o
livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível”.
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
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c) à lei complementar;
d) à lei delegada;
e) ao decreto autônomo.
Letra a.
A alternativa “a” é a que indica exatamente a regra prevista no § 3º do art. 5º da CF/1988:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra c.
A alternativa “c” traz a regra da promulgação, via Decreto Presidencial (art. 84, VIII, CF/1988),
dos tratados internacionais de direitos humanos referendados pelo Congresso Nacional
(art. 5º, § 3º, CF/1988).
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
É facultado aos estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos porcento de sua receita tributária líquida para o financiamento de progra-
mas e projetos culturais, sendo vedada a aplicação desses recursos para o pagamento de
despesas com pessoal e encargos sociais.
Certo.
A assertiva traz a regra prevista no inciso I do § 6º do art. 216 da CF/1988:
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas
e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - despesas com pes-
soal e encargos sociais; (...).
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
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Fabrício Missorino
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
Letra d.
A alternativa “d” é a que indica exatamente que os Itens I, II e III se referem, respectivamente
ao caput e inciso II, § 5º e § 6º, todos do Art. 216 da CF/1988:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, toma-
dos individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...) II - os modos de
criar, fazer e viver; (...) § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de remi-
niscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas
e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - despesas com pes-
soal e encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Letra e.
A alternativa “e” indica um princípio de direito penal amplamente aplicado em vários países
do mundo e reconhecido pela CF/1988 como garantia fundamental expressa no inciso XL do
artigo 5º (“a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”).
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
Letra e.
A alternativa “e” indica exatamente a falha (“ressalvados os casos legais”) na redação original
do item 2 do Artigo XXIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todo ser humano,
sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho”. (g.n.)
Letra b.
A alternativa “b” indica garantia fundamental expressa no inciso LXVIII do artigo 5º da CF/1988:
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LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Letra d.
A alternativa “d” é a que indica exatamente o direito de asilo previsto no item 2 do Artigo XIV
da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
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Letra a.
A alternativa “a” é a que indica exatamente o direito previsto no item 1 do Artigo XIII da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
Estado.
Letra b.
A alternativa “b” traz como resposta a teoria jusnaturalista, amplamente difundida, tendo
como principais características que os direitos humanos não seriam uma criação de leis, de
juristas, mas sim criados a partir de uma ordem universal, imutável e inderrogável, de que a
natureza humana tem de ser amplamente protegida.
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Letra b.
A alternativa “b” é a que indica exatamente a finalidade do Comitê criado com o fim de exami-
nar os progressos alcançados na aplicação da Convenção sobre a Eliminação da Discrimina-
ção contra a Mulher (item 1 do art. 17):
Com o fim de examinar os progressos alcançados na aplicação desta Convenção, será estabele-
cido um Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (doravante denominado o
Comitê) composto, no momento da entrada em vigor da Convenção, de dezoito e, após sua ratifica-
ção ou adesão pelo trigésimo-quinto Estado-Parte, de vinte e três peritos de grande prestígio moral
e competência na área abarcada pela Convenção. Os peritos serão eleitos pelos Estados-Partes
entre seus nacionais e exercerão suas funções a título pessoal; será levada em conta uma repar-
tição geográfica equitativa e a representação das formas diversas de civilização assim como dos
principais sistemas jurídicos;
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Aspectos Gerais dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988
Fabrício Missorino
Embora assegure todas as garantias de defesa, a Declaração Universal dos Direitos Humanos
não garante de forma expressa a presunção de inocência até que a culpabilidade de alguém
tenha sido provada.
Errado.
A assertiva vai exatamente de encontro com a redação do item 1 do Artigo XI da Declaração
Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a
sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te-
nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. (g.n.)
Fabrício Missorino
É especialista em Defesa da Concorrência pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EDESP), possui graduação
em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e graduação
em Direito pelo Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Atua na advocacia privada consultiva na
área empresarial e de regulação econômica. Tem experiência na regulação econômica do mercado de
medicamentos, atuando como Consultor junto à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em
parceria com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e o Ministério da Saúde. Tem
experiência na gestão administrativa e orçamentária da Administração Pública no âmbito federal, tendo
atuado como Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON), do Ministério da Justiça.
Tem experiência na gestão de recursos de fundos federais, tendo presidido o Conselho Federal Gestor do
Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), órgão colegiado responsável pelo incentivo direto a projetos
destinados à promoção dos direitos do consumidor e da concorrência; do meio ambiente; do patrimônio
histórico, artístico, estético e arquitetônico; da acessibilidade, dentre outros direitos difusos e coletivos;
além da participação como Conselheiro de Saúde do Distrito Federal e Conselheiro de Administração do
Fundo de Defesa dos Direitos do Consumidor, ligado ao Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito
Federal (Procon-DF). Na área de educação, tem experiência no ensino universitário e projetos de extensão
nas disciplinas Direito do Consumidor, Direito Agrário e Urbano, Direito Constitucional, Direitos Humanos
e Sociologia Jurídica. Na educação a distância, tem experiência com instituições de ensino superior e na
capacitação de servidores públicos federais em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública
(ENAP) e a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU). Atua como professor conteudista do
Gran Cursos Online nas disciplinas Direito do Consumidor e Direitos Humanos.
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