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SUMÁRIO

Direitos Humanos
Lei n. 12.986, de 2 de Junho de 2014...................................................4
Legislação Institucional
Lei n. 5.251 de 31 de Julho de 1985................................................... 11
Lei Complementar n. 053, de 7 de Fevereiro de 2006............................ 79
Lei n. 6.833, de 13 de Fevereiro de 2006........................................... 149
Lei n. 8.230, de 13 de Julho de 2015................................................ 253
Lei n. 8.388, de 22 de Setembro de 2016.......................................... 270
Decreto-Lei n. 667, de 2 de Julho de 1969......................................... 288
Decreto n. 88.777, de 30 de Setembro de 1983.................................. 307
Direito Constitucional
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988........................ 333
Lei n. 9.507, de 12 de Novembro de 1997......................................... 461
Lei n. 12.016, De 7 de Agosto de 2009.............................................. 466
Lei n. 13.300, de 23 de Junho de 2016.............................................. 475
Lei n. 4.717, de 29 de Junho de 1965............................................... 480
Direito Administrativo
Lei n. 8.666, de 21 de Junho de 1993............................................... 490
Decreto n. 9.412, De 18 de Junho de 2018........................................ 573
Decreto n. 5.504, de 5 de Agosto de 2005......................................... 575
Direito Civil
Código Civil................................................................................... 578
Direito Processual Civil
Código de Processo Civil.................................................................. 676
Lei n. 8.429, de 2 de Junho de 1992................................................. 753
Direito Penal
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de 1940............................... 768
Direito Processual Penal
Código de Processo Penal................................................................ 860
Lei n. 7.960, de 21 de Dezembro de 1989.......................................... 932
Direito Penal Militar
Código Penal Militar........................................................................ 935
Direito Processual Penal Militar
Código de Processo Penal Militar..................................................... 1051
Legislação Penal Especial
Lei n. 12.830, de 20 de Junho de 2013............................................ 1140
Lei n. 9.296, de 24 de Julho de 1996.............................................. 1142
Lei n. 12.850, de 2 de Agosto de 2013............................................ 1146
Lei n. 9.455, de 7 de Abril de 1997................................................. 1165
Lei n. 10.826, de 22 de Dezembro de 2003...................................... 1167
Lei n. 8.069, de 13 de Julho de 1990.............................................. 1187
Lei n. 7.716, de 5 de Janeiro de 1989............................................. 1200
Lei n. 9.613, de 3 de Março de 1998............................................... 1204
Lei n. 11.340 de 7 de Agosto de 2006............................................. 1221
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998......................................... 1242
Lei n. 10.741, de 1 de Outubro de 2003.......................................... 1271
Lei n. 8.072, de 25 de Julho de 1990.............................................. 1306
Lei n. 9.099, de 26 de Setembro de 1995........................................ 1312
Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990........................................ 1337
Lei n. 13.869, de 5 de Setembro de 2019........................................ 1378
Lei n. 13.869, de 5 de Setembro de 2019........................................ 1390
Lei n. 9.503, de Setembro de 1997 ................................................ 1394
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 12.986, DE 2 DE JUNHO DE 2014

Transforma o Conselho de Defesa dos


Direitos da Pessoa Humana em Conselho
Nacional dos Direitos Humanos - CNDH;
Mensagem de veto
revoga as Leis n.s 4.319, de 16 de março
de 1964, e 5.763, de 15 de dezembro de
1971; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana criado pela


Lei n. 4.319, de 16 de março de 1964, passa a denominar-se Conselho Nacio-
nal dos Direitos Humanos - CNDH, com finalidade, composição, competência,
prerrogativas e estrutura organizacional definidas por esta Lei.
Art. 2º O CNDH tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos hu-
manos, mediante ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras
das condutas e situações de ameaça ou violação desses direitos.
§ 1º Constituem direitos humanos sob a proteção do CNDH os direitos e
garantias fundamentais, individuais, coletivos ou sociais previstos na Consti-
tuição Federal ou nos tratados e atos internacionais celebrados pela República
Federativa do Brasil.
§ 2º A defesa dos direitos humanos pelo CNDH independe de provocação
das pessoas ou das coletividades ofendidas.

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CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO, COMPETÊNCIA E PRERROGATIVAS

Art. 3º O Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH é integrado


pelos seguintes membros:
I – representantes de órgãos públicos:
a) Secretário Especial dos Direitos Humanos;
b) Procurador-Geral da República;
c) 2 (dois) Deputados Federais;
d) 2 (dois) Senadores;
e) 1 (um) de entidade de magistrados;
f) 1 (um) do Ministério das Relações Exteriores;
g) 1 (um) do Ministério da Justiça;
h) 1 (um) da Polícia Federal;
i) 1 (um) da Defensoria Pública da União;
II – representantes da sociedade civil:
a) 1 (um) da Ordem dos Advogados do Brasil, indicado pelo Conselho Fe-
deral da entidade;
b) 9 (nove) de organizações da sociedade civil de abrangência nacional e
com relevantes atividades relacionadas à defesa dos direitos humanos;
c) 1 (um) do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Pú-
blico dos Estados e da União.
§ 1º Os representantes dos órgãos públicos serão designados pelos minis-
tros, chefes ou presidentes das respectivas instituições.
§ 2º Os representantes indicados na alínea b do inciso II deste artigo e
seus suplentes serão eleitos em encontro nacional para um mandato de 2
(dois) anos.
§ 3º O edital de convocação do encontro nacional a que se refere o § 2º
será divulgado, na primeira vez, pela Secretaria Especial dos Direitos Huma-
nos e, quanto aos encontros subsequentes, pelo CNDH, observando-se os
princípios da ampla publicidade e da participação plural dos diversos segmen-
tos da sociedade.

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§ 4º Os representantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados


serão designados pelos presidentes das respectivas Casas no início de cada
legislatura, obedecida a paridade entre os partidos de situação e de oposição.
§ 5º As situações de perda e de substituição de mandato, bem como as
regras de funcionamento do CNDH, serão definidas no seu regimento interno.
Art. 4º O CNDH é o órgão incumbido de velar pelo efetivo respeito aos
direitos humanos por parte dos poderes públicos, dos serviços de relevância
pública e dos particulares, competindo-lhe:
I – promover medidas necessárias à prevenção, repressão, sanção e re-
paração de condutas e situações contrárias aos direitos humanos, inclusive
os previstos em tratados e atos internacionais ratificados no País, e apurar as
respectivas responsabilidades;
II – fiscalizar a política nacional de direitos humanos, podendo sugerir e
recomendar diretrizes para a sua efetivação;
III – receber representações ou denúncias de condutas ou situações con-
trárias aos direitos humanos e apurar as respectivas responsabilidades;
IV – expedir recomendações a entidades públicas e privadas envolvidas
com a proteção dos direitos humanos, fixando prazo razoável para o seu
atendimento ou para justificar a impossibilidade de fazê-lo;
V – (VETADO);
VI – articular-se com órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e mu-
nicipais encarregados da proteção e defesa dos direitos humanos;
VII – manter intercâmbio e cooperação com entidades públicas ou priva-
das, nacionais ou internacionais, com o objetivo de dar proteção aos direitos
humanos e demais finalidades previstas neste artigo;
VIII – acompanhar o desempenho das obrigações relativas à defesa
dos direitos humanos resultantes de acordos internacionais, produzindo
relatórios e prestando a colaboração que for necessária ao Ministério das
Relações Exteriores;
IX – opinar sobre atos normativos, administrativos e legislativos de inte-
resse da política nacional de direitos humanos e elaborar propostas legislati-
vas e atos normativos relacionados com matéria de sua competência;

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X – realizar estudos e pesquisas sobre direitos humanos e promover ações


visando à divulgação da importância do respeito a esses direitos;
XI – recomendar a inclusão de matéria específica de direitos humanos nos
currículos escolares, especialmente nos cursos de formação das polícias e dos
órgãos de defesa do Estado e das instituições democráticas;
XII – dar especial atenção às áreas de maior ocorrência de violações de
direitos humanos, podendo nelas promover a instalação de representações do
CNDH pelo tempo que for necessário;
XIII – (VETADO);
XIV – representar:
a) à autoridade competente para a instauração de inquérito policial ou
procedimento administrativo, visando à apuração da responsabilidade por
violações aos direitos humanos ou por descumprimento de sua promoção,
inclusive o estabelecido no inciso XI, e aplicação das respectivas penalidades;
b) ao Ministério Público para, no exercício de suas atribuições, promover me-
didas relacionadas com a defesa de direitos humanos ameaçados ou violados;
c) ao Procurador-Geral da República para fins de intervenção federal, na
situação prevista na alínea b do inciso VII do art. 34 da Constituição Federal;
d) ao Congresso Nacional, visando a tornar efetivo o exercício das compe-
tências de suas Casas e Comissões sobre matéria relativa a direitos humanos;
XV – realizar procedimentos apuratórios de condutas e situações contrá-
rias aos direitos humanos e aplicar sanções de sua competência;
XVI – pronunciar-se, por deliberação expressa da maioria absoluta de
seus conselheiros, sobre crimes que devam ser considerados, por suas carac-
terísticas e repercussão, como violações a direitos humanos de excepcional
gravidade, para fins de acompanhamento das providências necessárias a sua
apuração, processo e julgamento.
Art. 5º Para a realização de procedimentos apuratórios de situações
ou condutas contrárias aos direitos humanos, o CNDH goza das seguintes
prerrogativas:

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I – (VETADO);
II – requisitar informações, documentos e provas necessárias às suas
atividades;
III – requisitar o auxílio da Polícia Federal ou de força policial, quando ne-
cessário ao exercício de suas atribuições;
IV – (VETADO);
V – requerer aos órgãos públicos os serviços necessários ao cumprimento
de diligências ou à realização de vistorias, exames ou inspeções e ter acesso a
bancos de dados de caráter público ou relativo a serviços de relevância pública.

CAPÍTULO III
DAS SANÇÕES E DOS CRIMES

Art. 6º Constituem sanções a serem aplicadas pelo CNDH:


I – advertência;
II – censura pública;
III – recomendação de afastamento de cargo, função ou emprego na ad-
ministração pública direta, indireta ou fundacional da União, Estados, Distrito
Federal, Territórios e Municípios do responsável por conduta ou situações con-
trárias aos direitos humanos;
IV – recomendação de que não sejam concedidos verbas, auxílios ou sub-
venções a entidades comprovadamente responsáveis por condutas ou situa-
ções contrárias aos direitos humanos.
§ 1º As sanções previstas neste artigo serão aplicadas isolada ou cumulati-
vamente, sendo correspondentes e proporcionais às ações ou omissões ofensi-
vas à atuação do CNDH ou às lesões de direitos humanos, consumadas ou ten-
tadas, imputáveis a pessoas físicas ou jurídicas e a entes públicos ou privados.
§ 2º As sanções de competência do CNDH têm caráter autônomo, deven-
do ser aplicadas independentemente de outras sanções de natureza penal,
financeira, política, administrativa ou civil previstas em lei.
§ 3º (VETADO).

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CAPÍTULO IV
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Art. 7º São órgãos do CNDH:


I – o Plenário;
II – as Comissões;
III – as Subcomissões;
IV – a Secretaria Executiva.
Art. 8º O Plenário reunir-se-á:
I – ordinariamente, por convocação do Presidente, na forma do regimento
interno;
II – extraordinariamente, por iniciativa do Presidente ou de 1/3 (um terço)
dos membros titulares.
§ 1º O Vice-Presidente poderá convocar reuniões ordinárias do Plenário,
na hipótese de omissão injustificável do Presidente quanto a essa atribuição.
§ 2º O Plenário poderá reunir-se, com um mínimo de 1/3 (um terço) dos
conselheiros titulares, para tratar de assuntos que não exijam deliberação
mediante votação.
§ 3º As resoluções do CNDH serão tomadas por deliberação da maioria
absoluta dos conselheiros.
§ 4º Em caso de empate, o Presidente terá o voto de qualidade.
§ 5º O Plenário poderá nomear consultores ad hoc , sem remuneração,
com o objetivo de subsidiar tecnicamente os debates e os estudos temáticos.
Art. 9º As Comissões e as Subcomissões serão constituídas pelo Plenário
e poderão ser compostas por conselheiros do CNDH, por técnicos e profissio-
nais especializados e por pessoas residentes na área investigada, nas condi-
ções estipuladas pelo regimento interno.
Parágrafo único. As Comissões e as Subcomissões, durante o período de
sua vigência, terão as prerrogativas estabelecidas no art. 5º.
Art. 10. Os serviços de apoio técnico e administrativo do CNDH competem
à sua Secretaria Executiva, cabendo-lhe, ainda, secretariar as reuniões do
Plenário e providenciar o cumprimento de suas decisões.

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Parágrafo único. (VETADO).


Art. 11. O Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça desig-
nará e capacitará delegados, peritos e agentes para o atendimento das requi-
sições do CNDH, objetivando o necessário apoio às suas ações institucionais
e diligências investigatórias.
Art. 12. (VETADO).

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 13. O exercício da função de conselheiro do CNDH não será remu-


nerado a qualquer título, constituindo serviço de relevante interesse público.
Art. 14. As despesas decorrentes do funcionamento do CNDH correrão à
conta de dotação própria no orçamento da União.
Art. 15. O CNDH elaborará o seu regimento interno no prazo de 90 (no-
venta) dias.
Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17. Revogam-se as Leis n.s 4.319, de 16 de março de 1964, e 5.763,
de 15 de novembro de 1971.

Brasília, 2 de junho de 2014; 193º da Independência e 126º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Ideli Salvatti
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.2014

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LEI N. 5.251 DE 31 DE JULHO DE 1985


Vide Lei n. 6.049 de 11 de junho de 1997 – Acrescenta o § 4º ao artigo 75
e altera a redação da alínea a do art. 79 da Lei Estadual n. 5.251, de 31 de
julho de 1985, que dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado
do Pará. Publicada no DOE n. 28.482, de 12/06/1997.
Vide Lei n. 6.230, de 12 de julho de 1999 – Altera o artigo 105, da Lei n.
5.251, de 31 de julho de 1985, que dispõe sobre a convocação de policiais mi-
litares da reserva remunerada para a realização de tarefas por prazos certo, e
dá outras providências. Publicada no DOE n. 29.006, de 14/07/1999.
Vide Lei n. 6.626, de 03 de fevereiro de 2004 - Dispõe sobre o ingresso na
Polícia Militar do Pará (PMPA) e dá outras providências. Publicada no DOE n.
30.125, de 04/02/2004.
Vide Lei n. 6.721, de 26 de janeiro de 2005 - Altera dispositivo da Lei
Estadual n. 5.251, de 31 de julho de 1985, que dispõe sobre o Estatuto dos
Policias Militares da Polícia Militar do Estado do Pará e dá outras providências.
Publicada no DOE n. 30.365, de 27/01/2005.
Vide Lei n. 8.388, de 22 de setembro de 2016 - Dispõe sobre a promoção
dos Oficiais da Polícia Militar do Pará (PMPA) e dá outras providências. Publi-
cada no DOE n. 33.218, de 23/09/2016.
Vide Lei n. 8.407, de 25 de outubro de 2016 - Altera dispositivos da Lei
Estadual n. 5.251, de 31 de julho de 1985, que dispõe sobre o Estatuto da
Polícia Militar do Pará e dá outras providências. Publicada no DOE n. 33.239,
de 26/10/2016.
Vide Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020 - Altera, acrescenta e revo-
ga dispositivos na Lei n. 5.251, de 31 de julho de 1985, que dispõe sobre o
Estatuto dos Policiais- Militares da Polícia Militar do Estado do Pará - PMPA.
Publicada no DOE n. 34.089, 14/01/2020.

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LEI N. 5.251 DE 31 DE JULHO DE 1985

Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais- Militares da Polícia Militar do


Estado do Pará e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, estatui e eu sanciono


seguinte Lei:
ESTATUTO DOS POLICIAIS-MILITARES DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO
DO PARÁ

TÍTULO I
GENERALIDADE
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direi-


tos e prerrogativas dos Policiais-Militares do Pará.
Art. 2º A polícia Militar do Pará, instituída para a manutenção da ordem
pública e segurança interna do Estado, considerada Força Auxiliar Reserva
do Exército é Instituição permanente, organizada com base na hierarquia e
disciplina.
Parágrafo único. A Polícia Militar vincula-se operacionalmente à Secretaria
de Estado de Segurança Pública e subordina-se administrativamente ao Go-
vernador do Estado.
Art. 3º Os integrantes da Polícia Militar, em razão da destinação consti-
tucional da Corporação e em decorrência das Leis vigentes, constituem uma
categoria especial de servidores públicos estaduais, sendo denominados Po-
liciais-Militares.
§ 1º Os Policiais-Militares encontram-se em uma das seguintes situações:
I – NA ATIVA:

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a) os Policiais-Militares de Carreira;
b) os incluídos na Polícia Militar, voluntariamente, durante os prazos que
se obrigam a servir;
c) os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, quando con-
vocados para o serviço ativo;
d) os alunos de órgão de formação de Policiais-Militares da ativa. II - NA
INATIVIDADE:
a) na reserva remunerada, quando pertencem à Reserva da Corporação
e percebem remuneração do Estado, estando sujeitos, ainda, à prestação de
serviços na atividade, mediante convocação;
b) os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anterio-
res, estiverem dispensados definitivamente da prestação de serviço na ativa,
continuando, entretanto, a perceber remuneração do Estado.
§ 2º Os Policiais-Militares de carreira são os que no desempenho voluntá-
rio e permanente do serviço Policial-Militar tem vitaliciedade assegurada ou
presumida.
Art. 4º O serviço policial-Militar consiste no exercício de atividades ineren-
tes à Polícia Militar e compreende todos os encargos previstos na legislação
específica, relacionados com a manutenção da ordem pública e a segurança
interna no Estado do Pará.
Art. 5º A carreira Policial-Militar é caracterizada pela atividade continuada
e inteiramente devotada às finalidades precípuas da Polícia Militar, denomina-
da atividade Policial-Militar.
§ 1º A carreira de Policial-Militar é privativa do pessoal da ativa. Inicia-se
com o ingresso na Polícia Militar e obedece a sequência de graus hierárquicos.
§ 2º É privativo de brasileiro nato a carreira de Oficial da Polícia Militar.
Art. 6º Os Policiais-Militares da reserva remunerada poderão, mediante
aceitação voluntária, ser designados para o serviço ativo, em caráter transi-
tório, por proposta do Comandante Geral e ato do Governador do Estado.

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Art. 7º São equivalentes às expressões “na ativa”, “da ativa”, “em serviço
ativo”, “em serviço na ativa”, “em serviço”, “em atividade” e “em atividade
Policial Militar”, conferidas aos Policiais-Militares no desempenho de cargo,
comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade Policial-Mili-
tar ou considerada de natureza Policial-Militar, nas Organizações Policiais-Mi-
litares da Polícia Militar, bem como em outros órgãos do Governo do Estado
ou da União, quando previstos em Lei ou Regulamento.
Art. 8º A condição jurídica dos Policiais-Militares da Polícia Militar do Es-
tado do Pará é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes forem apli-
cáveis, por este Estatuto, pelas Leis e pelos Regulamentos que lhes outorgam
direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.
Art. 9º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos Poli-
ciais-Militares reformados e aos da reserva remunerada.

CAPÍTULO II
DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR

Art. 10 (Revogado pela lei n. 6.626, de 03 fevereiro de 2004)


Art. 11 (Revogado pela lei n. 6.626, de 03 fevereiro de 2004)
Art. 12 (Revogado pela lei n. 6.626, de 03 fevereiro de 2004)

CAPÍTULO III
DA HIERARQUIA POLICIAL-MILITAR E DA DISCIPLINA

Art. 13. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar,


crescendo a autoridade e responsabilidade com a elevação do grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia Policial-Militar é a ordenação da autoridade, em níveis
diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar, por postos ou graduações.
Dentro de um mesmo posto ou graduação, a ordenação faz-se pela antigui-
dade nestes, sendo o respeito à hierarquia consubstanciado no espírito de
acatamento à sequência da autoridade.

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§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e acatamento integral da legis-


lação que fundamenta o organismo Policial-Militar e coordena seu funcio-
namento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do
dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as
circunstâncias pelos Policiais Militares em atividade ou na inatividade.
Art. 14. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os Po-
liciais-Militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o
espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança sem prejuízo
do respeito mútuo.
Art. 15 Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar
são os fixados nos parágrafos e quadro seguintes:
§ 1º Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Governador
do Estado e confirmando em Carta Patente.
§ 2º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pelo Comandante
Geral da Polícia Militar.
§ 3º Os Aspirantes a Oficial PM e alunos da Escola de Formação de Policial-
-Militar são denominados praças especiais.
§ 4º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos quadros de oficiais e
praças, são fixados separadamente, para cada caso, em Lei de Organização
Básica da Corporação.
§ 5º Sempre que o Policial Militar da reserva remunerada ou reformado,
fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas respec-
tivas de sua situação.

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CÍRCULO E ESCALA HIERÁRQUICA NA POLÍCIA MILITAR

HIERARQUIZAÇÃO POSTOS E GRADUAÇÕES

CÍRCULO DE OFICIAIS SUPERIORES Coronel PM Tenente Coronel PM Major PM


CÍRCULO DE OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS Capitão PM
CÍRCULO DE OFICIAIS SUBALTERNOS 1º Tenente PM 2º Tenente PM
PRAÇAS ESPECIAIS
FREQUENTAM O CÍRCULO DE OFICIAIS Aspirante a Oficial PM
SUBALTERNOS
EXCEPCIONALMENTE OU EM REUNIÕES SOCIAIS, Aluno Oficial PM
TEM ACESSO AO CÍRCULO DE OFICIAIS.
EXCEPCIONALMENTE OU EM REUNIÕES Aluno do CFS PM
SOCIAIS, TEM ACESSO AO CÍRCULO DE SUB-
TENENTES E SARGENTOS.
PRAÇAS
CÍRCULO DE SUBTENENTES E SARGENTOS Subtenente PM 1º Sargento PM 2º Sar-
gento PM 3º Sargento PM
CÍRCULO DE CABOS E SOLDADOS Cabo PM
Soldado PM 1ª Classe Soldado PM 2ª
Classe Soldado PM 3ª Classe Soldado PM
Classe Simples

Art. 16. A precedência entre Policiais-Militares da ativa, do mesmo grau


hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo nos
casos de precedência funcional estabelecida em Lei ou Regulamento.
§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data
da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclu-
são, salvo quando estiver taxativamente fixada a outra data.
§ 2º No caso de ser igual a antiguidade, referida no parágrafo anterior, é
ela estabelecida:
a) entre os Policiais-Militares do mesmo Quadro, pela posição nas respec-
tivas escalas numéricas ou registros existentes na Corporação;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior,
se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade recorrer-se-á, sucessi-

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vamente, aos graus hierárquicos anteriores, a data de praça e a data de nas-


cimento para definir a precedência e neste último caso, o de mais idade será
considerado o mais antigo;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de Policiais-Militares,
de acordo com o Regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especi-
ficamente enquadrados nas letras “a” e “b”;
d) na existência de mais de uma data de praça, prevalece a antiguidade do
Policial Militar, referente a última data de praça na Corporação, se não estiver
especificamente enquadrada nas letras “a”, “b” e “c”.
§ 3º Em igualdade de posto ou graduação, os Policiais Militares em ativi-
dade, têm precedência sobre os da inatividade.
§ 4º Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os Poli-
ciais-Militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada, quando estive-
rem convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
§ 5º Após a conclusão do Curso de Adaptação de Oficiais, os oficiais dos
Quadros de Saúde, Capelão e Complementar terão sua antiguidade defini-
da, em suas respectivas categorias, de acordo com a ordem de classificação
intelectual obtida no referido curso. (Alterado pela Lei n. 8.974, de 13 de
janeiro de 2020).
Art. 17. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é
assim regulada:
I – Os Aspirantes-a-Oficial PM/BM são hierarquicamente superiores as de-
mais praças e frequentam o Círculo de Oficiais Subalternos;
II – Os alunos da Escola de Formação de Oficiais são hierarquicamente
superiores aos subtenentes PM/BM;
III – Os Cabos PM/BM tem precedência sobre os alunos do Curso de Forma-
ção de Sargentos, que a eles são equiparados, respeitada a antiguidade relativa.
Art. 18. Na Polícia Militar será organizado o registro de todos os oficiais e gra-
duados, em atividade, cujos resumos constarão dos Almanaques da Corporação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Os Almanaques, um para oficiais e aspirantes a oficial e outros para


subtenentes e sargentos da Polícia Militar conterá respectivamente, a relação
nominal de todos aqueles oficiais e praças em atividade, distribuídos por seu
Quadros, de acordo com seus postos, graduações e antiguidade.
§ 2º A Polícia Militar manterá um registro de todos os dados referentes
ao pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas
numéricas, segundo instruções baixadas pelo Comandante Geral.
Art. 19. Os alunos oficial PM/BM, por conclusão de Curso, serão declara-
dos aspirantes-a-oficial PM/BM por ato do Comandante Geral, na forma espe-
cificada em Regulamento.
Art. 20 O ingresso no Quadro de Oficiais será por promoção do aspiran-
te-a-oficial PM/BM para o Quadro de Oficiais e Combatentes e, mediante con-
curso entre diplomados por Faculdades reconhecidas pelo Governo Federal,
para o Quadros que exijam este requisito.
§ 1º O ingresso no Quadro de Oficiais especialistas e de administração,
será regulado por legislação específica.
§ 2º Em caso de igualdade de posto os oficiais que possuírem o Curso de
Formação de Oficiais terão precedência sobre os demais.
§ 3º Excetuados os oficiais de Quadro Técnico, no exercício de cargo priva-
tivo de sua especialidade, e respeitadas as restrições do artigo 16, os demais
oficiais não poderão exercer Comando, Chefia ou Direção sobre os Oficiais
possuidores do Curso de Formação de Oficiais.

CAPÍTULO IV
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAL-MILITAR

Art. 21. Cargo de Policial-Militar é um conjunto de deveres e responsabi-


lidades inerentes ao Policial Militar em serviço ativo.
§ 1º O Cargo Policial-Militar a que se refere este artigo é o que se encontra
especificado nos Quadros de Organização ou previsto, caracterizado ou defi-
nido como tal em outras disposições legais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º As atribuições e obrigações inerentes ao cargo Policial-Militar devem


ser compatível com o correspondente grau hierárquico e, no caso da Policial
militar, às restrições fisiológicas próprias, tudo definido em legislação ou re-
gulamentação específica.
Art. 22. Os cargos Policiais - Militares são providos com pessoal que satis-
faça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu
desempenho.
Parágrafo único. O provimento de cargo Policial-Militar se faz por ato de no-
meação, de designação ou determinação expressa de autoridade competente.
Art. 23. O cargo de Policial Militar é considerado vago a partir de sua
criação ou desde o momento em que o Policial Militar, exonerado, dispensado
ou que tenha recebido determinação expressa de autoridade competente, o
deixe e até que outro Policial Militar tome posse, de acordo com a norma de
provimento prevista no parágrafo único do artigo 22.
Parágrafo único. Consideram-se também vagos os cargos Policiais-Milita-
res cujos ocupantes tenham:
a) falecido;
b) sido considerados extraviados;
c) sido considerados desertores.
Art. 24. Função Policial-Militar é o exercício das atribuições inerentes aos
cargos Policial-Militar, exercida por oficiais e praça da Polícia Militar, com a
finalidade de preservar, manter e estabelecer a ordem pública e segurança
interna, através das várias ações policiais ou militares, em todo o território
do Estado.
Art. 25 Dentro de uma mesma Organização Policial-Militar, a sequência
de substituições para assumir cargos ou responder por funções, bem como
as normas, atribuições e responsabilidades relativas, são estabelecidas na
legislação específica, respeitadas a precedência e a qualificação exigidas para
o cargo ou para o exercício da função.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 26. O Policial Militar, ocupante de cargo provido em caráter efetivo ou


interino, de acordo com o parágrafo único do artigo 22, faz jus aos direitos
correspondentes ao cargo, conforme previsto em Lei.
Art. 27 As atribuições que, pela generalidade, peculiaridade, duração,
vulto ou natureza, não são catalogadas como posições tituladas em Quadros
de Organização ou dispositivo legal são cumpridas como encargos, comissão,
incumbência ou atividade Policial-Militar, ou de natureza Policial-Militar.
Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, a encargos, incumbência, co-
missão, serviço ou atividade Policial-Militar, ou de natureza Policial-Militar, o
disposto neste capítulo para o cargo Policial-Militar.
Art. 28. A qualquer hora do dia ou da noite, na sede da Unidade ou onde
o serviço o exigir, o Policial Militar deve estar pronto para cumprir a missão
que lhe for confiada pelos seus superiores hierárquicos ou imposta pelas Leis
e Regulamentos.

TÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-MILITARES

Seção I
Do Valor Policial-Militar

Art. 29. São manifestações essenciais do valor Policial-Militar:


I – o sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido pela vontade
inabalável de cumprir o dever Policial-Militar e pelo integral devotamento à
manutenção da ordem pública, mesmo com o risco da própria vida;
II – o civismo e o culto das tradições históricas;
III - a fé na missão elevada da Polícia Militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – o espírito de corpo, orgulho do Policial Militar pela Organização onde serve;


V – o amor à profissão Policial-Militar e o entusiasmo com que é exercida;
VI – o aprimoramento técnico-profissional.

Seção II
Da Ética Policial-Militar

Art. 30. O sentimento do dever, o pundonor Policial-Militar e o decoro da


classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral
e profissional, irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da
ética Policial-Militar:
I – amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade
pessoal;
II – exercer, com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe
couberem em decorrência do cargo;
III – respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV – acatar as autoridades civis;
V – cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos, as instruções e as
ordens das autoridades competentes;
VI – ser justo e imparcial nos julgamentos dos atos e na apreciação do
mérito dos subordinados;
VII – zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, próprio e dos subordi-
nados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;
VIII – praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espí-
rito de cooperação;
IX – empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
X – ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita
e falada;
XI – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de
qualquer natureza;
XII – cumprir seus deveres de cidadão;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XIII – proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;


XIV – observar as normas da boa educação;
XV – garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como
chefe de família modelar;
XVI – conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a
que não sejam prejudicados os princípios da disciplina do respeito e do decoro
Policial-Militar;
XVII – abster-se de fazer uso do posto ou graduação para obter facilidades
pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou
de terceiros;
XVIII – abster-se o Policial Militar, na inatividade, do uso das designações
hierárquicas quando:
a) em atividade político-partidária;
b) em atividades comerciais ou industriais;
c) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito dos as-
suntos políticos ou Policiais Militares, excetuando-se os de natureza exclusi-
vamente técnica, se devidamente autorizado;
d) no exercício de cargo ou de função de natureza civil mesmo que seja
da administração pública;
XIX – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um de seus inte-
grantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética Policial-Militar.
Art. 31. Ao Policial Militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte
na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar,
exceto como acionista ou quotista em sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada.
§ 1º Os Policiais Militares da reserva remunerada, quando convocados fi-
cam proibidos de tratar, nas Organizações Policiais-Militares e nas repartições
públicas civis, de interesse de organizações ou empresas privadas de qual-
quer natureza.
§ 2º Os Policiais Militares da ativa, podem exercer, diretamente, a gestão
de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 32. O Comandante Geral da Polícia Militar poderá determinar aos


Policiais Militares da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos
mesmos, informem sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que
houver razões que recomendem tal medida.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Seção I
Da Conceituação

Art. 33. Os deveres Policiais-Militares emanam de vínculos racionais e


morais que ligam o Policial Militar a sua Corporação e ao serviço que a mesma
presta à comunidade, e compreendem:
I – a dedicação integral ao serviço Policial-Militar e a fidelidade à institui-
ção a que pertencem, mesmo com o sacrifício da própria vida;
II – o Culto aos símbolos nacionais;
III – a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV – a disciplina e o respeito à hierarquia;
V – o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
VI – a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade;
VII – o trato urbano, cordial e educado para com os cidadãos;
VIII – a manutenção da ordem pública;
IX – a segurança da comunidade.

Seção II
Do Compromisso Policial-Militar

Art. 34. Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar, mediante inclusão,
matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a
sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres Policiais-Militares e
manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 35 O compromisso a que se refere o artigo anterior, terá caráter sole-


ne e será prestado na presença de tropa, tão logo o Policial Militar tenha ad-
quirido o grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus
deveres como integrante da Polícia Militar, conforme, os seguintes dizeres:
“Ao ingressar na Polícia Militar do Pará, prometo regular minha conduta pelos
preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que
estiver subordinado e dedicar-me, inteiramente, ao serviço Policial-Militar, à
manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o
sacrifício da própria vida”.
Parágrafo único. O compromisso do aspirante a oficial PM/BM é prestado
na solenidade de declaração de aspirante a oficial, de acordo com o cerimonial
previsto no regulamento do Estabelecimento de ensino e terá os seguintes
dizeres: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir
os deveres de Oficial da Polícia Militar do Pará e dedicar-me inteiramente ao
seu serviço”.

Seção III
Do Comando e da Subordinação

Art. 36. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades


de que o Policial Militar é investido legalmente, quando conduz homens ou
dirige uma Organização Policial-Militar. O Comando é vinculado ao grau hie-
rárquico e constitui prerrogativa impessoal, na qual se define e se caracteriza
como Chefe.
Parágrafo único. Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização Policial-Mi-
litar, no que couber, o estabelecido para o Comando.
Art. 37. A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal
do Policial Militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da
Polícia Militar.
Art. 38 O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do
Comando, da Chefia e da Direção das Organizações Policiais-Militares.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 39. Os Subtenentes e Sargentos auxiliam ou complementam as ati-


vidades dos Oficiais, quer no adestramento e emprego de meios, quer na
instrução e na administração; deverão ser empregados na execução de ativi-
dade de policiamento ostensivo fardado.
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas, neste artigo e
no comando de elementos subordinados, os Subtenentes e Sargentos deve-
rão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional e téc-
nica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das
ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes
estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e da moral
das mesmas praças em todas as circunstâncias.
Art. 40. Os Cabos e Soldados são, essencialmente, elementos de execução.
Art. 41 Às Praças especiais cabe a rigorosa observância das prescrições
dos Regulamentos do estabelecimento de ensino Policial-Militar, onde estive-
rem matriculadas, exigindo-se lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendi-
zado técnico- profissional.
Art. 42. Ao Policial Militar cabe a responsabilidade integral pelas decisões
que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.

CAPÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Seção I
Da Conceituação

Art. 43. A violação das obrigações ou dos deveres Policiais-Militares cons-


tituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuser a
legislação ou regulamentação específica.
§ 1º A violação dos preceitos da ética Policial-Militar é tão mais grave
quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.
§ 2º No concurso de crime militar ou contravenção e de transgressão dis-
ciplinar, será aplicada somente à pena relativa ao crime.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 44. A inobservância ou falta de exação no cumprimento dos deveres


especificados nas Leis e Regulamentos, acarreta para o Policial Militar, res-
ponsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legisla-
ção específica em vigor.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária,
disciplinar ou penal poderá concluir pela incompatibilidade do Policial Militar
com o cargo ou pela incapacidade do exercício das funções Policiais-Militares
a ele inerentes.
Art. 45. O Policial Militar que, por atuação, se tornar incompatível com o
cargo ou demonstrar incapacidade no exercício de funções Policiais-Militares
a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo
ou impedimento do exercício da função:
a) o Governador do Estado;
b) o Comandante Geral da Polícia Militar;
c) os Comandantes, os Chefes e os Diretores de Organizações Policiais-
-Militares, na conformidade da legislação ou regulamentação específica so-
bre a matéria.
§ 2º O Policial Militar afastado do cargo, nas condições mencionadas nes-
te artigo, ficará privado do exercício de qualquer função Policial-Militar, até a
solução final do processo ou das providências legais que couberem no caso.
Art. 46. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre
atos superiores, quanto as de caráter reivindicatório ou político.

Seção II
Dos Crimes Militares

Art. 47. O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares,


em tempo de paz e em tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos Poli-
ciais Militares das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos.
Art. 48 Aplicam-se, no que couber, aos Policiais Militares, as disposições
estabelecidas na legislação penal militar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção III
Das Transgressões Disciplinares

Art. 49. O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e clas-


sificará as transgressões e estabelecerá as normas relativas à amplitude e
aplicação das penas disciplinares, a classificação do comportamento Poli-
cial-Militar e a interposição de recursos contra as penas disciplinares.
§ 1º A pena disciplinar de detenção ou prisão não pode ultrapassar a 30
(trinta) dias.
§ 2º À praça especial aplicam-se, também, as disposições disciplinares
previstas no Regulamento do estabelecimento de ensino onde estiver ma-
triculado.

Seção IV
Dos Conselhos de Justificação e de Disciplina

Art. 50. O Oficial, presumivelmente incapaz de permanecer como Policial


Militar da ativa, será, na forma da legislação específica, submetido a Conselho
de Justificação.
§ 1º O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser
afastado do exercício de suas funções conforme estabelecido em Lei específica.
§ 2º Compete ao Tribunal de Justiça do Estado julgar os processos oriun-
dos dos Conselhos de Justificação, na forma estabelecida em Lei específica.
§ 3º O Conselho de Justificação poderá, também, ser aplicado aos oficiais
reformados ou da reserva remunerada, presumivelmente incapazes de per-
manecer na situação de inatividade em que se encontram.
Art. 51. O aspirante a oficial PM/BM, bem como as praças com estabilida-
de assegurada, presumivelmente incapazes de permanecerem como Policiais
Militares da ativa serão submetidos a Conselho de Disciplina e afastados das
atividades que estiverem exercendo, na forma da legislação específica.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar julgar os processos


oriundos dos Conselhos de Disciplina convocados no âmbito da Corporação.
§ 2º O Conselho de Disciplina poderá, também, ser aplicado às praças
reformadas e da reserva remunerada, presumivelmente incapazes de perma-
necer na situação de inatividade em que se encontram.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS MILITARES

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS

Seção I
Da Enumeração

Art. 52. São direitos dos Policiais Militares:


I – a garantia da patente quando oficial, em toda a sua plenitude, com as
vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes;
II – a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico su-
perior ou melhoria da mesma quando, ao ser transferido para a inatividade,
contar mais de 30 (trinta) anos de serviço;
III – a remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou
graduação, quando, não contando 30 (trinta) anos de serviço, for transferido
para a reserva remunerada, ex-offício, por ter sido atingido pela compulsória
de qualquer natureza;
IV – nas condições ou nas limitações impostas na legislação ou regula-
mentação específica:
a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de
efetivo serviço;
b) o uso das designações hierárquicas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) a ocupação de cargos e funções correspondentes ao posto e de atribui-


ções correspondentes à graduação;
d) a percepção de Remuneração;
e) outros direitos previstos em leis específicas que tratam de remuneração
dos Policiais- Militares;
f) a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim en-
tendida como conjunto de atividades relacionadas com a conservação ou re-
cuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêu-
ticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios, os
cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários;
g) o funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no conjunto de
medidas tomadas pelo Estado, quando solicitado, desde o óbito até o sepul-
tamento condigno;
h) a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos Poli-
ciais Militares em atividade;
i) o fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa branca
e roupa de cama, fornecido ao Policial Militar, na ativa, de graduação inferior
a 3º Sargento e, em casos especiais, a outros Policiais Militares;
j) a moradia, para o Policial Militar em atividade compreendendo: 1 - alo-
jamento em Organização Policial-Militar;
2 - habitação para si e seus dependentes, em imóvel sob a responsabilida-
de da Corporação, de acordo com as disponibilidades existentes.
l) o transporte, assim entendido como meios fornecidos ao Policial Mili-
tar, para seu deslocamento por interesse do serviço; quando o deslocamento
implicar em mudança de sede ou de moradia, compreende também as pas-
sagens para seus dependentes e a translação das respectivas bagagens, de
residência a residência;
m) a constituição de Pensão Policial-Militar;
n) a promoção;
o) as férias, os afastamentos temporários de serviço e as licenças;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

p) a transferência, a pedido, para a reserva remunerada;


q) a demissão e o licenciamento voluntários;
r) o porte de arma, quando oficial em serviço ativo ou na inatividade, salvo
aquelas em inatividade por alienação mental ou condenação por crime contra
a Segurança ou por atividade que desaconselham aquele porte;
s) o porte de arma, pelos praças, com as restrições reguladas pelo Co-
mandante Geral;
t) outros direitos previstos em legislação específica;
§ 1º A percepção de remuneração ou melhoria da mesma de que trata o
inciso II, obedecerá ao seguinte:
a) o Oficial que contar mais de 30 (trinta) nos de serviço, quando transfe-
rido para a inatividade, terá seus proventos calculados sobre o soldo corres-
pondente ao posto imediato, se na Polícia Militar existir posto superior ao seu,
mesmo que de outro quadro; se ocupante do último posto da Corporação, o
Oficial terá os seus proventos calculados tomando-se por base o soldo de seu
próprio posto acrescido de percentual fixado em legislação específica;
b) os Subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os pro-
ventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto de 2º Tenente PM/
BM, desde que contem mais 30(trinta) anos de serviço;
c) as demais praças que contém mais de 30 (trinta) anos de serviço, ao
serem transferidos para a inatividade terão os proventos calculados sobre o
soldo correspondente à graduação imediatamente superior.
§ 2º Serão considerados dependentes do Policial Militar:
I – a esposa;
II – o filho menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou interdito;
III – a filha solteira, desde que não perceba remuneração;
IV – o filho estudante, menor de 24 (vinte e quatro) anos, desde que não
perceba remuneração;
V – a mãe viúva, desde que não perceba remuneração;
VI – o enteado, o filho adotivo e o tutelado, nas mesmas condições dos
incisos II, III e IV;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VII – a viúva do Policial Militar, enquanto permanecer neste estado, e os


demais dependentes mencionados nos incisos II, III, IV, V e VI deste pará-
grafo, desde que vivam sob responsabilidade da viúva;
VIII – a ex-esposa com direito à pensão alimentícia estabelecida por sen-
tença transitada em julgado, enquanto não contrair novo matrimônio;
IX – o esposo inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente
para qualquer trabalho, não podendo prover os meios de subsistência, me-
diante julgamento proferido por Junta Policial-Militar de Saúde da Corporação.
§ 3º são ainda, considerados dependentes do Policial Militar desde que vi-
vam sob a sua dependência econômica, sob o mesmo teto, e quando expres-
samente declarados na Organização Policial-Militar competente:
a) a filha, a enteada e a tutelada, nas condições de viúvas, separadas ju-
dicialmente ou divorciadas, desde que não percebam remuneração;
b) a mãe solteira, a madrasta viúva, a sogra viúva ou solteira, bem como
separada judicialmente ou divorciadas, desde que em qualquer dessas situa-
ções não recebam remuneração;
c) os avós e os pais, quando inválidos ou interditos e respectivos cônju-
ges, estes desde que não recebam remuneração;
d) o pai maior de 60 (sessenta) anos e seu respectivo cônjuge, desde que
ambos não recebam remuneração;
e) o irmão, o cunhado e o sobrinho, quando menores ou inválidos ou in-
terditos, sem outro arrimo;
f) a irmã, a cunhada e a sobrinha, solteiras, viúvas, separadas judicial-
mente ou divorciados, desde que não recebam remuneração;
g) o neto, órfão, menor ou inválido ou interdito;
h) a pessoa que viva no mínimo há 05 (cinco) anos sob a sua exclusiva
dependência econômica, comprovada mediante justificação judicial;
i) a companheira, desde que viva em sua companhia há mais de 05 (cinco)
anos, comprovada por justificação judicial;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

j) o menor que esteja sob sua guarda, sustento e responsabilidade, me-


diante autorização judicial.
§ 4º Para efeito do disposto nos parágrafos 2º e 3º deste artigo, não serão
considerados como remuneração ou rendimentos não provenientes de traba-
lho assalariado, ainda que recebidos dos cofres públicos, ou a remuneração
que, mesmo resultante de relação de trabalho, não enseje ao dependente do
Policial Militar qualquer direito à assistência providenciaria oficial.
Art. 53. O Policial Militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qual-
quer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico, poderá recorrer
ao interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo a
regulamentação específica da Corporação.
§ 1º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação
oficial, quanto a ato de composição de quadro de acesso;
b) nas questões disciplinares, como dispuser o regulamento Disciplinar da
Polícia Militar;
c) em 120 (cento e vinte) dias corridos nos demais casos.
§ 2º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem
ser feitos coletivamente.
§ 3º O Policial Militar só poderá recorrer ao Judiciário, após esgotados
todos os recursos administrativos e deverá participar esta providência, ante-
cipadamente, à autoridade a qual estiver subordinado.
Art. 54. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
(Alterado pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
I – se contar menos de 10 (dez) anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade; (Alterado pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
II – se contar mais de 10 (dez) anos de serviço, será agregado pela auto-
ridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade. (Alterado pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção II
Da Remuneração

Art. 55. A remuneração dos Policiais Militares compreende vencimentos


ou proventos, indenização e outros direitos e é devida em bases estabelecidas
em Lei específica.
§ 1º Os Policiais Militares na ativa percebem remuneração compreendendo:
I – vencimentos, constituídos de soldo e gratificações;
II – indenizações;
§ 2º Os Policiais Militares na inatividade percebem remuneração compre-
endendo:
I – proventos, constituídos de soldo ou quotas de soldo e gratificações
incorporáveis;
II – indenizações na inatividade.
§ 3º Os Policiais Militares receberão o salário família de conformidade com
a Lei que o rege.
§ 4º Os Policiais Militares farão jus, ainda, a outros direitos pecuniários,
em casos específicos.
Art. 56. O auxílio invalidez, atendidas as condições estipuladas na Lei que
trata da remuneração dos Policiais Militares será concedido ao Policial Militar
considerado inválido, por Junta Policial Militar de Saúde, isto é, impossibilita-
do total e permanentemente para qualquer trabalho, não podendo prover os
meios de subsistência.
Art. 57 O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, sequestro ou
arresto, exceto nos casos previstos em Lei.
Art. 58. O valor do soldo é igual para o Policial Militar da ativa, da reser-
va remunerada ou reformado, de um mesmo grau hierárquico, ressalvado o
disposto no inciso II do artigo 52 deste Estatuto.
Art. 59 É proibido acumular remuneração de inatividade.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos Policiais Milita-
res da reserva remunerada e aos reformados quanto ao exercício de mandato
eletivo, quanto a função de magistério ou cargo em comissão, ou quando ao
contrato para prestação de serviços técnicos ou especializados.
Art. 60. Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por mo-
tivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimen-
tos dos Policiais Militares em serviço ativo.
§ 1º Ressalvados os casos previstos em Lei, os proventos da inatividade
não poderão exceder a remuneração percebida pelo Policial Militar da ativa no
posto ou graduação correspondentes aos de seus proventos.
§ 2º O policial militar que, ao passar para a inatividade, contar trinta e
cinco (35) anos de serviço, terá direito ao soldo e vantagens que percebia no
serviço ativo.
Art. 61. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o Policial Militar
terá direito a tantas quotas de soldo quantos forem os anos de serviço, com-
putáveis para a inatividade, até o máximo de trina (30) anos, ressalvado o
disposto no inciso III do Caput do artigo 52.
Parágrafo único. Para efeito de contagem das quotas a fração de tempo
igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias será considerada 01 (um) ano.

Seção III
Da Promoção

Art. 62. O acesso na hierarquia Policial-Militar é seletivo, gradual e su-


cessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com o disposto na
legislação e regulamentação de promoções de oficiais e praças, de modo a
obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os Policiais Militares
a que esses dispositivos se referem.
§ 1º O planejamento da carreira dos oficiais e das praças, obedecidas as
disposições da legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atri-
buição do Comando da Polícia Militar.

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§ 2º A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica a


seleção dos Policiais Militares para o exercício de funções pertinentes ao grau
hierárquico superior.
Art. 63. Para promoção ao posto de Major PM/BM é necessário possuir o
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais.
Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o pessoal do Quadro
de Saúde e outros Quadros Técnicos eventualmente existente.
Art. 64. As promoções serão efetuadas pelo critério de antiguidade e me-
recimento, ou ainda, por bravura e “post mortem”.
§ 1º Em casos extraordinários, poderá haver promoção em ressarcimento
de preterição, independentemente de vagas.
§ 2º A promoção de Policial Militar feita em ressarcimento de preterição
será efetuada segundo os critérios de antiguidade ou merecimento, recebendo
ele o número que lhe competir na escala hierárquica como se houvesse sido
promovido, na época devida, pelo princípio em que ora é feita sua promoção.
Art. 65. Não haverá promoção de Policial Militar por ocasião de sua trans-
ferência para a reserva remunerada ou reforma.

Seção IV
Das Férias e de Outros Afastamentos Temporários do Serviço

Art. 66. Férias são afastamento totais do serviço anual e obrigatoriamen-


te concedidos aos Policiais Militares para descanso, a partir do último mês do
ano a que se referem, e durante todo o ano seguinte.
§ 1º Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a regulamentação da
concessão das férias anuais, e de outros afastamentos temporários.
§ 2º A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença
para tratamento de saúde, por punição anterior decorrente de transgressão
disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam cumpridos atos de ser-
viço, bem como, não anula o direito àquelas licenças.

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§ 3º Somente em casos de interesse da Segurança Nacional, da manuten-


ção da ordem, de extrema necessidade do serviço ou de transferência para a
inatividade, para cumprimento de punição decorrente de transgressão disci-
plinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os Policiais Militares
terão interrompido ou deixam de gozar, na época prevista, o período de férias
a que tiverem direito, registrando-se, então o fato em seus assentamentos.
§ 4º Na impossibilidade do gozo de férias no ano seguinte ou no caso de
sua interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozado será
computado dia a dia pelo dobro, no momento da passagem do Policial Militar
para a inatividade e somente para esse fim, ressalvados os casos de trans-
gressão disciplinar.
§ 5º As férias serão de 30 (trinta) dias para todos os Policiais Militares.
Art. 67. Os Policiais Militares têm direito, ainda aos seguintes períodos de
afastamento total do serviço obedecidas as disposições legais e regulamen-
tares, por motivo de:
I – núpcias: 08 (oito) dias;
II – luto: 08 (oito) dias;
III – instalação: Até 10 (dez) dias;
IV – trânsito: Até 30 (trinta) dias, quando designados para curso ou trans-
feridos para OPM sediadas fora da capital.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 68. As férias e os afastamentos mencionados nesta seção são conce-
didos com remuneração prevista na legislação específica e computados como
tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
Art. 69 O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será con-
cedido, no primeiro caso, se solicitado com antecipação à data do evento e,
no segundo caso, tão logo a autoridade a qual estiver subordinado o Policial
Militar tenha conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente, cônju-
ge, sogro ou irmão.

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Seção V
Das Licenças

Art. 70. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em


caráter temporário, concedida ao Policial Militar, obedecidas as disposições
legais e regulamentares.
§ 1º A licença pode ser:
a) Especial;
b) Para tratar de interesse particular;
c) Para tratamento de saúde de pessoa da família;
d) Para tratamento de saúde própria.
e) maternidade; (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
f) paternidade. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º A remuneração do Policial Militar, quando em qualquer das situa-
ções de licença, constante do parágrafo anterior, será regulada em legisla-
ção específica.
§ 3º A concessão de licença é regulada pelo Comandante Geral da Corporação.
Art. 70-A. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda judi-
cial para fins de adoção será concedida à policial militar licença-maternidade,
sem prejuízo da remuneração e vantagens, com duração de 180 (cento e oi-
tenta) dias. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º A licença-maternidade de que trata a alínea “e” do § 1º do Art.
70, poderá ter início no primeiro dia do 8º (oitavo) mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do
parto. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º No caso de aborto, atestado por médico oficial, a militar terá direito a
30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde própria. (Acrescido pela
Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

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§ 4º Findo o prazo da licença para tratamento de saúde estabelecido no §


3º, a militar estadual será submetida à nova inspeção médica, que concluirá
pela volta ao serviço ou pela prorrogação da licença. (Acrescido pela Lei n.
8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º No caso de natimorto, atestado por médico oficial, será concedida
licença prevista no caput do Art. 70-A. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 6º Ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a licença, poderá esta
ser concedida mediante apresentação da certidão de nascimento e vigorará a
partir da data do evento. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 70-B. Ao militar cuja cônjuge ou convivente vier a falecer no período
de 180 (cento e oitenta) dias da data de nascimento da criança será conce-
dida licença, nos termos do caput do Art. 70-A. (Acrescido pela Lei n. 8.974,
de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º O prazo da licença prevista no caput será contado a partir do óbito,
até o 180º (centésimo octogésimo) dia de vida da criança. (Acrescido pela Lei
n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º Na hipótese de inexistência de relação conjugal ou de convivência
com a mãe falecida, a concessão da licença prevista no caput poderá ocorrer
mediante a comprovação, pelo militar, da guarda da criança. (Acrescido pela
Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 70-C. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda judi-
cial para fins de adoção, será concedida ao policial militar a licença-paterni-
dade de 20 (vinte) dias consecutivos, vedada a prorrogação. (Acrescido pela
Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Parágrafo único. A licença de que o caput será concedida mediante a apre-
sentação do registro civil ou do termo de guarda provisória para fins de ado-
ção, retroagindo à data do nascimento ou da obtenção da guarda provisória
para fins de adoção, conforme o caso. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de
janeiro de 2020)

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Art. 71. Licença especial é a autorização para afastamento total do ser-


viço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo serviço prestado, concedi-
da ao Policial Militar que a requerer sem que implique em qualquer restrição
para sua carreira.
§ 1º A licença especial tem a duração de 06 (seis) meses a ser gozada de
uma só vez, podendo ser parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) meses por ano
civil, quando solicitada pelo interessado e julgado conveniente pela autorida-
de competente.
§ 2º O período de licença especial não interrompe a contagem do tempo
efetivo de serviço.
§ 3º Os períodos de licença especial não gozados pelo Policial Militar são
computados em dobro para fins exclusivos de contagem de tempo para a
passagem para a inatividade e, nesta situação para todos os efeitos legais.
§ 4º A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer
licença para tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de servi-
ço, bem como, não anula o direito àquelas licenças.
§ 5º Uma vez concedida a licença especial, o policial Militar será exone-
rado do cargo ou dispensado do exercício das funções que exerce e ficará à
disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar a que pertencer.
Art. 72. A licença para tratamento de interesse particular é a autorização
para afastamento total do serviço, concedida ao Policial Militar que contar mais
de 10 (dez) anos de efetivo serviço e que a requerer com aquela finalidade.
Parágrafo único. A licença será sempre concedida com prejuízo da remu-
neração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
Art. 73. É da competência do Comando Geral da Polícia Militar a conces-
são da licença especial e da licença para tratamento de interesse particular.
Art. 74 As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições
estabelecidas neste artigo.
§ 1º A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesse
particular poderá ocorrer:

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a) em caso de mobilização e estado de guerra;


b) em caso de decretação de estado de emergência ou de sítio;
c) para cumprimento de punição disciplinar conforme o regulado pelo Co-
mandante Geral da Polícia Militar;
d) para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade
individual;
e) em caso de denúncia, pronúncia em processo criminal ou indicação em
Inquérito Policial-Militar, a Juízo da autoridade que efetivou a pronúncia ou a
indiciação.
§ 2º A interrupção de licença para tratar de interesse particular, será de-
finitiva quando o Policial Militar for reformado ou transferido ex-offício para a
reserva remunerada.
§ 3º A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da
família, para cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da
liberdade individual, será regulada na legislação específica.

Seção VI
Da Pensão do Policial Militar

Art. 75. A Pensão Policial-Militar destina-se a amparar os beneficiários


do Policial Militar falecido ou extraviado e será paga conforme o disposto em
legislação específica.
§ 1º Para fins de aplicação da Legislação específica será considerado como
posto ou graduação do Policial Militar o correspondente ao soldo sobre o qual
forem calculadas as suas contribuições.
§ 2º Todos os Policiais Militares são contribuintes obrigatórios da Pensão
Policial Militar correspondente ao seu posto ou graduação, com as exceções
previstas na legislação específica.
§ 3º Todo Policial Militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiário
que, salvo prova em contrário, prevalecerá para a habilitação dos mesmos à
Pensão Policial- militar.

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§ 4º A remuneração a que faria jus, em vida, o Policial Militar falecido será


paga aos seus beneficiários habilitados até a conclusão do processo referente
à Pensão Policial Militar, compensados, posteriormente, eventuais valores pa-
gos a maior até a efetiva concessão do benefício (Acrescido pela Lei n. 6.049,
de 11 de junho de 1997)
Art. 76. A Pensão Policial-Militar do pessoal do serviço ativo, da reserva
remunerada ou reformado será a do Instituto de Previdência do Estado, con-
forme legislação específica.
Parágrafo único. As disposições do presente artigo e do seguinte, não pre-
judicarão a percepção de pensão, pecúlio ou outras vantagens de associações
beneficentes.
Art. 77. Os Policiais Militares mortos em campanha ou ato de serviço, ou
em consequência de ferimentos ou moléstias decorrentes, ou ainda, em con-
sequência de acidente em serviço deixarão a seus herdeiros pensão corres-
pondente aos vencimentos integrais do posto ou graduação imediatamente
superior, conforme legislação específica.
Art. 78 A Pensão Policial-Militar é isenta de qualquer tributação estadu-
al; é impenhorável, não responde por dívidas do instituidor nem constitui
acumulação.
Art. 79. A Pensão Policial-Militar defere-se nas prioridades e condições
estabelecidas a seguir e de acordo com as demais contidas em legislação
específica:
a) viúva e/ou companheira. (Alterado pela Lei n. 6.049, de 11 de junho
de 1997)
b) aos filhos de qualquer condição, exclusive os menores do sexo mascu-
lino, que não sejam interditos ou inválidos;
c) aos netos, órfãos de pai e mãe, nas condições estipuladas para os filhos;
d) à mãe, ainda que adotiva, viúva, separada judicialmente ou divorciada
ou solteira, como também, a casada sem meios de subsistência, que viva na
dependência econômica do Policial Militar, separada do marido, e ao pai, ain-
da que adotivo, desde que inválido, interdito ou maior de 60 (sessenta) anos;

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e) às irmãs, germanas ou consanguíneas, solteiras, viúvas, separadas ju-


dicialmente ou divorciadas, bem como, aos irmãos germanos ou consanguí-
neos menores de 21 (vinte e um) anos, mantidos pelo contribuinte ou maio-
res interdito ou inválido e se do sexo feminino, solteiro.
Art. 80. O Policial Militar viúvo, separado judicialmente, divorciado ou
solteiro, poderá destinar a Pensão Policial-Militar, se não tiver filhos capazes
de receber o benefício, à pessoa que viva sob sua dependência econômica no
mínimo há 05 (cinco) anos e desde que haja subsistido impedimento legal
para o casamento.
§ 1º Se o Policial Militar tiver filhos, somente poderá destinar à referida
beneficiária metade da Pensão Policial-Militar.
§ 2º O Policial Militar que for separado judicialmente ou divorciado somen-
te poderá valer-se do disposto neste artigo se não estiver compelido, judicial-
mente, a alimentar a ex-esposa.

CAPÍTULO II
DAS PRERROGATIVAS

Seção I
Da Constituição e Enumeração

Art. 81. As prerrogativas dos Policiais Militares são constituídas pelas hon-
ras, dignidade e distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.
Parágrafo único. São prerrogativas dos Policiais Militares:
a) o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas da Polícia
Militar do Pará, correspondente ao posto ou graduação;
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em
Leis e Regulamentos;
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em Organização
Policial- Militar da Corporação cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha pre-
cedência hierárquica sobre o preso;
d) julgamento, em foro especial, dos crimes militares.

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Art. 82. Somente em casos de flagrante delito, o Policial Militar poderá ser
preso por autoridade policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo, imedia-
tamente, à autoridade Policial-Militar mais próxima, só podendo retê-lo, na De-
legacia ou Posto Policial, durante o tempo necessário à lavratura do fragrante.
§ 1º Cabe ao Comando Geral da Corporação a iniciativa de responsabilizar
a autoridade policial que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar
ou consentir que seja maltratado qualquer Policial Militar preso ou não lhe der
o tratamento devido ao seu posto ou graduação.
§ 2º Se, durante o processo e julgamento no foro civil, houver perigo de
vida para qualquer preso Policial Militar, o Comandante Geral da Corporação
providenciará os entendimentos com a autoridade judiciária, visando a guar-
da dos pretórios ou tribunais por força Policial-Militar.
Art. 83. Os Policiais Militares da ativa, no exercício de funções Policiais-Militares,
são dispensados do serviço de júri na Justiça Civil e do serviço na Justiça Eleitoral.

Seção II
Do Uso dos Uniformes da Polícia Militar

Art. 84. Os uniformes da Polícia Militar com seus distintivos, insígnias e


emblemas, são privativos dos Policiais Militares e representam o símbolo da
autoridade Policial- Militar, com as prerrogativas a ela inerentes.
Parágrafo único. Constituem crimes, previstos na legislação específica, o
desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas Policiais-Milita-
res, bem como, seu uso por parte de quem a eles não tiver direito.
Art. 85. O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas,
bem como os modelos, descrições, composição e peças acessórias, são esta-
belecidas em legislação específica da Polícia Militar do Pará.
§ 1º É proibido ao Policial Militar o uso dos uniformes:
a) em manifestação de caráter político-partidária;
b) no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão do
Policial Militar, salvo quando expressamente determinado ou autorizado;

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c) na inatividade, salvo para comparecer às solenidade Policiais-Militares,


cerimônia cívico comemorativas das grandes datas nacionais ou a atos sociais
solenes, quando devidamente autorizado.
§ 2º Os Policiais Militares na inatividade, cuja conduta passa ser conside-
rada como ofensiva à dignidade da classe, poderão ser definitivamente proi-
bidos de usar uniformes por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar.
Art. 86. O Policial Militar fardado tem as obrigações correspondentes ao
uniforme que use e aos distintivos, insígnias ou emblemas que ostente.
Art. 87 É vedado a qualquer elemento civil ou organizações civis usar
uniformes ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser
confundidos com os adotados na Polícia Militar.
Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste ar-
tigo, além dos indivíduos que a tenham cometido, os Diretores ou Chefes de
repartições, organizações de qualquer natureza, firmas ou empregadores,
empresas, institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido
sejam usados uniformes ou ostentado distintivos, insígnias ou emblemas que
possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS

CAPÍTULO I
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS

Seção I
Da Agregação

Art. 88. A agregação é a situação na qual o Policial Militar da ativa deixa


de ocupar vaga na Escala Hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo
sem número.
§ 1º O Policial Militar deve ser agregado quando:

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I – for nomeado para cargo Policial-Militar ou considerado de natureza Po-


licial- Militar, estabelecido em Lei, não previstos nos Quadros de Organização
da Polícia Militar (QO);
II – aguardar transferência ex-offício para reserva remunerada, por ter
sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivaram;
III – for afastado, temporariamente, do serviço ativo por motivo de:
a) ter sido julgado, temporariamente, após 01 (um) ano contínuo de tra-
tamento de saúde própria;
b) ter sido julgado incapaz, definitivamente, enquanto tramita o processo
de reforma;
c) haver ultrapassado 01 (um) ano contínuo de licença para tratamento de
saúde própria;
d) haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para tratar de
interesse particular;
e) haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para tratar de
saúde de pessoa da família;
f) ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção pre-
visto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;
h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente ou ter sido captu-
rado e reincluído a fim de ser processar;
i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da Justiça Comum;
j) ter sido condenado à pena restritiva da liberdade superior a 06 (seis)
meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a execução, exclu-
ído o período de sua suspensão condicional ou até ser declarado indigno de
pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;
l) ter passado à disposição de Secretaria de Estado ou de outro órgão do
Estado, da União, dos Estados ou dos Territórios para exercer função de na-
tureza civil;

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m) ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não
eletivo inclusive da administração indireta;
n) ter se candidatado a cargo eletivo, deste que conte 05 (cinco) ou mais
anos de efetivo serviço;
o) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, gradu-
ação, cargo ou função, previsto no Código Penal Militar.
§ 2º O Policial Militar agregado, de conformidade com os incisos I e II do §
1º, continua a ser considerado, para todos os efeitos, como em serviço ativo.
§ 3º A agregação do Policial Militar a que se refere o inciso I e as letras
“l” e “m” do inciso III do § 1º, é contada a partir da data da posse no novo
cargo até o regresso à corporação ou transferência ex-offício para a reserva
remunerada.
§ 4º A agregação do Policial Militar, a que se referem as letras “a”, “c”, “d”
e “e” do inciso III do § 1º, é contada a partir do primeiro dia após os respec-
tivos prazos e enquanto durar o evento.
§ 5º A agregação do Policial Militar, a que se referem o inciso II e as letras
“b”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j” e “o” do inciso III do § 1º, é contada a partir da data
indicada no ato que torna público o respectivo evento.
§ 6º A agregação do Policial Militar, a que se refere a letra “n” do inciso III
do § 1º, é contada a partir do registro como candidato, até sua diplomação
ou seu regresso à Corporação, se não houver sido eleito.
§ 7º O Policial Militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares con-
cernentes às suas relações com outros Policiais Militares e autoridades civis
militares, salvo quando ocupar cargo que lhe dê precedência funcional sobre
os outros Policiais Militares mais graduados ou mais antigos.
§ 8º Caracteriza a posse no novo cargo regulado pelo §3º, a entrada em
exercício no cargo ou respectiva função.
Art. 89. O Policial Militar agregado ficará adido, para efeito de alterações
e remuneração, no Órgão de Pessoal da Polícia Militar, que lhe for designado,
continuando a figurar no lugar que então ocupava no Almanaque ou escala
Numérica, com abreviatura “Ag” e anotações esclarecedoras de sua situação.

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Art. 90 A agregação se faz por ato do Governador do Estado, para oficiais


e do Comandante Geral, para praças.

Seção II
Da Reversão

Art. 91. A reversão é o ato pelo qual o Policial Militar agregado retorna aos
respectivo Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação,
voltando a ocupar o lugar que lhe competir no respectivo Almanaque ou Es-
cala Numérica, na primeira vaga que ocorrer.
Parágrafo único. Em qualquer tempo, poderá ser determinada a reversão
do Policial Militar agregado, exceto nos casos previstos nas letras “a”, “b”, “c”,
“f”, “g”, “h”, “j”, “n”, e “o” do inciso III do § 1º do artigo 88.
Art. 92. A reversão de oficiais será efetuada mediante ato do Governador
do Estado e das praças, por ato do Comandante Geral da Corporação.

Seção III
Do Excedente

Art. 93. Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, pas-


sa o Policial Militar que:
I – tendo cessado o motivo que determinou sua agregação, reverte ao
respectivo Quadro, estando este com o efetivo completo;
II – aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver
sido transferido de Quadro, estando o mesmo com seu efetivo completo;
III – é promovido por bravura, sem haver vaga;
IV – é promovido indevidamente mesmo havendo vaga;
V – sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapassa o
efetivo de seu Quadro em virtude de promoção de outro Policial Militar em
ressarcimento de preterição;

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VI – tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapaci-


dade definitiva, retornar ao respectivo Quadro, estando este com seu efeti-
vo completo.
§ 1º O Policial Militar, cuja situação é a de excedente, salvo o indevida-
mente promovido, ocupa a mesma posição relativa, em antiguidade, que lhe
cabe na escala hierárquica, com a abreviatura “EXCED” e receberá o número
que lhe competir em consequência da primeira vaga que se verificar.
§ 2º O Policial Militar, cuja situação é de excedente, é considerado como
em efetivo serviço, para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos
legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer car-
go Policial-Militar, bem como à promoção.
§ 3º O Policial Militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a
primeira vaga aberta, deslocando o critério da promoção a ser seguido para
vaga seguinte.
§ 4º O Policial Militar, promovido indevidamente, só contará antiguidade
e receberá o número que lhe competir, na escala hierárquica, quando a vaga
que deverá preencher, corresponder ao critério pelo qual deveria ter sido pro-
movido, desde que satisfaça os requisitos para a promoção.

Seção IV
Do Ausente e do Desertor

Art. 94. É considerado ausente o Policial Militar que por mais de 24 (vinte
e quatro) horas consecutivas:
I – deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar sem comunicar
qualquer motivo de impedimento;
II – ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar, onde serve
ou local onde deve permanecer.
Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão obser-
vadas as formalidades previstas em legislação específica.
Art. 95. O Policial Militar é considerado desertor nos casos previstos na
legislação penal Militar.

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Seção V
Do Desaparecido e do Extraviado

Art. 96. É considerado desaparecido o Policial Militar da ativa que, no de-


sempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações Policiais-Militares
ou em caso de calamidade pública, tiver ignorado por mais de 08 (oito) dias.
Parágrafo único. A situação de desaparecimento só será considerada quan-
do houver indício de deserção.
Art. 97. O Policial Militar que na forma do artigo anterior, permanecer desa-
parecido por mais de 30 (trinta) dias, será oficialmente considerado extraviado.

CAPÍTULO II
DA EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Seção I
Da Ocorrência

Art. 98. A exclusão do serviço ativo da Policial Militar e o consequente


desligamento da Organização, a que estiver vinculado o Policial Militar, decor-
rem dos seguintes motivos:
I – transferência para a reserva remunerada;
II – reforma;
III – demissão;
IV – perda de posto e patente;
V – licenciamento;
VI – exclusão a bem da disciplina;
VII – deserção;
VIII – falecimento;
IX – extravio.
Parágrafo único. O desligamento do serviço ativo será processado após a
expedição do ato do Governador do Estado ou de autoridade a qual tenham
sido delegados poderes para isso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 99. A transferência para a reserva remunerada ou reforma não isentam


o Policial Militar da indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou
a terceiros nem por pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.
Art. 100 O Policial Militar da ativa, enquadrado em um dos incisos I, II e
V do artigo 98, ou demissionário a pedido, continuará no exercício de suas
funções até ser desligado da Organização Policial-Militar em que serve. O des-
ligamento deverá ser feito após a publicação em boletim de sua Unidade, do
ato oficial correspondente e não poderá exceder de 30 (trinta) dias da data
de tal publicação.

Seção II
Da Transferência Para a Reserva Remunerada

Art. 101. A passagem do Policial Militar à situação de inatividade, me-


diante transferência para a reserva remunerada se efetua:
I – a pedido;
II – ex-offício.
Art. 102. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será con-
cedida, mediante requerimento, ao Policial Militar que contar no mínimo 30
(trinta) anos de serviço.
§ 1º No caso de o Policial Militar haver realizado qualquer curso ou estágio
de duração superior a 06 (seis) meses, por conta do Estado, no estrangei-
ro, sem haver decorrido 03 (três) anos de seu término, a transferência para
a reserva remunerada só será concedida mediante indenização de todos as
despesas correspondentes a realização do referido estágio ou curso, inclusive
as diferenças de vencimentos. O cálculo da indenização será efetuado pelo
órgão competente da Corporação.
§ 2º Não será concedida transferência para a reserva remunerada, a pe-
dido, ao Policial Militar que estiver:
I – (Revogado pela Lei n. 8.388, de 22 de setembro de 2016). II-
Cumprindo pena de qualquer natureza.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 103. A transferência para a reserva remunerada, “ex-offício”, verifi-


car-se-á sempre que o Policial Militar incidir em um dos seguintes casos:
I – Atingir as seguintes idades limites: (Alterado pela Lei n. 8.407, de 25
de outubro de 2016)
a) para os oficiais dos Quadros de Combatentes, de Saúde, Complementar
e de Capelão:

POSTOS IDADES
Coronel PM/BM 60 anos

Tenente Coronel PM/BM 59 anos

Major PM/BM 59 anos

Capitão PM/BM 56 anos

1º Tenente PM/BM 56 anos

2º Tenente PM/BM 56 anos

b) para oficiais dos Quadros de Administração e Especialistas

POSTOS IDADES
Capitão PM/BM 59 anos

1º Tenente PM/BM 59 anos


2º Tenente PM/BM 59 anos

c) para os Praças

POSTOS IDADES
Subtenente PM/BM 60 anos

1º Sargento PM/BM 59 anos

2º sargento PM/BM 59 anos

3º Sargento PM/BM 56 anos

Cabo PM/BM 56 anos

Soldado PM/BM 1ª Classe 56 anos

Soldado PM/BM 2ª Classe 56 anos

Soldado PM/BM 3ª Classe 56 anos

Soldado PM/BM Classe Simples 56 anos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – alcançar o CEL PM/BM 08 (oito) anos de permanência neste posto;


III – ter sido o Tenente Coronel PM/BM constante do Quadro de Acesso,
preterido por 02 (duas) vezes para promoção ao posto de Coronel PM/BM a
partir da data em que completar 30 (trinta) anos de serviço, desde que na
oportunidade sejam promovidos oficiais mais modernos.
IV – ultrapassar o oficial intermediário 06 (seis) anos de permanência no
posto, quando este for o último da hierarquia de seu Quadro, desde que conte
ou venha a contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;
V – por oficial considerado não habilitado para o acesso em caráter defini-
tivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação para o ingresso em
Quadro de Acesso;
VI – ultrapassar 02 (dois) anos contínuos ou não em licença para tratar de
interesse particular;
VII – ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para tratamento de
saúde de pessoa de sua família;
VIII – ser empossado em cargo público permanente estranho a sua carrei-
ra, cujas funções não sejam de magistério;
IX – ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento contínuos ou não, agrega-
do em virtude de ter passado a exercer cargo ou emprego público civil tem-
porário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
X – ser diplomado em cargo eletivo, na forma do inciso II do parágrafo
único do artigo 54.
§ 1º A transferência para a reserva remunerada processar-se à medida em
que o Policial Militar for enquadrado em um dos incisos deste artigo.
§ 2º A transferência do Policial Militar para a reserva remunerada nas
condições estabelecidas no inciso VIII, será efetivada no posto ou graduação
que tenha na ativa, podendo acumular os proventos a que fizer jus, na inati-
vidade, com a remuneração do cargo ou emprego público civil para o qual foi
nomeado ou admitido.

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§ 3º A nomeação ou admissão do Policial Militar para os cargos públicos ou


emprego público de que tratam os incisos VIII e IX somente poderá ser feita:
I – quando a nomeação ou admissão for de alçada Federal ou Estadual,
pela autoridade competente, mediante requisição do Governador do Estado;
II – pelo Governador ou mediante sua autorização nos demais casos.
§ 4º Enquanto permanecer no cargo ou emprego público de que trata o
inciso IX:
I – é lhe assegurada a opção entre a remuneração do cargo ou emprego e
a do posto ou graduação,
II – somente poderá ser promovido por antiguidade;
III – o tempo de serviço é contado apenas para a promoção por antigui-
dade e para a transferência para a inatividade.
Art. 104. A transferência do Policial Militar para a reserva remunerada,
pode ser suspensa na vigência do estado de guerra, estado de sítio ou em
estado de emergência, em caso de mobilização e de imperiosa necessidade
da segurança pública.
Art. 105 O policial militar da reserva remunerada poderá ser convocado
para o serviço ativo por ato do Governador do Estado para compor Conselho
de Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial-Militar ou incum-
bido de outros procedimentos administrativos, na falta de oficial da ativa em
situação hierárquica compatível com a do oficial envolvido, bem como para a
realização de tarefas, por prazo certo, hipótese essa que também permitirá
a convocação de praças da reserva remunerada. (Alterado pela Lei n. 6.230,
12 de julho de 1999)
§ 1º O policial militar convocado nos termos deste artigo terá os direitos e
deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção
que não concorrerá, e contará como acréscimo esse tempo de serviço. (Alte-
rado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
§ 2º A convocação poderá ser efetuada nos seguintes casos, sem prejuízo do
disposto no caput deste artigo: (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)

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Oficial

I – Oficiais:
a) comissões de estudos ou grupos de trabalhos, em atividades de plane-
jamento administrativo ou setorial;
b) assessoramento ou acompanhamento de atividades especializadas ou
peculiares, de caráter temporário, e que escapem às atribuições normais e
específicas dos órgãos de direção da Polícia Militar do Pará;
c) exercício do planejamento e comando das ações operacionais a serem
desenvolvidas pelo policial militar convocado;
II – Praças:
a) para constituírem o suporte necessário ao desempenho das tarefas tra-
tadas no inciso anterior;
b) para integrarem a segurança patrimonial e/ou policiamento interno em
órgão da administração pública.
§ 3º A convocação especificada no parágrafo anterior será efetivada: (Al-
terado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
I – com ônus total para o Estado, nos casos previstos no inciso I, alíneas
“a” e “b”, e inciso II, alínea “a”;
II – mediante convênio, nos casos previstos no inciso I, alínea “c”, e inciso
II, alínea “b”.
§ 4º A convocação somente poderá ser efetuada mediante aceitação vo-
luntária do policial militar. (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
§ 5º A convocação para a realização de tarefas terá prazo fixado no ato
que a efetivar e observará o seguinte: (Alterado pela Lei n. 6.721, de 26 de
janeiro de 2005).
I – havendo conveniência para a Corporação, a convocação poderá ser
renovada; (Alterado pela Lei n. 6.721, de 26 de janeiro de 2005).
II – se concluída a tarefa antes do prazo fixado, o policial militar será dis-
pensado ou ser-lhe-á atribuído outro encargo de interesse da Corporação,
respeitado o prazo estabelecido no ato da convocação. (Alterado pela Lei n.
6.721, de 26 de janeiro de 2005).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 6º O policial militar da reserva remunerada convocado nos termos deste


artigo não sofrerá alteração de sua situação jurídica e, durante a convocação,
fará jus a: (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
I – uniformes e equipamentos, nos casos do § 2º, inciso I, alínea “c” e
inciso II, alínea “b”;
II – alimentação;
III – diárias, ajudas de custo e transporte, quando em deslocamento, face
à realização de tarefas fora da sede.
§ 7º O uniforme e o equipamento serão os de uso regulamentar, forne-
cidos pelo órgão superior da Corporação. (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de
julho de 1999)
§ 8º A alimentação será proporcionada nas mesmas condições da que é
fornecida ao pessoal ativo no desempenho da atividade do designado. (Alte-
rado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
§ 9º As diárias, a ajuda de custo e o transporte serão proporcionados nas
condições e valores estabelecidos na legislação de remuneração para a situ-
ação hierárquica alcançada em atividade. (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de
julho de 1999)
§ 10 Os policiais militares convocados nos termos deste artigo ficam sujei-
tos: (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
I – ao cumprimento das normas disciplinares em vigor na Corporação, nos
mesmos moldes do serviço ativo;
II – às normas administrativas e de serviço em vigor nos órgãos onde ti-
verem atuação.
§ 11 Os policiais militares convocados nos termos da presente disposição
poderão ser dispensados: (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
I – a pedido;
II – ex-officio:
a) por conclusão do prazo de convocação;
b) por terem cessado os motivos da convocação;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) por interesse ou conveniência da Administração, a qualquer tempo;


d) por ter sido julgado fisicamente incapaz para o desempenho do ato ou
tarefa para o qual foi convocado, em inspeção de saúde realizada por Junta
Médica da Corporação, a qualquer tempo.
§ 12 A convocação de policiais militares da reserva remunerada será pro-
posta pelo Comandante Geral da Polícia Militar ao Chefe do Poder Executivo,
de forma justificada e instruída com prova de aprovação de inspeção de saú-
de do órgão competente da Corporação, que aquiescendo a mesma expedirá
o ato pertinente. (Alterado pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
§ 13 Será assegurado o direito à pensão especial, prevista no Art. 77
desta Lei, aos dependentes do policial militar da reserva remunerada que, no
exercício das tarefas previstas no presente artigo, para as quais tenha sido
convocado, venha a falecer em consequência dos fatos ali previstos. (Alterado
pela Lei n. 6.230, 12 de julho de 1999)
§ 14 As regras estabelecidas nos parágrafos deste artigo aplicam-se ex-
clusivamente às hipóteses de convocação nele previstas. (Acrescentado pela
Lei n. 7.730, de 19 de setembro de 2013)
Art. 105-A O Policial Militar da reserva remunerada poderá, além das hipó-
teses de convocação previstas no Art. 105, ser convocado mediante a aceita-
ção voluntária, por ato do Governador do Estado, permanecendo na situação
de inatividade, nos termos do Art. 3º, § 1º, inciso II, alínea “a”, desta Lei, nos
seguintes casos: (Acrescentado pela Lei n. 7.730, de 19 de setembro de 2013)
I – assessoria militar e guarda nas sedes e órgãos dos poderes da União,
do Estado e dos Municípios; (Alterado pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro
de 2020)
II – assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas do Estado;
III – assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas dos
Municípios;
IV – assessoria militar e guarda na sede do Ministério Público;
V – guarda e serviços referentes à atividade meio na Secretaria de Estado
de Segurança Púbica e na PMPA;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – guarda nos estabelecimentos penais;


VII – condução de veículos do Sistema de Segurança Pública, em ativida-
des meio.
§ 1º É condição para a convocação tratada neste artigo que o policial militar:
I – tenha passado para a reserva remunerada, no mínimo, no comporta-
mento “bom”;
II – tenha, no momento da convocação, as seguintes idades limites:
a) para oficiais superiores: 58 anos;
b) para capitães e oficiais subalternos: 58 anos;
c) para praças: 56 anos.
III – seja considerado apto em inspeção de saúde pela Junta Médica da
Corporação;
IV – seja considerado apto em teste de aptidão física;
V – obtenha o parecer favorável do Comandante-Geral.
§ 2º O convocado ficará administrativamente vinculado à Diretoria de Pes-
soal da Corporação, que manterá cadastro atualizado dos militares interessa-
dos em serem convocados.
§ 3º O planejamento e a supervisão do emprego dos convocados, nos
termos deste artigo, far-se-á de acordo com decreto do Chefe do Poder Exe-
cutivo, que especificará, em especial, o seguinte:
I – critérios para inscrição e formação dos cadastros;
II – padrões de treinamento;
III – normas de divulgação aos militares da reserva;
IV – critérios para uso de uniforme;
V – critérios para o teste de aptidão física;
VI – critérios para a inspeção de saúde;
VII – critérios para uso de armamento;
VIII – forma dos atos de convocação e dispensa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º Compete ao Comandante da Polícia Militar a expedição dos atos ne-


cessários à efetivação dos policiais militares convocados nas assessorias, po-
dendo implicar a substituição dos militares da ativa pelos convocados nas
respectivas assessorias.
§ 5º O Policial Militar convocado nos termos deste artigo não sofrerá altera-
ção em sua situação jurídico funcional e, durante a designação, fará jus a (o):
I – auxílio mensal, de natureza jurídica indenizatória, correspondente a
dois soldos de seus respectivos postos ou graduações, o qual não será base
de cálculo para quaisquer vantagens, inclusive as decorrentes de tempo de
serviço, e não será passível de incorporação;
II – auxílio-fardamento, pago uma vez por ano, no valor referente a um
soldo do seu respectivo posto ou graduação;
III – armamento e equipamentos, quando for o caso;
IV – auxílio-alimentação, nos mesmos padrões pagos aos integrantes ativos;
V – diárias e transporte, quando em deslocamento, em face da realização
de tarefas fora da sede do Município, proporcionados nas condições e valores
estabelecidos na legislação para a mesma situação hierárquica em atividade;
VI – férias remuneradas;
VII – 13º salário;
VIII – pensão especial.
§ 6º A convocação será por prazo certo, em período que não exceda a dois
anos, podendo ser renovada uma única vez por igual período.
§ 7º O militar estadual da reserva não poderá ser convocado para o exer-
cício das atividades reguladas neste artigo, após cessado o prazo estabelecido
no parágrafo anterior.
§ 8º A convocação sujeita o Policial Militar:
I – ao cumprimento das normas disciplinares em vigor na corporação;
II – às normas administrativas e de serviço em vigor nos órgãos onde ti-
verem atuação.
§ 9º O Policial Militar convocado poderá ser dispensado:

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I – a pedido;
II – ex officio, que ocorrerá nas seguintes situações:
a) por conclusão do prazo de convocação;
b) por interesse ou conveniência da Administração;
c) por ter obtido dispensa de saúde por mais de sessenta dias, contínuos
ou não, no período de um ano;
d) por ter sido julgado incapaz para o desempenho da designação, em ins-
peção realizada por junta médica, anualmente ou extraordinariamente.
§ 10 O número máximo de policiais militares convocados, nos termos des-
te artigo, não poderá exceder 5% (cinco por cento) do efetivo fixado na Lei
de Organização Básica da Corporação.
§ 11 As despesas decorrentes do presente artigo correrão à conta de do-
tações orçamentárias próprias de cada Poder, entidade ou órgão beneficiado
pela prestação do serviço, incluindo:
I – auxílio mensal;
II – diárias e transporte;
III – auxílio-alimentação;
IV – auxílio-fardamento.
§ 12 As regras estabelecidas nos parágrafos deste artigo aplicam-se ex-
clusivamente às hipóteses de convocação nele previstas.

Seção III
Da Reforma

Art. 106. A passagem do Policial Militar à situação de inatividade, me-


diante reforma, será sempre “ex-offício” e ser-lhe-á aplicada desde que:
I – atinja as seguintes idades limites de permanência na reserva remunerada:
a) para oficiais superiores: 64 anos
b) para Capitães e oficiais subalternos: 62 anos; (Alterado pela Lei n.
8.407, de 25 de outubro de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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c) para Subtenentes, 1º Sargento e 2º Sargento - 64 anos; (Alterado pela


Lei n. 8.407, de 25 de outubro de 2016)
d) para 3º Sargento, Cabo e Soldado - 62 anos; (Alterado pela Lei n.
8.407, de 25 de outubro de 2016)
II – seja julgado incapaz definitivamente para o serviço da Polícia Militar;
III – esteja agregado há mais de 02 (dois) anos, por ter sido julgado inca-
paz, temporariamente, mediante homologação da Junta Policial Militar Supe-
rior de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável;
IV – seja condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar,
por sentença transitada em julgado;
V – sendo oficial, a tiver determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado,
em julgamento por ele efetuado, em consequência de Conselho de Justifica-
ção a que foi submetido;
VI – sendo aspirante a oficial PM/BM ou praça com estabilidade assegu-
rada, for para tal indicado, ao Comandante Geral da Polícia Militar, em julga-
mento do Conselho de Disciplina.
§ 1º O policial militar reformado na forma dos incisos V e VI só poderá
readquirir a situação de policial militar, anterior, respectivamente, por outra
sentença do Tribunal de Justiça do Estado e nas condições nela estabelecidas
ou por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar. (Renumerado pela Lei
n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º Mediante requerimento, é facultada ao policial militar que incorra
em situação de reforma por incapacidade física definitiva para atividade-fim
a permanência no serviço ativo, com emprego na atividade-meio, no mesmo
posto ou graduação, hipótese em que será readaptado, na forma estabelecida
em Decreto. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º O policial militar deverá ser readaptado em função compatível com a
sua capacidade física, desde que seja julgado apto, por Junta Policial Militar
de Saúde, para o exercício da nova função, atendida a conveniência do servi-
ço. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º O readaptado poderá ser reavaliado a qualquer tempo pela Junta


Policial Militar de Saúde, por solicitação do Diretor de Pessoal ou por mani-
festação fundamentada do Comandante, Chefe ou Diretor do policial militar.
(Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º Não sendo possível a manutenção da readaptação, o policial militar
será reformado, a qualquer tempo, por meio de avaliação da Junta Policial
Militar de Saúde. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 6º O policial militar, uma vez readaptado, ficará sujeito à reforma, caso
incorra em situação de inatividade, prevista nos incisos I, IV, V e VI deste ar-
tigo. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 106-A. Os policiais militares reformados por incapacidade física de-
finitiva para atividade-fim, no período de até 1 (um) ano anterior à data de
publicação desta Lei, poderão requerer a readaptação. (Acrescido pela Lei n.
8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 107. Anualmente, no mês de fevereiro, órgão de pessoal da Polícia
Militar organizará a relação de Policiais Militares que houverem atingido a ida-
de-limite de permanência na reserva remunerada, a fim de serem reformados.
Parágrafo único. A situação de inatividade do Policial Militar da reserva
remunerada, quando reformado por limite de idade, não sofre solução de
continuidade, exceto, quando às condições de mobilização estabelecidas em
legislação específica.
Art. 108. A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:
I – ferimento recebido em operações Policiais-Militares ou manutenção da
ordem pública;
II – enfermidade contraída em operações Policiais-Militares ou na ma-
nutenção da ordem pública, ou enfermidade cuja causa eficiente decorra de
uma dessas situações;
III – acidente em serviço;
IV – doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com
relação de causa e efeito às condições inerentes ao serviço;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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V – tuberculose ativa, neoplastia malígna, cegueira, lepra, paralisia irre-


versível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo, espon-
diloartrose, anquilosante, nefropatia grave, alienação mental e outras molés-
tias que a lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;
VI – acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa
e efeito com o serviço.
§ 1º Os casos que tratam os incisos I, II, III e IV deste artigo, serão,
provados por Atestado de Origem, Inquérito Sanitário de Origem ou ficha de
evacuação, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeleta de tra-
tamento nas enfermarias e hospitais e os registros de baixa utilizados como
meios subsidiários para esclarecer a situação. Prescreve em 01 (um) e 120
(cento e vinte) dias respectivamente, o direito de participar o acidente ou re-
querer a instauração de Inquérito Sanitário de Origem (ISO).
§ 2º O Policiais Militares julgados incapazes por um dos motivos constantes
do item V deste artigo somente poderão ser reformados após a homologação,
por Junta Policial Militar Superior de Saúde, da inspeção de saúde que conclui
pela incapacidade definitiva, obedecida a regulamentação específica ou peculiar.
§ 3º Nos casos de tuberculose, as Juntas Policiais Militares de Saúde de-
verão basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em observações clínicas
acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo a comprovar, com
segurança, a atividade da doença após acompanhar sua evolução até 03
(três) períodos de 06 (seis) meses de tratamento clínico-cirúrgico metódico,
atualizado e, sempre que necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de
formas “grandemente avançadas” no conceito clínico e sem qualquer possi-
bilidade de regressão completa, as quais terão parecer imediato de incapaci-
dade definitiva. O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose, para
os portadores de lesões aparentemente inativas, ficará condicionado a um
período de consolidação extra nosocomial, nunca inferior a 06 (seis) meses,
contados a partir da época da cura.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º São equiparados à cegueira, não só os casos de afecções crônicas pro-


gressivas e incuráveis, que conduzirão à cegueira total, como também, os de
visão rudimentar que apenas permitam a percepção de vultos não susceptíveis
de correção por lentes, nem removíveis por tratamento médico-cirúrgico.
§ 5º São também equiparados às paralisias os casos de afecção ósteo-
-músculo- articulares graves e crônicos (reumatismo grave e crônico ou pro-
gressivo) e doenças similares residuais, quer secundárias das funções nervo-
sas, motilidade, troficidade ou mais funções, que tornem o indivíduo total ou
permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 6º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e definitiva que
afete a motilidade, sensibilidade, troficidade e demais funções nervosas, no
qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios
graves, extensos e definitivos que tornem o indivíduo total e permanente-
mente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 7º Considera-se a alienação mental todo caso de distúrbio mental ou
neuro mental grave persistente, no qual esgotado os meios habituais de tra-
tamento (psicoterapia, psicofarmacoterapia, eletroconvulsoterapia, etc.) du-
rante um período de dois (2) anos contínuos, dos quais 1/4 (um quarto) ou
mais sob a forma de internamento nosocomial, permaneça alteração com-
pleta ou considerável da personalidade, destruindo a autodeterminação do
pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente impossibilita-
do para qualquer trabalho. São incluídos no conceito de alienação mental os
estados mentais graves que se comportem como psicose grave, tais como, a
neurose obsessivo-convulsiva. São excluídas do conceito de alienação men-
tais as epilepsias não associadas à psicose e os transtornos mentais não psi-
cóticos, tais como, os transtornos neuróticos e da personalidade.
Art. 109. O Policial Militar da ativa julgado incapaz definitivamente por
um dos motivos constantes dos incisos I, II, III, IV e V do artigo anterior será
reformado com qualquer tempo de serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos nos incisos III,
IV e V do artigo 108, quando verificada a incapacidade definitiva, for o Policial
Militar considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente
para qualquer trabalho.
§ 2º Considera-se, para efeito deste artigo, grau hierárquico imediato:
a) O de 1º Tenente PM/BM para aspirante a oficial PM/BM e Subtenente
PM/BM;
b) O de 2º Tenente PM/BM para 1º Sargento PM/BM, 2º Sargento PM/BM
e 3º Sargento PM/BM;
c) O de 3º Sargento PM/BM para cabo PM/BM e as demais praças constan-
te do Quadro a que se refere o artigo 15.
§ 3º Aos benefícios previstos neste artigo e seus parágrafos, poderão ser
acrescidos outros relativos à remuneração, estabelecidos em legislação espe-
cífica, desde que o Policial Militar, ao ser reformado, já satisfaça as condições
por ela exigida.
§ 4º O direito do Policial Militar previsto no artigo 52 inciso II, independerá
dos benefícios referidos no Caput e no § 1º deste artigo.
§ 5º Quando a praça fizer jus ao direito previsto no artigo 52, inciso II,
e, conjuntamente a um dos benefícios a que se refere o parágrafo anterior,
aplicar-se-á somente o disposto no § 2º deste artigo.
Art. 110. O Policial Militar da ativa julgado incapaz definitivamente por
um dos motivos constantes do inciso VI do artigo 108, será reformado:
a) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se oficial ou praça
com estabilidade assegurada;
b) com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou
graduação desde que, com qualquer tempo de serviço, seja considerado invá-
lido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.
Art. 111. O Policial Militar reformado por incapacidade física definitiva e
que ainda não atingiu a limite de idade estabelecido pelo artigo 103, inciso I,
será submetido anualmente à inspeção de saúde para fins de avaliação de seu
estado clínico. Quando julgado apto, será revertido ao serviço ativo e empre-
gado na atividade meio.

64
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 112 O Policial Militar reformado por alienação mental, enquanto não
ocorrer a designação judicial do curador, terá remuneração paga aos seus
beneficiários, desde que estes, o tenham sob sua guarda e responsabilidade
e lhe dispensem tratamento humano e condigno.
§ 1º A interdição judicial do Policial Militar, reformado por alienação men-
tal, deverá ser providenciada junto ao Ministério Público, por iniciativa dos
beneficiários, parentes ou responsáveis, até 60 (sessenta) dias a contar da
data do ato de reforma.
§ 2º A interdição judicial do Policial Militar e seu internamento em institui-
ção apropriada, deverão ser providenciados pela Polícia Militar, quando:
a) não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
b) não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.
§ 3º Os processos e os atos de registro de interdição do Policial Militar
terão andamento sumário, serão instruídos com laudo proferido por Junta
Policial Militar de Saúde e isento de custas.
Art. 113. Para fins do previsto na presente secção, as praças constantes
do Quadro a que ser refere o artigo 15, são consideradas:
I – 2º Tenente PM/BM: aspirantes a Oficial PM/BM;
II – aspirantes a oficial PM/BM: os alunos da Escola de Formação de Ofi-
ciais PM/BM, qualquer que seja o ano;
III – 3º Sargento PM/BM: os alunos dos Cursos de Formação de Sargentos
PM/BM;
IV – cabo PM/BM: os alunos do Curso de Formação de Cabo PM/BM e sol-
dados PM/BM.

Seção IV
Da Demissão

Art. 114. A demissão na Polícia Militar, aplicada exclusivamente aos ofi-


ciais, se efetua:
I – a pedido;
II – ex-offício.

65
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 115. A demissão a pedido será concedida mediante requerimento do


interessado:
I – sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de 05 (cinco)
anos de oficialato na Polícia Militar;
II – com indenização das despesas relativas à sua preparação e formação,
quando contar menos de 05 (cinco) anos de oficialato na Polícia Militar.
§ 1º A demissão, a pedido, só será concedida mediante indenização de
todas as despesas correspondentes, acrescidas, se for o caso, das previstas
no inciso II, quando o oficial tiver realizado qualquer curso ou estágio, no País
ou no exterior, e não tenham decorridos os seguintes prazos:
a) 02 (dois) anos, para cursos ou estágios de duração igual ou superior a
06 (seis) meses;
b) 03 (três) anos, para cursos ou estágios de duração igual ou superior a
06 (seis) meses igual ou inferior a 18 (dezoito) meses;
c) 05 (cinco) anos, para cursos ou estágios de duração superior a 18 (de-
zoito) meses.
§ 2º O cálculo das indenizações a que se refere o inciso II e o § 1º deste
artigo, será efetuado pela Organização Policial-Militar encarregada das finan-
ças da Polícia Militar.
§ 3º O oficial demissionário, a pedido, não terá direito a qualquer remune-
ração, sendo a sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
§ 4º O direito à demissão a pedido pode ser suspenso na vigência do es-
tado de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem interna, estado
de sítio, estado de emergência, em caso de mobilização ou, ainda, quando a
legislação específica determinar.
Art. 116 (Revogado pela Lei n. 6.626/04)

66
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção V
Da Perda Do Posto E Da Patente

Art. 117. O oficial que tiver perdido o posto e a patente, será demitido
“ex-offício” sem direito a qualquer remuneração ou indenização e terá a sua
situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 118 O oficial perderá o posto e a patente ser for declarado indigno
do oficialato, ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça do
Estado, em decorrência de julgamento a que for submetido.
Parágrafo único. O oficial declarado indigno do oficialato ou com ele in-
compatível, condenado à perda de posto e patente, só poderá readquirir a
situação Policial-Militar anterior, por outra sentença do Tribunal mencionado e
nas condições nela estabelecidas.
Art. 119. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato ou de
incompatibilidade com o mesmo, o oficia, que:
I – for condenado por Tribunal Civil ou Militar à pena restritiva de liberdade
individual superior a 02 (dois) anos em decorrência de sentença condenatória
transitada em julgado;
II – for condenado por sentença transitada em julgado, por crimes para
os quais o Código Penal Militar comina essa penas acessórias e por crimes
previstos na legislação concernente à segurança do Estado;
III – incidir nos casos previstos em Lei específica que motivam julgamento
por Conselho de Justificação e neste for considerado culpado;
IV – houver perdido a nacionalidade brasileira.

Seção VI
Do Licenciamento

Art. 120. O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às praças,


se efetua:
I – a pedido;
II – ex-offício.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido às praças de acordo


com as normas baixadas pelo Comandante Geral.
§ 2º O licenciamento ex-offício será aplicado às praças:
I – por conveniência do serviço;
II – a bem da disciplina;
III – por conclusão de tempo de serviço.
§ 3º O Policial Militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e
terá a sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
§ 4º O licenciado ex-offício a bem da disciplina receberá o certificado de
isenção do serviço militar, previsto na Lei do Serviço Militar.
Art. 121. O aspirante a oficial PM/BM e as demais praças empossadas em
cargo público permanente, estranho à sua carreira e cuja a função não seja
de magistério, serão imediatamente licenciados ex-offício, sem remuneração,
e terão a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 122 O direito ao licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vi-
gência do estado de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem inter-
na, estado de sítio, estado de emergência, em caso de mobilização ou, ainda,
quando a legislação específica regular.

Seção VII
Da Exclusão das Praças a Bem da Disciplina

Art. 123. A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-offício ao aspi-


rante a oficial PM/BM ou às praças com estabilidade assegurada:
I – sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Perma-
nente de Justiça, por haverem sido condenados em sentença transitada em
julgado por aquele Conselho ou Tribunal Civil, à pena restritiva da liberdade
individual superior a 02 (dois) anos ou nos crimes previstos na legislação con-
cernente à segurança do Estado à pena de qualquer duração;
II – sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Perma-
nente de Justiça, por haverem perdido a nacionalidade brasileira;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho
de Disciplina, previsto no artigo 51 e, neste, forem considerados culpados.
Parágrafo único. O aspirante a oficial PM/BM ou a praça com estabilidade
assegurada que houver sido excluído a bem da disciplina só poderá readquirir
a situação Policial- Militar anterior:
a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela
estabelecidas, se a exclusão for consequência de sentença daquele Conselho;
b) por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar, se a exclusão for
consequência de ter sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.
Art. 124. É da competência do Comandante Geral, o ato de exclusão a
bem da disciplina do aspirante a oficial PM/BM, bem como das praças com
estabilidade assegurada.
Art. 125 A exclusão da praça a bem da disciplina, acarreta a perda de seu
grau hierárquico e não a isenta da indenização dos prejuízos causados à Fazen-
da Estadual ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial.
Parágrafo único. A praça excluída a bem da disciplina não terá direito a
qualquer indenização ou remuneração e a sua situação militar será definida
pela Lei do Serviço Militar.

Seção VIII
Da Deserção

Art. 126. A deserção do Policial Militar acarreta uma interrupção do servi-


ço Policial- Militar, com a consequente demissão “ex-offício”, para o oficial, ou
a exclusão do serviço ativo para o aspirante a oficial ou praça.
§ 1º A demissão do oficial ou exclusão do aspirante-a-oficial ou da praça
com estabilidade assegurada processar-se-á após 01 (um) ano de agregação,
se não houver captura ou apresentação voluntária antes desse prazo.
§ 2º A praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída,
após oficialmente declarada desertora.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º O Policial Militar desertor que for capturado ou se apresentar volun-


tariamente, depois de ter sido demitido ou excluído será reincluído no serviço
ativo e a seguir agregado para se ver processar.
§ 4º A reinclusão em definitivo do Policial Militar, de que trata o parágrafo
anterior, dependerá de sentença do Conselho de Justiça.

Seção IX
Do Falecimento, do Extravio e do Reaparecimento

Art. 127. O falecimento do Policial Militar na ativa acarreta, automatica-


mente, a exclusão do serviço ativo e desligamento da Organização Policial-Mi-
litar a que está vinculado, na data da ocorrência do óbito.
Art. 128 O Extravio do Policial Militar na ativa acarreta interrupção do ser-
viço Policial- Militar, com o consequente afastamento temporário do serviço
ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado.
§ 1º A exclusão do serviço ativo será feita 06 (seis) meses após a agrega-
ção por motivo extravio.
§ 2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública
ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o extravio ou desaparecimen-
to de Policial Militar da ativa será considerado como falecimento para fins
deste Estatuto tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível so-
brevivência, ou quando deem por encerradas as providências do salvamento.
Art. 129. O reaparecimento de Policial Militar extraviado ou desaparecido,
já excluído do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, en-
quanto se apuram as causas que deram origem ao seu afastamento.
Parágrafo único. O Policial Militar reaparecido será submetido a Conselho de
Justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão do Governador do Estado
ou do Comandante Geral, respectivamente, se assim for julgado necessário.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO III
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 130. Os Policiais Militares começam a contar tempo de serviço na Po-


lícia Militar a partir da data de sua inclusão, matrícula em órgãos de formação
de Policial Militar ou nomeação para posto ou graduação na Polícia Militar.
§ 1º Considera-se como data de inclusão, para fins deste artigo, a do ato
de inclusão em uma Organização Policial-Militar; a de matrícula em qualquer
órgão de formação de oficiais ou de praças ou de apresentação para o serviço,
em caso de nomeação.
§ 2º O Policial Militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na
data de sua reinclusão.
§ 3º Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido, decor-
rente de incêndio, inundação, sinistro aéreo e outras calamidades, faltarem
dados para a contagem de tempo de serviço, caberá ao Comandante Geral
arbitrar o tempo a ser computado para cada caso particular, de acordo com
os elementos disponíveis.
§ 4º Os períodos de tempo de serviço, prestados pelas praças, serão es-
tabelecidos em normas baixadas pelo Comandante Geral.
Art. 131. Na apuração de tempo de serviço do Policial Militar, será feita a
distinção entre:
I – tempo de efetivo serviço;
II – anos de serviço.
Art. 132. Tempo efetivo de serviço é o espaço de tempo computado dia a
dia entre a data de inclusão e a data limite estabelecida para contagem ou a
data do desligamento em consequência da exclusão do serviço ativo, mesmo
que tal espaço de tempo seja parcelado.
§ 1º Será computado tempo de efetivo serviço:
I – o tempo de serviço prestado nas Forças Armadas ou em outras Polícias
Militares, e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – o tempo passado dia a dia, nas Organizações Policiais-Militares, pelo


Policial Militar da reserva da Corporação, convocado para o exercício de fun-
ções Policiais- Militares.
§ 2º Não serão reduzidos do tempo de efetivo serviço além dos afasta-
mentos previstos no artigo 68, os períodos em que o Policial Militar estiver
afastado do exercício de suas funções, em gozo de licença especial.
§ 3º Ao tempo de efetivo serviço, de que tratam este artigo e seus parágra-
fos, apurados e totalizados em dias, será aplicado o divisor 365 (trezentos e
sessenta e cinco) para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.
Art. 133 “Anos de Serviço” é a expressão que designa o tempo de efetivo
serviço a que se referem o artigo 133 e seus parágrafos, com os seguintes
acréscimos:
I – tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, prestados
pelo Policial Militar, anteriormente à sua inclusão, matrícula, nomeação ou
reinclusão na Polícia Militar;
II – tempo de serviço de atividade privada na forma da legislação específica.
III – 01 (um) ano para cada 05 (cinco) anos de tempo de efetivo serviço
prestado pelo oficial do Quadro de Saúde que possuir curso universitário, até
que este acréscimo complete o total de anos de duração normal correspon-
dente ao referido curso, sem superposição a qualquer tempo de serviço Poli-
cial-Militar, público ou de atividade privada, eventualmente prestado durante
realização deste mesmo curso.
IV – tempo relativo a cada licença especial não gozada, contando em dobro;
V – tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro.
§ 1º O acréscimo a que se refere o inciso I deste artigo, só será compu-
tada no momento da passagem do Policial Militar à situação de inatividade e
para esse fim.
§ 2º Os acréscimos a que se referem os incisos II, III, IV e V deste artigo,
serão computados somente no momento da passagem do Policial Militar à si-
tuação de inatividade e, nessa situação, para todos os efeitos legais, inclusive
quanto à percepção definitiva da gratificação de tempo de serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º O disposto no inciso III deste artigo aplicar-se-á nas mesmas condi-


ções e na forma da legislação específica, aos possuidores de curso universitá-
rio, reconhecido oficialmente que venham a ser aproveitados como oficiais da
Polícia Militar, desde que esse curso seja requisito para seu aproveitamento.
§ 4º Não é computável para efeito algum, o tempo:
I – que ultrapassar de 01 (um) ano, contínuo ou não em licença para tra-
tamento de saúde de pessoa da família;
II – passado em licença para tratar de interesse particular;
III – passado como desertor;
IV – decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do
posto, graduação, cargo ou função por sentença transitada em julgado;
V – decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por sen-
tença transitada em julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão
condicional da pena, quando, então, o tempo que exceder ao período da pena
será computado para todos os efeitos, caso as condições estipuladas na sen-
tença não o impeçam.
Art. 134. O tempo em que o policial militar da ativa passou ou vier a pas-
sar afastado do exercício de suas funções, em consequência de ferimentos
recebidos em acidente quando em serviço na manutenção da ordem pública
e em operações policiais- militares, ou de moléstia adquirida no exercício de
qualquer função policial-militar, será computado como se ele o tivesse passa-
do no exercício efetivo daquelas funções. (Alterado pela Lei n. 8.974, de 13
de janeiro de 2020)
Parágrafo único. O cômputo do tempo previsto no caput deste artigo se
encerra no momento da transferência do policial militar para a reforma ou
reserva remunerada. (Acrescido pela Lei n. 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 135. O tempo de serviço dos Policiais Militares beneficiados por anis-
tia, será contado como estabelecer o ato legal que a conceder.
Art. 136 Uma vez computado o tempo efetivo de serviço e seus acrésci-
mos, previstos nos artigos 133 e 134, e no momento da passagem do Policial

73
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Militar à situação de inatividade, pelos incisos I, II, III, IV e V do artigo 103


e nos incisos II e III do artigo 106 a fração de tempo igual ou superior a 180
(cento e oitenta) dias será considerado como 01 (um) ano para efeitos legais.
Art. 137. O tempo de serviço prestado à antiga Guarda Civil do Estado
pelo Oficiais e Praças da Polícia Militar, aproveitados nos termos do Decreto-
-Lei n. 188, de 24 de março de 1970, é computado como tempo de efetivo
serviço para fins do artigo 133 deste Estatuto.
Art. 138 A data-limite estabelecida para final de contagem dos anos de
serviço, para inatividade, será a do desligamento em consequência da exclu-
são do serviço ativo.
Parágrafo único. A data-limite não poderá exceder de 45 (quarenta e cin-
co) dias, dos quais o máximo de 15 (quinze) no órgão encarregado de efetivar
a transferência da data da publicação do ato de transferência para a reserva
remunerada da Policia Militar ou reforma, órgão oficial do Governo do Estado
do Pará ou em Boletim da organização Policial-Militar considerada sempre a
primeira publicação oficial.
Art. 139. Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada
qualquer superposição do tempo de serviço público (federal, estadual ou mu-
nicipal e da administração indireta), entre si, nem com os acréscimos de tem-
po para os Oficiais do Quadro de Saúde possuidores de curso universitário,
e nem com o tempo de serviço computável após a inclusão em organização
Policial-Militar, matrícula em órgão de formação Policial-Militar ou nomeação
para posto ou graduação na Polícia Militar.

CAPÍTULO IV
DO CASAMENTO

Art. 140. O Policial Militar pode contrair matrimônio, desde que observada
a legislação civil específica.
§ 1º É vedado o casamento às praças especiais, com qualquer idade, en-
quanto estiverem sujeitas aos regulamentos dos órgãos de formação de oficiais.

74
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º O casamento de Policial Militar com estrangeiro (a) somente poderá

ser realizado após autorização do Comandante Geral.

Art. 141. As praças especiais que contraírem matrimônio em desacordo

com o § 1º do artigo anterior serão excluídas sem direito a qualquer remu-

neração ou indenização.

CAPÍTULO V

DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO

Art. 142. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços

prestados pelos Policiais Militares.

§ 1º São recompensas Policiais-Militares:

I – prêmios de honra ao mérito;

II – condecorações

III – elogios;

IV – dispensa do serviço.

§ 2º As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabe-

lecidas na legislação em vigor.

Art. 143. As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos Poli-

ciais Militares para afastamento total do serviço em caráter temporário.

Art. 144 As dispensas de serviço podem ser concedidas aos Policiais

Militares:

I – como recompensa;

II – para desconto em férias;

III – em decorrência de prescrição médica.

Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com a remune-

ração integral e computadas como tempo de efetivo serviço.

75
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 145. A assistência religiosa aos Policiais Militares é regulada em le-


gislação específica.
Art. 146 Ao Policial Militar já na situação de inatividade remunerada, que
venha a ser julgado pela Junta Policial Militar de Saúde, inválido, impossibili-
tado total e permanentemente para qualquer trabalho, ainda que sem relação
de causa e efeito com o exercício de suas funções enquanto esteve na ativa,
fará jus ao auxílio invalidez.
Art. 147. O Policial Militar que em inspeção de saúde for julgado incapaz
para o serviço Policial-Militar e vier a falecer antes da efetivação de sua re-
forma, será considerado reformado, para todos os efeitos legais, a contar da
data do óbito.
Art. 148 Ao Policial Militar (Fem), integrantes dos Quadros Orgânicos da
Polícia Militar, aplicar-se-ão, na integra, os dispositivos deste Estatuto, res-
guardados os direitos específicos da mulher, regulados por legislação especí-
fica ou peculiar.
Art. 149. É vedado o uso, por parte de Organização Civil, de designações
que possa sugerir sua vinculação à Polícia Militar.
Parágrafo único. Excetuam-se as prescrições deste artigo as associações,
clubes, círculos e outras entidades que se destinem exclusivamente a promo-
ver intercâmbio social e assistencial entre os Policiais Militares e seus familia-
res e entre esses e a sociedade civil local.
Art. 150. Às praças, que concluírem o tempo de serviço a que estiverem
obrigadas poderá, desde que requeiram, ser concedida prorrogação desse
tempo um ou mais vezes, como engajadas ou reengajados, segundo as con-
veniências da Corporação e de acordo com a legislação peculiar.
Parágrafo único. O tempo de serviço Policial-Militar inicial, de engajamento
e de reengajamento, será de 02 (dois) anos.

76
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 151. Aplicam-se à Polícia Militar, no que couber, o Regulamento Inter-


no e dos Serviços do Exército (R/I), o Regulamento de Contingências, Honras
e Sinais de Respeito das Forças Armadas (R/2) e o Regulamento de Corres-
pondência (R/8).
Art. 152 O cônjuge do Policial Militar, sendo servidor estadual, será, se o
requerer, removido ou designado para a sede do município onde servir o Po-
licial Militar, sem prejuízo de qualquer dos seus direitos, passando, se neces-
sário, à condição de adido ou posto à disposição de qualquer órgão do serviço
público estadual.
Art. 153. Quando, por necessidade do serviço, o Policial Militar mudar a
sede do seu domicílio, terá assegurado o direito de transferência e matrícula,
para si e seus dependentes, para qualquer estabelecimento de ensino do Es-
tado, independente de vaga e em qualquer grau.
Art. 154 Ao Coronel PM que tenha exercido o Cargo de Comandante Geral
da Polícia Militar, por tempo superior, a 06 (seis) meses, nomeado pelo Gover-
nador do Estado, fica assegurado, ao ser transferido para a reserva, o direito
de ter os proventos de inatividade, fixados com a incorporação das vantagens
gerais e especiais, bem como, todas as indenizações que a qualquer título
caibam ao referido cargo.
Art. 155. Os vencimentos e vantagens do pessoal em serviço ativo ou na
inatividade, ficam sujeitos às limitações do artigo 24 do Decreto-Lei Federal
n. 667, de 02 de julho de 1969.
Art. 156 Não se aplicam as disposições deste Estatuto ao pessoal civil em
serviço na Polícia Militar.
Art. 157. O período de permanência do oficial em cargo de Comando de
Organização da Polícia Militar, operacional e do Serviço de Saúde, tem a dura-
ção de 02 (dois) anos, podendo ser prorrogado por mais 01 (um) ano, a cri-
tério do Comandante Geral e desde que a prorrogação seja exclusivamente,
do interesse da Corporação.

77
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 158 A ex-praça, que se encontrava hospitalizada ou em tratamento


de saúde à época do licenciamento ou exclusão do serviço ativo, terá direito
a assistência médico- hospitalar por conta do Estado até sua alta médica.
Art. 159. As disposições deste Estatuto não retroagem para alcançar si-
tuações definidas anteriormente à data de sua vigência.
Art. 160 Após a vigência do presente Estatuto, serão a ele ajustados to-
dos os dispositivos legais e regulamentares que com ele tenham pertinência.
Art. 161. O presente Estatuto entrará em vigor na data de sua publica-
ção, ficando revogada a Lei n. 4.525, de 09 de julho de 1974 e demais dispo-
sições em contrário.

Palácio do Governo do Estado do Pará, 31 de julho de 1985.

JADER FONTENELLE BARBALHO


GOVERNADOR DO ESTADO

78
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI COMPLEMENTAR N. 053, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2006


Vide Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014 - Altera e acrescen-
ta dispositivos na Lei Complementar n. 053, de 7 de fevereiro de 2006, que dis-
põe sobre a organização básica e fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará - PMPA,
e dá outras providências. Publicada no DOE n. 32.563, de 16/01/2014.
Vide Lei Complementar n. 104, de 18 de janeiro de 2016 – Altera o inciso
I, alínea “a”, “1” e acrescenta o § 4º ao art. 42, e o modifica o item 8.2 do
Anexo I da Lei Complementar n. 053, de 07/02/2006, que dispõe sobre a or-
ganização básica e fixa o efetivo da Polícia Militar – PMPA, com mensagem de
veto parcial à Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Publicada no DOE n.
33.051, de 19/01/2016.
Vide Lei Compementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020 – Altera a Lei
Complementar n. 053, de 7 de fevereiro de 2006, que “Dispõe sobre a Orga-
nização Básica e fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará (PMPA)”. Publicada no
DOE n. 34.089, de 14/01/2020.

79
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI COMPLEMENTAR N. 053, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2006


Dispõe sobre a organização básica e fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará -
PMPA, e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono


a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A Polícia Militar do Pará - PMPA é instituição permanente, força


auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na hierarquia e disciplina
militares, subordinada ao Governador do Estado, cabendo-lhe a polícia osten-
siva e a preservação da ordem pública, atividade-fim da corporação, para a
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Art. 2º A Polícia Militar do Pará compõe o Sistema de Segurança Pública do
Estado, é vinculada à Secretaria Especial de Estado de Defesa Social, nos ter-
mos da legislação estadual em vigor, atua de forma integrada com os demais
órgãos de defesa social do Estado, em parceria com os demais órgãos públicos,
privados e a comunidade, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
Parágrafo único. A PMPA é órgão da administração direta do Estado, com
dotação orçamentária própria, autonomia administrativa e funcional.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 3º São princípios basilares a serem observados pela PMPA:


I – a hierarquia;
II – a disciplina;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – a legalidade;
IV – a impessoalidade;
V – a moralidade;
VI – a publicidade;
VII – a eficiência;
VIII – a promoção, a garantia e o respeito à dignidade e aos direitos humanos;
IX – o profissionalismo;
X – a probidade;
XI – a ética.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA

Art. 4º Compete à PMPA, dentre outras atribuições previstas em lei:


I – planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar, controlar e exe-
cutar as ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, que
devem ser desenvolvidas prioritariamente para assegurar a incolumidade
das pessoas e do patrimônio, o cumprimento da lei e o exercício dos pode-
res constituídos;
II – executar, com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares às
Forças Armadas, o policiamento ostensivo fardado para prevenção e re-
pressão dos ilícitos penais e infrações definidas em lei, bem como as ações
necessárias ao pronto restabelecimento da ordem pública;
III – atender à convocação do governo federal em caso de guerra externa
ou para prevenir ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de sua
irrupção, subordinando-se ao Comando do Exército no Estado do Pará, em
suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da defesa
territorial, para emprego nesses casos;
IV – atuar de maneira preventiva ou dissuasiva em locais ou áreas espe-
cíficas em que se presuma ser possível e/ou ocorra perturbação da ordem
pública ou pânico;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

V – atuar de maneira repressiva em caso de perturbação da ordem, pre-


cedendo eventual emprego das Forças Armadas;
VI – exercer a polícia ostensiva e a fiscalização de trânsito nas rodovias
estaduais, além de outras ações destinadas ao cumprimento da legislação de
trânsito, e nas vias urbanas e rurais, quando assim se dispuser;
VII – exercer a polícia administrativa do meio ambiente, nos termos de
sua competência, na constatação de infrações ambientais, na apuração, au-
tuação, perícia, e outras ações legais pertinentes, quando assim se dispuser,
conjuntamente com os demais órgãos ambientais, colaborando na fiscaliza-
ção das florestas, rios, estuários e em tudo que for relacionado com a fiscali-
zação do meio ambiente;
VIII – participar, quando convocada ou mobilizada pela União, do planeja-
mento e das ações destinadas à garantia dos poderes constitucionais, da lei e
da ordem, e à defesa territorial;
IX – proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações penais de com-
petência da polícia judiciária militar;
X – planejar e realizar ações de inteligência destinadas à prevenção cri-
minal e ao exercício da polícia ostensiva e da preservação da ordem pública
na esfera de sua competência, observados os direitos e garantias individuais;
XI – realizar correições e inspeções, em caráter permanente ou extraordi-
nário, na esfera de sua competência;
XII – autorizar, mediante prévio conhecimento, a realização de reuniões
ou eventos de caráter público ou privado, em locais públicos que envolvam
grande concentração de pessoas, para fins de planejamento e execução das
ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública;
XIII – emitir, com exclusividade, pareceres e relatórios técnicos relativos à
polícia ostensiva, à preservação da ordem pública e às situações de conflitos
e de pânico no âmbito de sua competência;
XIV – fiscalizar o cumprimento dos dispositivos legais e normativos per-
tinentes à polícia ostensiva e à preservação da ordem pública, aplicando as
sanções previstas na legislação específica;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XV – realizar pesquisas técnico-científicas, estatísticas e exames técnicos re-


lacionados às atividades de polícia ostensiva, de preservação da ordem pública,
de polícia judiciária militar e de situações de pânico, e outras pertinentes;
XVI – acessar os bancos de dados existentes nos órgãos de segurança pú-
blica e defesa social do Estado do Pará e, quando assim se dispuser, da União,
relativos à identificação civil e criminal, de armas, veículos, objetos e outros,
observado o disposto no inciso X do art. 5º da Constituição Federal;
XVII – realizar a segurança interna do Estado;
XVIII – proteger os patrimônios histórico, artístico, turístico e cultural;
XIX – realizar o policiamento assistencial de proteção às crianças, aos
adolescentes e aos idosos, o patrulhamento aéreo e fluvial, a guarda exter-
na de estabelecimentos penais e as missões de segurança de dignitários em
conformidade com a lei;
XX – gerenciar as situações de crise que envolva reféns;
XXI – apoiar, quando requisitada, o Poder Judiciário Estadual no cumpri-
mento de suas decisões;
XXII – apoiar, quando requisitada, as atividades do Ministério Público Estadual;
XXIII – realizar, em situações especiais, o policiamento velado para garantir a
eficiência das ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública.
XXIV – realizar vistorias de segurança preventiva e preservação da ordem
pública para averiguar condições de funcionamento ou segurança pública em
locais abertos ou fechados de eventos culturais, artísticos, desportivos e si-
milares, com a incidência de taxa de segurança nos termos da lei. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Parágrafo único. Para o desempenho das funções a que se refere o inciso
IX deste artigo, a Polícia Militar requisitará exames periciais e adotará pro-
vidências cautelares destinadas a colher e resguardar indícios ou provas da
ocorrência de infrações penais no âmbito de suas atribuições, sem prejuízo da
competência dos demais órgãos policiais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA POLÍCIA MILITAR

CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA GERAL

Art. 5º A organização básica da Polícia Militar do Pará terá a seguinte es-


trutura, conforme Anexo III:
I – órgãos de direção; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)
II – órgãos de apoio; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)
III – órgãos de execução. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
§ 1º Os órgãos de direção subdividem-se em órgãos de direção geral e
órgãos de direção intermediária e setorial. (Alterado pela Lei Complementar
n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 2º O Comando Geral da Polícia Militar, constituído pelos órgãos de dire-
ção geral, realiza o comando, a gestão, o planejamento estratégico e a correi-
ção, visando à organização e o emprego da corporação para o cumprimento
de suas missões, acionando, por meio de diretrizes e ordens, os órgãos de
direção intermediária ou setorial, de apoio e de execução, supervisionando,
coordenando, controlando e fiscalizando a atuação desses órgãos. (Alterado
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 3º Os órgãos de direção intermediária são os Comandos Operacionais In-
termediários e os órgãos de direção setorial são as Diretorias e o Corpo Militar
de Saúde. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 4º Os órgãos de direção intermediária ou setorial estão no mesmo nível
hierárquico e se destinam à realização das atividades de gestão setorizada de
polícia ostensiva, de logística, de finanças, de polícia comunitária, de direitos
humanos e de saúde, dirigindo e controlando, por meio de diretrizes e ordens

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

emanadas dos órgãos de direção geral, a atuação dos órgãos de apoio e exe-
cução subordinados. (Alterado pela pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 5º Os órgãos de apoio destinam-se ao atendimento das necessidades de
pessoal, logística, educação, cultura, patrimônio, informática, polícia comu-
nitária e saúde, executando, por meio de diretrizes e ordens, as atividades-
-meio da Corporação para cumprimento de suas missões e de sua destinação.
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 6º Os órgãos de execução são as unidades operacionais de polícia os-
tensiva, que executam, por meio de diretrizes e ordens, a atividade-fim da
corporação para cumprimento de suas missões e destinação. (Alterado pela
Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 7º Os órgãos de direção, de apoio e de execução são subordinados ao
Comandante Geral da corporação. (Alterado pela Lei Complementar n. 093,
de 15 de janeiro de 2014)
§8º As funções dos órgãos de direção, de apoio e de execução são ineren-
tes ao pessoal da ativa da corporação. (Alterado pela Lei Complementar n.
093, de 15 de janeiro de 2014)

CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL

Seção I
Da Constituição e Atribuições dos Órgãos de Direção Geral

Art. 6º Os órgãos de direção geral integram o comando-geral da corpo-


ração, que compreende:
(Os incisos VII a XV do Artigo 6º foram alterados pela Lei Complementar
n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Comandante-geral; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)

85
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – Alto Comando da Polícia Militar; (Alterado pela Lei Complementar n.


093, de 15 de janeiro de 2014)
III – Estado-Maior Geral; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
IV – Corregedoria Geral; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
V – Departamento Geral de Administração; (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
VI – Departamento Geral de Operações; (Alterado pela Lei Complementar
n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
VII – Departamento-Geral de Pessoal; (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
VIII – Departamento-Geral de Educação e Cultura; (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
IX – Centro de Inteligência; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
X – Gabinete do Comandante-Geral; (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
XI – Ajudância-Geral; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
XII – Consultoria Jurídica; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13
de janeiro de 2020)
XIII – Controladoria Interna; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
XIV – Comissão Permanente de Licitação; e (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
XV – Escritório de Projetos da Polícia Militar. (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 7º O Comandante Geral é equiparado a Secretários de Estado, fazendo
jus às prerrogativas e honras de cargo de Secretário de Estado, sendo nomea-
do pelo Governador do Estado dentre os oficiais da ativa da Corporação, do últi-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

mo posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares Combatentes, não convocado


da reserva, possuidor do Curso Superior de Polícia, nos termos da legislação
vigente. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Parágrafo único. Sempre que a escolha não recair no oficial mais antigo
da Corporação, terá o Comandante-Geral precedência hierárquica e funcional
sobre os demais oficiais.
Art. 8º Compete ao Comandante-geral:
I – o comando, a gestão, o emprego, a supervisão e a coordenação geral das
atividades da corporação, assessorado pelos órgãos de direção e de execução;
II – a presidência do Alto Comando da Polícia Militar, da Comissão de Pro-
moção de Oficiais e do Conselho do Mérito Policial-Militar; (Alterado pela Lei
Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
III – encaminhar, ao órgão competente, o projeto de orçamento anu-
al referente à Polícia Militar e participar no que couber, da elaboração do
plano plurianual;
IV – celebrar convênios e contratos de interesse da Polícia Militar com en-
tidades de direito público ou privado, nos termos da lei;
V – nomear e exonerar policiais militares no exercício das funções de dire-
ção, comando e assessoramento, nos termos desta lei Complementar;
VI – autorizar policiais militares e servidores civis da corporação a se afas-
tarem do Estado;
VII – ordenar o emprego de verbas orçamentárias ou de créditos abertos
em favor da Polícia Militar e de outros recursos que esta venha a receber,
oriundos de quaisquer fontes de receitas;
VIII – expedir os atos necessários para a administração da Polícia Militar;
IX – incorporar praças e praças especiais; (Alterado pela Lei Complemen-
tar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
X – promover praças e declarar aspirantes-a-oficial;
XI – conceder férias, licenças ou afastamentos de qualquer natureza;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XII – instaurar e solucionar procedimentos e processos administrativos,


disciplinares ou não, aplicando as penalidades previstas na legislação vigen-
te; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
XIII – criar, desenvolver e gerenciar programas de prevenção da violência
e criminalidade que visem à melhoria da qualidade de vida do cidadão. (Alte-
rado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 2º O Comandante-geral poderá delegar competência para a expedição
de atos administrativos, visando à agilização da gestão da corporação.
§ 3º Nos impedimentos ou ausências do Comandante Geral, responderá
pelo Comando Geral o Chefe do Estado-Maior Geral e, no impedimento ou
ausência deste, seguirá a seguinte ordem de prioridade: o Corregedor Geral,
o Chefe do Departamento Geral de Administração, o Chefe do Departamento
Geral de Operações e o Comandante de Policiamento Regional mais antigo na
Região Metropolitana de Belém. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de
15 de janeiro de 2014)
§ 4º Para efeito do previsto no § 3º não será considerado o Oficial que
estiver respondendo pela função. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de
15 de janeiro de 2014)
Art. 8º-A O Alto Comando da Policia Militar é o órgão colegiado, com
atribuições deliberativas e consultivas, assim constituído: (Acrescido pela Lei
Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
I – Presidente: Comandante Geral;
II – Membros Natos:
a) Chefe do Estado-Maior Geral;
b) Corregedor Geral;
c) Chefe do Departamento Geral de Administração;
d) Chefe do Departamento Geral de Operações;
III – Membros Efetivos: dez oficiais do último posto da Corporação, desig-
nados pelo Comandante Geral, podendo ser reconduzidos, individualmente,
salvo o previsto no § 4º do art. 8º-B.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 8º-B São atribuições do Alto Comando da Polícia Militar, no âmbito


da Corporação: (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro
de 2014)
I – em caráter consultivo, manifestar-se sobre:
a) orçamento anual da Polícia Militar;
b) outros assuntos de interesse da Polícia Militar. II- em caráter delibera-
tivo, manifestar-se sobre:
a) elaboração de reforma ou projeto de lei que envolva a Polícia Militar;
b) expedição de atos normativos provenientes de suas deliberações;
c) propostas referentes ao aumento do efetivo e criação, e extinção de
cargos, a serem encaminhadas ao Governo do Estado;
d) conflitos de atribuições entre os órgãos de direção, de apoio e de execução;
e) proposta referente à remuneração, a ser encaminhada ao Governador
do Estado.
§ 1º O Alto Comando da Polícia Militar reunir-se-á semestralmente em
caráter ordinário e, extraordinariamente, mediante convocação de seu presi-
dente ou de dois terços de seus membros.
§ 2º O funcionamento do Alto Comando será definido em regimento inter-
no, elaborado e aprovado por seus membros, sendo suas decisões tomadas
por maioria relativa de votos, garantida a maioria absoluta na sessão.
§ 3º O presidente do Alto Comando não votará, salvo no caso de haver
empate dos votos, cabendo-lhe o voto de desempate.
§ 4º O Comandante Geral que for exonerado do cargo e não tiver tempo
de serviço para transferência à inatividade, conforme a lei, ficará classificado
no Alto Comando da Polícia Militar, ocupando vaga de membro efetivo, pelo
período de até dois anos ininterruptos, podendo ser reconduzido por igual
período, salvo opção em contrário.
§ 5º O ex-Comandante Geral na situação prevista no parágrafo anterior,
ao completar o tempo de serviço para a inatividade antes dos dois anos pre-
vistos, será transferido ex officio para a reserva remunerada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º A decisão do Alto Comando da Polícia Militar, instituída por meio de


resolução, será publicada em Diário Oficial do Estado, após homologação do
Governador do Estado.
Art. 9º (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 9º-A O Estado-Maior Geral é o órgão de direção geral responsável,
perante o Comandante-Geral, pelo planejamento, pela organização, pela di-
reção e pelo controle das atividades da Corporação, elaborando diretrizes e
ordens de Comando em consonância com a missão institucional e a política
de segurança pública do Estado. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
§ 1º O Estado-Maior Geral será assim constituído: (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Gabinete:
a) Chefe do Estado-Maior Geral;
b) Subchefe do Estado-Maior Geral;
c) Secretaria; e
d) Ajudância de Ordens.
II – Seções de Estado-Maior Geral.
III – (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As Seções do Estado-Maior serão assim constituídas:
I – 1ª Seção (PM/1): Política de Gestão de Pessoas:
a) Subseção de Planejamento de Pessoal;
b) Subseção de Planejamento da Saúde Biopsicossocial;
c) Subseção de Legislação;
II – 2ª Seção (PM/2) – Política e Planejamento da Gestão do Conhecimento:
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
a) Subseção de Análise Estratégica;
b) Subseção de Segurança Orgânica;
c) Subseção de Pesquisa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – 3ª Seção (PM/3): Política e Planejamento de Preservação da Ordem


Pública:
a) Subseção de Doutrina; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13
de janeiro de 2020)
b) Subseção de Metodologias Preventivas e Repressivas;
c) Subseção de Formação Inicial e Continuada;
IV – 4ª Seção (PM/4): Política e Planejamento de Logística:
a) Subseção de Estudo e Administração de Material Bélico;
b) Subseção de Avaliação e Acompanhamento da Execução Financeira;
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
c) Subseção de Tecnologia da Informação e Comunicações. V- 5ª Seção
(PM/5): Comunicação Organizacional:
a) Subseção de Comunicação Interna;
b) Subseção de Relações Públicas;
c) Subseção de Integração Comunitária.
VI – 6ª Seção (PM/6): Planejamento e Orçamento:
a) Subseção de Planejamento Orçamentário Institucional;
b) Subseção de Avaliação e Acompanhamento da Execução Financeira;
(Alterado pela pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
c) Subseção de Planejamento Estratégico;
VII – 7ª Seção (PM/7) Seção de Gestão pela Qualidade:
a) Subseção de Gestão por Processos; (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
b) Subseção de Planejamento da Qualidade;
c) Subseção de Avaliação de Resultados. (Alterado pela Lei Complementar
n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º O Subcomandante Geral passa a denominar-se Chefe do Esta-
do-Maior Geral com remuneração prevista no parágrafo único da Lei n.
7.519, de 10 de maio de 2011, indicado pelo Comandante Geral e nomeado
pelo Governador do Estado dentre os oficiais da ativa da Corporação e do úl-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

timo posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares Combatentes, nos termos


da Lei, competindo-lhe:
I – substituir o Comandante Geral nos seus impedimentos ou ausências,
respondendo pelo Comando Geral da Corporação;
II – assessorar o Comandante Geral na coordenação e supervisão geral
das atividades da Corporação por meio do controle das atividades dos órgãos
de direção setorial;
III – coordenar a elaboração do planejamento estratégico;
IV – assessorar o Comandante Geral na formulação da doutrina de prepa-
ro e emprego da tropa e na definição das políticas de comando;
V – assegurar a atuação convergente e dinâmica dos órgãos de direção,
apoio e execução;
VI – elaborar e estabelecer ordens, instruções, diretrizes, planos e orien-
tações pertinentes à implementação das políticas do Comandante Geral, vi-
sando à consecução dos objetivos e metas estabelecidos;
VII – supervisionar a execução das diretrizes, planos e ordens;
VIII – orientar e dirigir os trabalhos do Estado-Maior Geral, praticando os
atos necessários ao seu funcionamento;
IX – realizar inspeções periódicas;
X – desempenhar outras atribuições delegadas pelo Comandante Geral.
§ 4º Se a escolha do Chefe do Estado-Maior Geral não recair no oficial mais
antigo, este terá precedência hierárquica e funcional sobre os demais oficiais.
§ 5º O Subchefe do Estado-Maior Geral será Oficial do último posto do
Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)
§ 6º Os Chefes de Seção do Estado-Maior serão oficiais no Posto de Tenen-
te Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 7º Os Chefes das Subseções e da Secretaria do Estado-Maior serão ofi-
ciais no Posto de Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 8º A Assistência de Gabinete do Chefe do Estado-Maior Geral será


exercida por oficial no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais
Policiais Militares.
§ 9º A Ajudância de Ordens do Chefe do Estado-Maior Geral será exercida
por dois oficiais no Posto de Capitão do Quadro de Oficiais Policiais Militares
por ele indicados e nomeados pelo Comandante Geral.
§ 10 A Chefia da Subseção de Planejamento da Saúde Biopsicossocial da
1ª Seção (PM/1) poderá ser exercida por Oficial do Quadro Complementar ou
de Saúde. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 9º-B O Departamento-Geral de Administração é o órgão de direção
geral responsável pela direção e pelo controle dos órgãos de direção setorial
de finanças e apoio logístico e do órgão de apoio de informática e telecomu-
nicações, que realizam a atividade-meio da Corporação, assim constituído:
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefe do Departamento Geral de Administração;
II – Seção de Controle da Qualidade:
a) Subseção de Modelagem, Análise e Melhoria de Processos;
b) Subseção de Programa de Qualidade na Gestão. III- Seção de Planejamento:
a) Subseção de Informação e Análise;
b) Subseção de Avaliação de Resultados. IV- Assistência;
V – Secretaria;
VI – Assessoria Técnica.
§ 1º O Chefe do Departamento Geral de Administração será oficial no
Posto de Coronel, do Quadro de Oficiais Policiais Militares, de livre escolha
do Comandante Geral, que terá precedência hierárquica e funcional sobre os
Diretores dos órgãos de direção setoriais.
§ 2º Na ausência do Chefe do Departamento Geral de Administração res-
ponderá pela referida Chefia o Diretor de órgão de direção setorial mais anti-
go dentre os Oficiais do Quadro de Combatentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Os Chefes de Seção do Departamento Geral de Administração serão


oficiais no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 4º Os Chefes das Subseções do Departamento Geral de Administração
serão oficiais no Posto de Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 5º O Assistente do Chefe do Departamento Geral de Administração será
oficial no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 6º A Secretaria será chefiada por 1º Tenente do Quadro de Administração.
Art. 9º-C O Departamento-Geral de Operações é o órgão de direção geral
responsável pela direção e pelo controle dos órgãos de direção intermediária
e de execução da atividade-fim da Corporação, bem como do órgão de di-
reção setorial de polícia comunitária e direitos humanos, assim constituído:
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefe do Departamento Geral de Operações;
II – Seção de Policiamento Preventivo:
a) Subseção de Planejamento;
b) Subseção de Avaliação de Resultados.
c) Subseção de Atividade de Polícia Ostensiva; (Acrescido pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
III – Seção de Policiamento Repressivo:
a) Subseção de Planejamento;
b) Subseção de Avaliação de Resultados;
IV – Assistência;
V – Secretaria.
VI – Coordenadoria de Operações. (Acrescido pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º O Chefe do Departamento Geral de Operações será oficial no Posto de
Coronel, do Quadro de Oficiais Policiais Militares, de livre escolha do Coman-
dante Geral, que terá precedência hierárquica e funcional sobre os Coman-
dantes dos Órgãos de Direção Intermediária.

94
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Na ausência do Chefe do Departamento Geral de Operações respon-


derá por esta Chefia o Comandante de Órgão de Direção Intermediária mais
antigo na Região Metropolitana de Belém.
§ 3º Os Chefes de Seção do Departamento Geral de Operações serão ofi-
ciais no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 4º Os Chefes das Subseções do Departamento Geral de Operações serão
oficiais no Posto de Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 5º O Assistente do Chefe do Departamento Geral de Operações será
oficial no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 6º A Secretaria será chefiada por 1º Tenente do Quadro de Oficiais de
Administração.
§ 7º A Coordenadoria de Operações será composta por 6 (seis) Oficiais
no posto de Major ou Capitão do Quadro de Oficiais Policiais Militares, não se
aplicando o disposto no art. 56 desta Lei Complementar. (Acrescido pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 9º-D O Departamento-Geral de Pessoal é o órgão de direção geral
responsável pela direção e pelo controle das atividades de pessoal da Cor-
poração relacionadas ao ingresso, à identificação, à classificação e à movi-
mentação, aos cadastros e às avaliações, ao recadastramento, às promoções,
aos direitos, aos deveres e aos incentivos, à assistência psicológica, social
e religiosa, ao acompanhamento e ao controle de veteranos e pensionistas,
bem como ao sistema de saúde, sendo assim constituído: (Acrescido pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefe, no posto de Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares;
II – Seção de Pessoal:
a) Subseção de Cadastro, Controle e Movimentação de Oficiais;
b) Subseção de Cadastro, Controle e Movimentação de Praças;
c) Subseção de Avaliação e Promoção;
d) Subseção de Controle de Cessão e Agregação de Policiais Militares;

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Oficial

III – Seção Técnica:


a) Subseção de Pagamento de Pessoal;
b) Subseção de Seleção, Mobilização, Recadastramento e Pessoal Civil;
c) Subseção de Identificação;
d) Subseção de Avaliação de Resultados; e IV - Secretaria.
§ 1º As Seções do Departamento-Geral de Pessoal serão chefiadas por
Oficiais no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As Subseções serão chefiadas por Oficiais no posto de Major do Qua-
dro de Oficiais Policiais Militares, com exceção da Seção de Identificação, que
será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Administração. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 9º-E O Departamento-Geral de Educação e Cultura é o órgão de di-
reção geral responsável pela direção e pelo controle do sistema de educação
policial- militar e das atividades desportivas, relacionados à formação, à ca-
pacitação ao aperfeiçoamento, à especialização e ao adestramento de Oficiais
e Praças, bem como pela promoção da cultura, assim constituído: (Acrescido
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefe, no posto de Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares;
II – Seção de Ensino:
a) Subseção de Formação Inicial;
b) Subseção de Capacitação, Instrução, Especialização e Pós-Graduação;
c) Subseção de Cadastro e Seleção de Docentes;
III – Seção de Educação Física, Pesquisa, Avaliação e Colégios da PM:
a) Subseção de Educação Física e Desporto;
b) Subseção de Pesquisa, Extensão, Tecnologias Educacionais e Avaliação
de Resultados;
c) Subseção de Coordenação dos Colégios da Polícia Militar; e IV- Secretaria.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º As Seções do Departamento-Geral de Educação e Cultura serão che-


fiadas por Oficiais no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Policiais
Militares. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As Subseções serão chefiadas por Oficiais no posto de Major do Qua-
dro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 10. A Corregedoria-Geral, diretamente vinculada ao Comandante-Ge-
ral, é o órgão correcional da Polícia Militar responsável pelo assessoramento
disciplinar, pela orientação, prevenção e fiscalização das atividades funcionais
e da conduta profissional, visando ao aprimoramento da ética, da disciplina
e da hierarquia entre os integrantes da Corporação, com sede na capital do
Estado, em imóvel distante e isolado de outras unidades policiais-militares e
de fácil acesso ao público. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 1º A Corregedoria-Geral é chefiada por um Oficial do último posto do
Quadro de Oficiais Policiais Militares, bacharel em Direito, designado pelo Co-
mandante- Geral e submetido à aprovação do Conselho Estadual de Seguran-
ça Pública, que terá precedência funcional e hierárquica sobre os Oficiais de
mesmo posto, ressalvando-se o Comandante-Geral, o Chefe da Casa Militar e
o Chefe do Estado-Maior Geral. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
§ 2º A Corregedoria-Geral terá a seguinte estrutura: (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Corregedor-Geral;
II – Subcorregedor-Geral;
III – Comissão de Correição Geral;
IV – Comissões de Correição dos Comandos Operacionais Intermediários;
V – Divisão de Inteligência.

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Oficial

a) Subdivisão de Operações de Inteligência;


b) Subdivisão de Análise de Inteligência;
VI – Divisão PM Vítima;
a) Subdivisão de Acolhimento e Atendimento;
b) Subdivisão de Análise de Risco;
VII – Divisão de Polícia Judiciária Militar;
VIII – Divisão de Análises de Provas Técnicas;
IX – Seção de Logística;
X – Seção de Recursos Humanos;
XI – Seção de Planejamento, Instrução e Prevenção;
XII – Seção de Cartório e Arquivo Correcional;
XIII – Seção de Registro Geral; e
XIV – Seção de Expediente e Protocolo Geral.
§ 3º O Subcorregedor-Geral será Oficial no posto de Coronel do Quadro
de Oficiais Policiais Militares da ativa, bacharel em Direito, que acumulará a
função de Presidente da Comissão de Correição Geral, composta de 4 (qua-
tro) Oficiais membros, bacharéis em Direito, e auxiliares, competindo-lhe a
realização da correição no âmbito da Corporação. (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º As Comissões de Correição dos Comandos Operacionais Intermediá-
rios serão compostas por um Chefe no posto de Tenente-Coronel do Quadro
de Oficiais Policiais Militares e Oficiais membros, em número conforme a ne-
cessidade do serviço e observado o limite do Anexo II desta Lei Complemen-
tar, competindo-lhes a realização do processamento da correição no âmbito
de suas circunscrições. (Alterado pela LC n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º As Comissões de Correição dos Comandos Operacionais Interme-
diários deverão ser sediadas em local de fácil acesso ao público, em imóvel
distante e isolado de outras unidades policiais-militares. (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º À Divisão de Inteligência compete a produção de conhecimento e o as-


sessoramento do Corregedor-Geral na tomada de decisão, sendo assim consti-
tuída: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia, Oficial no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Poli-
ciais Militares, com curso de especialização na área de inteligência;
II – Membro, Oficial Chefe da Subdivisão de Operações de Inteligência; e
III – Membro, Oficial Chefe da Subdivisão de Análise de Inteligência.
§ 7º As chefias das subdivisões referidas no parágrafo anterior serão exer-
cidas por Oficiais com curso de especialização na área de inteligência e auxi-
liares. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 8º A Divisão PM Vítima terá a seguinte estrutura e composição: (Acres-
cido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia, exercida por Oficial no posto de Tenente-Coronel do Quadro de
Policiais Militares;
II – Membro, Oficial Chefe da Subdivisão de Acolhimento e Atendimento;
e III- Membro, Oficial Chefe da Subdivisão de Análise de Risco.
§ 9º A Divisão de Análises de Provas Técnicas será composta por um Chefe
no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares e quatro
Oficiais membros, todos com habilitação técnica, e auxiliares, competindo a
realização de atividades técnicas, quando necessária a realização de perícia
técnica, a autoridade poderá requisitar perícia do órgão pericial competente.
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 10 As Seções serão chefiadas por Oficial. (Acrescido pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 11 Os membros das comissões e divisões poderão, excepcionalmente,
exercer suas atividades em comissões e divisões diversas para as quais foram
nomeados, por ato motivado do Comandante-Geral, ouvido o Corregedor-Ge-
ral, visando ao interesse público. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)

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Oficial

§ 12 É vedado o ingresso, nos quadros funcionais da Corregedoria-Geral,


de policiais militares que tenham análises desfavorável dos seus assentamen-
tos funcionais por parte do órgão correcional condenados criminalmente por
órgão colegiado ou com trânsito em julgado. (Acrescido pela Lei Complemen-
tar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 13 No caso de movimentação de Oficiais e Praças da Corregedoria-Geral,
fica-lhes facultado exercer suas atribuições em atividade-meio, pelo período
de até 2 (dois) anos, na Corporação. (Acrescido pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 14 Os membros das divisões de inteligência e o presidente do inquérito
militar poderão atuar pelos meios necessários ao exercício de suas atribui-
ções, observando a legislação vigente. (Acrescido pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 11. Compete ao Corregedor-geral:
I – exercer as atividades de polícia judiciária militar no âmbito da Polícia
Militar, em conformidade com o Código de Processo Penal Militar;
II – aplicar as prescrições das normas disciplinares da Polícia Militar, em
relação a processos administrativos disciplinares, sindicâncias e inquéritos
policiais- militares;
III – instaurar e solucionar processos administrativos disciplinares, sin-
dicâncias e inquéritos policiais-militares, assim como determinar diligências,
quando julgar necessário;
IV – assessorar o Comandante-geral:
a) na proposição ao Governador do Estado, para nomeação, de Conselho
de Justificação e na apreciação de recurso relativo ao Conselho de Disciplina
e ao Processo Administrativo Disciplinar Simplificado; (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
b) na adoção de providências diante de indícios de ato de improbidade
administrativa apontados a partir de tomadas de contas especiais realizadas
pela Controladoria Interna; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13
de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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c) com exclusividade, na aprovação de instruções normativas das atividades


de polícia judiciária militar e disciplinar, bem como das atividades operacionais e
administrativas, de forma a reduzir a prática de atos de indisciplina e de ações
que dificultem a apuração de responsabilidades no âmbito da corporação;
V – prestar e solicitar informações legalmente permitidas a órgãos e enti-
dades públicas ou particulares, necessárias à instrução de processos ou pro-
cedimentos administrativos disciplinares ou de interesse daqueles;
VI – realizar a gestão dos recursos humanos e materiais da Corregedoria-Geral;
VII – coordenar a integração das atividades administrativas entre as co-
missões, divisões e seções que compõem a Corregedoria-Geral. (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 12. Compete à Comissão de Correição Geral: (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – assessorar o Corregedor-Geral nas seguintes situações:
a) aplicação das prescrições contidas em normas disciplinares da corpora-
ção, em relação aos inquéritos policiais militares, processos administrativos
disciplinares e sindicâncias no âmbito da Polícia Militar;
b) instauração dos procedimentos referidos no inciso anterior nas Comis-
sões de Correição dos Comandos Operacionais Intermediários; (Alterado pela
Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
c) atendimento de solicitação ou determinação legal relativa a processo
ou procedimento disciplinar que esteja sob a guarda da corregedoria-Geral;
d) atendimento de solicitação ou determinação legal relativa a processo
ou procedimento disciplinar que esteja sob a guarda da Corregedoria-Geral;
II – providenciar o cumprimento de cartas precatórias, de ordem discipli-
nar ou criminal, no âmbito da Polícia Militar;
III – fiscalizar o emprego de policiais militares dentro dos limites legais e
dos princípios que disciplinam a atividade policial-militar;
IV – coordenar as Comissões de Correição dos Comandos Operacionais
Intermediários quanto à: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)

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Oficial

a) fiscalização ostensiva de fato que envolva policial militar da corporação;


b) realização de diligências que visem esclarecer a consistência de denún-
cia que envolva policial militar;
c) produção de informes, informações e estatísticas acerca de fato que
envolva policial militar na violação de norma civil, administrativa ou penal;
d) coleta de indícios de infrações disciplinares ou criminais praticadas por
policiais militares ou contra estes;
e) instauração e realização de procedimentos e processos que apurem res-
ponsabilidade civil, administrativa ou criminal em fato que envolva policial militar;
f) realização de escolta ou de custódia provisória de vítimas e testemu-
nhas, ou de seus familiares, com potencial risco a sua integridade física;
g) avaliação da consistência de denúncias contra policiais militares;
V – proceder à correição de sindicâncias, processos administrativos e in-
quéritos policiais-militares, sugerindo ao corregedor-geral, quando for o caso,
a realização de novas diligências ou a avocação da decisão.
Art. 13. Às Comissões de Correição dos Comandos Operacionais Interme-
diários, na circunscrição destes, compete: (Alterado pela Lei Complementar
n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – fiscalizar ostensivamente, em caráter preventivo e, quando necessário,
repressivo, fatos que envolvam policiais militares, visando garantir legalidade
e legitimidade em tais acontecimentos, assim como a observância dos princí-
pios que norteiam o exercício da atividade policial;
II – realizar proteção provisória e escolta de vítimas e testemunhas ame-
açadas;
III – realizar diligência para esclarecer a consistência de denúncia que
envolva policial militar, inclusive auxiliando autoridade policial ou judiciária,
quando requisitado ou solicitado oficialmente;
IV – produzir informações e estatísticas acerca de fatos que indiquem a
violação de norma civil, administrativa ou penal resultante de ato que envolva
policial militar;

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Oficial

V – aplicar, no âmbito de sua circunscrição, as prescrições contidas nas


normas disciplinares da Polícia Militar;
VI – determinar a instauração ou realizar, de oficio, processo e procedi-
mento com o fito de apurar responsabilidade civil, administrativa ou criminal
em fato que envolva policial militar;
VII – supervisionar processos e procedimentos disciplinares ou judiciais
instaurados por autoridades de unidades policiais-militares sob sua circuns-
crição, determinando novas diligências, se entender necessário; (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
VIII – apresentar relatórios periódicos ao Corregedor-Geral, por meio da
Comissão de Correição Geral, sobre os problemas encontrados em sua
circunscrição, sugerindo medidas saneadoras julgadas necessárias. (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 14. Ato do Poder Executivo regulamentará as demais atribuições dos
integrantes da corregedoria-geral da Polícia Militar.
Art. 15. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 16. A Comissão de Promoção de Oficiais é o órgão de assessoramen-
to permanente do Comandante-geral nos assuntos relativos às carreiras dos
oficiais da corporação, competindo-lhe o controle, a avaliação e o processa-
mento das promoções, devendo ser assim constituída:
I – Presidente: o Comandante-geral;
II – Membros Natos;
a) Chefe do Estado-Maior Geral; (Alterado pela Lei Complementar n. 093,
de 15 de janeiro de 2014)
b) Diretor de Pessoal, na qualidade de Secretário da comissão de promo-
ção de oficiais;
III – Membros Efetivos: quatro oficiais do último posto da corporação, de-
signados pelo Comandante-geral.
Parágrafo único. No impedimento ou ausência do Comandante Geral, pre-
sidirá a Comissão de Promoção de Oficiais o Chefe do Estado-Maior Geral.
(Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 17. A Comissão de Promoção de Praças é o órgão de assessoramen-


to permanente do Chefe do Estado-Maior Geral nos assuntos referentes às
carreiras de Praças da Corporação, competindo-lhe o controle, a avaliação e
o processamento das promoções, assim constituída: (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Presidente: Chefe do Estado-Maior Geral. (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
II – Membro Nato: o Diretor de Pessoal;
III – Membros Efetivos: um oficial superior e um oficial intermediário, in-
dicados pelo presidente da comissão e designados pelo Comandante-geral;
IV – Secretário: um Capitão ou Primeiro-Tenente, indicado pelo presidente
da comissão e designado pelo Comandante-geral.
Parágrafo único. No impedimento ou ausência do Chefe do Estado-Maior
Geral, presidirá a Comissão de Promoção de Praças o Diretor de Pessoal. (Al-
terado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 18. O Gabinete do Comandante-geral é órgão de assessoramento
direto, permanente e pessoal do Comandante-geral, assim constituído:
I – Chefia;
II – Assistência;
III – Assessoria de Comunicação Social;
IV – Assessoria de Articulação Parlamentar;
V – Secretaria;
VI – Ajudância-de-ordens.
§ 1º A Chefia de Gabinete será exercida por oficial do último posto do Qua-
dro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 2º O Assistente será oficial no posto de Tenente-Coronel do Quadro de
Oficiais Policiais Militares.
§ 3º A assessoria de comunicação social será chefiada por oficial no pos-
to de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais-Militares ou do Quadro
Complementar de Oficiais, na categoria de comunicólogo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º A assessoria de articulação parlamentar será chefiada por oficial no


posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 5º A secretaria será chefiada por oficial no posto de Major.
§ 6º A ajudância-de-ordens será exercida por três oficiais intermediários
ou subalternos de livre escolha e nomeação do Comandante-geral.
Art. 18-A. O Centro de Inteligência, órgão de direção geral, subordinado
ao Comandante Geral, é responsável pelo exercício permanente de ações es-
pecializadas no âmbito da Corporação, orientadas para a produção e proteção
do conhecimento, com vistas a assessorar o Comando da Corporação na to-
mada de decisão, concernentes à atividade-fim, assim constituído: (Acrescido
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
I – Chefe;
II – Subchefe; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro
de 2020)
III – Seção de Inteligência: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
a) Subseção de Operações de Inteligência;
b) Subseção de Análise de Inteligência;
IV – Seção de Contrainteligência: (Alterado pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)
a) Subseção de Segurança Institucional;
b) Subseção de Tecnologia da Informação;
V – Seção de Planejamento de Inteligência: (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
a) Subseção de Análise Criminal;
b) Subseção de Difusão do Conhecimento;
VI – Secretaria; e (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de ja-
neiro de 2020)
VII – Núcleos de Inteligência. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º O Chefe do Centro de Inteligência será Oficial no posto de Coronel do


Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º A Subchefia e as Seções serão exercidas por Oficiais no posto de
Tenente- Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º As Subseções serão chefiadas por oficiais no Posto de Major do Qua-
dro de Oficiais Policiais Militares.
§ 4º Os Núcleos de Inteligência serão chefiados por Oficiais. (Alterado pela
Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º Os Núcleos de Inteligência, subordinados ao Centro de Inteligência,
serão instalados em circunscrições conforme o interesse do serviço. (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 6º A Secretaria será chefiada por oficial no Posto de 1º Tenente do Qua-
dro de Oficiais de Administração.
§ 7º Decreto do Governador do Estado regulamentará o Sistema de In-
teligência Policial-Militar. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
Art. 19. A Ajudância-geral é o órgão que tem a seu cargo as funções de
secretaria e apoio administrativo ao comando-geral, coordenação dos servi-
ços gerais e segurança do quartel do comando-Geral, assim constituída:
I – Ajudante-geral;
II – Fiscal Administrativo do Comando-Geral;
III – Secretaria;
IV – Companhia de Comando e Serviços do Comando-Geral;
V – Protocolo-Geral;
VI – Almoxarifado;
VII – Aprovisionamento;
VIII – Banda de Música e Sinfônica.
IX – (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

X – (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)


§ 1º O Ajudante-geral será um oficial do último posto do Quadro de Ofi-
ciais Policiais Militares.
§ 2º O fiscal administrativo do Comando-Geral, oficial no posto de Tenen-
te- Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares, é o substituto eventual
do ajudante-geral.
§ 3º A secretaria será chefiada por oficial no posto de Major do Quadro de
Oficiais Policiais Militares.
§ 4º A companhia de comando e serviços do comando-geral será coman-
dada por oficial no posto de Major do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 5º O Protocolo-Geral, o almoxarifado e o aprovisionamento serão che-
fiados por oficiais intermediários ou subalternos do Quadro de Oficiais de
Administração.
§ 6º A Banda de Música será comandada por oficial subalterno ou interme-
diário do Quadro de Oficiais Especialistas.
§ 7º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 8º As Unidades Escola e Operacionais poderão ter em sua estrutura Nú-
cleos de Banda de Música. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13
de janeiro de 2020)
§ 9º Os núcleos previstos no parágrafo anterior serão subordinados às
respectivas unidades e controlados pela Banda de Música e Sinfônica. (Acres-
cido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 10 Excepcionalmente e por necessidade do serviço, policiais militares
do Quadro de Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Combatentes
(QPMP-0) poderão compor o efetivo da Banda de Música e Sinfônica, sendo
vedada a mudança de quadro dos referidos policiais militares. (Acrescido pela
Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 20. A Consultoria Jurídica é o órgão de assessoramento jurídico da cor-
poração, diretamente subordinada ao Comandante-geral, assim constituída:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Consultor-Chefe - Oficial no posto de Coronel do Quadro de Oficiais


Policiais- Militares, bacharel em Direito. (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
II – Consultores: quatro oficiais superiores ou intermediários, bacharéis
em Direito.
III – Cartório e Arquivo; e (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
IV – Secretaria e Protocolo. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
Parágrafo único. O Cartório e Arquivo e a Secretaria serão chefiados por
Oficiais do Quadro de Oficiais de Administração Policiais Militares. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 21. A Controladoria Interna, órgão de direção geral, subordinada ao
Comandante-Geral, é responsável pela análise de conformidade contábil, fi-
nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial da Corporação, sem preju-
ízo das demais atribuições definidas em lei, assim constituída: (Alterado pela
LC n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia, exercida por Oficial no posto de Coronel do Quadro de Oficiais
Policiais-Militares. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro
de 2020)
II – Membros: três oficiais superiores ou intermediários.
III – Cartório e Arquivo; e (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
IV – Secretaria e Protocolo. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
Parágrafo único. O Cartório e Arquivo e a Secretaria serão chefiados por
Oficiais do Quadro de Oficiais de Administração Policiais Militares. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 22. A Comissão Permanente de Licitação é órgão de assessoramento
do Comandante geral, destinado a realizar os procedimentos licitatórios da
corporação, nos termos da legislação vigente, assim composta:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Presidente: oficial do posto de Tenente-Coronel, preferencialmente


bacharel em Direito;
II – Membros: três oficiais superiores ou intermediários. III- Secretaria.
Art. 22-A. O Escritório de Projetos da Polícia Militar é órgão de assessora-
mento do Comandante-Geral, destinado a auxiliar os gerentes de projetos na
implementação dos princípios, das práticas, das metodologias, das ferramen-
tas e das técnicas de gerenciamento de projetos para a captação de recursos,
sendo assim composto: (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
I – Chefia - Oficial no posto de Tenente-Coronel;
II – Seção de Projetos Corporativos e Estratégicos;
III – Seção de Elaboração de Convênios;
IV – Seção de Controle, Fiscalização, Melhoria e Prestação de Contas dos
Convênios; e
V – Secretaria.
§ 1º As seções serão chefiadas por Oficiais no posto de Major ou Capitão
do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 23. Poderão ser criadas comissões temáticas, de caráter temporá-
rio, para desempenhar funções específicas ou realizar determinados estudos
técnicos, a critério do Comandante geral, chefiadas por oficiais superiores e
compostas por, no mínimo, mais dois oficiais membros.
Art. 24. As assessorias técnicas, voltadas para assuntos especializados
que extrapolem as atribuições normais dos órgãos de direção e de execução
da corporação, são constituídas de técnicos com graduação superior, indica-
dos pelo Comandante-geral e de livre nomeação do Governador do Estado.

109
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção II
Da Constituição e das Atribuições dos Órgãos
de Direção Intermediária ou Setorial

Art. 25. Os órgãos de direção intermediária compreendem os Comandos


Operacionais Intermediários.
Art. 26. Os órgãos de direção setorial compreendem:
I – as Diretorias;
II – o Corpo Militar de Saúde.
Art. 27. Aos Comandos Operacionais Intermediários, subordinados ao De-
partamento-Geral de Operações, cabe a direção, o controle e o planejamento
operacional das atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem
pública no âmbito de suas respectivas responsabilidades e circunscrições,
sendo assim definidos: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
I – Comandos de Policiamento da Capital; (Alterado pela Lei Complemen-
tar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
II – Comando de Policiamento da Região Metropolitana;
III – Comandos de Policiamento Regionais;
IV – Comando de Missões Especiais;
V – Comando de Policiamento Especializado.
VI – Comando de Policiamento Ambiental. (Alterado pela Lei Complemen-
tar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§1º Os Comandos Operacionais Intermediários serão comandados por ofi-
ciais no Posto de Coronel, do Quadro de Oficiais Policiais Militares, sendo
constituídos, no mínimo, por duas unidades subordinadas. (Alterado pela Lei
Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 27-A. Os Comandos Operacionais Intermediários terão a seguinte es-


trutura: (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
I – Comandante;
II – Subcomandante;
III – Estado-Maior;
IV – Seções;
V – Secretaria;
VI – Unidades Subordinadas.
§ 1º A função de Comandante dos Comandos Operacionais Intermediários
será exercida por Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 2º A função de Subcomandante dos Comandos Operacionais Intermedi-
ários será exercida por oficial no Posto de Tenente Coronel, do Quadro de Ofi-
ciais Policiais Militares, o qual acumulará a função de Chefe do Estado-Maior
de seu respectivo Comando. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
§ 3º Cada Comando Operacional Intermediário terá quatro Seções, que
compõem o seu Estado-Maior, sendo chefiadas por Major ou Capitão do Qua-
dro de Oficiais Policiais Militares, assim definidas: (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
a) P/1 - Pessoal; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro
de 2014)
b) P/2 - Inteligência; (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)
c) P/3 - Planejamento, Instrução e Operações; (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
d) P/4 - Administração. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)
§ 4º O Secretário será 1º Tenente do Quadro de Oficiais de Administração.
(Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º O detalhamento da estrutura, as atribuições, a circunscrição, o efe-


tivo, a denominação e a localização dos Comandos Operacionais Intermediá-
rios serão estabelecidos no regulamento desta Lei Complementar. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 28. As Diretorias de Apoio Logístico e de Finanças, dirigidas por Ofi-
ciais no Posto de Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares, são subor-
dinadas ao Departamento-Geral de Administração. (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º A Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos, dirigida por
Oficial no Posto de Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares, é subordi-
nada ao Departamento-Geral de Operações. (Acrescido pela Lei Complemen-
tar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º O Corpo Militar de Saúde, dirigido por Oficial no Posto de Coronel
preferencialmente do Quadro de Oficiais de Saúde, é subordinado ao Depar-
tamento-Geral de Pessoal. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13
de janeiro de 2020)
Art. 29. (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 30. À Diretoria de Apoio Logístico cabe a gestão de logística da corpora-
ção, por intermédio da direção e controle da aquisição do suprimento e da ma-
nutenção dos materiais, dos equipamentos, dos armamentos, das munições, das
viaturas e do transporte, bem como dos contratos administrativos, assim consti-
tuída: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Diretor;
II – Subdiretor;
III – Seção de Expediente e Transporte de Pessoal e Cargas;
IV – Seção de Fiscalização e Controle de Uniformes e Qualidade dos Ma-
teriais; e (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
V – Seção de Obras e Patrimônio;
VI – (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º O subdiretor da diretoria de apoio logístico será oficial no posto de


Tenente- Coronel do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por oficiais no pos-
to de Major do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
Art. 31. À Diretoria de Finanças cabe a gestão das finanças da corpo-
ração, por intermédio da direção e do controle das atividades financeiras e
contábeis, sendo assim constituída: (Alterado pela Lei Complementar n. 126,
de 13 de janeiro de 2020)
I – Diretor;
II – Subdiretor;
III – Seção de Controle Financeiro; (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
IV – Seção de Administração Financeira;
V – Seção de Contabilidade;
VI – Seção de Expediente;
§ 1º O Subdiretor da Diretoria de Finanças e o Chefe da Seção de Controle
Financeiro serão Oficiais no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais
Policiais-Militares ou do Quadro Complementar de Oficiais na categoria Con-
tador. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As Seções de Controle Financeiro, Administração Financeira e Conta-
bilidade serão chefiadas por Oficiais no posto de Major do Quadro de Oficiais
Policiais-Militares e a Seção de Expediente, por oficial no posto de
Capitão do Quadro de Oficiais de Administração. (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 32. (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 32-A. À Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos cabe a
gestão das ações de polícia comunitária e direitos humanos, por intermédio
da direção e do controle das iniciativas e estratégias preventivas no âmbito
da Corporação, sendo assim constituída: (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Diretor;
II – Subdiretor;
III – Seção de Polícia Comunitária;
IV – Seção de Direitos Humanos;
V – Seção de Políticas de Prevenção;
VI – Seção de Relações com a Sociedade.
§ 1º O Subdiretor de Polícia Comunitária e Direitos Humanos será oficial
no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares;
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por oficiais no Pos-
to de Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
Art. 33. O Corpo Militar de Saúde é responsável pela direção e pelo controle
do sistema de saúde e da assistência sanitária dos policiais militares e de seus
dependentes, bem como dos animais da Polícia Militar, sendo assim constituí-
do: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Diretor;
II – Subdiretor: função exercida por oficial no último posto do Quadro de
Oficiais de Saúde;
III – Estado-Maior do Corpo;
IV – Seção Técnica: exercida por oficial no posto de Tenente-Coronel do
Quadro de Oficiais de Saúde, na categoria de médico;
V – Seção Logística: exercida por oficial no posto de Tenente-Coronel do
Quadro de Oficiais de Saúde, na categoria de dentista ou farmacêutico;
VI – Unidades de execução, nos seguintes níveis:
a) nível I: unidades hospitalares, unidades ambulatoriais, unidades de
perícias médicas, clínicas e laboratórios e unidades de produção químico-far-
macêutica;
b) nível II: policlínicas regionais;
c) nível III: unidades sanitárias de área.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção III
Da Constituição dos Órgãos de Execução

Art. 34. Os Batalhões, Regimentos, Grupamentos Aéreos e as Compa-


nhias Independentes, subordinados aos Órgãos de Direção Intermediária, são
órgãos de execução que realizam a atividade-fim da Corporação. (Alterado
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 1º São órgãos de execução da atividade-fim as unidades operacionais
de polícia ostensiva.
§ 2º São órgãos de execução da atividade-meio, que apoiam a ativida-
de-fim, as unidades de apoio de pessoal, de logística, de ensino e instru-
ção, e de saúde.
Art. 35. Os Batalhões, Regimentos, Grupamentos Aéreos e as Compa-
nhias Independentes terão a seguinte estrutura: (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
I – Comandante;
II – Subcomandante;
III – Estado-Maior;
IV – Seções;
V – Secretaria.
§ 1º Os Batalhões e o Regimento de Polícia Montada serão comandados
por oficiais no posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Policiais-Mili-
tares, preferencialmente possuidores do Curso Superior de Polícia.
§ 2º Os subcomandos dos Batalhões e do Regimento de Polícia Montada
serão exercidos por oficiais no posto de Major do Quadro de Oficiais Poli-
ciais-Militares.
§ 3º Os Batalhões são constituídos de companhias orgânicas compostas
por pelotões formados por grupos de Polícia Militar.
§ 4º O Regimento de Polícia Montada é constituído por Esquadrões com-
postos por Pelotões formados por Grupos Montados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º Havendo necessidade de ampliar a capacidade operacional, os Ba-


talhões e o Regimento de Polícia Montada poderão se desdobrar, destacando
companhias orgânicas, esquadrões de polícia montada ou pelotões dentro de
sua área de circunscrição.
§ 6º As Companhias Independentes serão comandadas por oficiais no pos-
to de Major do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 7º Os subcomandantes das Companhias Independentes serão oficiais no
posto de Capitão do Quadro de Oficiais Policiais-Militares.
§ 8º Havendo necessidade de ampliar a capacidade operacional, as Com-
panhias Independentes poderão se desdobrar, destacando pelotões dentro de
sua área de circunscrição.
§ 9º Os Pelotões Policiais Militares Destacados serão comandados por Ofi-
cial Subalterno do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 10 Os Postos Policiais Destacados serão comandados por Praças do Qua-
dro de Combatentes. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de ja-
neiro de 2014)
§ 11 As Companhias Orgânicas dos Batalhões subordinados aos Coman-
dos Operacionais Intermediários serão comandadas por oficiais no posto de
Major ou Capitão do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 12 A Companhia de Comando e Serviços do Comando-Geral é Compa-
nhia Independente de Polícia Militar.
§ 13 Os Batalhões, o Regimento de Polícia Montada, os Grupamentos Aé-
reos e as Companhias Independentes terão quatro Seções, que compõem os
seus respectivos Estado-Maior, assim definidas: (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
a) P/1 - Pessoal;
b) P/2 - Inteligência;
c) P/3 - Planejamento, Instrução e Operações;
d) P/4 - Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 14 As Seções dos Batalhões do Regimento de Polícia Montada e dos Gru-


pamentos Aéreos serão chefiadas por oficiais no Posto de Capitão ou Tenente
do Quadro de Oficiais Policiais Militares, salvo a P/4 - Administração, que será
chefiada por Capitão do Quadro de Oficiais de Administração. (Alterado pela
Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 15 As Seções das Companhias Independentes serão chefiadas por ofi-
ciais no Posto de 1º Tenente do Quadro de Oficiais Policiais Militares, salvo a
P/4 - Administração, que será chefiada por 1º Tenente do Quadro de Oficiais
de Administração. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro
de 2014)
§ 16 O Secretário dos Batalhões e do Regimento de Polícia Montada será
2º Tenente do Quadro de Oficiais de Administração. (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 17 O Secretário das Companhias Independentes será 2º Tenente do
Quadro de Oficiais de Administração. (Alterado pela Lei Complementar n.
093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 35-A. São órgãos de apoio, que realizam a atividade-meio da Cor-
poração, as unidades de apoio de pessoal, de logística, de ensino e instru-
ção, de saúde e religioso. (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
Art. 36. São unidades de apoio de pessoal, subordinadas ao Departamen-
to- Geral de Pessoal, o Centro de Veteranos e Pensionistas, o Centro Integra-
do de Atenção Psicossocial e a Capelania. (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º A Chefia e a Subchefia do Centro de Veteranos e Pensionistas serão
exercidas, respectivamente, por Oficiais no posto de Tenente-Coronel e Major
do Quadro de Oficiais Policiais-Militares. (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º A Chefia e a Subchefia do Centro Integrado de Atenção Psicossocial


serão exercidas por Oficiais no posto de Tenente-Coronel ou Major do Quadro
de Oficiais Policiais-Militares ou do Quadro Complementar de Oficiais, nas ca-
tegorias de psicólogo ou assistente social. (Alterado pela Lei Complementar
n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º A chefia e subchefia da Capelania serão exercidas, respectivamente,
por oficiais no Posto de Tenente Coronel e Major, preferencialmente, do Qua-
dro de Oficiais Capelães ou do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Alterado
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 4º Os Comandos Operacionais Intermediários poderão instalar em sua
estrutura Núcleos de Atenção Psicossocial, sob a chefia de um oficial do Qua-
dro Complementar de Oficiais Policiais Militares, nas categorias de psicólogo
ou assistente social. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de ja-
neiro de 2020)
§ 5º Os núcleos previstos no parágrafo anterior serão subordinados aos
Comandantes das respectivas unidades onde forem instalados e serão con-
trolados pelo Departamento-Geral de Pessoal, por meio do Centro Integrado
de Atenção Psicossocial. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
Art. 37. São unidades de apoio, subordinadas à Diretoria de Apoio Logístico,
o Almoxarifado Central, o Centro de Compras e Contratos e o Centro de Patri-
mônio. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 37-A. O Almoxarifado Central é responsável pela execução da logís-
tica da Corporação, do suprimento, do armazenamento e da manutenção dos
materiais, equipamentos, armamentos, munições e viaturas, assim constituí-
do: (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Chefia;
II – Seção de Gerenciamento de Manutenção;
III – Seção de Armamento, Munição e Equipamentos;
IV – Seção de Gerência e Controle de Frota;
V – Seção de Almoxarifado e Distribuição;
VI – Secretaria.
§ 1º A Chefia do Almoxarifado Central será exercida por oficial no Posto de
Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por Major ou Ca-
pitão do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 3º A Secretaria será chefiada por 2º Tenente do Quadro de Oficiais de
Administração.
Art. 37-B. O Centro de Informática e Telecomunicações é órgão de apoio
subordinado ao Departamento-Geral de Administração, responsável pela exe-
cução das ações referentes à Tecnologia da Informação e Telecomunicações
da Corporação, sendo assim constituído: (Alterado pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia;
II – Seção de Administração Tecnológica;
III – Seção de Suporte ao Usuário;
IV – Seção de Sistemas de Informação;
V – Seção de Telecomunicações;
VI – Secretaria.
§ 1º A Chefia do Centro de Informática e Telecomunicações será exercida
por oficial no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por Major ou Ca-
pitão do Quadro de Oficiais Policiais Militares;
§ 3º A Secretaria será chefiada por 2º Tenente do Quadro de Oficiais de
Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 37-C. O Centro de Compras e Contratos é responsável pela execução


das ações relativas à aquisição de material de logística, bem como pela elabo-
ração e fiscalização de contratos administrativos referentes a essa aquisição,
sendo assim constituído: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
I – Chefia;
II – Seção de Compras, Contratos e Elaboração de Processos; (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
III – Seção de Elaboração, Controle, Fiscalização e Melhoria de Contratos;
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
IV – Seção de Pedido de Realização de Despesas; e (Alterado pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
V – Secretaria. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro
de 2020)
VI – (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º A Chefia do Centro de Compras e Contratos será exercida por Oficial
no Posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Altera-
do pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por oficiais supe-
riores ou intermediários do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 3º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 38. São unidades de apoio, subordinadas ao Departamento-Geral de
Educação e Cultura, o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças e o
Centro de Treinamento da Polícia Militar, sendo assim constituídos: (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Comando;
II – Subcomando;
III – Divisão de ensino;
IV – Seção administrativa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

V – Corpo de alunos;
VI – Secretaria.
§ 1º Os comandos e os subcomandos das unidades de apoio de ensino e
instrução serão exercidos, respectivamente, por oficiais no Posto de Tenente
Coronel e Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 2º Os Órgãos de que tratam os incisos III, IV e V deste artigo serão
chefiadas por oficiais no Posto de Major do Quadro de Oficiais Policiais Mili-
tares, salvo a prevista no inciso IV, que será chefiada pelo Subcomandante,
acumulativamente.
§ 3º A Secretaria será chefiada por 2º Tenente do Quadro de Oficiais de Ad-
ministração. (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 4º Fica autorizada a instituição de Colégios da Polícia Militar em regime
de convênio com as secretarias estadual e municipais de educação, no for-
mato de gestão compartilhada. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
§ 5º Lei específica tratará, no que couber, dos colégios previstos no parágrafo
anterior. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 38-A. A Academia de Polícia Militar “Cel Fontoura” é unidade de apoio
do Departamento-Geral de Educação e Cultura, responsável pela realização
dos cursos de formação, adaptação e habilitação de Oficiais, bem como pe-
las pós- graduações dos Oficiais da Polícia Militar e pelo desenvolvimento de
altos estudos e pesquisas científicas de segurança, sendo assim constituída:
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Comandante - Oficial no posto de Coronel do Quadro de Oficiais Poli-
ciais Militares, com pós-graduação “stricto sensu”;
II – Subcomandante - Oficial no posto de Tenente-Coronel do Quadro de
Oficiais Policiais Militares, com pós-graduação “stricto sensu”;
III – Divisão de Pós-Graduação e Altos Estudos;
IV – Divisão de Ensino;
V – Divisão Administrativa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – Corpo de Alunos; e VII - Secretaria.


§ 1º As divisões e o corpo de alunos serão chefiados por Oficiais no posto
de Major do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 38-B. O Centro de Memória é unidade de apoio subordinada ao Depar-
tamento-Geral de Educação e Cultura, responsável por conservar, investigar,
comunicar, interpretar e expor, para fins de preservação, estudo, pesquisa,
educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico,
artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas
ao público, a serviço da Corporação e da sociedade, sendo assim constituído:
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia;
II – Museu;
III – Arquivo Geral;
IV – Biblioteca; e V- Secretaria.
§ 1º O Centro de Memória será chefiado por um Oficial no posto de Te-
nente- Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º O Museu, o Arquivo Geral e a Biblioteca serão chefiados por Oficiais.
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 38-C. O Centro de Patrimônio é unidade de apoio subordinada à
Diretoria de Apoio Logístico, responsável pelo patrimônio, por intermédio
do controle dos bens móveis, imóveis e semoventes, obras, materiais béli-
cos pertencentes à Corporação, sendo assim constituído: (Acrescido pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Chefia;
II – Seção de Bens Móveis e Semoventes;
III – Seção de Bens Imóveis e Obras;
IV – Seção de Material Bélico; e V - Secretaria.
§ 1º O Centro de Patrimônio será chefiado por Oficial no posto de Tenente-
Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por Oficiais. (Acres-
cido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º A Secretaria será chefiada por Oficial do Quadro de Oficiais de Admi-
nistração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 39. São unidades de apoio de saúde, subordinadas ao Corpo Militar
de Saúde, o Hospital da Polícia Militar, o Ambulatório Médico Central, a Odon-
toclínica, o Laboratório de Análises e Diagnoses, o Centro de Abastecimento
Farmacêutico, a Unidade de Perícias Médicas, o Centro Médico- Veterinário, o
Centro de Reabilitação, as Policlínicas Regionais e as Unidades Sanitárias de
Área. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º As unidades de apoio de saúde serão dirigidas por oficiais no posto de
Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais de Saúde, nas respectivas categorias.
§ 2º As subdireções das unidades de apoio de saúde serão exercidas por
oficiais no posto de Major do Quadro de Oficiais de Saúde, nas respectivas
categorias.
§ 3º Os diretores e subdiretores das unidades de apoio de saúde, confor-
me a necessidade do serviço, poderão concorrer ao atendimento do serviço
de saúde em suas respectivas unidades. (Acrescido pela Lei Complementar n.
126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º Os Comandos Operacionais Intermediários e o Departamento-Geral
de Educação e Cultura poderão instalar em suas Unidades serviços de aten-
dimento de saúde médico, odontológico, de reabilitação, médico veterinário,
nutricionista, enfermagem ou farmacêutico, sob a chefia de Oficial do Quadro
de Saúde, da respectiva categoria de atendimento. (Acrescido pela Lei Com-
plementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

123
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º Os serviços previstos no § 4º deste artigo serão subordinados aos


Comandantes das respectivas Unidades onde o serviço for instalado e con-
trolados pelo Corpo Militar de Saúde, por meio do órgão de apoio corres-
pondente ao serviço. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 6º Decreto do Governador do Estado regulamentará o Sistema de Saúde
da Polícia Militar do Pará. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)
Art. 39-A. O Centro de Capacitação em Prevenção é unidade de apoio
subordinada à Diretoria de Polícia Comunitária, sendo responsável pelo plane-
jamento, pela coordenação, pela execução, pelo acompanhamento e pela re-
alização das ações formativas realizadas por sua Diretoria, sendo assim cons-
tituído: (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
I – Chefia;
II – Seção de Gerenciamento Técnico-Operacional;
III – Seção Pedagógica;
IV – Seção Administrativa;
V – Seção de Avaliação e Resultados;
VI – Secretaria.
§ 1º A Chefia do Centro de Capacitação e Prevenção Primária será exer-
cida por oficial no Posto de Tenente Coronel do Quadro de Oficiais Policiais
Militares.
§ 2º As seções de que trata este artigo serão chefiadas por oficiais supe-
riores ou intermediários do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
§ 3º A Secretaria será chefiada por 2º Tenente do Quadro de Oficiais de
Administração.
Art. 40. As unidades de execução são constituídas de um comandante,
diretor ou chefe, de um subcomandante, subdiretor ou subchefe, elementos
de comando, direção ou chefia e frações subordinadas, em número variável
de acordo com as necessidades da missão.

124
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 41. O detalhamento dos órgãos de direção e de execução constará


do quadro de organização Básica da corporação, constante no anexo II desta
lei Complementar.

TÍTULO III
DO PESSOAL

CAPÍTULO I
DO PESSOAL DA POLÍCIA MILITAR

Art. 42. O pessoal da Polícia Militar compõe-se de:


I – Pessoal Militar da Ativa: (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de
15 de janeiro de 2014)
a) oficiais, constituindo os seguintes quadros:
1. Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM), constituído de Oficiais
com o Curso de Formação de Oficiais PM Combatentes, sendo um dos requisi-
tos para o ingresso na Corporação ser possuidor do diploma de curso superior
de Direito, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da
Educação; (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
2. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
3. Quadro de Oficiais de Saúde (QOSPM), constituído de Oficiais médicos,
dentistas, farmacêuticos, veterinários, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricio-
nistas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais; (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
4. Quadro Complementar de Oficiais (QCOPM), constituído de oficiais com
graduação superior nas áreas da psicologia, assistência social, comunicação
social, pedagogia, contabilidade, estatística, terapia ocupacional e informática;
5. Quadro de Oficiais de Administração (QOAPM), constituído por pessoal
oriundo das graduações de Subtenente a 2º Sargento, possuidores do Curso
de Habilitação de Oficiais (CHO); (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de
15 de janeiro de 2014)

125
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

6. Quadro de Oficiais Especialistas (QOEPM), constituído por pessoal oriun-


do das graduações de Subtenente a 2º Sargento, possuidores do Curso de
Habilitação de Oficiais (CHO); (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15
de janeiro de 2014)
7. Quadro de Oficiais Capelães Policiais Militares (QOCPM), constituído de
oficiais, portadores de diploma de curso superior em Teologia, expedido por
instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação. (Alterado pela
Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
b) Praças, integrantes do Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM),
constituído de Praças com o Curso de Formação de Praças, com qualificação
combatente e especialista, sendo um dos requisitos para ingresso na Corpo-
ração o ensino médio completo, assim definidos: (Alterado pela Lei Comple-
mentar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
1. Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Combatentes (QPMP-0),
constituído por Praças com o Curso de Formação de Praças, com a qualifica-
ção combatente. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro
de 2020)
2. Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Especialistas em Música
(QPMP-1), constituído por Praças com Curso de Formação de Praças, com a
qualificação especialista músico. (Alterado pela Lei Complementar n. 126, de
13 de janeiro de 2020)
2.1. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
2.2. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
2.3. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
2.4. (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
2.5. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
2.6. (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
2.7. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
2.8. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

126
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

3. Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Especialistas Auxilia-


res de Saúde (QPMP-2), compostos por Praças com Curso de Formação de
Praças, com a qualificação especialista auxiliar de saúde. (Acrescido pela Lei
Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
II – Pessoal Militar Inativo: (Alterado pela Lei Complementar n. 093, de
15 de janeiro de 2014)
a) pessoal da reserva remunerada: oficiais e praças transferidos para a
reserva remunerada;
b) pessoal reformado: oficiais e praças reformados.
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§ 3º Ficam suprimidas as demais qualificações Policial-Militar de Praças
Especialistas, os quais passarão a compor o único Quadro de Praças Policiais
Militares Combatentes, cuja antiguidade será definida pela data da última
promoção, subsistindo a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus
hierárquicos anteriores, à data de inclusão e à data de nascimento. (Alterado
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
§4º Os militares pertencentes a carreira do quadro único de praças, que
na data da publicação desta Lei estiverem exercendo a função de músico,
poderão optar, conforme disponibilidade de vaga, respeitada a antiguidade
e modernidade, ser lotados na categoria de qualificação de praças músicos,
desde que atestem qualificação para o exercício da referida função. (Acresci-
do Le i Complementar n º 104, de 18 de janeiro de 2016)
§ 5º A Polícia Militar adotará as providências necessárias para que o Curso
de Formação de Oficiais e o Curso de Formação de Praças de que trata este
artigo tenham a titulação de pós-graduação e graduação superior tecnoló-
gica, respectivamente. (Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de
janeiro de 2020)

127
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º O Oficial de Polícia Militar do Pará é autoridade para investigar, com


exclusividade, as infrações penais militares, nos termos da legislação vigente.
(Acrescido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 42-A. A Polícia Militar do Estado do Pará poderá dispor, através de Lei
Ordinária, de Quadro Civil, com cargo de provimento efetivo, cujo o regime
jurídico será o da Lei n. 5.810, de 24 de janeiro de 1994, para execução de
atividades exclusivamente administrativas, excluídas as funções de Coman-
do, Direção e Chefia previstas nos Quadros da Organização Básica da Corpo-
ração. (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

CAPÍTULO II
DO EFETIVO DA POLÍCIA MILITAR

Art. 43. O efetivo da Polícia Militar do Pará é fixado em 31.757 (trinta


e um mil setecentos e cinquenta e sete) policiais militares, distribuídos nos
quadros, categorias, postos e graduações constantes no Anexo I desta Lei
Complementar.
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º A matriz de distribuição do efetivo fixado no caput deste artigo será
regulamentada por ato do Poder Executivo para atender às necessidades dos
órgãos que compõem a estrutura organizacional da Corporação no cumpri-
mento de sua missão institucional. (Alterado pela Lei Complementar n. 093,
de 15 de janeiro de 2014)
Art. 44. O efetivo de oficiais e praças da Casa Militar da Governadoria do
Estado, da Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça, do Gabinete Militar
do Ministério Público, do Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Esta-
do e do Gabinete Militar do Tribunal de Contas do Estado estão incluídos no

128
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Quadro de Oficiais Policiais-Militares e Quadro de Praças Policiais-Militares,


respectivamente, previstos nesta Lei Complementar. (Alterado pela Lei Com-
plementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 45. No Quadro de Oficiais de Saúde (QOSPM), constituído por ofi-
ciais da área de saúde com a responsabilidade de prevenção, manutenção e
restauração da saúde dos militares estaduais e seus dependentes, além de
assistência sanitária aos animais da Corporação, há duas vagas no Posto de
Coronel, sendo uma destinada à categoria de médico e outra às demais cate-
gorias pertencentes ao respectivo quadro. (Alterado pela Lei Complementar
n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 46. O Quadro Complementar de Oficiais Policiais Militares (QCOPM) é
constituído de oficiais possuidores de especializações de nível superior neces-
sárias ao apoio psicossocial dos integrantes da Corporação e seus dependen-
tes, ao desenvolvimento funcional e das missões da Polícia Militar, estando
prevista quatro vagas no Posto de Tenente Coronel para ser preenchida por
oficial de qualquer uma das categorias pertencentes ao respectivo quadro.
(Alterado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 47. O Quadro de Oficiais Bombeiros-Militares (QOBM) e o Quadro
Complementar de Praças Policiais-Militares (QCPPM) existentes na Corpora-
ção são considerados em extinção.
Art. 48. O preenchimento das vagas existentes no efetivo fixado nesta Lei
Complementar e as promoções nos quadros de oficiais e praças serão realiza-
dos de modo progressivo, mediante a autorização do Chefe do Poder Execu-
tivo Estadual e de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do
Estado para atender às demandas sociais e estratégicas da defesa social e de
segurança pública, e à medida que forem criadas, ativadas, transformadas ou
extintas as organizações policiais-militares e as funções definidas na presente
Lei Complementar, quanto à organização básica da Polícia Militar.

129
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 49. O Fundo de Saúde da PMPA (FUNSAU), instituído pela Lei n.


4.491, de 28 de novembro de 1973, e suas alterações, cujo Estatuto está
regulamentado pelo Decreto n. 5.320, de 12 de julho de 2002, dirigido por
oficial superior da corporação, é órgão vinculado ao Comandante-geral da
corporação, com a finalidade de prover e gerenciar os recursos necessários à
manutenção do sistema de saúde das instituições militares do Estado, visan-
do à assistência à saúde dos militares estaduais e de seus dependentes.
Art. 50. O Fundo de Assistência Social da Polícia Militar (FAS/CESO), ins-
tituído pela Lei n. 6.346, de 28 de dezembro de 2000, dirigido por oficial su-
perior da corporação, é órgão vinculado ao Comandante-geral da corporação
com a finalidade de realizar os serviços de assistência social aos militares
estaduais e seus dependentes.
Parágrafo único. O regimento do FAS/CESO será editado no regulamento
desta Lei Complementar.
Art. 51. A competência da Comissão Permanente de Corregedoria do
Comando de Missões Especiais, prevista no art. 13 desta Lei Complementar,
fica estendida aos policiais militares lotados no Comando-Geral, no Corpo
Militar de Saúde, nas unidades de apoio de saúde e nas unidades de apoio
de ensino e instrução.
Art. 52. A competência da Comissão Permanente de Corregedoria do Co-
mando de Policiamento Especializado, prevista no art. 13 desta Lei Comple-
mentar, fica estendida ao Comando de Policiamento Ambiental e aos policiais
militares da reserva remunerada e reformados.

130
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 52-A. Na falta de Oficial Subalterno do Quadro de Oficiais Policiais


Militares, nos termos previsto no § 9º do art. 35 desta Lei Complementar, o
Pelotão Policial Militar Destacado poderá ser comandado por Oficiais do Qua-
dro de Oficiais de Administração, Subtenentes ou Sargentos Combatentes.
(Alterado pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 52-B. As Chefias da Capelania e do Centro de Psicologia e Assistência
Social serão exercidas por oficial no Posto de Coronel do Quadro de Oficiais
Capelães e Complementar, respectivamente, enquanto houver na ativa Oficial
PM no referido Posto. (Acrescido pela Lei Complementar n. 093, de 15 de
janeiro de 2014)
Art. 52-C. As Companhias Independentes de Missões Especiais e as
Companhias Independentes de Policiamento Ambiental, subordinadas ao Co-
mando de Missões Especiais e ao comando de Policiamento Ambiental, res-
pectivamente, onde estiverem instaladas, exercerão suas atividades com a
coordenação dos respectivos Comandos de Policiamento Regionais. (Acresci-
do pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 52-D. Nos Municípios que possuem Companhias Independentes de
Polícia Militar a serem ativadas poderão ser instalados provisoriamente Pelo-
tões Policiais Militares Destacados até a ativação daquelas Unidades. (Acres-
cido pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 53. A indenização de Representação é devida aos integrantes da
Polícia Militar do Pará, no percentual fixo de 80% (oitenta por cento) do res-
pectivo padrão remuneratório do cargo em comissão do Grupo Direção e As-
sessoramento Superior, GEP-DAS-010.
§ 1º A indenização de Representação será concedida aos integrantes da
Polícia Militar do Estado que estiverem no exercício das funções previstas no
Anexo II desta Lei Complementar.
§ 2º Excetuados os cargos de fundos vinculados e das assessorias técni-
cas, todos os demais cargos de provimento em comissão constantes nesta Lei
Complementar são privativos de pessoal da ativa da Corporação. (Alterado
pela Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)

131
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Respeitado o direito de opção, não haverá pagamento cumulativo


das vantagens de que trata esta Lei Complementar com as previstas na Lei n.
5.320, de 20 de junho de 1986.

CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 54. A organização básica da Polícia Militar, prevista no Anexo III des-
ta Lei Complementar, será efetivada progressivamente, por meio de atos do
Poder Executivo.
Art. 55. Compete ao Governador do Estado, mediante decreto e por pro-
posta do Comandante-geral da Polícia Militar, a criação, denominação, locali-
zação, circunscrição, transformação, extinção e a estruturação de órgãos de
direção e execução, nos limites desta Lei Complementar.
Parágrafo único. As missões, o detalhamento e a representação gráfica da
estrutura organizacional, as responsabilidades, as circunscrições e as compe-
tências dos órgãos de direção e execução, e as atribuições dos comandantes,
diretores e chefes serão estabelecidos no regulamento desta lei Complementar.
Art. 56. As funções dos órgãos de direção setorial, intermediária, de apoio
e de execução contidas no Anexo II da presente Lei, poderão, excepcional-
mente e/ou por necessidade do serviço, ser exercidas por oficiais de posto
imediatamente inferior, resguardados os direitos inerentes ao posto previsto.
Art. 56-A Em situações excepcionais, por ato devidamente motivado e
fundamentado, as funções dos órgãos de direção setorial, intermediária, de
apoio e de execução contidas no Anexo II da presente Lei, poderão ser exer-
cidas por Oficiais de Posto imediatamente superior, visando única e exclusiva-
mente atender à união da entidade familiar. (Acrescido pela Lei Complemen-
tar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 56-B. Na ausência de Oficiais intermediários do Quadro de Oficiais
Policiais Militares, as companhias orgânicas das Unidades Operacionais de
Polícia Ostensiva, subordinadas aos Comandos de Policiamento Regionais, po-

132
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

derão, excepcionalmente ou por necessidade do serviço, ser comandadas por


Oficiais subalternos do Quadro de Oficiais Policiais Militares. (Acrescido pela
Lei Complementar n. 126, de 13 de janeiro de 2020)
Art. 57. Os comandos Operacionais Intermediários, os batalhões, regi-
mentos e companhias independentes terão suas denominações e numerações
definidas a partir de seus atos de criação e ativação.
Parágrafo único. As companhias independentes existentes serão renume-
radas para atender ao previsto neste artigo.
Art. 57-A. Os oficiais que compõem o Quadro Complementar de Oficiais
Policiais-Militares (QCOPM) e o Quadro de Oficiais Capelães Policiais Militares
(QOCPM) poderão ser promovidos até o Posto de Tenente Coronel. (Acrescido
pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)
Art. 58. Ficam convalidados os atos administrativos que criaram e ativa-
ram os órgãos da Polícia Militar anteriormente a esta Lei Complementar, os
respectivos preenchimentos de cargos e funções pertinentes e as consequen-
tes promoções em atendimento às necessidades da articulação operacional
da corporação, mantidas as suas atribuições, organizações, estruturas, cir-
cunscrições e denominações no que não contrariar esta norma e sem prejuízo
do novo quadro de organização básica.
Art. 59. Os recursos necessários à execução da presente Lei Comple-
mentar correrão à conta do Tesouro Estadual, consignados no orçamento do
Estado, ficando o Poder Executivo autorizado a proceder ao escalonamento
na liberação dos recursos pertinentes à medida que as vagas existentes no
efetivo forem preenchidas.
Art. 60. O regulamento desta Lei Complementar será editado em 120
(cento e vinte) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 60. O Regulamento desta Lei Complementar será editado em cento e
oitenta dias, a contar de sua publicação.
Art. 61. (Revogado pela Lei Complementar n. 093, de 15 de janeiro de 2014)

133
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 62. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 63. Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO, 7 de fevereiro de 2006.

SIMÃO JATENE
Governador do Estado

134
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO I
(Modificado pela LEI COMPLEMENTAR n. 126, DE 13 DE JANEIRO DE 2020)
QUADROS, CATEGORIAS, POSTOS E GRADUAÇÕES DO EFETIVO DA POLÍ-
CIA MILITAR DO PARÁ

1. QUADRO DE OFICIAIS POLICIAIS-MILITARES (QOPM) - COMBATENTES


POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE
CORONEL 40
TENENTE-CORONEL 135
MAJOR 250
CAPITÃO 330
PRIMEIRO-TENENTE 460
SEGUNDO-TENENTE 585
TOTAL 1.800

2. QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS-MILITARES (QOBM) – EXTINTO

3. QUADRO DE OFICIAIS POLICIAIS-MILITARES DE SAÚDE (QOSPM)


CATEGORIAS

TERAPEUTA OCUPACIONAL
FONOAUDIÓLOGO
FISIOTERAPEUTA

POSTO/
NUTRICIONISTA
FARMACÊUTICO

GRA DUAÇÃO
VETERINÁRIO

ENFERMEIRO
DENTISTA
MÉDICO

TOTAL

CORONEL 2*
TENENTE- CORONEL 8 4 3 2 1 1 1 1 1 22
MAJOR 18 14 5 3 2 1 1 1 1 46
CAPITÃO 30 16 8 4 4 3 2 2 2 71
PRIMEIRO- TENENTE 36 16 10 4 4 3 2 2 3 80
SEGUNDO- TENENTE 48 16 10 4 4 3 2 2 4 93
TOTAL 140 66 36 17 15 11 8 8 11 314

*Conforme art. 45 desta Lei Complementar

135
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

4. QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS POLICIAIS-MILITARES (QCOPM)

CATEGORIA

TÉCNICO DE INFORMÁTICA-
NÍVEL SUPERIOR
POSTO/GRADUAÇÃO TOTAL

COMUNICÓLOGO

ESTATÍSTICO
ASSISTENTE
PSICOLOGO

PEDAGOGO
CONTADOR
SOCIAL

TENENTE-CORONEL 0 0 0 0 0 0 0 4*

MAJOR 2 2 1 1 1 1 1 9

CAPITÃO 3 3 1 1 2 2 1 13

PRIMEIRO-TENENTE 5 5 2 2 2 2 2 20

SEGUNDO-TENENTE 8 8 3 2 3 4 3 31

TOTAL 18 18 7 6 8 9 7 77

5. QUADRO DE OFICIAIS CAPELÃES POLICIAIS-MILITARES (QOCPM)


POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE

TENENTE-CORONEL 1

MAJORL 1

CAPITÃOL 2

PRIMEIRO-TENENTEL 2

SEGUNDO-TENENTEL 4

TOTAL 10

6. QUADRO DE OFICIAIS DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAIS-MILITARES (QOAPM)


POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE

CAPITÃO 47

PRIMEIRO-TENENTE 75

SEGUNDO-TENENTE 106

TOTAL 228

136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

7. QUADRO DE OFICIAIS ESPECIALISTAS POLICIAIS-MILITARES (QOEPM)


POSTO/GRADUAÇÃO ATUAL

CAPITÃO 4

PRIMEIRO-TENENTE 8

SEGUNDO-TENENTE 12

TOTAL 24

8. QUADRO DE PRAÇAS POLICIAIS-MILITARES (QPPM)


8.1. QUADRO DE QUALIFICAÇÃO POLICIAL-MILITAR PARTICULAR DE PRAÇAS
COMBATENTES (QPMPA-0)
POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE

SUBTENENTE 260

PRIMEIRO-SARGENTO 700

SEGUNDO- SARGENTO 1.900

TERCEIRO-SARGENTO 3.900

CABO 8.500

SOLDADO 13.460

TOTAL 28.720

8.2. QUADRO DE QUALIFICAÇÃO POLICIAL-MILITAR PARTICULAR DE PRAÇAS


ESPECIALISTAS

CATEGORIAS
POSTO/GRADUAÇÃO AUXILIAR SAÚDE TOTAL
MÚSICO (QPMPA-1)
(QPMPA-2)
SUBTENENTE 25 25 50

PRIMEIRO-SARGENTO 32 37 69

SEGUNDO-SARGENTO 37 42 79

TERCEIRO-SARGENTO 44 50 94
CABO 49 63 112
SOLDADO 80 100 180
TOTAL 267 317 584

137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO II
QUADRO DE INDENIZAÇÃO POR REPRESENTAÇÃO
(80% DO PADRÃO DO CARGO EM COMISSÃO)

CARGO PADRÃO QUANTIDADE


Comandante-Geral * 1

Chefe do Estado-Maior Geral * 1

Corregedor-Geral GEP-DAS-011.6 1

Chefe de Departamento e Centro de Inteligência GEP-DAS-011.6 5

Chefe de Gabinete do Comandante-Geral GEP-DAS-011.5 1

Comandante Operacional Intermediário GEP-DAS-011.5 19

Diretor de Órgãos de Direção Setorial GEP-DAS-011.5 4

Diretor de Fundos Vinculados GEP-DAS-011.5 2

Ajudante Geral GEP-DAS-011.5 1

Assessor Técnico GEP-DAS-012.5 7

Assistente do Comandante Geral GEP-DAS-011.5 1

Subchefe do Estado-Maior Geral GEP-DAS-011.5 1

Subcorregedor-Geral GEP-DAS-011.5 1

Subchefe do Centro de Inteligência GEP-DAS-011.5 1

Chefe da Divisão de Polícia Judiciária Militar GEP-DAS-011.5 1

Comandante da Academia de Polícia Militar GEP-DAS-011.5 1

Consultor-Chefe GEP-DAS-011.5 1

Chefe da Controladoria Interna GEP-DAS-011.5 1

Presidente de Comissão de Correição dos Coint GEP-DAS-011.4 18

Chefe de Seção de Departamento e Centro de GEP-DAS-011.4 11


Inteligência
Assistente de Departamento GEP-DAS-011.4 2

Chefe do Escritório de Projetos GEP-DAS-011.4 1

Subcomandante de Comando Operacional GEP-DAS-011.4 19


Intermediário
Subdiretor de Órgãos de Direção Setorial GEP-DAS-011.4 4

Subdiretor de Fundos Vinculados GEP-DAS-011.4 2

138
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Membro da Controladoria Interna GEP-DAS-011.3 3


Membro da Comissão Permanente de Licitação GEP-DAS-011.3 3

Subcomandante de Batalhão GEP-DAS-011.3 45

Subcomandante do Regimento de Polícia Militar GEP-DAS-011.3 1

Subcomandante, subchefe ou subdiretor de Unidade de GEP-DAS-011.3 17


Apoio
Comandante de Companhia Independente GEP-DAS-011.3 44

Comandante de Companhia Orgânica GEP-DAS-011.3 103

Comandante da Companhia de Comando e Serviços GEP-DAS-011.3 1

Secretário da Ajudância Geral GEP-DAS-011.3 1

Chefe do Protocolo do Comando-Geral GEP-DAS-011.3 1

Secretário da Comissão Permanente de Licitação GEP-DAS-011.3 1

Chefe de Núcleo de Inteligência GEP-DAS-011.3 4

Subcomandante de Companhia Independente GEP-DAS-011.2 44

Subcomandante da Companhia de Comando e Serviços GEP-DAS-011.2 1


Comandante e Regente da Banda de Música GEP-DAS-011.2 2

Comandante de Pelotão Policial Militar Destacado GEP-DAS-011.2 94

Comandante de Posto Policial Destacado GEP-DAS-011.1 150

Segurança do Comandante-Geral GEP-DAS-011.1 6

Segurança do Chefe do Estado-Maior Geral GEP-DAS-011.1 2

TOTAL 938

139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO III
QUADRO DE ORGANIZAÇÃO BÁSICA

ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL

COMANDANTE GERAL

ALTO-COMANDO

ESTADO-MAIOR GERAL SEÇÕES

SEÇÕES

COMISSÃO DE CORREIÇÃO-GERAL
CORREGEDORIA GERAL
COMISSÕES DE CORREIÇÃO

DIVISÕES

SEÇÕES
DEPARTAMENTO GERAL DE
OPERAÇÕES COMANDOS OPERACIONAIS INTERMEDIÁRIOS
COMANDO
-GERAL (CG) DIRETORIA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA

SEÇÕES

DIRETORIA DE APOIO LOGÍSTICO


DEPARTAMENTO GERAL DE
ADMINISTRAÇÃO
DIRETORIA DE FINANÇAS

CENTRO DE INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÕES

DEPARTAMENTO GERAL DE
SEÇÕES
PESSOAL

CORPO MILITAR DE SAÚDE

CENTRO DE VETERANOS E PENSIONISTAS

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

CAPELANIA

SEÇÕES

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR “CEL FONTOURA”

CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS


DEPARTAMEN TO GERAL DE
EDUCAÇÃO E CULTURA CENTRO DE TREINAMENTO DA POLÍCIA MILITAR

CENTRO DE MEMÓRIA

COLÉGIOS DA POLÍCIA MILITAR

SEÇÕES
CENTRO DE
INTELIGÊNCIA
NÚCLEOS DE INTELIGÊNCIA

140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

GABINETE DO COMANDANTE-GERAL

COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE OFICIAIS

COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS

AJUDÂNCIA-GERAL

CONSULTORIA JURÍDICA

CONTROLADORIA INTERNA

COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

ESCRITÓRIO DE PROJETOS DA POLÍCIA MILITAR

ORGÃOS DE DIREÇÃO INTERMEDIÁRIA

ESTADO-MAIOR

BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE

REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA

BATALHÃO DE RONDAS OSTENSIVAS TÁTICAS MOTORIZADAS


COMANDO DE
BATALHÃO DE OPERAÇÕES POLICIAIS ESPECIAIS
MISSÕES ESPECIAIS
(CME) BATALHÃO DE AÇÕES COM CÃES

COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / MARABÁ

COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / SANTARÉM

COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / CASTANHAL

COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / ALTAMIRA

ESTADO-MAIOR

BATALHÃO DE POLÍCIA DE GUARDAS

BATALHÃO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA

BATALHÃO DE POLÍCIA PENITENCIÁRIA


COMANDO DE
POLICIAMENTO
BATALHÃO DE POLÍCIA DE EVENTOS
ESPECIALIZADO (CPE)
COMPANHIA INDEPENDENTE ESPECIAL DE POLÍCIA
ASSISTENCIAL

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA ESCOLAR

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA TURÍSTICA

141
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ESTADO-MAIOR

BATALHÃO DE POLÍCIA AMBIENTAL

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA FLUVIAL

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL /


COMANDO DE POLICIAMENTO SANTARÉM
AMBIENTAL (CPA)
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL /
PARAGOMINAS

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL /


PARAUAPEBAS

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL / S.


FÉLIX DO XINGU

ESTADO-MAIOR

1º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM

2º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM


COMANDO DE POLICIAMENTO DA
CAPITAL I (CPC I) 20º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM

27º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM

28º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM

ESTADO-MAIOR

10º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (ICOARACI)

COMANDO DE POLICIAMENTO DA
24º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
CAPITAL II (CPC II)
25º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (MOSQUEIRO)

26º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (OUTEIRO)

ESTADO-MAIOR

6 º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA

21º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARITUBA


COMANDO DE POLICIAMENTO
DA REGIÃO METROPOLITANA
29º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA
(CPRM)
30º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA

2ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR /


BENEVIDES

ESTADO-MAIOR

3º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTARÉM


COMANDO DE POLICIAMENTO I /
SANTARÉM (CPR I) 18º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MONTE ALEGRE

35º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTARÉM

142
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

12ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ORIXIMINÁ

26ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/ ALENQUER

27ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/ ALMEIRIM

28ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / JURUTI

29ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/ ÓBIDOS

ESTADO-MAIOR

4º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARABÁ

23º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / PARAUAPEBAS


COMANDO DE
POLICIAMENTO II 34º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARABÁ
/ MARABÁ (CPR II)
11ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/ RONDON DO PARÁ

24ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ITUPIRANGA

25ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR /


ELDORADO DOS CARAJÁS

ESTADO-MAIOR

5º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CASTANHAL


COMANDO DE
POLICIAMENTO III 12º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTA ISABEL DO PARÁ
/ CASTANHAL (CPR
3ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / VIGIA
III)
9ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SÃO MIGUEL DO GUAMÁ

14ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / TOMÉ-AÇU

ESTADO-MAIOR
COMANDO DE 13º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / TUCURUÍ
POLICIAMENTO IV
/ TUCURUÍ (CPR IV) 6ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / TAILÂNDIA

18ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / JACUNDÁ

23ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / NOVO REPARTIMENTO

ESTADO-MAIOR
COMANDO DE 7º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / REDENÇÃO
POLICIAMENTO V
/ REDENÇÃO (CPR V) 22º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA

30ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SANTANA DO ARAGUAIA

COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO VI
19º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / PARAGOMINAS
/ PARAGOMINAS (CPR
VI) 21ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / DOM ELISEU

143
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ESTADO-MAIOR

11º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CAPANEMA

33º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BRAGANÇA


COMANDO DE
POLICIAMENTO VII / 1ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SALINÓPOLIS
CAPANEMA (CPR VII)
10ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / CAPITÃO POÇO

15ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / AUGUSTO CORRÊA

19ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / VISEU

ESTADO-MAIOR
COMANDO DE 16º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ALTAMIRA
POLICIAMENTO VIII /
13ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / URUARÁ
ALTAMIRA (CPR VIII)
16ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ANAPU

ESTADO-MAIOR

14º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BARCARENA

COMANDO DE 31º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ABAETETUBA


POLICIAMENTO IX
/ ABAETETUBA (CPR IX) 32º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CAMETÁ

4ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ACARÁ

5ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / BAIÃO

8ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / MOJU

COMANDO DE
POLICIAMENTO X ESTADO-MAIOR
/ITAITUBA (CPR X)

15º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ITAITUBA

7ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR /


NOVO PROGRESSO

17ª COMPANHIA RURÓPOLIS INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/

COMANDO DE
POLICIAMENTO XI/ ESTADO-MAIOR
SOURE (CPR XI)

8º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SOURE

20ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA


MILITAR/MUANÁ

COMANDO DE POLICIA-
MENTO XII / BREVES ESTADO-MAIOR
(CPR XII)

9º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BREVES

22ª COMPANHIA PORTEL INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR/

144
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

32ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / AFUÁ

COMANDO DE POLICIA-
MENTO XIII / SÃO FÉLIX ESTADO-MAIOR
DO XINGU (CPR XIII)

17º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / XINGUARA

36º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SÃO FÉLIX DO XINGU

31ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / OURILÂNDIA DO NORTE

ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL

SEÇÕES

ALMOXARIFADO CENTRAL
DIRETORIA APOIO
DE
LOGÍSTICO
CENTRO DE COMPRAS E CONTRATOS

CENTRO DE PATRIMÔNIO

DIRETORIA
DE SEÇÕES
FINANÇAS

DIRETORIA POLÍCIA SEÇÕES


DE
COMUNITÁRIA
CENTRO DE CAPACITAÇÃO E PREVENÇÃO

CORPO MILITAR DE
SEÇÕES
SAÚDE

HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR

AMBULATÓRIO MÉDICO CENTRAL

ODONTOCLÍNICA
LABORATÓRIO DE ANÁLISES E DIAGNOSES

CENTRO DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO

CENTRO DE PERÍCIAS MÉDICAS

CLÍNICA MÉDICO-VETERINÁRIA

CENTRO DE REABILITAÇÃO

POLICLÍNICAS REGIONAIS

UNIDADES SANITÁRIAS DE ÁREA

SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE SAÚDE

145
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO IV
QUADRO DE ALTERAÇÃO DE NOMENCLATURA

CARGO PADRÃO QTD. CARGO PADRÃO QTD.

Presidente da Comissão GEP-DAS- 011.5 1 Subcorregedor-Geral GEP-DAS-011.5 1


Permanente de
Correição Geral

Chefe da Seção de GEP-DAS- 011.4 1 Chefe da Seção de Con- GEP-DAS-011.4 1


Planejamento trole Financeiro
Orçamentário

Membro da Comissão GEP-DAS- 011.3 3 Membro da Controlado- GEP-DAS-011.3 3


Permanente de ria Interna
Controle Interno

Comandante de Posto GEP-DAS- 011.1 150 Comandante de Posto GEP-DAS-011.1 150


Destacado Policial
Policial Militar Destacado

TOTAL 155 TOTAL 155

146
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO V
QUADRO DE CARGOS EXTINTOS

CARGO PADRÃO QTD.


Diretor de Órgãos de Direção Setorial GEP-DAS-011.5 2

Subdiretor de Órgãos de Direção Setorial GEP-DAS-011.4 2

Consultor-Chefe GEP-DAS-011.4 1

Presidente da Comissão Permanente de Controle Interno GEP-DAS-011.4 1

Assistente do Chefe do Estado-Maior 1


GEP-DAS-011.4
Chefe do Arquivo Geral da Polícia Militar GEP-DAS-011.4 1

Chefe do Museu da Polícia Militar GEP-DAS-011.4 1

Chefe de Seção dos Órgãos de Direção Setorial GEP-DAS-011.3 13

Chefe de Núcleo de Inteligência GEP-DAS-011.3 9

Chefe de Seção de Comando Intermediário GEP-DAS-011.3 13

Membro de Comissão Permanente de Corregedorias dos GEP-DAS-011.3 54


COInts

Comandante de Companhia Independente GEP-DAS-011.3 1

Subcomandante de Companhia Independente GEP-DAS-011.3 1

Membro de Comissão Permanente de Correição GEP-DAS-011.3 3

Comandante de Pelotão Destacado Policial Militar GEP-DAS-011.2 110

Total 213

147
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO VI
QUADRO DE CARGOS COMISSIONADOS CRIADOS

CARGO PADRÃO QTD.


Chefe de Departamento e Centro de Inteligência GEP-DAS-011.6 2

Consultor-Chefe GEP-DAS-011.5 1

Chefe da Controladoria Interna GEP-DAS-011.5 1

Subchefe do Estado-Maior Geral GEP-DAS-011.5 1

Chefe da Divisão de Polícia Judiciária Militar GEP-DAS-011.5 1

Comandante da Academia de Polícia Militar GEP-DAS-011.5 1

Subchefe do Centro de Inteligência GEP-DAS-011.5 1

Chefe de Seção de Departamento e Centro de Inteligência GEP-DAS-011.4 5

Comandante, Chefe ou Diretor de Unidades de Apoio GEP-DAS-011.4 1

Subcomandante da Academia de Polícia Militar GEP-DAS-011.4 1

Membro da Divisão de Polícia Judiciária Militar GEP-DAS-011.4 4

Chefe do Escritório de Projetos GEP-DAS-011.4 1

Chefe de Divisão de Corregedoria GEP-DAS-011.4 3

Membro de Comissão, Divisão e Seção de Corregedoria GEP-DAS-011.3 42

Coordenador de Operações GEP-DAS-011.3 5

Chefe de Seção, Divisão e Corpo de Alunos dos Órgãos de 1


Apoio
GEP-DAS-011.3
Chefe de Subseção de Departamento e Centro de GEP-DAS-011.3 17
Inteligência

Chefe de Seção do Escritório de Projetos GEP-DAS-011.3 3

Chefe do Museu, Arquivo-Geral e Biblioteca do Centro de GEP-DAS-011.3 3


Memória

Chefe do Protocolo do Comando-Geral GEP-DAS-011.3 1

Segurança do Comandante Geral GEP-DAS-011.1 2

Comandante de Pelotão Policial Militar Destacado GEP-DAS-011.2 94

Total 191

148
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 6.833, DE 13 DE FEVEREIRO DE 2006


Vide Lei n. 8.973, de 13 de janeiro de 2020 - Altera a Lei Estadual n.
6.833, de 13 de fevereiro de 2006, que institui o Código de Ética e Disciplina
da Polícia Militar do Pará. Publicada no DOE n. 34.089, de 14/01/2020.
Institui o Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar do Pará.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono
a seguinte Lei:
LIVRO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA DEONTOLOGIA POLICIAL-MILITAR

TÍTULO I

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DAS GENERALIDADES

Organização do Código
Art. 1º Esta Lei institui o Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar do
Pará (CEDPM), que dispõe sobre o comportamento ético e estabelece os pro-
cedimentos para apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar dos
integrantes da PMPA.

Abrangência
Art. 2º Estão sujeitos a esta Lei os policiais militares ativos e inativos, nos
termos da legislação vigente.

Alunos
§ 1º Os alunos de órgãos específicos de formação, especialização e aper-
feiçoamento de policiais militares ficam sujeitos às disposições deste Código,
sem prejuízo das leis, regulamentos, normas e outras prescrições das Orga-
nizações Policiais Militares (OPM) em que estejam matriculados.

149
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Policiais militares à disposição


§ 2º Também se aplicam as normas deste Código aos policiais militares à
disposição de outros órgãos.

Inalcançáveis disciplinarmente
§ 3º O disposto neste Código não se aplica:
I – aos policiais militares ocupantes de cargos ou funções públicas de
natureza não policial-militar definidos em lei, desde que na prática de atos
específicos relacionados a esses cargos ou funções que não afetem a honra
pessoal, o pundonor policial-militar e o decoro da classe;
II – aos policiais militares ocupantes de cargos públicos de natureza ele-
tiva definidos em lei, desde que na prática de sua atividade parlamentar por
suas opiniões, palavras e votos; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020).
III – aos membros dos conselhos de justiça, desde que na prática de atos
específicos relacionados à função;

Finalidade
Art. 3º O CEDPM tem por finalidade especificar e classificar as transgres-
sões disciplinares, estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação das
punições disciplinares e avaliação continuada do comportamento disciplinar
escolar, com seus respectivos procedimentos e processos, à classificação do
comportamento policial-militar das praças, à interposição de recursos contra
a aplicação das punições e recompensas.

Equiparação a OPM
Art. 4º Para efeito deste Código, são Organizações Policiais-Militares
(OPM) o Quartel do Comando-Geral, Comandos Operacionais Intermediários,
Diretorias, Corpo Militar de Saúde, Unidades Operacionais de Polícia Ostensi-
va, Unidades de Apoio e áreas de instrução e exercício.

150
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Equiparação a comandante
Parágrafo único. Para efeito deste Código, os comandantes, diretores
ou chefes de OPM, subunidades e pelotões destacados serão denominados
“COMANDANTES”.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Hierarquia
Art. 5º A hierarquia policial-militar é a ordenação progressiva da autori-
dade, em níveis diferentes, decorrente da obediência dentro da estrutura da
Polícia Militar, alcançando seu grau máximo no Governador do Estado, que é
o Comandante Supremo da Corporação.

Ordenação da autoridade
§ 1º A ordenação da autoridade se faz por postos e graduações, de acordo
com o escalonamento hierárquico, a antiguidade e a precedência funcional.

Posto
§ 2º Posto é o grau hierárquico dos oficiais, correspondente ao respectivo
cargo, conferido por ato do Governador do Estado e atestado em Carta Patente.

Graduação
§ 3º Graduação é o grau hierárquico das praças, correspondente ao res-
pectivo cargo, conferido pelo Comandante-Geral da Polícia Militar.

Antiguidade
§ 4º Nos casos de declaração a aspirante a oficial, incorporação e promo-
ção por conclusão de curso de formação prevalecerá, para efeito de antigui-
dade, a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos ou concursos.

151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º A ordenação dos postos e graduações em relação à antiguidade e


precedência na Polícia Militar se faz conforme preceitua o Estatuto dos Poli-
ciais Militares.

Disciplina
Art. 6º A disciplina policial-militar é a rigorosa observância e o acatamen-
to integral das leis, regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo
perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos compo-
nentes do organismo policial- militar.

Manifestações essenciais
§ 1º São manifestações essenciais de disciplina, dentre outras: I - a cor-
reção de atitudes;
II – a obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos; III - a de-
dicação integral ao serviço;
IV – a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da Insti-
tuição; V - a consciência das responsabilidades;
VI – a rigorosa observância das prescrições regulamentares.

Condutas permanentes
§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos permanen-
temente pelos policiais militares na ativa e na inatividade.

Obediência às ordens
Art. 7º As ordens devem ser prontamente obedecidas, desde que não
manifestamente ilegais.

Responsabilidade
§ 1º Cabe ao policial militar a responsabilidade pelas ordens que der e
pelas consequências que delas advierem.

152
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Esclarecimento sobre ordem


§ 2º Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclareci-
mentos necessários ao seu total entendimento e compreensão.

Excesso e omissão
§ 3º Cabe ao policial militar que exorbitar ou se omitir no cumprimento de
ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer ou
pelo que deixou de fazer.

Responsabilidade de terceiro
§ 4º Se a violação da disciplina é provocada por terceiro, responderá este
pela transgressão, se policial militar.

CAPÍTULO III
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Comando
Art. 8º Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidade que
o policial militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma
Organização Policial Militar. O Comando é vinculado ao grau hierárquico e cons-
titui prerrogativa impessoal, na qual se define e se caracteriza como chefe.

Equiparação a comandante
§ 1º Equipara-se a comandante, para efeito de aplicação desta Lei, toda
autoridade policial-militar com função de direção e chefia.

Equiparação a superior
§ 2º O policial militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre
outro de igual posto ou graduação considera-se superior para efeito da apli-
cação das cominações previstas nesta Lei.

153
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Subordinação
Art. 9º A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal
do policial militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da
Polícia Militar.

Oficiais
Art. 10. O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do
comando, da chefia e da direção das Organizações Policiais-Militares.

Subtenentes e sargentos
Art. 11. Os subtenentes e sargentos auxiliam ou complementam as ati-
vidades dos oficiais no adestramento e emprego de meios, na instrução, na
administração e na operacionalidade.

Funções de subtenentes e sargentos


Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo e
no comando de elementos subordinados, os subtenentes e sargentos deverão
impor- se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional e téc-
nica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das
ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes
estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e da moral
das mesmas praças em todas as circunstâncias.

Cabos e soldados
Art. 12. Os cabos e soldados são, essencialmente, elementos de execução.

Dedicação ao estudo
Art. 13. Às praças especiais cabe a rigorosa observância das leis, regu-
lamentos, normas e outras prescrições do estabelecimento de ensino policial
militar onde estiverem matriculados, exigindo-se lhes inteira dedicação ao
estudo e ao aprendizado técnico-profissional.

154
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO II
DA DEONTOLOGIA POLICIAL-MILITAR

CAPÍTULO I
DO VALOR POLICIAL-MILITAR

Deontologia
Art. 14. A Deontologia Policial-Militar é constituída pelos valores e de-
veres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o
exercício da profissão policial-militar atinja plenamente os ideais de realiza-
ção do bem comum, mediante a preservação da ordem pública.

Finalidade
Parágrafo único. A Deontologia Policial-Militar reúne valores úteis, lógicos e
razoáveis, destinados a elevar a profissão policial-militar à condição de missão.

Camaradagem
Art. 15. A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio da
família policial-militar, devendo existir as melhores relações sociais entre os
policiais militares.

Responsabilidade de todos
Parágrafo único. Cabe a todos os integrantes da Polícia Militar incentivar e
manter a harmonia e a amizade entre si.

Civilidade
Art. 16. A civilidade é parte da Educação Policial-Militar e, como tal, de
interesse vital para a disciplina consciente. Importa ao superior tratar os su-
bordinados em geral com consideração e justiça. Em contrapartida, o subor-
dinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com seus
superiores, em conformidade com legislação vigente.

155
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Militares de outras corporações


Parágrafo único. As demonstrações de camaradagem, cortesia e consi-
deração, obrigatórias entre os policiais militares, devem ser dispensadas
aos militares das Forças Armadas e aos policiais e bombeiros militares de
outras corporações.

Valores policiais-militares
Art. 17. São atributos inerentes à conduta do policial militar, que se con-
substanciam em valores policiais militares:
I – a cidadania;
II – o respeito à dignidade humana;
III – a primazia pela liberdade, justiça e solidariedade;
IV – a promoção do bem-estar social sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade, religião e quaisquer outras formas de discriminação;
V – a defesa do Estado e das instituições democráticas;
VI – a educação, cultura e bom condicionamento físico;
VII – a assistência à família;
VIII - o respeito e assistência à criança, ao adolescente, ao idoso e ao índio;
IX – o respeito e preservação do meio ambiente;
X – o profissionalismo;
XI – a lealdade;
XII – a constância;
XIII – a verdade real;
XIV – a honra;
XV – a honestidade;
XVI – o respeito à hierarquia;
XVII – a disciplina;
XVIII – a coragem;
XIX – o patriotismo;
XX – o sentimento de servir à comunidade estadual;

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Oficial

XXI – o integral devotamento à preservação da ordem pública, mesmo


com o risco da própria vida;
XXII – o civismo e o culto das tradições históricas;
XXIII – a fé na missão elevada da Polícia Militar;
XXIV – o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela OPM onde serve;
XXV – o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida;
XXVI – o aprimoramento técnico-profissional.

Objetividade dos valores


§ 1º Os valores cominados no caput deste artigo são essenciais para o en-
tendimento objetivo do sentimento do dever, da honra pessoal, do pundonor po-
licial- militar, do decoro da classe, da dignidade e compatibilidade com o cargo.

Sentimento do dever
§ 2º Sentimento do dever é o comprometimento com o fiel cumprimento
da missão policial-militar.

Honra pessoal
§ 3º Honra pessoal é o sentimento de dignidade própria, como o apreço
e o respeito de que é objeto ou se tornam merecedores os policiais militares
perante seus superiores, pares e subordinados.

Pundonor policial-militar
§ 4º Pundonor policial-militar é o dever de pautar sua conduta com cor-
reção de atitudes, como um profissional correto. Exige-se do policial militar,
em qualquer ocasião, comportamento ético que refletirá no seu desempenho
perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Decoro da classe
§ 5º Decoro da classe é o valor moral e social da Instituição, represen-
tando o conceito do policial militar em sua amplitude social, estendendo-se à
classe que o militar compõe, não subsistindo sem ele.

Indignidade
§ 6º A indignidade para com o cargo é o ferimento a preceitos morais e
éticos vinculados à conduta do policial militar.

Incompatibilidade
§ 7º A incompatibilidade para com o cargo é a inabilitação ao exercício
funcional decorrente da falta de preparo técnico-profissional.

CAPÍTULO II
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR

Seção I
Dos Preceitos Fundamentais

Preceitos éticos
Art. 18. O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da
classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e
profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética
policial-militar:
I – cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado do Pará e da
Polícia Militar e zelar por sua inviolabilidade;
II – preservar a natureza e o meio ambiente;
III – - servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão
de preservar ordem pública, promover, sempre, o bem-estar comum, dentro
da estrita observância das normas jurídicas e das disposições desta Lei;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – atuar com devotamento ao interesse público, colocando-o acima dos


anseios particulares;
V – atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com respeito mútuo de
superiores e subordinados, e preocupação com a integridade física, moral e
psíquica de todos os policiais militares do Estado, inclusive dos agregados, en-
vidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas apresentados;
VI – ser justo na apreciação de atos e méritos dos subordinados;
VII – cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições legalmente defini-
das, a Constituição, as leis e as ordens legais das autoridades competentes, exer-
cendo suas atividades com responsabilidade, incutindo-a em seus subordinados;
VIII – estar sempre preparado para as missões que desempenhe;
IX – exercer as funções com integridade, probidade e equilíbrio, segundo
os princípios que regem a Administração Pública, não sujeitando o cumpri-
mento do dever a influências indevidas;
X – procurar manter boas relações com outras categorias profissionais,
conhecendo e respeitando-lhes os limites de competência, mas elevando o
conceito e o processo administrativo disciplinar da própria profissão, zelando
por sua competência e autoridade;
XI – ser fiel na vida policial-militar, cumprindo os compromissos relaciona-
dos às suas atribuições de agente público;
XII – manter ânimo forte e fé na missão policial-militar, mesmo diante das
dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para solucioná-las;
XIII – manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional,
solidarizando-se nas dificuldades que estejam ao seu alcance, minimizar e evi-
tando comentários desairosos sobre os componentes das Instituições Policiais;
XIV – não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que es-
teja sendo exercido por outro militar do Estado;
XV – conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de
respeito e decoro;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XV – abster-se do uso do posto, graduação ou função para obter facilida-


des pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares
ou de terceiros;
XVII – prestar assistência moral e material à família;
XVIII – considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade como fun-
damentos de dignidade pessoal;
XIX – exercer a profissão sem discriminações ou restrições de ordem re-
ligiosa, política, racial, de condição social, de gênero ou qualquer outra de
caráter discriminatório;
XX – atuar com prudência nas ocorrências policiais;
XXI – respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do preso
ou de quem seja objeto de incriminação;
XXII – não solicitar ou provocar publicidade visando à própria promoção
pessoal;
XXIII – observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com isen-
ção, equidade e absoluto respeito pelo ser humano, não usando sua condição
de autoridade pública para a prática de arbitrariedade;
XXIV – exercer a função pública com honestidade, não aceitando vanta-
gem indevida, de qualquer espécie;
XXV – não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual ou em ava-
liação profissional, inclusive no âmbito do ensino policial-militar;
XXVI – não abusar dos meios do Estado postos à sua disposição, nem
distribuí- los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da Administração
Pública, coibindo ainda a transferência, para fins particulares, de tecnologia
própria das funções policiais;
XXVII – atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e con-
servação dos bens públicos cuja utilização lhe for confiada;
XXVIII – proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abne-
gação e desprendimento pessoal;

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XXIX – zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordi-
nados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;
XXX – praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espí-
rito de cooperação;
XXXI – ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem es-
crita e falada;
XXXII – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa
de qualquer natureza;
XXXIII – - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XXXIV – observar as normas da boa educação;
XXXV – conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a
que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do de-
coro policial- militar;
XXXVI – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um de seus inte-
grantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar;
XXXVII – dedicar-se integralmente ao serviço policial-militar e ser fiel à
Instituição a que pertence, mesmo com o risco da própria vida;
XXXVIII – tratar o subordinado dignamente e com urbanidade;
XXXIX – tratar de forma urbana, cordial e educada os cidadãos.

Vedação a atividades comerciais


Art. 19. Ao policial militar da ativa é vedado exercer atividade de segu-
rança particular, comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de
sociedade, ou dela ser sócio ou participar ainda que indiretamente, exceto
como acionista ou cotista em sociedade anônima ou limitada.

Sinais de riqueza incompatíveis


§ 1º Compete aos comandantes fiscalizar os subordinados que apresen-
tarem sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a remuneração do res-
pectivo cargo, fazendo-os comprovar a origem de seus bens mediante ins-
tauração de procedimento administrativo, observada a legislação específica.

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Oficial

Vedação a atividades comerciais a policiais militares da reserva


revertidos à ativa
§ 2 Os policiais militares da reserva remunerada, quando convocados para
o serviço ativo, ficam submetidos à legislação pertinente à situação de ativi-
dade na Corporação.

Declaração de bens
Art. 20. No ato da inclusão, o policial militar apresentará declaração de
bens e valores que constituem seu patrimônio, repetindo-se esse ato anual-
mente, como medida de transparência da aplicação do erário.

Substituição da declaração
Parágrafo único. A declaração anual acima referida poderá ser substituída
pela entrega à Administração Policial-Militar de cópia da declaração anual do
imposto de renda de pessoa física.

Seção II
Do Compromisso Policial-Militar

Aceitação das obrigações


Art. 21. Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante concurso
público, ao término do curso de formação, prestará compromisso de honra,
no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres
policiais- militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.

Compromisso de honra
Art. 22. O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter so-
lene e será prestado na presença de tropa, tão logo o policial militar tenha
adquirido o grau de instrução compatível com os seus deveres como integran-
te da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia
Militar do Pará, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado


e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à preservação da ordem
pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

Compromisso do aspirante a oficial


§ 1º O compromisso do aspirante a oficial é prestado na solenidade de
conclusão do curso de formação de oficiais, de acordo com o cerimonial pre-
visto no regulamento do estabelecimento de ensino, e terá os seguintes di-
zeres: “Ao ser declarado aspirante a oficial da Polícia Militar do Pará, prometo
regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as
ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente
ao serviço policial-militar, à preservação da ordem pública e à segurança da
comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

Compromisso do oficial
§ 2º O compromisso do oficial promovido ao primeiro posto é prestado em
solenidade, de acordo com o cerimonia previsto em legislação específica, e
terá os seguintes dizeres: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra,
prometo cumprir os deveres de oficial da Polícia Militar do Pará e dedicar-me
inteiramente ao seu serviço”.

CAPÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Violação dos deveres éticos


Art. 23. A violação dos deveres éticos dos policiais militares acarretará
responsabilidade administrativa, independente da penal e da civil.
Parágrafo único. A violação dos preceitos da ética policial-militar é tão
mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Vedação a manifestações coletivas


Art. 24. São proibidas quaisquer manifestações coletivas sobre atos de
superiores, de caráter reivindicatório e/ou de cunho político-partidário, sujei-
tando- se as manifestações de caráter individual aos preceitos deste Código.

TÍTULO III
DA ABRANGÊNCIA DO CÓDIGO DISCIPLINAR E COMPETÊNCIA
PARA SUA APLICAÇÃO

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Competência geral
Art. 25. A competência para aplicar as prescrições contidas neste Código
é conferida à função, observada a hierarquia.

Autoridades competentes para punir disciplinarmente


Art. 26. O Governador do Estado é competente para aplicar todas as san-
ções disciplinares previstas neste Código aos policiais militares ativos e inati-
vos, cabendo às demais autoridades as seguintes competências:
I – ao Comandante-Geral: todas as sanções disciplinares a policiais milita-
res ativos e inativos, exceto ao Chefe da Casa Militar da Governadoria e seus
comandados, até os limites máximos previstos neste Código, excluindo-se a
demissão e a reforma administrativa disciplinar de oficiais;
II – ao Chefe da Casa Militar da Governadoria: as sanções disciplinares
de repreensão, suspensão, detenção e prisão a policiais militares sob o seu
comando, até os limites máximos estabelecidos nesta Lei; (Alterado pela Lei
n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – ao Chefe do Estado-Maior Geral da Polícia Militar: as sanções dis-


ciplinares de repreensão, suspensão, detenção e prisão a policiais militares
ativos, exceto ao Comandante-Geral e ao Chefe da Casa Militar da Governa-
doria e seus comandados, até os limites máximos estabelecidos nesta Lei;
(Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
IV – ao Corregedor-Geral: todas as sanções disciplinares a policiais milita-
res ativos e inativos, exceto ao Comandante-Geral, ao Chefe do Estado-Maior
Geral da Polícia Militar e ao Chefe da Casa Militar da Governadoria e seus co-
mandados, excluindo-se a demissão e a reforma administrativa disciplinar de
oficiais; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
V – aos Chefes de Departamentos, Comandantes Operacionais Intermediá-
rios, Diretores Setoriais e ao Ajudante-Geral: as sanções disciplinares de repre-
ensão, suspensão, detenção até trinta dias para praças e oficiais e prisão até
vinte dias para oficiais e até trinta dias para praças, a policiais militares ativos
sob a sua chefia, comando ou direção; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
VI – aos Presidentes das Comissões de Correição Geral, de Corregedoria
dos Comandos Operacionais Intermediários e ao Chefe de Divisões: as sanções
disciplinares de repreensão, suspensão e detenção até trinta dias para praças
e oficiais e prisão até vinte dias para oficiais e até trinta dias para praças, a po-
liciais militares ativos na sua circunscrição; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
VII – aos Comandantes de Batalhões, do Regimento de Polícia Montada,
das Unidades Escola, aos Chefes de Seção do Estado-Maior Geral, aos Co-
mandantes de Companhias Independentes e aos Chefes de Assessorias: as
sanções disciplinares de repreensão, suspensão e detenção até vinte dias
para oficiais e até trinta dias para praças e prisão até quinze dias para oficiais
e até trinta dias para praças, a policiais militares ativos sob os seus comandos
ou chefias; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
VIII – aos Subcomandantes de Batalhões, do Regimento de Polícia Mon-
tada, de Companhias Independentes e aos Chefes de Serviços: as sanções
disciplinares de repreensão, suspensão e detenção a policiais militares ativos
sob o seu comando ou chefia, de até dez dias para oficiais e de até quinze dias
para praças; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IX – aos Comandantes de Companhias e Pelotões Destacados, quando


oficiais, as sanções disciplinares de repreensão, suspensão e detenção a po-
liciais militares ativos sob o seu comando, de até cinco dias para oficiais e de
até dez dias para praças. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
Parágrafo único. A competência conferida aos Chefes de Seção, de Ser-
viços e de Assessorias limitar-se-á às ocorrências relacionadas às atividades
inerentes ao serviço de suas repartições.

Obrigação de informar ato atentatório à disciplina


Art. 27. Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário
à disciplina deverá participá-lo ao seu chefe imediato, por escrito ou verbal-
mente. Neste último caso, deve confirmar a participação, por escrito, no pra-
zo máximo de três dias.

Requisitos da informação
§ 1º A Parte deve ser clara, concisa e precisa; deve conter dados capazes
de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da
ocorrência e caracterizar as circunstâncias que a envolvem, sem tecer co-
mentários ou opiniões pessoais.

Prazo para providências da autoridade competente


§ 2º A Autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve tomar provi-
dências no prazo máximo de quinze dias.

Encaminhamento à autoridade competente


§ 3º A autoridade que receber a parte, não sendo competente para provi-
denciar a respeito, deve encaminhá-la a seu superior imediato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Conflito de competência
Art. 28. Nas ocorrências disciplinares que envolvam policiais militares de
mais de uma OPM, caberá ao comandante que primeiro tomar conhecimento
do fato comunicá-lo, imediatamente e por escrito, à Corregedoria-Geral.

Competência em razão da pessoa


§ 1º Havendo a situação descrita no caput deste artigo, o Corregedor-Ge-
ral encaminhará o caso à Comissão permanente de corregedoria do comando
operacional intermediário a que pertencer o policial militar mais antigo en-
volvido no fato, ficando ampliada a competência do presidente da respectiva
comissão para aplicar as prescrições deste Código a todos os implicados.

Punição a ser aplicada está além da competência da autoridade


§ 2º Quando uma autoridade, ao solucionar o processo administrativo
disciplinar, concluir que a punição a ser aplicada está além do limite máximo
que lhe é autorizado, cabe-lhe encaminhar o processo à autoridade superior
para fins de deliberação.

Ocorrência envolvendo militar de outra Força ou servidor público


§ 3º No caso de ocorrência disciplinar envolvendo militar de outra Força
ou servidor público e policial militar, a autoridade competente deverá tomar
as medidas disciplinares referentes ao policial militar, informando ao escalão
superior sobre sua decisão administrativa, devendo este comunicar a solução
tomada à autoridade que tenha ascendência funcional sobre o outro envolvido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LIVRO II
DAS TRANSGRESSÕES E PUNIÇÕES DISCIPLINARES

TÍTULO I
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES CAPÍTULO IDO CONCEITO
E DA CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Conceito de transgressão disciplinar


Art. 29. Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da
ética, dos deveres e das obrigações policiais militares, na sua manifestação
elementar e simples, e qualquer omissão ou ação contrária aos preceitos es-
tatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, ainda que constituam
crime, cominando ao infrator as sanções previstas neste Código.

Classificação das transgressões


Art. 30. A transgressão disciplinar classifica-se, de acordo com sua gravi-
dade, em leve, média ou grave.

Competência para classificar


Parágrafo único. A classificação da transgressão compete a quem couber
aplicar a punição, considerando a natureza e as circunstâncias do fato.

Pressupostos para a classificação


Art. 31. As transgressões disciplinares serão classificadas observando-se
o seguinte:
§ 1º De natureza “leve”, quando constituírem atos que por suas consequ-
ências não resultem em grandes prejuízos ou transtornos:
I – ao serviço policial-militar;
II – à Administração Pública.
§ 2º De natureza “grave”, quando constituírem atos que:
I – sejam atentatórios aos direitos humanos fundamentais;
II – sejam atentatórios às instituições ou ao Estado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – afetem o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor poli-


cial-militar ou o decoro da classe;
IV – atentem contra a moralidade pública;
V – gerem grande transtorno ao andamento do serviço;
VI – também sejam definidos como crime;VII - causem grave prejuízo
material à Administração.
§ 3º A transgressão será considerada de natureza “Média” quando não se
enquadrar nas hipóteses dos parágrafos anteriores.
§ 4º Considera-se transgressão de natureza grave cometer à subordinado
atividades que não são inerentes às funções do policial.

CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO DAS TRANSGRESSÕES

Critérios para julgamento das transgressões


Art. 32. O julgamento das transgressões deve ser precedido de uma aná-
lise que considerem:
I – os antecedentes do transgressor;
II – as causas que a determinaram;
III – a natureza dos fatos ou os atos que a envolveram; e IV - as conse-
quências que dela possam advir.

Obrigatoriedade de observar causas de justificação, atenuantes e


agravantes
Art. 33. No julgamento das transgressões devem ser levantadas causas
que justifiquem a falta ou circunstâncias que a atenuem e/ou a agravem.

Causas de justificação
Art. 34. Haverá causa de justificação quando a transgressão for cometida:
I – na prática de ação meritória ou no interesse do serviço ou da ordem
pública;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – em legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direi-


to ou estrito cumprimento do dever legal;
III – em obediência a ordem superior, quando não manifestamente ilegal;
IV – - para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever,
em caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, preservação da
ordem pública e da disciplina;
V – por motivo de força maior ou caso fortuito plenamente comprovado;

Inexistência de transgressão disciplinar


Parágrafo único. Não haverá transgressão disciplinar quando for reconhecida
qualquer causa de justificação, devendo a decisão ser publicada em boletim.

Atenuantes
Art. 35. São circunstâncias atenuantes:
I – bom comportamento;
II – relevância de serviços prestados;
III – ter sido cometida a transgressão para evitar mal maior;
IV – ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos
ou de outrem, desde que não constitua causa de justificação;
V – falta de prática do serviço;
VI – ter sido a transgressão praticada em decorrência da falta de melhores
esclarecimentos quando da emissão da ordem ou de falta de meios adequa-
dos para o seu cumprimento, devendo tais circunstâncias ser plenamente
comprovadas.

Agravantes
Art. 36. São circunstâncias agravantes:
I – mau comportamento;
II – prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III – reincidência de transgressão;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – conluio de duas ou mais pessoas;


V – a prática de transgressão durante a execução do serviço;
VI – ser cometida a falta em presença de subordinado;
VII – ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica;
VII – I- a prática da transgressão com premeditação;
IX – a prática de transgressão em presença de tropa;
X – a prática da transgressão em presença de público.

CAPÍTULO III
DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 37. São transgressões disciplinares todas as ações ou omissões con-


trárias à disciplina policial-militar, especificadas a seguir:

No ato da prisão
I – desconsiderar os direitos constitucionais da pessoa no ato da prisão;
II – usar de força desnecessária no atendimento de ocorrência ou no ato
de efetuar prisão;
III – deixar de providenciar para que seja garantida a integridade física
das pessoas que prender ou manter sob sua custódia;
IV – agredir física, moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou
permitir que outros o façam;
V – permitir que o preso sob sua guarda conserve em seu poder instru-
mento ou objetos com que possa ferir a si próprio ou a outrem;
VI – reter o preso, a vítima, as testemunhas ou partes por mais tempo que
o necessário para a solução do procedimento policial, administrativo ou penal;
VII – soltar preso ou dispensar pessoas detidas em ocorrência, sem ordem
de autoridade competente;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

No atendimento a ocorrências policiais


VIII – receber vantagem de pessoa interessada no caso de furto, roubo,
objeto achado ou qualquer outro tipo de ocorrência ou procurá-la para solici-
tar vantagem;
IX – receber ou permitir que seu subordinado receba, em razão da função
pública, qualquer objeto ou valor, mesmo quando oferecido pelo proprietário
ou responsável;
X – desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por palavras, atos ou ges-
tos, no atendimento de ocorrência policial ou em outras situações de serviço;
XI – deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimento de ocorrência,
quando esta, por sua natureza ou amplitude assim o exigir;
XII – descumprir, retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judi-
cial ou de polícia administrativa ou judiciária de que esteja investido ou que
deva promover;
XIII – violar ou deixar de preservar local de crime;

Na utilização de transportes
XIV – - dirigir viatura policial, pilotar aeronave ou embarcação com impru-
dência, imperícia, negligência ou sem habilitação legal;
XV – desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou de navegação
marítima, lacustre ou fluvial, quando de serviço;
XVI – conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarcação oficial sem autori-
zação do órgão competente da Polícia Militar, mesmo estando habilitado;
XVII – transportar, na viatura, aeronave ou embarcação que esteja sob
seu comando ou responsabilidade, pessoal ou material sem autorização da
autoridade competente;
XVIII – utilizar a montada a trote ou a galope sem necessidade;

Por omissão
XIX – omitir deliberadamente, em boletim de ocorrência, relatório ou qual-
quer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XX – não cumprir ou retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer


ordem legal recebida;
XXI – deixar de assumir a responsabilidade de seus atos ou pelos pratica-
dos por subordinados que agirem em cumprimento de sua ordem;
XXII – deixar de punir transgressor da disciplina;
XXIII – não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver
ciência e não lhe couber reprimir, ao conhecimento da autoridade competen-
te, no mais curto prazo;
XXIV – deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na
esfera de suas atribuições;
XXV – deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no
âmbito de suas atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de provi-
denciar a respeito;
XXVI – deixar de comunicar ao superior imediato ou na ausência deste,
a qualquer autoridade superior, toda informação que tiver sobre iminente
perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço, logo que disto
tenha conhecimento;
XXVII – deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida,
tão logo seja possível;
XXVIII – deixar de participar a tempo, à autoridade imediatamente supe-
rior, a impossibilidade de comparecer à OPM ou a qualquer ato de serviço;
XXIX – deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OPM para a
qual tenha sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos
casos de comissão ou serviço extraordinário para os quais tenha sido designado;
XXX – não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou,
ainda, logo que souber que o mesmo foi interrompido;
XXXI – esquivar-se a satisfazer compromissos de ordem moral que houver
assumido, desde que afete a Instituição Policial-Militar;
XXXII – deixar o superior de determinar a saída imediata, de solenidade
policial- militar ou civil, de subordinado que a ela compareça em uniforme
diferente do marcado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XXXIII – deixar o oficial ou aspirante a oficial, ao entrar em OPM onde


não sirva, de dar ciência da sua presença ao oficial de dia e, em seguida, de
procurar o comandante ou o mais graduado dos oficiais presentes para cum-
primentá-lo;
XXXIV – deixar o subtenente, sargento, cabo ou soldado, ao entrar em
OPM onde não sirva, de apresentar-se ao oficial de dia ou seu substituto legal;
XXXV – deixar o comandante da guarda ou agente de segurança correspon-
dente de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou à
permanência na OPM de civis, militares ou policiais militares estranhos à mesma;
XXXVI – não se apresentar à superior hierárquico ou de sua presença reti-
rar-se sem obediência às normas regulamentares;
XXXVII – deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar a su-
perior, ressalvadas as exceções no regulamento de continências, honras e
sinais de respeito;
XXXVIII – deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de su-
bordinado;
XXXIX – deixar o subordinado, quer uniformizado, quer em traje civil, de
cumprimentar superior uniformizado ou não, neste caso, desde que o conhe-
ça, ou prestar- lhe as homenagens e sinais regulamentares de consideração
e respeito;
XL – deixar ou negar-se a receber vencimentos, alimentação, fardamento,
armamento, equipamento, material ou documento que lhe seja destinado ou
deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;
XLI – deixar o oficial ou aspirante a oficial tão logo seus afazeres o permi-
tam, de apresentar-se ao de maior posto ou ao substituto legal imediato da
OPM onde serve para cumprimentá-lo, salvo ordem ou instrução a respeito;
XLII – deixar o subtenente ou sargento, tão logo seus afazeres o permi-
tam, de apresentar-se ao seu comandante ou chefe imediato;XLIII - deixar
de comunicar a alteração de dados de qualificação pessoal ou mudança de
endereço residencial;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XLIV – deixar de instruir processo que lhe for encaminhado, exceto no


caso de suspeição ou impedimento, ou absoluta falta de elementos, hipóteses
em que estas circunstâncias serão fundamentadas;
XLV – deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subor-
dinação e no mais curto prazo, recurso ou documento que receber, desde que
elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se não estiver na sua
alçada dar solução;
XLVI – deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por
negligência ou incúria, medidas contra qualquer irregularidade que venha a
tomar conhecimento;
XLVII – deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar sinais exteriores
de riqueza incompatíveis com a remuneração do cargo;
XLVIII – não atender à obrigação de dar assistência a sua família ou de-
pendentes legalmente constituídos;
XLIX – deixar de portar o seu documento de identidade, quando de servi-
ço, e de exibi-lo, quando solicitado;

Contra os serviços policiais-militares


L – faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja escalado;
LI – afastar-se, quando em atividade policial-militar, com veículo automo-
tor, aeronave, embarcação, montaria ou a pé, da área em que deveria perma-
necer ou não cumprir roteiro de patrulhamento predeterminado;
LII – chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja escala-
do ou a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir;
LIII – dormir em serviço, salvo quando autorizado;
LIV – permanecer, alojado ou não, deitado em horário de expediente, no
interior da OPM, sem autorização de quem de direito;
LV – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
LVI – permutar serviço sem permissão da autoridade competente;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LVII – interferir na administração de serviço ou na execução de ordem ou


missão sem ter a devida competência para tal.
LVIII – trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em qualquer ser-
viço, instrução ou missão;LIX - causar ou contribuir para a ocorrência de in-
cidente ou acidente em serviço ou instrução;
LX – passar, deliberadamente, à condição de ausente;
LXI – abandonar ou se afastar do serviço para o qual tenha sido designado
ou recusar-se a executá-lo na forma determinada;
LXII – entrar, ou sair, ou tentar fazê-lo, de OPM com tropa sem prévio
conhecimento da autoridade competente, salvo para fins de instrução autori-
zada pelo comando;
LXIII – deixar o responsável pela segurança da OPM de cumprir as prescri-
ções regulamentares com respeito à entrada, saída e permanência de pessoa
estranha;
LXIV – permitir que pessoa não autorizada adentre prédio ou local interditado;
LXV – deixar de exibir a superior hierárquico, quando por ele solicitado,
objeto ou volume, ao entrar ou sair de qualquer OPM;

Contra as obrigações em geral


LXVI – castigar a montada ou o cão empregado no serviço;
LXVII – representar a OPM, e mesmo a Corporação, em qualquer ato sem
estar devidamente autorizado;
LXVIII – tomar compromisso pela OPM que comanda ou em que serve sem
estar autorizado;
LXIX – permanecer a praça em dependência da OPM, desde que seja estra-
nha ao serviço ou sem consentimento ou ordem de autoridade competente;
LXX – içar ou arriar bandeira ou insígnia sem ordem para tal;
LXXI – dar toque ou fazer sinais sem ordem para tal;
LXXII – tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro nos permiti-
dos, em área policial-militar ou sob circunscrição policial-militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LXXIII – penetrar o policial militar, sem permissão ou ordem, em aposen-


tos destinados a superior ou onde esse se ache, bem como em qualquer lugar
onde a entrada lhe seja vedada;
LXXIV – penetrar ou tentar penetrar o policial militar em alojamento de
outra subunidade depois da revista do recolher, salvo os oficiais ou sargentos
que, pelas funções, sejam a isto obrigados;
LXXV – entrar ou sair de OPM com tropa armada sem prévio conhecimento
ou ordem da autoridade competente;LXXVI - abrir ou tentar abrir qualquer
dependência da OPM fora das horas de expediente, desde que não seja o
respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração do
motivo, salvo situações de emergência;
LXXVII – usar o uniforme quando de folga, se isso contrariar ordem de
autoridade competente;
LXXVIII – usar, quando uniformizado, barba, bem como cabelos, bigode
ou costeletas excessivamente compridos ou exagerados;
LXXIX – deixar de cumprir punição legalmente imposta;
LXXX – deixar de seguir a cadeia de comando, sem prejuízo de acesso à
Corregedoria;
LXXXI – deixar de atender citação, notificação ou intimação administrati-
vas ou judiciais;
Contra a utilização dos uniformes
LXXXII – usar vestuário incompatível com a função, ou descuidar do as-
seio próprio, ou prejudicar o de outrem;
LXXXIII – comparecer uniformizado a manifestações ou reuniões de cará-
ter político-partidário, salvo por motivo de serviço;
LXXXIV – comparecer o policial militar a qualquer festividade ou reunião
social com uniforme diferente do marcado;
LXXXV – apresentar-se desuniformizado, quando o uso do uniforme for
obrigatório, mal uniformizado ou com o uniforme alterado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LXXXVI – sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar,


bem como, indevidamente, distintivo ou condecoração;
LXXXVII – andar o policial militar a pé ou em coletivos públicos com uni-
forme inadequado, contrariando o Regulamento de Uniformes da PMPA ou
normas a respeito;
LXXXVIII – usar traje civil o cabo ou soldado, quando isso contrariar or-
dem de autoridade competente;
LXXXIX – ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer
circunstância;
XC - usar, quando uniformizado ou à paisana em serviço público, elemen-
tos estéticos e adereços que possam ir de encontro à sobriedade e discrição
inerentes à condição de militar;

Contra a postura e compostura policial-militar


XCI - fumar em serviço ou em local não permitido;
XCII - portar-se sem compostura em lugar público;
XCIII - desrespeitar em público as convenções sociais;
XCIV - desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil;
XCV - desrespeitar corporação judiciária ou qualquer de seus membros;

Contra a administração policial-militar


XCVI - ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não declare ou omita
a verdade em procedimento administrativo civil ou penal;
XCVII - apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio público ou par-
ticular;
XCVIII - empregar subordinado, funcionário civil ou voluntário civil sob
sua responsabilidade ou não para a execução de atividades diversas daquelas
para as quais foram destinados, em proveito próprio ou de outrem;

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Oficial

XCIX - desviar qualquer meio material ou financeiro sob sua responsabi-


lidade ou não para a execução de atividades diversas daquelas para as quais
foram destinados, em proveito próprio ou de outrem;
C - provocar desfalques no patrimônio público ou deixar de adotar provi-
dências, na esfera de suas atribuições, para evitá-los;
CI - utilizar-se da condição de militar do Estado para obter facilidades
pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou
de terceiros;
CII - dar, receber ou pedir gratificação ou presente com finalidade de re-
tardar, apressar ou obter solução favorável em qualquer ato de serviço;
CIII - fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, agiotagem ou tran-
sação pecuniária envolvendo assunto de serviço, bens da Administração Pú-
blica ou material cuja comercialização seja proibida;
CIV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
detrimento da dignidade da função pública;
CV - utilizar pessoal ou recursos materiais da unidade em serviços ou ati-
vidades particulares;
CVI - praticar usura sob qualquer de suas formas;

Subtração e extravio
CVII - subtrair, extraviar, danificar, falsificar, desviar ou inutilizar docu-
mentos de interesse da Administração Pública ou de terceiros;CVIII - não
ter o devido zelo, danificar, extraviar ou inutilizar, por ação ou omissão, bens
pertencentes ao patrimônio público ou particular que estejam ou não sob sua
responsabilidade;
CIX - retirar ou tentar retirar de local sob administração policial-militar ma-
terial, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou mesmo deles servir-se,
sem ordem ou autorização;
CX - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer do-
cumento ou objeto da repartição;

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CXI - negociar, não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligên-


cia ou desobediência a regras ou normas de serviço, material da fazenda fede-
ral, estadual ou municipal que esteja ou não sob sua responsabilidade direta;

Ofensas contra militares


CXII - procurar desacreditar seu superior, igual ou subordinado hierárquico;
CXIII - concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade
entre camaradas;
CXIV - dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a su-
perior; CXV - ofender, provocar ou desafiar superior, igual ou subordinado;
CXVI - ofender a moral por atos, gestos ou palavras;
CXVII - travar discussão, rixa, ou luta corporal com seu superior, igual ou
subordinado;

Incompatíveis com a conduta dos policiais militares


CXVIII - faltar à verdade;
CXIX - utilizar-se do anonimato;
CXX - autorizar, promover ou participar da elaboração de petições ou de
manifestações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário, de críti-
ca ou de apoio a ato irregular de superior, para tratar de assuntos de natureza
policial- militar, ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em
razão do exercício da função policial;
CXXI - recorrer a outros órgãos, autoridades ou instituições, exceto ao
Poder Judiciário, para resolver assunto de interesse pessoal relacionado com
a Polícia Militar;
CXXII - frequentar lugares incompatíveis com o decoro da classe, salvo
por motivo de serviço;CXXIII - ser indiscreto em relação a assuntos de cará-
ter oficial, cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem
do serviço;

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Oficial

CXXIV - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documen-


tos ou assuntos policiais-militares que possam concorrer para o desprestígio
da corporação ou firam a disciplina;
CXXV - apresentar parte ou petição sem seguir as normas e preceitos regula-
mentares ou em termos desrespeitosos, ou com argumentos falsos ou de má-fé;
CXXVI - autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação
coletiva, seja de caráter reivindicatório, seja de crítica a superior ou de apoio
a ato irregular;
CXXVII - autorizar, promover ou assinar petições coletivas referente a as-
sunto de natureza policial-militar e/ou dirigi-las a autoridade que não integre
a cadeia de comando da Corporação;
CXXVIII - dirigir memoriais ou petições, a qualquer autoridade, sobre as-
suntos da alçada do Comando- Geral da PM, salvo em grau de recurso na
forma prevista neste regulamento;
CXXIX - frequentar ou fazer parte de sindicatos ou grevar;
CXXX - frequentar lugares incompatíveis com seu nível social e o decoro
da classe;
CXXXI - coagir ou aliciar subordinados no sentido de se filiarem à associa-
ção profissional ou sindical, ou a partido político;
CXXXII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confian-
ça, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
CXXXIII - evadir-se ou tentar evadir-se de local de detenção ou prisão, de
escolta, bem como resistir a esta;
CXXXIV - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer
dever policial-militar;
CXXXV - dificultar ao subordinado a apresentação de recursos ou repre-
sentação ou, ainda, de exercer o seu direito de petição;
CXXXVI - dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente
inexequível que possa acarretar ao subordinado responsabilidade, ainda que
não chegue a ser cumprida;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CXXXVII - prestar informação a superior induzindo-o a erro intencional-


mente; CXXXVIII - recusar fé a documentos públicos;

Serviços ou atividades extras não autorizados


CXXXIX - exercer ou administrar, o militar do Estado em serviço ativo, a
função de segurança particular ou qualquer atividade estranha à Instituição
Policial-Militar com prejuízo do serviço ou com emprego de meios do Estado;
CXL - exercer, o militar do Estado em serviço ativo, o comércio, ter função
ou emprego remunerado de qualquer natureza, salvo a prática do magistério,
ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade comercial ou in-
dustrial com fins lucrativos, ou delas ser sócio, exceto como acionista, cotista
ou comanditário;
CXLI - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exer-
cício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

Relacionadas às transações pecuniárias


CXLII - contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibi-
lidades, desde que venha a expor o nome da Polícia Militar;
CXLIII - fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pe-
cuniárias envolvendo assunto de serviço, bens da Administração Pública ou
material proibido;
CXLIV - realizar ou propor transações pecuniárias envolvendo superior,
igual ou subordinado, não sendo consideradas transações pecuniárias os em-
préstimos em dinheiro sem auferir lucro;

Na utilização de armamentos
CXLV - portar ou possuir arma em desacordo com as normas vigentes;
CXLVI - andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se achando
de serviço;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CXLVII - disparar arma de fogo por imprudência, negligência, imperícia,


ou desnecessariamente;
CXLVIII - não obedecer às regras básicas de segurança ou não ter cautela
na guarda de arma própria ou sob sua responsabilidade;

Relacionadas ao álcool e a materiais proibidos


CXLIX - fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de substância
proibida, entorpecente ou que determine dependência química, ou introduzi-
-las em local sob administração policial-militar;
CXLIX-A - negar-se a ser submetido a exame clínico toxicológico periódico
definido em lei; (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
CL - ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar-se alcooli-
zado para prestá-lo;
CLI - induzir outrem que esteja de serviço à ingestão de bebida alcoólica
ou a que se apresente alcoolizado para prestá-lo;
CLII - introduzir bebida alcoólica em local sob administração policial-mili-
tar, salvo se devidamente autorizado;
CLIII - ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar,
tóxicos ou entorpecentes, a não ser mediante prescrição da autoridade com-
petente;
CLIV - ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar ou
sob circunscrição policial-militar, publicações, estampas ou jornais que aten-
tem contra a disciplina ou a moral;
CLV - ter em seu poder ou introduzir, em área policial- militar ou sob a
circunscrição policial-militar, inflamável ou explosivo sem permissão da auto-
ridade competente;

Relacionadas ao serviço em aeronaves


CLVI - aproveitar-se de missões de voo para realizar voos de caráter não
militar ou pessoal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CLVII - utilizar-se, sem ordem, de aeronave militar ou civil;


CLVIII - transportar, na aeronave que comanda, pessoal ou material sem
autorização de autoridades competentes;
CLIX - deixar de observar as regras de tráfego aéreo;
CLX - executar voos à baixa altura, acrobáticos ou de instrução fora das
áreas para tal fim estabelecidas, excetuando-se os autorizados por autorida-
de competente.

Outras transgressões disciplinares


§ 1º São também consideradas transgressões disciplinares todas as ações,
omissões ou atos, não especificados na relação de transgressões deste artigo,
que afetem a honra pessoal, o pundonor policial-militar, o decoro da classe ou
o sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais
Militares, leis e regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e
ordens de serviços estabelecidas por autoridade competente.

Obrigatoriedade de combinação com outras normas


§ 2º No caso das transgressões a que se refere o parágrafo anterior, deve
ser feita alusão às normas ou ordens que foram violadas.

TÍTULO II
DAS PUNIÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
DA GRADAÇÃO E DA EXECUÇÃO DAS PUNIÇÕES DISCIPLINARES

Caráter educativo da punição disciplinar


Art. 38. A punição disciplinar possui caráter pedagógico, individual e co-
letivo e objetiva o fortalecimento da disciplina.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Espécies de punição disciplinar


Art. 39. As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiais milita-
res, segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, são as
seguintes, em ordem crescente de gravidade:
I – repreensão;
II – suspensão; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
III – detenção disciplinar; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
IV – prisão disciplinar; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
V – reforma administrativa disciplinar; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
VI – licenciamento a bem da disciplina, para praças sem estabilidade; (Al-
terado pela Lei n. 8.973/2020)
VII – exclusão a bem da disciplina, para praças com estabilidade; (Altera-
do pela Lei n. 8.973/2020)
VIII – demissão para oficiais. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
Parágrafo único. O período de cumprimento das punições disciplinares
previstas nos incisos II a IV deste artigo será computado como tempo de efe-
tivo serviço apenas para aposentadoria. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Repreensão
Art. 40. Repreensão é a punição mais branda que, publicada em boletim
e lançada nos assentamentos, não priva o punido da liberdade.
Art. 40-A. A suspensão consiste no afastamento do policial militar do ser-
viço, por prazo não superior a trinta dias, implicando desconto em folha de
pagamento da remuneração correspondente aos dias em que ficar afastado
de suas atividades. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
Parágrafo único. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta
por cento) por dia de remuneração, o que obrigará o policial militar a perma-
necer em serviço. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 40-B. A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado após


o decurso de cinco anos de efetivo exercício se o policial militar não hou-
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroa-
tivos. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Detenção disciplinar
Art. 41. Detenção disciplinar consiste no cerceamento da liberdade do
punido, o qual deve permanecer nas dependências do aquartelamento, sem
que fique, no entanto, confinado.

Comparecimento à instrução e serviços


§ 1º O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.

Cumprimento da punição em residência


§ 2º REVOGADO. (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Prisão disciplinar
Art. 42. Prisão disciplinar consiste no confinamento do punido em aloja-
mento do círculo a que pertence ou local determinado pela autoridade com-
petente, inclusive o xadrez.

Assistência da família
§ 1º Ao policial militar preso nas circunstâncias deste artigo é garantido
direito de ser assistido pela família.

Cumprimento da punição em residência


§ 2º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Cumprimento da punição em outra OPM


§ 3º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Separação de presos disciplinares dos judiciais


§ 4º Os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposi-
ção da Justiça.

Prejuízo da instrução e serviços


Art. 43. A prisão disciplinar será cumprida sem prejuízo da instrução e
dos serviços internos. Quando o for com prejuízo, esta condição deve ser de-
clarada em boletim.

Reforma administrativa disciplinar


Art. 44. A reforma administrativa disciplinar consiste na passagem do po-
licial militar em atividade para a inatividade, em vista da constatação da falta
de condições para o desempenho das suas funções no serviço ativo.

Aplicação da reforma administrativa disciplinar


§ 1º A reforma administrativa disciplinar será aplicada após a conclusão
do processo administrativo disciplinar, respectivamente: (Alterado pela Lei n.
8.973/2020)
I – ao oficial, quando determinada pelo tribunal competente, que o con-
siderará incapaz de permanecer no serviço ativo, nos termos deste Código;
II – à praça julgada sem condições para o desempenho das funções ine-
rentes ao cargo, nos termos desta Lei. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Proventos do reformado disciplinarmente


§ 2º A reforma disciplinar do policial militar é efetuada no grau hierárqui-
co, graduação ou posto que possuir na ativa e com proventos proporcionais
ao seu tempo de serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Licenciamento e exclusão a bem da disciplina


Art. 45. O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no
desligamento da praça das fileiras da Corporação.

Aplicação do licenciamento à bem da disciplina


§ 1º O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem es-
tabilidade assegurada, após processo administrativo disciplinar simplificado.

Aplicação da exclusão a bem da disciplina


§ 2º A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada ao aspirante a oficial
e à praça com estabilidade assegurada, após conselho de disciplina.

Remuneração do licenciado ou excluído a bem da disciplina


§ 3º A praça licenciada ou excluída a bem da disciplina não terá direito a
qualquer remuneração ou indenização.

Demissão
Art. 46. A demissão decorre da declaração do tribunal competente sobre
a indignidade ou incompatibilidade com o oficialato, implicando na perda do
posto e da patente do oficial julgado, sendo efetivada por ato do Governador.

Remuneração do demitido
Parágrafo único. O oficial demitido não terá direito a qualquer remunera-
ção ou indenização.

CAPÍTULO II
DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS PUNIÇÕES

Limite máximo da detenção e da prisão disciplinar


Art. 47. As penas disciplinares de prisão ou detenção não podem ultra-
passar trinta dias.

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Aplicação da punição
Art. 48. A aplicação da punição compreende uma descrição sumária, clara
e precisa dos fatos e circunstâncias que determinaram a transgressão, o en-
quadramento da punição e a publicação em boletim da OPM.

Enquadramento
§ 1º O enquadramento é a caracterização da transgressão, acrescida de
outros detalhes relacionados com o comportamento do transgressor e cum-
primento da punição. No enquadramento devem ser necessariamente men-
cionados:
I – a transgressão cometida, em termos precisos e sintéticos, e a especi-
ficação da norma transgredida;
II – as circunstâncias atenuantes ou agravantes;
III – a classificação da transgressão;
IV – a punição imposta;
V – a classificação do comportamento militar em que a praça punida per-
maneça ou ingresse;
VI – o local do cumprimento da punição, se for o caso;
VII – a data do início e do fim do cumprimento ou a determinação para
posterior cumprimento, se o punido estiver baixado, afastado do serviço ou à
disposição de outra autoridade.

Publicação
§ 2º A publicação em boletim é o ato administrativo que formaliza a apli-
cação da punição ou a justificação.

Inexistência de boletim na OPM


§ 3º Quando a autoridade que aplica a punição não dispuser de boletim
para sua publicação, esta deve ser feita no boletim da autoridade imediata-
mente superior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Início da contagem de prazo recursal


§ 4º O primeiro dia do prazo recursal será o dia útil seguinte à intimação
pessoal do militar punido ou à publicação em boletim, o que ocorrer por últi-
mo. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Início do cumprimento da punição


§ 5º Para os fins de que trata o § 4º deste artigo, a intimação pessoal será
feita, preferencialmente: (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
I – por mandado, na pessoa do policial-militar punido; (Acrescido pela Lei
n. 8.973/2020)
II – na pessoa de seu defensor, regularmente constituído; (Acrescido pela
Lei n. 8.973/2020)
III – por meio eletrônico, na forma da lei; ou (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)
IV – por correio, com Aviso de Recebimento (AR). (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)
§ 6º O início do cumprimento da punição disciplinar ocorrerá com a publi-
cação em boletim da OPM ou de acordo com o inciso VII deste artigo. (Acres-
cido pela Lei n. 8.973/2020)

Publicação em boletim reservado


Art. 49. A publicação da punição imposta a oficial ou aspirante a oficial
será feita em boletim reservado ou em boletim ostensivo, conforme as cir-
cunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem.

Limites das punições disciplinares


Art. 50. A aplicação da punição deve obedecer às seguintes normas:
I – a punição deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro
dos seguintes limites:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

a) de repreensão até dez dias de suspensão ou detenção para transgres-


são leve; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
b) de onze dias de suspensão ou detenção até dez dias de prisão para a
transgressão média; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
c) de onze dias de prisão até reforma administrativa disciplinar, licencia-
mento, exclusão a bem da disciplina ou demissão, para transgressão grave.
II – - a punição deve ser dosada proporcionalmente quando ocorrerem
circunstâncias atenuantes a agravantes;
III – por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição;
IV – a punição disciplinar, no entanto, não exime o punido de responsabi-
lidade civil ou penal que lhe couber;
V – havendo mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada
uma deve ser imposta a punição correspondente, devendo ser apuradas em
processos distintos.
VI – havendo conexão, as de menor gravidade serão consideradas como
circunstâncias agravantes da transgressão principal.

Conexão
Parágrafo único. São transgressões disciplinares conexas aquelas que se
relacionam por um nexo ou liame.

Vedação especial a interrogatório


Art. 51. Nenhum policial militar deverá ser interrogado em estado de em-
briaguez ou sob a ação de alucinógenos ou entorpecentes.

Punição a policial militar à disposição


Art. 52. A autoridade que necessitar punir seu subordinado à disposição
ou a serviço de outra autoridade deve a ela requisitar a apresentação do pu-
nido para cumprimento da punição.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspensão de licenças e afastamentos temporários


Art. 53. Todas as licenças e afastamentos temporários poderão ser sus-
pensos a critério do Governador do Estado, Comandante-Geral, Chefe da
Casa Militar da Governadoria ou Corregedor-Geral, para submeter o militar
estadual a inquérito policial militar, procedimento ou processo administrativo
disciplinar e a cumprimento de punição. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Suspensão do cumprimento de punição


Art. 54. Durante o cumprimento de punição disciplinar e havendo neces-
sidade de licença para tratamento de saúde própria ou de pessoa da família,
baixa hospitalar ou afastamento temporário do punido, será o cumprimento
suspenso até que cesse o motivo que lhe deu causa.

Publicação da suspensão
Art. 55. Tanto o afastamento quanto o retorno do punido ao local de cum-
primento da punição disciplinar serão publicados no boletim, incluindo-se na
publicação do retorno a nova data em que o punido será colocado em liberdade.

CAPÍTULO III
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES CAUTELARES

Medidas cautelares
Art. 56. Constituem-se em medidas disciplinares cautelares o afastamen-
to do exercício das funções e a prisão cautelar disciplinar.

Afastamento do exercício das funções


§ 1º O afastamento do exercício das funções ocorrerá durante apuração
de processo ou procedimento administrativo a que responde o policial militar,
a critério das autoridades competentes.

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Prisão cautelar disciplinar


§ 2º A prisão cautelar disciplinar ocorrerá quando houver necessidade da
preservação das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares que
ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do infrator.

Impedimento do uso do armamento e do fardamento


Art. 57. O policial militar afastado da função, nos termos deste capítulo,
poderá ser impedido do uso do armamento e/ou do fardamento, quando hou-
ver indícios suficientes que recomendem tal medida.

Expediente do policial militar afastado


Parágrafo único. A autoridade que motivadamente decidir pelo afastamen-
to do policial militar da função deverá determinar o local onde o mesmo cum-
prirá expediente.

Requisitos da prisão cautelar disciplinar


Art. 58. A prisão cautelar disciplinar, sem nota de punição publicada em
boletim, poderá ocorrer, fundamentada e excepcionalmente, quando:
I – houver flagrante prática de infração administrativa de natureza grave e
for necessária para a preservação da ordem pública e/ou da disciplina policial-
-militar, especialmente se o infrator mostrar-se agressivo, embriagado ou sob
ação de substância alucinógena ou entorpecente, devendo-se lavrar o devido
termo circunstanciado, indicando as provas do fato;
II – houver indícios suficientes de autoria e materialidade de infração ad-
ministrativa de natureza grave e for justificadamente necessária ao bom anda-
mento das apurações, devendo esta decisão ser devidamente motivada pela au-
toridade instauradora do procedimento ou processo administrativo disciplinar;

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Oficial

Controle administrativo da prisão cautelar disciplinar


§ 1º Toda medida cautelar disciplinar aplicada, exceto quando aplicada
pelo Governador do Estado, Comandante-Geral ou chefe da casa Militar da
Governadoria, deverá ser imediatamente comunicada ao Corregedor-Geral,
que exercerá o controle quanto à legalidade do ato.

Prazo da prisão cautelar disciplinar


§ 2º O policial militar recolhido nos termos deste artigo poderá permane-
cer nessa situação pelo prazo máximo de cinco dias, podendo este prazo ser
prorrogado por igual período uma única vez devidamente motivada.

Detração
§ 3º O período em que o policial militar permanecer em prisão cautelar
disciplinar será deduzido da punição que lhe for aplicada posteriormente.

Conveniência da medida
Art. 59. A autoridade que decidir pela medida disciplinar cautelar poderá
revogá-la se, no decorrer do processo, verificar a falta de motivo para que
essa medida subsista, bem como de novo implementá-la, se sobrevierem ra-
zões que a justifiquem.

CAPÍTULO IV
DA MODIFICAÇÃO DAS PUNIÇÕES

Competência para modificação das punições


Art. 60. A modificação da aplicação de punição pode ser realizada pela
autoridade que a aplicou ou por outra superior e competente, motivadamen-
te, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.

Espécies de modificação de punição


Parágrafo único. As modificações da aplicação de punição são:
I – conversão;
II – anulação;

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III – elevação;
IV – atenuação;
V – agravação;
VI – avocação;
VII – revisão.

Conversão
Art. 61. A autoridade competente converterá a sanção de prisão ou de-
tenção disciplinar em suspensão, na mesma ordem de dias da pena restritiva
de liberdade, quando a Organização Policial Militar (OPM) não dispuser de
alojamento ou alimentação adequados para seu cumprimento. (Alterado pela
Lei n. 8.973/2020)
Parágrafo único. A classificação do comportamento do policial militar será
feita com base na sanção originária. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Comportamento disciplinar após a conversão


§ 1º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020).

Equivalência na conversão
§ 2º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Prazo para interposição


§ 3º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Inadmissibilidade de recurso
§ 4º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Limite de prestação de serviço extraordinário


§ 5º A prestação de serviço extraordinário, nos termos do caput deste ar-
tigo, consiste na realização de atividades, administrativas ou operacionais, por
período nunca inferior a seis ou superior a doze horas, no seu período de folga.

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Limite máximo para conversão


§ 6º O limite máximo de conversão da detenção ou prisão disciplinar em
serviço extraordinário é de até a metade da punição aplicada e será sempre
cumprida na fase final do período de punição.

Impedimento de dobrar serviço operacional


§ 7º A prestação do serviço extraordinário operacional não poderá ser
executada imediatamente após o término de um serviço ordinário ou imedia-
tamente anterior a este.

Anulação
Art. 62. A anulação da punição disciplinar consiste em declarar a ilegali-
dade deste ato administrativo. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Efeito imediato
§ 1º A anulação, sendo concedida ainda durante o cumprimento da puni-
ção, importa em ser o punido posto em liberdade imediatamente.

Eliminação de registros
§ 2º A anulação da punição deve eliminar toda e qualquer anotação ou
registro nas alterações do militar, relativos à sua aplicação.

Encaminhamento à autoridade competente


§ 3º A autoridade que tome conhecimento de comprovada ilegalidade na apli-
cação de punição e não tenha competência para anulá-la deve, fundamentada-
mente, encaminhar a documentação correspondente à autoridade competente.

Relevação
Art. 63. A relevação da punição consiste na suspensão do cumprimento
da punição imposta.

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Pressupostos para concessão


Parágrafo único. A relevação da punição pode ser concedida:
I – quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com
a aplicação da mesma, independente do tempo de punição a cumprir; ou
II – por motivo de passagem de comando, data de aniversário da Polícia
Militar, data de aniversário da OPM ou data nacional, quando já tiver sido
cumprida pelo menos metade da punição.

Atenuação
Art. 64. A atenuação da punição consiste na transformação da punição
em outra menos rigorosa, se assim exigir o interesse da disciplina e da ação
educativa do punido.

Agravação
Art. 65. A agravação da punição consiste na transformação da punição
em outra mais rigorosa, se assim exigir o interesse da disciplina.

Avocação
Art. 66. A autoridade de hierarquia superior e competente, discordando da
solução dada à sindicância ou ao processo administrativo disciplinar pela au-
toridade de hierarquia inferior, poderá avocá-la, dando-lhe solução diferente.

Pressupostos para avocação§ 1º A avocação será admitida:


I – quando a decisão disciplinar for contrária à evidência dos autos;
II – quando a decisão disciplinar se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
III – quando a decisão disciplinar estiver eivada de vícios que a torne ir-
regular e/ou ilegal;

Prescrição da avocação
§ 2º O direito a avocação prescreverá em um ano.

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Revisão
Art. 67. Caberá revisão, que será processada em autos apartados, dos
processos findos, exauridos os recursos administrativos admitidos, quando o
interessado aduza fatos novos capazes de elidir as razões que fundamenta-
ram o ato punitivo, onde tenha havido erro quanto aos fatos, sua apreciação,
avaliação ou enquadramento.

Competência para julgamento


§ 1º São autoridades competentes para decidir sobre o pedido de revisão:
I – O Governador do Estado, quando aplicou a punição disciplinar ou quan-
do esta foi aplicada pelo Comandante-Geral ou Chefe da Casa Militar da Go-
vernadoria;
II – O Comandante-Geral, quando a punição disciplinar tiver sido aplicada
por seus comandados.

Prescrição da revisão
§ 2º O direito à revisão prescreverá em cinco anos.

Possibilidade de nova revisão


§ 3º Não será admissível a reiteração do pedido de revisão, salvo se base-
ado em novas provas ou novo fundamento.

Consequências da revisão
§ 4º Decidindo procedente a revisão, poderá o Governador do Estado ou
o Comandante-Geral absolver o impetrante, alterar a classificação da trans-
gressão da disciplina, modificar a sanção disciplinar ou anular o processo ad-
ministrativo. Em hipótese alguma poderá ser agravada a sanção.

Absolvição
§ 5º A absolvição implicará no restabelecimento de todos os direitos per-
didos em virtude da sanção imposta.

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Inadmissibilidade de recurso
§ 6º Não haverá recurso contra decisão proferida em grau de revisão.

TÍTULO III
DO COMPORTAMENTO

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO, DA RECLASSIFICAÇÃO
E DA MELHORIA DE COMPORTAMENTO

Comportamento disciplinar
Art. 68. O comportamento policial-militar das praças espelha o seu pro-
cedimento profissional, sob o ponto de vista disciplinar.

Competência
§ 1º A classificação e reclassificação do comportamento são da competên-
cia do Comandante-Geral e dos comandantes de OPM, obedecido o disposto
neste capítulo e, necessariamente, publicadas em boletim.

Comportamento inicial
§ 2º Ao ser incluída na Polícia Militar, a praça será classificada no compor-
tamento “BOM”.

Espécies de comportamento
Art. 69. O comportamento disciplinar da praça deve ser classificado em:
I – EXCEPCIONAL: quando, no período de oito anos de efetivo serviço, não
tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
II – - ÓTIMO: quando, no período de quatro anos de efetivo serviço, tenha
sido punida com até uma detenção ou o correspondente;
III – BOM: quando, no período de dois anos de efetivo serviço, tenha sido
punida com até duas prisões ou o correspondente;

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Oficial

IV – INSUFICIENTE: quando, no período de um ano de efetivo serviço,


tenha sido punida com pelo menos duas prisões ou o correspondente e uma
repreensão ou uma detenção;
V – MAU: quando, no período de um ano de efetivo serviço, tenha sido
punida com pelo menos três prisões ou o correspondente.

Contagem automática
Art. 70. A contagem de tempo para mudança de comportamento é au-
tomática e inicia-se na data em que se encerra o cumprimento da punição,
observados os prazos previstos no artigo anterior.

Equivalências de comportamentos
Art. 71. Para efeito de classificação e reclassificação do comportamento
disciplinar, ficam estabelecidas as seguintes equivalências:
I – duas repreensões equivalem a uma detenção;
II – quatro repreensões equivalem a uma prisão;
III – duas detenções equivalem a uma prisão.

TÍTULO IV
DAS RECOMPENSAS

Definição
Art. 72. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços
prestados por policiais militares.

Espécies de recompensas
Art. 73.Além de outras previstas em leis e regulamentos, são recompen-
sas policiais-militares:
I – o elogio;
II – as dispensas do serviço;
III – - a dispensa da revista do recolher e do pernoite nos centros de for-
mação, para alunos dos cursos de formação.

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Espécies de elogio
Art. 74. O elogio pode ser individual, coletivo ou perante a tropa.

Elogio individual
§ 1º O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e pro-
fissionais, somente poderá ser formulado a policiais militares que se hajam
destacado da coletividade no desempenho de ato de serviço ou ação meri-
tória. Os aspectos principais que devem ser abordados são os referentes ao
caráter, à coragem, ao desprendimento, à inteligência, às condutas civil e po-
licial-militar, às culturas profissionais em geral, à capacidade como instrutor,
à capacidade como comandante e como administrador ou à capacidade física.

Elogio coletivo
§ 2º O elogio coletivo visa reconhecer e ressaltar um grupo de policiais mili-
tares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.

Publicação dos elogios


§ 3º Os elogios, individual e coletivo, deverão ser publicados em boletim
da OPM da autoridade que o emitiu ou de autoridade superior, se aquela não
dispuser de tal instrumento.

Elogio perante a tropa


§ 4º O elogio perante a tropa é procedido informalmente, durante as reu-
niões, paradas, formaturas e afins, o qual não constará nos assentamentos
do policial militar.

Recomendações da sociedade civil


§ 5º As observações positivas elaboradas por autoridades, representantes
da sociedade civil ou cidadãos, individualmente, somente serão registradas
como elogio nos assentamentos do policial militar se devidamente ratificadas
pela autoridade policial-militar competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Dispensas do serviço
Art. 75. As dispensas do serviço, como recompensas, podem ser:
I – dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OPM,
inclusive os de instrução;
II – dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que
devem ser especificados na concessão.

Limites da dispensa
§ 1º A dispensa total do serviço é concedida pelo prazo máximo de oito
dias, não podendo ultrapassar o total de dezesseis dias no decorrer de um
ano civil. Esta dispensa não invalida o direito de férias.

Gozo fora da sede


§ 2º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da sede, fica subor-
dinada às mesmas regras da concessão de férias.

Publicação
§ 3º O ato administrativo que concede a dispensa do serviço, devidamente
publicado, deverá indicar o início e o término da dispensa.

Dispensa da revista do recolher e do pernoite


Art. 76. As dispensas da revista do recolher e do pernoite nos cursos de
formação podem ser incluídas em uma mesma concessão. Essas dispensas
não significam que o aluno esteja dispensado de qualquer outro serviço ou
instrução para o qual esteja escalado ou ao qual deva comparecer.

Competência para concessão


Art. 77. São competentes para conceder as recompensas de que trata
este capítulo as autoridades especificadas no art. 26 deste Código.

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Oficial

TÍTULO V
DA POLÍTICA DE CONTROLE ÂMBITO DE APLICAÇÃO
(ACRESCIDO PELA LEI N. 8.973/2020)

Política de Controle
Art. 77-A. Este título regulamenta o sistema de controle alternativo das
infrações disciplinares e os procedimentos a serem adotados na apuração
preliminar e no termo de ajustamento de conduta. (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)
Art. 77-B. O controle da disciplina dos militares estaduais poderá ser
realizado pelo uso progressivo da autoridade competente, dos seguintes ins-
trumentos:
I – prevenção;
II – correção;
III – ajustamento de conduta;
IV – processo administrativo disciplinar.

Prevenção
Art. 77-C. Compete às autoridades de que trata o art. 26 desta Lei, pla-
nejar e aplicar, preventivamente, programas de qualificação, atualização e
orientação dos militares estaduais para o exercício das suas atribuições den-
tro dos padrões da ética e da disciplina, com enfoque na correta interpretação
dos seus deveres e na perfeita compreensão das proibições e das responsa-
bilidades. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Programa Complementar de Prevenção


§ 1º Às comissões de correição e às divisões da Corregedoria-Geral com-
pete implantar programa complementar de prevenção, com realização de
reuniões setoriais, visando a padronizar procedimentos e esclarecer situações
de risco.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Sistema de Informações
§ 2º Para adoção de mecanismos de prevenção e correição, a Corregedo-
ria manterá estatística identificando pontos vulneráveis na regularidade dos
serviços, tipos de infrações e possíveis causas, além do perfil dos infratores,
com fim de traçar metas de prevenção.

Correção
Art. 77-D. A correção é a ação imediata e voluntária das autoridades
competentes diante das transgressões disciplinares médias ou leves, come-
tidas pelos seus subordinados no exercício das funções, indiretamente a elas
relacionadas ou que nelas se reflitam, tais como erro de interpretação de
ordens ou regras, erro no cumprimento de tarefa ou erro de postura em re-
lação a superiores, pares, subordinados e terceiros. (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)

Comunicações de Alerta
§ 1º A correção é exercida pelo esclarecimento escrito, de caráter educati-
vo, em que conste objetivamente o fato e a orientação sobre a forma correta
de procedimento, assinado com duas testemunhas.
§ 2º A comunicação escrita, com possível justificativa apresentada pelo
militar alertado, será arquivada pela autoridade que a emitiu, dela não po-
dendo resultar aplicação de sanção.
§ 3º Cópias das comunicações podem ser requisitadas pela Corregedo-
ria-Geral da Polícia Militar do Pará, para formulação de estudos estatísticos e
adoção de medidas preventivas e corretivas.

Notícia de Ocorrência
§ 4º A reiteração de condutas inadequadas pelo militar estadual devida-
mente esclarecido, na forma deste artigo, implicará na comunicação do fato
às autoridades mencionadas no art. 26 desta Lei, para adoção de medidas
disciplinares.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Ajustamento de Conduta
Art. 77-E. O ajustamento de conduta é a forma voluntária de adequação
do comportamento do policial-militar, fundada nos princípios constitucionais
da eficiência, economicidade, proporcionalidade e razoabilidade, podendo ser
adotado nos casos de infração leve e média. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 1º O ajustamento de conduta efetivar-se-á mediante assinatura do Ter-
mo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo infrator e pela autoridade competente
para a instauração do procedimento disciplinar ou para aplicação de medidas
de caráter educativo.
§ 2º O TAC firmado pelo militar estadual dispensa a instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar e exclui eventual aplicação de pena, caso se-
jam cumpridas as obrigações constantes do documento e observada a efetiva
mudança de comportamento.
§ 3º O TAC poderá ser firmado até o final da instrução e antes da apresen-
tação das alegações finais no processo administrativo disciplinar, mediante
proposta da comissão processante ou a requerimento do interessado.
§ 4º A assinatura do TAC implica no reconhecimento da irregularidade
cometida e no comprometimento em repará-la, bem como na adequação do
comportamento.
§ 5º O TAC preverá a aplicação de, pelo menos, uma das seguintes medi-
das de caráter educativo:
I – elaboração e apresentação de trabalho sobre o tema que originou o
ajustamento de conduta;
II – ministério de instrução, em estabelecimento de ensino público ou ou-
tra instituição, sobre assunto de interesse da sociedade;
III – ministério de palestra para a tropa sobre assunto pré-determinado pelas
autoridades indicadas no art. 26 desta Lei, na parada matinal ou evento diverso;
IV – cumprimento de escala extra de serviço que não ultrapasse 6 (seis)
horas, sem ônus e no interesse da administração, desde que haja voluntarie-
dade e concordância do militar ajustado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

V – assistir instruções ou palestras, sobre assuntos de interesse da insti-


tuição, no horário de folga do militar ajustado.
§ 6º No caso de falta ao serviço, a medida de caráter educativo aplicada
será a escala extra em dobro, em serviço de mesma natureza, sem ônus e no
interesse da administração.
§ 7º O TAC conterá, no mínimo, as seguintes informações:
I – qualificação do militar infrator;
II – fundamentos de fato e de direito para a celebração do ajustamento de
conduta, bem como a caracterização da infração cometida como leve ou média;
III – descrição das obrigações assumidas para reparar o dano e das medi-
das de caráter educativo aplicadas;
IV – o prazo e o modo de cumprimento das obrigações assumidas, bem
como para a realização das medidas de caráter educativo aplicadas;
V – a forma de fiscalização pela Organização Policial-Militar competente;
VI – as sanções aplicáveis em caso de descumprimento do Termo de Ajus-
tamento de Conduta.

Critérios para o Ajustamento de Conduta


§ 8º Para a aferição da conveniência e da oportunidade da adoção do TAC
serão considerados os seguintes critérios:
I – estar o militar, no mínimo, no comportamento BOM;
II – não ter sido beneficiado pelo ajustamento de conduta nos últimos seis
meses anteriores à prática do novo fato;
III – não ter praticado novo ato infracional até seis meses após o encerra-
mento do prazo do último ajustamento de conduta.
§ 9º É vedada a realização de ajuste de conduta quando houver indícios
de prejuízos efetivos ao Erário ou ao serviço público, de improbidade admi-
nistrativa, de crime ou de má-fé do infrator.

206
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Arquivamento
§ 10 O Termo de Ajustamento de Conduta será registrado nos assenta-
mentos do militar estadual.

Apuração Preliminar
Art. 77-F. Para o esclarecimento das circunstâncias em que se deu a ocor-
rência da infração funcional, com vistas a subsidiar a decisão sobre a medida
aplicável ou o procedimento a ser adotado, poderá a autoridade competente
determinar que se faça uma apuração preliminar, a qual consistirá em uma
coleta simplificada de informações que permitam concluir pela conveniência
da medida. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Prazo para Conclusão


§ 1º O prazo de conclusão da apuração preliminar é de cinco dias, a contar
da data em que o militar estadual seja cientificado oficialmente da referida
apuração, por meio de notificação pessoal.
§ 2º Ato do Comandante-Geral disciplinará os procedimentos da Apuração
Preliminar.

LIVRO III
DO PROCEDIMENTO E DOS PROCESSOS DISCIPLINARES

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Princípios
Art. 78. Os processos e procedimentos na seara disciplinar devem obser-
var, dentre outros, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Providências preliminares
Art. 79. Logo que tiver conhecimento da prática de infração disciplinar,
verificável na ocasião, o comandante ou oficial designado por autoridade po-
licial-militar competente deverá, desde que não prejudique instrução criminal
concomitante:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não seja alterado o estado
e a situação das coisas, enquanto necessário;
II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação
com o fato;
III – colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e de
suas circunstâncias.

Competência subsidiária
Parágrafo único. O comandante ou aquele que o substitua ou esteja de
dia, de serviço ou de quarto deverá, imediatamente, tomar ou determinar
que sejam tomadas as providências cabíveis previstas neste artigo, ao ter
conhecimento de infração disciplinar que lhe incumba reprimir.

Modos de iniciação de procedimentos e processos administrativos


disciplinares
Art. 80. A sindicância e o processo administrativo disciplinar serão instaurados:
I – de ofício, pela autoridade policial-militar em cujo âmbito de comando
haja ocorrido a infração disciplinar, observada a hierarquia;
II – por determinação ou delegação da autoridade policial-militar superior;
III – em virtude de requisição do Ministério Público.

Início por requerimento


Parágrafo único. A sindicância e o processo administrativo disciplinar po-
derão ser instaurados, a critério da autoridade competente, em razão de re-

208
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

querimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em


virtude de representação de autoridade que tenha conhecimento da infração
disciplinar, cuja repressão não tenha competência.

Requisitos obrigatórios do documento instaurador


Art. 81. O ato administrativo de instauração deverá conter os seguintes
requisitos:
I – autoridade instauradora;
II – autoridade delegada, se for o caso;
III – indicação do possível autor da transgressão da disciplina, quando se
tratar de processo administrativo disciplinar;
IV – a indicação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou institui-
ção prejudicada ou atingida, sempre que possível;
V – o tempo e o lugar do fato objeto da apuração, com todas as suas cir-
cunstâncias;
VI – a norma em tese violada, quando se tratar de processo administrativo
disciplinar;
VII – possível sanção disciplinar aplicável ao acusado, quando se tratar de
processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. Presente a indicação da conduta imputada ao policial
militar, a mera ausência de algum dos requisitos previstos acima não gera a
nulidade do processo administrativo disciplinar, salvo comprovação de efetivo
prejuízo à defesa, uma vez que a descrição minuciosa da infração só se faz
necessária na fase final da instrução. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Atribuições dos encarregados


Art. 82. O encarregado da sindicância ou do processo administrativo dis-
ciplinar, ressalvado o disposto no art. 111-A, deverá: (Alterado pela Lei n.
8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – tomar as medidas previstas no art. 79, caso as mesmas ainda não te-
nham sido providenciadas;
II – ouvir o ofendido; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
III – ouvir as testemunhas, devendo, no caso de processo administrativo
disciplinar, proceder-se, em primeiro lugar, à oitiva das de acusação e, após,
das de defesa; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
IV – ouvir o acusado, em depoimento preliminar; (Alterado pela Lei n.
8.973/2020)
V – proceder ao reconhecimento de pessoas ou coisas e acareações; (Al-
terado pela Lei n. 8.973/2020)
VI – requerer exame de corpo de delito e quaisquer outros exames e pe-
rícias, quando necessário; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
VII – determinar a identificação e avaliação de coisa subtraída, desviada,
destruída, danificada ou objeto de apropriação indébita; (Alterado pela Lei n.
8.973/2020)
VIII – proceder as buscas e apreensões, conforme dispuser a lei; (Altera-
do pela Lei n. 8.973/2020)
IX – tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemu-
nhas; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
X – juntar documentos, papéis, fotografias com os negativos, croquis e
qualquer outro meio que ilustre o modo como os fatos se desenvolveram;
(Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
XI – qualificar e interrogar o acusado após a coleta de todas as provas;
(Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
XII – outros atos necessários em direito admitidos.
Parágrafo único. O acusado deve ser notificado de todas as provas a se-
rem produzidas, facultando-se-lhe acompanhá-las, bem como ser informado
sobre o direito de produzir provas e requerer as que entender cabíveis, cuja
pertinência será analisada pela comissão em decisão fundamentada, que po-
derá deferi-las ou não. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Antecedência da citação, intimação e notificação


Art. 83. A citação, as intimações e as notificações serão sempre feitas
de dia e com a antecedência mínima de vinte e quatro horas do ato a que se
referirem.

Citação
§ 1º Citação é o ato processual pelo qual se chama, por ordem da auto-
ridade competente, o acusado para defender-se em processo administrativo
disciplinar, dando-lhe ciência dos fatos que lhe são imputados e das normas
em tese infringidas.

Intimação e Notificação
§ 2º Intimação é utilizada para dar conhecimento de atos ou despachos
praticados no processo em curso e Notificação é a ordem feita a alguém para
que faça ou deixe de fazer algo. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Recusa ou Negativa
§ 3º Se o citado ou intimado recusar-se a ouvir a leitura da citação ou in-
timação ou se negar a assiná-las, o encarregado certificará tal fato no próprio
mandado de citação ou intimação, na presença de duas testemunhas instru-
mentárias do feito. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
§ 4º A intimação do defensor dativo ou regularmente constituído nos au-
tos, inclusive por Aviso de Recebimento (AR), supre a do acusado nos demais
atos do processo. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Carta precatória
Art. 84. Poderá ser requisitada a produção de prova por meio de carta
precatória, expedida diretamente ao comandante da OPM onde deverão ser
realizadas as diligências solicitadas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Acusado do posto de coronel


Art. 85. Se o sindicado ou acusado for do posto de Coronel, o fato será
comunicado ao Comandante-Geral e ao Corregedor, obedecidos os trâmites
regulamentares.

Sigilo dos procedimentos e processos


Art. 86. A sindicância e o processo administrativo disciplinar somente
serão sigilosos quando o ato de instauração determinar este procedimento,
devendo ser, por conseguinte, publicado em boletim reservado, admitindo-se
o acompanhamento do defensor do sindicado ou acusado.

Defensor
Art. 87. Entende-se por defensor, que é facultativo na sindicância e no
processo administrativo disciplinar, o advogado, o oficial ou a praça bacharel
em direito, devidamente habilitado com outorga de poderes cedidos pelo sin-
dicado ou acusado.

Defensor dativo e ad hoc


Parágrafo único. O policial militar, quando estiver atuando como defensor
dativo ou ad hoc, estará em serviço policial-militar para fins de direito.

Reunião e ordem dos procedimentos e processos


Art. 88. Todas as peças serão reunidas num só processo, por ordem cro-
nológica, datilografadas ou digitadas em espaço 1.5, com as folhas numera-
das, rubricadas e autenticadas, conforme o caso, pelo encarregado que, uma
vez findo os trabalhos, lavrará o termo de encerramento.

Relatório
Art. 89. A sindicância e o processo administrativo disciplinar serão en-
cerrados com um minucioso relatório, no qual o encarregado mencionará à
autoridade delegante a portaria de instauração, o objetivo da apuração, as

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

diligências realizadas e os resultados obtidos, a descrição dos fatos com in-


dicação do dia, hora e local em que ocorreu, a análise do fato e das provas
constantes dos autos. Em conclusão, mencionará se há indícios de infração
disciplinar, no caso da sindicância, ou infração disciplinar a punir, no caso dos
processos administrativos disciplinares, e/ou indícios de crime.

Relatório integrante da parte dispositiva


Parágrafo único. Quando não houver delegação, o relatório fará parte da
decisão da autoridade instauradora da sindicância ou processo administrativo
disciplinar.

Da autoridade delegada
Art. 90. No caso de ter sido delegada a atribuição para instrução, o encar-
regado remeterá os autos à autoridade de quem recebeu a delegação para que
esta publique em boletim a solução no prazo de dez dias, a contar do recebi-
mento dos autos, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias.

Superioridade ou igualdade hierárquica sobre o infrator


Art. 91. Em se tratando de delegação para a instrução da sindicância ou
do processo administrativo disciplinar deverá aquela recair em policial militar
de posto superior ao do policial militar sindicado ou acusado. Na impossibi-
lidade disto, deverá recair em policial militar que o preceda na antiguidade.

Indícios contra superior hierárquico ou policial militar mais antigo


no curso do procedimento
§ 1º Se, no curso da sindicância, o seu encarregado verificar a existência
de indícios de transgressão da disciplina contra policial militar superior hie-
rárquico ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas
funções sejam delegadas a outro encarregado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Indícios contra superior hierárquico ou policial militar mais antigo


no curso do processo
§ 2º Se, no curso de processo administrativo disciplinar, o seu presidente
verificar a existência de indícios de transgressão da disciplina contra um outro
policial militar superior hierárquico ou mais antigo, deve prosseguir normal-
mente na apuração, mencionando esta circunstância no relatório.

Dedução em favor dos prazos


§ 3º São deduzidas dos prazos para a conclusão da instrução as suspen-
sões pelo motivo previsto no § 1º deste artigo.

Cumprimento de precatória
§ 4º A delegação para o cumprimento de carta precatória deverá recair em
policial militar, observando- se o disposto no caput deste artigo.

Diligências da Corregedoria
Art. 92. Os autos, após serem solucionados pelas autoridades instauradoras,
serão remetidos ao Corregedor-Geral, acompanhados dos instrumentos apen-
sos, bem como dos objetos que interessem à sua prova, podendo este, se for o
caso, determinar novas diligências, marcando o prazo para a sua devolução.

Impedimentos
Art. 93. São impedidos de apurar indícios de infração disciplinar:
I – O policial militar que formulou a acusação originária do procedimento
ou do processo;
II – Os policiais militares que tenham entre si, com o acusador ou com o
acusado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou até 4º grau de
consanguinidade colateral ou de natureza civil;
III – Os policiais militares que tenham particular interesse na decisão do
processo administrativo disciplinar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Incidente de Sanidade Mental


Art. 93-A. Quando houver dúvida razoável sobre a sanidade mental do
acusado, o presidente do processo administrativo disciplinar proporá à autori-
dade competente que o militar disciplinado seja submetido a exame por junta
médica da Corporação, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
(Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 1º O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados
e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial. (Acrescido
pela Lei n. 8.973/2020)
§ 2º O militar acusado ou seu defensor poderão requerer a instauração de
incidente de sanidade mental. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 3º O incidente de sanidade mental não suspenderá o curso do processo
disciplinar ou a instrução probatória, ressalvada a produção de prova teste-
munhal ou outra em que seja indispensável a presença do acusado submetido
ao exame pericial. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Sobrestamento
Art. 93-B. É permitido o sobrestamento de procedimento ou processo
administrativo disciplinar, por um período de até trinta dias, mediante re-
querimento fundamentado da autoridade administrativa delegada dirigido às
autoridades previstas no art. 26 desta Lei. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 1º O prazo de que trata o caput deste artigo poderá ser prorrogado por
até trinta dias pela autoridade policial militar delegante, desde que o pedido de
prorrogação seja motivado e tempestivo. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 2º Não haverá outra prorrogação, além da prevista no parágrafo ante-
rior, salvo dificuldade insuperável, a juízo da autoridade delegante. (Acrescido
pela Lei n. 8.973/2020)
§ 3º Durante o sobrestamento é vedada a prática de qualquer ato procedi-
mental ou processual, salvo, a juízo da autoridade administrativa delegante,
atos inadiáveis e indispensáveis ao bom andamento do processo, mediante
decisão fundamentada. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º A publicação do ato de sobrestamento suspenderá o transcurso do


prazo prescricional, que voltará a correr pelo que sobejar. (Acrescido pela Lei
n. 8.973/2020)

TÍTULO II
DO PROCEDIMENTO E DOS PROCESSOS DISCIPLINARES EM ESPÉCIE.

CAPÍTULO I
DA SINDICÂNCIA

Definição
Art. 94. Sindicância disciplinar é a apuração sumária inquisitorial de fato ou
ato que, em tese, configure transgressão da disciplina policial-militar, quando
inexistirem indícios claros de autoria. Tem caráter de instrução provisória, cuja
finalidade precípua é reunir elementos necessários à propositura do processo
administrativo disciplinar e/ou inquérito policial-militar, se for o caso.

Perícias
Parágrafo único. São efetivamente atos instrutórios da sindicância disci-
plinar os exames, perícias e avaliações realizados regularmente por peritos
idôneos e com obediência as formalidades previstas em lei.

Competência para instauração


Art. 95. São autoridades administrativas militares competentes para ins-
taurar a sindicância as previstas no art. 26.

Delegação
Art. 96. A autoridade instauradora poderá delegar suas atribuições para
instruir a sindicância disciplinar a um policial militar, que será denominado de
sindicante.

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Oficial

Prazo para conclusão


Art. 97. O prazo de conclusão da sindicância disciplinar é de quinze dias,
a contar da data da publicação do decreto ou da portaria de instauração/de-
legação no Diário Oficial do Estado ou emboletim, conforme o caso.

Prorrogação do prazo
Art. 98. Este último prazo poderá ser prorrogado por mero despacho, sem
exigência de publicação, por até sete dias, pela autoridade policial-militar ins-
tauradora, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados
ou haja necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato. O pe-
dido de prorrogação deve ser motivado e feito tempestivamente.

Renovação da prorrogação
Art. 99. Não haverá mais prorrogação além da prevista no art. 98, salvo
dificuldade insuperável, a juízo da autoridade instauradora.

Remessa posterior de provas


Parágrafo único. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa
prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão poste-
riormente remetidos à autoridade instauradora para a juntada à sindicância
disciplinar. Ainda no seu relatório, poderá o presidente indicar, mencionando,
se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser
ouvidas por qualquer impedimento.

CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Espécies de processos
Art. 100. São processos administrativos disciplinares:
I – Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADSU); (Alterado pela
Lei n. 8.973/2020)

217
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II – Processo Administrativo Disciplinar Simplificado (PADS); (Alterado


pela Lei n. 8.973/2020)
III – Conselho de Disciplina (CD);
IV – Conselho de Justificação (CJ). (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Conveniência para adoção


Art. 101. Adotar-se-á o processo administrativo disciplinar nos casos em
que houver indícios suficientes de autoria e materialidade da transgressão da
disciplina policial-militar, observando-se, dentre outros princípios, o do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Providências preliminares
Art. 102. A autoridade instauradora ou a quem for delegada as atribuições
para a instrução do processo disciplinar, após a publicação do ato administra-
tivo de instauração, providenciará a citação do acusado.

Requisitos da citação
§ 1º A citação indicará:
I – o inteiro teor do ato administrativo de instauração;
II – rol de testemunhas; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
III – abertura de prazo para defesa prévia, na forma no art. 103 desta Lei;
(Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
IV – a data em que foi expedida;
V – a subscrição do encarregado.

Requisito de validade
§ 2º É requisito da citação válida a comprovação do recebimento do docu-
mento citatório por parte do acusado.

Citação do acusado solto


§ 3º A citação do acusado em liberdade far-se-á com antecedência mínima
de vinte e quatro horas em relação ao ato seguinte a ser praticado. (Alterado
pela Lei n. 8.973/2020)

218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Citação do acusado preso


§ 4º A citação do acusado preso far-se-á com antecedência mínima de
quarenta e oito horas em relação ao ato seguinte a ser praticado. (Alterado
pela Lei n. 8.973/2020)

Citação por edital


§ 5º Se o acusado não for encontrado para fins de citação pessoal ou se
estiver em local incerto ou não sabido, será citado por edital, atendidos os
mesmos requisitos previstos no § 1º deste artigo, publicado uma única vez
no Diário Oficial do Estado, determinando-se o prazo de cinco dias para a sua
apresentação, sem prejuízo das demais providências que devam ser tomadas,
sejam de caráter administrativo ou penal. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Citação em Diário Oficial do Estado


§ 6º (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Revelia
§ 7º O processo corre a revelia se o acusado não atender à citação por
edital. Neste caso, o presidente do processo administrativo disciplinar desig-
nará um defensor dativo.

Providências do presidente
Art. 103. Citado o acusado, o presidente deverá: (Alterado pela Lei n.
8.973/2020)
I – adotar as providências necessárias à coleta de provas e instrução do
processo; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
II – intimar o acusado para qualificação e interrogatório; (Alterado pela
Lei n. 8.973/2020)
III – conceder o prazo de três dias para defesa escrita, mediante termo de
vista dos autos ao acusado. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Defensor dativo
Art. 104. Não tendo o acusado apresentado sua auto- defesa e nem cons-
tituído defensor, ser-lhe-á nomeado defensor dativo pelo presidente do pro-
cesso administrativo disciplinar para o exercício da defesa do acusado.

Defensor ad hoc
Parágrafo único. No caso de ausência simultânea do acusado e seu defen-
sor ao ato de que foram regularmente notificados ou intimados, o presidente
do processo administrativo disciplinar nomeará defensor ad hoc para o exer-
cício da defesa do acusado durante o ato.

Acusado preso
Art. 105. Estando o acusado preso, a presença de seu defensor em ses-
são do processo administrativo disciplinar supre a daquele.

Seção I
Dos Processos Administrativos Disciplinares Simplificado e Sumário
(Seção renomeada pela Lei n. 8.973/2020)

Conveniência do PADS
Art. 106. Adotar-se-á o processo administrativo disciplinar simplificado
(PADS) nos casos em que houver indícios suficientes de autoria e materiali-
dade da transgressão da disciplina policial-militar.

Forma e casos de instauração do PADS


Parágrafo único. O processo administrativo disciplinar simplificado será
instaurado através de decreto ou portaria e utilizado nos casos que impli-
quem sanção disciplinar de repreensão, detenção, prisão e licenciamento a
bem da disciplina.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Competência para instauração


Art. 107. São autoridades administrativas militares competentes para
instaurar o processo administrativo disciplinar simplificado as previstas no
art. 26.

Competência para aplicar o licenciamento a bem da disciplina


Parágrafo único. São autoridades competentes para aplicar a sanção de
licenciamento a bem da disciplina:
I – O Governador do Estado, quando instaurar o processo administrativo
disciplinar simplificado ou quando o fato e as circunstâncias exigirem o agra-
vamento da punição disciplinar imposta ao acusado;
II – O Comandante-Geral, quando instaurar o processo administrativo disci-
plinar simplificado ou quando o licenciamento a bem da disciplina for proposto
pelas autoridades indicadas no art. 26, incisos II à IX deste Código, através de
processo administrativo disciplinar simplificado que tenham instaurado.

Possibilidade de delegação
Art. 108. A autoridade instauradora poderá delegar suas atribuições para
instruir o processo administrativo disciplinar simplificado a policial militar, que
será denominado de Presidente, o qual deverá ser superior hierárquico do
acusado ou, excepcionalmente, mais antigo.

Prazo para conclusão


Art. 109. O prazo de conclusão do processo administrativo simplificado é de
quinze dias, a contar da data de publicação do decreto ou da portaria de instau-
ração/delegação no Diário Oficial do Estado ou em boletim, conforme o caso.

Prorrogação do prazo
Art. 110. Este último prazo poderá ser prorrogado por mero despacho,
sem exigência de publicação, por até sete dias, pela autoridade policial-mi-

221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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litar instauradora, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já


iniciados ou haja necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do
fato. O pedido de prorrogação deve ser motivado e feito tempestivamente.

Possibilidade de nova prorrogação


Art. 111. Não haverá mais prorrogação além da prevista no art. 110, sal-
vo dificuldade insuperável, a juízo da autoridade instauradora.

Remessa posterior de provas


Parágrafo único. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa
prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posterior-
mente remetidos à autoridade instauradora para juntada aos autos.

Cabimento do Processo Administrativo Disciplinar Sumário


Art. 111-A. Adotar-se-á o Processo Administrativo Disciplinar Sumário
(PADSU) nos casos em que houver indícios suficientes de autoria e mate-
rialidade e a transgressão disciplinar for classificada como de natureza leve.
(Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Competência para Instauração


§ 1º São autoridades administrativas militares competentes para instaurar
o Processo Administrativo Disciplinar Sumário as previstas no art. 26 desta
Lei. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Possibilidade de Delegação
§ 2º A autoridade instauradora poderá delegar a instrução do Processo
Administrativo Disciplinar Sumário a policial militar, que será denominado de
presidente, o qual deverá ser superior hierárquico do acusado ou, excepcio-
nalmente, mais antigo. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Prazo para Conclusão


§ 3º O prazo de conclusão do Processo Administrativo Disciplinar Sumá-
rio é de dez dias, a contar da data da publicação do decreto ou da portaria
de instauração no Diário Oficial do Estado ou em boletim, conforme o caso.
(Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Prorrogação do Prazo
§ 4º Não haverá prorrogação de prazo, salvo dificuldade insuperável, a
juízo da autoridade instauradora. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Fases do PADSU
§ 5º O PADSU observará, no mínimo, as seguintes formalidades: (Acres-
cido pela Lei n. 8.973/2020)
I – citação do acusado para que tome ciência e indique as provas que pre-
tende produzir; (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
II – adoção das diligências necessárias à elucidação do fato; (Acrescido
pela Lei n. 8.973/2020)
III – fixação do prazo de dois dias para apresentação de defesa escrita, e
(Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
IV – relatório fundamentado e conclusivo, que será remetido à autoridade
julgadora. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
§ 6º Em sua defesa escrita, o acusado poderá alegar todas as matérias
que entender pertinentes, apresentar documentos e justificações e arrolar, no
máximo, duas testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, se
necessário; (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Interposição de Recurso
§ 7º Da decisão proferida em Processo Administrativo Disciplinar Sumário
somente caberá recurso hierárquico. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção II
Do Conselho de Disciplina

Finalidade
Art. 112. O conselho de disciplina (CD) tem a finalidade de julgar a capa-
cidade para permanecerem na ativa do aspirante a oficial e das demais praças
com estabilidade.

Policiais militares na reserva remunerada


Parágrafo único. O conselho de disciplina será aplicado: (Alterado pela Lei
n. 8.973/2020)
I – aos praças inativos que, em tese, sejam incapazes de permanecer na
situação de inatividade; (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)
II – no caso de o(s) ato(s) infracional(is) ter sido praticado em concurso, por
policiais militares com e sem estabilidade. (Acrescido pela Lei n. 8.973/2020)

Competência
Art. 113. O Governador, o Comandante-Geral e o Corregedor-Geral são
as autoridades administrativas militares competentes para instaurarem e de-
cidirem conselho de disciplina. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Requisitos para instauração


Art. 114. O conselho de disciplina é instaurado mediante decreto ou por-
taria, publicados em diário oficial ou boletim, respectivamente, quando a pra-
ça for acusada oficialmente ou por qualquer meio de comunicação social de:
I – ter procedido incorretamente no desempenho do cargo, violando o
sentimento do dever no exercício de função ou de serviço policial-militar;
II – estando no comportamento mau e praticar novo ato com indícios de
transgressão disciplinar, devendo neste caso ser analisada toda sua vida pro-
fissional;

224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – ter praticado ato de natureza grave que afete a honra pessoal, o
pundonor policial-militar ou o decoro da classe, independentemente de seu
comportamento, não estando de serviço ou atuando em razão da função;
IV – indignidade ou incompatibilidade para com o cargo.

Afastamento das funções


Art. 115. Ao ser publicado o ato administrativo de instauração do conse-
lho de disciplina, a praça da ativa é imediatamente afastada do exercício de
suas funções, ficando à disposição do conselho.

Membros do CD
Art. 116. O conselho de disciplina é composto de três oficiais da ativa da
Corporação.

Organização funcional do CD
Parágrafo único. O membro mais antigo do conselho de disciplina, no mí-
nimo oficial intermediário, é o presidente; o que lhe segue em antiguidade é
o interrogante e relator, e o mais moderno é o escrivão.

Atribuições do presidente do CD
Art. 117. São atribuições do presidente do conselho, dentre outras:
I – presidir todos os atos do conselho, zelar pela regularidade do processo,
pela execução da lei e pela garantia da ordem;
II – instalar o conselho, prestando o compromisso legal;
III – citar o acusado;
IV – determinar diligências necessárias à elucidação do fato;
V – intimar o acusado sobre a conclusão a que chegaram os membros do
conselho de disciplina;
VI – apresentar o acusado ao comandante de sua OPM de origem, após o
encerramento dos trabalhos;

225
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VII – remeter os autos do conselho de disciplina ao Governador ou Co-


mandante- Geral, conforme o caso;

Atribuições do interrogante e relator do CD


Art. 118. São atribuições do interrogante e relator, dentre outras:
I – inquirir testemunhas, requerer diligências necessárias à elucidação do
fato e interrogar o acusado; (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
II – elaborar o relatório e submetê-lo à apreciação dos demais membros;
III – datilografar ou digitar as peças instrutórias e o relatório do conselho,
se a celeridade do processo assim exigir.

Atribuições do escrivão do CD
Art. 119. São atribuições do escrivão, dentre outras:
I – autuar o processo;
II – cumprir os despachos do presidente;
III – elaborar as atas das sessões do conselho;
IV – datilografar ou digitar as peças instrutórias e o relatório do conselho.

Inquirições no CD
Art. 120. É lícito aos membros do conselho e à defesa perguntar e reper-
guntar, por intermédio do presidente, sobre o objeto da acusação e propor
diligências para o esclarecimento dos fatos.

Compromisso
Art. 121. Os membros do conselho, na reunião de instalação, prestarão o
seguinte compromisso: “Prometo apreciar os fatos que me forem submetidos
e, de acordo com a lei e as provas dos autos, emitir parecer sobre eles com
imparcialidade e justiça”.

226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspeição e impedimento
Parágrafo único. Os casos de suspeição e impedimentos deverão ser de-
clarados de ofício antes de prestado o compromisso.

Registro da instrução processual


Art. 122. De toda sessão será lavrada ata a fim de registrar o que ocor-
rer, devendo ser assinada pelos membros do conselho, acusado e defensor,
se houver.

Regra para funcionamento


Parágrafo único. O conselho de disciplina funcionará com a totalidade de
seus membros.

Prazo para conclusão


Art. 123. O prazo de conclusão do conselho de disciplina é de trinta dias,
a contar da publicação do ato administrativo de instauração, podendo ser
prorrogado por vinte dias, pela autoridade instauradora.

Motivação do pedido de prorrogação


§ 1º O pedido de prorrogação deve ser motivado e feito tempestivamente.

Forma da prorrogação
§ 2º A concessão ou denegação da prorrogação será realizada por despacho.

Relatório do CD
Art. 124. O relatório é assinado por todos os membros do conselho, con-
cluindo se o policial militar é culpado ou não da acusação que lhe foi imputa-
da, bem como se é capaz ou não de permanecer na ativa ou na situação em
que se encontra na inatividade.

227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Votação no CD
Art. 125. A conclusão do conselho de disciplina será tomada por maioria
de votos de seus membros, iniciando-se o escrutínio pelo oficial mais moderno.

Justificação do voto vencido


Parágrafo único. Havendo voto vencido, é obrigatória a sua justificação
por escrito.

Decisão
Art. 126. Recebidos os autos do processo do conselho de disciplina, a
autoridade julgadora, acolhendo ou não as conclusões da comissão, motiva-
damente, decidirá: (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)
I – arquivar o processo, se considerar improcedente a acusação;
II – aplicar a sanção disciplinar de até trinta dias de prisão;
III – aplicar a reforma administrativa disciplinar ou a exclusão a bem da
disciplina. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Registro do arquivamento
Parágrafo único. A decisão que determinar o arquivamento do processo
deve ser publicada oficialmente e transcrita nos assentamentos da praça, se
esta é da ativa.

Seção II
Do Conselho de Justificação

Finalidade
Art. 127. O conselho de justificação é destinado a julgar a capacidade do
oficial da Polícia Militar do Pará em permanecer na ativa.

228
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Alcance aos oficiais da reserva remunerada


Parágrafo único. O conselho de justificação também poderá ser aplicado ao
oficial inativo presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade.

Competência para instauração


Art. 128. O Governador do Estado é a autoridade administrativa compe-
tente para instaurar e decidir o conselho de justificação.

Arquivamento do pedido de instauração do CJ


§ 1º O Governador do Estado pode, com base nos antecedentes do oficial
a ser julgado e na natureza ou falta de consistência dos fatos arguidos, con-
siderar, desde logo, improcedente a acusação e indeferir, em consequência, o
pedido de nomeação do conselho de justificação.

Publicação do indeferimento
§ 2º O indeferimento do pedido de nomeação do conselho de justificação,
devidamente fundamentado, deve ser publicado no Diário Oficial do Estado e
transcrito nos assentamentos do oficial, se este é da ativa.

Requisitos para instauração do CJ


Art. 129. O conselho de justificação é instaurado mediante decreto gover-
namental, nas seguintes hipóteses:
I – quando o oficial for acusado oficialmente ou por qualquer meio de co-
municação social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo, violando o senti-
mento do dever no exercício de função ou de serviço policial-militar;
b) sido punido com três prisões disciplinares no período de um ano e prati-
car novo ato com indícios de transgressão disciplinar, devendo neste caso ser
analisada toda sua vida profissional;

229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) praticado ato de natureza grave que afete a honra pessoal, o pundonor


policial militar ou o decoro da classe, não estando de serviço policial militar
nem atuando em razão da função;
II – considerado não habilitado para o acesso em caráter provisório, em
decorrência de indícios de indignidade ou incompatibilidade para com o car-
go, no momento em que venha a ser objeto de apreciação para ingresso em
quadro de acesso à promoção;

Afastamento das funções do justificante


Art. 130. Ao ser publicado o decreto de instauração do conselho de jus-
tificação, o oficial da ativa será imediatamente afastado do exercício de suas
funções, ficando à disposição do conselho.

Membros do CJ
Art. 131. O conselho de justificação é composto de três oficiais da ativa
de posto superior ao do justificante.

Organização funcional do CJ
§ 1º O membro mais antigo do conselho de justificação, no mínimo um
oficial superior da ativa, é o presidente, o que lhe segue em antiguidade é o
interrogante e relator, e o mais moderno é o escrivão.

Impedimentos
§ 2º Não podem fazer parte do conselho de justificação, além dos casos
previstos no art. 93, os oficiais subalternos.

Justificante do posto de Coronel


§ 3º Quando o justificante for oficial superior do último posto, os membros
do conselho de justificação serão nomeados dentre os oficiais daquele posto,
da ativa ou da inatividade, mais antigos que o justificante, sendo estes rever-
tidos para a atividade para este único fim.

230
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Regra para funcionamento


Art. 132. O conselho de justificação funciona sempre com a totalidade de
seus membros.
Art. 133. Aplica-se ao conselho de justificação o disposto nos arts. 117,
118, 119, 120, 121, 122, 123, 124 e 125 deste Código, no que couber.

Oficial da reserva revel


Art. 134. Quando o justificante for oficial inativo e não for localizado ou
deixar de atender à intimação por escrito para comparecer perante o conse-
lho de justificação:
I – a citação por edital será publicada no Diário Oficial do Estado;
II – o processo corre à revelia, se o justificante não atender à publicação.

Acesso à promoção
Art. 135. No caso do item II do art. 129, o conselho de justificação con-
cluirá se o oficial está ou não habilitado para o acesso à promoção em caráter
definitivo.

Remessa ao Governador do Estado


Art. 136. Elaborado o relatório, o conselho de justificação remete o pro-
cesso ao Governador do Estado, por intermédio do Comandante-Geral da
Corporação.

Decisão do Governador do Estado


Art. 137. Recebidos os autos do processo do conselho de justificação,
o Governador do Estado, dentro do prazo de vinte dias, aceitando ou não o
julgamento dos membros do conselho e, neste último caso, justificando os
motivos de sua decisão, determinará:
I – o arquivamento do processo, se considerar procedente a justificação;
II – a aplicação de pena disciplinar de até trinta dias de prisão, se consi-
derar transgressão disciplinar a razão pela qual o oficial foi julgado culpado;

231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – na forma da legislação policial-militar, a adoção das providências


necessárias à transferência para a reserva remunerada, se o oficial for
considerado não habilitado para o acesso ao quadro de promoções em ca-
ráter definitivo;
IV – a remessa do processo ao Tribunal de Justiça, se a razão pela qual o
oficial foi julgado culpado estiver prevista no inciso I do art. 129 e ensejar as
providências do art. 140.

Publicação da justificação
Parágrafo único. A decisão do Governador do Estado pela remessa dos
autos do processo de conselho de justificação ao Tribunal de Justiça é irrecor-
rível. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Competência do Tribunal de Justiça


Art. 138. É de competência do Tribunal de Justiça julgar, em instância
única, os processos oriundos de conselho de justificação a ele remetidos pelo
Governador do Estado.

Defesa no Tribunal
Art. 139. No Tribunal de Justiça, distribuído o processo, será relatado
por um dos seus membros que, antes, deve abrir prazo de cinco dias para a
defesa se manifestar por escrito sobre a decisão do conselho de justificação.

Julgamento no Tribunal
Parágrafo único. Concluída esta fase, o processo é submetido a julgamento.

Decisão do Tribunal
Art. 140. O Tribunal de Justiça, caso julgue provado que o oficial é culpa-
do do ato ou fato previsto no inciso I do art. 129:
I – determinará sua reforma disciplinar; ou

232
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – declará-lo-á indigno do oficialato e/ou com ele incompatível, determi-


nando a perda de seu posto e patente e, em consequência, a sua demissão.

Perda do posto e da patente


Parágrafo único. A reforma disciplinar do oficial ou sua demissão, neste
último caso em consequência da perda do posto e patente, é efetuada por
ato do Governador do Estado, tão logo seja publicado o acórdão do Tribunal
de Justiça.

CAPÍTULO III
DOS RECURSOS EM ESPÉCIE

Definição
Art. 141. Os recursos disciplinares constituem os procedimentos admi-
nistrativos interpostos pelos militares sancionados disciplinarmente, com o
objetivo de modificar ou anular a sanção aplicada.

Pressupostos
Art. 142. O recurso, para ser conhecido, deve conter os seguintes pres-
supostos:
I – legitimidade para recorrer;
II – interesse (prejuízo);
III – tempestividade;
IV – adequabilidade;

Interposição de recursos
Art. 143. Interpor recurso disciplinar é o direito concedido ao policial mili-
tar que se julgue prejudicado em decisão disciplinar proferida pela autoridade
instauradora do processo administrativo disciplinar.

233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Espécies de recursos
Parágrafo único. São recursos disciplinares:I - reconsideração de ato;
II – recurso hierárquico.

Reconsideração de ato
Art. 144. A reconsideração de ato é o recurso interposto mediante reque-
rimento, por meio do qual o policial militar que se julgue prejudicado solicita
à autoridade que proferiu a decisão disciplinar que reexamine sua decisão e
reconsidere seu ato.

Autoridade competente para decidir


§ 1º O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado diretamen-
te à autoridade recorrida, por uma única vez.

Prazo para interposição


§ 2º O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo
máximo de cinco dias, a contar da data em que o policial militar for cientifica-
do da decisão impugnada, na forma do art. 48, §§ 4º e 5º desta Lei. (Alterado
pela Lei n. 8.973/2020)

Recurso hierárquico
Art. 145. O recurso hierárquico, interposto por uma única vez, será re-
digido sob a forma de requerimento endereçado diretamente à autoridade
imediatamente superior àquela que não reconsiderou o ato.

Cabimento
§ 1º A apresentação do recurso hierárquico só é cabível após o pedido de
reconsideração de ato ter sido negado.

234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Prazo para interposição


§ 2º O recurso hierárquico deve ser interposto no prazo máximo de cinco
dias, a contar da data em que o policial militar for cientificado da decisão re-
corrida, por meio de intimação pessoal, na forma do art. 48, §§ 4º e 5º desta
Lei. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

Prova da alegação de impossibilidade de conhecer da decisão


Art. 146. (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)
Prazo para decisão
Art. 147. As autoridades a quem forem dirigidos os recursos, que possuem
efeito suspensivo, devem decidir a respeito no prazo máximo de dez dias.

Recurso em CD
Art. 148. (Revogado pela Lei n. 8.973/2020)

Recurso em CJ
Art. 149. Nos casos de conselho de justificação, somente caberá a recon-
sideração de ato. (Alterado pela Lei n. 8.973/2020)

CAPÍTULO IV
DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

Representação
Art. 150. A representação é o instrumento, normalmente redigido sob
forma de requerimento, interposto por policial militar que se considere vítima
de abuso por parte de autoridade funcionalmente superior que, no exercício
de suas funções, atente contra direito legalmente garantido.

Autoridade a quem dever ser dirigida


Art. 151. A interposição de representação deve ser dirigida à Corregedo-
ria, ser feita individualmente, tratar de casos específicos, cingir-se aos fatos
que a motivaram e fundamentar-se em argumentos e indícios de provas.

235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Prazo para interposição


Parágrafo único. O prazo para a interposição de representação é de cento
e vinte dias, a contar do conhecimento do fato considerado abusivo.

CAPÍTULO V
CANCELAMENTO DE PUNIÇÕES

Definição
Art. 152. Cancelamento de punição é o direito concedido ao policial mi-
litar de ter desconsiderada a averbação de punições e outras notas a elas
relacionadas em suas alterações.

Condições para concessão


Art. 153. O cancelamento da punição deve ser concedido ao policial mili-
tar que o requerer dentro das seguintes condições, cumulativamente:
I – não ser a transgressão, objeto da punição, atentatória ao sentimento
do dever, honra pessoal, ao pundonor policial-militar ou ao decoro da classe;
II – ter conceito favorável de seu comandante;
III – ter completado, sem qualquer punição:
a) oito anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de prisão;
b) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção;
c) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de repreensão.

Competência para decidir


Art. 154. A solução do requerimento de cancelamento de punição, de
competência do Comandante-Geral, deve ser publicada em boletim e regis-
trada nos assentamentos do policial militar.

236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LIVRO IV
DO COMPORTAMENTO ESCOLAR

TÍTULO I
ALCANCE DAS REGRAS ESCOLARES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Alcance das regras escolares


Art. 155. Os policiais militares que estejam matriculados sob regime es-
colar em qualquer OPM da Corporação obedecerão às regras deste livro, sem
prejuízo das demais disposições deste Código.

Alunos de outros Países ou Estados


Parágrafo único. Os alunos de outras corporações militares do país ou do
exterior estarão sujeitos ao mesmo regime disciplinar escolar previsto para o
aluno da Corporação.

Corpo discente
Art. 156. O corpo discente compreende:
I – Estagiário: é o oficial ou praça matriculado em estágio;
II – Aluno: é o oficial ou praça matriculado em curso de pós-graduação,
aperfeiçoamento, especialização ou extensão;
III – Aluno-Oficial: é a praça especial matriculada no curso de formação
de oficiais;
IV – Aluno CHO: é a praça especial matriculada no curso de habilitação
de oficiais;
V – Aluno CFS: é a praça especial matriculada no curso de formação de
sargentos;

237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – Aluno CFC: é a praça especial matriculada no curso de formação de cabos;


VII – Aluno CFSD: é a praça especial matriculada no curso de formação
de soldados.

Equivalência de denominações
Parágrafo único. Para efeitos deste Código, os policiais militares que se en-
contram na condição mencionada nos incisos deste artigo são denominados
“ALUNOS”.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES

Deveres dos discentes


Art. 157. São deveres do corpo discente, além dos previstos na legislação
em vigor:
I – frequência às atividades escolares;
II – participação nos exercícios e nas apresentações internas e externas;
III – obedecer, rigorosamente, às exigências da coletividade militar;
IV – - obedecer cuidadosamente os horários das aulas e refeições;
V – contribuir em sua esfera de ação para o prestígio do estabelecimento
de ensino a que pertence;
VI – dirigir-se ao local de instrução munido do material didático indispen-
sável à sessão de ensino programada;
VII – cooperar para a boa conservação dos imóveis do estabelecimento,
do seu material escolar, móveis e utensílios diversos;
VIII – apresentar-se, quando em trajes civis, de forma decente;
IX – aguardar, no local de instrução, a chegada do professor ou instrutor;
X – obedecer às ordens do chefe de turma e do instrutor, tratando-os sem-
pre com respeito;

238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XI – ser assíduo e pontual no cumprimento de seus trabalhos;


XII – dirigir-se aos órgãos administrativos escolares percorrendo os trâ-
mites regulamentares;
XIII – justificar a falta ou atraso a qualquer atividade de serviço ou instrução;
XIV – não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual ou em avaliação;
XV – devolver, no tempo devido, os livros que retirar da biblioteca ou ou-
tros meios auxiliares;
XVI – tratar com urbanidade os colegas e os subordinados;
XVII – levar ao conhecimento de seu superior imediato qualquer irregula-
ridade que tenha conhecimento;
XVIII – atendimento às convocações e determinações de autoridade com-
petente.

Serviço dos estagiários


Art. 158. Os estagiários, a critério do comandante da OPM em que estão
matriculados, poderão concorrer às escalas normais do serviço de guarnição.

Serviço dos alunos em formação


Art. 159. Os Alunos, a título de aprendizagem, concorrerão aos serviços
internos normais e extraordinários da OPM em que estão matriculados, bem
como participarão dos estágios e exercícios externos, estabelecidos como ati-
vidades curriculares, extracurriculares ou complementares da formação pro-
fissional peculiar de cada curso.

Excepcionalidades
Parágrafo único. Os Alunos somente serão empregados na execução de
serviços externos de segurança nos casos de grave perturbação da ordem,
calamidade pública, desastre ou eventos de extraordinária necessidade.

239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO II
DO REGIME DO COMPORTAMENTO ESCOLAR

CAPÍTULO I
DAS GENERALIDADES

Observância da ordem escolar


Art. 160. Cabe aos corpos docente e discente, bem como à administração
da OPM, manter fiel observância dos preceitos exigidos para a boa ordem e
disciplina da Corporação.

Competência para fiscalização do comportamento escolar


Art. 161. São competentes para efetuar anotações relativas ao compor-
tamento escolar os oficiais pertencentes ao efetivo da OPM onde estiver fun-
cionando os respectivos cursos e os alunos-oficiais, quando em função de
oficial-de-dia ou auxiliar do oficial-de-dia.

Padronização das anotações


Parágrafo único. O corpo docente não pertencente ao efetivo da OPM que
presenciar o cometimento de faltas escolares deverá relatar o acontecido à
Divisão de Ensino, em formulário próprio, para fins de remessa ao comando
do corpo de alunos, visando ao lançamento no item específico para desconto
da nota de comportamento.

Competência para o cômputo das anotações


Art. 162. São competentes para realizar a pontuação do comportamento
disciplinar escolar:
I – o comandante da OPM em que esteja funcionando o curso, nos limites
da sua competência, a todos os alunos;
II – o subcomandante, nos limites da sua competência, aos alunos;

240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – o comandante do corpo de alunos e os coordenadores de curso ou


estágio, nos limites da sua competência.

Pontuação inicial
Art. 163. O Aluno terá grau oito no início de cada mês letivo, do qual
serão deduzidos ou acrescidos os pontos correspondentes a cada anotação
negativa ou elogio, sendo-lhe auferida uma média mensal, que representará
seu comportamento escolar.

Matéria curricular
Art. 164. O comportamento escolar será considerado como matéria cur-
ricular, influenciando no cômputo da média final do curso.

Regra especial do CFO


§ 1º No curso de formação de oficiais a nota para aprovação anual será
calculada pela média aritmética das notas aferidas nos meses letivos, a qual
não poderá ser inferior a seis.

Aferição das notas nos demais cursos


§ 2º Nos demais cursos, a nota será única, aferida no final do curso, cal-
culada pela média aritmética das notas aferidas nos meses letivos ou por uma
única nota, se o período do curso for igual ou inferior a um mês, a qual não
poderá ser inferior a seis.

Efeito pedagógico da anotação e elogio


Art. 165. A anotação escolar e o elogio tornam-se necessários quando de-
les advierem benefício para a coletividade discente, para sua reeducação ou
para a Organização Militar de Ensino, visando ao fortalecimento da disciplina
e da justiça.

241
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA ANOTAÇÃO E ELOGIO ESCOLARES

Seção I
Da Competência

Competência para notificar


Art. 166. A notificação aos Alunos quanto às anotações de fatos observa-
dos será realizada pelo oficial competente, na qual o aluno alvo da anotação
registrará que tomou ciência do ato, com a faculdade de apresentar sua jus-
tificativa por escrito no prazo de dois dias.

Competência para decidir


Parágrafo único. Cabe ao comandante do corpo de alunos ou ao coorde-
nador do curso ou estágio, conforme o caso, analisar a justificativa do aluno
anotado, decidindo pela perda ou não de pontos.

Seção II
Da Nota Do Comportamento Escolar

Caráter das anotações e elogios


Art. 167. As anotações e os elogios ocasionam perda ou acréscimo de
pontos, respectivamente, na nota inicial do aluno, não acumuláveis para o
mês seguinte, sendo a pontuação máxima de dez e a mínima de zero ponto.

Pontuação relativa às anotações


Art. 168. São anotações as condutas constantes do Anexo I.

Desconto das punições disciplinares


Art. 169. O aluno que for punido por transgressões disciplinares terá des-
contado em sua nota de comportamento escolar, na data da publicação em
boletim interno, os seguintes valores:
I – repreensão: 1,0 (um) ponto;

242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – detenção: 2,0 (dois) pontos;


III – prisão: 4,0 (quatro) pontos.

Discricionariedade do comandante do corpo de alunos


§ 1º Quando o aluno for alvo de parte disciplinar, o comandante do corpo
de alunos avaliará se há indícios de cometimento da transgressão disciplinar
ou de anotação escolar.

Indícios de transgressão disciplinar


§ 2º Havendo indícios de transgressão disciplinar, a autoridade competen-
te instaurará o devido procedimento ou processo administrativo disciplinar.

Anotação escolar
§ 3º Havendo a anotação, se pontuará o fato observado, conforme o Anexo I.

Acréscimo na nota
Art. 170. O aluno que for elogiado disciplinarmente terá acrescido em sua
nota de comportamento escolar, na data da publicação em boletim interno, os
seguintes valores:
I – elogio individual: 1,0 (um) ponto;
II – elogio coletivo: 0,5 (meio) ponto;
III – elogio perante a tropa: 0,3 (três décimos) ponto.

Procedimento do elogio perante a tropa


Parágrafo único. O elogio perante a tropa deverá ser comunicado por meio
de parte ao comandante do corpo de alunos ou coordenador de curso, que
deverá computá-lo na nota mensal de comportamento escolar.

Publicação
Art. 171. As perdas, os acréscimos e a nota serão publicados mensalmen-
te em boletim da OPM.

243
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO III
DA REVISÃO DE ANOTAÇÃO

Autoridade a quem deve ser dirigido


Art. 172. O pedido de revisão de anotação de comportamento escolar
será dirigido ao comandante do corpo de alunos ou coordenador do curso
ou estágio.

Processamento
§ 1º O comandante do corpo de alunos ou coordenador do curso ou estágio,
após receber o pedido de revisão de anotação de comportamento escolar, dará
solução no prazo máximo de quatro dias, a contar da data de recebimento, dan-
do conhecimento da decisão ao interessado, publicando-a em boletim interno.

Decisão da autoridade competente


§ 2º O comandante do corpo de alunos ou coordenador do curso ou estágio,
quando da emissão da referida solução, poderá praticar um dos seguintes atos:
I – manter a anotação;
II – retificar o enquadramento;
III – anular a anotação.

Ausência de solução
§ 3º Não sendo dada a devida solução ao pedido após vinte dias, contados
da data de sua interposição, poderá o interessado solicitá-la, por uma única
vez, diretamente ao comandante da OPM, o qual terá quatro dias para decisão.

Desligamento
Art. 173. O Aluno será desligado do respectivo curso ou estágio quando:
I – solicitar por escrito;
II – for transferido para a reserva remunerada, reformado, licenciado ou
excluído a bem da disciplina ou demitido, nos termos deste Código;

244
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – não obtiver nota mínima de comportamento escolar;


IV – for reprovado em matéria curricular, conforme legislação em vigor.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Prescrição
Art. 174. O direito de punir prescreve em cinco anos, contados da data
em que as autoridades superiores tomaram conhecimento do fato. (Alterado
pela Lei n. 8.973/2020)

Interrupção da prescrição
§ 1º O curso da prescrição interrompe-se:
I – pela instauração de processo administrativo disciplinar;
II – pela decisão recorrível em processo administrativo disciplinar;
III – pela decisão definitiva em processo administrativo disciplinar; (Alte-
rado pela Lei n. 8.973/2020)
IV – pela celebração de Termo de Ajustamento de Conduta. (Acrescido
pela Lei n. 8.973/2020)

Reinício do prazo prescricional


§ 2º Ocorrendo uma causa de interrupção, o prazo prescricional reinicia.
§ 3º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às trans-
gressões disciplinares capituladas também como crime. (Acrescido pela Lei n.
8.973/2020)

Aplicação subsidiária
Art. 175. Aplicam-se a esta Lei, subsidiariamente, as normas do Código
de Processo Penal Militar e do Código de Processo Penal Comum. (Alterado
pela Lei n. 8.973/2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Regulamentação
Art. 176. O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Polícia Mili-
tar, atendendo às peculiaridades da Corporação, baixarão as respectivas nor-
mas regulamentares necessárias à explicitação e execução deste Código.

Revogações
Art. 177. Revogam-se a Lei n. 5.060, de 23 de dezembro de 1982, o
Decreto n. 2.479, de 15 de outubro de 1982, o Decreto n. 2.562, de 7 de de-
zembro 1982, e as demais disposições em contrário.

Vigência
Art. 178. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO, 13 de fevereiro de 2006.

SIMÃO JATENE
Governador do Estado

246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ANEXO I

ANOTAÇÕES CÓDIGOS DESCONTOS

A - ASSIDUIDADE

Falta a estudo previsto A1 0,3

Falta à aula ou à instrução A2 1,0

Falta às revistas A3 0,4

Falta à refeição quando der previsão para esta ou não


A4 0,2
assinar sua listagem
B - PONTUALIDADE

Chegar atrasado B1 0,3

Executar tarefa fora do prazo estabelecido B2 0,3

Não se levantar ao toque de alvorada B3 0,3

Deixar de entregar trabalho na data determinada B4 0,5


C - INTERESSE PELA INSTRUÇÃO

Falta de interesse na instrução C1 0,5

Descuidar-se no auxílio da preparação da instrução C2 0,3


Não apresentar o material escolar que a aula exige C3 0,2
Praticar aula de ordem unida ou de educação física com
C4 0,5
displicência
Usar, tentar usar ou proporcionar a utilização de C5 1,0

meios ilícitos na realização de avaliações


Abandonar instrução, aula ou qualquer tarefa sem estar
C6 0,8
devidamente autorizado
Não alcançar resultado satisfatório em qualquer avaliação C7 0,5
Utilizar-se de funcionários da escola para a confecção de
C8 0,6
trabalho de qualquer natureza em caráter particular
D – CORREÇÃO DE UNIFORMES
Uniforme sujo, em desalinho, amarrotado ou malcuidado D1 0,4
Uniforme com qualquer irregularidade D2 0,4
Cinto e/ou fivela sujo ou malcuidado D3 0,2

Uso indevido de peça de uniforme D4 0,4

247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Deixar de cumprir determinação quanto ao uso do uni-


forme D5 0,6

Usar óculos sem prescrição médica ou de formato exótico


D6 0,4

E – CORREÇÃO DE ATITUDES

Praticar atos que enfraqueçam o círculo hierárquico a que


pertence E1 0,9

Modo incorreto de apresentar-se aos superiores E2 0,2

Não se apresentar a superiores E3 0,5

Movimentar-se ou conversar em forma E4 0,1

Falta de postura e/ou compostura E5 0,5

Falta de iniciativa E6 0,3

Falta de camaradagem E7 0,5

Solicitar ou permitir que terceiros solicitem favores ao


comando da unidade de ensino, instrutor ou escalões
superiores, no sentido de melhorar ou facilitar a solução
de problemas escolares ou de ordem disciplinar E8 1,0

Deixar de participar mudanças de endereços E9 0,2

Retirar-se da presença de quem tenha antiguidade ou prece-


E 10 0,3
dência hierárquica sem pedir a necessária licença
Transitar fora das unidades de ensino com uniforme diferente
E 11 0,4
do permitido
Dirigir-se à autoridade para tratar de assuntos internos sem
E 12 1,0
autorização
Trocar de uniforme em local não apropriado ou fora do horário
E 13 0,2
previsto
Permanecer sentado ou deitado em locais não apropriados,
E 14 0,6
mesmo quando estiver com uniforme de educação física
Quando fardado, permanecer encostado ou de mãos nos
E 15 0,3
bolsos em locais públicos ou em presença de tropa
Apresentar-se em público em trajes civis incompatíveis E 16 0,4
Permutar serviço sem permissão E 17 0,6

248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Andar o aluno armado sem estar de serviço ou sem autorização E 18 0,8


Portar instrumentos que possam ser utilizados como arma E 19 0,5
Dificultar a revista em bolsa ou armário E 20 0,8

Abrir ou tentar abrir armário de outro sem a presença ou auto-


E 21 0,8
rização escrita do responsável
Descumprir regra de trânsito E 22 0,5

Fumar em serviço, na instrução, na presença de superior hierár-


E 23 0,3
quico sem autorização ou em lugares ou ocasiões não permitidos
Entrar em forma conduzindo quaisquer objetos diversos dos
E 24 0,2
previstos
Fazer valer sua condição de aluno em situação que possa com-
E 25 0,9
prometer o bom nome da

Corporação
Transitar ou perambular fardado em locais incompatíveis, estando
E 26 0,7
de folga
Deitar na cama com os pés calçados ou permanecer no alojamento
E 27 0,4
no horário de aula, salvo sob prescrição médica
Usar gírias ou termos pornográficos quando em atividade de ser-
E 28 0,3
viço ou instrução
F – ESPIRITO DE ORDEM

Abandonar objetos ou peças de uso diário F1 0,3

Deixar guarda-roupa mal arrumado ou fora do padrão estabelecido F2 0,2


Deixar cama desarrumada ou fora do padrão estabelecido F3 0,2
Apresentar trabalho escrito malfeito ou com mau aspecto F4 0,6
Documento mal redigido ou entregue fora do prazo F5 0,4
Mochila mal arrumada F6 0,1

Cavalo mal encilhado F7 0,1

Prejudicar, de qualquer modo, a limpeza de salas, pátios, corredo-


F8 0,4
res e alojamentos
Deixar de usar etiquetas com o nome de guerra nos locais previa-
F9 0,3
mente estabelecidos
G – ESPÍRITO DE DISCIPLINA

Comandar tropa de modo incorreto G1 0,5


Prestar continência incorretamente G2 0,1

249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Executar mal os movimentos comandados G3 0,2

Não obedecer às ordens do chefe de turma G4 1,0

Dificultar o comando do chefe de turma G5 0,9

Responder grosseiramente ao chefe de turma G6 1,0

Perturbar o estudo dos colegas G7 0,5

Falta de presteza no cumprimento de ordens G8 0,4

Uso de palavras de baixo calão ou ofensivas G9 0,8

Perturbar o silêncio G10 0,1

Não prestar continência para superiores G11 0,5

Inobservância de prescrições quando em serviço G12 0,6


Entrar em forma sem a devida permissão de quem de direito G13 0,2
Deixar de comunicar a superior a execução de ordem recebida G 14 0,4
Apresentar, sem fundamento, parte, queixa, representação ou
G 15 1,0
pedido de revisão de provas
Deixar de cumprir as determinações baixadas pelo comando G 16 0,5
Provocar algazarra ou desordem em qualquer dependência da unidade G 17 0,7
Transitar pela escola sem cobertura G 18 0,2
Deixar de apresentar-se a quem de direito quando de serviço G 19 0,5
Entrar e sair do aquartelamento sem a devida permissão G 20 1,0
Estar desatento na leitura do boletim, transmissão de ordens e reco-
G 21 0,5
mendações nas formaturas
Afastar-se do quartel sem tomar conhecimento de ordens e reco-
G 22 0,7
mendações do dia, inclusive quando estiver em aula externa
Deixar de avisar o comando do corpo de alunos, com a necessária
antecedência, da sua impossibilidade de comparecer a qualquer ato G 23 0,5
previsto como atividade da escola
Deixar de devolver armamento e/ou equipamento sob sua respon-
G 24 0,9
sabilidade em tempo hábil

Permitir ao aluno em cumprimento de punição disciplinar afastar-se de


G 25 0,5
local determinado para tal
Determinar a policial militar sobre o qual tenha precedência ou supe- G 26 0,7
rioridade hierárquica a realização de tarefas não afetas a sua função
ou atribuição deste

250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Deixar de saldar, ou não fazê-lo em tempo hábil, compromisso assumido G 27 0,5


com a administração PM, diretório, grêmio, comissão de formatura
H – APRESENTAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO MATERIAL

Armamento sujo ou malconservado H1 0,8

Equipamento ou material sujo ou malconservado H2 0,5


Abandono do armamento H3 1,0

Cavalo sujo ou malcuidado H4 0,5

Abandono de equipamento ou material H5 0,5

Calçado malcuidado, roto ou não lustrado H6 0,2

Deixar de possuir qualquer peça do enxoval ou de providenciar a repo- H7 0,4


sição daquela extraviada ou da peça incompatível com o uso
Não ter o devido cuidado ou zelo para com os bens da escola, da uni- H8 0,3
dade ou do companheiro de farda
I – ASSEIO PESSOAL

Barba por fazer I–1 0,5

Cabelos crescidos ou fora do padrão estabelecido I–2 0,5


Unhas crescidas ou sujas I–3 0,4

Usar cabelos com pintura extravagante I–4 0,5

Deixar de banhar-se diariamente ou após o trabalho físico I–5 0,5

J – ASSEIO PESSOAL (exclusivo para alunas oficiais)

Utilizar adereços extravagantes J1 0,3

Usar cabelos presos ou cortados fora do padrão J2 0,5

Usar unhas crescidas, sujas ou pintadas com cores extravagantes J3 0,5


Usar maquiagem excessiva ou fora do padrão J4 0,4

L – INTERESSE PELA ATIVIDADE POLICIAL-MILITAR

Não portar caneta e/ou bloco de anotações L–1 0,1

Descuidar-se com a segurança do público L–2 0,9

Não portar o equipamento ou material que o exercício de policia-


L–3 0,8
mento exige
Não preenchimento ou preenchimento incorreto de formulários rela-
L–4 0,5
cionados à atividade policial
Afastar-se de sua área de policiamento sem autorização, sem que
L–5 0,7
constitua fato mais grave

251
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Abandonar a rede-rádio sem causa justificadora L–6 1,0

Inobservância da disciplina da rede-rádio L–7 0,5

Não efetuar, como motorista, a manutenção de primeiro escalão da


L–8 0,6
viatura
Executar incorretamente, como motorista, a manutenção de pri-
L–9 0,4
meiro escalão da viatura
Tratar com descortesia, desatenção ou com rispidez o público L – 10 1,0
Deixar de prelecionar, orientar, apoiar ou fiscalizar a tropa sob seu
L – 11 1,0
comando
Deixar de proceder à revista no pessoal de serviço L – 12 1,0
Escriturar com erro, rasura ou omissão qualquer documento de serviço L – 13 0,7
Deixar, quando de serviço, de fiscalizar os alunos punidos L – 14 0,5
Sentar-se, fumar, ler ou estudar no plantão da hora, durante seu
L – 15 0,5
quarto de serviço

M – CUMPRIMENTO DE NORMAS

Inobservância de prescrições gerais ou particulares M1 0,5


Inobservância de prescrições regulamentares M2 0.5

252
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 8.230, DE 13 DE JULHO DE 2015

Dispõe sobre a promoção dos Praças da Polícia Militar do Pará (PMPA).

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono


a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece os critérios e as condições que asseguram aos


policiais militares do Quadro de Praças Policiais Militares em serviço ativo na
Polícia Militar do Pará o acesso à graduação imediata, mediante promoção de
forma seletiva, gradual e sucessiva.
Art. 2º A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica
o preenchimento seletivo das vagas pertinentes ao grau hierárquico superior, à
medida que forem criadas, ativadas, transformadas ou extintas as organizações
policiais militares e as funções definidas na Lei de Organização Básica da Cor-
poração, por meio de criteriosos processos de escolha disciplinados por esta Lei.
§ 1º Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a edição do ato ad-
ministrativo de promoção dos Praças.
§ 2º As promoções previstas nesta Lei obedecerão rigorosamente ao pla-
nejamento do setor de pessoal da Corporação, elaborado com a finalidade de
garantir o perfeito equilíbrio entre o efetivo e as funções existentes.

CAPÍTULO II
DA PROMOÇÃO DOS PRAÇAS

Art. 3º A Promoção dos Praças da Polícia Militar do Pará deve observar


o limite do Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM) e Qualificações, nos
seguintes termos:

253
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Combatentes (QPMP-0):


Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º Sargento, 1º Sargento e Subtenente;
II – Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Especialistas em
Música (QPMP-1): Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º Sargento, 1º Sargento
e Subtenente;
III – Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Especialistas de
Saúde, (QPMP-2): Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º Sargento, 1º Sargento
e Subtenente.
Art. 4º O ingresso no Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM) e
Qualificações dar-se-á de acordo com o estabelecido na Lei n. 6.626, de 3 de
fevereiro de 2004, e alterações subsequentes.
Art. 5º O acesso às graduações do Quadro de Praças Policiais Militares
ocorrerá mediante promoção ao grau hierárquico imediatamente superior, de
acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei.

CAPÍTULO III
DOS CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 6º As promoções na Polícia Militar do Pará dar-se-ão de acordo com


os seguintes critérios:
I – antiguidade;
II – merecimento;
III – bravura;
IV – tempo de serviço;
V – “post mortem”.
§ 1º As promoções por antiguidade, merecimento e tempo de serviço
serão efetuadas duas vezes por ano, nos dias 21 de abril e 25 de setembro,
para as vagas computadas e publicadas oficialmente conforme cronograma
previsto no Regulamento desta Lei.

254
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º As promoções pelos demais critérios poderão ser realizadas a qualquer


tempo, conforme previsto nesta Lei.
§ 3º Em casos excepcionais poderá ocorrer à promoção por ressarcimento
de preterição, na forma disciplinada no art. 32.

Seção II
Da Promoção por Antiguidade

Art. 7º A promoção pelo critério de antiguidade é aquela que se baseia


na precedência hierárquica de um graduado sobre os demais de igual gra-
duação, dentro do número de vagas estabelecidas para cada qualificação
particular policial-militar.
Parágrafo único. A antiguidade na graduação é contada a partir da data de
promoção, ressalvados os casos de tempo não computável de acordo com o
Estatuto da Polícia Militar.

Seção III
Da Promoção por Merecimento

Art. 8º A promoção pelo critério de merecimento é aquela que se baseia


no conjunto de qualidades e atributos que distingue o Praça entre seus pares
e que, uma vez quantificados nas fichas de avaliação de desempenho
profissional e de potencial e experiência profissional, passam a traduzir sua
capacidade para ascender hierarquicamente.
Parágrafo único. As fichas de avaliação de desempenho profissional e de
potencial e experiência profissional serão tratadas no regulamento desta Lei.

255
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção IV
Da Promoção por Bravura

Art. 9º A promoção por bravura é efetivada em razão de ato de caráter


extraordinário e comprovada atitude de extrema coragem e audácia que ul-
trapassem os limites normais do cumprimento dos deveres naturais do policial
militar e que sejam úteis ao conceito da Corporação pelo exemplo positivo.
§ 1º A promoção de que trata este artigo é da competência do Governador
do Estado por proposta do Comandante Geral e será retroativa à data do ato
de bravura.
§ 2º A comprovação do ato de bravura será realizada por meio de apura-
ção por um Conselho Especial, composto de três Oficiais PM, para esse fim
designado pelo Comandante Geral.
§ 3º Na promoção por bravura não se aplicam as exigências dos outros
critérios estabelecidos nesta Lei.
§ 4º Será proporcionado ao Praça promovido por bravura, quando for o
caso, a oportunidade de satisfazer as condições de acesso à graduação a que
foi promovido, de acordo com a regulamentação desta Lei.

Seção V
Da Promoção por Tempo de Serviço

Art. 10. A Promoção por tempo de serviço é aquela em que o Praça é pro-
movido à graduação imediata “a pedido” ou “ex officio”, sendo efetivada após
o preenchimento das seguintes condições:
I – “a pedido”, para Praça do sexo masculino:
a) ter, no mínimo, trinta anos de serviço e, pelo menos, vinte e cinco anos
de efetivo serviço;
b) ter cumprido, no mínimo, a metade dos interstícios previstos para cada
graduação, obedecido os limites previstos no art. 3º desta Lei;

256
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a” e “b” deste inciso,
requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Praças;
II – “a pedido”, para Praça do sexo feminino:
a) ter, no mínimo, vinte e cinco anos de serviço e, pelo menos, vinte anos
de efetivo serviço;
b) ter cumprido os interstícios previstos para cada graduação, obedecido
os limites previstos no art. 3º desta Lei;
c) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a” e “b” deste inciso,
requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Praças;
III – “ex officio”, automaticamente à graduação imediata, para Praça do
sexo masculino que completar trinta anos de efetivo serviço;
IV – “ex officio”, automaticamente à graduação imediata, para Praça do
sexo feminino que completar vinte e cinco anos de efetivo serviço.
§ 1º Os únicos requisitos para a promoção por tempo de serviço são os
previstos neste artigo.
§ 2º Os requerimentos de que tratam os incisos I e II deste artigo deverão
ser protocolados a qualquer tempo na Comissão de Promoção de Praças.
§ 3º Os Praças promovidos com base nos incisos de I a IV deste artigo
passarão, “ex officio”, para a reserva remunerada, retroativa à data do ato
da promoção.
§ 4º Os Praças promovidos com base no que dispõe este artigo deverão
ser agregados no ato de suas respectivas promoções até a publicação do ato
de transferência para a reserva remunerada, devendo a Diretoria de Pessoal,
de imediato, providenciar, necessariamente nesta ordem, os processos de
desaquartelamento e reserva.
§ 5º As promoções previstas nos incisos I e II deste artigo serão proces-
sadas pela Comissão de Promoção de Praças imediatamente após a análise e
deferimento do requerimento.
§ 6º As promoções previstas nos incisos III e IV deste artigo independem
de requerimento, devendo ser processadas “ex officio” pela Comissão de Pro-
moção de Praças na data em que o policial militar completar o tempo máximo

257
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

de permanência no serviço ativo, qual seja, trinta anos de efetivo serviço para
Praça do sexo masculino e vinte e cinco anos de efetivo serviço para Praça do
sexo feminino.
§ 7º Para fins do disposto nos §§ 5º e 6º deste artigo, os Comandantes,
Chefes e Diretores dos órgãos da Polícia Militar deverão fiscalizar e controlar
o tempo de efetivo serviço de cada policial militar e informar com a devida
antecedência, à Diretoria de Pessoal da Corporação, para o pronto assessora-
mento à Comissão de Promoção de Praças.
§ 8º Fica vedado aos Praças promovidos com base no que dispõe este
artigo o cálculo dos proventos com base na graduação imediatamente superior.

Seção VI
Da Promoção “Post-Mortem”

Art. 11. A promoção “post-mortem” visa expressar o reconhecimento, por par-


te do Estado, ao Praça que falecer no cumprimento do dever ou em consequência
dele, e será efetivada na data do falecimento, em uma das seguintes situações:
I – em ação de preservação da ordem pública ou em decorrência dela;
II – em consequência de ferimento recebido na preservação da ordem
pública ou doença, moléstia ou enfermidade contraída nessa situação ou que
nela tenham sua causa eficiente;
III – em consequência de acidente em serviço ou de doença, moléstia ou
enfermidade que neles tenham sua causa eficiente.
§ 1º A promoção que resultar de qualquer das situações estabelecidas nos
incisos I, II e III independerá daquela prevista no § 4º deste artigo.
§ 2º Os casos de morte por acidente, doença, moléstia ou enfermidade
referidos neste artigo serão comprovados por atestado de origem, sendo os
termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas de tratamento em casas de
saúde e demais registros relacionados ao infortúnio utilizados como meios
subsidiários para esclarecer a situação.

258
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º No caso de falecimento do Praça, a promoção por bravura exclui a


promoção “post-mortem” que resultaria das consequências de ato de bravura.
§ 4º O Praça será também promovido “post-mortem” se na data do fale-
cimento satisfazia às condições de acesso e integrava os quadros de acesso à
promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento.

CAPÍTULO IV
DAS VAGAS PARA PROMOÇÃO DE PRAÇAS

Art. 12. Serão computadas para fins de promoção, até a data de publica-
ção do número de vagas pela Comissão de Promoção de Praças, nos termos
do Regulamento desta Lei, as vagas decorrentes de:
I – promoção às graduações superiores;
II – agregação;
III – passagem para a inatividade;
IV – licenciamento, reforma administrativa e exclusão do serviço ativo;
V – falecimento;
VI – criação, ativação ou transformação dos órgãos policiais militares e
das funções definidas na Lei de Organização Básica da Corporação.
§ 1º As vagas são consideradas existentes:
a) na data da assinatura do ato que promove, agrega, passa à inatividade,
licencia e exclui a bem da disciplina e reforma administrativamente, salvo se
no próprio ato for estabelecida outra data;
b) na data oficial do óbito;
c) como dispuser a lei, no caso de aumento de efetivo.
§ 2º A existência de vaga a ser preenchida para determinada graduação
implicará o surgimento de vaga para as graduações inferiores nas promoções
futuras, sendo esta sequência interrompida na graduação em que houver
preenchimento por excedente.
§ 3º Não preenche vaga o Praça que, estando agregado, venha a ser pro-
movido e continue na mesma situação.

259
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO V
DAS CONDIÇÕES BÁSICAS PARA PROMOÇÃO

Art. 13. Constituem condições indispensáveis para a promoção do Praça


à graduação imediatamente superior, exclusivamente pelos critérios de anti-
guidade e merecimento:
I – para todas as Qualificações Policiais-Militares Particulares de Praças
(QPMP-0, QPMP-1, QPMP-2), ter completado, até a data de promoção, os
seguintes interstícios mínimos:
a) seis anos na graduação de Soldado, contados a partir da data de conclu-
são do Curso de Formação de Praças, para promoção à graduação de Cabo;
b) seis anos na graduação de Cabo, para promoção à graduação de 3º
Sargento;
c) quatro anos na graduação de 3º Sargento, para promoção à graduação
de 2º Sargento;
d) quatro anos na graduação de 2º Sargento, para promoção à graduação
de 1º Sargento, exceto para o 2º Sargento que na data de promulgação desta
Lei já se encontrar na respectiva graduação;
e) três anos na graduação de 1º Sargento, para promoção à graduação de
Subtenente.
II – apto em inspeção de saúde procedida pela Junta de Saúde da Corpo-
ração, até a data prevista no Regulamento desta Lei;
III – apto em Teste de Aptidão Física (TAF) até a data prevista no Regula-
mento desta Lei;
IV – ter sido incluído no Quadro de Acesso de sua respectiva qualificação;
V – ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para o encer-
ramento das alterações, o Curso de Adaptação à graduação de 3º Sargento,
para a promoção à graduação de 2º Sargento;
VI – ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para o encer-
ramento das alterações, o Curso de Aperfeiçoamento de Sargento, para as
promoções às graduações de 1º Sargento e Subtenente;

260
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VII – estar classificado, no mínimo, no Comportamento “Bom”;


VIII – existência de vaga nos termos do art. 13 desta Lei.
§ 1º Para aprovação no Teste de Aptidão Física o candidato à promoção
deverá atingir, no mínimo, o conceito “regular”, conforme dispuserem normas
específicas editadas pelo Comandante Geral da Corporação.
§ 2º As condições de interstícios estabelecidas nesta Lei poderão ser
reduzidas até a metade por ato do Governador do Estado, mediante proposta
motivada do Comandante Geral da Corporação.
§ 3º O curso de adaptação à graduação de 3º Sargento e o curso de aper-
feiçoamento de Sargento terão sua duração, grades curriculares e critérios de
seleção definidas por ato do Comandante Geral da Corporação.
§ 4º A incapacidade física temporária verificada na Inspeção de Saúde
não impede o ingresso em Quadro de Acesso nem a consequente promoção
à graduação superior.
§ 5º No caso de incapacidade física definitiva ou de incapacidade temporária
por prazo superior a dois anos, o Praça será reformado, conforme dispuser o
Estatuto dos Policiais Militares da PMPA.
§ 6º A prestação das informações referentes ao disposto no inciso I deste
artigo é de atribuição da Diretoria de Pessoal da Polícia Militar do Pará.

CAPÍTULO VI
DO PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES DOS PRAÇAS PM

Art. 14. O processamento das promoções obedecerá ao seguinte:


I – fixação de datas-limites para remessa de documentos dos Praças a
serem apreciados para posterior ingresso nos Quadros de Acesso;
II – fixação de limites quantitativos de antiguidade para ingresso dos
Praças nos Quadros de Acesso por Antiguidade e Merecimento, conforme
regulamento desta Lei;
III – inspeção de saúde dos Praças incluídos nos limites acima;
IV – Testes de Aptidão Física;

261
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

V – apuração de vagas a preencher;


VI – remessa dos Quadros de Acesso ao Comandante Geral da Corporação;
VII – organização dos Quadros de Acesso;
VIII – publicação dos Quadros de Acesso;
IX – remessa ao Comandante Geral da Corporação das propostas para
as promoções;
X – promoções.
Parágrafo único. O processamento das promoções obedecerá o cronograma
constante no Regulamento desta Lei, no qual também se especificam atribui-
ções e responsabilidades.
Art. 15. As promoções por antiguidade e merecimento serão efetuadas
nas seguintes proporções em relação ao número de vagas:
I – para as graduações de Cabo e 3º Sargento, serão efetivadas exclusi-
vamente pelo critério de antiguidade;
II – para às graduações de 2º Sargento, 1º Sargento e Subtenente, serão
efetivadas com base nos critérios de antiguidade e merecimento, obedecendo à
proporção de uma vaga por antiguidade seguida de uma vaga por merecimento.
§ 1º A proporção mencionada no inciso II deste artigo será retomada a
partir de onde ela tenha sido interrompida.
§ 2º No caso de o Praça preencher os requisitos que lhe permitam ser pro-
movido tanto por antiguidade quanto por merecimento, este será promovido
com base no critério de merecimento, preenchendo-se a vaga por antiguida-
de pelo Praça imediatamente mais moderno que se enquadre nos critérios e
condições previstos nesta Lei e não esteja na situação prevista na primeira
parte deste parágrafo.
Art. 16. A promoção por merecimento será feita com base no Quadro de
Acesso por Merecimento obedecida rigorosamente a ordem de classificação
meritória, nos termos do regulamento desta Lei.
Parágrafo único. Para promoção por merecimento às graduações de 2º Sar-
gento, 1º Sargento e Subtenente, as vagas computadas serão preenchidas de
acordo com a ordem de classificação meritória obtida por cada um deles.

262
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 17. O processo referente à promoção com base no critério de anti-


guidade ou merecimento tem início com a inclusão do candidato no Quadro
de Acesso respectivo.
Art. 18. O ato administrativo que tenha por objeto a promoção do Praça
é consubstanciado sob a forma de portaria do Comandante Geral e publicado
em Boletim Geral da Corporação.
Art. 19. A Comissão de Promoção dos Praças Policiais Militares (CPP) é o
órgão encarregado do processamento das promoções dos Praças PM.

CAPÍTULO VII
DOS QUADROS DE ACESSO

Art. 20. Quadros de Acesso são relações nominais dos Praças à promoção,
após satisfeitas as condições básicas, organizadas a partir:
I – do mais antigo, observando-se a ordem de antiguidade estabelecida,
quando se tratar de Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA);
II – do mais bem colocado na apuração das Fichas de Avaliação, quando
se tratar de Quadro de Acesso por Merecimento (QAM).
§ 1º Havendo empate entre candidatos à promoção, na pontuação de que
trata o inciso II, prevalecerá a antiguidade, que determinará entre estes a
ordem de classificação.
§ 2º Para promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento, é
condição imprescindível ter o candidato o seu nome previamente incluído
no Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA) ou no Quadro de Acesso por
Merecimento (QAM), respectivamente.
Art. 21. Os Quadros de Acesso deverão ser publicados em boletim, con-
forme cronograma previsto nesta Lei.
Art. 22. Não poderá constar de nenhum Quadro de Acesso o Praça:
I – cujo comportamento esteja classificado como “insuficiente” ou “mau”;
II – considerado não habilitado para o acesso em razão de não ter atingido,
quando se tratar de Sargentos, no mínimo:

263
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

a) conceito “regular” na avaliação de desempenho profissional, na gradu-


ação atual;
b) metade da pontuação máxima possível na avaliação de potencial e
experiência profissional, na graduação atual;
III – preso preventivamente ou em flagrante delito;
IV – condenado à pena privativa da liberdade, mesmo que beneficiado por
livramento condicional ou suspensão condicional da pena;
V – que esteja submetida a Conselho de Disciplina ou Processo Adminis-
trativo Disciplinar Simplificado que possa ensejar o licenciamento a bem
da disciplina;
VI – que tenha atingido o limite de idade para permanência no serviço
ativo ou vá atingi-lo até a data da promoção;
VII – em gozo de licença para tratar de interesse particular;
VIII – que esteja na condição de desertor;
IX – incapacitado definitivamente para o serviço policial-militar, segundo
parecer da Junta de Saúde da Corporação;
X – considerado desaparecido ou extraviado.
§ 1º Quando o fato tiver ocorrido em consequência de serviço e não cons-
tituir ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao decoro da classe poli-
cial-militar, a Comissão de Promoção de Praças poderá, por maioria de votos,
decidir pela inclusão nos Quadros de Acesso do Praça que incidir na hipótese
prevista no inciso III do caput deste artigo.
§ 2º Considera-se ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao de-
coro da classe policial militar, a inobservância de quaisquer dos preceitos da
ética policial-militar, previstos no Estatuto dos Policiais Militares e no Código
de Ética e Disciplina da Corporação.
§ 3º O conceito a que se refere a alínea “a” do inciso II deste artigo resulta-
rá da média das avaliações realizadas por meio de fi cha própria para esse fim.

264
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º A comprovação do potencial e da experiência a que se refere a alínea


“b” do inciso II deste artigo será atestada pela Comissão de Promoção de
Praças em ficha própria para este fim.
§ 5º Será excluído de qualquer Quadro de Acesso o Praça que incidir em
uma das circunstâncias previstas neste artigo ou ainda:
a) for nele incluído indevidamente;
b) for promovido;
c) em decorrência de falecimento; ou
d) por passar à situação de inatividade.
Art. 23. Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimento já organi-
zado, ou dele não poderá constar, o Praça que agregar ou estiver agregado:
I – por motivo de gozo de licença para tratamento de saúde de pessoa da
família, por prazo superior a seis meses contínuos;
II – em virtude de se encontrar no exercício de cargo público civil tempo-
rário, não eletivo, inclusive da Administração Indireta;
III – por ter passado à disposição de órgão do Governo Federal, do Gover-
no Estadual, de Território ou do Distrito Federal e do Governo Municipal, para
exercer função de natureza civil;
IV – em conformidade com o disposto no inciso II do § 8º do art. 14 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. Para ser incluído ou reincluído no Quadro de Acesso por
Merecimento, o Praça abrangido pelo disposto neste artigo deve reverter à
Corporação pelo menos trinta dias antes da data de promoção.
Art. 24. O Praça agregado que estiver no efetivo desempenho de cargo ou
função considerada de natureza policial-militar, concorrerá à promoção pelo
critério de antiguidade e merecimento previsto nesta Lei, desde que obedecido
o § 4º do art. 23 desta Lei.
Art. 25. A composição do Quadro de Acesso e o ato de promoção do Praça
poderão ser objetos de recurso administrativo, a ser apresentado ao Presi-
dente da Comissão de Promoção dos Praças, nos termos do art. 31 desta Lei.

265
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 26. O Praça que tiver o processo de transferência para a inatividade


devidamente iniciado não concorrerá à promoção prevista nesta Lei, salvo no
caso de promoção por tempo de serviço, obedecida as condições previstas no
art. 10 desta Lei.

CAPÍTULO VIII
DA COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS

Art. 27. A Comissão de Promoção dos Praças (CPP) da Corporação tem


caráter permanente e será constituída nos termos da Lei Organização Básica
da Corporação.
§ 1º À exceção dos membros natos, não poderão funcionar na Comissão de
Promoção os membros que tenham como candidatos ao Quadro de Acesso
parentes até o terceiro grau em linha reta, colateral e os afi ns na mesma situação.
§ 2º São atribuições da Comissão de Promoção de Praças:
I – apresentar proposta dos Quadros de Acesso ao Comandante Geral para
fi ns de aprovação e publicação;
II – examinar e emitir parecer nos recursos relativos à promoção;
III – apreciar os processos e propor, se for o caso, as promoções por ato
de bravura e “post-mortem”;
IV – apreciar as fichas de avaliação previstas nesta Lei;
V – avaliar a Ficha Individual de Alterações dos candidatos à promoção
para fins de elaboração do QAM;
VI – elaborar e encaminhar ao Comandante Geral a proposta de promoção;
VII – buscar as informações relativas aos candidatos à promoção para fins
de composição dos Quadros de Acesso.
§ 3º A regulamentação desta Lei poderá prever outras atribuições e respon-
sabilidades da Comissão de Promoção de Praças no tocante ao processamento
das promoções.
Art. 28. A Comissão de Promoção de Praças decidirá por maioria de votos
de seus membros, computado o de seu Presidente.

266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 29. Todas as deliberações da Comissão de Promoção requerem a


participação da totalidade de seus membros, podendo o Comandante Geral
nomear substituto na hipótese de algum membro estar ausente ou impossi-
bilitado de participar dos trabalhos.
Art. 30. O cronograma de eventos da Comissão de Promoção de Praças
será tratado no Regulamento desta Lei.

CAPÍTULO IX
DOS RECURSOS

Art. 31. Da composição dos Quadros de Acesso caberá recurso à Comis-


são de Promoção de Praças.
§ 1º O Praça que se sentir prejudicado em relação à composição dos
Quadros de Acesso ou ao ato de promoção terá cinco dias úteis, a partir
da publicação do ato em Boletim da Polícia Militar, para apresentar pedido
de reconsideração.
§ 2º A Comissão de Promoção de Praças terá oito dias úteis para analisar
e decidir sobre o recurso apresentado, devendo a decisão ser publicada em
Boletim da Polícia Militar.

CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 32. O Praça, extraordinariamente, será promovido em ressarcimento


de preterição, desde que seja reconhecido o seu direito à promoção quando:
I – cessar sua situação de desaparecido ou extraviado;
II – for absolvido em Conselho de Disciplina;
III – tiver sido prejudicado por comprovado erro administrativo;
IV – tiver solução favorável ao recurso interposto.

267
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. A promoção do Praça feita em ressarcimento de preterição


será efetuada segundo os critérios de antiguidade ou merecimento, recebendo
ele o número que lhe competir na escala hierárquica como se houvesse sido
promovido na época devida, independentemente da existência de vaga.
Art. 33. A promoção indevidamente não efetivada será objeto de ressar-
cimento de preterição desde que requerida pelo interessado ou providenciada
pela Administração no prazo de cinco anos, contados da data em que a res-
pectiva promoção deveria ocorrer.
Art. 34. Fica extinto o Processo Seletivo Interno para os Cursos de Formação
de Cabos (CFC) e de Formação de Sargentos PM (CFS).
Art. 35. É vedado ao Praça concorrer à promoção em qualificação ou
especialidade diversa da sua.
Art. 36. Os órgãos integrantes da Polícia Militar do Pará mencionados nesta
Lei são aqueles previstos nos arts. 5º, 49 e 50, e Anexo III, da Lei Comple-
mentar n. 053, de 7 de fevereiro de 2006.
Art. 37. Os Praças que na data de 15 de janeiro de 2014 tenham atin-
gindo o tempo de trinta anos de efetivo serviço, se homem, e vinte e cinco
anos de efetivo serviço, se mulher, não se aplica o regramento dos incisos
III e IV do art. 10 desta Lei no que se refere ao ingresso “ex officio” na
Reserva Remunerada.
Art. 38. Aplicam-se, no que couber, as disposições desta Lei ao Corpo de
Bombeiros Militar, sem prejuízo das demais normas aplicáveis àquela Corporação.
Art. 39. Esta Lei deverá ser regulamentada, no que couber, no prazo de
centro e oitenta dias, contado a partir de sua publicação.
Art. 40. Ficam revogadas as Leis n. 5.250, de 29 de julho de 1985, que
“dispõe sobre as promoções de Praças da Polícia Militar do Pará é dá outras
providências”; n. 6.669, de 27 de julho de 2004, que “dispõe sobre as car-
reiras de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar
do Pará, suas promoções no quadro de praças, e dá outras providências”; n.
7.106, de 12 de fevereiro de 2008, que “altera e acrescenta dispositivos à Lei

268
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

n. 5.250, de 29 de julho de 1985, e dá outras providências”; e n. 7.200, de


10 de setembro de 2008, que “altera e acrescenta dispositivos à Lei n. 6.669,
de 27 de julho de 2004, que dispõe sobre as carreiras de Cabos e Soldados
da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, suas promoções no
quadro de praças, e dá outras providências”, e o Decreto n. 4.242, de 22 de
janeiro de 1986, que regulamenta para a Polícia Militar do Pará a Lei n. 5.250,
de 29 de julho de 1985.
Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, 13 de julho de 2015.

SIMÃO JATENE
Governador do Estado

DECRETO

O Governador do Estado RESOLVE:


nomear, de acordo com o art. 6º, inciso II, da Lei n. 5.810, de 24 de janei-
ro de 1994, combinado com a Lei n. 7.543, de 20 de julho de 2011, CLÁUDIA
LOBO LEVY para exercer o cargo em comissão de Assessor Especial II.
PALÁCIO DO GOVERNO, 8 DE JULHO DE 2015.

SIMÃO JATENE
Governador do Estado

Republicado por ter saído com incorreção no Diário Oficial do Estado


n. 32.924, de 9 de julho de 2015.

269
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 8.388, DE 22 DE SETEMBRO DE 2016


Dispõe sobre a promoção dos Oficiais da Polícia Militar do Pará (PMPA) e dá outras
providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono


a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece os critérios e as condições que asseguram aos


Oficiais em serviço ativo na Polícia Militar do Pará, nos limites dos respectivos
Quadros, o acesso ao posto imediato, mediante promoção, de forma seletiva,
gradual e sucessiva.
Art. 2º A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica
o preenchimento seletivo das vagas pertinentes ao grau hierárquico superior, à
medida que forem criadas, ativadas, transformadas ou extintas as organizações
policiais militares e as funções definidas na Lei de Organização Básica da Cor-
poração, por meio de criteriosos processos de escolha disciplinados por esta Lei.
§ 1º Compete ao Governador do Estado do Pará a edição do ato adminis-
trativo de promoção dos Oficiais.
§ 2º As promoções previstas nesta Lei obedecerão rigorosamente ao pla-
nejamento do setor de pessoal da Corporação, elaborado com a finalidade de
garantir o perfeito equilíbrio entre o efetivo e as funções existentes.

CAPÍTULO II
DA PROMOÇÃO DOS OFICIAIS

Art. 3º A Promoção dos Oficiais na Polícia Militar do Pará deve observar o


limite dos respectivos Quadros, nos seguintes termos:
I – Quadro de Oficiais Policiais-Militares (QOPM): 2º Tenente, 1º Tenente,
Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel;

270
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – Quadro de Oficiais Policiais-Militares de Saúde (QOSPM): 2º Tenente,


1º Tenente, Capitão, Major, Tenente-Coronel eCoronel, observado o art. 45 da
Lei Complementar n. 53 (Lei de Organização Básica);
III – Quadro Complementar de Ofi ciais Policiais-Militares (QCOPM): 2º
Tenente, 1º Tenente, Capitão, Major e TenenteCoronel, observado o art. 46
da Lei Complementar n. 53 (Lei de Organização Básica);
IV – Quadro de Oficiais Capelães Policiais-Militares (QOCPM): 2º Tenente,
1º Tenente, Capitão, Major e Tenente-Coronel;
V – Quadro de Oficiais de Administração Policiais-Militares (QOAPM): 2º
Tenente, 1º Tenente e Capitão;
VI – Quadro de Oficiais Especialistas Policiais-Militares (QOEPM): 2º Te-
nente, 1º Tenente e Capitão.
Art. 4º O ingresso nos respectivos Quadros de Oficiais dar-se-ão de acor-
do com o estabelecido na Lei n. 6.626, de 3 de fevereiro de 2004, e alterações
subsequentes.
Art. 5º O acesso aos postos dos Quadros de Oficiais Policiais Militares
ocorrerá mediante promoção ao grau hierárquico imediatamente superior de
acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei.

CAPÍTULO III
DOS CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 6º As promoções na Polícia Militar do Pará dar-se-ão de acordo com


os seguintes critérios:
I – antiguidade;
II – merecimento;
III – bravura;
IV – tempo de serviço;
V – “post-mortem”.

271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º As promoções por antiguidade, merecimento e por tempo de serviço


serão efetuadas duas vezes por ano, nos dias 21 de abril e 25 de setembro
para as vagas computadas e publicadas oficialmente conforme cronograma
previsto no regulamento desta Lei.
§ 2º As promoções pelos demais critérios poderão ser realizadas a qual-
quer tempo, conforme previsto nesta Lei.
§ 3º Em casos excepcionais poderá ocorrer a promoção por ressarcimento
de preterição, na forma disciplinada no art. 32 desta Lei.

Seção II
Da Promoção por Antiguidade

Art. 7º A promoção pelo critério de antiguidade é aquela que se baseia na


precedência hierárquica de um Oficial sobre os demais de igual posto, dentro
do número de vagas estabelecidas para cada quadro.
Parágrafo único. A antiguidade no posto é contada a partir da data de
promoção, ressalvados os casos de tempo não computável de acordo com o
Estatuto da Polícia Militar.

Seção III
Da Promoção por Merecimento

Art. 8º A promoção pelo critério de merecimento é aquela que se baseia


no conjunto de qualidades e atributos que distingue o Oficial entre seus pares
e que, uma vez quantificados nas fichas de avaliação de desempenho profis-
sional; de potencial e experiência profissional e pelo conceito proferido pela
Comissão de Promoção de Oficiais, passam a traduzir sua capacidade para
ascender hierarquicamente.
Parágrafo único. As fichas de avaliação de desempenho profissional; de
potencial e experiência profissional e o conceito proferido pela Comissão de
Promoção de Oficiais serão tratadas no regulamento desta Lei.

272
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção IV
Da Promoção por Bravura

Art. 9º A promoção por bravura é efetivada em razão de ato de caráter


extraordinário e comprovada atitude de extrema coragem e audácia que ul-
trapassem os limites normais do cumprimento dos deveres naturais do policial
militar e que sejam úteis ao conceito da Corporação pelo exemplo positivo.
§ 1º A promoção de que trata este artigo é da competência do Governador
do Estado por proposta do Comandante-Geral e será retroativa à data do ato
de bravura.
§ 2º A comprovação do ato de bravura será realizada por meio de apu-
ração por um Conselho Especial composto de três Oficiais PM, para este fim
designados pelo Comandante-Geral.
§ 3º Na promoção por bravura não se aplicam as exigências dos outros
critérios estabelecidos nesta Lei.
§ 4º Será proporcionado ao Oficial promovido por bravura, quando for o
caso, a oportunidade de satisfazer as condições de acesso ao posto a que foi
promovido, de acordo com a regulamentação desta Lei.

Seção V
Da Promoção por Tempo de Serviço

Art. 10. A promoção por tempo de serviço é aquela em que o Oficial é pro-
movido ao posto imediato, obedecido os limites dos Quadros previstos no art.
3º desta Lei, sendo efetivada após o preenchimento das seguintes condições:
I – para o Oficial do sexo masculino:
a) ter, no mínimo, trinta anos de serviço e, pelo menos, vinte e cinco anos
de efetivo serviço;
b) ter cumprido os interstícios previstos nesta Lei;
c) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), para promoção
ao posto de Major;

273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

d) possuir o Curso Superior de Polícia (CSP), para promoção ao posto de


Coronel;
e) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a”, “b”,“c” e “d” deste
inciso, requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Oficiais;
II – para a Oficial do sexo feminino:
a) ter, no mínimo, vinte e cinco anos de serviço e, pelo menos, vinte anos
de efetivo serviço;
b) ter cumprido os interstícios previstos nesta Lei;
c) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), para promoção
ao posto de Major;
d) possuir o Curso Superior de Polícia (CSP), para promoção ao posto de
Coronel;
e) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a”, “b”,“c” e “d” deste
inciso, requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Oficiais.
§ 1º Os requerimentos de que tratam os incisos I e II deste artigo deverão
ser protocolados na Comissão de Promoção de Oficiais no prazo de até ses-
senta dias antes das datas de promoção previstas nesta Lei.
§ 2º Os Oficiais promovidos com base nos incisos I e II deste artigo pas-
sarão automaticamente para a reserva remunerada, retroativa a data do ato
da promoção.
§ 3º O Oficial PM que completar trinta anos de efetivo serviço e possuir
os interstícios previstos nesta Lei será promovido ao posto imediato e trans-
ferido “ex-offi cio” para a reserva remunerada e em se tratando de Oficial no
posto de Capitão e Tenente Coronel PM, será exigido ainda, respectivamente,
o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Curso Superior de Polícia.
§ 4º O Oficial PM que não preencher as condições previstas no § 3º deste
artigo não fará jus à promoção nele prevista, devendo ser transferido auto-
maticamente para a reserva remunerada no posto em que se encontrar.
§ 5º As promoções por tempo de serviço serão processadas pela Comis-
são de Promoção de Oficiais após a constatação das condições estabelecidas
neste artigo.

274
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º As únicas condições para a promoção por tempo de serviço são as


previstas neste artigo.
§ 7º Para o disposto neste artigo os Comandantes, Chefes e Diretores
dos órgãos da Polícia Militar deverão fiscalizar e controlar o tempo de efetivo
serviço de cada Oficial e informar com a devida antecedência à Diretoria de
Pessoal da Corporação, para o pronto assessoramento à Comissão de Promo-
ção de Oficiais.
§ 8º Os Oficiais promovidos com base no que dispõe este artigo deverão
ser agregados no ato de suas respectivas promoções até a publicação do ato
de transferência para a reserva remunerada, devendo a Diretoria de Pessoal,
de imediato, providenciar, necessariamente nesta ordem, os processos de
desaquartelamento e reserva.
§ 9º Os Oficiais promovidos com base no que dispõe este artigo, quando
transferidos para a inatividade, farão jus aos proventos integrais do posto
ao qual foi promovido, mantidos os vencimentos e vantagens que percebia
no serviço ativo, sem prejuízo aos acréscimos legais da inatividade, ficando
vedado o cálculo dos proventos com base no posto imediatamente superior.
§ 10 O Oficial PM no posto de Coronel que completar 30 anos de efetivo
serviço será transferido ex-officio para a reserva remunerada.
§ 11 A transferência para a reserva remunerada prevista no § 10 deste arti-
go, bem como a prevista no art. 103, inciso II, da Lei n. 5.251, de 31 de julho
de 1985, (Estatuto dos Policiais Militares), não se processará quando o Oficial
encontra-se exercendo o Cargo de Comandante Geral, Chefe da Casa Militar da
Governadoria do Estado, Chefe do Estado Maior Geral, Corregedor Geral, Che-
fe do Departamento Geral de Administração, Chefe do Departamento Geral de
Operações e Chefe do Centro de Inteligência, enquanto durar a investidura.
§ 12 A transferência para a reserva remunerada, será concedida ao policial
militar independentemente de estar respondendo a inquérito ou processo em
qualquer jurisdição.
§ 13 V E T A D O.

275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção VI
Da Promoção “Post-Mortem”

Art. 11. A promoção “post-mortem” visa expressar o reconhecimento do


Estado ao Oficial que falecer no cumprimento do dever ou em consequência
dele e será efetivada na data do falecimento, em uma das seguintes situações:
I – em ação de preservação da ordem pública ou em decorrência dela;
II – em consequência de ferimento recebido na preservação da ordem
pública ou doença, moléstia ou enfermidade contraída nesta situação ou que
nelas tenham sua causa eficiente;
III – em consequência de acidente em serviço ou de doença, moléstia ou
enfermidade que nelas tenham sua causa eficiente.
§ 1º A promoção que resultar de qualquer das situações estabelecidas nos
incisos I, II e III, independerá daquela prevista no § 4º deste artigo.
§ 2º Os casos de morte por acidente, doença, moléstia ou enfermidade
referidos neste artigo serão comprovados por atestado de origem, sendo os
termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas de tratamento em casas de
saúde e demais registros relacionados ao infortúnio, utilizados como meios
subsidiários para esclarecer a situação.
§ 3º No caso de falecimento do Oficial, a promoção por bravura exclui a
promoção “post-mortem” que resultaria das consequências de ato de bravura.
§ 4º O Oficial será também promovido “post-mortem” se na data do fale-
cimento satisfazia às condições de acesso e integrava os quadros de acesso à
promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento.

CAPÍTULO IV
DAS VAGAS PARA A PROMOÇÃO DE OFICIAIS

Art. 12. Serão computadas para fins de promoção, até a data de publica-
ção do número de vagas pela Comissão de Promoção de Oficiais, nos termos
do regulamento desta Lei, as vagas decorrentes de:

276
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – promoção aos postos superiores;


II – agregação;
III – passagem para a inatividade;
IV – reforma administrativa e demissão;
V – falecimento;
VI – criação, ativação ou transformação dos órgãos policiais militares e
das funções definidas na Lei de Organização Básica da Corporação.
§ 1º As vagas são consideradas existentes:
a) na data da assinatura do ato que promove, agrega, passa à inatividade,
reforma administrativamente e demite, salvo se no próprio ato for estabele-
cida outra data;
b) na data oficial do óbito;
c) como dispuser a Lei, no caso de aumento de efetivo.
§ 2º A existência de vaga a ser preenchida para determinado posto impli-
cará no surgimento de vaga para os postos inferiores nas promoções futuras,
sendo esta sequência interrompida no posto em que houver preenchimento
por excedente.
§ 3º Não preenche vaga o Oficial que, estando agregado, venha a ser pro-
movido e continue na mesma situação.

CAPÍTULO V
DAS CONDIÇÕES BÁSICAS PARA PROMOÇÃO

Art. 13. Constituem condições indispensáveis para a promoção do Oficial ao


posto imediatamente superior, exclusivamente pelos critérios de antiguidade e
merecimento, exceto para o Quadro de Oficiais de Administração (QOAPMBM) e
para o Quadro de Oficiais Especialistas (QOEPMBM), permanecendo o interstício
de dois anos para Primeiro Tenente e três anos para Segundo Tenente:
I – ter completado, até a data de promoção, os seguintes interstícios mínimos:
a) seis meses de aspirantado para a promoção ao posto de 2º Tenente;
b) quatro anos no posto de 2º Tenente para promoção ao posto de 1º Tenente;

277
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) quatro anos no posto de 1º Tenente para promoção ao posto de Capitão;


d) cinco anos no posto de Capitão para promoção ao posto de Major;
e) quatro anos no posto de Major para promoção ao posto de Tenente-Coronel;
f) três anos no posto de Tenente-Coronel para promoção ao posto de Coronel;
II – apto em inspeção de saúde procedida pela Junta de Saúde da Corpo-
ração, até a data prevista no regulamento desta Lei;
III – apto em Teste de Aptidão Física (TAF), até a data prevista no regu-
lamento desta Lei;
IV – ter sido incluído no Quadro de Acesso de seu respectivo quadro;
V – ter concluído o Curso de Formação de Oficiais (CFO) para promoção a
2º Tenente, 1º Tenente e Capitão PM do Quadro de Oficiais Policiais-Militares
(QOPM);
VI – ter concluído Curso de Habilitação de Oficiais (CHO) para promoção
de Oficiais nos Quadros de Oficiais Especialistas (QOEPM) e de Oficiais de Ad-
ministração (QOAPM);
VII – ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para o encer-
ramento das alterações, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), para
as promoções aos postos de Major e Tenente Coronel do Quadro de Oficiais
Policiais Militares (QOPM);
VIII – ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para o encer-
ramento das alterações, o Curso Superior de Polícia (CSP), para as promoções
ao posto de Coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM);
IX – existência de vaga, nos termos do art. 12 desta Lei.
§ 1º Para aprovação no Teste de Aptidão Física o candidato à promoção
deverá atingir, no mínimo, o conceito “regular”, conforme dispuserem normas
específicas editadas pelo Comandante-Geral da Corporação.
§ 2º As condições de interstícios estabelecidas nesta Lei poderão ser re-
duzidas até a metade por ato do Governador do Estado, mediante proposta
motivada do Comandante-Geral da Corporação.

278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Curso Superior de Polícia


terão sua duração, grades curriculares e critérios de seleção definidas por ato
do Comandante-Geral da Corporação.
§ 4º A incapacidade física temporária verificada na Inspeção de Saúde não
impede o ingresso em Quadro de Acesso nem a consequente promoção ao
posto superior, nos termos do regulamento desta Lei.
§ 5º No caso de incapacidade física definitiva ou de incapacidade tempo-
rária por prazo superior a dois anos, o Oficial será reformado, conforme dis-
puser o Estatuto dos Policiais Militares da PMPA.
§ 6º A prestação das informações referentes ao disposto no inciso I deste
artigo é de atribuição da Diretoria de Pessoal da Polícia Militar do Pará.

CAPÍTULO VI
DO PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES DOS OFICIAIS PM

Art. 14. O processamento das promoções obedecerá ao seguinte:


I – fixação de datas limites para remessa de documentos dos Oficiais a
serem apreciados para posterior ingresso nos Quadros de Acesso;
II – fixação de limites quantitativos de antiguidade para ingresso dos Ofi-
ciais nos Quadros de Acesso por Antiguidade e Merecimento, conforme regu-
lamento desta Lei;
III – inspeção de saúde dos Oficiais incluídos nos limites acima;
IV – testes de aptidão física;
V – apuração de vagas a preencher;
VI – remessa dos Quadros de Acesso ao Comandante-Geral da Corporação;
VII – organização do Quadro de Acesso;
VIII – Publicação dos Quadros de Acesso;
IX – Remessa ao Comandante-Geral da Corporação das propostas para as
promoções;
X – Promoções.

279
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. O processamento das promoções obedecerá o cronogra-


ma constante no regulamento desta Lei, no qual também se especificam atri-
buições e responsabilidades.
1. Art. 15. As promoções por antiguidade e merecimento serão efetuadas
nas seguintes proporções em relação ao número de vagas:
2. I - para os postos de 2º Tenente, 1º Tenente e Capitão serão efetivadas
exclusivamente pelo critério de antiguidade.
3. II - para os postos de Major e Tenente-Coronel, serão efetivadas com
base nos critérios de antiguidade e merecimento, obedecendo a proporção de
uma vaga por antiguidade seguida de duas vagas por merecimento.
4. III - para o posto de Coronel, será efetivada exclusivamente pelo crité-
rio de merecimento.
5. § 1º A proporção mencionada no inciso II deste artigo será retomada a
partir de onde ela tenha sido interrompida.
6. § 2º No caso do Oficial preencher os requisitos que lhe permitam ser
promovido tanto por antiguidade quanto por merecimento, este será pro-
movido com base no critério de merecimento, preenchendo-se a vaga por
antiguidade pelo Oficial imediatamente mais moderno que se enquadre nos
critérios e condições previstos nesta Lei e não esteja na situação prevista na
primeira parte deste parágrafo.
7. Art. 16. A Promoção por Merecimento será feita com base no Quadro de
Acesso por Merecimento, obedecida rigorosamente a ordem de classificação
meritória, nos termos do regulamento desta Lei.
8. Parágrafo único. O Governador do Estado, nos casos de Promoção por
Merecimento, após ouvir o Comandante Geral, apreciará o mérito dos Ofi-
ciais contemplados na proposta encaminhada pela Corporação e decidirá por
quaisquer dos nomes constantes na Relação Nominal de Oficiais que satisfa-
zem as condições básicas para a promoção.
9. Art. 17. O processo referente à promoção com base no critério de an-
tiguidade ou merecimento tem início com a inclusão do candidato no Quadro
de Acesso respectivo.

280
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

10. Art. 18. O ato administrativo que tenha por objeto a promoção do
Oficial é consubstanciado sob a forma de decreto do Governador do Estado,
publicado em Diário Oficial do Estado.
11. Art. 19. A Comissão de Promoção de Oficiais (CPO) é o órgão encarre-
gado do processamento das promoções dos Oficiais PM.

CAPÍTULO VII
DOS QUADROS DE ACESSO

Art. 20. Quadros de Acesso são relações nominais dos Oficiais à promo-
ção, após satisfeitas as condições básicas, organizadas a partir:
I – do mais antigo, observando-se a ordem de antiguidade estabelecida,
quando se tratar de Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA);
II – do mais bem colocado na apuração das Fichas de Avaliação e no con-
ceito da Comissão de Promoção de Oficiais, quando se tratar de Quadro de
Acesso por Merecimento (QAM).
§ 1º Havendo empate entre candidatos à promoção, na pontuação de que
trata o inciso II, prevalecerá a antiguidade, que determinará entre estes a
ordem de classificação.
§ 2º Para promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento é con-
dição imprescindível ter o candidato o seu nome previamente incluído no
Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA) ou no Quadro de Acesso por Mere-
cimento (QAM), respectivamente.
Art. 21. Os Quadros de Acesso deverão ser publicados em boletim, con-
forme cronograma previsto no regulamento desta Lei.
Art. 22. Não poderá constar de nenhum Quadro de Acesso o Oficial:
I – considerado não habilitado para o acesso, em função de não ter atingi-
do, quando se tratar de Capitão, Major e Tenente Coronel, no caso de Quadro
de Acesso por Merecimento, no mínimo:

281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

a) conceito “regular” na avaliação de desempenho profissional, no posto atual;


b) pontuação positiva no total de pontos calculados na avaliação de poten-
cial e experiência profissional, no posto atual;
c) conceito regular pela Comissão de Promoção de Oficiais;
II – que esteja preso preventivamente ou em flagrante delito;
III – condenado a pena privativa de liberdade, mesmo que beneficiada por
livramento condicional ou suspensão condicional da pena;
IV – que esteja submetido a Conselho de Justificação;
V – que tenha atingido o limite de idade para permanência no serviço ativo
ou vá atingi-lo até a data da promoção;
VI – em gozo de licença para tratar de interesse particular;
VII – que esteja na condição de desertor;
VIII – incapacitado definitivamente para o serviço policial militar, segundo
parecer da junta de saúde da Corporação;
IX – considerado desaparecido ou extraviado;
X – que obtenha, no caso de Quadro de Acesso por Antiguidade, nota final
inferior a três na ficha de avaliação de desempenho profissional de Oficial, a
qual terá como avaliador o Comandante, Chefe ou Diretor.
§ 1º Quando o fato tiver ocorrido em consequência de serviço e não cons-
tituir ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao decoro da classe po-
licial militar, a Comissão de
Promoção de Oficiais poderá, por maioria de votos, decidir pela inclusão
nos Quadros de Acesso do Oficial que incidir nas hipóteses previstas nos inci-
sos II e III do caput deste artigo.
§ 2º Considera-se ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao de-
coro da classe policial militar, a inobservância de quaisquer dos preceitos da
ética policial militar, previstos no Estatuto dos Policiais Militares e no Código
de Ética e Disciplina da Corporação.
§ 3º O conceito a que se refere a alínea “a” do inciso I deste artigo resulta-
rá da média das avaliações realizadas por meio de ficha própria para este fim.

282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º A comprovação do potencial e da experiência a que se refere a alínea


“b” do inciso I deste artigo será atestada pela Comissão de Promoção de Ofi-
ciais em ficha própria para este fim.
§ 5º Será excluído de qualquer Quadro de Acesso o Oficial que incidir em
uma das circunstâncias previstas neste artigo ou ainda:
a) for nele incluído indevidamente;
b) for promovido;
c) em decorrência de falecimento;
d) por passar à situação de inatividade.
Art. 23. Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimento já organi-
zado, ou dele não poderá constar, o Oficial que agregar ou estiver agregado:
I – por motivo de gozo de licença para tratamento de saúde de pessoa da
família, por prazo superior a seis meses contínuos;
II – em virtude de se encontrar no exercício de cargo público civil tempo-
rário, não eletivo, inclusive da Administração Indireta;
III – por ter passado à disposição de órgão do Governo Federal, do Gover-
no Estadual, de Território ou do Distrito Federal e do Governo Municipal, para
exercer função de natureza civil;
IV – para concorrer a mandato eletivo nas esferas federal, estadual e municipal.
Parágrafo único. Para ser incluído ou reincluído no Quadro de Acesso por
Merecimento, o Oficial abrangido pelo disposto neste artigo deve reverter à
Corporação, pelo menos trinta dias antes da data de promoção.
Art. 24. O Oficial agregado que estiver no efetivo desempenho de cargo
ou função considerada de natureza Policial Militar, concorrerá à promoção
pelo critério de antiguidade e merecimento previsto nesta Lei.
Art. 25. A composição do Quadro de Acesso e o ato de promoção dos Ofi-
ciais poderão ser objetos de recurso administrativo, a ser apresentado ao Pre-
sidente da Comissão de Promoção de Oficiais, nos termos do art. 31 desta Lei.
Art. 26. O Oficial que tiver o processo de transferência para a inatividade
devidamente iniciado não concorrerá à promoção prevista nesta Lei, salvo no
caso de Promoção por Tempo de Serviço, obedecidas as condições previstas
no art. 10 desta Lei.

283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VIII
DA COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE OFICIAIS

Art. 27. A Comissão de Promoção de Oficiais (CPO) da Corporação tem


caráter permanente e será constituída nos termos da Lei de Organização Bá-
sica da Corporação.
§ 1º À exceção dos membros natos, não poderão funcionar na Comissão de
Promoção os membros que tenham como candidatos ao Quadro de Acesso, paren-
tes até o 3º (terceiro) grau em linha reta, colateral e os afins na mesma situação.
§ 2º São atribuições da Comissão de Promoção de Oficiais:
a) apresentar proposta dos Quadros de Acesso ao ComandanteGeral para
fins de aprovação e publicação;
b) examinar e emitir parecer nos recursos relativos à promoção;
c) apreciar os processos e propor, se for o caso, as promoções por ato de
bravura e “post- mortem”;
d) apreciar as fichas de avaliação previstas nesta Lei;
e) avaliar a Ficha Individual de Alterações dos candidatos à promoção,
para fins de elaboração do QAM;
f) elaborar e encaminhar ao Comandante-Geral a proposta de promoção;
g) buscar as informações relativas aos candidatos à promoção para fins de
composição dos Quadros de Acesso.
§ 3º A regulamentação desta Lei poderá prever outras atribuições e res-
ponsabilidades da Comissão de Promoção de Oficiais no tocante ao processa-
mento das promoções.
Art. 28. A Comissão de Promoção de Oficiais decidirá por maioria de votos
de seus membros, computado o de seu presidente.
Art. 29. Todas as deliberações da Comissão de Promoção requerem a
participação da totalidade de seus membros, podendo o Comandante-Geral
nomear substituto na hipótese de algum membro estar ausente ou impossi-
bilitado de participar dos trabalhos.
Art. 30. O cronograma de eventos da Comissão de Promoção de Oficiais
será tratado no regulamento desta Lei.

284
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO IX
DOS RECURSOS

Art. 31. Da composição dos Quadros de Acesso caberá recurso de recon-


sideração de ato à Comissão de Promoção de Oficiais.
§ 1º O Oficial que se sentir prejudicado em relação à composição dos Quadros
de Acesso ou ao ato de promoção terá cinco dias úteis, a partir da publicação
do ato em Boletim da Polícia Militar, para apresentar pedido de reconsideração.
§ 2º A Comissão de Promoção de Oficiais terá oito dias úteis para analisar
e decidir sobre o recurso apresentado, devendo a decisão ser publicada em
Boletim da Polícia Militar.

CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 32. O Oficial, extraordinariamente, será promovido em ressarcimen-


to de preterição, desde que seja reconhecido seu direito à promoção quando:
I – cessar sua situação de desaparecido ou extraviado;
II – for absolvido em Conselho de Justificação;
III – tiver sido prejudicado por comprovado erro administrativo; ou IV -
tiver solução favorável ao recurso interposto.
Parágrafo único. A promoção do Oficial feita em ressarcimento de preteri-
ção será efetuada segundo os critérios de antiguidade ou merecimento, rece-
bendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica como se houvesse
sido promovido na época devida, independentemente da existência de vaga.
Art. 33. A promoção indevidamente não efetivada será objeto de ressar-
cimento de preterição desde que requerida pelo interessado ou providenciada
pela Administração no prazo de cinco anos, contados da data em que a res-
pectiva promoção deveria ocorrer.
Art. 34. O Aspirante à Oficial, para a promoção ao posto de 2ºTenente,
deverá satisfazer as condições exigidas nesta Lei, no que for pertinente, de
acordo com o regulamento desta Lei, até a data prevista para o encerramento
das alterações, além de:

285
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – possuir Curso de Formação de Oficiais;


II – possuir comprovada vocação para a carreira, verificada durante es-
tágio probatório em unidade operacional, o qual será objeto de minucioso
relatório do Comandante da unidade em que ocorrer o Estágio do Aspirante à
Oficial, que remetê-lo-á para a Comissão de Promoção de Oficiais;
III – não estar submetido a Conselho de Disciplina.
Parágrafo único. O Aspirante à Oficial que não satisfizer a condição do inciso
II deste artigo, será submetido a Conselho de Disciplina.
Art. 35. É vedado ao Oficial concorrer à promoção em Quadro diverso do seu.
Art. 36. Os órgãos integrantes da Polícia Militar do Pará mencionados
nesta Lei são aqueles previstos nos arts. 5º, 49 e 50 e Anexo III da Lei Com-
plementar n. 053, de 7 de fevereiro de 2006.
Art. 37. Aos Oficiais que na data de 15 de janeiro de 2014 tenham atingindo
o tempo de trinta anos de efetivo serviço, se homem, e vinte e cinco anos de
efetivo serviço, se mulher, não se aplica o regramento dos incisos III e IV do art.
10 desta Lei no que se refere ao ingresso ex-officio na Reserva Remunerada.
Art. 38. Os interstícios previstos nas alíneas “b” e “c” do inciso I do art.
13 desta Lei não se aplicam aos 2º Tenente e 1º Tenente PM que na data da
promulgação desta Lei encontrem-se nos respectivos postos, os quais deve-
rão cumprir, respectivamente os interstícios de dois e três anos.
Parágrafo único. Os militares que forem promovidos aos postos de 2º
Tenente e 1º Tenente PM após a publicação desta Lei deverão cumprir os in-
terstícios de quatro anos nos referidos postos, de acordo com a previsão das
alíneas “b” e “c” do inciso I do art. 13 desta Lei.
Art. 39. Aplicam-se, no que couber, as disposições desta Lei ao Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, sem prejuízo das demais normas aplicáveis àquela
Corporação.
“Art. 39-A. Altera a redação do § 8º do art. 10 da Lei n. 8.230, de 13 de
julho de 2015, que dispõe sobre as promoções de praças, o qual passará a
ter a seguinte redação:

286
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 8º As Praças promovidas com base no que dispõe este artigo, quando


transferidas para a inatividade, farão jus aos proventos integrais do posto
ao qual foi promovida, mantidos os vencimentos e vantagens que percebiam
no serviço ativo, sem prejuízo aos acréscimos legais da inatividade, ficando
vedado o cálculo dos proventos com base no posto imediatamente superior.”
Art. 40. Esta Lei deverá ser regulamentada, no que couber, no prazo de
cento e oitenta dias, contados a partir de sua publicação.
Art. 41. Ficam revogadas as Leis n. 7.798, de 15 de janeiro de 2014, que
“altera e revoga dispositivos da Lei n. 5.250 e da Lei n. 5.249, ambas de 29 de
julho de 1985, que dispõe sobre as promoções de Oficiais e Praças da Polícia
Militar”; a Lei n. 5.249, de 29 de julho de 1985 que “dispõe sobre as promoções
de Oficiais da Polícia Militar do Pará e dá outras providências”; inciso I, do § 2º
do art. 102, da Lei n. 5.251, de 31 de julho de 1985, que “dispõe sobre o Esta-
tuto dos Policiais Militares da Polícia Militar do Pará; e o Decreto n. 4.244, de 28
de janeiro de 1986, que “regulamenta a Lei n. 5.249, de 29 de julho de 1985”.
Parágrafo único. A revogação de que trata o caput deste artigo só produzirá
efeitos a partir da data de 26 setembro de 2016 para preservar o processo em
curso referente a promoção que ocorrerá no dia 25 de setembro de 2016, re-
gulado pelas Leis n.s 7.798, de 15 de janeiro de 2014; 5.249, de 29 de julho
de 1985 e pelo Decreto n. 4.244, de 28 de janeiro de 1986.
Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO, 22 de setembro de 2016.

SIMÃO JATENE
Governador do Estado

DOE N. 33.218 DE 23 DE SETEMBRO DE 2016

Regulamentada pelo Decreto n. 1.672 de 28 de dezembro de 2016, publicado


no DOE n. 33.281 de 29 de dezembro de 2016.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

DECRETO-LEI N. 667, DE 2 DE JULHO DE 1969


Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de
Vide Decreto n. 10.418, de 2020 Bombeiros Militares dos Estados, dos Território
e do Distrito Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confe-


re o § 1º do artigo 2º do Ato Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968,
DECRETA:
Art. 1º As Polícias Militares consideradas fôrças auxiliares, reserva do
Exército, serão organizadas na conformidade dêste Decreto-lei.
Parágrafo único. O Ministério do Exército exerce o contrôle e a coorde-
nação das Polícias Militares, sucessivamente através dos seguintes órgãos,
conforme se dispuser em regulamento:
a) Estado-Maior do Exército em todo o território nacional;
b) Exércitos e Comandos Militares de Áreas nas respectivas jurisdições;
c) Regiões Militares nos territórios regionais.
Art. 2º A Inspetoria-Geral das Polícias Militares, que passa a integrar, or-
ganicamente, o Estado-Maior do Exército incumbe-se dos estudos, da coleta
e registro de dados bem como do assessoramento referente ao contrôle e
coordenação, no nível federal, dos dispositivos do presente Decreto-lei.
Parágrafo único. O cargo de Inspetor-Geral das Polícias Militares será exer-
cido por um General-de-Brigada da ativa.

CAPÍTULO I
DEFINIÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 3º Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança in-


terna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete as Polícias
Militares, no âmbito de suas respectivas jurisdições:
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Fôr-
ças Armadas e os casos estabelecidos em legislação específica, o policiamen-

288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

to ostensivo, fardado planejado pelas autoridades policiais competentes, a


fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o
exercício dos poderes constituídos;
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Fôr-
ças Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pelas autoridades
policiais competentes a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção
da ordem pública e o exercício dos podêres constituídos. (Redação dada pelo
Del n. 1072, de 30.12.1969)
b) atuar de maneira preventiva, como fôrça de dissuasão, em locais ou
áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;
c) atuar de maneira regressiva, em caso de perturbação da ordem, prece-
dendo o eventual emprêgo das Fôrças Armadas;
d) atender à convocação do Govêrno Federal, em caso de guerra externa
ou para prevenir ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de sua
irrupção, subordinando-se ao Comando das Regiões Militares para emprê-
go em suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da
Defesa Territorial.
Art. 3º Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança in-
terna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias
Militares, no âmbito de suas respectivas jurisdições: (Redação dada pelo Del
n. 2010, de 1983)
a) executar com exclusividade, ressalvas as missões peculiares das Forças
Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade com-
petente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem
pública e o exercício dos poderes constituídos; (Redação dada pelo Del n.
2010, de 1983)
b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou
áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;
(Redação dada pelo Del n. 2010, de 12.1.1983)

289
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, prece-


dendo o eventual emprego das Forças Armadas; (Redação dada pelo Del n.
2010, de 1983)
d) atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso
de guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou
ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em
suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa In-
terna e da Defesa Territorial; (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
e) além dos casos previstos na letra anterior, a Polícia Militar poderá ser
convocada, em seu conjunto, a fim de assegurar à Corporação o nível neces-
sário de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o cumprimento das
disposições deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento específi-
co. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 1º A convocação, de conformidade com a letra e deste artigo, será efe-
tuada sem prejuízo da competência normal da Polícia Militar de manutenção
da ordem pública e de apoio às autoridades federais nas missões de Defesa
Interna, na forma que dispuser regulamento específico. (Redação dada pelo
Del n. 2010, de 1983)
§ 2º No caso de convocação de acordo com o disposto na letra e deste
artigo, a Polícia Militar ficará sob a supervisão direta do Estado-Maior do Exér-
cito, por intermédio da Inspetoria-Geral das Polícias Militares, e seu Coman-
dante será nomeado pelo Governo Federal. (Redação dada pelo Del n. 2010,
de 1983)
§ 3º Durante a convocação a que se refere a letra e deste artigo, que não
poderá exceder o prazo máximo de 1 (um) ano, a remuneração dos integrantes
da Polícia Militar e as despesas com a sua administração continuarão a cargo do
respectivo Estado-Membro. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
Art. 4º As Polícias Militares subordinam-se ao órgão que, os governos dos
Estados, Territórios e no Distrito Federal, fôr responsável pela ordem pública
e pela segurança interna.

290
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 4º As Polícias Militares, integradas nas atividades de segurança pú-


blica dos Estados e Territórios e do Distrito Federal, para fins de emprego nas
ações de manutenção da Ordem Pública, ficam sujeitas à vinculação, orien-
tação, planejamento e controle operacional do órgão responsável pela Se-
gurança Pública, sem prejuízo da subordinação administrativa ao respectivo
Governador. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)

CAPÍTULO II
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

Art. 5º As Polícias Militares serão estruturadas em órgão de Direção, de


Execução e de Apoio de acôrdo com as finalidades essenciais do serviço poli-
cial e as necessidades de cada Unidade da Federação.
§ 1º Considerados as finalidades essenciais e o imperativo de sua articula-
ção pelo território de sua jurisdição, as Polícias Militares deverão estruturar-se
em grupos policiais. Sendo essas frações os menores elementos de ação au-
tônoma, deverão dispor de um chefe e de um número de componentes habi-
litados indispensáveis ao atendimento das missões básicas de polícia.
§ 2º De acôrdo com a importância da região o interêsse administrativo e
facilidades de comando os grupos de que trata o parágrafo anterior poderão
ser reunidos, constituindo-se em Pelotões, Companhias e Batalhões ou em
Esquadrões e Regimento, quando se tratar de unidades montadas.
3º Os efetivos das Polícias Militares serão fixados de conformidade com
critérios a serem estabelecidos em regulamento desse Decreto-lei. (Redação
dada pelo Del n. 2010, de 1983)
Art. 6º O Comando das Polícias Militares será exercido por oficial superior
combatente, do serviço ativo do Exército, preferencialmente do pôsto de Te-
nente-Coronel ou Coronel, proposto ao Ministro do Exército pelos Governado-
res de Estado e de Territórios ou pelo Prefeito do Distrito FederaI.

291
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º O provimento do cargo de Comandante será feito por ato dos Gover-


nadores dos Estados Territórios ou pelo Prefeito do Distrito Federal após ser
designado por Decreto do Poder Executivo Federal o oficial que ficará à dispo-
sição do referido Govêrno e Prefeito para êsse fim.
§ 2º O oficial do Exército nomeado para o Cargo de Comandante da Polícia
Militar será comissionado no mais alto pôsto da Corporação, se sua patente
fôr inferior a êsse pôsto.
§ 3º O oficial da ativa do Exército, nomeado para o Comando da Polícia
Militar, na forma dêste artigo, é considerado em “cargo militar”, para fins de
satisfação de requisitos legais exigidos para promoção, como se estivesse no
exercício de cargo de Comandante de Corpo de Tropa do Exército.
§ 4º Em caso excepcional e a critério do Presidente da República, à vista
de proposta do Ministro do Exército, o cargo de Comandante poderá ser atri-
buído a General-de-Brigada da ativa.
§ 5º Em caráter excepcional, ouvido o Ministro do Exército, o cargo de
Comandante poderá ser exercido por oficial da ativa, do ultimo pôsto, da pró-
pria Corporação.
§ 6º O oficial nomeado nos têrmos do parágrafo anterior, comissionado ou
não, terá precedência hierárquica sôbre os oficiais de igual pôsto da Corporação.
§ 7º O Comandante da Polícia Militar, quando oficial do Exército não poderá
desempenhar outras funções no âmbito estadual, ainda que cumulativamente
com suas funções de comandante, por prazo superior a 30 (trinta) dias.
Art. 6º O Comando das Polícias Militares será exercido, em princípio, por
oficial da ativa, do último posto, da própria Corporação. (Redação dada pelo
Del n. 2010, de 1983)
§ 1º O provimento do cargo de Comandante será feito por ato dos Go-
vernadores de Estado e de Territórios e do Distrito Federal, após ser o nome
indicado aprovado pelo Ministro de Estado do Exército, observada a formação
profissional do oficial para o exercício de Comando. (Redação dada pelo Del
n. 2010, de 1983)

292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º O Comando das Polícias Militares poderá, também, ser exercido por


General-de-Brigada da Ativa do Exército ou por oficial superior combatente
da ativa, preferentemente do posto de Tenente-Coronel ou Coronel, proposto
ao Ministro do Exército pelos Governadores de Estado e de Territórios e do
Distrito Federal. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 3º O oficial do Exército será nomeado para o cargo de Comandante da
Polícia Militar, por ato do Governador da Unidade Federativa, após ser desig-
nado por Decreto do Poder Executivo, ficando à disposição do referido Gover-
no. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 4º O oficial do Exército, nomeado para o Comando da Polícia Militar, na
forma do parágrafo anterior, será comissionado no mais alto posto da Corpo-
ração, e sua patente for inferior a esse posto.
§ 5º O cargo de Comandante de Polícia Militar é considerado cargo de
natureza militar, quando exercido por oficial do Exército, equivalendo, para
Coronéis e Tenente-Coronéis, como Comando de Corpo de Tropa do Exército.
(Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 6º O oficial nomeado nos termos do parágrafo terceiro, comissionado ou
não, terá precedência hierárquica sobre os oficiais de igual posto da Corpora-
ção. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 7º O Comandante da Polícia Militar, quando oficial do Exército, não po-
derá desempenhar outras funções no âmbito estadual, ainda que cumulati-
vamente com suas funções de comandante, por prazo superior a 30 (trinta)
dias. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 8º São considerados no exercício de função policial-militar os poli-
ciais-militares ocupantes dos seguintes cargos: (Incluído pelo Del n. 2010,
de 1983)
a) os especificados no Quadro de Organização ou de lotação da Corpora-
ção a que pertencem; (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
b) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Ar-
madas ou de outra Corporação Policial-Militar, no país ou no exterior; e (In-
cluído pelo Del n. 2010, de 1983)

293
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) os de instrutor ou aluno de estabelecimentos oficiais federais e, parti-


cularmente, os de interesse para as Polícias Militares, na forma prevista em
Regulamento deste Decreto-lei. (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 9º São considerados também no exercício de função policial-militar os
policiais-militares colocados à disposição de outra corporação Policial-Militar.
(Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 10º São considerados no exercício da função de natureza policial-militar
ou de interesse policial-militar, os policiais-militares colocados à disposição do
Governo Federal, para exercerem cargos ou funções em órgãos federais, indi-
cados em regulamento deste Decreto-lei. (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 11 São ainda considerados no exercício de função de natureza poli-
cial-militar ou de interesse policial-militar, os policiais-militares nomeados
ou designados para: (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
a) Casa Militar de Governador; (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
b) Gabinete do Vice-Governador; (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
c) Órgãos da Justiça Militar Estadual. (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 12 O período passado pelo policial-militar em cargo ou função de natu-
reza civil temporário somente poderá ser computado como tempo de serviço
para promoção por antiguidade e transferência para a inatividade. (Incluído
pelo Del n. 2010, de 1983)
§ 13 O período a que se refere o parágrafo anterior não poderá ser computa-
do como tempo de serviço arregimentado. (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)
Art. 7º Oficiais do serviço ativo do Exército poderão servir no Estado-
-Maior ou como instrutores das Polícias Militares, obedecidas para a desig-
nação as prescrições do artigo anterior, salvo quanto ao pôsto.
Art. 7º Os oficiais do Exército, da ativa, poderão servir, se o Comandante
for oficial do Exército, no Estado-Maior das Polícias Militares ou como instru-
tores das referidas PM, aplicando-se-lhes as prescrições dos parágrafos 3º e
7º do artigo anterior. (Redação dada pelo Del n. 2010, de 1983)

294
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. O oficial do Exército servindo em Estado-Maior das Polí-


cias Militares ou como instrutor das referidas PM é considerado em cargo de
natureza militar. (Incluído pelo Del n. 2010, de 1983)

CAPÍTULO III
DO PESSOAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 8º A hierarquia nas Polícias Militares é a seguinte:


a) Oficiais de Polícia:
– Coronel
– Tenente-Coronel
– Major
– Capitão
– 1º Tenente
– 2º Tenente

b) Praças Especiais de Polícia:


– Aspirante-a-Oficial
– Alunos da Escola de Formação de Oficiais da Polícia.

c) Praças de Polícia:
– Graduados:
– Subtenente
– 1º Sargento
– 2º Sargento
– 3º Sargento
– Cabo
– Soldado.

§ 1º A todos os postos e graduações de que trata êste artigo será acresci-


da a designação “PM” (Polícia Militar).

295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Os Estados, Territórios e o Distrito Federal poderão, se convier às


respectivas Polícias Militares:
a) suprimir na escala hierárquica um ou mais postos ou graduações das
previstas neste artigo;
b) subdividir a graduação de soldado em classes, até o máximo de três.
2º Os Estados, Territórios e o Distrito Federal poderão, se convier às res-
pectivas Polícias Militares: (Redação dada pelo Del 2.106, de 6.2.1984)
a) admitir o ingresso de pessoal feminino em seus efetivos de oficiais e
praças, para atender necessidades da respectiva Corporação em atividades
específicas, mediante prévia autorização do Ministério do Exército; (Redação
dada pelo Del 2.106, de 6.2.1984)
b) suprimir na escala hierárquica um ou mais postos ou graduações das
previstas neste artigo; e (Redação dada pelo Del 2.106, de 6.2.1984)
c) subdividir a graduação de soldado em classes, até o máximo de três.
(Incluída pelo Del 2.106, de 6.2.1984)
Art. 9º O ingresso no quadro de oficiais será feito através de cursos de
formação de oficiais da própria Polícia Militar ou de outro Estado.
Parágrafo único. Poderão também, ingressar nos quadros de oficiais das
Polícias Militares, se convier a estas, Tenentes da Reserva de 2ª Classe das
Fôrças Armadas com autorização do Ministério correspondente.
Art. 10. Os efetivos em oficiais médicos, dentistas, farmacêuticos e veteriná-
rios, ouvido o Estado-Maior do Exército serão providos mediante concurso e aces-
so gradual conforme estiver previsto na legislação de cada Unidade Federativa.
Parágrafo único. A assistência médica às Polícias Militares poderá tam-
bém ser prestada por profissionais civis, de preferência oficiais da reserva ou
mediante contratação ou celebração de convênio com entidades públicas e
privadas existentes na comunidade, se assim convier à Unidade Federativa.
Art. 11. O recrutamento de praças para as Polícias Militares obedecerá ao
voluntariado, de acôrdo com legislação própria de cada Unidade da Federa-
ção, respeitadas as prescrições da Lei do Serviço Militar e seu regulamento.

296
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 12. O acesso na escala hierárquica tanto de oficiais como de praça


será gradual e sucessivo, por promoção, de acôrdo com legislação peculiar a
cada Unidade da Federarão, exigidos os seguintes requisitos básicos:
a) para a promoção ao pôsto de Major: curso de aperfeiçoamento feito na
própria corporação ou em Fôrça Policial de outro Estado;
b) para a promoção ao pôsto de Coronel: curso superior de Polícia, desde
que haja o curso na Corporação.

CAPÍTULO IV
INSTRUÇÃO E ARMAMENTO

Art. 13. A instrução das Polícias Militares limitar-se-á a engenhos e con-


trolada pelo Ministério do Exército através do Estado-Maior do Exército, na
forma deste Decreto-lei.
Art. 14. O armamento das Polícias armas de uso individual inclusive au-
tomáticas, e a um reduzido número de armas automáticas coletivas e lança-
-rojões leves para emprêgo na defesa de suas instalações fixas, na defesa de
pontos sensíveis e execução de ações preventivas e repressivas nas Missões
de Segurança Interna e Defesa Territorial.
Art. 15. A aquisição de veículos sôbre rodas com blindagem leve e equi-
pados com armamento nas mesmas especificações do artigo anterior poderá
ser autorizada, desde que julgada conveniente pelo Ministério do Exército.
Art. 16. É vedada a aquisição de engenhos, veículos, armamentos e ae-
ronaves fora das especificações estabelecidas.
Art. 17. As aquisições de armamento e munição dependerão de autoriza-
ção do Ministério do Exército e obedecerão às normas previstas pelo Serviço
de Fiscalização de Importação, Depósito e Tráfego de Produtos Controlados
pelo Ministério do Exército (SFIDT).

297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO V
JUSTIÇA E DISCIPLINA

Art. 18. As Polícias Militares serão regidas por Regulamento Disciplinar


redigido à semelhança do Regulamento Disciplinar do Exército e adaptado às
condições especiais de cada Corporação.
Art. 18. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares serão
regidos por Código de Ética e Disciplina, aprovado por lei estadual ou federal
para o Distrito Federal, específica, que tem por finalidade definir, especificar
e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas a
sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regula-
mentar o processo administrativo disciplinar e o funcionamento do Conselho
de Ética e Disciplina Militares, observados, dentre outros, os seguintes princí-
pios: (Redação dada pela Lei n. 13.967, de 2019)
I – dignidade da pessoa humana; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
II – legalidade; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
III – presunção de inocência; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
IV – devido processo legal; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
V – contraditório e ampla defesa; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
VI – razoabilidade e proporcionalidade; (Incluído pela Lei n. 13.967, de 2019)
VII – vedação de medida privativa e restritiva de liberdade. (Incluído pela
Lei n. 13.967, de 2019)
Art. 19. A organização e funcionamento da Justiça Militar Estadual serão
regulados em lei especial.
Parágrafo único. O fôro militar é competente para processar e julgar o
pessoal das Polícias Militares nos crimes definidos em lei como militares.
Art. 20. A Justiça Militar Estadual de primeira instância é constituída pe-
los Conselhos de Justiça previstos no Código de Justiça Militar. A de segunda
instância será um Tribunal Especial, ou o Tribunal de Justiça.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, ATRAVÉS
DA INSPETORIA-GERAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 21. Compete ao Estado-Maior do Exército, através da Inspetoria-Ge-


ral das Polícias Militares:
a) Centralizar todos os assuntos da alçada do Ministério do Exército relati-
vos às Polícias Militares, com vistas ao estabelecimento da política convenien-
te e à adoção das providências adequadas.
b) Promover as inspeções das Políticas Militares tendo em vista o fiel cum-
primento das prescrições deste decreto-lei.
c) Proceder ao contrôle da organização, da instrução, dos efetivos, do ar-
mamento e do material bélico das Polícias Militares.
d) Baixar as normas e diretrizes para a fiscalização da instrução das Polí-
cias Militares.
e) Apreciar os quadros de mobilização para as Polícias Militares de cada
Unidade da Federação, com vistas ao emprêgo em suas missões específicas e
como participantes da Defesa Territorial.
f) Cooperar no estabelecimento da legislação básica relativa às Polícias
Militares.

CAPÍTULO VII
PRESCRIÇÕES DIVERSAS
DAS VEDAÇÕES, DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DA
REMUNERAÇÃO, DAS PRERROGATIVAS, DA INATIVIDADE E DA PENSÃO
(Redação dada pela Lei n. 13.954, de 2019)

Art. 22. Ao pessoal das Polícias Militares, em serviço ativo, é vedado fazer
parte de firmas comerciais de emprêsas industriais de qualquer natureza ou
nelas exercer função ou emprêgo remunerados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 23. É expressamente proibido a elementos das Polícias Militares o


comparecimento fardado, exceto em serviço, em manifestações de caráter
político-partidário.
Art. 24. Os direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal, em
serviço ativo ou na inatividade, das Polícias Militares constarão de legisla-
ção especial de cada Unidade da Federação, não sendo permitidas condições
superiores às que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das
Fôrças Armadas. No tocante a cabos e soldados, será permitida exceção no
que se refere a vencimentos e vantagens bem como à idade-limite para per-
manência no serviço ativo.
Art. 24. Os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e ou-
tras situações especiais dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios são estabelecidos em leis específicas dos entes federativos, nos
termos do § 1º do art. 42, combinado com o inciso X do § 3º do art. 142 da
Constituição Federal. (Redação dada pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-A. Observado o disposto nos arts. 24-F e 24-G deste Decreto-Lei,
aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios as
seguintes normas gerais relativas à inatividade: (Incluído pela Lei n. 13.954,
de 2019) (Regulamento) (Vigência)
I – a remuneração na inatividade, calculada com base na remuneração do pos-
to ou da graduação que o militar possuir por ocasião da transferência para a ina-
tividade remunerada, a pedido, pode ser: (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
a) integral, desde que cumprido o tempo mínimo de 35 (trinta e cinco)
anos de serviço, dos quais no mínimo 30 (trinta) anos de exercício de ativida-
de de natureza militar; ou (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
b) proporcional, com base em tantas quotas de remuneração do posto ou da
graduação quantos forem os anos de serviço, se transferido para a inatividade
sem atingir o referido tempo mínimo; (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)

300
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – a remuneração do militar reformado por invalidez decorrente do exer-


cício da função ou em razão dela é integral, calculada com base na remunera-
ção do posto ou da graduação que possuir por ocasião da transferência para
a inatividade remunerada; (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
III – a remuneração na inatividade é irredutível e deve ser revista auto-
maticamente na mesma data da revisão da remuneração dos militares da
ativa, para preservar o valor equivalente à remuneração do militar da ativa do
correspondente posto ou graduação; e (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
IV – a transferência para a reserva remunerada, de ofício, por atingimento
da idade-limite do posto ou graduação, se prevista, deve ser disciplinada por
lei específica do ente federativo, observada como parâmetro mínimo a idade-
-limite estabelecida para os militares das Forças Armadas do correspondente
posto ou graduação. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Parágrafo único. A transferência para a reserva remunerada, de ofício, por
inclusão em quota compulsória, se prevista, deve ser disciplinada por lei do
ente federativo. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-B. Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios as seguintes normas gerais relativas à pensão militar: (Incluído
pela Lei n. 13.954, de 2019) (Regulamento) (Vigência)
I – o benefício da pensão militar é igual ao valor da remuneração do militar
da ativa ou em inatividade; (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
II – o benefício da pensão militar é irredutível e deve ser revisto automati-
camente, na mesma data da revisão das remunerações dos militares da ativa,
para preservar o valor equivalente à remuneração do militar da ativa do posto
ou graduação que lhe deu origem; e (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
III – a relação de beneficiários dos militares dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Territórios, para fins de recebimento da pensão militar, é a mes-
ma estabelecida para os militares das Forças Armadas. (Incluído pela Lei n.
13.954, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 24-C. Incide contribuição sobre a totalidade da remuneração dos mi-


litares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, ativos ou inativos, e
de seus pensionistas, com alíquota igual à aplicável às Forças Armadas, cuja
receita é destinada ao custeio das pensões militares e da inatividade dos mi-
litares. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019) (Regulamento) (Vigência)
§ 1º Compete ao ente federativo a cobertura de eventuais insuficiências
financeiras decorrentes do pagamento das pensões militares e da remunera-
ção da inatividade, que não tem natureza contributiva. (Incluído pela Lei n.
13.954, de 2019)
§ 2º Somente a partir de 1º de janeiro de 2025 os entes federativos po-
derão alterar, por lei ordinária, as alíquotas da contribuição de que trata este
artigo, nos termos e limites definidos em lei federal. (Incluído pela Lei n.
13.954, de 2019)
Art. 24-D. Lei específica do ente federativo deve dispor sobre outros as-
pectos relacionados à inatividade e à pensão militar dos militares e respec-
tivos pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios que não
conflitem com as normas gerais estabelecidas nos arts. 24-A, 24-B e 24-C,
vedada a ampliação dos direitos e garantias nelas previstos e observado o
disposto no art. 24-F deste Decreto-Lei. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Parágrafo único. Compete à União, na forma de regulamento, verificar o
cumprimento das normas gerais a que se refere o caput deste artigo. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-E. O Sistema de Proteção Social dos Militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios deve ser regulado por lei específica do ente
federativo, que estabelecerá seu modelo de gestão e poderá prever outros
direitos, como saúde e assistência, e sua forma de custeio. (Incluído pela Lei
n. 13.954, de 2019)
Parágrafo único. Não se aplica ao Sistema de Proteção Social dos Militares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios a legislação dos regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos. (Incluído pela Lei n.
13.954, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 24-F. É assegurado o direito adquirido na concessão de inatividade


remunerada aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
e de pensão militar aos seus beneficiários, a qualquer tempo, desde que te-
nham sido cumpridos, até 31 de dezembro de 2019, os requisitos exigidos
pela lei vigente do ente federativo para obtenção desses benefícios, observa-
dos os critérios de concessão e de cálculo em vigor na data de atendimento
dos requisitos. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-G. Os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
que não houverem completado, até 31 de dezembro de 2019, o tempo míni-
mo exigido pela legislação do ente federativo para fins de inatividade com re-
muneração integral do correspondente posto ou graduação devem: (Incluído
pela Lei n. 13.954, de 2019)
I – se o tempo mínimo atualmente exigido pela legislação for de 30 (trin-
ta) anos ou menos, cumprir o tempo de serviço faltante para atingir o exigido
na legislação do ente federativo, acrescido de 17% (dezessete por cento); e
(Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
II – se o tempo mínimo atualmente exigido pela legislação for de 35 (trin-
ta e cinco) anos, cumprir o tempo de serviço exigido na legislação do ente
federativo. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Parágrafo único. Além do disposto nos incisos I e II do caput deste artigo,
o militar deve contar no mínimo 25 (vinte e cinco) anos de exercício de ativi-
dade de natureza militar, acrescidos de 4 (quatro) meses a cada ano faltante
para atingir o tempo mínimo exigido pela legislação do ente federativo, a par-
tir de 1º de janeiro de 2022, limitado a 5 (cinco) anos de acréscimo. (Incluído
pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-H. Sempre que houver alteração nas regras dos militares das For-
ças Armadas, as normas gerais de inatividade e pensão militar dos militares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, estabelecidas nos arts. 24-A,
24-B e 24-C deste Decreto-Lei, devem ser ajustadas para manutenção da si-
metria, vedada a instituição de disposições divergentes que tenham repercus-
são na inatividade ou na pensão militar. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 24-I. Lei específica do ente federativo pode estabelecer: (Incluído


pela Lei n. 13.954, de 2019)
I – regras para permitir que o militar transferido para a reserva exerça
atividades civis em qualquer órgão do ente federativo mediante o pagamento
de adicional, o qual não será incorporado ou contabilizado para revisão do
benefício na inatividade, não servirá de base de cálculo para outros benefícios
ou vantagens e não integrará a base de contribuição do militar; e (Incluído
pela Lei n. 13.954, de 2019)
II – requisitos para o ingresso de militares temporários, mediante processo
seletivo, cujo prazo máximo de permanência no serviço ativo será de 8 (oito)
anos, observado percentual máximo de 50% (cinquenta por cento) do efetivo
do respectivo posto ou graduação. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
§ 1º O militar temporário de que trata o inciso II do caput deste artigo
contribuirá de acordo com o disposto no art. 24-C deste Decreto-Lei e fará jus
aos benefícios de inatividade por invalidez e pensão militar durante a perma-
nência no serviço ativo. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
§ 2º Cessada a vinculação do militar temporário à respectiva corporação,
o tempo de serviço militar será objeto de contagem recíproca para fins de
aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social ou em regime próprio
de previdência social, sendo devida a compensação financeira entre os regi-
mes. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 24-J. O tempo de serviço militar e o tempo de contribuição ao Re-
gime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social
terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria,
e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição
referentes aos militares e as receitas de contribuição referentes aos demais
regimes. (Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)
Art. 25. Aplicam-se ao pessoal das Polícias Militares:
a) as disposições constitucionais relativas ao alistamento eleitoral e condi-
ções de elegibilidade dos militares;

304
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) as disposições constitucionais relativas às garantias, vantagens prerro-


gativas e deveres, bem como tôdas as restrições ali expressas, ressalvado o
exercício de cargos de interêsse policial assim definidos em legislação própria.

CAPÍTULO VIII
PRESCRIÇÕES DIVERSAS
(Incluído pela Lei n. 13.954, de 2019)

Art. 26. Competirá ao Poder Executivo, mediante proposta do Ministério


do Exército declarar a condição de “militar” e, assim, considerá-los reservas
do Exército aos Corpos de Bombeiros dos Estados, Municípios, Territórios e
Distrito Federal.
Parágrafo único. Aos Corpos de Bombeiros Militares aplicar-se-ão as dis-
posições contidas neste Decreto-lei, exceto o disposto nos artigo 6º e seus
parágrafos e artigo 7º.
Parágrafo único. Aos Corpos de Bombeiros Militares aplicar-se-ão as dis-
posições contidas neste Decreto-lei. (Redação dada pelo Del n. 1.406, de
24.6.1975)
Art. 27. Em igualdade de pôsto e graduação os militares das Fôrças Arma-
das em serviço ativo e da reserva remunerada têm precedência hierárquica
sôbre o pessoal das Polícias Militares.
Art. 28. Os oficiais integrantes dos quadros em extinção, de oficiais mé-
dicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários nas Polícias Militares, poderão
optar pelo seu aproveitamento nos efetivos a que se refere o artigo 10 dêste
Decreto-lei.
Art. 29. O Poder Executivo regulamentará o presente Decreto-lei no prazo
de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 30. Êste Decreto-lei entra em vigor na data de sua publicação fican-
do revogados o Decreto-lei número 317, de 13 de março de 1967 e demais
disposições em contrário.

305
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Brasília, 2 de julho de 1969; 148º da Independência e 81º da República.

A. COSTA E SILVA
Aurélio de Lyra Tavares

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.7.1969

306
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983

Aprova o regulamento para as policias militares e


Atualizada em 05/05/15
corpos de bombeiros militares (R-200).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


artigo 81, item III, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares (R-200), que com este baixa.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogados
os Decretos n. 66.862, de 08 de julho de 1970, e n. 82.020, de 20 de julho
de 1978, e as demais disposições em contrário.

Brasília,DF, 30 de setembro de 1983; 162º da Independência e 95º da


República.

JOÃO FIGUEIREDO
Walter Pires

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.10.1983

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

REGULAMENTO PARA AS POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES (R-200)

ÍNDICE DE ASSUNTOS Art.


CAPÍTULO I Das Finalidades 1º
CAPÍTULO II Da Conceituação e Competência 2º/6º
CAPÍTULO III Da Estrutura e Organização 7º/10
CAPÍTULO IV Do Pessoal das Polícias Militares 11/19
CAPÍTULO V Do Exercito de Cargo ou Função 20/25
CAPÍTULO VI Do Ensino, Instrução e Material 26/32
CAPÍTULO VII Do Emprego Operacional 33/36

Da Competência do Estado-Maior do Exercito, através


CAPÍTULO VIII
da Inspetoria-Geral das Polícias Militares 37/39
CAPÍTULO IX Das Prescrisões Diversas 40/48

REGULAMENTO PARA AS POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOM-


BEIROS MILITARES (R-200)

CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES

Art. 1º Este Regulamento estabelece princípios e normas para a aplica-


ção do Decreto- lei n. 667, de 02 de julho de 1969, modificado pelo Decre-
to-lei n. 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-lei n. 2.010, de 12
de janeiro de 1983.

CAPÍTULO II
DA CONCEITUAÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 2º Para efeito do Decreto-lei n. 667, de 02 de julho de 1969 modifi-


cado pelo Decreto-lei n. 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-lei n.
2.010, de 12 de janeiro de 1983, e deste Regulamento, são estabelecidos os
seguintes conceitos:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

1) À disposição - É a situação em que se encontra o policial-militar a ser-


viço de órgão ou autoridade a que não esteja diretamente subordinado.
2) Adestramento - Atividade destinada a exercitar o policial-militar, indivi-
dualmente e em equipe, desenvolvendo-lhe a habilidade para o desempenho
das tarefas para as quais já recebeu a adequada instrução.
3) Agregação - Situação na qual o policial-militar da ativa deixa de ocupar
vaga na escala hierárquica do seu quadro, nela permanecendo sem número.
4) Aprestamento - Conjunto de medidas, incluindo instrução, adestramen-
to e preparo logístico, para tornar uma organização policial-militar pronta
para emprego imediato.
5) Assessoramento - Ato ou efeito de estudar os assuntos pertinentes, propor
soluções a cada um deles, elaborar diretrizes, normas e outros documentos.
6) Comando Operacional - Grau de autoridade que compreende atribui-
ções para compor forças subordinadas, designar missões e objetivos e exer-
cer a direção necessária para a condução das operações militares.
7) Controle - Ato ou efeito de acompanhar a execução das atividades das
Polícias Militares, por forma a não permitir desvios dos propósitos que lhe fo-
rem estabelecidos pela União, na legislação pertinente.
8) Controle Operacional - Grau de autoridade atribuído à Chefia do órgão
responsável pela Segurança Pública para acompanhar a execução das ações de
manutenção da ordem pública pelas Polícias Militares, por forma a não permitir
desvios do planejamento e da orientação pré-estabelecidos, possibilitando o
máximo de integração dos serviços policiais das Unidades Federativas.
9) Coordenação - Ato ou efeito de harmonizar as atividades e conjugar os
esforços das Polícias Militares para a consecução de suas finalidades comuns
estabelecidas pela legislação, bem como de conciliar as atividades das mes-
mas com as do Exército, com vistas ao desempenho de suas missões.
10) Dotação - Quantidade de determinado material, cuja posse pelas Po-
lícias Militares é autorizada pelo Ministério do Exército, visando ao perfeito
cumprimento de suas missões.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

11) Escala Hierárquica - Fixação ordenada dos postos e graduações exis-


tentes nas Policias Militares (PM).
12 ) Fiscalização - Ato ou efeito de observar, examinar e inspecionar as
Polícias Militares, com vistas ao perfeito cumprimento das disposições legais
estabelecidas pela União.
13) Graduação - Grau hierárquico da praça.
14) Grave Perturbação ou Subversão da Ordem - Corresponde a todos os
tipos de ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública, que por sua,
natureza, origem, amplitude, potencial e vulto:
a) superem a capacidade de condução das medidas preventivas e repres-
sivas tomadas pelos Governos Estaduais;
b) sejam de natureza tal que, a critério do Governo Federal, possam vir a
comprometer a integridade nacional, o livre funcionamento de poderes cons-
tituídos, a lei, a ordem e a prática das instituições;
c) impliquem na realização de operações militares.
15) Hierarquia Militar - Ordenação da autoridade, em níveis diferentes,
dentro da estrutura das Forças Armadas e Forças Auxiliares.
16) Inspeção - Ato da autoridade competente, com objetivo de veri-
ficar, para fins de controle e coordenação, as atividades e os meios das
Policias Militares.
17) Legislação Específica - Legislação promulgada pela União, relativa às
Policias Militares.
18) Legislação Peculiar ou Própria - Legislação da Unidade da Federação,
pertinente à Polícia Militar.
19) Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico do poder de
polícia, no campo da segurança pública, manifestado por atuações predomi-
nantemente ostensivas, visando a prevenir, dissuadir, coibir ou reprimir even-
tos que violem a ordem pública.
20) Material Bélico de Polícia Militar - Todo o material necessário às Poli-
cias Militares para o desempenho de suas atribuições especificas nas ações de
Defesa Interna e de Defesa Territorial.

310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Compreendem-se como tal:


a) armamento;
b) munição;
c) material de Motomecanização;
d) material de Comunicações;
e) material de Guerra Química;
f) material de Engenharia de Campanha.
21) Ordem Pública -.Conjunto de regras formais, que emanam do orde-
namento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de
todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência
harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma
situação ou condição que conduza ao bem comum.
22) Operacionalidade - Capacidade de uma organização policial-militar
para cumprir as missões a que se destina.
23) Orientação - Ato de estabelecer para as Polícias Militares diretrizes,
normas, manuais e outros documentos, com vistas à sua destinação legal.
24) Orientação Operacional - Conjunto de diretrizes baixadas pela Chefia
do órgão responsável pela Segurança Pública nas Unidades Federativas, vi-
sando a assegurar a coordenação do planejamento da manutenção da ordem
pública a cargo dos órgãos integrantes do Sistema de Segurança Pública.
25) Perturbação da Ordem - Abrange todos os tipos de ação, inclusive as
decorrentes de calamidade pública que, por sua natureza, origem, amplitude
e potencial possam vir a comprometer, na esfera estadual, o exercício dos po-
deres constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública,
ameaçando a população e propriedades públicas e privadas.
As medidas preventivas e repressivas neste caso, estão incluídas nas me-
didas de Defesa Interna e são conduzidas pelos Governos Estaduais, contan-
do ou não com o apoio do Governo Federal.

311
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

26) Planejamento - Conjunto de atividades, metodicamente desenvolvi-


das, para esquematizar a solução de um problema, comportando a seleção da
melhor alternativa e o ordenamento contentemente avaliado e reajustado, do
emprego dos meios disponíveis para atingir os objetivos estabelecidos.
27) Policiamento Ostensivo - Ação policial, exclusiva das Policias Militares
em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam identifica-
dos de relance, quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura, objetivan-
do a manutenção da ordem pública.
São tipos desse policiamento, a cargo das Polícias Militares ressalvadas as
missões peculiares das Forças Armadas, os seguintes:
• ostensivo geral, urbano e rural;
• de trânsito;
• florestal e de mananciais;
• rodoviária e ferroviário, nas estradas estaduais;
• portuário;
• fluvial e lacustre;
• de radiopatrulha terrestre e aérea;
• de segurança externa dos estabelecimentos penais do Estado;
• outros, fixados em legislação da Unidade Federativa, ouvido o Esta-
do-Maior do Exército através da Inspetoria-Geral das Polícias Militares.

28) Posto - Grau hierárquico do oficial.


29) Praças Especiais - Denominação atribuída aos policiais-mílitares não
enquadrados na escala hierárquica como oficiais ou praças.
30) Precedência - Primazia para efeito de continência e sinais de respeito.
31) Subordinação - Ato ou efeito de uma corporação policial-militar ficar,
na totalidade ou em parte, diretamente sob o comando operacional dos Co-
mandantes dos Exércitos ou Comandantes Militares de Área com jurisdição
na área dos Estados, Territórios e Distrito Federal e com responsabilidade de
Defesa Interna ou de Defesa Territorial.
32) Uniforme e Farda - Tem a mesma significação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

33) Vinculação - Ato ou efeito de uma Corporação Policial-Militar por in-


termédio do comandante Geral atender orientarão e ao planejamento global
de manutenção da ordem pública, emanados da Chefia do órgão responsável
pela Segurança Pública nas Unidades da Federação, com vistas a obtenção de
soluções integradas.
34) Visita - Ato por meio do qual a autoridade competente estabelece
contatos pessoais com os Comandos de Polícias Militares, visando a obter,
por troca de ideias e informações, uniformidade de conceitos e de ações que
facilitem o perfeito cumprimento, pelas Polícias Militares, da legislação e das
normas baixadas pela União.
Art. 3º O Ministério do Exército exercerá o controle e a coordenação das
Polícias Militares, atendidas as prescrições dos § 3º, 4º e 6º do artigo 10 do
Decreto-lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967 (Reforma Administrativa), por
intermédio dos seguintes órgãos:
1) Estado-Maior do Exército, em todo o território nacional;
2) Exércitos e Comandos Militares de Área, como grandes escalões de en-
quadramento e preparação da tropa para emprego nas respectivas jurisdições;
3) Regiões Militares, como órgãos territoriais, e demais Grandes Coman-
dos, de acordo com a delegação de competência que lhes for atribuída pelos
respectivos Exércitos ou Comandos Militares de Área.
Parágrafo único. O controle e a coordenação das Polícias Militares abrangerão
os aspectos de organização e legislação, efetivos, disciplina, ensino e instrução,
adestramento, material bélico de Polícia Militar, de Saúde e Veterinária de cam-
panha, aeronave, como se dispuser neste Regulamento e de conformidade com
a política conveniente traçada pelo Ministério do Exército. As condições gerais de
convocação, inclusive mobilização, serão tratadas em instruções.
Art. 4º A Polícia Militar poderá ser convocada, total ou parcialmente, nas
seguintes hipóteses:
1) Em caso de guerra externa;

313
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

2) Para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de


sua irrupção, e nos casos de calamidade pública declarada pelo Governo Fe-
deral e no estado de emergência, de acordo com diretrizes especiais baixadas
pelo Presidente da República.
Art. 5º As Polícias Militares, a critério dos Exércitos e Comandos Militares
de Área, participarão de exercícios, manobras e outras atividades de instru-
ção necessárias às ações específicas de Defesa Interna ou de Defesa Territo-
rial, com efetivos que não prejudiquem sua ação policial prioritária.
Art. 6º Os Comandantes-Gerais das Polícias Militares poderão participar
dos planejamentos das Forças Terrestres, que visem a Defesa Interna e à
Defesa Territorial.

CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

Art. 7º A criação e a localização de organizações policiais-militares deve-


rão atender ao cumprimento de suas missões normais, em consonância com
os planejamentos de Defesa Interna e de Defesa Territorial, dependendo de
aprovação pelo Estado-Maior do Exército.
Parágrafo único. Para efeito deste artigo, as propostas formuladas pelos
respectivos Comandantes-Gerais de Polícia Militar serão examinadas pelos
Exércitos ou Comandos Militares de Área e encaminhadas ao Estado-Maior do
Exército, para aprovação.
Art. 8º Os atos de nomeação e exoneração do Comandante-Geral de Po-
lícia Militar deverão ser simultâneos, obedecidas as prescrições do artigo 6º,
do Decreto-lei n. 667, de 02 de julho de 1969, na redação modificada pelo
Decreto-lei n. 2.010, de 12 de janeiro de 1983. Proceder-se à da mesma for
quanto ao Comandante-Geral de Corpo de Bombeiro Militar.
§ 1º O policial do serviço ativo do Exército, nomeado para comandar Po-
lícia Militar ou Corpo de Bombeiro Militar, passará à disposição do respectivo
Governo do Estado, Território ou Distrito Federal, pelo prazo de 2 (dois) anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º O prazo a que se refere o parágrafo anterior poderá ser prorrogado


por mais 2 (dois) anos, por proposta dos Governadores respectivos.
§ 3º Aplicam-se as prescrições dos § 1º e 2º, deste artigo, ao Oficial do
serviço ativo do Exército que passar à disposição, para servir no Estado-Maior
ou como instrutor das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, obe-
decidas para a designação as prescrições do art. 6º do Decreto-lei n. 667,
de 02 de julho de 1969, na redação dada pelo Decreto-lei n. 2.010, de 12 de
janeiro de 1983, ressalvado quanto ao posto.
§ 4º Salvo casos especiais, a critério do Ministro do Exército, o Comandan-
te exonerado deverá aguardar no Comando o seu substituto efetivo.
Art. 9º O Comandante de Polícia Militar, quando Oficial do Exército, não
poderá desempenhar, ainda que acumulativamente com as funções de Co-
mandantes, outra função, no âmbito estadual, por prazo superior a 30 (trinta)
dias em cada período consecutivo de 10 (dez) meses.
Parágrafo único. A colaboração prestada pelo Comandante de Polícia Mili-
tar a órgãos de caráter técnico, desde que não se configure caso de acumu-
lação previsto na legislação vigente e nem prejudique o exercício normal de
suas funções, não constitui impedimento constante do parágrafo 7º do Art 6º
do Decreto-lei n. 667, de 02 de julho de 1969.
Art. 10. Os Comandantes-Gerais das Polícias Militares são os responsá-
veis, em nível de Administração Direta, perante os Governadores das respec-
tivas Unidades Federativas, pela administração e emprego da Corporação.
§ 1º Com relação ao emprego, a responsabilidade funcional dos Coman-
dantes-Gerais verificar-se-á quanto à operacionalide, ao adestramento e
aprestamento das respectivas Corporações Policiais-Militares.
§ 2º A vinculação das Polícias Militares ao órgão responsável pela Segu-
rança Pública nas Unidades Federativas confere, perante a Chefia desse ór-
gão, responsabilidade aos Comandantes-Gerais das Polícias Militares quanto
à orientação e ao planejamento operacionais da manutenção da ordem públi-
ca, emanados daquela Chefia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Nas missões de manutenção da ordem pública, decorrentes da orien-


tação e do planejamento do Órgão responsável pela Segurança Pública nas
Unidades Federativas, são autoridades competentes, para efeito do planeja-
mento e execução do emprego das Polícias Militares, os respectivos Coman-
dantes-Gerais e, por delegação destes, os Comandantes de Unidades e suas
frações, quando for o caso.

CAPÍTULO IV
DO PESSOAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 11. Consideradas as exigências de formação profissional, o cargo


de Comandante- Geral da Corporação, de Chefe do Estado-Maior Geral e de
Diretor, Comandante ou Chefe de Organização Policial-Militar (OPM) de nível
Diretoria, Batalhão PM ou equivalente, serão exercidos por Oficiais PM, de
preferência com o Curso Superior de Polícia, realizado na própria Polícia Mili-
tar ou na de outro Estado.
Parágrafo único. Os Oficiais policiais-militares já diplomados pelos Cursos
Superiores de Polícia do Departamento de Policia Federal e de Aperfeiçoamen-
to de Oficiais do Exército terão, para todos os efeitos, o amparo legal assegu-
rado aos que tenham concluído o curso correspondente nas Polícias Militares.
Art. 12. A exigência dos Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais e Supe-
rior de Polícia para Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos e Veterinários,
ficará a critério da respectiva Unidade Federativa e será regulada mediante
legislação peculiar, ouvido o Estado-Maior do Exército.
Art. 13 Poderão ingressar nos Quadros de Oficiais Policiais-Militares, caso
seja conveniente à Polícia Militar, Tenentes da Reserva não Remunerada das
Forças Armadas, mediante requerimento ao Ministro de Estado correspon-
dente, encaminhado por intermédio da Região Militar, Distrito Naval ou Co-
mando Aéreo Regional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 14. O acesso na escala hierárquica, tanto de oficiais como de praças,


será gradual e sucessivo, por promoção, de acordo com a legislação peculiar
de cada Unidade da Federação, exigidos dentre outros, os seguintes requisi-
tos básicos:
1) para todos os postos e graduações, exceto 3º Sgt e Cabo PM:
• Tempo de serviço arregimentado, tempo mínimo de permanência no
posto ou graduação, condições de merecimento e antiguidade, confor-
me dispuser a legislação peculiar;
2) para promoção a Cabo: Curso de Formação de Cabo PM;
3) para promoção a 3º Sargento PM: Curso de Formação de Sargento PM;
4) para promoção a 1º Sargento PM: Curso de Aperfeiçoamento de Sar-
gento PM;
5) para promoção ao posto de Major PM: Curso de Aperfeiçoamento de
Oficiais PM;
6) para promoção ao posto de Coronel PM: Curso Superior de Polícia, des-
de que haja o Curso na Corporação.
Art. 15. Para ingresso nos quadros de Oficiais de Administração ou de
Oficiais Especialistas, concorrerão os Subtenentes e 1º Sargentos, atendidos
os seguintes requisitos básicos:
1) possuir o Ensino de 2º Grau completo ou equivalente;
2) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos.
Parágrafo único. É vedada aos integrantes dos quadros de Oficiais de Ad-
ministração e de Oficiais Especialistas, a matrícula no Curso de Aperfeiçoa-
mento de Oficiais.
Art. 16. A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continu-
ada e inteiramente devotada às finalidades precípuas das Polícias Militares,
denominada “Atividade Policial- Militar.”
Art. 17 A promoção por ato de bravura, em tempo de paz, obedecerá às
condições estabelecidadas na legislação da Unidade da Federação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 18. O acesso para as praças especialistas músicos será regulado em


legislação própria.
Art. 19 Os policiais-militares na reserva poderão ser designados para o
serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato
do Governador da Unidade da Federação, quando:
1) se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos técnicos e es-
pecializados do policial-militar;
2) não houver, no momento, no serviço ativo, policial-militar habilitado a
exercer a função vaga existente na Organização Policial-Militar.
Parágrafo único. O policial-militar designado terá os direitos e deveres dos
da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não
concorrerá, e contará esse tempo de efetivo serviço.

CAPÍTULO V
DO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO

Art. 20. São considerados no exercício de função policial-militar os poli-


ciais-militares da ativa ocupantes dos seguintes cargos:
1) os especificados nos Quadros de Organização da Corporação a que
pertencem;
2) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças
Armadas ou de outra Corporação Policial-Militar, no país e no exterior; e
3) os de instrutor ou aluno da Escola Nacional de Informações e da
Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal.
Parágrafo único. São considerados também no exercício de função po-
licial-militar os policiais-militares colocados à disposição de outra Corporação
Policial-Militar.
Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-mi-
litar ou de interesse policial-militar, os policiais-militares da ativa colocados à
disposição do Governo Federal para exercerem cargo ou função no:

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Oficial

1) Gabinetes da Presidência e da Vice-Presidência da República; 2) Esta-


do-Maior das Forças Armadas;
3) Serviço Nacional de Informações; e 4) Em órgãos de informações do
Exército.
Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-mili-
tar ou de interesse policial-militar ou de bombeiro-militar, os militares dos Es-
tados, do Distrito Federal ou dos Territórios, da ativa, colocados à disposição
do Governo Federal para exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos:
(Redação dada pelo Decreto n. 4.431, de 18.10.2002)
1 - Gabinetes da Presidência e da Vice-Presidência da República; (Redação
dada pelo Decreto n. 4.431, de 18.10.2002)
2 - Ministério da Defesa; (Redação dada pelo Decreto n. 4.431, de
18.10.2002)
3 - Gabinete de Segurança Institucional; (Redação dada pelo Decreto n.
4.431, de 18.10.2002)
4 - Agência Brasileira de Inteligência; (Redação dada pelo Decreto n.
4.431, de 18.10.2002)
5 - Secretaria Nacional de Segurança Pública e Conselho Nacional de Se-
gurança Pública do Ministério da Justiça; e (Incluído pelo Decreto n. 4.431,
de 18.10.2002)
5 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de
Justiça e Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça;
(Redação dada pelo Decreto n. 5.238, de 2004)
6 - Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacio-
nal (Incluído pelo Decreto n. 4.431, de 18.10.2002)
7 - Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores. (Incluído pelo Decre-
to n. 5.182, de 2004)
8 - Ministério Público da União. (Incluído pelo Decreto n. 5.416, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-


-militar ou de interesse policial-militar, os policiais-militares da ativa nomea-
dos ou designados para:
1) Casa Militar do Governador;
2) Gabinete do Vice-Governador;
3) Órgãos da Justiça Militar Estadual.
Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-mili-
tar ou de interesse policial-militar ou de bombeiro-militar, os militares dos Es-
tados, do Distrito Federal ou dos Territórios, da ativa, colocados à disposição
do Governo Federal para exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos:
(Redação dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006)
1 - Gabinetes da Presidência e da Vice-Presidência da República; (Redação
dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
2 - Ministério da Defesa; (Redação dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006)
(Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
3 - Casa Civil da Presidência da República; (Redação dada pelo Decreto n.
5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
4 - Secretaria-Geral da Presidência da República; (Redação dada pelo De-
creto n. 5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
5 - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
(Redação dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n.
8.377, de 2014)
6 - Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; (Reda-
ção dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006) 6 - Secretaria de Planejamento
de Longo Prazo da Presidência da República; (Redação dada pelo Decreto
n. 6.211, de 2007) 6 – Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República; (Redação dada pelo Decreto n. 6.298, de 2007)
6 - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; (Re-
dação dada pelo Decreto n. 6.604, de 2008) (Revogado pelo Decreto n. 8.377,
de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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7 - Agência Brasileira de Inteligência; (Redação dada pelo Decreto n.


5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
8 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Jus-
tiça e Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça; (Re-
dação dada pelo Decreto n. 5.896, de 2006)
8 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Jus-
tiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Conselho Nacional de
Segurança Pública, do Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto n.
7.489, de 2011)
8 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Jus-
tiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Secretaria Extraordinária
de Segurança para Grandes Eventos e Conselho Nacional de Segurança Públi-
ca, do Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto n. 7.538, de 2011)
(Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
9 - Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Na-
cional; (Incluído pelo Decreto n. 5.896, de 2006) (Revogado pelo Decreto n.
8.377, de 2014)
10 - Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores; e (Incluído pelo
Decreto n. 5.896, de 2006)
10 - Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça e Tribunais
Superiores; (Redação dada pelo Decreto n. 7.730, de 2012). (Revogado pelo
Decreto n. 8.377, de 2014)
11 - Ministério Público da União. (Incluído pelo Decreto n. 5.896, de 2006)
(Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
12 - Ministério da Fazenda; e (Incluído pelo Decreto n. 7.522, de 2011)
(Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
13 - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pelo De-
creto n. 7.522, de 2011) (Revogado pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
I – da Presidência e da Vice-Presidência da República; (Redação dada pelo
Decreto n. 8.377, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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II – Ministério da Defesa; (Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)


III – Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Jus-
tiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Secretaria Extraordinária de
Segurança para Grandes Eventos e Conselho Nacional de Segurança Pública, do
Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
IV – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Inte-
gração Nacional; (Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
V – Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Conselho Nacional
de Justiça; (Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
VI – Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público;
(Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
VII – Ministério da Fazenda; e (Redação dada pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
VII – Ministério da Fazenda; (Redação dada pelo Decreto n. 8.406, de 2015)
VIII – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Redação dada
pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
VIII – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e (Redação dada
pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
IX – Ministério das Cidades. (Incluído pelo Decreto n. 8.377, de 2014)
§ 1º São ainda considerados no exercício de função de natureza poli-
cial-militar ou bombeiro-militar ou de interesse policial-militar ou bombei-
ro-militar, os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa nomeados ou
designados para: (Redação dada pelo Decreto n. 4.531, de 19.12.2002)
1) o Gabinete Militar, a Casa Militar ou o Gabinete de Segurança Institu-
cional, ou órgão equivalente, dos Governos dos Estados e do Distrito Federal;
(Redação dada pelo Decreto n. 4.531, de 19.12.2002)
2) o Gabinete do Vice-Governador; (Redação dada pelo Decreto n. 4.531,
de 19.12.2002)
3) a Secretaria de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal,
ou órgão equivalente; (Redação dada pelo Decreto n. 4.531, de 19.12.2002)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

4) órgãos da Justiça Militar Estadual e do Distrito Federal; e (Incluído pelo


Decreto n. 4.531, de 19.12.2002)
5) a Secretaria de Defesa Civil dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão
equivalente. (Incluído pelo Decreto n. 4.531, de 19.12.2002)
6) órgãos policiais de segurança parlamentar da Câmara Legislativa do
Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto n. 5.416, de 2005)
7) Administrador Regional e Secretário de Estado do Governo do Distri-
to Federal, ou equivalente, e cargos de Natureza Especial níveis DF-14 ou
CNE-7 e superiores nas Secretarias e Administrações Regionais de interesse
da segurança pública, definidos em ato do Governador do Distrito Federal; e
(Incluído pelo Decreto n. 6.745, de 2009)
8) Diretor de unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em áreas
de risco ou de interesse da segurança pública definidas em ato do Governador
do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto n. 6.745, de 2009)
9) a Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social do Distrito Federal.
(Incluído pelo Decreto n. 7.292, de 2010)
§ 2º Os policiais-militares da ativa só poderão ser nomeados ou designa-
dos para exercerem cargo ou função nos órgãos constantes do § 1º, deste
artigo, na conformidade das vagas previstas para o pessoal PM nos Quadros
de Organização dos respectivos órgãos.
§ 2º Os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa só poderão ser
nomeados ou designados para exercerem cargo ou função nos órgãos cons-
tantes dos itens 1 a 6 do § 1º na conformidade de vagas e cargos nos res-
pectivos órgãos cessionários. (Redação dada pelo Decreto n. 6.745, de 2009)
Art. 22. Os policiais-militares da ativa, enquanto nomeados ou designa-
dos para exercerem cargo ou função em qualquer dos órgãos relacionados
nos Art 20 e 21, não poderão passar à disposição de outro órgão.
Art. 23 Os policiais-militares da ativa, no exercício de cargo ou função
enquadrados no § 1º do artigo 21, deste Regulamento, agregados ou não,
somente poderão permanecer nesta situação por períodos de, no máximo 4
(quatro) anos contínuos ou não.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º - Ao término de cada período de 4 (quatro) anos, contínuos ou não, o


policial-militar terá de retornar à Corporação, devendo aguardar, no mínimo,
para efeito de novo afastamento, a fim de exercer qualquer cargo ou função
de que trata este artigo, o prazo de 2 (dois) anos.
§ 2º - Os policiais-militares nomeados juizes dos diferentes Órgãos da
Justiça Militar Estadual serão regidos por legislação especial.
§ 3º - O prazo de que trata o caput deste artigo deverá ser contado a
partir da entrada em vigor do presente Regulamento.
Art. 23. Os Policiais Militares nomeados juízes dos diferentes Órgãos da
Justiça Militar Estadual serão regidos por legislação especial. (Redação dada
pelo Decreto n. 95.073, de 21.10.1987)
Art. 24. Os policiais-militares, no exercício de função ou cargo não cata-
logados nos Art 20 e 21 deste Regulamento, são considerados no exercício de
função de natureza civil.
Parágrafo único. Enquanto permanecer no exercício de função ou cargo
público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta, o po-
licial-militar ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá ser pro-
movido por antiguidade, constando-se-lhe o tempo de serviço apenas para
aquela promoção e transferência para a inatividade e esta se dará, ex- officio,
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, na forma da lei.
Art. 25. As Polícias Militares manterão atualizada uma relação nominal de
todos os policiais-militares, agregados ou não, no exercício de cargo ou fun-
ção em órgão não pertencente à estrutura da Corporação.
Parágrafo único. A relação nominal será semestralmente publicada em Bole-
tim Interno da Corporação e deverá especificar a data de apresentação do ser-
viço e a natureza da função ou cargo exercido, nos termos deste Regulamento.

324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VI
DO ENSINO, INSTRUÇÃO E MATERIAL

Art. 26. O ensino nas Polícias Militares orientar-se-á no sentido da desti-


nação funcional de seus integrantes, por meio da formação, especialização e
aperfeiçoamento técnico- profissional, com vistas, prioritariamente, à Segu-
rança Pública.
Art. 27 O ensino e a instrução serão orientados, coordenados e controla-
dos pelo Ministério do Exército, por intermédio do Estado-Maior do Exército,
mediante a elaboração de diretrizes e outros documentos normativos.
Art. 28. A fiscalização e o controle do ensino e da instrução pelo Ministério
do Exército serão exercidos:
1) pelo Estado-Maior do Exército, mediante a verificação de diretrizes,
planos gerais, programas e outros documentos periódicos, elaborados pelas
Polícias Militares; mediante o estudo de relatórios de visitas e inspeções dos
Exércitos e Comandos Militares de Área, bem como por meio de visitas e
inspeções do próprio Estado-Maior do Exército, realizadas por intermédio da
Inspetoria-Geral das Policias Militares;
2) pelos Exércitos e Comandos Militares de Área, nas áreas de sua jurisdi-
ção, mediante visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas baixa-
das pelo Estado-Maior do Exército;
3) pelas Regiões Militares e outros Grandes Comandos, nas respectivas
áreas de jurisdição, por delegação dos Exércitos ou Comandos Militares de
Área, mediante visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas baixa-
das pelo Estado-Maior do Exército.
Art. 29. As características e as dotações de material bélico de Polícia
Militar serão fixadas pelo Ministério do Exército, mediante proposta do Es-
tado-Maior do Exército.
Art. 30 A aquisição de aeronaves, cuja existência e uso possam ser fa-
cultados às Polícias Militares, para melhor desempenho de suas atribuições
específicas, bem como suas características, será sujeita à aprovação pelo Mi-
nistério da Aeronáutica, mediante proposta do Ministério do Exército.

325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 31. A fiscalização e o controle do material das Polícias Militares serão


procedidos:
1) pelo Estado-Maior do Exército, mediante a verificação de mapas e do-
cumentos periódicos elaborados pelas Polícias Militares; por visitas e inspe-
ções, realizadas por intermédio da Inspetoria-Geral das Polícias Militares, bem
como mediante o estudo dos relatórios de visitas e inspeções dos Exércitos e
Comandos Militares de Área;
2) pelos Exércitos e Comandos Militares de Área, nas respectivas áreas de
jurisdição, através de visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas
baixadas pelo Estado-Maior do Exército;
3) pelas Regiões Militares e outros Grandes Comandos, nas respectivas
áreas de jurisdição, por delegação dos Exércitos e Comandos Militares de
Área, mediante visitas e inspeções, de acordo com diretrizes normas baixa-
das pelo Estado-Maior do Exército.
Art. 32. A fiscalização e o controle do material das Polícias Militares
far-se-ão sob os aspectos de:
1) características e especificações;
2) dotações;
3) aquisições;
4) cargas e descargas, recolhimentos e alienações;
5) existência e utilização;
6) manutenção e estado de conservação.
§ 1º A fiscalização e controle a serem exercidos pelos Exércitos, Coman-
dos Militares de Área, Regiões Militares e demais Grandes Comandos, restrin-
gir-se-ão aos aspectos dos números 4), 5) e 6).
§ 2º As aquisições do armamento e munição atenderão às prescrições da
legislação federal pertinente.

326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VII
DO EMPREGO OPERACIONAL

Art. 33. A atividade operacional policial-militar obedecerá a planejamento


que vise, principalmente, à manutenção da ordem pública nas respectivas
Unidades Federativas.
Parágrafo único. As Polícias Militares, com vistas à integração dos serviços
policiais das Unidades Federativas, nas ações de manutenção da ordem públi-
ca, atenderão às diretrizes de planejamento e controle operacional do titular
do respectivo órgão responsável pela Segurança Pública.
Art. 34. As Polícias Militares, por meio de seus Estados-Maiores, presta-
rão assessoramento superior à chefia do órgão responsável pela Segurança
Pública nas Unidades Federativas, com vistas ao planejamento e ao controle
operacional das ações de manutenção da ordem pública.
§ 1º A envergadura e as características das ações de manutenção da ordem
pública indicarão o nível de comando policial-militar, estabelecendo-se assim, a
responsabilidade funcional perante a Comandante-Geral da Polícia Militar.
§ 2º Para maior eficiência das ações, deverá ser estabelecido um comando
policial- militar em cada área de operações onde forem empregadas frações
de tropa de Polícia Militar.
Art. 35. Nos casos de perturbação da ordem, o planejamento das ações
de manutenção da ordem pública deverá ser considerado como de interesse
da Segurança Interna.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o Comandante-Geral da Polícia Militar li-
gar-se-á ao Comandante de Área da Força Terrestre, para ajustar as medidas
de Defesa Interna.
Art. 36. Nos casos de grave perturbação da ordem ou ameaça de sua ir-
rupção, as Polícias Militares cumprirão as missões determinadas pelo Coman-
dante Militar de Área da Força Terrestre, de acordo com a legislação em vigor.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VIII
DA COMPETÊNCIA DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, ATRAVÉS
DA INSPETORIA-GERAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 37. Compete ao Estado-Maior do Exército, por intermédio da Inspe-


toria-Geral das Polícias Militares:
1) o estabelecimento de princípios, diretrizes e normas para a efetiva
realização do controle e da coordenação das Polícias Militares por parte dos
Exércitos, Comandos Militares de Área, Regiões Militares e demais Grandes
Comandos;
2) a centralização dos assuntos da alçada do Ministério do Exército, com
vistas ao estabelecimento da política conveniente e à adoção das providên-
cias adequadas;
3) a orientação, fiscalização e controle do ensino e da instrução das Polí-
cias Militares;
4) o controle da organização, dos efetivos e de todo material citado no
parágrafo único do artigo 3º deste Regulamento;
5) a colaboração nos estudos visando aos direitos, deveres, remuneração,
justiça e garantias das Polícias Militares e ao estabelecimento das condições
gerais de convocação e de mobilização;
6) a apreciação dos quadros de mobilização para as Polícias Militares;
7) orientar as Polícias Militares, cooperando no estabelecimento e na atu-
alização da legislação básica relativa a essas Corporações, bem como co-
ordenar e controlar o cumprimento dos dispositivos da legislação federal e
estadual pertinentes.
Art. 38. Qualquer mudança de organização, aumento ou diminuição de
efetivos das Polícias Militares dependerá de aprovação do Estado-Maior do
Exército, que julgará da sua conveniência face às implicações dessa mudança
no quadro da Defesa Interna e da Defesa Territorial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º As propostas de mudança de efetivos das Polícias Militares serão


apreciadas consoante os seguintes fatores, concernentes à respectiva Unida-
de da Federação:
1) condições geo-sócio-econômicas;
2) evolução demográfica;
3) extensão territorial;
4) índices de criminalidade;
5) capacidade máxima anual de recrutamento e de formação de poli-
ciais-militares, em particular os Soldados PM;
6) outros, a serem estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército.
§ 2º Por aumento ou diminuição de efetivo das Polícias Militares compre-
ende-se não só a mudança no efetivo global da Corporação mas, também,
qualquer modificação dos efetivos fixados para cada posto ou graduação,
dentro dos respectivos Quadros ou Qualificações.
Art. 39. O controle da organização e dos efetivos das Polícias Militares
será feito mediante o exame da legislação peculiar em vigor nas Polícias Mi-
litares e pela verificação, dos seus efetivos, previstos e existentes, inclusive
em situações especiais, de forma a mantê-los em perfeita adequabilidade ao
cumprimento das missões de Defesa Interna e Defesa Territorial, sem preju-
ízos para a atividade policial prioritária.
Parágrafo único. O registro dos dados concernentes à organização e aos
efetivos das Polícias Militares será feito com a remessa periódica de documen-
tos pertinentes à Inspetoria- Geral das Polícias Militares.

CAPÍTULO IX
DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Art. 40. Para efeito das ações de Defesa Interna e de Defesa Territorial,
nas situações previstas nos Art 4º e 5º deste Regulamento, as unidades da
Polícia Militar subordinar-se-ão ao Grande Comando Militar que tenha jurisdi-

329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ção sobre a área em que estejam localizadas, independentemente do Coman-


do da Corporação a que pertençam ter sede em território jurisdicionado por
outro Grande Comando Militar.
Art. 41 As Polícias Militares integrarão o Sistema de Informações do Exér-
cito, conforme dispuserem os Comandantes de Exército ou Comandos Milita-
res de Área, nas respectivas áreas de jurisdição.
Art. 42. A Inspetoria-Geral das Polícias Militares tem competência para se
dirigir diretamente às Polícias Militares, bem como aos órgãos responsáveis
pela Segurança Pública e demais congêneres, quando se tratar de assunto
técnico-profissional pertinente às Polícias Militares ou relacionado com a exe-
cução da legislação federal específica àquelas Corporações.
Art. 43 Os direitos, remuneração, prerrogativas e deveres do pessoal das
Polícias Militares, em serviço ativo ou na inatividade, constarão de legislação
peculiar em cada Unidade da Federação, estabelecida exclusivamente para as
mesmas. Não será permitido o estabelecimento de condições superiores às
que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas,
considerada a correspondência relativa dos postos e graduações.
Parágrafo único. No tocante a Cabos e Soldados, será permitido exceção
no que se refere à remuneração bem como à idade-limite para permanência
no serviço ativo.
Art. 44. Os Corpos de Bombeiros, à semelhança das Polícias Militares,
para que passam ter a condição de “militar” e assim serem considerados for-
ças auxiliares, reserva do Exército, têm que satisfazer às seguintes condições:
1) serem controlados e coordenados pelo Ministério do Exército na forma
do Decreto-lei n. 667, de 02 de julho de 1969, modificado pelo Decreto-lei n.
2.010, de 12 de janeiro de 1983, e deste Regulamento;
2) serem componentes das Forças Policiais-Militares, ou independentes
destas, desde que lhes sejam proporcionadas pelas Unidades da Federação
condições de vida autônoma reconhecidas pelo Estado-Maior do Exército;
3) serem estruturados à base da hierarquia e da disciplina militar;

330
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

4) possuírem uniformes e subordinarem-se aos preceitos gerais do Regu-


lamento Interno e dos Serviços Gerais e do Regulamento Disciplinar, ambos
do Exército, e da legislação específica sobre precedência entre militares das
Forças Armadas e os integrantes das Forças Auxiliares;
5 ) ficarem sujeitos ao Código Penal Militar;
6) exercerem suas atividades profissionais em regime de trabalho de tem-
po integral.
§ 1º Caberá ao Ministério do Exército, obedecidas as normas deste Re-
gulamento, propor ao Presidente da República a concessão da condição de
“militar” aos Corpos de Bombeiros.
§ 2º Dentro do Território da respectiva Unidade da Federação, caberá aos
Corpos de Bombeiros Militares a orientação técnica e o interesse pela eficiência
operacional de seus congêneres municipais ou particulares. Estes são organi-
zações civis, não podendo os seus integrantes usar designações hierárquicas,
uniformes, emblemas, insígnias ou distintivos que ofereçam semelhança com
os usados pelos Bombeiros Militares e que possam com eles ser confundidos.
Art. 45. A competência das Polícias Militares estabelecida no artigo 3º,
alíneas a, b e c do Decreto-lei n. 667, de 02 de julho de 1969, na redação
modificada pelo Decreto-lei n. 2.010, de 12 de janeiro de 1983, e na forma
deste Regulamento, é intransferível, não podendo ser delegada ou objeto de
acordo ou convênio.
§ 1º No interesse da Segurança Interna e a manutenção da ordem pública,
as Polícias Militares zelarão e providenciarão no sentido de que guardas ou
vigilantes municipais, guardas ou serviços de segurança particulares e outras
organizações similares, exceto aqueles definidos na Lei n. 7.102, de 20 de
junho de 1983, e em sua regulamentação, executem seus serviços atendidas
as prescrições deste artigo.
§ 2º Se assim convier à Administração das Unidades Federativas e dos
respectivos Municípios, as Polícias Militares poderão colaborar no preparo dos
integrantes das organizações de que trata o parágrafo anterior e coordenar as
atividades do policiamento ostensivo com as atividades daquelas organizações.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 46. Os integrantes das Polícias Militares, Corporações instituídas para


a manutenção da ordem pública e da segurança interna nas respectivas Uni-
dades da Federação, constituem uma categoria de servidores públicos dos
Estados, Territórios e Distrito Federal, denominado de “policiais-militares”.
Art. 47 Sempre que não colidir com as normas em vigor nas unidades da
Federação, é aplicável às Polícias Militares o estatuído pelo Regulamento de
Administração do Exército, bem como toda a sistemática de controle de ma-
terial adotada pelo Exército.
Art. 48. O Ministro do Exército, obedecidas as prescrições deste Regu-
lamento, poderá baixar instruções complementares que venham a se fazer
necessárias à sua execução.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL DE 1988

Vide Emenda Constitucional


Emendas Emendas Constitucionais
nº 107, de 2020
Constitucionais de Revisão

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias


Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO

Texto compilado

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-
cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à


propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
tiva, fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi-


cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga-
ção criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei n. 9.296, de 1996)
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-
ráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-


sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-
derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo
que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-
ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
vas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regula-
mento) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-
dades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os man-


dantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou


de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-
necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-
positário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o respon-
sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o

que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

(Vide Lei n. 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na

forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a

razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua

tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm

aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-

tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-

das constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG n. 186, de 2008 , DEC 6.949,

de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a

cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional

n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-
tória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
ção dolosa;

342
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-


ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-
xa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decre-
to-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
quenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento


até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-

tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios

de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual

ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na


condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda

Constitucional n. 20, de 1998)

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-

cio permanente e o trabalhador avulso

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-

ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-

dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das

obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-

balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e

XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela

Emenda Constitucional n. 72, de 2013)


Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-
ções sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-
da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de


sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
-lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-
geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 54, de 2007)
II – naturalizados:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Cons-


titucional de Revisão n. 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa
do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e


pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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VI – a idade mínima de:


a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-
riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autorida-
de superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do can-
didato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na


administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão n. 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-
são só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-
va, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de
sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-


cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-
verno estrangeiros ou de subordinação a estes;

350
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;


IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua es-
trutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de
seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funciona-
mento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcio-
nais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabele-
cer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-
ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-
to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-
vamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um ter-
ço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 97, de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação con-
siderada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 97, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do

Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transfor-

mação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em

lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-

brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios

Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através

de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.


§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-
pios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Com-

plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às

populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabi-

lidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada

pela Emenda Constitucional n. 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT


Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embara-
çar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes rela-
ções de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração
de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortifi-
cações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-
vação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu do-
mínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pa-
íses, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como
os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as
praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 46, de 2005)
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétric a

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental,


mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019)
(Produção de efeito)
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo
das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estran-
geiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII – emitir moeda;
VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações
de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de previdência privada;
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social;
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permis-
são, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

354
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação


dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento ener-
gético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos bra-
sileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado
ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Dis-
trito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar
e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assis-
tência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos,
por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
104, de 2019)
XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, ge-
ologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas
e de programas de rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso; ( Regulamento)

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XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habita-


ção, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fron-
teiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza
e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-
processamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utiliza-
ção de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização
e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo
de guerra;
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

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VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;


VIII – comércio exterior e interestadual;
IX – diretrizes da política nacional de transportes;
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e ae-
roespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o
exercício de profissões;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do
Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e
dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 69, de
2012) (Produção de efeito)
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX – sistemas de consórcios e sorteios;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária
federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;

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XXV – registros públicos;


XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e
empresas sob seu controle;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa
civil e mobilização nacional;
XXIX – propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-
ticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-
soas portadoras de deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte
e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

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V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à


tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 85, de 2015)
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, pro-
movendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes-
quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação en-
tre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vis-
ta o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
(Vide Lei n. 13.874, de 2019)
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;

359
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo


e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
85, de 2015)
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limi-
tar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei
n. 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi-
cácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)

360
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis


que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam ve-
dadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões me-
tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
mentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depó-
sito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domí-
nio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá
ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-
sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incor-
poração às Forças Armadas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa


da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento
interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os res-
pectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro,
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e
a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado,
quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 16, de1997)
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função
na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado
do parágrafo único, pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de
Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observa-
do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois tur-
nos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos

362
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios


estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato
de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo
de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos
mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 16, de1997)
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano sub-
sequente ao da eleição;
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite
máximo de: (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58,
de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquen-
ta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta
mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)

363
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento


e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento
e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000
(trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (qua-
trocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habi-
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seis-
centos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000
(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (nove-
centos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du-
zentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000
(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e
trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional n. 58, de 2009)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão
e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e qui-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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nhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional


n. 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000
(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e
oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
n. 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000
(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e
quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitu-
cional n. 58, de 2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três mi-
lhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000
(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habi-
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000
(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000
(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000
(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)

365
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000


(oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009)
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda constitucional n. 19, de 1998)
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Mu-
nicipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica
e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Verea-
dores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
25, de 2000)

366
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo


dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá
ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos
no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do
inciso VI, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares,
no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Con-
gresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da
Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitu-
cional n. 1, de 1992)
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do
inciso VIII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Muni-
cipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XII – cooperação das associações representativas no planejamento muni-
cipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Muni-
cípio, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucio-
nal n. 1, de 1992)
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos
os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tri-
butária e das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158

367
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 25, de 2000)
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000
(cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009) (Produção de efeito)
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000
(cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
III – seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e
um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25,
de 2000)
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
IV – cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos
mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três
milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Consti-
tucional n. 58, de 2009)
V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001
(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua
receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Ve-
readores. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 3 o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Munici-
pal o desrespeito ao § 1 o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli-
car suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte cole-
tivo, que tem caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-
diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio
dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que
o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente,
à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reser-
vadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras
do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto


no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Fede-
ral, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros
militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)

Seção II
Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos


Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se
aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

371
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos con-


secutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos esta-
duais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e de-
senvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Mu-
nicípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos conse-
cutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para pro-
ver a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

372
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição


do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de re-
cusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será sub-
metido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apre-
ciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto li-
mitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Pode-


res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
ciência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 19, de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-
rogável uma vez, por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocu-
pantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramen-
to; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina-
do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
(Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §
4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anu-
al, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Regulamento)
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumula-
tivamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsí-
dio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-
vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros
do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies re-


muneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste ar-
tigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quan-
do houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto
no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
34, de 2001)
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abran-
ge autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais se-
tores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-

376
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dação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-
sidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a partici-
pação de qualquer delas em empresa privada;
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, servi-
ços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. (Regulamento)
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da
lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracteri-
zem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade
do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administra-
ção pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a ava-
liação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações so-


bre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalva-
das as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta-
doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo
ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a in-
formações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entida-
des da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo
à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-
ções e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)

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III – a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional n.


19, de 1998)
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às socie-
dades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria
decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma des-
ta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de
que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indeniza-
tório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facul-
tado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emen-
da às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pa-
rágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado
para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compa-
tíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental,
enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o ní-
vel de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração
do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

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§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição


decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido
tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públi-
cos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do
disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga
regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e funda-
cional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horá-
rios, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-
cada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V – na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

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Seção II
Dos Servidores Públicos
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,


no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fun-
dações públicas. (Vide ADIN n. 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado
por servidores designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide ADIN n. 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do
sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 19, de 1998)
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
II – os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se
a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no
art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,

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podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a na-


tureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-
mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra es-
pécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-
plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do ser-
viço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira po-
derá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão
à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)

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Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de


cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensio-
nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será
aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obriga-
tória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade
das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei
do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contri-
buição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 88, de 2015)
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mu-
lher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados
o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei comple-
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto
nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disci-
plinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

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§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-


cessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicos-
social realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria
de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou
de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agen-
tes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em
5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
tadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras

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vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciá-


rios estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por
morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata
o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela exceden-
te a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 41, 19.12.2003)
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo
em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os bene-
fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido
de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na
data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria
e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também
estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vanta-
gens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se
deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)

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§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será


contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A
do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de
disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tem-
po de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proven-
tos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos
ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribui-
ção para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da
adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 20, de 15/12/98)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio
de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro
cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Re-
gime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência com-
plementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência

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social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitu-


cional n. 103, de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 ofere-
cerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, ob-
servará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade
fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §
§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço
público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente re-
gime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do
benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pen-
sões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência so-
cial de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 41, 19.12.2003)
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo
ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado
as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer
em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os


critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de
que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as
parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência so-
cial, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas
gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua ges-
tão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
I – requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral
de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
II – modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
III – fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
V – condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de
que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de con-
tribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VI – mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

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VII – estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados


os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIII – condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desem-
penhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do
regime; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IX – condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
X – parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota
de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de ser-

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viço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-
liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Milita-


res, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são mili-
tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º;
do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específi-
ca dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente es-
tatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 101, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Seção IV
Das Regiões

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação
em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvi-
mento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da
lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços
de responsabilidade do Poder Público;
II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais
devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das
massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, su-
jeitas a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recu-
peração de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprie-
tários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e
de pequena irrigação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado
e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-
mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de
oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar n. 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-
dato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de


cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-
te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
Das Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do
domínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII – concessão de anistia;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-
tério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b ; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;

393
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e


suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-
servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em
lei complementar;
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-
tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado
de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e
dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os


atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-
ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades
nucleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à
Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)

395
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção III
Da Câmara Dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-
metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma na-
tureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
23, de 02/09/99)
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Minis-
tério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a


escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da
República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da
União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-
titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-
nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacio-
nal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocor-
rido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa res-
pectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento


da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Direto-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embo-
ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-
tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa con-
cessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusu-
las uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alí-
nea anterior;
II – desde a posse:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de


favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-
dades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta
Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos sus-
pensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;
II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,
sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-
ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-
chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Seção VI
Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fe-


deral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para
o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos
ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-
putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – inaugurar a sessão legislativa;


II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
às duas Casas;
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do
Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente,
pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-
tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-


traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

Seção VII
Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-


tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-
bros da Casa;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-
tos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos re-
gimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por

403
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério


Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congres-
so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-
lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-
produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
Do Processo Legislativo

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda À Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II – do Presidente da República;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-
ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-
dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-


ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-
fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, ob-
servado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a ga-


rantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-
cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia da-
quele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas de-
las decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendi-
mento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cin-


co dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, sub-
sequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações le-
gislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não ti-
ver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-
sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta
dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurí-
dicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conser-
var-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da
medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-


vado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Minis-
tério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-
dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legisla-
tivas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-
putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto
no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,
em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,
se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto
de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado


Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-
grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-
blica importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá cons-
tituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a le-
gislação sobre:

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I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade


de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-
tado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos


apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-
cidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-
licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que
o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o ter-
ritório nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-


ros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-
deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-
tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-
tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições
da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-
dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-
tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que cou-
ber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Con-
tas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Do Presidente E Do Vice-Presidente Da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-


liado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-
lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro
turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente
com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,


far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lu-
gar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em
sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-
der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
mido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á,
no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-
ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,
sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-
cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-
deral e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de


seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá
início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições Do Presidente Da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-
cretos e regulamentos para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-
sentantes diplomáticos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-


rendo do Congresso Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-
citando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-
tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmen-
te, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças


estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempo-
rariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nes-
ta Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercí-
cio anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-
tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade Do Presidente Da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-


ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-
lecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
Dos Ministros De Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maio-


res de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribui-
ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades
da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;


III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão
no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos
da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)

Seção V
Do Conselho Da República E Do Conselho De Defesa Nacional

Subseção I
Do Conselho Da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presi-


dente da República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com man-
dato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado


para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão
relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da
República.

Subseção II
Do Conselho De Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente


da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa
do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 23, de 1999)
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento.
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz,
nos termos desta Constituição;
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e
da intervenção federal;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmen-
te na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração
dos recursos naturais de qualquer tipo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas neces-


sárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de
Defesa Nacional.

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I–A. o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II–A. o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em
todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante


concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-
dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-
pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-
dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-
jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-
cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o
juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se
a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-
ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-
mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda


Constitucional n. 45, de 2004)
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a no-
venta e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas cate-
gorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §
4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimida-
de do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão


pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-
vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-
nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-
risdição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-
gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
um de seus integrantes para nomeação.

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Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do
art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

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c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-


reira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-
do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais
de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no
art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-
deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei n. 13.105,
de 2015) (Vigência)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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diante os procedimentos oral e sumaríssimo , permitidos, nas hipóteses pre-


vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
de primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-
pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito
da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-
teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e
financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos
limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretri-
zes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-
sados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-
sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas
propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem enca-


minhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Es-
taduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional n. 62, de 2009) (Vide ADI 4425)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-
tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-
das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-
to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por
sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-
dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-
lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de pre-


catórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como
de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sen-
tença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-
prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-
ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-
dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-
querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário
à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-
sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá
em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho
Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-
tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe


o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-
das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda
Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-
ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade
federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização
de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remu-
neração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-
catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se
aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).

432
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-


ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta
Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de
crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo
sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débi-
tos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinan-
ciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-
salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno
valor. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata
o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-
cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras
receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Fe-
deral, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente
anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as du-
plicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 94, de 2016)
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-
buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no §

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações ju-
diciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12
(doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da recei-
ta corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela
que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de
endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição
Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)
do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do
exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-


colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

434
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-


dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-
da da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-
curador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de cará-
ter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-
tração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur


às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu
Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujei-
tos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de cri-
me sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos mem-
bros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indireta-
mente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacio-
nal do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:

436
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o man-


dado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional n. 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-
cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Presidente da República;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – a Mesa do Senado Federal;


III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalida-
de, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Ad-
vogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-
cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos

438
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave inse-


gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idênti-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-
do: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respecti-
vo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo
Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal


Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procura-
dor-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procura-
dor-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente
de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-
tuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-


tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-
gãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções adminis-
trativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-
tração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-
tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-
sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fede-

441
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão


legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Minis-
tro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, com-
petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Ma-
gistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-
quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-
sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-
rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção III
Do Superior Tribunal De Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta


e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-
meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-

442
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado


Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-
rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vincu-
lados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;

443
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-


rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo in-
ternacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou do-
miciliada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-
tro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

444
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, caben-


do-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais E Dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:


I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

445
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-


mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade,
e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos
juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-
bunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fede-
rais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área
de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-
deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-
tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-
nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-
trangeiro ou organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou

446
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência


da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente;
V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam di-
retamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-
dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-
cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-
ária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal
em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do
segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)

447
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para


o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procura-
dor-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
mento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas
segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-
metidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção VII
Dos Tribunais E Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:


I – o Superior Tribunal Militar;
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vita-
lícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação
pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro
dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáu-
tica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da
República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com


mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Mi-
nistério Público da Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares
definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a
competência da Justiça Militar.

Seção VIII
Dos Tribunais E Juízes Dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionali-
dade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constitui-
ção Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo da polícia militar seja superior a
vinte mil integrantes.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos


Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-
gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicio-
nado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-
nitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá
a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional,
o juiz far-se-á presente no local do litígio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Seção I
Do Ministério Público

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
çamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a


realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-
reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
luta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-
rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios
poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-
lativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-
tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-
soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,
parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do


patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins
de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classi-
ficação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-
tas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-
torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-
sentação de cada uma de suas carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo
Superior Tribunal de Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indica-
dos pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provo-
cação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los


ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou
a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos
de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-
rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,
dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-
ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes
atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, com-
petentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxilia-
res, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção II
Da Advocacia Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente


ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da
União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-
res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação
da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dis-
posto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e tí-
tulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas
fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de de-
sempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das cor-
regedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detri-
mento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-
percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido


pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e man-
tido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incum-
bem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabele-
cimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças au-
xiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias
civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos rela-
cionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e


da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobi-
lidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de
trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 82, de 2014)

Brasília, 5 de outubro de 1988.


Ulysses Guimarães

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 5.10.1988.

460
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 9.507, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1997

Regula o direito de acesso a informações e


Mensagem de veto
disciplina o rito processual do habeas data.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º (VETADO)
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco
de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a
terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora
ou depositária das informações.
Art. 2º O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositá-
ria do registro ou banco de dados e será deferido ou indeferido no prazo de
quarenta e oito horas.
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e
quatro horas.
Art. 3º Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados
marcará dia e hora para que o requerente tome conhecimento das informações.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 4º Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o inte-
ressado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios, poderá
requerer sua retificação.
§ 1º Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do reque-
rimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou da informação dará
ciência ao interessado.
§ 2º Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado
apresentar explicação ou contestação sobre o mesmo, justificando possível
pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadas-
tro do interessado.

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Art. 5º (VETADO)
Art. 6º (VETADO)
Art. 7º Conceder-se-á habeas data:
I – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público;
II – para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por proces-
so sigiloso, judicial ou administrativo;
III – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação
ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pen-
dência judicial ou amigável.
Art. 8º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282
a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os docu-
mentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias
sem decisão;
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze
dias, sem decisão; ou
III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º
ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Art. 9º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator
do conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via apresentada pelo im-
petrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias,
preste as informações que julgar necessárias.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de
habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos previstos nesta Lei.
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso previsto
no art. 15.

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Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito,


juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao coator, bem como a
prova da sua entrega a este ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de dar recibo.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9º, e ouvido o representante
do Ministério Público dentro de cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz
para decisão a ser proferida em cinco dias.
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e
horário para que o coator:
I – apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de
registros ou bancos de dadas; ou
II – apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos
assentamentos do impetrante.
Art. 14. A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de
recebimento, ou por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o re-
querer o impetrante.
Parágrafo único. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radio-
fônica ou telefônica deverão ser apresentados à agência expedidora, com a
firma do juiz devidamente reconhecida.
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso
terá efeito meramente devolutivo.
Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao
qual competir o conhecimento do recurso ordenar ao juiz a suspensão da exe-
cução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que presida.
Art. 17. Nos casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
demais Tribunais caberá ao relator a instrução do processo.
Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão dene-
gatória não lhe houver apreciado o mérito.

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Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os


atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância
superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir
à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e
quatro horas, a contar da distribuição.
Art. 20. O julgamento do habeas data compete:
I – originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República,
das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do
próprio Tribunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de
juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II – em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for profe-
rida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em úni-
ca instância pelos Tribunais Regionais Federais;
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz
federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme
dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Dis-
trito Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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III – mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos


casos previstos na Constituição.
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a infor-
mações e retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a
ação de habeas data.
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 12 de novembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.11.1997

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LEI N. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009

Mensagem de veto
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui-
do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os repre-
sentantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas na-
turais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de eco-
nomia mista e de concessionárias de serviço público.
§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qual-
quer delas poderá requerer o mandado de segurança.
Art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências
de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em con-
dições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor
do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,
quando notificado judicialmente.

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Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo sub-


mete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais,
impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro
meio eletrônico de autenticidade comprovada.
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegra-
ma, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e
a imediata ciência pela autoridade.
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias
úteis seguintes.
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico,
serão observadas as regras da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, in-
dependentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos
que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da auto-
ridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada
ou da qual exerce atribuições.
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se
recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminar-
mente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autên-
tica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O es-
crivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

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§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coa-


tora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mé-
rito.
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe
a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pes-
soa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para
que, querendo, ingresse no feito;
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fun-
damento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a limi-
nar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compen-
sação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a con-
cessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.

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§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persisti-


rão até a prolação da sentença.
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamen-
to.
§ 5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas nes-
te artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461
da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex
officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida,
o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe
cumprirem.
Art. 9º As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a
que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver
a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem to-
madas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quan-
do não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1º Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação
e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança cou-
ber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para
o órgão competente do tribunal que integre.
§ 2º O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho
da petição inicial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o


feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a
prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no
caso do art. 4ºdesta Lei, a comprovação da remessa.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente
proferida em 30 (trinta) dias.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermé-
dio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso
de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa
jurídica interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto
no art. 4º desta Lei.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe ape-
lação.
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente
ao duplo grau de jurisdição.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
§ 3º A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser execu-
tada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da
medida liminar.
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados
em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da ad-
ministração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial.

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Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público in-


teressada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na ses-
são seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refe-
re o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraor-
dinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra
a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida
nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a
urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da sus-
pensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao re-
lator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do
julgamento do mérito ou do pedido liminar. (Redação dada pela Lei n. 13.676,
de 2018)
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida
liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

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Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respec-


tivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas
taquigráficas, independentemente de revisão.
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança,
sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, plei-
teie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos
terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
§ 1º Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira
sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.
§ 2º O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco)
dias.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus inte-
resses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líqui-
dos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispen-
sada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança cole-
tivo podem ser:
I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas li-
gadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da tota-
lidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impe-
trante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito públi-
co, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á de-
corridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposi-
ção de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de
má-fé.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das
decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções ad-
ministrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando
cabíveis.
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organi-
zação judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166,
de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de
junho de 1966; o art. 3º da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art.
1º da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de
janeiro de 1982, e o art. 2º da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

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LEI N. 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016


Disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e
coletivo e dá outras providências.

O VICE - PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de


PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados
de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º da
Constituição Federal.
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou
parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insu-
ficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes,
as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das li-
berdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder,
o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.
Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela
lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele
integra ou aquela a que está vinculado.
§ 1º Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e
os documentos que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos
forem os impetrados.
§ 2º Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se
em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de
terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia

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autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento


no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda
via da petição.
§ 3º Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será
feita no próprio instrumento da notificação.
Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada:
I – a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, deven-
do-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documen-
tos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações;
II – a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial
da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição ini-
cial, para que, querendo, ingresse no feito.
Art. 6º A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração
for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, ca-
berá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o
julgamento da impetração.
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o
Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem
parecer, os autos serão conclusos para decisão.
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção
para:
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
norma regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições
em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los,
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso


I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em man-
dado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá
efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade
ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos
aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a
renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes
modificações das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedi-
mento estabelecido nesta Lei.
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos
ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado,
salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamen-
tadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem
resolução de mérito.
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos in-
teresses sociais ou individuais indisponíveis;
II – por partido político com representação no Congresso Nacional, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integran-
tes ou relacionados com a finalidade partidária;

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III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de
parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que
pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos indi-
viduais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da
Constituição Federal .
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos
por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a
uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe
ou categoria.
Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou
da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§
1º e 2º do art. 9º.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência
em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão
o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo
de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas
do mandado de segurança, disciplinado pela Lei n. 12.016, de 7 de agosto de
2009 , e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei n. 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 , e pela Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 , observado
o disposto em seus arts. 1.045 e 1.046 .
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Brasília, 23 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º da República.


MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes
Fábio Medina Osório

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.6.2016

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965


Regula a ação popular.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou
a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de socieda-
des de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas
de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas
públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para
cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.
§ 1º Consideram-se patrimônio público, para os fins referidos neste artigo,
os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético ou histórico.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste ar-
tigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico. (Redação dada pela Lei n. 6.513, de 1977)
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou
custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos
terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título
eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que


se refere este artigo, as certidões e informações que julgar necessárias, bas-
tando para isso indicar a finalidade das mesmas.
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, de-
verão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos
respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de
ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justifi-
cado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser pro-
posta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao
juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de
razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o
processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em jul-
gado de sentença condenatória.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades menciona-
das no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-
-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atri-
buições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de


direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridi-
camente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando
a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de com-
petência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou
privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se com-
preendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as
prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou
celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.
I – A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto
às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares ou constan-
tes de instruções gerais.
II – A operação bancária ou de crédito real, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, es-
tatutárias, regimentais ou internas;
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao cons-
tante de escritura, contrato ou avaliação.
III – A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência
pública ou administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei,
regulamento ou norma geral;
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que
comprometam o seu caráter competitivo;
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impli-
quem na limitação das possibilidades normais de competição.
IV – As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem ad-
mitidas, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos de em-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

preitada, tarefa e concessão de serviço público, sem que estejam previstas


em lei ou nos respectivos instrumentos.,
V – A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não
cabível concorrência pública ou administrativa, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou
constantes de instruções gerais;
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na
época da operação;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na épo-
ca da operação.
VI – A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que
seja a sua modalidade, quando:
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares
ou de instruções e ordens de serviço;
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.
VII – A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o
limite de valor, desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes
de instruções gerais.
VIII – O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando:
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamen-
tares,, regimentais ou constantes de instruções gerias:
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior
ao da avaliação.
IX – A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitu-
cionais, legais e regulamentadoras que regem a espécie.

DA COMPETÊNCIA

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhe-


cer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao


Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito
Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas
por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das socie-
dades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas
subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer
outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se
houver; quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município, será
competente o juiz das causas do Estado, se houver.
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob
os mesmos fundamentos.
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato
lesivo impugnado. (Incluído pela Lei n. 6.513, de 1977)

DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e


as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou ad-
ministradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e
contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indetermi-
nado ou desconhecido, a ação será proposta somente contra as outras pesso-
as indicadas neste artigo.
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item “b”, do art. 4º, quando o valor
real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pes-
soas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os respon-
sáveis pela avaliação inexata e os beneficiários da mesma.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato


seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou pode-
rá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público,
a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a
produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que
nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do
ato impugnado ou dos seus autores.
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou as-
sistente do autor da ação popular.

DO PROCESSO

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código


de Processo Civil, observadas as seguintes normas modificativas:
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério
Público;
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos
que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros
que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos
de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as re-
quisições, a que se refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos prazos
fixados pelo juiz.
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos
prazos assinalados, o juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por
prazo razoável.
II – Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-se-á por edi-
tal com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e publicado três
vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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em que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no


máximo 3 (três) dias após a entrega, na repartição competente, sob protoco-
lo, de uma via autenticada do mandado.
III  – Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes
de proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a
integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e
produção de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver feito
na forma do inciso anterior.
IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20
(vinte), a requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção
de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da
entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso
do prazo assinado em edital.
V – Caso não requerida, até o despacho saneador, a produção de prova
testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) dias,
para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 (quarenta e
oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o
processo tomará o rito ordinário.
VI – A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julga-
mento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos
autos pelo juiz.
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do prazo estabelecido
privará o juiz da inclusão em lista de merecimento para promoção, durante 2
(dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por antiguidade,
de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, decli-
nado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente.
Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo justo devida-
mente comprovado, a autoridade, o administrador ou o dirigente, que deixar
de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido esti-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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pulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra “b”), informações e certidão ou fotocópia
de documento necessários à instrução da causa.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entregue, sob recibo,
o requerimento do interessado ou o ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art.
7º, n. I, letra “b”).
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instân-
cia, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inci-
so II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do
Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação
feita, promover o prosseguimento da ação.
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regres-
siva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamen-
to, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, direta-
mente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido,
julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do
décuplo das custas.
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado
na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução.
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer pagamento,
a condenação imporá o pagamento devido, com acréscimo de juros de mora
e multa legal ou contratual, se houver.
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simulada ou irreal
de contratos, a condenação versará sobre a reposição do débito, com juros
de mora.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução


far-se-á por desconto em folha até o integral ressarcimento do dano causado,
se assim mais convier ao interesse público.
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a seques-
tro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da lei penal ou
a prática de falta disciplinar a que a lei comine a pena de demissão ou a de
rescisão de contrato de trabalho, o juiz, ex-officio, determinará a remessa de
cópia autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos administrado-
res a quem competir aplicar a sanção.
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a
respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos
30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades referidas no art. 1º,
ainda que hajam contestado a ação, promover, em qualquer tempo, e no que
as beneficiar a execução da sentença contra os demais réus.
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível “erga omnes”,
exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de
prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 19. Da sentença que concluir pela improcedência ou pela carência da
ação, recorrerá o juiz, ex officio, mediante simples declaração no seu texto,
da sentença que julgar procedente o pedido caberá apelação voluntária, com
efeito suspensivo.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da
ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º Das decisões interlocutórias poderão ser interpostos os recursos pre-


vistos no Código de Processo Civil.
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. (Redação
dada pela Lei n. 6.014, de 1973)
§ 2º Das decisões proferidas contra o autor popular e suscetíveis de recur-
so, poderão recorrer qualquer cidadão e o representante do Ministério Público.
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e sus-
cetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério
Público. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades autárquicas:


a) o serviço estatal descentralizado com personalidade jurídica, custeado
mediante orçamento próprio, independente do orçamento geral;
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para a execução
de serviços de interesse público ou social, custeados por tributos de qualquer
natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro Público;
c) as entidades de direito público ou privado a que a lei tiver atribuído
competência para receber e aplicar contribuições parafiscais.
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.
Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de Processo Civil,
naquilo em que não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza es-
pecífica da ação.

Brasília, 29 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

H. Castello Branco
Milton Soares Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.7.1965 e republicado em 8.4.1974

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 99.658, de 1990)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
(Vide Decreto n. 1.054, de 1994)
Constituição Federal, institui normas
(Vide Decreto n. 7.174, de 2010)
para licitações e contratos da Adminis-
(Vide Medida Provisória n. 544, de 2011)
tração Pública e dá outras providências.
(Vide Lei n. 12.598, de 2012)
(Vide Lei n. 13.800, de 2019)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contra-
tadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressal-
vadas as hipóteses previstas nesta Lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qual-
quer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particu-
lares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio consti-
tucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra-
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei n. 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter com-
petitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam pre-
ferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para
o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada
pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências interna-
cionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asse-
gurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 2010)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público
os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com
base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011) (Vide Decreto n. 7.709, de 2012) (Vide De-
creto n. 7.713, de 2012) (Vide Decreto n. 7.756, de 2012)
I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
(Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei n. 12.349,


de 2010)
V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser esta-
belecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos
ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo
Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante
de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos
bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja in-
ferior: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,
quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendi-
da, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes
do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a con-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

dições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma esta-


belecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, consi-
derados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12
deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma
delas. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de lici-
tação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produ-
tos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou
entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser-
vância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo
a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza
ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Admi-
nistração Pública.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão


como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamen-
to das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de des-
pesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (In-
cluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o trata-
mento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-
ção, realizada por execução direta ou indireta;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de


interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, trans-
porte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de
uma só vez ou parceladamente;
IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor esti-
mado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea
“c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obri-
gações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração, pelos próprios meios;
VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros
sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua en-
trega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que pos-
sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipa-
mentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter compe-
titivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI – Administração Pública - a administração direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual


a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII – Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, pro-
duzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí-
do pela Lei n. 12.349, de 2010)
XVIII – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições esta-
belecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos
- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja desconti-
nuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam
pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:
disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei
n. 13.243, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I – projeto básico;
II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às
etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desen-
volvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que
também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponí-
vel para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi-
ção de todos os seus custos unitários;
III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga-
mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci-
das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quan-
do for o caso.
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos finan-
ceiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos
de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão,
nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços


sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração
contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos
ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins
de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obriga-
ções de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabeleci-
dos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quanti-
tativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os pra-
zos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra
ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se re-
fere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsá-


vel pela licitação.
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que
se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na exe-
cução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra
ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do con-
tratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,
a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e
o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se
os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão
de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-pa-
drão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas
do empreendimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços


serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse público;
III – economia na execução, conservação e operação;
IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da du-
rabilidade da obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissio-
nais especializados os trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tribu-
tárias; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos
para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,


o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apre-
sente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e di-
retamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de


seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento) (Re-
gulamento) (Regulamento) (Vigência)
I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;
III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às
do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para apro-
veitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades
da Administração Pública.
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orienta-
ção da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – seleção feita mediante concorrência;


II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado
ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando
possível, deverá ser informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante
do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente
no mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em
função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sem-
pre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a dete-
rioração do material.
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no
art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação
oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida,
o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por
itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dis-
pensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei n.
8.883, de 1994)

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de lici-
tação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do in-
ciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da administração pública; (Redação dada pela Lei n. 11.481, de 2007)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei


no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (In-
cluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de ter-
ras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para
fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação
dada pela Lei n. 13.465, 2017)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relati-
vamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo,


cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio
da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou
de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-
nar-se: (Redação dada pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normati-
vo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultu-
ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de
2009; (Redação dada pela Lei n. 13.465, 2017)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação
dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular
seja comprovadamente anterior a 5 de maio de 2014; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempla-
das na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notifica-
ção, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse
social. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,


impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agrope-
cuárias; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos hectares, vedada a
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura
prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no
inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada
pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanes-
cente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do
inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao
Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos ur-
banos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens rever-
síveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obri-
gatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse
público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite ofere-
cer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doa-
dor. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em


quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei,
a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habili-
tação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente
a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrên-
cia ou leilão. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

Capítulo II
Da Licitação

Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição


interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de in-
teressados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão


ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
III – em sítio eletrônico oficial do respectivo ente federativo, facultado aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alternativamente, a utilização
de sítio eletrônico oficial da União, conforme regulamento do Poder Executivo
federal. (Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados po-
derão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso ante-
rior; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir


da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
cendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo perti-
nente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadas-
trados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos le-
galmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigi-
dos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-
tificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combina-
ção das referidas neste artigo.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts.
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação,
nos termos do edital. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do
artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo
em vista o valor estimado da contratação:
I – para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil


reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais). (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveita-
mento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade
sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressal-
vado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-
dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver forne-
cedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a


tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”,
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser reali-
zadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente,
nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa da-
quela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face
de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I des-
te artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja preju-
ízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, poden-
do o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei
n. 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento)
do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

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II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifi-
cadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifesta-
mente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança na-


cional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
do o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de clas-
sificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,
no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou es-
tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
tratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,
de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalida-
des do órgão ou entidade.

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XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados


de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para pres-
tação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando
tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
camento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação ope-
racional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver neces-
sidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão institu-
ída por decreto; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
mininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão
de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desen-


volvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vin-
te por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
23; (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica
e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-
verno, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -
ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inclu-
ído pela Lei n. 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços pú-
blicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de re-
síduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

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XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou presta-


dos no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei n. 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
(Incluído pela Lei n. 11.783, de 2008).
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência téc-
nica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal. (Incluído pela Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante
as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias
rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
pela Lei n. 12.873, de 2013)

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XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno


de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por funda-
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecno-
lógico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-
de – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
Lei n. 13.204, de 2015)
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente
risco à segurança pública. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo se-
rão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
(Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a admi-
nistração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica
aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em
ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando apli-
cada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais ins-
tituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hi-
pótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)

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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-


ção, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-
mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe téc-
nica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causa-
do à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente pú-
blico responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada
pela Lei n. 11.107, de 2005)

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Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-


tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e imi-
nente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
II – razão da escolha do fornecedor ou executante;
III – justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, ex-
clusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei n. 12.440,
de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I – cédula de identidade;
II – registro comercial, no caso de empresa individual;
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades
por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

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IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompa-


nhada de prova de diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estran-
geira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcio-
namento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista,
conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei n. 12.440, de
2011) (Vigência)
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,
se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo
de atividade e compatível com o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Muni-
cipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Tra-
balho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-
-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 12.440, de 2011) (Vigência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da lici-
tação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsa-
bilizará pelos trabalhos;

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III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os docu-


mentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações
e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,
no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados
fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente
registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências
a: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, pro-
fissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução
de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusi-
vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, men-
cionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões
ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,
quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurí-
dica de direito público ou privado.

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§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com


limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer
outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
ção de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta comple-
xidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sem-
pre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que
envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continui-
dade da prestação de serviços públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação
da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste arti-
go deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a
substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira
limitar-se-á a:

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I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício


social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicí-
lio da pessoa física;
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e §
1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do
objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos
de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licita-
ção, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda
as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o
parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor esti-
mado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
atualizado e sua capacidade de rotação.

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§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de


forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e
devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresen-
tados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório
competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im-
prensa oficial. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, forneci-
mento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36
substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações
disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital,
obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de
fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por re-
gistro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no
edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quan-
to possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos pa-
rágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.

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§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio


recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento
do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados
ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art.
55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e servi-
ços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por
organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência
estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa es-
trangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,
desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por uni-
dades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá
ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a con-
tratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta
entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
(Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender
às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei
por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação téc-
nica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consor-
ciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)

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dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas
assim definidas em lei;
IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma
licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança ca-
berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
II deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais
para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
um ano. (Regulamento)
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá
estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por
ele responsável a proceder, com periodicidade mínima anual, por meio da
imprensa oficial e de sítio eletrônico oficial, a chamamento público para a
atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros
cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

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Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qual-


quer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação
das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista
sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e
econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relaciona-
da nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atua-
lizarem o registro.
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será
anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o
registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei,
ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-


cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, con-
tendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
desta Lei, ou da entrega do convite;
III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrati-
vo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade;
VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

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VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas


manifestações e decisões;
IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI – outros comprovantes de publicações;
XII – demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos con-
tratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um con-
junto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes
o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela
autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis
da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios pre-
vistos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações si-
multâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para in-
tervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior
a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-
cedente. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anu-
al, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o lo-
cal, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

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I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;


II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instru-
mentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessá-
rias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;

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XIV – condições de pagamento, prevendo:


a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com
a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a
data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e des-
contos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas
e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de lici-
tação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação
e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução perti-
nentes à licitação.

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§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento


da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entre-
ga do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da pro-
posta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimple-
mento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a con-
tratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua
mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade
de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
(Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação
por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de ha-
bilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até
3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação peran-
te a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que an-
teceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edi-
tal, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá


de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a
ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de partici-
par das fases subsequentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajus-
tar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por
licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mes-
mos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de
bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados inter-
nacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e pro-
cedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do


órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local
de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos se-
guintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilita-
ção dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, con-
tendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após
sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habi-
litados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha
havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de re-
gistro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adju-
dicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.

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§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes


presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
mação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II)
e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo re-
lacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em considera-
ção os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edi-
tal ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,
nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insu-
mos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto
quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que


incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a pos-
sibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite
e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou con-
cessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamen-
te, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convoca-
dos, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes consi-
derados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços
propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
visto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando

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obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego


de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas pro-
postas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente in-
telectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, super-
visão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e exe-
cutivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte pro-
cedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará
o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusiva-
mente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e clas-
sificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequa-
dos ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualifi-
cação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mí-
nima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos

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detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como refe-


rência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;
III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico
será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que
não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente expli-
citado no instrumento convocatório:
I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acor-
do com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média pon-
derada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os
pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo pode-
rão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circuns-
tanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato
convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia niti-
damente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significati-
vas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concreta-
mente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
tes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Admi-
nistração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os ele-
mentos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas
propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório
da licitação;
II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com
preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto
do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convoca-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-
-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para
obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cin-
quenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor
global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que
se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato,
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o
valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento so-
mente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do pro-
cedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao pro-
cedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo
pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

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§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas


pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal dis-
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela au-
toridade competente.
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro ca-
dastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legal-
mente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente
por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual di-
vergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excede-
rá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a
mesma comissão no período subsequente.
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão espe-
cial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento
da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração
a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor desig-
nado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração
para fixação do preço mínimo de arrematação.

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§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabe-


lecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da
respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-
matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o
valor já recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser
feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obri-
gações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da
licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

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III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-


riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conver-
são, quando for o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos
casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.

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Oficial

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comu-


nicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o
disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garan-
tia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei n. 11.079, de 2004)
II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 8.6.94)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas con-
dições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados atra-
vés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez
por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após
a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Ad-
ministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vi-
gência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabele-
cidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interes-
se da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administra-
ção, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informá-
tica, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reco-
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

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VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclu-


sive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedi-
mento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previa-
mente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autoriza-
ção da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo
poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos admi-
nistrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-fi-
nanceiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi-
líbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retro-
ativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.

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Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de inde-


nizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime
de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o dispos-
to no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrên-
cia e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licita-

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ção, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por


outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
catório da licitação.
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização
de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas
gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominan-
temente, por norma de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição pre-
vista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
dos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obten-
ção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assi-
nar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contrata-
ção, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o ter-


mo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de confor-
midade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.

Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por impo-
sição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;

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d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa re-
muneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, re-
tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratu-
ais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou com-
pras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite
de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabele-
cidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes de-
verão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data
da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contra-
tados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

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§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encar-


gos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser
registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acor-
do com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do
§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilida-
de previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos re-
quisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.

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§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas


as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos traba-
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a respon-
sabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado
pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos ter-
mos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela
Lei n. 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das respon-
sabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

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Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do mate-
rial e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimen-
to far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não po-
derá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devida-
mente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;

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III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
“a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-
diante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,


com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar
a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do con-
tratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

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VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-


signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-
gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente im-
previstas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

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XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto


para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente mo-
tivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de auto-
rização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cro-
nograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

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Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as


seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuida-
de, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administra-
ção, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica
a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Esta-
dual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Ad-
ministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumi-
da, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes con-
vocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contra-
tação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive
quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação su-
jeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções pe-
nais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou
emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de
função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos
contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e res-
pectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
ções públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório
ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas
nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descon-
tada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será des-
contada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ain-
da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração po-
derá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser


aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência ex-
clusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-
derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão
dos contratos regidos por esta Lei:
I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo-
sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-
tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas


em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:
Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovada-
mente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispen-
sa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer
outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o
intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação
do objeto da licitação:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de
contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou van-
tagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante
a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização
em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo com-
provadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vanta-
gem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorro-
gações contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
procedimento licitatório:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento lici-
tatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar, em razão da vantagem oferecida.

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Oficial

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para


aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I – elevando arbitrariamente os preços;
II – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou
deteriorada;
III – entregando uma mercadoria por outra;
IV – alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V – tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta
ou a execução do contrato:
Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profis-
sional declarado inidôneo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo,
venha a licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qual-
quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste
no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percen-
tuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou
potencialmente auferível pelo agente.
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%
(dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato
licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à
Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

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Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incon-
dicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a
iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre
o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade
reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os ma-
gistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares
dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes
verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério
Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta
não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos
arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez)
dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogató-
rio, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, suces-
sivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte
e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nes-
ta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-
-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

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Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato
ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera-
ção ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da de-
cisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico;
III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Se-
cretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art.
87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”,
deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso
III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá
efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e pre-
sentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus-
pensiva aos demais recursos.

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§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que po-


derão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informa-
do, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco)
dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsidera-
ção se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista fran-
queada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta con-
vite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo
serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias conse-
cutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo
em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber
projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o forneci-
mento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinen-
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de
qualquer natureza e aplicação da obra.

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Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade


pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, res-
ponder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do
edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades
dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e
da execução do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas compe-
tente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da
Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-
ma de controle interno nela previsto.
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de contro-
le interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior
à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação
recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante
proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei rela-
tivas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à
analise da documentação.

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Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas


aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licita-
ções, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos con-
vênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por
órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades
da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano
de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no
mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclu-
são das etapas ou fases programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, compro-
vação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do
mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas
ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da
parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive

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mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela


entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atra-
sos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prá-
ticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadim-
plemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras aponta-
das pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoria-
mente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial
se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de
aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusiva-
mente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo espe-
cífico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,
acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os prove-
nientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão de-
volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se
pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

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Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da


administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e con-
tratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações pú-
blicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e
pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito
da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior
a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,
observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
período. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e
aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto
no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78,
bem assim o disposto no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das
obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obriga-
ções relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de
setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de cré-
dito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se
esta Lei, no que couber.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento


licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as reparti-
ções sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios
básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou con-
cessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a
legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art.
7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução
prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumera-
do por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os De-
cretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de
1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro
de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renume-
rado por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado


em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994

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DECRETO N. 9.412, DE 18 DE JUNHO DE 2018


Observação: O presente Decreto atualizou os valores das modali-
dades de licitação de que trata o art. 23 da Lei n. 8.666, de 21 de ju-
nho de 1993, apesar de não estar expressamente previsto no edital,
foi inserido no Vade Mecum a título de sugestão ao aluno.

Atualiza os valores das modalidades de licitação de que trata o art. 23


da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art.
120 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993,
DECRETA:
Art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei
n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ficam atualizados nos seguintes termos:
I – para obras e serviços de engenharia:
a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões
e trezentos mil reais); e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões
e trezentos mil reais); e
II – para compras e serviços não incluídos no inciso I:
a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais);
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão,
quatrocentos e trinta mil reais); e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão,
quatrocentos e trinta mil reais).
Art. 2º Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Brasília, 18 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

MICHEL TEMER

Esteves Pedro Colnago Junior

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.6.2018

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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DECRETO N. 5.504, DE 5 DE AGOSTO DE 2005


Estabelece a exigência de utilização do pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, para entes
públicos ou privados, nas contratações de bens
Vide Decreto n. 10.024, de 2019 e serviços comuns, realizadas em decorrência de
transferências voluntárias de recursos públicos da
União, decorrentes de convênios ou instrumentos
congêneres, ou consórcios públicos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere


o art. 84, inciso VI, alínea “a”, e tendo em vista o disposto no art. 37, inciso
XXI, da Constituição, no art. 116 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, e
nas Leis n. s 11.107, de 6 de abril de 2005, e 10.520, de 17 de julho de 2002,
DECRETA:
Art. 1º Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de
convênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam
repasse voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusula que
determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizadas
por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados volunta-
riamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licitação públi-
ca, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente.
§ 1º Nas licitações realizadas com a utilização de recursos repassados nos
termos do caput, para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigatório
o emprego da modalidade pregão, nos termos da Lei n. 10.520, de 17 de ju-
lho de 2002, e do regulamento previsto no Decreto n. 5.450, de 31 de maio
de 2005, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica, de acordo
com cronograma a ser definido em instrução complementar.
§ 2º A inviabilidade da utilização do pregão na forma eletrônica deverá ser
devidamente justificada pelo dirigente ou autoridade competente.
§ 3º Os órgãos, entes e entidades privadas sem fins lucrativos, convenen-
tes ou consorciadas com a União, poderão utilizar sistemas de pregão eletrô-
nico próprios ou de terceiros.

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§ 4º Nas situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação, as entidades


privadas sem fins lucrativos, observarão o disposto no art. 26 da Lei n. 8.666,
de 21 de junho de 1993, devendo a ratificação ser procedida pela instância
máxima de deliberação da entidade, sob pena de nulidade.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo às entidades qualificadas como Or-
ganizações Sociais, na forma da Lei n. 9.637, de 15 de maio de 1998, e às
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, na forma da Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999, relativamente
aos recursos por elas administrados oriundos de repasses da União, em face
dos respectivos contratos de gestão ou termos de parceria. (Revogado pelo
Decreto n. 9.190, de 2017)
Art. 2º Os órgãos, entes e instituições convenentes, firmatários de con-
trato de gestão ou termo de parceria, ou consorciados deverão providenciar
a transferência eletrônica de dados, relativos aos contratos firmados com re-
cursos públicos repassados voluntariamente pela União para o Sistema Inte-
grado de Administração de Serviços Gerais - SIASG, de acordo com instrução
a ser editada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Art. 3º As transferências voluntárias de recursos públicos da União sub-
sequentes, relativas ao mesmo ajuste, serão condicionadas à apresentação,
pelos convenentes ou consorciados, da documentação ou dos registros em
meio eletrônico que comprovem a realização de licitação nas alienações e
nas contratações de obras, compras e serviços com os recursos repassados a
partir da vigência deste Decreto.
Art. 4º Os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda
expedirão instrução complementar conjunta para a execução deste Decreto,
no prazo de noventa dias, dispondo sobre os limites, prazos e condições para
a sua implementação, especialmente em relação ao § 1º do art. 1º, podendo
estabelecer as situações excepcionais de dispensa da aplicação do disposto
no citado § 1º.
Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Brasília, 5 de agosto de 2005; 184º da Independência e 117º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Antonio Palocci Filho
Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 8 .8.2005

577
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CÓDIGO CIVIL

ÍNDICE
Vigência
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(Vide Lei n. 13.777, de 2018)
Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS PESSOAS

TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS

CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.


Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

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Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os


exercer: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem ex-
primir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, median-
te instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos com-
pletos tenha economia própria.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de su-
cessão definitiva.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.

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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente


poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo
a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9º Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento,
o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem
a filiação;
III – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da perso-


nalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício
sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da per-
sonalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções pre-
vistas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

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Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do pró-


prio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gra-
tuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qual-
quer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome
e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propagan-
da comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção
que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da jus-
tiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a trans-
missão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem
de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeita-
bilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas
para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a reque-
rimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)

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CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA

Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver


notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando
o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou conti-
nuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obriga-
ções, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o dispos-
to a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicial-
mente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência,
será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos
pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os
iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do
curador.

Seção II
Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se


ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão

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os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente

a sucessão.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram

interessados:

I – o cônjuge não separado judicialmente;

II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;

III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua

morte;

IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória

só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa;

mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se

houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados

na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo com-

petente.

§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventá-

rio até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir

a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela

forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a

conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis

ou em títulos garantidos pela União.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente,

darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equiva-

lentes aos quinhões respectivos.

§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar

a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe

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deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado

pelo juiz, e que preste essa garantia.


§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a
sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar
na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por de-
sapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão repre-
sentando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão
as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor pro-
visório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que
a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade
desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com
o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz
competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi
voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos
frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justi-
ficando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos
do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do faleci-
mento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor
dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos suces-
sores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecu-
ratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

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Seção III
Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede


a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a suces-
são definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se
que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele
ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente
não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se loca-
lizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e


de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

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III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela
Lei n. 11.107, de 2005)
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estran-
geiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela
Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcio-
namento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-
-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiaria-
mente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Códi-
go. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o dis-
posto em lei específica. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)

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Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,
quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de
que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obriga-
ções sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patri-
mônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos
nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dis-
puser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que
se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de
erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a re-
querimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimen-
to da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização
dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática
de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Medida Provisória n. 881,
de 2019)
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato
entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória n.
881, de 2019)
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida
Provisória n. 881, de 2019)
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão
das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos
de que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da
pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração
da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
(Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autori-


zação para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até
que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a aver-
bação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição
da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos di-
reitos da personalidade.

CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se or-


ganizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recí-
procos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – os direitos e deveres dos associados;
IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas
contas. (Incluído pela Lei n. 11.127, de 2005)

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Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá


instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não
dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si,
na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa,
assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de re-
curso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Parágrafo único. (revogado) (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou
função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela
forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela
Lei n. 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de
2005)
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II
deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada
para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os
critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do es-
tatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líqui-


do, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas
no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômi-
cos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados,
à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos as-
sociados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste
artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições
que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Ter-
ritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas
neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.

CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pú-
blica ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
(Redação dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (In-
cluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei n. 13.151, de
2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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VII  – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,


modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos hu-
manos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o institui-
dor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os
bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por man-
dado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases
(art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à
aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde
situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo
ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei
n. 13.151, de 2015)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo,
em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a
reforma:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e represen-
tar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público
a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação
dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unâ-
nime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatu-
to, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.

TÍTULO III
DO DOMICÍLIO

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua


residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, al-
ternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações con-
cernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residên-
cia habitual, o lugar onde for encontrada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção


manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa
às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais decla-
rações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompa-
nharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respecti-
vas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares dife-
rentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-
-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas
por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil,
a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar,
o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assis-
tente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a
sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marí-
timo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir
a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.

594
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domi-


cílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

LIVRO II
DOS BENS

TÍTULO ÚNICO
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

CAPÍTULO I
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Seção I
Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,
forem removidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.

Seção II
Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de


remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação eco-
nômico-social.

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Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não fo-
rem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qua-
lidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da


mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destina-
dos à alienação.

Seção IV
Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na


sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.

Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de


per si, independentemente dos demais.

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Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares

que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser ob-

jeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídi-

cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

CAPÍTULO II

DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;

acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes,

se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento

de outro.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não

abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação

de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e pro-

dutos podem ser objeto de negócio jurídico.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o

uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado

valor.

§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que

se deteriore.

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Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acrésci-

mos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou

detentor.

CAPÍTULO III

DOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pesso-

as jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja

qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:

I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;

II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a servi-

ço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou mu-

nicipal, inclusive os de suas autarquias;

III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de

direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas

entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se domi-

nicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se

tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial

são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a

lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas

as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuí-
do, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

LIVRO III
DOS FATOS JURÍDICOS

TÍTULO I
DO NEGÓCIO JURÍDICO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invo-
cada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados ca-
pazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídi-
co se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial
à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, mo-
dificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.

599
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Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem


instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja
feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o desti-
natário tinha conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.

CAPÍTULO II
DA REPRESENTAÇÃO

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo inte-


ressado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, cele-
brar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo represen-
tante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tra-
tar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes,
sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

600
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Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito


de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimen-
to de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negó-
cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação prevista neste artigo.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os esta-
belecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da
Parte Especial deste Código.

CAPÍTULO III
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamen-


te da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem
as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando re-
solutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição sus-
pensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que
ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

601
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Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,


vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o
direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execu-
ção continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,
não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a
natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição
cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente le-
vada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva
ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do
direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, compu-
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado
o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de
início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e,
nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício
do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depen-
der de tempo.

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Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposi-


ções relativas à condição suspensiva e resolutiva.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,
salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente,
como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo
se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida
o negócio jurídico.

CAPÍTULO IV
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Seção I
Do Erro ou Ignorância

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de


vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou
a alguma das qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo re-
levante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o mo-
tivo único ou principal do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expres-
so como razão determinante.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anu-
lável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

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Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a de-


claração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para execu-
tá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

Seção II
Do Dolo

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro
modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de tercei-
ro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento;
em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responde-
rá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;
se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado respon-
derá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode ale-
gá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

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Seção III

Da Coação

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que

incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pes-

soa, à sua família, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do

paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a con-

dição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias

que possam influir na gravidade dela.

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um

direito, nem o simples temor reverencial.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela

tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta respon-

derá solidariamente com aquele por perdas e danos.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro,

sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento;

mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver

causado ao coacto.

Seção IV

Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da

necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conheci-

do pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do de-

clarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

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Seção V
Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,


ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigen-
tes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

Seção VI
Da Fraude Contra Credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de


dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvên-
cia, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografá-
rios, como lesivos dos seus direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear
a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser co-
nhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver
pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depo-
sitando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação

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considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de


má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o
pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que
recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as
garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou indus-
trial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante re-
verterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

CAPÍTULO V
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a
sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.

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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dis-

simulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daque-

las às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contra-

entes do negócio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por

qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando

conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não

lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem

convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de ou-

tro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que

o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o

negócio jurídico:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou

fraude contra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo di-

reito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio ce-

lebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

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Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi

cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio

anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as

ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização

de terceiro, será validado se este a der posteriormente.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença,

nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita

exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivi-

sibilidade.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anu-

lação do negócio jurídico, contado:

I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,

do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem es-

tabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar

da data da conclusão do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-

-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando

inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou

a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado

em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão inde-

nizadas com o equivalente.

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Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico

sempre que este puder provar-se por outro meio.


Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um
negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a
invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.

TÍTULO II
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, apli-
cam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.

TÍTULO III
DOS ATOS ILÍCITOS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-


prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exer-
cê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a
fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.

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TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

CAPÍTULO I
DA PRESCRIÇÃO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se ex-


tingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só va-
lerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consu-
mar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incom-
patíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo
das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,
pela parte a quem aproveita.
Art. 194. (Revogado pela Lei n. 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à pres-
crição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr con-
tra o seu sucessor.

Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:

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I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante

a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;

II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados

ou dos Municípios;

III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo

de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I – pendendo condição suspensiva;

II – não estando vencido o prazo;

III – pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo

criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários,

só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Seção III

Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma

vez, dar-se-á:

I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se

o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III – por protesto cambial;

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IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em


concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe re-
conhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os de-
mais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de
obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Seção IV
Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fi-
xado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos;

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II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,

contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da

data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo

terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do

segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e ho-
norários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da
ata da assembleia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas
e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a par-
tir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias
ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização
ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-
-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

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VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da


lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade
anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da
reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à vio-
lação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro preju-
dicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em
juízo.

CAPÍTULO II
DA DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadên-


cia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

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Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabe-


lecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita
pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.

TÍTULO V
DA PROVA

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico


pode ser provado mediante:
I – confissão;
II – documento;
III – testemunha;
IV – presunção;
V – perícia.
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz
de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é
eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de
erro de fato ou de coação.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento
dotado de fé pública, fazendo prova plena.
§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública
deve conter:
I – data e local de sua realização;
II – reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos
hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou
testemunhas;

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III  – nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência


das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do
regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;
IV – manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V – referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à
legitimidade do ato;
VI – declaração de ter sido lida na presença das partes e demais compa-
recentes, ou de que todos a leram;
VII – assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do
tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra

pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.


§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o
tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tra-
dutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, ou-
tra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento
bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem pu-
der identificar-se por documento, deverão participar do ato pelo menos duas
testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de
qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer li-
vro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por
ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão
consertados.
Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, ex-
traídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos
lançados em suas notas.

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Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos públi-


cos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato.
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presu-
mem-se verdadeiras em relação aos signatários.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições
principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não
eximem os interessados em sua veracidade do ônus de prová-las.
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade
de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se
possa, do próprio instrumento.
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado
por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as
obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como
os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no
registro público.
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas
outras de caráter legal.
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz
prova mediante conferência com o original assinado.
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de
notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua
autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do
original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercí-
cio do direito à sua exibição.
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzi-
dos para o português para ter efeitos legais no País.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fo-

nográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrôni-

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cas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem

forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.

Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra

as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício

extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.

Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos

casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de

requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou ine-

xatidão dos lançamentos.


Art. 227. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por
escrito.
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I – os menores de dezesseis anos;
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
III – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o
terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
§ 1º Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o
depoimento das pessoas a que se refere este artigo. (Redação dada pela Lei
n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de con-
dições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de
tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 229. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 230. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário
não poderá aproveitar-se de sua recusa.

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Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a


prova que se pretendia obter com o exame.

PARTE ESPECIAL

LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

TÍTULO IX
DA RESPONSABILIDADE CIVIL

CAPÍTULO I
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a ou-
trem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmen-
te desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equi-
tativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que
dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
do prejuízo que sofreram.

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Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa


de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresá-
rios individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e pre-
postos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se po-
dendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

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Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este cau-


sado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que re-
sultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida,
fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em par-
te, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, fi-
cará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando
o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la trans-
mitem-se com a herança.

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CAPÍTULO II
DA INDENIZAÇÃO

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento dano-
so, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no
contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-
-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajusta-
da, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir ou-
tras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral
e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, le-
vando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indeniza-
rá o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho,
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indeniza-
ção seja arbitrada e paga de uma só vez.

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Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por
negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-
-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição
da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e
o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar
o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a pró-
pria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, con-
tanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá
ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pa-
gamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não
puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.

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LIVRO III

DO DIREITO DAS COISAS


(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

TÍTULO I
DA POSSE

CAPÍTULO I
DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercí-


cio, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta,
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumpri-
mento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como pres-
creve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor,
até que prove o contrário.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os
dos outros compossuidores.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obs-
táculo que impede a aquisição da coisa.

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Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de


boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite
esta presunção.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o
momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ig-
nora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mes-
mo caráter com que foi adquirida.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA POSSE

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna pos-


sível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à pro-
priedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor
com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu an-
tecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor,
para os efeitos legais.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das
coisas móveis que nele estiverem.

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CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Posse

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de


turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-
-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-
-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a
obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de in-
denização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que
o era.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servi-
dões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possui-
dor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé
devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e cus-
teio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e perce-
bidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos
e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde

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o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da pro-


dução e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deteriora-
ção da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfei-
torias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe fo-
rem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as ben-
feitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância
destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam
ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao pos-
suidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo;
ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

CAPÍTULO IV
DA PERDA DA POSSE

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do


possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, ten-
tando recuperá-la, é violentamente repelido.

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TÍTULO III
DA PROPRIEDADE

CAPÍTULO I
DA PROPRIEDADE EM GERAL

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coi-


sa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua
ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer como-
didade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropria-
ção, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de
requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivin-
dicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais
de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem re-
alizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo
juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização
devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o
registro do imóvel em nome dos possuidores.

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Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo


correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não po-
dendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros,
a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em
impedi-las.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e de-
mais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos
arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recur-
sos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não subme-
tidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em
contrário.
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando
separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, cou-
berem a outrem.

Seção II
Da Descoberta

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao


dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e,
se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo an-
tecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação
e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, conside-
rar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou

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o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a


situação econômica de ambos.
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprie-
tário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta
através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo edi-
tais se o seu valor os comportar.
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela im-
prensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade
sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as
despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a
coisa em favor de quem a achou.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente
de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por senten-
ça, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos
se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele
realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urba-
no, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de

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terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva


por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposi-
ção, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de
até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei n.
12.424, de 2011)
§ 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida,
mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá tí-
tulo hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contí-
nua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imó-
vel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele

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tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse


social e econômico.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos
artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art.
1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art.
1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca
das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais
também se aplicam à usucapião.

Seção II
Da Aquisição pelo Registro do Título

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do


título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a
ser havido como dono do imóvel.
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação
de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua
a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o
título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o inte-
ressado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

Seção III
Da Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:

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I – por formação de ilhas;


II – por aluvião;
III – por avulsão;
IV – por abandono de álveo;
V – por plantações ou construções.

Subseção I
Das Ilhas

Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particula-


res pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras
seguintes:
I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobre-
vindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na propor-
ção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consi-
deram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio
continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se
constituíram.

Subseção II
Da Aluvião

Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente,


por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo
desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem
indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de
proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de
cada um sobre a antiga margem.

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Subseção III
Da Avulsão

Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se


destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a proprie-
dade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se,
em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do
prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a
parte acrescida.

Subseção IV
Do Álveo Abandonado

Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários


ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos ter-
renos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios
marginais se estendem até o meio do álveo.

Subseção V
Das Construções e Plantações

Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno pre-


sume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas
fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se
agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde,
em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu
de boa-fé, terá direito a indenização.

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Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravel-


mente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adqui-
rirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judi-
cialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário
as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não
pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empre-
gou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá
cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-
-la do plantador ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade
solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o cons-
trutor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da cons-
trução exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente,
também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste
artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que
invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção
exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção
invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio
exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo in-
vadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão
acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área
remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pa-
gando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

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CAPÍTULO III
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incon-
testadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, pro-
duzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts.
1.243 e 1.244.

Seção II
Da Ocupação

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adqui-
re a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.

Seção III
Do Achado do Tesouro

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono


não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o
que achar o tesouro casualmente.
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for
achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.

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Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por


igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele
mesmo seja o descobridor.

Seção IV
Da Tradição

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios ju-


rídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente conti-
nua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direi-
to à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o
adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a
propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabeleci-
mento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de
boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a pro-
priedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que
ocorreu a tradição.
§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um
negócio jurídico nulo.

Seção V
Da Especificação

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia,


obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à for-
ma anterior.

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Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma

precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.

§ 1º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie

nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima.

§ 2º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escul-

tura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima,

a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmen-

te o da matéria-prima.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se

ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do

§ 1º do artigo antecedente, quando irredutível a especificação.

Seção VI

Da Confusão, da Comissão e da Adjunção

Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, mistu-

radas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes,

sendo possível separá-las sem deterioração.

§ 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispên-

dio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos

quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura

ou agregado.

§ 2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do

todo, indenizando os outros.

Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à

outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando

o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao

que lhe pertencer, caso em que será indenizado.

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Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espé-

cie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts.

1.272 e 1.273.

CAPÍTULO IV

DA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a pro-

priedade:

I – por alienação;

II – pela renúncia;

III – por abandono;

IV – por perecimento da coisa;

V – por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da pro-

priedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do

ato renunciativo no Registro de Imóveis.

Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a inten-

ção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na

posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos

depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas

respectivas circunscrições.

§ 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstân-

cias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à

propriedade da União, onde quer que ele se localize.

§ 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este ar-

tigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer

os ônus fiscais.

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CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DE VIZINHANÇA

Seção I
Do Uso Anormal da Propriedade

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de


fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde
dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza
da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as
edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da
vizinhança.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece
quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em
que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indeni-
zação cabal.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interfe-
rências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas
se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do
prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem
como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém
tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor
delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.

Seção II
Das Árvores Limítrofes

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se


pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.

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Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema


do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprie-
tário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao
dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular.

Seção III
Da Passagem Forçada

Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente
ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vi-
zinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facil-
mente se prestar à passagem.
§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes
perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve
tolerar a passagem.
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes
da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o pro-
prietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.

Seção IV
Da Passagem de Cabos e Tubulações

Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também,


à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar
a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos
subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários
vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação
seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja
removida, à sua custa, para outro local do imóvel.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao


proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.

Seção V
Das Águas

Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber


as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras
que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio
inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do
prédio superior.
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior,
ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar
que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas plu-
viais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou des-
viar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas
indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imó-
veis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos
que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso
artificial das águas.
Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou
outras obras para represamento de água em seu prédio; se as águas repre-
sadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano
sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indeni-
zação aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios
alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primei-
ras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas


ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.
§ 1º Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito
a ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração
ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a
canalizá-las.
§ 2º O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a ca-
nalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.
§ 3º O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo
aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem
incumbem também as despesas de conservação.
Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e
1.287.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os
imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conser-
vação; os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para
as primeiras necessidades da vida.
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão ca-
nalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de inde-
nização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importân-
cia equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução
das águas até o ponto de derivação.
Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessa-
dos pelo aqueduto.

Seção VI
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem

Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de


qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu con-
finante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar

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rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se


proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes
vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se,
até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sen-
do estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a con-
correr, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2º As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de mar-
co divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre
proprietários.
§ 3º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de ani-
mais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provo-
cou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer
para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se deter-
minarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada,
o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não
sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indeni-
zação ao outro.

Seção VII
Do Direito de Construir

Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções


que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administra-
tivos.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não
despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a
menos de metro e meio do terreno vizinho.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centí-
metros.
§ 2º As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou
ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de compri-
mento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão
da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu
prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao
disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das
águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual
for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levan-
tar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a me-
nos de três metros do terreno vizinho.
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a
alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede
divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de
embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.
Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede
divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o di-
reito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro
fixará a largura e a profundidade do alicerce.
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não
tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe ali-
cerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção
anterior.
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da
espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

e avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer;
não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou
obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas
do lado oposto.
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se
necessário reconstruindo-a, para suportar o alteamento; arcará com todas
as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir
meação também na parte aumentada.
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, for-
nos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações
ou interferências prejudiciais ao vizinho.
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias
e os fogões de cozinha.
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar,
para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que
tirem ao poço ou à nascente de outrem a água indispensável às suas neces-
sidades normais.
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço sus-
cetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que compro-
meta a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras
acautelatórias.
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarci-
mento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as
obras acautelatórias.
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Se-
ção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e
danos.
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que
o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:

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Oficial

I – dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, cons-


trução, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;
II – apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem
casualmente.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação
de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de
cerca viva.
§ 2º Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo
vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel.
§ 3º Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá
o prejudicado direito a ressarcimento.

CAPÍTULO VI
DO CONDOMÍNIO GERAL

Seção I
Do Condomínio Voluntário

Subseção I
Dos Direitos e Deveres dos Condôminos

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destina-


ção, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivin-
dicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal,
ou gravá-la.
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da
coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso
dos outros.
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a con-
correr para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os
ônus a que estiver sujeita.

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Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.

Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e

dívidas, renunciando à parte ideal.

§ 1º Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a re-

núncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na pro-

porção dos pagamentos que fizerem.

§ 2º Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será

dividida.

Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condômi-

nos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular

solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao

seu quinhão na coisa comum.

Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da

comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regres-

siva contra os demais.

Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que perce-

beu da coisa e pelo dano que lhe causou.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coi-

sa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas

da divisão.

§ 1º Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por

prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.

§ 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doa-

dor ou pelo testador.

§ 3º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o acon-

selharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo.

Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras

de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem


adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apura-
do, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao
estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais
valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa
comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á li-
citação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu
maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a
coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em
condições iguais, o condômino ao estranho.

Subseção II
Da Administração do Condomínio

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum,


escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolven-
do alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.
Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presu-
me-se representante comum.
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
§ 1º As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria ab-
soluta.
§ 2º Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a re-
querimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.
§ 3º Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judi-
cialmente.
Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipu-
lação ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos
quinhões.

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Seção II
Do Condomínio Necessário

Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas


regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com pa-
redes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação
na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que
atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado
por peritos, a expensas de ambos os confinantes.
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que
pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na
parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.

CAPÍTULO VII
DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade ex-


clusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.
§ 1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como aparta-
mentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ide-
ais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva,
podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto
os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pes-
soas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de
condomínio. (Redação dada pela Lei n. 12.607, de 2012)

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§ 2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição


de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as
demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utiliza-
dos em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamen-
te, ou divididos.
§ 3º A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fra-
ção ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma
decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação
dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 4º Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logra-
douro público.
§ 5º O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da
escritura de constituição do condomínio.
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testa-
mento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar da-
quele ato, além do disposto em lei especial:
I – a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclu-
siva, estremadas uma das outras e das partes comuns;
II – a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamen-
te ao terreno e partes comuns;
III – o fim a que as unidades se destinam.
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser
subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e tor-
na-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades,
ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condo-
mínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os inte-
ressados houverem por bem estipular, a convenção determinará:
I – a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos con-
dôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – sua forma de administração;


III – a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum
exigido para as deliberações;
IV – as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V – o regimento interno.
§ 1º A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento
particular.
§ 2º  São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo
disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de
direitos relativos às unidades autônomas.
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I – usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II – usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que
não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III – votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I – contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas fra-
ções ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela
Lei n. 10.931, de 2004)
II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias ex-
ternas;
IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não
as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos
possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos ju-
ros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento
ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
§ 2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos
nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na conven-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

ção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribui-
ções mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não
havendo disposição expressa, caberá à assembleia geral, por dois terços no
mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente
com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três
quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa corres-
pondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas
condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independente-
mente das perdas e danos que se apurem.
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado com-
portamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os de-
mais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa
correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas
condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos,
preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e,
entre todos, os possuidores.
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são insepará-
veis de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ide-
ais correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.
§ 1º Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em se-
parado.
§ 2º É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade
imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa facul-
dade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a
respectiva assembleia geral.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de
um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende:

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I – se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos;


II – se úteis, de voto da maioria dos condôminos.
§ 1º As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, indepen-
dentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedi-
mento deste, por qualquer condômino.
§ 2º Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em
despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino
que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser con-
vocada imediatamente.
§ 3º Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importa-
rem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autori-
zação da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de
omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos.
§ 4º O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembol-
sado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer
com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum.
Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às
já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da
aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas
construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por
qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns.
Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de
outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da
aprovação da unanimidade dos condôminos.
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despe-
sas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliá-
rias inferiores.
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante,
em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de
incêndio ou destruição, total ou parcial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção II
Da Administração do Condomínio

Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser con-


dômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos,
o qual poderá renovar-se.
Art. 1.348. Compete ao síndico:
I – convocar a assembleia dos condôminos;
II – representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo
ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;
III – dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedi-
mento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
IV – cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as deter-
minações da assembleia;
V – diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela
prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
VI – elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
VII – cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e
cobrar as multas devidas;
VIII – prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas;
IX – realizar o seguro da edificação.
§ 1º Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em
poderes de representação.
§ 2º O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes
de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da as-
sembleia, salvo disposição em contrário da convenção.
Art. 1.349. A assembleia, especialmente convocada para o fim estabele-
cido no § 2º do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de
seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar
contas, ou não administrar convenientemente o condomínio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia


dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o or-
çamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação
de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento
interno.
§ 1º Se o síndico não convocar a assembleia, um quarto dos condôminos
poderá fazê-lo.
§ 2º Se a assembleia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de
qualquer condômino.
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício,
ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos con-
dôminos. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as deliberações da
assembleia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos
dos condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações
ideais.
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no solo e
nas outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição
diversa da convenção de constituição do condomínio.
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá deliberar por
maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum especial.
Art. 1.354. A assembleia não poderá deliberar se todos os condôminos
não forem convocados para a reunião.
Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser convocadas pelo sín-
dico ou por um quarto dos condôminos.
Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de
três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao
qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Seção III
Da Extinção do Condomínio

Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou


ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembleia sobre a reconstrução,
ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais.
§ 1º Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do paga-
mento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condô-
minos, mediante avaliação judicial.
§ 2º Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de ofer-
ta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos,
proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias.
Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na
proporção a que se refere o § 2º do artigo antecedente.

Seção IV
Do Condomínio de Lotes
(Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que


são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum dos condô-
minos. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do
solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros
critérios indicados no ato de instituição. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre
condomínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infra-
estrutura ficará a cargo do empreendedor. (Incluído pela Lei n. 13.465, de
2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VII-A
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Disposições Gerais

Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo


e, de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e
pelas disposições das Leis n.s 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e 8.078,
de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor). (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada
um dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo,
à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalida-
de do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente
se todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade: (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
I – é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de
condomínio; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu
uso e gozo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

659
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível. (Incluído pela Lei n.


13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no míni-
mo, 7 (sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser: (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – fixo e determinado, no mesmo período de cada ano; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de
forma periódica, mediante procedimento objetivo que respeite, em relação a
todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamen-
te divulgado; ou (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – misto, combinando os sistemas fixo e flutuante. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade
mínima de dias seguidos durante o ano, podendo haver a aquisição de frações
maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos
também maiores. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Instituição da Multipropriedade

Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou tes-


tamento, registrado no competente cartório de registro de imóveis, devendo
constar daquele ato a duração dos períodos correspondentes a cada fração de
tempo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-G. Além das cláusulas que os multiproprietários decidirem
estipular, a convenção de condomínio em multipropriedade determinará: (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – os poderes e deveres dos multiproprietários, especialmente em ma-
téria de instalações, equipamentos e mobiliário do imóvel, de manutenção

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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ordinária e extraordinária, de conservação e limpeza e de pagamento da con-


tribuição condominial; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o
imóvel no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – as regras de acesso do administrador condominial ao imóvel para
cumprimento do dever de manutenção, conservação e limpeza; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – a criação de fundo de reserva para reposição e manutenção dos equi-
pamentos, instalações e mobiliário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
V – o regime aplicável em caso de perda ou destruição parcial ou total do
imóvel, inclusive para efeitos de participação no risco ou no valor do seguro,
da indenização ou da parte restante; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VI – as multas aplicáveis ao multiproprietário nas hipóteses de descumpri-
mento de deveres. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-H. O instrumento de instituição da multipropriedade ou a con-
venção de condomínio em multipropriedade poderá estabelecer o limite máxi-
mo de frações de tempo no mesmo imóvel que poderão ser detidas pela mes-
ma pessoa natural ou jurídica. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. Em caso de instituição da multipropriedade para posterior
venda das frações de tempo a terceiros, o atendimento a eventual limite de
frações de tempo por titular estabelecido no instrumento de instituição será
obrigatório somente após a venda das frações. (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)

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Oficial

Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Dos Direitos e das Obrigações do Multiproprietário

Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos


no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multiproprie-
dade: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo,
do imóvel e de suas instalações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – ceder a fração de tempo em locação ou comodato; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte,
a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a alienação e a qualificação
do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante
ou procurador, desde que esteja quite com as obrigações condominiais, em:
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
a) assembleia geral do condomínio em multipropriedade, e o voto do mul-
tiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo no imóvel; (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, e o voto do
multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo em relação à
quota de poder político atribuído à unidade autônoma na respectiva conven-
ção de condomínio edilício. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daquelas previs-
tas no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multipro-
priedade: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – pagar a contribuição condominial do condomínio em multipropriedade e,


quando for o caso, do condomínio edilício, ainda que renuncie ao uso e gozo,
total ou parcial, do imóvel, das áreas comuns ou das respectivas instalações,
equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – responder por danos causados ao imóvel, às instalações, aos equipa-
mentos e ao mobiliário por si, por qualquer de seus acompanhantes, convi-
dados ou prepostos ou por pessoas por ele autorizadas; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
III – comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, avarias e ví-
cios no imóvel dos quais tiver ciência durante a utilização; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – não modificar, alterar ou substituir o mobiliário, os equipamentos e as
instalações do imóvel; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – manter o imóvel em estado de conservação e limpeza condizente com
os fins a que se destina e com a natureza da respectiva construção; (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VI – usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliá-
rio, conforme seu destino e natureza; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VII – usar o imóvel exclusivamente durante o período correspondente à
sua fração de tempo; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII  – desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora fixados
no instrumento de instituição ou na convenção de condomínio em multipro-
priedade, sob pena de multa diária, conforme convencionado no instrumento
pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – permitir a realização de obras ou reparos urgentes. (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º Conforme previsão que deverá constar da respectiva convenção de
condomínio em multipropriedade, o multiproprietário estará sujeito a: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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I – multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deveres; (In-


cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imó-
vel no período correspondente à sua fração de tempo, no caso de descumpri-
mento reiterado de deveres. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos no imóvel,
bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário, será: (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – de todos os multiproprietários, quando decorrentes do uso normal e do
desgaste natural do imóvel; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso anormal,
sem prejuízo de multa, quando decorrentes de uso anormal do imóvel. (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados
aos multiproprietários os promitentes compradores e os cessionários de direi-
tos relativos a cada fração de tempo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Transferência da Multipropriedade

Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a sua pro-


dução de efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da lei civil e não de-
penderão da anuência ou cientificação dos demais multiproprietários. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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Oficial

§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração de tempo,


salvo se estabelecido no instrumento de instituição ou na convenção do con-
domínio em multipropriedade em favor dos demais multiproprietários ou do
instituidor do condomínio em multipropriedade. (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)
§ 2º O adquirente será solidariamente responsável com o alienante pelas
obrigações de que trata o § 5º do art. 1.358-J deste Código caso não obte-
nha a declaração de inexistência de débitos referente à fração de tempo no
momento de sua aquisição. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Seção V
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
Da Administração da Multipropriedade

Art. 1.358-M. A administração do imóvel e de suas instalações, equipa-


mentos e mobiliário será de responsabilidade da pessoa indicada no instru-
mento de instituição ou na convenção de condomínio em multipropriedade,
ou, na falta de indicação, de pessoa escolhida em assembleia geral dos con-
dôminos. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O administrador exercerá, além daquelas previstas no instrumento
de instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade, as seguin-
tes atribuições: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – coordenação da utilização do imóvel pelos multiproprietários durante o
período correspondente a suas respectivas frações de tempo; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – determinação, no caso dos sistemas flutuante ou misto, dos períodos
concretos de uso e gozo exclusivos de cada multiproprietário em cada ano;
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – manutenção, conservação e limpeza do imóvel; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)

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IV – troca ou substituição de instalações, equipamentos ou mobiliário, in-


clusive: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
a) determinar a necessidade da troca ou substituição; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
b) providenciar os orçamentos necessários para a troca ou substituição;
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
c) submeter os orçamentos à aprovação pela maioria simples dos condô-
minos em assembleia; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – elaboração do orçamento anual, com previsão das receitas e despe-
sas; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VI – cobrança das quotas de custeio de responsabilidade dos multiproprie-
tários; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VII – pagamento, por conta do condomínio edilício ou voluntário, com os
fundos comuns arrecadados, de todas as despesas comuns. (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º A convenção de condomínio em multipropriedade poderá regrar de
forma diversa a atribuição prevista no inciso IV do § 1º deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-N. O instrumento de instituição poderá prever fração de tem-
po destinada à realização, no imóvel e em suas instalações, em seus equipa-
mentos e em seu mobiliário, de reparos indispensáveis ao exercício normal do
direito de multipropriedade. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º A fração de tempo de que trata o caput deste artigo poderá ser atri-
buída: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – ao instituidor da multipropriedade; ou (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
II – aos multiproprietários, proporcionalmente às respectivas frações. (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput deste artigo


poderão ser feitos durante o período correspondente à fração de tempo de
um dos multiproprietários. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Seção VI
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Disposições Específicas Relativas às Unidades Autônomas de
Condomínios Edilícios

Art. 1.358-O. O condomínio edilício poderá adotar o regime de multipro-


priedade em parte ou na totalidade de suas unidades autônomas, mediante:
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – previsão no instrumento de instituição; ou (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)
II – deliberação da maioria absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. No caso previsto no inciso I do caput deste artigo, a ini-
ciativa e a responsabilidade para a instituição do regime da multiproprieda-
de serão atribuídas às mesmas pessoas e observarão os mesmos requisitos
indicados nas alíneas a, b e c e no § 1º do art. 31 da Lei n. 4.591, de 16 de
dezembro de 1964. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-P. Na hipótese do art. 1.358-O, a convenção de condomínio
edilício deve prever, além das matérias elencadas nos arts. 1.332, 1.334 e,
se for o caso, 1.358-G deste Código: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
I – a identificação das unidades sujeitas ao regime da multipropriedade,
no caso de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
II – a indicação da duração das frações de tempo de cada unidade autô-
noma sujeita ao regime da multipropriedade; (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)

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III – a forma de rateio, entre os multiproprietários de uma mesma unidade


autônoma, das contribuições condominiais relativas à unidade, que, salvo se
disciplinada de forma diversa no instrumento de instituição ou na convenção
de condomínio em multipropriedade, será proporcional à fração de tempo de
cada multiproprietário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – a especificação das despesas ordinárias, cujo custeio será obrigatório,
independentemente do uso e gozo do imóvel e das áreas comuns; (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – os órgãos de administração da multipropriedade; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
VI – a indicação, se for o caso, de que o empreendimento conta com siste-
ma de administração de intercâmbio, na forma prevista no § 2º do art. 23 da
Lei n. 11.771, de 17 de setembro de 2008, seja do período de fruição da fra-
ção de tempo, seja do local de fruição, caso em que a responsabilidade e as
obrigações da companhia de intercâmbio limitam-se ao contido na documen-
tação de sua contratação; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VII – a competência para a imposição de sanções e o respectivo procedi-
mento, especialmente nos casos de mora no cumprimento das obrigações de
custeio e nos casos de descumprimento da obrigação de desocupar o imóvel
até o dia e hora previstos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII – o quórum exigido para a deliberação de adjudicação da fração de
tempo na hipótese de inadimplemento do respectivo multiproprietário; (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – o quórum exigido para a deliberação de alienação, pelo condomínio
edilício, da fração de tempo adjudicada em virtude do inadimplemento do
respectivo multiproprietário. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-Q. Na hipótese do art. 1.358-O deste Código, o regimento
interno do condomínio edilício deve prever: (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)

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I – os direitos dos multiproprietários sobre as partes comuns do condomí-


nio edilício; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – os direitos e obrigações do administrador, inclusive quanto ao acesso
ao imóvel para cumprimento do dever de manutenção, conservação e limpe-
za; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – as condições e regras para uso das áreas comuns; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – os procedimentos a serem observados para uso e gozo dos imóveis
e das instalações, equipamentos e mobiliário destinados ao regime da multi-
propriedade; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o
imóvel no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VI – as regras de convivência entre os multiproprietários e os ocupantes
de unidades autônomas não sujeitas ao regime da multipropriedade, quando
se tratar de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VII – a forma de contribuição, destinação e gestão do fundo de reserva
específico para cada imóvel, para reposição e manutenção dos equipamentos,
instalações e mobiliário, sem prejuízo do fundo de reserva do condomínio edi-
lício; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII – a possibilidade de realização de assembleias não presenciais, inclu-
sive por meio eletrônico; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – os mecanismos de participação e representação dos titulares; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
X – o funcionamento do sistema de reserva, os meios de confirmação e
os requisitos a serem cumpridos pelo multiproprietário quando não exercer
diretamente sua faculdade de uso; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)

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XI – a descrição dos serviços adicionais, se existentes, e as regras para


seu uso e custeio. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. O regimento interno poderá ser instituído por escritura
pública ou por instrumento particular. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
Art. 1.358-R. O condomínio edilício em que tenha sido instituído o regi-
me de multipropriedade em parte ou na totalidade de suas unidades autôno-
mas terá necessariamente um administrador profissional. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O prazo de duração do contrato de administração será livremente
convencionado. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º O administrador do condomínio referido no caput deste artigo será
também o administrador de todos os condomínios em multipropriedade de
suas unidades autônomas. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º O administrador será mandatário legal de todos os multiproprietá-
rios, exclusivamente para a realização dos atos de gestão ordinária da mul-
tipropriedade, incluindo manutenção, conservação e limpeza do imóvel e de
suas instalações, equipamentos e mobiliário. (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 4º O administrador poderá modificar o regimento interno quanto aos
aspectos estritamente operacionais da gestão da multipropriedade no condo-
mínio edilício. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º O administrador pode ser ou não um prestador de serviços de hospe-
dagem. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-S. Na hipótese de inadimplemento, por parte do multiproprie-
tário, da obrigação de custeio das despesas ordinárias ou extraordinárias, é
cabível, na forma da lei processual civil, a adjudicação ao condomínio edilício
da fração de tempo correspondente. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. Na hipótese de o imóvel objeto da multipropriedade ser


parte integrante de empreendimento em que haja sistema de locação das
frações de tempo no qual os titulares possam ou sejam obrigados a locar
suas frações de tempo exclusivamente por meio de uma administração única,
repartindo entre si as receitas das locações independentemente da efetiva
ocupação de cada unidade autônoma, poderá a convenção do condomínio
edilício regrar que em caso de inadimplência: (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
I – o inadimplente fique proibido de utilizar o imóvel até a integral quita-
ção da dívida; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – a fração de tempo do inadimplente passe a integrar o pool da admi-
nistradora; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – a administradora do sistema de locação fique automaticamente mu-
nida de poderes e obrigada a, por conta e ordem do inadimplente, utilizar
a integralidade dos valores líquidos a que o inadimplente tiver direito para
amortizar suas dívidas condominiais, seja do condomínio edilício, seja do con-
domínio em multipropriedade, até sua integral quitação, devendo eventual
saldo ser imediatamente repassado ao multiproprietário. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-T. O multiproprietário somente poderá renunciar de forma
translativa a seu direito de multipropriedade em favor do condomínio edilício.
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A renúncia de que trata o caput deste artigo só é admi-
tida se o multiproprietário estiver em dia com as contribuições condominiais,
com os tributos imobiliários e, se houver, com o foro ou a taxa de ocupação.
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-U. As convenções dos condomínios edilícios, os memoriais de
loteamentos e os instrumentos de venda dos lotes em loteamentos urbanos
poderão limitar ou impedir a instituição da multipropriedade nos respectivos

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imóveis, vedação que somente poderá ser alterada no mínimo pela maioria
absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL

Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo


advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais conce-
didos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução,
pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente,
o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será
considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve
a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a
própria coisa ou o seu valor.

CAPÍTULO IX
DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa mó-


vel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, ce-
lebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Re-
gistro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando
de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a
anotação no certificado de registro.
§ 2º Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento
da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º  A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz,


desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária,
conterá:
I – o total da dívida, ou sua estimativa;
II – o prazo, ou a época do pagamento;
III – a taxa de juros, se houver;
IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indis-
pensáveis à sua identificação.
Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco,
pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:
I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;
II – a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender,
judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no paga-
mento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se
houver, ao devedor.
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar
com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direi-
to eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o paga-
mento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado
pelo restante.
Art. 1.367. A propriedade fiduciária em garantia de bens móveis ou imó-
veis sujeita-se às disposições do Capítulo I do Título X do Livro III da Parte
Especial deste Código e, no que for específico, à legislação especial pertinen-
te, não se equiparando, para quaisquer efeitos, à propriedade plena de que
trata o art. 1.231. (Redação dada pela Lei n. 13.043, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-ro-


gará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.
Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titulari-
dade fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis espe-
ciais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for
incompatível com a legislação especial. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel
confere direito real de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor.
(Incluído pela Lei n. 13.043, de 2014)
Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário pleno do
bem, por efeito de realização da garantia, mediante consolidação da proprie-
dade, adjudicação, dação ou outra forma pela qual lhe tenha sido transmitida
a propriedade plena, passa a responder pelo pagamento dos tributos sobre a
propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros en-
cargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a partir
da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem. (Incluído pela Lei
n. 13.043, de 2014)

CAPÍTULO X
DO FUNDO DE INVESTIMENTO
(Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos,


constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos fi-
nanceiros. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Parágrafo único. Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o
disposto no caput. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá, observa-


do o disposto no regulamento a que se refere o parágrafo único do art. 1.368-
C: (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
I – estabelecer a limitação da responsabilidade de cada condômino ao va-
lor de suas cotas; e (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
II – autorizar a limitação da responsabilidade dos prestadores de serviços
fiduciários, perante o condomínio e entre si, ao cumprimento dos deveres
particulares de cada um, sem solidariedade. (Incluído pela Medida Provisória
n. 881, de 2019)
Art. 1.368-E. A adoção da responsabilidade limitada por fundo constitu-
ído sem a limitação de responsabilidade somente abrangerá fatos ocorridos
após a mudança. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Aloysio Nunes Ferreira Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.1.2002

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Oficial

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS

TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
PROCESSUAIS

CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado con-


forme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a di-
reito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos
conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução inte-


gral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve compor-
tar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais
e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legali-
dade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e
III;
III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públi-
cos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de


conclusão para proferir sentença ou acórdão.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanente-
mente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de
improcedência liminar do pedido;
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica
firmada em julgamento de casos repetitivos;
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de
demandas repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Na-
cional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham com-
petência penal;
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por
decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica
das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requeri-
mento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão,
exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julga-
mento em diligência.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à


mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o
caso, no § 3º, o processo que:
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessi-
dade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasilei-


ras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções
ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamen-
te aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, traba-
lhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas
supletiva e subsidiariamente.

LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL

TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo


o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo


quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurí-
dica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha
ocorrido a violação do direito.

TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as


ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domici-
liada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de


bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver do-
micílio ou residência no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à juris-
dição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qual-
quer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testa-
mento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, pro-
ceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacio-
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispen-
dência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma
causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não
impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para
produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento
e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência inter-
nacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º.

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TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos li-
mites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da dis-
tribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão
judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal,
a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em
legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que
couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão reme-
tidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas
públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, ex-
ceto as ações:
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de traba-
lho;
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja
de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos


em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o
mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárqui-
cas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qual-
quer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser de-
mandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Bra-
sil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão de-
mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é compe-
tente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de elei-
ção se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competen-
te para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é com-
petente:
I – o foro de situação dos bens imóveis;
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu
último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a
partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domi-
cílio de seu representante ou assistente.
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta
no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do res-
pectivo ente federado.
Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhe-
cimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;

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c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio


do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela
Lei nº 13.894, de 2019)
II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se
pedem alimentos;
III – do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa
jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou
associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir
o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação
de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de
dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

Seção II
Da Modificação da Competência

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela


continência, observado o disposto nesta Seção.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for co-
mum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decidi-
dos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser
mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido propos-
ta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo
prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o
juízo.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca,
seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento es-
tender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação
principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou
da função é inderrogável por convenção das partes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e


do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e
obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento es-
crito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição
de foro na contestação, sob pena de preclusão.

Seção III
Da Incompetência

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como ques-


tão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente
a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão re-
metidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efei-
tos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida,
se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a in-
competência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério
Público nas causas em que atuar.
Art. 66. Há conflito de competência quando:

687
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;


II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um
ao outro a competência;
III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá
suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO NACIONAL

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado


ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribu-
nais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus
magistrados e servidores.
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para
prática de qualquer ato processual.
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente aten-
dido, prescinde de forma específica e pode ser executado como:
I – auxílio direto;
II – reunião ou apensamento de processos;
III – prestação de informações;
IV – atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto
neste Código.
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir,
além de outros, no estabelecimento de procedimento para:
I – a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III – a efetivação de tutela provisória;

688
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – a efetivação de medidas e providências para recuperação e preserva-


ção de empresas;
V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação
judicial;
VI – a centralização de processos repetitivos;
VII – a execução de decisão jurisdicional.
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos
jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.

LIVRO III
DOS SUJEITOS DO PROCESSO

TÍTULO I
DAS PARTES E DOS PROCURADORES

CAPÍTULO I
DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem


capacidade para estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste co-
lidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora
certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública,
nos termos da lei.

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Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor


ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o re-
gime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção
de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do
réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos
autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicial-
mente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando
lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não supri-
do pelo juiz, invalida o processo.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante ór-
gão vinculado;
II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III – o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV – a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente
federado designar;
V – a massa falida, pelo administrador judicial;
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;

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VII – o espólio, pelo inventariante;


VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos desig-
narem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados
sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de
seus bens;
X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou adminis-
trador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão
intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá
opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa ju-
rídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recípro-
co para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro
ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da re-
presentação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoá-
vel para que seja sanado o vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância
originária:
I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II – o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III – o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependen-
do do polo em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de
justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I – não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;

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II – determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência


couber ao recorrido.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES

Seção I
Dos Deveres

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes,
de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem
do processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de
que são destituídas de fundamento;
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito;
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisó-
ria ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando
essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou de-
finitiva;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito liti-
gioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pes-
soas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato
atentatório à dignidade da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, ci-

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vis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento
do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3º Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no §
2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em
julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da
execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente
da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º, e 536, § 1º.
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista
no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, deven-
do eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de
classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar
nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir
decisão em seu lugar.
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros
do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe
do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.
§ 1º Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral
ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou
repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2º De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as
expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determi-
nará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a
colocará à disposição da parte interessada.

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Seção II
Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
autor, réu ou interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato in-
controverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé
a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por
cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuí-
zos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde-
nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidaria-
mente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá
ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos
próprios autos.

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Seção III
Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas

Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, in-


cumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem
no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença
final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização
o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando
sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas
que antecipou.
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou
deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução
suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte
contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes
assegurem o pagamento.
§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput:
I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional
de que o Brasil faz parte;
II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de
sentença;
III – na reconvenção.
§ 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia,
poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a
indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço
que pretende obter.
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a inde-
nização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de teste-
munha.

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Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado


do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimen-
to de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos
recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de
vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, aten-
didos:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu ser-
viço.
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos ho-
norários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os
seguintes percentuais:
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da conde-
nação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condena-
ção ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-míni-
mos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da conde-
nação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mí-
nimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da conde-
nação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-
-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condena-
ção ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
-mínimos.

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§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:


I – os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde
logo, quando for líquida a sentença;
II – não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III – não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar
o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o
valor atualizado da causa;
IV – será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada senten-
ça líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou
o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior
ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários
deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e
assim sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independen-
temente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improce-
dência ou de sentença sem resolução de mérito.
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra
a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha
sido impugnada.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico
ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do §
2º.
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual
de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12
(doze) prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem
deu causa ao processo.

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§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados ante-


riormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal,
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao
tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para
a fase de conhecimento.
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras
sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77.
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução re-
jeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença
serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais.
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza ali-
mentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do
trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe
caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na
qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros mo-
ratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa
própria.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito
aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição
e cobrança.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos
termos da lei.
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão propor-
cionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.

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Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos res-


pondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
§ 1º A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma ex-
pressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas
no caput.
§ 2º Se a distribuição de que trata o § 1º não for feita, os vencidos res-
ponderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão
adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados.
Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados paga-
rão as despesas proporcionalmente a seus quinhões.
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia
ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos
pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
§ 1º Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a res-
ponsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela
reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.
§ 2º Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despe-
sas, estas serão divididas igualmente.
§ 3º Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensa-
das do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
§ 4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente,
cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzi-
dos pela metade.
Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da
Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas
ao final pelo vencido.
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público
ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou,
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que
requerer a prova.

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§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para


adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte
ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento
a ser feito pelo ente público.
Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem re-
solver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou
depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado.
Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária fi-
carão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público
ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa
ao adiamento ou à repetição.
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao paga-
mento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo.
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que
houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido
a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida
por ambas as partes.
§ 1º O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento
dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente.
§ 2º A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será cor-
rigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, § 4º.
§ 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de benefici-
ário de gratuidade da justiça, ela poderá ser:
I – custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e reali-
zada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;
II – paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do
Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o
valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua
omissão, do Conselho Nacional de Justiça.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão


final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido
condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores
gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou
da estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pa-
gamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto
no art. 98, § 2º.
§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do
fundo de custeio da Defensoria Pública.
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em
benefício da parte contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuá-
rios pertencerá ao Estado ou à União.
Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de modernização do Po-
der Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das sanções pecuniárias
processuais destinadas à União e aos Estados, e outras verbas previstas em
lei.
Seção IV
Da Gratuidade da Justiça

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com in-


suficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I – as taxas ou as custas judiciais;
II – os selos postais;
III – as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a
publicação em outros meios;
IV – a indenização devida à testemunha que, quando empregada, recebe-
rá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;
V – as despesas com a realização de exame de código genético – DNA e
de outros exames considerados essenciais;

701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete


ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de docu-
mento redigido em língua estrangeira;
VII – o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida
para instauração da execução;
VIII – os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao
exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX – os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência
da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual
o benefício tenha sido concedido.
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do benefici-
ário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes
de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbên-
cia ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situ-
ação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar,
ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os
atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais
que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de
despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do proce-
dimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º, ao custeio dos emolumen-


tos previstos no § 1º, inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e as
condições da lei estadual ou distrital respectiva.
§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao
preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o no-
tário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente
para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do
benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste
artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, ma-
nifestar-se sobre esse requerimento.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o
pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio pro-
cesso, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos ele-
mentos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a com-
provação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusi-
vamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça.
§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor
de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário
estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem
direito à gratuidade.
§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a li-
tisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento
expressos.

703
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recor-


rente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbin-
do ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo
para realização do recolhimento.
Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugna-
ção na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de
pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples,
a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio proces-
so, sem suspensão de seu curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas
processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até
o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da
Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher
pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a
questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até deci-
são do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o
órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas proces-
suais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gra-
tuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo
adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se
houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções pre-
vistas em lei.
Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo será extinto
sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não
poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela
parte enquanto não efetuado o depósito.

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CAPÍTULO III
DOS PROCURADORES

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente


inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver
habilitação legal.
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procu-
ração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar
ato considerado urgente.
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independente-
mente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogá-
vel por igual período por despacho do juiz.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele
em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por
perdas e danos.
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento pú-
blico ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a proce-
dência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda
a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração tam-
bém deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Ad-
vogados do Brasil e endereço completo.
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio
instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para
todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

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Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:


I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que
se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação
do réu, sob pena de indeferimento da petição.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas
válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao en-
dereço constante dos autos.
Art. 107. O advogado tem direito a:
I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem
procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tra-
mitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo
na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído
terá acesso aos autos;
II – requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo
prazo de 5 (cinco) dias;
III – retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que
neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou docu-
mento próprio.
§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os
autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.
§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador retirar os autos para ob-
tenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente
de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.
§ 4º O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o
§ 3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorro-
gado pelo juiz.

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§ 5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se integralmente a


processos eletrônicos. (Incluído pela Lei n. 13.793, de 2019)

CAPÍTULO IV
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária


das partes nos casos expressos em lei.
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos,
a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, suceden-
do o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assis-
tente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes origi-
nárias ao adquirente ou cessionário.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313,
§§ 1º e 2º.
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado
constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15
(quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,
provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao
mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a repre-
sentar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração
tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por
outro, apesar da renúncia.

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TÍTULO IV
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,


incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;
II – velar pela duração razoável do processo;
III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e
indeferir postulações meramente protelatórias;
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais
ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judi-
cial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente
com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito;
VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das par-
tes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a
pena de confesso;
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamen-
to de outros vícios processuais;
X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas,
oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível,
outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho

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de 1985, e o art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for


o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode
ser determinada antes de encerrado o prazo regular.
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obs-
curidade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em
lei.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sen-
do-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige
iniciativa da parte.
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se
serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por
lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de
ofício, as penalidades da litigância de má-fé.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos
quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva
ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão veri-
ficadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o
requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

CAPÍTULO II
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas fun-


ções no processo:

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I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, fun-
cionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como tes-
temunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer pa-
rente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou compa-
nheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive;
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pes-
soa jurídica parte no processo;
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qual-
quer das partes;
VII  – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advoga-
do de outro escritório;
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o de-
fensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o
processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impe-
dimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso
de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em

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seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele previs-


ta, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despe-
sas do litígio;
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro
grau, inclusive;
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das
partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem
necessidade de declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I – houver sido provocada por quem a alega;
II  – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta
aceitação do arguido.
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato,
a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida
ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo ins-
truí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemu-
nhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o
juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sen-
do que, se o incidente for recebido:

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I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;


II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julga-
mento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente
ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será
requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é impro-
cedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta
suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o mo-
mento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando
já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos
ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro
que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o se-
gundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I – ao membro do Ministério Público;
II – aos auxiliares da justiça;
III – aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em
que lhe couber falar nos autos.
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão
do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a
produção de prova, quando necessária.

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§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo


regimento interno.
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento
ou de suspeição de testemunha.

CAPÍTULO III
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições se-


jam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe
de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribui-
dor, o contabilista e o regulador de avarias.

Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça

Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atri-


buições serão determinadas pelas normas de organização judiciária.
Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mí-
nimo, tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos.
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:
I – redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias
e os demais atos que pertençam ao seu ofício;
II – efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como
praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de or-
ganização judiciária;
III – comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor
para substituí-lo;
IV – manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo
que saiam do cartório, exceto:

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a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;


b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à
Fazenda Pública;
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da com-
petência;
V – fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independen-
temente de despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de
justiça;
VI – praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.
§ 1º O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista
no inciso VI.
§ 2º No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará
substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.
Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cro-
nológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos
judiciais.
Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmen-
te, à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos
pronunciamentos judiciais. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vi-
gência)
§ 1º A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma
permanente, para consulta pública.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I – os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento ju-
dicial a ser efetivado;
II – as preferências legais.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica
de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais.

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§ 4º A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá re-


clamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações
ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 5º Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento
do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:
I – fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais di-
ligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas)
testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao
dia e à hora;
II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
III – entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
IV – auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
V – efetuar avaliações, quando for o caso;
VI – certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por
qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe
couber.
Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no
inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se,
no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo,
entendendo-se o silêncio como recusa.
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são res-
ponsáveis, civil e regressivamente, quando:
I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos
pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;
II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Seção II
Do Perito

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico.

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§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habili-


tados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pú-
blica, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jor-
nais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a con-
selhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos
Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos
interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para ma-
nutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do
conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição,
nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para
realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação
dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado
pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair
sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor
do conhecimento necessário à realização da perícia.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe desig-
nar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de re-
núncia ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com dispo-
nibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessa-
dos, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a
capacidade técnica e a área de conhecimento.

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Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas


responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar
em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemen-
te das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Seção III
Do Depositário e do Administrador

Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, se-


questrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador,
não dispondo a lei de outro modo.
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá re-
muneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo
do serviço e às dificuldades de sua execução.
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indica-
ção do depositário ou do administrador.
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por
dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas
tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos
causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de san-
ção por ato atentatório à dignidade da justiça.

Seção IV
Do Intérprete e do Tradutor

Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para:


I – traduzir documento redigido em língua estrangeira;
II – verter para o português as declarações das partes e das testemunhas
que não conhecerem o idioma nacional;

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III – realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e


testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua
Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado.
Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:
I – não tiver a livre administração de seus bens;
II – for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;
III – estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal
condenatória, enquanto durarem seus efeitos.
Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempe-
nhar seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158.

Seção V
Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual


de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de concilia-
ção e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar,
orientar e estimular a autocomposição.
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo res-
pectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimida-
ção para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabe-
lecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais
que gerem benefícios mútuos.

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Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da


independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencia-
lidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no
curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso
daquele previsto por expressa deliberação das partes.
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o
mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou
depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de pro-
porcionar ambiente favorável à autocomposição.
§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia
dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras proce-
dimentais.
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de con-
ciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de
tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso
realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça,
o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer
sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de
tribunal regional federal.
§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público,
o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judici-
ária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que
seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição
alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma
área de atuação profissional.

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§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e me-


diadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o
número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade,
a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o
tribunal julgar relevantes.
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematica-
mente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conheci-
mento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da
mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos concilia-
dores e dos mediadores.
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput,
se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que
desempenhem suas funções.
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliado-
res e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos,
observadas as disposições deste Capítulo.
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar
cadastrado no tribunal.
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, ha-
verá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observa-
da a respectiva formação.
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um me-
diador ou conciliador.
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o media-
dor receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo
tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho vo-
luntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remune-


radas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e
mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade
da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comuni-
cará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos
ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de con-
flitos, devendo este realizar nova distribuição.
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já ini-
ciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com
relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou
mediador.
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função,
o conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por
meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibili-
dade, não haja novas distribuições
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1
(um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de as-
sessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele
que:
I – agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob
sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166,
§§ 1º e 2º;
II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impe-
dido ou suspeito.
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo admi-
nistrativo.
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e
mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conci-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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liador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias,
por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para
instauração do respectivo processo administrativo.
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão
câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução
consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como:
I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pú-
blica;
II – avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por
meio de conciliação, no âmbito da administração pública;
III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de
conduta.
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de con-
ciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou reali-
zadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regu-
lamentadas por lei específica.
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber,
às câmaras privadas de conciliação e mediação.

TÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regi-


me democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade
com suas atribuições constitucionais.
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)
dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou
na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – interesse público ou social;


II – interesse de incapaz;
III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si
só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Mi-
nistério Público:
I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos
do processo;
II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes
e recorrer.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-
-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos
do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o ofereci-
mento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabe-
lecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

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LIVRO IV
DOS ATOS PROCESSUAIS

TÍTULO I
DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

CAPÍTULO I
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I
Dos Atos em Geral

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determi-


nada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os
que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo
de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separa-
ção, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à inti-
midade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta
arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja compro-
vada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo
de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus
procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz
certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha
resultantes de divórcio ou separação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocompo-


sição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no proce-
dimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os
seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o
processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade
das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos
casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que
alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário
para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos
somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual
ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calen-
dário.
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da
língua portuguesa.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente
poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua
portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou fir-
mada por tradutor juramentado.

Seção II
Da Prática Eletrônica de Atos Processuais

Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais,


de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e va-
lidados por meio eletrônico, na forma da lei.
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à
prática de atos notariais e de registro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade


dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, in-
clusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da
disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e
interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder
Judiciário administre no exercício de suas funções.
Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em
padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticidade, integrida-
de, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em
segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves
públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.
Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos
tribunais, regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais
por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando
a incorporação progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para
esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fundamentais
deste Código.
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sis-
tema de automação em página própria na rede mundial de computadores,
gozando a divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou
omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, po-
derá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º.
Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente,
à disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de atos
processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele cons-
tantes.
Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não eletrôni-
co no local onde não estiverem disponibilizados os equipamentos previstos
no caput.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com


deficiência acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de computadores,
ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos
atos processuais e à assinatura eletrônica.

Seção III
Dos Atos das Partes

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou


bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou
extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homolo-
gação judicial.
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis
e documentos que entregarem em cartório.
Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as
quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspon-
dente à metade do salário-mínimo.

Seção IV
Dos Pronunciamentos do Juiz

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões


interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais,
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento
nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem
como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre no § 1º.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados


no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigató-
ria, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor
e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão
redigidos, datados e assinados pelos juízes.
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos
oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revi-
são e assinatura.
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser
feita eletronicamente, na forma da lei.
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das senten-
ças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Seção V
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria

Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe


de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o nú-
mero de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá
do mesmo modo em relação aos volumes em formação.
Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas
as folhas dos autos.
Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público,
ao defensor público e aos auxiliares da justiça é facultado rubricar as folhas
correspondentes aos atos em que intervierem.
Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes
constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de se-
cretaria.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas


que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não quiserem
firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência.
§ 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em
autos eletrônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz pode-
rão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo
eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será
assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem
como pelos advogados das partes.
§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contradições na transcrição deverão
ser suscitadas oralmente no momento de realização do ato, sob pena de
preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da
alegação e da decisão.
Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro método
idôneo em qualquer juízo ou tribunal.
Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em
branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou
rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas.

CAPÍTULO II
DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I
Do Tempo

Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis)


às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e
penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e

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nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado
o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos
não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do
fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer
horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser
praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos
processuais, excetuando-se:
I – os atos previstos no art. 212, § 2º;
II – a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não
se suspendem pela superveniência delas:
I – os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conserva-
ção de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II – a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor
e curador;
III – os processos que a lei determinar.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os
sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.

Seção II
Do Lugar

Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do


juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de inte-
resse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado
e acolhido pelo juiz.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CAPÍTULO III
DOS PRAZOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em


lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em considera-
ção à complexidade do ato.
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial
do prazo.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos
processuais.
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendi-
dos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os
juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advo-
cacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o
período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem ses-
sões de julgamento.
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detri-
mento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o
prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de progra-


ma instituído pelo Poder Judiciário para promover a autocomposição, incum-
bindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos trabalhos.
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o trans-
porte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses.
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das par-
tes.
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorro-
gação de prazos poderá ser excedido.
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emen-
dar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando as-
segurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a
impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no
prazo que lhe assinar.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados ex-
cluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o
primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente foren-
se for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indispo-
nibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao
da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da
publicação.
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente
em seu favor, desde que o faça de maneira expressa.
Art. 226. O juiz proferirá:
I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;

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II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;


III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado,
pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido.
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no pra-
zo de 1 (um) dia e executar os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias,
contado da data em que:
I – houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II – tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que
teve ciência da ordem referida no inciso II.
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de ma-
nifestações em geral ocorrerá de forma automática, independentemente de
ato de serventuário da justiça.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escri-
tórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois)
réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a De-
fensoria Pública e o Ministério Público será contado da citação, da intimação
ou da notificação.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do come-
ço do prazo:
I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação
ou a intimação for pelo correio;
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação
ou a intimação for por oficial de justiça;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der

por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;

IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a ci-

tação ou a intimação for por edital;

V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao

término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação

for eletrônica;

VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não

havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente

cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de

carta;

VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Jus-

tiça impresso ou eletrônico;

VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos

autos, em carga, do cartório ou da secretaria.

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para con-

testar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI

do caput.

§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado in-

dividualmente.

§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por

quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de

representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da deter-

minação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.

Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de

ordem, a realização da citação ou da intimação será imediatamente informa-

da, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.

734
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Seção II
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades

Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem moti-


vo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.
§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo admi-
nistrativo, na forma da lei.
§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública po-
derá representar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder
os prazos previstos em lei.
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o
membro do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser
praticado.
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que ex-
ceder prazo legal.
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três)
dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa corres-
pondente à metade do salário-mínimo.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem
dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defenso-
ria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao
agente público responsável pelo ato.
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente res-
ponsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que
atuou no feito.
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública
poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Jus-
tiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos
em lei, regulamento ou regimento interno.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previa-


mente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado proce-
dimento para apuração da responsabilidade, com intimação do representado
por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (qua-
renta e oito) horas após a apresentação ou não da justificativa de que trata o
§ 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho Nacional
de Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico para
que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz
ou do relator contra o qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.

TÍTULO II
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.


§ 1º Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais
do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as
hipóteses previstas em lei.
§ 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato
houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.
§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência
ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo
real.
Art. 237. Será expedida carta:
I – de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º do art. 236;

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II – rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de


cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão
jurisdicional brasileiro;
III – precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou deter-
mine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo
a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de com-
petência territorial diversa;
IV – arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido
de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que impor-
tem efetivação de tutela provisória.
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal
ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara
federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.

CAPÍTULO II
DA CITAÇÃO

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou


o interessado para integrar a relação processual.
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou
do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou
de improcedência liminar do pedido.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta
ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresenta-
ção de contestação ou de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I – conhecimento, o réu será considerado revel;
II – execução, o feito terá seguimento.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompeten-
te, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,

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ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro


de 2002 (Código Civil).
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a
citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de pro-
positura da ação.
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto
no § 1º.
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente
ao serviço judiciário.
§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos
demais prazos extintivos previstos em lei.
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor
do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comu-
nicar-lhe o resultado do julgamento.
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa
do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interes-
sado.
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu manda-
tário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos
por eles praticados.
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que
deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes
para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel en-
carregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para
representar o locador em juízo.
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realiza-
da perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial.

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Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encon-


tre o réu, o executado ou o interessado.
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que
estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encon-
trado.
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II – de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, con-
sanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no
dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mental-
mente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocor-
rência.
§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará
laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família
apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando,
observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restrin-
gindo a nomeação à causa.
§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa
dos interesses do citando.
Art. 246. A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em
cartório;

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IV – por edital;


V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte,
as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos siste-
mas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações
e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios e às entidades da administração indireta.
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pes-
soalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em
condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país,
exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3º;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar
de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secre-
taria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e co-
municará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o car-
teiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a
pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a fun-
cionário responsável pelo recebimento de correspondências.
§ 3º Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requi-
sitos do art. 250.

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§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de aces-


so, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável
pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o re-
cebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da
correspondência está ausente.
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses
previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:
I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou resi-
dências;
II  – a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da
petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de re-
velia, ou para embargar a execução;
III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se
houver;
IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado
de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de media-
ção, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela
provisória;
VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de
que o subscreve por ordem do juiz.
Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o en-
contrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no
mandado.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procura-
do o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo

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suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,


qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a cita-
ção, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com con-
trole de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcio-
nário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independente-
mente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citan-
do a fim de realizar a diligência.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará infor-
mar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando
se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da fa-
mília ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora
presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com
qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o
nome.
§ 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que
será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria
enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado
da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspon-
dência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se si-
tuem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em
qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer ou-
tros atos executivos.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I – quando desconhecido ou incerto o citando;

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II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar


o citando;
III – nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que
recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notí-
cia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver
emissora de radiodifusão.
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas
as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de
informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de con-
cessionárias de serviços públicos.
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das
circunstâncias autorizadoras;
II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justi-
ça, que deve ser certificada nos autos;
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de
uma, da primeira;
IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de re-
velia.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja
feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, consi-
derando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente
a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá
em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.

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Art. 259. Serão publicados editais:


I – na ação de usucapião de imóvel;
II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;
III – em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a
provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou des-
conhecidos.

CAPÍTULO III
DAS CARTAS

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:


I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do
mandato conferido ao advogado;
III – a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV – o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1º O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem
como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documen-
tos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas
testemunhas.
§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este
será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se re-
fere o caput e será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas
da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento,
atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da
carta.

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§ 2º Expedida a carta, as partes acompanharão o cumprimento da dili-


gência perante o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de
comunicação.
§ 3º A parte a quem interessar o cumprimento da diligência cooperará
para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe
ser ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela
consta, a fim de se praticar o ato.
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será imediata-
mente comunicado ao órgão expedidor, que intimará as partes.
Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio
eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma
da lei.
Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrônico, por
telefone ou por telegrama conterão, em resumo substancial, os requisitos
mencionados no art. 250, especialmente no que se refere à aferição da au-
tenticidade.
Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do
juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta preca-
tória ao juízo em que houver de se cumprir o ato, por intermédio do escrivão
do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício
ou de uma vara, observando-se, quanto aos requisitos, o disposto no art.
264.
§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil ime-
diato, telefonará ou enviará mensagem eletrônica ao secretário do tribunal,
ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os ter-
mos da carta e solicitando-lhe que os confirme.
§ 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de secretaria submeterá a
carta a despacho.

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Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisitados por meio ele-


trônico e de telegrama, devendo a parte depositar, contudo, na secretaria do
tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às
despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.
Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, de-
volvendo-a com decisão motivada quando:
I – a carta não estiver revestida dos requisitos legais;
II – faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III – o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria ou da
hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter
a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo
de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

CAPÍTULO IV
DAS INTIMAÇÕES

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e


dos termos do processo.
§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da
outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício
de intimação e do aviso de recebimento.
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da
decisão ou da sentença.
§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realiza-
da perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial.
Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio ele-
trônico, na forma da lei.

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Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à


Advocacia Pública o disposto no § 1º do art. 246.
Art. 271. O juiz determinará de ofício as intimações em processos pen-
dentes, salvo disposição em contrário.
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se fei-
tas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, fi-
gure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente
registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os
nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscri-
ção na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade
de advogados.
§ 3º A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome com-
pleto e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na
Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 5º Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos
atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu de-
satendimento implicará nulidade.
§ 6º A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo ad-
vogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de
advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério
Público implicará intimação de qualquer decisão contida no processo retirado,
ainda que pendente de publicação.
§ 7º O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respec-
tivo credenciamento para a retirada de autos por preposto.
§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do
próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício
for reconhecido.

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§ 9º Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade


de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da in-
timação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a
reconheça.
Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na
localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de se-
cretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes:
I – pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;
II – por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domi-
ciliados fora do juízo.
Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às
partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos
do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo es-
crivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço
constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado,
se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comuni-
cada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante
de entrega da correspondência no primitivo endereço.
Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a
realização por meio eletrônico ou pelo correio.
§ 1º A certidão de intimação deve conter:
I – a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando,
quando possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o
expediu;
II – a declaração de entrega da contrafé;
III – a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no
mandado.
§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou
por edital.

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TÍTULO III
DAS NULIDADES

Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulida-


de, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade
em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz
deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo
impedimento.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não
for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Mi-
nistério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em
que ele deveria ter sido intimado.
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Pú-
blico, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem ob-
servância das prescrições legais.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os sub-
sequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não
prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingi-
dos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou
retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não pre-
judicar a parte.

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§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a


decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato
ou suprir-lhe a falta.
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação
dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que
forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde
que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.

TÍTULO IV
DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO

Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distri-


buídos onde houver mais de um juiz.
Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e ale-
atória, obedecendo-se rigorosa igualdade.
Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de
Justiça.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer na-
tureza:
I – quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já
ajuizada;
II – quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for
reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que
sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III – quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao
juízo prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra
hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proce-
der à respectiva anotação pelo distribuidor.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que con-


terá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico.
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração:
I – no caso previsto no art. 104;
II – se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
III – se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Cons-
tituição Federal ou em lei.
Art. 288. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o
erro ou compensará a falta de distribuição.
Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procu-
rador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.
Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na
pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de
ingresso em 15 (quinze) dias.

TÍTULO V
DO VALOR DA CAUSA

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico imediatamente aferível.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção
e será:
I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até
a data de propositura da ação;
II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento,
a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pe-
didas pelo autor;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de ava-


liação da área ou do bem objeto do pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente
à soma dos valores de todos eles;
VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido prin-
cipal.
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á
o valor de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual,
se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um)
ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quan-
do verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor
atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respei-
to, impondo, se for o caso, a complementação das custas.
Brasília, 16 de março de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Jaques Wagner
Joaquim Vieira Ferreira Levy
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.3.2015

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LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de en-
tidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba sub-
venção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limi-
tando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura

753
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas


no artigo anterior.
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados
a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, do-
losa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento
do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público
ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa respon-
sável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade
dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

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CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento
Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriqueci-


mento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisi-
ção, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamen-
tos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qual-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;

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VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indire-


ta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja des-
proporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou apli-
cação de verba pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indi-
retamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, ver-
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integran-
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

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I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao pa-


trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte-
grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e re-
gulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo
para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
-los indevidamente; (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei
ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

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XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinen-
tes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicita-
mente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, má-
quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a pres-
tação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e pré-
via dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
(Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades le-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de
2014) (Vigência)
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada
utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-
tração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades priva-
das sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

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XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das pres-


tações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti-
dades privadas; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação dada
pela Lei n. 13.204, de 2015)
XX  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei n. 13.204, de 2015)
XXI  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014) (Vigência)

Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016) (Produção de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão
ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou


omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar
n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de
2016) (Produção de efeito)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra


os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole

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os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às institui-


ções, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso da-
quele previsto, na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atri-
buições e que deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprova-
ção de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Redação dada
pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de ser-
viços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei n.
8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei n. 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
DAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumu-

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lativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei n.


12.120, de 2009).
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-
te ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamen-
to de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-
cunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
Lei Complementar n. 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente.

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CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimô-
nio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regu-
lamento) (Regulamento)
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, locali-
zado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os ob-
jetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que
o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e
no § 2º deste artigo.
CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prá-
tica de ato de improbidade.

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§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,


conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a
imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público
e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento adminis-
trativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedi-
mento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão re-
presentará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou tercei-
ro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o blo-
queio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indi-
ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Mi-
nistério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo


de não persecução cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessá-
rias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público,
aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei no 4.717, de 29
de junho de 1965. (Redação dada pela Lei n. 9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n. 1.984-16, de 2000) (Inclu-
ído pela Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham
indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fun-
damentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts.
16 a 18 do Código de Processo Civil. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordena-
rá a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que po-
derá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
dias. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de im-
probidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contes-
tação. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instru-
mento. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes
requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não
superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação
de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos
regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Proces-
so Penal. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica
interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária
de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano


ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento
ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
dicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra


agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a inde-
nizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só
se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente po-
derá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, em-
prego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Públi-
co, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta


lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II  – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da
prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 25. Ficam revogadas as Leis n.s 3.164, de 1º de junho de 1957,
e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da Independência e 104º da


República.
FERNANDO COLLOR
Célio Borja
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992

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DECRETO-LEI N. 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940


Vigência
(Vide Lei n. 1.521, de 1951)
(Vide Lei n. 5.741, de 1971)
(Vide Lei n. 5.988, de 1973)
(Vide Lei n. 6.015, de 1973)
(Vide Lei n. 6.404, de 1976)
(Vide Lei n. 6.515, de 1977)
(Vide Lei n. 6.538, de 1978)
(Vide Lei n. 6.710, de 1979)
(Vide Lei n. 7.492, de 1986)
(Vide Lei n. 8.176, de 1991)
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem pré-
via cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,


aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-


são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 1984)

Territorialidade

Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria pro-
duzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-


ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-
tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ain-
da que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

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§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-


curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

Pena – cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira pro-


duz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros
efeitos civis; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessa-
da; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Contagem de prazo (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restriti-


vas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a impu-


tação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-


tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-


ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com


a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela

Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-


ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da

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queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 18. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-


zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,


negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o


agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circuns-


tâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta


de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude


do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circuns-

776
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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tâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei

n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-


diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, res-


ponderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-
tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de


enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste arti-
go, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvol-
vimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omis-
são, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o


agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Emoção e paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de


efeitos análogos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por em-
briaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de cará-


ter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-


sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

780
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – pela morte do agente;


II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemen-
to constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação
dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não
excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não ex-
cede a quatro;

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Oficial

V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo


superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos


prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença conde-


natória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo
anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julga-
do para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data an-
terior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sen-

tença final

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


começa a correr: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Re-


dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta
a ação penal. (Redação dada pela Lei n. 12.650, de 2012)

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a cor-
rer: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do

livramento condicional

Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramen-


to condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição da multa

Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei


n. 9.268, de 1º.4.1996)

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I – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplica-


da; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o cri-


minoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não


corre: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecu-
ção penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória,
a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por
outro motivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Causas interruptivas da prescrição

Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei n.


7.209, de 11.7.1984)
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – pela pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorrí-
veis; (Redação dada pela Lei n. 11.596, de 2007).
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
VI – pela reincidência. (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 1º Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos cri-
mes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais
a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo,
todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade in-
cidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial

Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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PARTE ESPECIAL
(VIDE LEI N. 7.209, DE 1984)

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social


ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

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Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído


pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
VIII – (VETADO): (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei
n. 13.104, de 2015)

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-
minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)

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§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a


pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela
Lei n. 13.771, de 2018)
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

(Redação dada pela Lei n. 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automuti-


lação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei
n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela
Lei n. 13.968, de 2019)

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§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal


de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (In-
cluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da
rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor
de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

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Infanticídio

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, du-
rante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho pro-
voque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-
das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

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Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-


mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incuravel;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

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Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não


quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor so-


cial ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de


detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-


póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)

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§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-


juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Somente se procede mediante representação.

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Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-
ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Abandono de incapaz

Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos re-
sultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:


I – se o abandono ocorre em lugar ermo;

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II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou


curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei n.
10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-

cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-


tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).

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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela


Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:


I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

Difamação

Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

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Injúria

Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459, de
1997)

Disposições comuns

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,


se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-
geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Exclusão do crime

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-
ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-
-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

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CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-
sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a


execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de ar-
mas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Sequestro e cárcere privado

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído
pela Lei n. 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da de-
tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-


metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-
te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)

801
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,


com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-


jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)

802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas fun-
ções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Seção II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:

803
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Seção III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-


da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º Na mesma pena incorre:


I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

804
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-


mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §
1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento


comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Seção IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento par-
ticular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor,
e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:

805
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a


dois contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de

2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de


computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o
fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

806
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difun-


de dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da
conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta
prejuízo econômico. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver di-
vulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado
contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-
bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadu-
al, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012)
Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-
diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito

807
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-


cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-


metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.

808
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-


ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum

Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para ou-


trem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

809
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, em-
prega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impuni-
dade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.
13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)

810
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)


anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro

Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime

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é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação


dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela
Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situa-


ção de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal con-
tra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-


so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta comi-
nada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somen-
te se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,


marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:

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I – com violência à pessoa ou grave ameaça;


II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-


sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de


local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art.
164, somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-


colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

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II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-


grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta
as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regu-
lamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

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Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-


te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art.
155, § 2º.

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa


alheia como própria;

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Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-


tregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-


prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-


do, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimen-
to de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assis-
tência social ou beneficência.

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Estelionato contra idoso

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (In-


cluído pela Lei n. 13.228, de 2015)
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
II – criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019)
IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

Duplicata simulada

Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão


ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

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Induzimento à especulação

Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da


simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou


consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se


de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

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Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em pros-


pecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a eco-
nomia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,
faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em
proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-
cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.

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§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,


o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com


disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-


cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito


próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, des-


montar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma uti-

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lizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou


industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo
em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-


sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei


n. 13.330, de 2016)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

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TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Art. 214. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.


(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso


com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-


vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-
zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

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CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, con-


teúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado
sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Sedução

Art. 217. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário

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discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela
ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-


via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-

te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de
satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de
2009)

828
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,


de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração

sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela

Lei n. 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-
de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se ve-
rifiquem as práticas referidas no  caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da con-
denação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabe-
lecimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-

vel, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718, de

2018)

829
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime


é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

830
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Rapto consensual

Art. 220. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-


-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de


2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da

831
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei n.


13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído


pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

832
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou


fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexu-

al (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de ex-


ploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-
juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-
lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

833
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de


seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)


Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

834
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei n.


13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território na-
cional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao


público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

835
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos


referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-
ção ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-


cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título
correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

836
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-


quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-
do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

837
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela

Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-

ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

838
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais


grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-


lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)

Excesso de exação

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou


deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Corrupção passiva

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-


mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-


bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

840
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Condescendência criminosa

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-


bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exer-


cê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente
à violência.

Abandono de função

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

841
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-


porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

842
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Funcionário público

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de fun-
ção de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, socie-
dade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:


Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

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Pena – reclusão, de um a três anos.


§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência.

Desobediência

Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em ra-


zão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)

Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei n. 9.127,
de 1995)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,


para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)

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Oficial

Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-


tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada
pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-
mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-
trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-
geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)

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§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em


transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei


n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-
gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º Equipara-se às atividades co-
merciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)

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§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado


em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda


em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-


so ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,

de 2000)

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Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-


quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz

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poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-


ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 10.467, de 11.6.2002)

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-


NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-

do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de

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suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela


Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de

11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos


penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-
go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações
diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi ex-
pulso:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

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Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anoni-
mato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou prati-


cado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-


temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)

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§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-


cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada
a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei n.
10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo

Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

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Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-


ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de cri-


me a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-
mão do criminoso, fica isento de pena.

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Favorecimento real
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-
ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a en-
trada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012,
de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
12.012, de 2009).

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou sub-


metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido


a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-


nha sob custódia ou guarda:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

Motim de presos

Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-


sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

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Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio

Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-


texto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que


foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

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CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou ex-


terno, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-

gar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-


pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-

ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-


timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a

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ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art.359-D. Ordenar despesa não autorizada por


lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido


constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar oude promover o cancela-


mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato

ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

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Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento


de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no merca-

do (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-


ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360. Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego
da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-
sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da
República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código de Processo Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere


o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no ter-


ritório de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c)  a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,

860
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-


mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-
toridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
sinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capí-
tulo II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-
duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores di-
ligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – representar acerca da prisão preventiva.


Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)
II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-


za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluí-
do pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do regis-
tro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a
autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dis-
postas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tenta-
da, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá


ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento
da citação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela in-
vestigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado
à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores mi-
litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do

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ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,


se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei n.
12.681, de 2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-
cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese,
o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010,
de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

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TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de
27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arqui-
vamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebi-
mento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competen-

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te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído


pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
ção judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confes-
sado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguin-
tes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade
de fazê-lo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério
Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti-
dade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministé-
rio Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal impu-
tada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probató-
rios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, ex-
ceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao come-
timento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar,
ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defen-
sor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realiza-
da audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da
oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condi-
ções dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Mi-

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nistério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concor-
dância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante
o juízo de execução penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o §
5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Pú-
blico para a análise da necessidade de complementação das investigações ou
o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de
não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para
fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo inves-
tigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins pre-
vistos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o ju-
ízo competente decretará a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa

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dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas
do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento
ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de

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enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros-


seguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-
pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
único, e 31.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou
por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.

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§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-


presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento
da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-
ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-
ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,
poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação

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§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da


data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-
vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto
no art. 50.

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Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os


meios de prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração
assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.

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Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certi-


dão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a pu-
nibilidade.

TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições,
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tenta-

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da nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela


prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-


-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se

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mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quan-


do, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente
competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em con-
curso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra
as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:

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I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;


II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-
dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei n.
263, de 23.2.1948)
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação
dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.

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§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver


corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,
ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados
processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

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CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-
sar e julgar:
I – os seus ministros, nos crimes comuns;
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

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CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,
quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas
estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.
(Redação dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VII
DA PROVA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-

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vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela


Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas
as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, ade-
quação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução crimi-
nal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE

CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL


(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei n.
13.721, de 2018)
I – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os pro-
cedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preser-
vação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, cons-
tatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial inte-


resse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e
local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III  – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no
local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, po-
dendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável
a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo aten-
dimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise
pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio cole-
tado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, uti-
lizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número
de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o rece-
beu; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas

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e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formali-


zado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de
custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complemen-
tares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determi-
nado pela natureza do material. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas caracte-
rísticas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequa-
do e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à


análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o
local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utiliza-
do. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo reci-
piente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central
de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve
ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza cri-
minal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com
local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser
um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito
que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado de-
verão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devol-


vido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou con-
dições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em


prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-
nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.

889
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade


providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-
rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de
28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-
ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

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§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129,


§ 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se al-
tere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n.
5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-
ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.

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Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação


de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-
cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autorida-
de ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pe-
los peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

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Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que po-


derá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos
os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-
sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n.
8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária,


no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a

893
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segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem


como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou
a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmis-
são de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária
para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n.
11.900, de 2009)
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermi-
dade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,
nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompa-
nhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audi-
ência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-

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vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-


do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses
em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º des-
te artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 9º Na hipótese do § 8º  deste artigo, fica garantido o acompanha-
mento do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n.
11.900, de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interro-
gatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não pode-
rá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)

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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa


do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e
desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)

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Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes


se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres-
pondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte,
poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-
cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-
mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser
assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)

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Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de


ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-
-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada
por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.690, DE 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à

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sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído


pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-
tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-
minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-
formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.

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Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-


sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos do-
entes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma


testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-
mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presen-
ça de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-

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rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do


réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista
no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e
condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)

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§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação


dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, deven-
do, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
(Incluído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-
viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e
2º do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.

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Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-


midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-
vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

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CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-
vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-
temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha
presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.

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Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo


destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independente-
mente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos,
se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-
tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-
ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

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§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-


zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a rea-
lizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição
de mandado.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso
de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fi-
zer expedir.

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§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do manda-


do de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represen-
te, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-
lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os mo-
radores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assi-
nando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.

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Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos


da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território
de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apre-
ensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a ur-
gência desta.
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento
da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

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TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-


das observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do
fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-
da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fun-
damentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justi-
fiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em

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último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do


art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabí-
vel a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso con-
creto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respecti-
vo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

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d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;


e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresenta-
do ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de
custódia. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assi-
nada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade compe-
tente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de
dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição
do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da preca-
tória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-


dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que
fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no §
2º do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do man-
dado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro mu-
nicípio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde
o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois

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de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remo-


ção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que
o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entre-
gá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intima-
ção ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando

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a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetua-


rá a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefei-
to do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de
11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)

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§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste


exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei
n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judi-
ciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários
às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do manda-
do original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos


procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-
sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

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§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em


flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

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Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a


prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú-
blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organiza-
ção criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização
da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo res-

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ponderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei n.


13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo es-
tabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser rela-
xada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de des-
cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medi-
das cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fun-
damentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou con-
temporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma-
nutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade
de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão pre-
ventiva será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer ou-
tra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela in-


terlocutória, sentença ou acórdão, que: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra deci-
são; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-
car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece-
dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no
caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor
da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

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CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela


Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII  – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compa-
recimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou

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em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n.


12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).

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Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n.


12.403, de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormen-
te concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a
que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da


pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-
deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a
fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de

927
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Oficial

fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que cons-
tará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será
feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o
valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição
arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder
a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da


fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-
cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-


so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-
brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas
e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de
hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-
rio Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o
juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação


econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 53º da


República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.10.1941 e retificado


em 24.10.1941

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LEI N. 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989


Conversão da Medida Provisória n. 111, de 1989
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956),
em qualquer de sua formas típicas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);


o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e
do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informa-
ções e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo
de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-
ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.

933
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-


ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autori-
dade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão
preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo
do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acres-
cido da alínea i, com a seguinte redação:
“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-
manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.1989

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CÓDIGO PENAL MILITAR

(Vigência)
Código Penal Militar

Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar,


usando das atribuições que lhes confere o art. 3º do Ato Institucional n. 16,
de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º, do Ato Institu-
cional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

CÓDIGO PENAL MILITAR

PARTE GERAL
LIVRO ÚNICO

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.

Lei supressiva de incriminação


Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença con-
denatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
Retroatividade de lei mais benigna
§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, apli-
ca-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condena-
tória irrecorrível.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Apuração da maior benignidade


§ 2º Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior
devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas nor-
mas aplicáveis ao fato.

Medidas de segurança
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da
sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da
execução.

Lei excepcional ou temporária


Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.

Tempo do crime
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,
ainda que outro seja o do resultado.

Lugar do crime
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a
atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de partici-
pação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos
crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria re-
alizar-se a ação omitida.
Territorialidade, Extraterritorialidade
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados
e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no
território nacional, ou fora dêle, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.

936
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Território nacional por extensão


§ 1º Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão
do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por
ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.

Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros


§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de
aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administra-
ção militar, e o crime atente contra as instituições militares.

Conceito de navio
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio tôda em-
barcação sob comando militar.

Pena – cumprida no estrangeiro


Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Crimes militares em tempo de paz


Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I – os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso
na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo
disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;

937
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito


à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou asseme-
lhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à adminis-
tração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada
pela Lei n. 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patri-
mônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada. (Redação dada pela Lei n. 9.299, de 8.8.1996)
III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por
civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem ad-
ministrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigi-
lância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou
manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quan-
do legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação
legal superior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
(Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017)
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competên-
cia da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei
n. 13.491, de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Pre-
sidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei
n. 13.491, de 2017)
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão
militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei n. 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da
lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com
o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes di-
plomas legais: (Incluído pela Lei n. 13.491, de 2017)
a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aero-
náutica; (Incluída pela Lei n. 13.491, de 2017)
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei n.
13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo
Penal Militar; e (Incluída pela Lei n. 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela
Lei n. 13.491, de 2017)

Crimes militares em tempo de guerra


Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que
seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a pre-
paração, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma,
atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não pre-
vistos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações milita-
res ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

Militares estrangeiros
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas
fôrças armadas, ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o dis-
posto em tratados ou convenções internacionais.

Equiparação a militar da ativa


Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração
militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da apli-
cação da lei penal militar.

Militar da reserva ou reformado


Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilida-
des e prerrogativas do pôsto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei
penal militar, quando pratica ou contra êle é praticado crime militar.

Defeito de incorporação
Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei pe-
nal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Tempo de guerra
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal mi-
litar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou
com o decreto de mobilização se nêle estiver compreendido aquêle reconhe-
cimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

Contagem de prazo
Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do comêço. Contam-se os
dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Legislação especial. Salário-mínimo


Art. 17. As regras gerais dêste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei penal militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os
efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da
sentença.

Crimes praticados em prejuízo de país aliado


Art. 18. Ficam sujeitos às disposições dêste Código os crimes praticados
em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Brasil:
I – se o crime é praticado por brasileiro;
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estran-
geiro, militarmente ocupado por fôrça brasileira, qualquer que seja o agente.

Infrações disciplinares
Art. 19. Êste Código não compreende as infrações dos regulamentos dis-
ciplinares.

Crimes praticados em tempo de guerra


Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição es-
pecial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento
de um têrço.

941
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Assemelhado
Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Minis-
térios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de
disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.

Pessoa considerada militar


Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação dêste Código, qual-
quer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às fôrças ar-
madas, para nelas servir em pôsto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

Equiparação a comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei pe-
nal militar, tôda autoridade com função de direção.

Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sôbre
outro de igual pôsto ou graduação, considera-se superior, para efeito da apli-
cação da lei penal militar.

Crime praticado em presença do inimigo


Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato
ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situ-
ação de hostilidade.

Referência a “brasileiro” ou “nacional”


Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a “brasileiro” ou “nacional”,
compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.

Estrangeiros
Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados es-
trangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar


Art. 27. Quando êste Código se refere a funcionários, compreende, para
efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os
funcionários e auxiliares da Justiça Militar.

Casos de prevalência do Código Penal Militar


Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as ins-
tituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza
definidos em outras leis.

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade
Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime sòmente é im-
putável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a im-
putação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, impu-
tam-se, entretanto, a quem os praticou.
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assu-
miu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu compor-
tamento anterior, criou o risco de sua superveniência.
Art. 30. Diz-se o crime:

Crime consumado
I – consumado, quando nêle se reúnem todos os elementos de sua defi-
nição legal;

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Tentativa
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-
cias alheias à vontade do agente.

Pena – de tentativa
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime,
diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravi-
dade, aplicar a pena do crime consumado.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz


Art. 31. O agente que, voluntàriamente, desiste de prosseguir na execução
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Crime impossível
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por ab-
soluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma
pena é aplicável.
Art. 33. Diz-se o crime:

Culpabilidade
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de pro-
duzi-lo;
II – culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção,
ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das cir-
cunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.

Excepcionalidade do crime culposo


Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser puni-
do por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

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Nenhuma pena sem culpabilidade


Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só respon-
de o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente.

Êrro de direito
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave
quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever
militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou êrro de interpretação da lei, se
escusáveis.

Êrro de fato
Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por êrro ple-
namente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou
a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.

Êrro culposo
1º Se o êrro deriva de culpa, a êste título responde o agente, se o fato é
punível como crime culposo.

Êrro provocado
2º Se o êrro é provocado por terceiro, responderá êste pelo crime, a título
de dolo ou culpa, conforme o caso.

Êrro sôbre a pessoa


Art. 37. Quando o agente, por êrro de percepção ou no uso dos meios de
execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia
atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas
as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e
agravação ou atenuação da pena.

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Êrro quanto ao bem jurídico


§ 1º Se, por êrro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico
diverso do visado pelo agente, responde êste por culpa, se o fato é previsto
como crime culposo.

Duplicidade do resultado
§ 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no
caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 79.
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:

Coação irresistível
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo
a própria vontade;

Obediência hierárquica
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em ma-
téria de serviços.
1º Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.
2º Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente
criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível tam-
bém o inferior.

Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade


Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou
de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição,
contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evi-
tar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde
que não lhe era razoàvelmente exigível conduta diversa.

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Coação física ou material

Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não

pode invocar coação irresistível senão quando física ou material.

Atenuação de pena

Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coa-

ção, ou se a ordem não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se

era razoàvelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em

vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

Exclusão de crime

Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento do dever legal;

IV – em exercício regular de direito.

Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio,

aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade,

compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras

urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a

desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

Estado de necessidade, como excludente do crime

Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para

preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou,

nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza

e importância, é consideràvelmente inferior ao mal evitado, e o agente não

era legalmente obrigado a arrostar o perigo.

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Legítima defesa
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.

Excesso culposo
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, ex-
cede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se êste é
punível, a título de culpa.

Excesso escusável
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável sur-
prêsa ou perturbação de ânimo, em face da situação.

Excesso doloso
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por ex-
cesso doloso.

Elementos não constitutivos do crime


Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I – a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do
agente;
II – a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço
ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada
em repulsa a agressão.

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não
possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se

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de acôrdo com êsse entendimento, em virtude de doença mental, de desen-


volvimento mental incompleto ou retardado.

Redução facultativa da pena


Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas
diminui consideràvelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato
ou a de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena
pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto no art. 113.

Embriaguez
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez com-
pleta proveniente de caso fortuito ou fôrça maior, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou
de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen-
te por embriaguez proveniente de caso fortuito ou fôrça maior, não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento.

Menores
Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo com-
pletado dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para en-
tender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acôrdo com êste entendi-
mento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um têrço até a metade.

Equiparação a maiores
Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não te-
nham atingido essa idade:
a) os militares;

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b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispen-


sados temporàriamente desta, deixam de se apresentar, decorrido o prazo de
licenciamento;
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção
e disciplina militares, que já tenham completado dezessete anos.
Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito
e maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas,
curativas ou disciplinares determinadas em legislação especial.

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE AGENTES

Coautoria
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a êste cominadas.

Condições ou circunstâncias pessoais


§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos
outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comu-
nicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.

Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada em relação ao agente que:
I – promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes;
II – coage outrem à execução material do crime;
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-
dade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV – executa o crime, ou nêle participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.

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Atenuação de pena
§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime
é de somenos importância.

Cabeças
§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabe-
ças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são
êstes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de
oficial.

Casos de impunibilidade
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposi-
ção em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado.

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO I
DAS PENAS PRINCIPAIS

Penas principais
Art. 55. As penas principais são:
a) morte;
b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.

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Pena – de morte
Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.

Comunicação
Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo
que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada
senão depois de sete dias após a comunicação.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra,
pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interêsse da ordem e
da disciplina militares.

Mínimos e máximos genéricos


Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trin-
ta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez
anos.

Pena – até dois anos imposta a militar


Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada
a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a
suspensão condicional: (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)
I – pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;
II – pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de
presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade
por tempo superior a dois anos.

Separação de praças especiais e graduadas


Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena
de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das
graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação
especial.

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Pena – do assemelhado
Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o pôsto ou graduação
que lhe é correspondente.

Pena – dos não assemelhados


Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e ór-
gãos sob contrôle dêstes, regula-se a correspondência pelo padrão de remu-
neração.

Pena – superior a dois anos, imposta a militar


Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada
a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabeleci-
mento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme
a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá
gozar. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Pena – privativa da liberdade imposta a civil


Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabe-
lecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação
penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Re-
dação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Cumprimento em penitenciária militar


Parágrafo único. Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá
o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária
militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a senten-
ça. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Pena – de impedimento
Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no
recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar.

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Pena – de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou


função
Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou
função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na dispo-
nibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu
comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de
serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena.

Caso de reserva, reforma ou aposentadoria


Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver
na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será
convertida em pena de detenção, de três meses a um ano.

Pena – de reforma
Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade,
não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do sôldo, por ano de
serviço, nem receber importância superior à do sôldo.

Superveniência de doença mental


Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido
a manicômio judiciário ou, na falta dêste, a outro estabelecimento adequado,
onde lhe seja assegurada custódia e tratamento.

Tempo computável
Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de pri-
são provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou
manicômio, bem como o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial
irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisão
seja posterior ao crime de que se trata.

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Transferência de condenados
Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona
pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona.

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena privativa de liberdade


Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gra-
vidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta
a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano
ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos
determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e
sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

Determinação da pena
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual
delas é aplicável.

Limites legais da pena


§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quan-
tidade da pena aplicável.

Circunstâncias agravantes
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não in-
tegrantes ou qualificativas do crime:
I – a reincidência;
II – ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;

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c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito,


engano ou fôrça maior;
d) à traição, de emboscada, com surprêsa, ou mediante outro recurso in-
sidioso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
e) com o emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer
outro meio dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
f) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-
nistério ou profissão;
h) contra criança, velho ou enfêrmo;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou
qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) estando de serviço;
m) com emprêgo de arma, material ou instrumento de serviço, para êsse
fim procurado;
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua adminis-
tração;
o) em país estrangeiro.
Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de embria-
guez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por militar.

Reincidência
Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete nôvo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o
tenha condenado por crime anterior.

Temporariedade da reincidência
§ 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a condenação
anterior, se, entre a data do cumprimento ou extinção da pena e o crime pos-
terior, decorreu período de tempo superior a cinco anos.

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Crimes não considerados para efeito da reincidência


§ 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes anistiados.
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

Circunstância atenuantes
I – ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;
II – ser meritório seu comportamento anterior;
III – ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por
ato injusto da vítima;
d) confessado espontâneamente, perante a autoridade, a autoria do cri-
me, ignorada ou imputada a outrem;
e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não atendimento de
atenuantes
Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte,
ao juiz é facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas
no artigo.

Quantum da agravação ou atenuação


Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um têrço, guar-
dados os limites da pena cominada ao crime.

Mais de uma agravante ou atenuante


Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravante ou mais de uma atenuan-
te, o juiz poderá limitar-se a uma só agravação ou a uma só atenuação.

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Concurso de agravantes e atenuantes


Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-
mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente, e da reincidência. Se há equivalência entre umas e
outras, é como se não tivessem ocorrido.

Majorantes e minorantes
Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais de aumento ou diminuição
da pena, não fica o juiz adstrito aos limites da pena cominada ao crime, senão
apenas aos da espécie de pena aplicável (art. 58).
Parágrafo único. No concurso dessas causas especiais, pode o juiz limitar-
-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa
que mais aumente ou diminua.

Pena – base
Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada ou diminuída, de quantidade
fixa ou dentro de determinados limites, é a que o juiz aplicaria, se não exis-
tisse a circunstância ou causa que importa o aumento ou diminuição.

Criminoso habitual ou por tendência


Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendência, a pena
a ser imposta será por tempo indeterminado. O juiz fixará a pena corres-
pondente à nova infração penal, que constituirá a duração mínima da pena
privativa da liberdade, não podendo ser, em caso algum, inferior a três anos.

Limite da pena indeterminada


§ 1º A duração da pena indeterminada não poderá exceder a dez anos,
após o cumprimento da pena imposta.

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Habitualidade presumida
§ 2º Considera-se criminoso habitual aquêle que:
a) reincide pela segunda vez na prática de crime doloso da mesma na-
tureza, punível com pena privativa de liberdade em período de tempo não
superior a cinco anos, descontado o que se refere a cumprimento de pena;

Habitualidade reconhecível pelo juiz


b) embora sem condenação anterior, comete sucessivamente, em período
de tempo não superior a cinco anos, quatro ou mais crimes dolosos da mes-
ma natureza, puníveis com pena privativa de liberdade, e demonstra, pelas
suas condições de vida e pelas circunstâncias dos fatos apreciados em con-
junto, acentuada inclinação para tais crimes.

Criminoso por tendência


§ 3º Considera-se criminoso por tendência aquêle que comete homicídio,
tentativa de homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos motivos determinan-
tes e meios ou modo de execução, revela extraordinária torpeza, perversão
ou malvadez.

Ressalva do art. 113


§ 4º Fica ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 113.

Crimes da mesma natureza


§ 5º Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no mesmo
dispositivo legal, bem como os que, embora previstos em dispositivos diver-
sos, apresentam, pelos fatos que os constituem ou por seus motivos determi-
nantes, caracteres fundamentais comuns.

Concurso de crimes
Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ou mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, as penas privativas de

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liberdade devem ser unificadas. Se as penas são da mesma espécie, a pena


única é a soma de tôdas; se, de espécies diferentes, a pena única e a mais
grave, mas com aumento correspondente à metade do tempo das menos gra-
ves, ressalvado o disposto no art. 58.

Crime continuado
Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente, mediante
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhan-
tes, devem os subsequentes ser considerados como continuação do primeiro.
Parágrafo único. Não há crime continuado quando se trata de fatos ofen-
sivos de bens jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as ações ou omissões
sucessivas são dirigidas contra a mesma vítima.

Limite da pena unificada


Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar de trinta anos, se é de
reclusão, ou de quinze anos, se é de detenção.

Redução facultativa da pena


§ 1º A pena unificada pode ser diminuída de um sexto a um quarto, no
caso de unidade de ação ou omissão, ou de crime continuado.

Graduação no caso de pena de morte


§ 2º Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclu-
são como grau mínimo, aquela corresponde, para o efeito de graduação, à de
reclusão por trinta anos.

Cálculo da pena aplicável à tentativa


§ 3º Nos crimes punidos com a pena de morte, esta corresponde à de
reclusão por trinta anos, para cálculo da pena aplicável à tentativa, salvo dis-
posição especial.

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Ressalva do art. 78, § 2º, letra b


Art. 82. Quando se apresenta o caso do art. 78, § 2º, letra b , fica sem
aplicação o disposto quanto ao concurso de crimes idênticos ou ao crime con-
tinuado.

Penas não privativas de liberdade


Art. 83. As penas não privativas de liberdade são aplicadas distinta e in-
tegralmente, ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes.

CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Pressupostos da suspensão
Art. 84 - A execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2
(dois) anos, pode ser suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde
que: (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)
I – o sentenciado não haja sofrido no País ou no estrangeiro, condenação
irrecorrível por outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no
1º do art. 71; (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)
II – os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias
do crime, bem como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que
não tornará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Restrições
Parágrafo único. A suspensão não se estende às penas de reforma, sus-
pensão do exercício do pôsto, graduação ou função ou à pena acessória, nem
exclui a aplicação de medida de segurança não detentiva.

Condições
Art. 85. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinada
a suspensão.

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Revogação obrigatória da suspensão


Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I – é condenado, por sentença irrecorrível, na Justiça Militar ou na comum,
em razão de crime, ou de contravenção reveladora de má índole ou a que te-
nha sido imposta pena privativa de liberdade;
II – não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
III – sendo militar, é punido por infração disciplinar considerada grave.

Revogação facultativa
§ 1º A suspensão pode ser também revogada, se o condenado deixa de
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença.

Prorrogação de prazo
§ 2º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,
prorrogar o período de prova até o máximo, se êste não foi o fixado.
§ 3º Se o beneficiário está respondendo a processo que, no caso de con-
denação, pode acarretar a revogação, considera-se prorrogado o prazo da
suspensão até o julgamento definitivo.

Extinção da pena
Art. 87. Se o prazo expira sem que tenha sido revogada a suspensão, fica
extinta a pena privativa de liberdade.

Não aplicação da suspensão condicional da pena


Art. 88. A suspensão condicional da pena não se aplica:
I – ao condenado por crime cometido em tempo de guerra;
II – em tempo de paz:
a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento, de
violência contra superior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, sentinela, vi-
gia ou plantão, de desrespeito a superior, de insubordinação, ou de deserção;

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b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu pará-
grafo único, ns. I a IV.

CAPÍTULO IV
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos
Art. 89. O condenado a pena de reclusão ou de detenção por tempo igual
ou superior a dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que:
I – tenha cumprido:
a) metade da pena, se primário;
b) dois terços, se reincidente;
II – tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo
crime;
III – sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao tra-
balho e às circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à
sua vida pregressa permitem supor que não voltará a delinquir.

Penas em concurso de infrações


§ 1º No caso de condenação por infrações penais em concurso, deve ter-
-se em conta a pena unificada.

Condenação de menor de 21 ou maior de 70 anos


§ 2º Se o condenado é primário e menor de vinte e um ou maior de se-
tenta anos, o tempo de cumprimento da pena pode ser reduzido a um têrço.

Especificações das condições


Art. 90. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinado
o livramento.

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Preliminares da concessão
Art. 91. O livramento sòmente se concede mediante parecer do Conselho
Penitenciário, ouvidos o diretor do estabelecimento em que está ou tenha
estado o liberando e o representante do Ministério Público da Justiça Militar;
e, se imposta medida de segurança detentiva, após perícia conclusiva da não
periculosidade do liberando.

Observação cautelar e proteção do liberado


Art. 92. O liberado fica sob observação cautelar e proteção realizadas
por patronato oficial ou particular, dirigido aquêle e inspecionado êste pelo
Conselho Penitenciário. Na falta de patronato, o liberado fica sob observação
cautelar realizada por serviço social penitenciário ou órgão similar.

Revogação obrigatória
Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em
sentença irrecorrível, a penal privativa de liberdade:
I – por infração penal cometida durante a vigência do benefício;
II – por infração penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas,
não fica prejudicado o requisito do art. 89, n. I, letra a

Revogação facultativa
§ 1º O juiz pode, também, revogar o livramento se o liberado deixa de
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença ou é irrecorrìvel-
mente condenado, por motivo de contravenção, a pena que não seja privati-
va de liberdade; ou, se militar, sofre penalidade por transgressão disciplinar
considerada grave.

Infração sujeita à jurisdição penal comum


§ 2º Para os efeitos da revogação obrigatória, são tomadas, também, em
consideração, nos têrmos dos ns. I e II dêste artigo, as infrações sujeitas à

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jurisdição penal comum; e, igualmente, a contravenção compreendida no


§ 1º, se assim, com prudente arbítrio, o entender o juiz.

Efeitos da revogação
Art. 94. Revogado o livramento, não pode ser novamente concedido e, sal-
vo quando a revogação resulta de condenação por infração penal anterior ao
benefício, não se desconta na pena o tempo em que estêve sôlto o condenado.

Extinção da pena
Art. 95. Se, até o seu têrmo, o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Enquanto não passa em julgado a sentença em processo,
a que responde o liberado por infração penal cometida na vigência do livra-
mento, deve o juiz abster-se de declarar a extinção da pena.

Não aplicação do livramento condicional


Art. 96. O livramento condicional não se aplica ao condenado por crime
cometido em tempo de guerra.

Casos especiais do livramento condicional


Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condicional por crime contra
a segurança externa do país, ou de revolta, motim, aliciação e incitamen-
to, violência contra superior ou militar de serviço, só será concedido após o
cumprimento de dois terços da pena, observado ainda o disposto no art. 89,
preâmbulo, seus números II e III e §§ 1º e 2º.

CAPÍTULO V
DAS PENAS ACESSÓRIAS

Penas Acessórias
Art. 98. São penas acessórias:

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I – a perda de pôsto e patente;

II – a indignidade para o oficialato;

III – a incompatibilidade com o oficialato;

IV – a exclusão das fôrças armadas;

V – a perda da função pública, ainda que eletiva;

VI – a inabilitação para o exercício de função pública;

VII – a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;

VIII – a suspensão dos direitos políticos.

Função pública equiparada

Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em em-

prêsa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que

participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário.

Perda de pôsto e patente

Art. 99. A perda de pôsto e patente resulta da condenação a pena pri-

vativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das

condecorações.

Indignidade para o oficialato

Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o mili-

tar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem

ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243,

244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

Incompatibilidade com o oficialato

Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o

militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142.

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Exclusão das fôrças armadas


Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo
superior a dois anos, importa sua exclusão das fôrças armadas.

Perda da função pública


Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil:
I – condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abu-
so de poder ou violação de dever inerente à função pública;
II – condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais
de dois anos.
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou
reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza.

Inabilitação para o exercício de função pública


Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo
prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro
anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever
militar ou inerente à função pública.

Têrmo inicial
Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública
começa ao têrmo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida
de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a re-
ferida pena.

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela


Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois
anos, seja qual fôr o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio po-
der, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de
segurança imposta em substituição (art. 113).

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Suspensão provisória
Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão pro-
visória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.

Suspensão dos direitos políticos


Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medi-
da de segurança ìmposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação
para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado.

Imposição de pena acessória


Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, n. II, e 106, a imposição da
pena acessória deve constar expressamente da sentença.

Tempo computável
Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o tempo de
liberdade resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento con-
dicional, se não sobrevém revogação.

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Obrigação de reparar o dano


Art. 109. São efeitos da condenação:
I – tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime;

Perda em favor da Fazenda Nacional


II – a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado
ou de terceiro de boa-fé:
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;

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b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-


to auferido pelo agente com a sua prática.

TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Propositura da ação penal


Art. 121. A ação penal sòmente pode ser promovida por denúncia do Mi-
nistério Público da Justiça Militar.

Dependência de requisição
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando
o agente for militar ou assemelhado, depende da requisição do Ministério Mi-
litar a que aquêle estiver subordinado; no caso do art. 141, quando o agente
fôr civil e não houver coautor militar, a requisição será do Ministério da Justiça.

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Causas extintivas
Art. 123. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição;
V – pela reabilitação;
VI – pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).
Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a

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êste. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um dêles não impe-


de, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

Espécies de prescrição
Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena.

Prescrição da ação penal


Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º dêste arti-
go, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se:
I – em trinta anos, se a pena é de morte;
II – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
III – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não ex-
cede a doze;
IV – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede
a oito;
V – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a
quatro;
VI – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VII – em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.

Superveniência de sentença condenatória de que sòmente o réu


recorre
§ 1º Sobrevindo sentença condenatória, de que sòmente o réu tenha re-
corrido, a prescrição passa a regular-se pela pena imposta, e deve ser logo
declarada, sem prejuízo do andamento do recurso se, entre a última causa
interruptiva do curso da prescrição (§ 5º) e a sentença, já decorreu tempo
suficiente.

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Têrmo inicial da prescrição da ação penal


§ 2º A prescrição da ação penal começa a correr:
a) do dia em que o crime se consumou;
b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.

Caso de concurso de crimes ou de crime continuado


§ 3º No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a prescrição
é referida, não à pena unificada, mas à de cada crime considerado isolada-
mente.

Suspensão da prescrição
§ 4º A prescrição da ação penal não corre:
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime;
II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

Interrupção da prescrição
§ 5º O curso da prescrição da ação penal interrompe-se:
I – pela instauração do processo;
II – pela sentença condenatória recorrível.
§ 6º A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os
autores do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo proces-
so, a interrupção relativa a qualquer dêles estende-se aos demais.

Prescrição da execução da pena ou da medida de segurança que a


substitui
Art. 126. A prescrição da execução da pena privativa de liberdade ou da
medida de segurança que a substitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado

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na sentença e verifica-se nos mesmos prazos estabelecidos no art. 125, os


quais se aumentam de um têrço, se o condenado é criminoso habitual ou por
tendência.
§ 1º Começa a correr a prescrição:
a) do dia em que passa em julgado a sentença condenatória ou a que re-
voga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da in-
terrupção deva computar-se na pena.
§ 2º No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento ou
desinternação condicionais, a prescrição se regula pelo restante tempo da
execução.
§ 3º O curso da prescrição da execução da pena suspende-se enquanto o
condenado está prêso por outro motivo, e interrompe-se pelo início ou conti-
nuação do cumprimento da pena, ou pela reincidência.

Prescrição no caso de reforma ou suspensão de exercício


Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena
cominada, no máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do pôsto,
graduação, cargo ou função.

Disposições comuns a ambas as espécies de prescrição


Art. 128. Interrompida a prescrição, salvo o caso do § 3º, segunda parte,
do art. 126, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

Redução
Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o
criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de
setenta.

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Imprescritibilidade das penas acessórias


Art. 130. É imprescritível a execução das penas acessórias.

Prescrição no caso de insubmissão


Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia
em que o insubmisso atinge a idade de trinta anos.

Prescrição no caso de deserção


Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição,
esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta
e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.

Declaração de ofício
Art. 133. A prescrição, embora não alegada, deve ser declarada de ofício.

Reabilitação
Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença
definitiva.
§ 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em
que fôr extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução
desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do
dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do livra-
mento condicional, desde que o condenado:
a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido;
b) tenha dado, durante êsse tempo, demonstração efetiva e constante de
bom comportamento público e privado;
c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta
impossibilidade de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que com-
prove a renúncia da vítima ou novação da dívida.

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§ 2º A reabilitação não pode ser concedida:


a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em
contrário;
b) em relação aos atingidos pelas penas acessórias do art. 98, inciso VII,
se o crime fôr de natureza sexual em detrimento de filho, tutelado ou cura-
telado.

Prazo para renovação do pedido


§ 3º Negada a reabilitação, não pode ser novamente requerida senão após
o decurso de dois anos.
§ 4º Os prazos para o pedido de reabilitação serão contados em dôbro no
caso de criminoso habitual ou por tendência.

Revogação
§ 5º A reabilitação será revogada de ofício, ou a requerimento do Ministé-
rio Público, se a pessoa reabilitada fôr condenada, por decisão definitiva, ao
cumprimento de pena privativa da liberdade.

Cancelamento do registro de condenações penais


Art. 135. Declarada a reabilitação, serão cancelados, mediante averba-
ção, os antecedentes criminais.

Sigilo sôbre antecedentes criminais


Parágrafo único. Concedida a reabilitação, o registro oficial de condena-
ções penais não pode ser comunicado senão à autoridade policial ou judici-
ária, ou ao representante do Ministério Público, para instrução de processo
penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado.

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PARTE ESPECIAL

LIVRO I
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS

Hostilidade contra país estrangeiro


Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, ex-
pondo o Brasil a perigo de guerra:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.

Resultado mais grave


§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas, represália ou retorsão:
Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos.
§ 2º Se resulta guerra:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Provocação a país estrangeiro


Art. 137. Provocar o militar, diretamente, país estrangeiro a declarar
guerra ou mover hostilidade contra o Brasil ou a intervir em questão que res-
peite à soberania nacional:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Ato de jurisdição indevida


Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no território nacional, ato de
jurisdição de país estrangeiro, ou favorecer a prática de ato dessa natureza:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

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Violação de território estrangeiro


Art. 139. Violar o militar território estrangeiro, com o fim de praticar ato
de jurisdição em nome do Brasil:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Entendimento para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra


Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com país es-
trangeiro, para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra:
Pena – reclusão, de seis a doze anos.

Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil


Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização
nêle existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional
entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplo-
máticas:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos.

Resultado mais grave


§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas:
Pena – reclusão, de seis a dezoito anos.
§ 2º Se resulta guerra:
Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos.

Tentativa contra a soberania do Brasil


Art. 142. Tentar:
I – submeter o território nacional, ou parte dêle, à soberania de país es-
trangeiro;
II – desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planeja-
dos, o território nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa
do Brasil ou a sua soberania;

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III – internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território


nacional:
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte
anos, para os demais agentes.

Consecução de notícia, informação ou documento para fim de es-


pionagem
Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação
ou documento, cujo sigilo seja de interêsse da segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 1º A pena é de reclusão de dez a vinte anos:
I – se o fato compromete a preparação ou eficiência bélica do Brasil, ou o
agente transmite ou fornece, por qualquer meio, mesmo sem remuneração, a
notícia, informação ou documento, a autoridade ou pessoa estrangeira;
II – se o agente, em detrimento da segurança externa do Brasil, pro-
move ou mantém no território nacional atividade ou serviço destinado à
espionagem;
III – se o agente se utiliza, ou contribui para que outrem se utilize, de
meio de comunicação, para dar indicação que ponha ou possa pôr em perigo
a segurança externa do Brasil.

Modalidade culposa
§ 2º Contribuir culposamente para a execução do crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até
quatro anos, no caso do § 1º, n. I.

Revelação de notícia, informação ou documento


Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de
interêsse da segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

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Fim da espionagem militar


§ 1º Se o fato é cometido com o fim de espionagem militar:
Pena – reclusão, de seis a doze anos.

Resultado mais grave


§ 2º Se o fato compromete a preparação ou a eficiência bélica do país:
Pena – reclusão, de dez a vinte anos.

Modalidade culposa
§ 3º Se a revelação é culposa:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até
quatro anos, nos casos dos §§ 1º e 2.

Turbação de objeto ou documento


Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporària-
mente, objeto ou documento concernente à segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

Resultado mais grave


§ 1º Se o fato compromete a segurança ou a eficiência bélica do país:
Pena – Reclusão, de dez a vinte anos.

Modalidade culposa
§ 2º Contribuir culposamente para o fato:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Penetração com o fim de espionagem


Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introduzir-se clandestinamente ou sob
falso pretexto, em lugar sujeito à administração militar, ou centro industrial a
serviço de construção ou fabricação sob fiscalização militar, para colhêr infor-
mação destinada a país estrangeiro ou agente seu:

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Pena – reclusão, de três a oito anos.


Parágrafo único. Entrar, em local referido no artigo, sem licença de auto-
ridade competente, munido de máquina fotográfica ou qualquer outro meio
hábil para a prática de espionagem:
Pena – reclusão, até três anos.

Desenho ou levantamento de plano ou planta de local militar ou de


engenho de guerra
Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou planta de fortificação, quar-
tel, fábrica, arsenal, hangar ou aeródromo, ou de navio, aeronave ou engenho
de guerra motomecanizado, utilizados ou em construção sob administração
ou fiscalização militar, ou fotografá-los ou filmá-los:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sobrevoo em local interdito


Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito:
Pena – reclusão, até três anos.

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR

CAPÍTULO I
DO MOTIM E DA REVOLTA

Motim
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I – agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II – recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem
ou praticando violência;
III – assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou
violência, em comum, contra superior;

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IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento mi-


litar, ou dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, na-
vio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios
de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a
ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os
cabeças.

Revolta
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena – reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os
cabeças.

Organização de grupo para a prática de violência


Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com ar-
mamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à
pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administra-
ção militar:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos.

Omissão de lealdade militar


Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do
superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando
presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedi-lo:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

Conspiração
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do
crime previsto no artigo 149:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

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Isenção de pena
Parágrafo único. É isento de pena aquêle que, antes da execução do crime
e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste
de que participou.

Cumulação de penas
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

CAPÍTULO II
DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO

Aliciação para motim ou revolta


Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos
crimes previstos no capítulo anterior:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Incitamento
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime
militar:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui,
em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à
prática dos atos previstos no artigo.

Apologia de fato criminoso ou do seu autor


Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do
autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

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CAPÍTULO III
DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO

Violência contra superior


Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.

Formas qualificadas
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou
oficial general:
Pena – reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um têrço.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da
violência, a do crime contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.

Violência contra militar de serviço


Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto,
ou contra sentinela, vigia ou plantão:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

Formas qualificadas
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um
têrço.
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da
violência, a do crime contra a pessoa.
§ 3º Se da violência resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Ausência de dôlo no resultado


Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as cir-
cunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o
risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade.

CAPÍTULO IV
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A
FARDA

Desrespeito a superior
Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço


Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a
que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto,
a pena é aumentada da metade.

Desrespeito a símbolo nacional


Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à adminis-
tração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional:
Pena – detenção, de um a dois anos.

Despojamento desprezível
Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou dis-
tintivo, por menosprêzo ou vilipêndio:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado
diante da tropa, ou em público.

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CAPÍTULO V
DA INSUBORDINAÇÃO

Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sôbre assunto ou matéria
de serviço, ou relativamente a dever impôsto em lei, regulamento ou instrução:
Pena – detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Oposição a ordem de sentinela


Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para dis-
cussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de
dois a seis meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.

Publicação ou crítica indevida

Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou docu-


mento oficial, ou criticar públicamente ato de seu superior ou assunto atinen-
te à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Govêrno:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO OU ABUSO DE AUTORIDADE

Assunção de comando sem ordem ou autorização


Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorização, salvo se em grave
emergência, qualquer comando, ou a direção de estabelecimento militar:

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Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Conservação ilegal de comando


Art. 168. Conservar comando ou função legitimamente assumida, depois
de receber ordem de seu superior para deixá-los ou transmiti-los a outrem:
Pena – detenção, de um a três anos.

Operação militar sem ordem superior


Art. 169. Determinar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos
em que essa se dispensa, movimento de tropa ou ação militar:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

Forma qualificada
Parágrafo único. Se o movimento da tropa ou ação militar é em território
estrangeiro ou contra fôrça, navio ou aeronave de país estrangeiro:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Ordem arbitrária de invasão


Art. 170. Ordenar, arbitràriamente, o comandante de fôrça, navio, aero-
nave ou engenho de guerra motomecanizado a entrada de comandados seus
em águas ou território estrangeiro, ou sobrevoá-los:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos, ou reforma.

Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia


Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, dis-
tintivo ou insígnia de pôsto ou graduação superior:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

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Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qual-


quer pessoa
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a
que não tenha direito:
Pena – detenção, até seis meses.

Abuso de requisição militar


Art. 173. Abusar do direito de requisição militar, excedendo os podêres
conferidos ou recusando cumprir dever impôsto em lei:
Pena – detenção, de um a dois anos.

Rigor excessivo
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com ri-
gor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, por dois a seis meses, se o fato
não constitui crime mais grave.

Violência contra inferior


Art. 175. Praticar violência contra inferior:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Resultado mais grave


Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também
aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando fôr o caso,
ao disposto no art. 159.

Ofensa aviltante a inferior


Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou
pelo meio empregado, se considere aviltante:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior.

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CAPÍTULO VII
DA RESISTÊNCIA

Resistência mediante ameaça ou violência


Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência
ao executor, ou a quem esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Forma qualificada
§ 1º Se o ato não se executa em razão da resistência:
Pena – reclusão de dois a quatro anos.

Cumulação de penas
§ 2º As penas dêste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência, ou ao fato que constitua crime mais grave.

CAPÍTULO VIII
DA FUGA, EVASÃO, ARREBATAMENTO E AMOTINAMENTO DE PRESOS

Fuga de prêso ou internado


Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente prêsa ou sub-
metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Formas qualificadas
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada ou por mais de uma pessoa, ou
mediante arrombamento:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprêgo de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º Se o crime é praticado por pessoa sob cuja guarda, custódia ou con-
dução está o prêso ou internado:
Pena – reclusão, até quatro anos.

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Modalidade culposa
Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente prêsa, confiada à sua
guarda ou condução:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Evasão de prêso ou internado


Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se o prêso ou internado, usando de
violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de um a dois anos, além da correspondente à violência.
§ 1º Se a evasão ou a tentativa ocorre mediante arrombamento da prisão
militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Cumulação de penas
§ 2º Se ao fato sucede deserção, aplicam-se cumulativamente as penas
correspondentes.

Arrebatamento de prêso ou internado


Art. 181. Arrebatar prêso ou internado, a fim de maltratá-lo, do poder de
quem o tenha sob guarda ou custódia militar:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da correspondente à violência.

Amotinamento
Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina
do recinto de prisão militar:
Pena – reclusão, até três anos, aos cabeças; aos demais, detenção de um
a dois anos.

Responsabilidade de participe ou de oficial


Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento
ou, sendo oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para
debelar o amotinamento ou evitar-lhe as consequências.

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TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR

CAPÍTULO I
DA INSUBMISSÃO

Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do
prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato
oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.

Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporàriamente da in-
corporação, deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.

Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um têrço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação mi-
litar, quando escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do
último dia marcado para a apresentação.

Criação ou simulação de incapacidade física


Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado
para o serviço militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Substituição de convocado
Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na
inspeção de saúde.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Pena – detenção, de seis meses a dois anos.


Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.

Favorecimento a convocado
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcio-
nar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorpo-
ração, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes
previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.

CAPÍTULO II
DA DESERÇÃO

Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou
do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.

Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I – não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo
de trânsito ou férias;
II – deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de
oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agre-
gação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de
oito dias;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, crian-


do ou simulando incapacidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:

Atenuante especial
I – se o agente se apresenta voluntàriamente dentro em oito dias após a
consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um têrço, se de
mais de oito dias e até sessenta;

Agravante especial
II – se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país
estrangeiro, a pena é agravada de um têrço.

Deserção especial
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do
navio ou aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou
força em que serve: (Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se
apresentar, dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou,
na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao
comando militar competente.(Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro
horas e não excedente a cinco dias:
Pena – detenção, de dois a oito meses.
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada
pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subte-
nente ou suboficial, e de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei n. 9.764,
de 18.12.1998)

Concêrto para deserção


Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção:
I – se a deserção não chega a consumar-se:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Modalidade complexa
II – se consumada a deserção:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Deserção por evasão ou fuga


Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de deten-
ção ou de prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão,
permanecendo ausente por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Favorecimento a desertor
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-
-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão
para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de quatro meses a um ano.

Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Omissão de oficial
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou deven-
do saber encontrar-se entre os seus comandados:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

CAPÍTULO III
DO ABANDONO DE PÔSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO

Abandono de pôsto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de serviço que
lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Descumprimento de missão
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um têrço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de
metade.

Modalidade culposa
§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Retenção indevida
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função,
ou quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que
lhe haja sido confiado:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de três a seis meses, se o fato
não constitui crime mais grave.

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Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento


envolve ou constitui segrêdo relativo à segurança nacional:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

Omissão de eficiência da fôrça


Art. 198. Deixar o comandante de manter a fôrça sob seu comando em
estado de eficiência:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de três meses a um ano.

Omissão de providências para evitar danos


Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu al-
cance para evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares,
navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado em perigo:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Omissão de providências para salvar comandados


Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, en-
calhe, colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar tôdas as providências
adequadas para salvar os seus comandados e minorar as consequências do
sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quar-
tel ou sede militar sob seu comando:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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Omissão de socorro

Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de

guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou

náufragos que hajam pedido socorro:

Pena – suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos ou reforma.

Embriaguez em serviço

Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se

embriagado para prestá-lo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Dormir em serviço

Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou

de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de

sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer ser-

viço de natureza semelhante:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO IV

DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO

Exercício de comércio por oficial

Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou

gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como

acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade

limitada:

Pena – suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, ou

reforma.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO

Homicídio simples
Art. 205. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Minoração facultativa da pena


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um
têrço.

Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – por motivo fútil;
II – mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar
ou saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III – com emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qual-
quer outro meio dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;
IV – à traição, de emboscada, com surprêsa ou mediante outro recurso
insidioso, que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime;
VI – prevalecendo-se o agente da situação de serviço:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Homicídio culposo
Art. 206. Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a quatro anos.
§ 1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.

Multiplicidade de vítimas
§ 2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorre
morte de mais de uma pessoa ou também lesões corporais em outras pesso-
as, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Provocação direta ou auxílio a suicídio


Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se, ou prestar-lhe auxílio
para que o faça, vindo o suicídio consumar-se:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Agravação de pena
§ 1º Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a vítima é menor ou
tem diminuída, por qualquer motivo, a resistência moral, a pena é agravada.

Provocação indireta ao suicídio


§ 2º Com detenção de um a três anos, será punido quem, desumana e
reiteradamente, inflige maus tratos a alguém, sob sua autoridade ou depen-
dência, levando-o, em razão disso, à prática de suicídio.

Redução de pena
§ 3º Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa resulta lesão grave, a
pena é reduzida de um a dois terços.

997
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO II
DO GENOCÍDIO

Genocídio
Art. 208. Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou per-
tencente a determinada raça, com o fim de destruição total ou parcial dêsse
grupo:
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos.

Casos assimilados
Parágrafo único. Será punido com reclusão, de quatro a quinze anos,
quem, com o mesmo fim:
I – inflige lesões graves a membros do grupo;
II – submete o grupo a condições de existência, físicas ou morais, capazes
de ocasionar a eliminação de todos os seus membros ou parte dêles;
III – força o grupo à sua dispersão;
IV – impõe medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
V – efetua coativamente a transferência de crianças do grupo para outro
grupo.

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA

Lesão leve
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão grave
§ 1º Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente
de membro, sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais,
por mais de trinta dias:

998
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Pena – reclusão, até cinco anos.


§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutili-
zação de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o traba-
lho, ou deformidade duradoura:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesões qualificadas pelo resultado


§ 3º Se os resultados previstos nos §§ 1º e 2º forem causados culposa-
mente, a pena será de detenção, de um a quatro anos; se da lesão resultar
morte e as circunstâncias evidenciarem que o agente não quis o resultado,
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será de reclusão, até oito anos.

Minoração facultativa da pena


§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante va-
lor moral ou social ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um
têrço.
§ 5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo qual
dos contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das hipóteses
do parágrafo anterior, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços.

Lesão levíssima
§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como
disciplinar.

Lesão culposa
Art. 210. Se a lesão é culposa:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.

999
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Aumento de pena
§ 2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem
lesões em várias pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Participação em rixa
Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena – detenção, até dois meses.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão grave, aplica-se, pelo fato de
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO IV
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA OU DA SAÚDE

Abandono de pessoa
Art. 212. Abandonar o militar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
riscos resultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

Formas qualificadas pelo resultado


§ 1º Se do abandono resulta lesão grave:
Pena – reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Maus tratos
Art. 213. Expor a perigo a vida ou saúde, em lugar sujeito à administra-
ção militar ou no exercício de função militar, de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para o fim de educação, instrução, tratamento ou custó-
dia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujei-

1000
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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tando-a a trabalhos excessivos ou inadequados, quer abusando de meios de

correção ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Formas qualificadas pelo resultado


§ 1º Se do fato resulta lesão grave:
Pena – reclusão, até quatro anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de dois a dez anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia
Art. 214. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.

Exceção da verdade
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é ad-
mitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art.
218;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

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Difamação
Art. 215. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo único. A exceção da verdade sòmente se admite se a ofensa é
relativa ao exercício da função pública, militar ou civil, do ofendido.

Injúria
Art. 216. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:
Pena – detenção, até seis meses.

Injúria real
Art. 217. Se a injúria consiste em violência, ou outro ato que atinja a
pessoa, e, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considera aviltante:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

Disposições comuns
Art. 218. As penas cominadas nos antecedentes artigos dêste capítulo
aumentam-se de um têrço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de govêrno estrangeiro;
II – contra superior;
III – contra militar, ou funcionário público civil, em razão das suas funções;
IV – na presença de duas ou mais pessoas, ou de inferior do ofendido, ou
por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de re-
compensa, aplica-se a pena em dôbro, se o fato não constitui crime mais grave.

Ofensa às fôrças armadas


Art. 219. Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dig-
nidade ou abalar o crédito das fôrças armadas ou a confiança que estas me-
recem do público:

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Pena – detenção, de seis meses a um ano.


Parágrafo único. A pena será aumentada de um têrço, se o crime é come-
tido pela imprensa, rádio ou televisão.

Exclusão de pena
Art. 220. Não constitui ofensa punível, salvo quando inequívoca a inten-
ção de injuriar, difamar ou caluniar:
I – a irrogada em juízo, na discussão da causa, por uma das partes ou seu
procurador contra a outra parte ou seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica;
III – a apreciação crítica às instituições militares, salvo quando inequívoca
a intenção de ofender;
IV – o conceito desfavorável em apreciação ou informação prestada no
cumprimento do dever de ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e IV, responde pela ofensa quem lhe
dá publicidade.

Equivocidade da ofensa
Art. 221. Se a ofensa é irrogada de forma imprecisa ou equívoca, quem
se julga atingido pode pedir explicações em juízo. Se o interpelado se recusa
a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE

Seção I
Dos crimes contra a liberdade individual

Constrangimento ilegal
Art. 222. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-

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sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça,
o que ela não manda:
Pena – detenção, até um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Aumento de pena
§ 1º A pena aplica-se em dôbro, quando, para a execução do crime, se re-
únem mais de três pessoas, ou há emprêgo de arma, ou quando o constran-
gimento é exercido com abuso de autoridade, para obter de alguém confissão
de autoria de crime ou declaração como testemunha.
§ 2º Além da pena cominada, aplica-se a correspondente à violência.

Exclusão de crime
§ 3º Não constitui crime:
I – Salvo o caso de transplante de órgãos, a intervenção médica ou ci-
rúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se
justificada para conjurar iminente perigo de vida ou de grave dano ao corpo
ou à saúde;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça
Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer
outro meio simbólico, de lhe causar mal injusto e grave:
Pena – detenção, até seis meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se a ameaça é motivada por fato referente a serviço de
natureza militar, a pena é aumentada de um têrço.

Desafio para duelo


Art. 224. Desafiar outro militar para duelo ou aceitar-lhe o desafio, em-
bora o duelo não se realize:
Pena – detenção, até três meses, se o fato não constitui crime mais grave.

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Sequestro ou cárcere privado


Art. 225. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere
privado:
Pena – reclusão, até três anos.

Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de metade:
I – se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente;
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação de liberdade dura mais de quinze dias.

Formas qualificadas pelo resultado


§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou da natureza da de-
tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 3º Se, pela razão do parágrafo anterior, resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Seção II
Do crime contra a inviolabilidade do domicílio

Violação de domicílio
Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-
tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, até três meses.

Forma qualificada
§ 1º Se o crime é cometido durante o repouso noturno, ou com emprêgo de
violência ou de arma, ou mediante arrombamento, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

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Agravação de pena
§ 2º Aumenta-se a pena de um têrço, se o fato é cometido por militar em
serviço ou por funcionário público civil, fora dos casos legais, ou com inobser-
vância das formalidades prescritas em lei, ou com abuso de poder.

Exclusão de crime
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência em cumprimento de lei ou regulamento militar;
II – a qualquer hora do dia ou da noite para acudir vítima de desastre ou
quando alguma infração penal está sendo ali praticada ou na iminência de o ser.

Compreensão do têrmo “casa”


§ 4º O termo “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreende no têrmo “casa”:
I – hotel, hospedaria, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n. II do parágrafo anterior;
II – taverna, boate, casa de jôgo e outras do mesmo gênero.

Seção III
Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência ou
comunicação

Violação de correspondência
Art. 227. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência priva-
da dirigida a outrem:

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Pena – detenção, até seis meses.


§ 1º Nas mesmas penas incorre:
I – quem se apossa de correspondência alheia, fechada ou aberta, e, no
todo ou em parte, a sonega ou destrói;
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza, abusiva-
mente, comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou con-
versação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referida no número
anterior.

Aumento de pena
§ 2º A pena aumenta-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime com abuso de função, em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.

Natureza militar do crime


§ 4º Salvo o disposto no parágrafo anterior, qualquer dos crimes previstos
neste artigo só é considerado militar no caso do art. 9º, n. II, letra a .

Seção IV
Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos de
caráter particular

Divulgação de segrêdo
Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular si-
giloso ou de correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário,
desde que da divulgação possa resultar dano a outrem:
Pena – detenção, até seis meses.

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Violação de recato
Art. 229. Violar, mediante processo técnico o direito ao recato pessoal ou o
direito ao resguardo das palavras que não forem pronunciadas públicamente:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem divulga os fatos captados.

Violação de segrêdo profissional


Art. 230. Revelar, sem justa causa, segrêdo de que tem ciência, em razão
de função ou profissão, exercida em local sob administração militar, desde
que da revelação possa resultar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Natureza militar do crime


Art. 231. Os crimes previstos nos arts. 228 e 229 sòmente são conside-
rados militares no caso do art. 9º, n. II, letra a .

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES SEXUAIS

Estupro
Art. 232. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça:
Pena – reclusão, de três a oito anos, sem prejuízo da correspondente à
violência.

Atentado violento ao pudor


Art. 233. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
presenciar, a praticar ou permitir que com êle pratique ato libidinoso diverso
da conjunção carnal:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, sem prejuízo da correspondente à
violência.

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Corrupção de menores
Art. 234. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor de dezoito
e maior de quatorze anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzin-
do-a a praticá-lo ou presenciá-lo:
Pena – reclusão, até três anos.

Pederastia ou outro ato de libidinagem


Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com êle se pratique ato libidi-
noso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Presunção de violência
Art. 236. Presume-se a violência, se a vítima:
I – não é maior de quatorze anos, salvo fundada suposição contrária do
agente;
II – é doente ou deficiente mental, e o agente conhecia esta circunstância;
III – não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.

Aumento de pena
Art. 237. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se o
fato é praticado:
I – com o concurso de duas ou mais pessoas;
II – por oficial, ou por militar em serviço.

CAPÍTULO VIII
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno
Art. 238. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar:
Pena – detenção de três meses a um ano.

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Parágrafo único. A pena é agravada, se o fato é praticado por militar em


serviço ou por oficial.

Escrito ou objeto obsceno


Art. 239. Produzir, distribuir, vender, expor à venda, exibir, adquirir ou
ter em depósito para o fim de venda, distribuição ou exibição, livros, jornais,
revistas, escritos, pinturas, gravuras, estampas, imagens, desenhos ou qual-
quer outro objeto de caráter obsceno, em lugar sujeito à administração mili-
tar, ou durante o período de exercício ou manobras:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem distribui, vende, oferece à
venda ou exibe a militares em serviço objeto de caráter obsceno.

TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto simples
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, até seis anos.

Furto atenuado
§ 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou considerar a infração como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que não
exceda a um décimo da quantia mensal do mais alto salário mínimo do país.
§ 2º A atenuação do parágrafo anterior é igualmente aplicável no caso
em que o criminoso, sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou repara o
dano causado, antes de instaurada a ação penal.

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Energia de valor econômico


§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado
§ 4º Se o furto é praticado durante a noite:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 5º Se a coisa furtada pertence à Fazenda Nacional:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 6º Se o furto é praticado:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprêgo de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
§ 7º Aos casos previstos nos §§ 4º e 5º são aplicáveis as atenuações a
que se referem os §§ 1º e 2º. Aos previstos no § 6º é aplicável a atenuação
referida no § 2º.

Furto de uso
Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso momentâneo e, a se-
guir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava:
Pena – detenção, até seis meses.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a coisa usada é veí-
culo motorizado; e de um têrço, se é animal de sela ou de tiro.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo simples
Art. 242. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante
emprêgo ou ameaça de emprêgo de violência contra pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer modo, reduzido à impossibilidade de resistência:

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Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.


§ 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa,
emprega ou ameaça empregar violência contra pessoa, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para outrem.

Roubo qualificado
§ 2º A pena aumenta-se de um têrço até metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprêgo de arma;
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valôres, e o agente co-
nhece tal circunstância;
IV – se a vítima está em serviço de natureza militar;
V – se é dolosamente causada lesão grave;
VI – se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quis êsse resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.

Latrocínio
§ 3º Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou
a detenção da coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de alguém, a
pena será de reclusão, de quinze a trinta anos, sendo irrelevante se a lesão
patrimonial deixa de consumar-se. Se há mais de uma vítima dessa violência
à pessoa, aplica-se o disposto no art. 79.

Extorsão simples
Art. 243. Obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça:
a) a praticar ou tolerar que se pratique ato lesivo do seu patrimônio, ou
de terceiro;
b) a omitir ato de interêsse do seu patrimônio, ou de terceiro:
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.

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Formas qualificadas

§ 1º Aplica-se à extorsão o disposto no § 2º do art. 242.

§ 2º Aplica-se à extorsão, praticada mediante violência, o disposto no §

3º do art. 242.

Extorsão mediante sequestro

Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante

sequestro de pessoa, indevida vantagem econômica:

Pena – reclusão, de seis a quinze anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o sequestra-

do é menor de dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime é cometido

por mais de duas pessoas, a pena é de reclusão de oito a vinte anos.

§ 2º Se à pessoa sequestrada, em razão de maus tratos ou da natureza

do sequestro, resulta grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão é

aumentada de um têrço.

§ 3º Se o agente vem a empregar violência contra a pessoa sequestrada,

aplicam-se, correspondentemente, as disposições do art. 242, § 2º, ns. V e

VI,e § 3º.

Chantagem

Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevi-

da vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação

pode lesar a sua reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara:

Pena – reclusão, de três a dez anos.

Parágrafo único. Se a ameaça é de divulgação pela imprensa, radiodifusão

ou televisão, a pena é agravada.

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Extorsão indireta
Art. 246. Obter de alguém, como garantia de dívida, abusando de sua
premente necessidade, documento que pode dar causa a procedimento penal
contra o devedor ou contra terceiro:
Pena – reclusão, até três anos.

Aumento de pena
Art. 247. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se a
violência é contra superior, ou militar de serviço.

CAPÍTULO III
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita simples


Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou de-
tenção:
Pena – reclusão, até seis anos.

Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o valor da coisa excede vinte vêzes
o maior salário mínimo, ou se o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;
II – em razão de ofício, emprêgo ou profissão.

Apropriação de coisa havida acidentalmente


Art. 249. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
êrro, caso fortuito ou fôrça da natureza:
Pena – detenção, até um ano.

Apropriação de coisa achada


Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem acha coisa alheia perdida
e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou

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legítimo possuidor, ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do pra-


zo de quinze dias.
Art. 250. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§
1º e 2º do art. 240.

CAPÍTULO IV
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato
Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em êrro, mediante artifício, ardil ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de dois a sete anos.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria


I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia, coisa
alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria


II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sôbre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa


IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que entrega
a adquirente;

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Fraude no pagamento de cheque


V – defrauda de qualquer modo o pagamento de cheque que emitiu a favor
de alguém.
§ 2º Os crimes previstos nos ns. I a V do parágrafo anterior são conside-
rados militares sòmente nos casos do art. 9º, n. II, letras a e e .

Agravação de pena
§ 3º A pena é agravada, se o crime é cometido em detrimento da admi-
nistração militar.

Abuso de pessoa
Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de função,
em unidade, repartição ou estabelecimento militar, da necessidade, paixão ou
inexperiência, ou da doença ou deficiência mental de outrem, induzindo-o à
prática de ato que produza efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro,
ou em detrimento da administração militar:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§
1º e 2º do art. 240.

CAPÍTULO V
DA RECEPTAÇÃO

Receptação
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa
proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, rece-
ba ou oculte:
Pena – reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. São aplicáveis os §§ 1º e 2º do art. 240.

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Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela mani-
festa desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a ofe-
rece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior
a um décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

Punibilidade da receptação
Art. 256. A receptação é punível ainda que desconhecido ou isento de
pena o autor do crime de que proveio a coisa.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites
Art. 257. Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal
indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel sob administração militar:
Pena – detenção, até seis meses.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas sob ad-
ministração militar;

Invasão de propriedade
II – invade, com violência à pessoa ou à coisa, ou com grave ameaça, ou
mediante concurso de duas ou mais pessoas, terreno ou edifício sob adminis-
tração militar.

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Pena – correspondente à violência


§ 2º Quando há emprêgo de violência, fica ressalvada a pena a esta cor-
respondente.

Aposição, supressão ou alteração de marca


Art. 258. Apor, suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho
alheio, sob guarda ou administração militar, marca ou sinal indicativo de pro-
priedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

CAPÍTULO VII
DO DANO

Dano simples
Art. 259. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa alheia:
Pena – detenção, até seis meses.
Parágrafo único. Se se trata de bem público:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

Dano atenuado
Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é primário e a coisa
é de valor não excedente a um décimo do salário mínimo, o juiz pode atenuar
a pena, ou considerar a infração como disciplinar.
Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente aplicável, se,
dentro das condições nele estabelecidas, o criminoso repara o dano causado
antes de instaurada a ação penal.

Dano qualificada
Art. 261. Se o dano é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça;

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II  – com emprêgo de substância inflamável ou explosiva, se o fato não


constitui crime mais grave;
III – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Dano em material ou aparelhamento de guerra


Art. 262. Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de
utilidade militar, ainda que em construção ou fabricação, ou em efeitos reco-
lhidos a depósito, pertencentes ou não às fôrças armadas:
Pena – reclusão, até seis anos.

Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar


Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão ou
alagamento de navio de guerra ou de navio mercante em serviço militar, ou
nêle causar avaria:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
§ 1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da me-
tade; se resulta a morte, é aplicada em dôbro.
§ 2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de vio-
lência contra a pessoa, ser-lhe-á aplicada igualmente a pena a ela correspon-
dente.

Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em esta-


belecimentos militares
Art. 264. Praticar dano:
I – em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de
aviação, engenho de guerra motomecanizado, viatura em comboio militar,
arsenal, dique, doca, armazém, quartel, alojamento ou em qualquer outra
instalação militar;
II – em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro industrial
a serviço de construção ou fabricação militar:

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Pena – reclusão, de dois a dez anos.


Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos parágrafos do artigo anterior.

Desaparecimento, consunção ou extravio


Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, arma-
mento, munição, peças de equipamento de navio ou de aeronave ou de en-
genho de guerra motomecanizado:
Pena – reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Modalidades culposas
Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é de
detenção de seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial, suspensão do
exercício do pôsto de um a três anos, ou reforma; se resulta lesão corporal ou
morte, aplica-se também a pena cominada ao crime culposo contra a pessoa,
podendo ainda, se o agente é oficial, ser imposta a pena de reforma.

CAPÍTULO VIII
DA USURA

Usura pecuniária
Art. 267. Obter ou estipular, para si ou para outrem, no contrato de mútuo
de dinheiro, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade
do mutuário, juro que excede a taxa fixada em lei, regulamento ou ato oficial:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Casos assimilados
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em repartição ou local sob administra-
ção militar, recebe vencimento ou provento de outrem, ou permite que êstes
sejam recebidos, auferindo ou permitindo que outrem aufira proveito cujo
valor excede a taxa de três por cento

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Agravação de pena
2º A pena é agravada, se o crime é cometido por superior ou por funcio-
nário em razão da função.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio
Art. 268. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, ex-
pondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a oito anos.
§ 1º A pena é agravada:

Agravação de pena
I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária para
si ou para outrem;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou qualquer construção destinada a uso público ou
a obra de assistência social ou de cultura;
c) em navio, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária, rodoviária, aeródromo ou construção portuária;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
§ 2º Se culposo o incêndio:

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Incêndio culposo
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão
Art. 269. Causar ou tentar causar explosão, em lugar sujeito à admi-
nistração militar, expondo a perigo a vida, a integridade ou o patrimônio de
outrem:
Pena – reclusão, até quatro anos.

Forma qualificada
§ 1º Se a substância utilizada é dinamite ou outra de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada se ocorre qualquer das hipóteses previstas no §
1º, n. I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enu-
meradas no n. II do mesmo parágrafo.
§ 3º Se a explosão é causada pelo desencadeamento de energia nuclear:
Pena – reclusão, de cinco a vinte anos.

Modalidade culposa
§ 4º No caso de culpa, se a explosão é causada por dinamite ou substância
de efeitos análogos, a pena é detenção, de seis meses a dois anos; se é cau-
sada pelo desencadeamento de energia nuclear, detenção de três a dez anos;
nos demais casos, detenção de três meses a um ano.

Emprêgo de gás tóxico ou asfixiante


Art. 270. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, em lugar sujeito à administração militar, usando de gás tóxico ou asfi-
xiante ou prejudicial de qualquer modo à incolumidade da pessoa ou da coisa:
Pena – reclusão, até cinco anos.

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Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Abuso de radiação

Art. 271. Expor a perigo a vida ou a integridade física de outrem, em

lugar sujeito à administração militar, pelo abuso de radiação ionizante ou de

substância radioativa:

Pena – reclusão, até quatro anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Inundação

Art. 272. Causar inundação, em lugar sujeito à administração militar, ex-

pondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:

Pena – reclusão, de três a oito anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Perigo de inundação

Art. 273. Remover, destruir ou inutilizar obstáculo natural ou obra desti-

nada a impedir inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o

patrimônio de outrem, em lugar sujeito à administração militar:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

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Desabamento ou desmoronamento

Art. 274. Causar desabamento ou desmoronamento, em lugar sujeito à

administração militar, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o pa-

trimônio de outrem:

Pena – reclusão, até cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de socorro

Art. 275. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-

dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou

qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-

vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:

Pena – reclusão, de três a seis anos.

Fatos que expõem a perigo aparelhamento militar

Art. 276. Praticar qualquer dos fatos previstos nos artigos anteriores dês-

te capítulo, expondo a perigo, embora em lugar não sujeito à administração

militar navio, aeronave, material ou engenho de guerra motomecanizado ou

não, ainda que em construção ou fabricação, destinados às fôrças armadas,

ou instalações especialmente a serviço delas:

Pena – reclusão de dois a seis anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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Formas qualificadas pelo resultado


Art. 277. Se do crime doloso de perigo comum resulta, além da vontade
do agente, lesão grave, a pena é aumentada de metade; se resulta morte,
é aplicada em dôbro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a
pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao
homicídio culposo, aumentada de um têrço.

Difusão de epizootia ou praga vegetal


Art. 278. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,
plantação, pastagem ou animais de utilidade econômica ou militar, em lugar
sob administração militar:
Pena – reclusão, até três anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, até seis meses.

Embriaguez ao volante
Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob administração militar na via pú-
blica, encontrando-se em estado de embriaguez, por bebida alcoólica, ou
qualquer outro inebriante:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Perigo resultante de violação de regra de trânsito


Art. 280. Violar regra de regulamento de trânsito, dirigindo veículo sob
administração militar, expondo a efetivo e grave perigo a incolumidade de
outrem:
Pena – detenção, até seis meses.

Fuga após acidente de trânsito


Art. 281. Causar, na direção de veículo motorizado, sob administração
militar, ainda que sem culpa, acidente de trânsito, de que resulte dano pesso-

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al, e, em seguida, afastar-se do local, sem prestar socorro à vítima que dêle
necessite:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, sem prejuízo das cominadas
nos arts. 206 e 210.

Isenção de prisão em flagrante


Parágrafo único. Se o agente se abstém de fugir e, na medida que as cir-
cunstâncias o permitam, presta ou providencia para que seja prestado socor-
ro à vítima, fica isento de prisão em flagrante.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA OS MEIOS DE TRANSPORTE
E DE COMUNICAÇÃO

Perigo de desastre ferroviário


Art. 282. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro, sob adminis-
tração ou requisição militar emanada de ordem legal:
I – danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, ma-
terial rodante ou de tração, obra de arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acêrca do movimento dos veículos, ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento dos meios de comunicação;
IV – praticando qualquer outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Desastre efetivo
§ 1º Se do fato resulta desastre:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 2º Se o agente quis causar o desastre ou assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.

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Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Conceito de “estrada de ferro”


§ 4º Para os efeitos dêste artigo, entende-se por “estrada de ferro” qual-
quer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em
trilhos ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra transporte


Art. 283. Expor a perigo aeronave, ou navio próprio ou alheio, sob guarda,
proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, ou em lugar sujeito à
administração militar, bem como praticar qualquer ato tendente a impedir ou
dificultar navegação aérea, marítima, fluvial ou lacustre sob administração,
guarda ou proteção militar:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Superveniência de sinistro
§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe do navio, ou a
queda ou destruição da aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra viatura ou outro meio de transporte


Art. 284. Expor a perigo viatura ou outro meio de transporte militar, ou
sob guarda, proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, impedir-
-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – reclusão, até três anos.

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Desastre efetivo
§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é reclusão de dois a cinco anos.

Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, até um ano.

Formas qualificadas pelo resultado


Art. 285. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 282 a 284, no
caso de desastre ou sinistro, resulta morte de alguém, aplica-se o disposto
no art. 277.

Arremêsso de projétil
Art. 286. Arremessar projétil contra veículo militar, em movimento, des-
tinado a transporte por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, até seis meses.

Forma qualificada pelo resultado


Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do homicídio culposo,
aumentada de um têrço.

Atentado contra serviço de utilidade militar


Art. 287. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de
água, luz, fôrça ou acesso, ou qualquer outro de utilidade, em edifício ou ou-
tro lugar sujeito à administração militar:
Pena – reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um têrço até metade, se o
dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento
do serviço.

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Interrupção ou perturbação de serviço ou meio de comunicação


Art. 288. Interromper, perturbar ou dificultar serviço telegráfico, telefô-
nico, telemétrico, de televisão, telepercepção, sinalização, ou outro meio de
comunicação militar; ou impedir ou dificultar a sua instalação em lugar sujei-
to à administração militar, ou desde que para esta seja de interêsse qualquer
daqueles serviços ou meios:
Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena
Art. 289. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena será agravada, se
forem cometidos em ocasião de calamidade pública.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE

Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito


similar
Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gra-
tuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso
próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo subs-
tância entorpecente, ou que determine dependência física ou psíquica, em
lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacôrdo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Casos assimilados
§ 1º Na mesma pena incorre, ainda que o fato incriminado ocorra em lugar
não sujeito à administração militar:
I – o militar que fornece, de qualquer forma, substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica a outro militar;
II – o militar que, em serviço ou em missão de natureza militar, no país ou
no estrangeiro, pratica qualquer dos fatos especificados no artigo;

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III – quem fornece, ministra ou entrega, de qualquer forma, substância


entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica a militar em
serviço, ou em manobras ou exercício.

Forma qualificada
§ 2º Se o agente é farmacêutico, médico, dentista ou veterinário:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Receita ilegal
Art. 291. Prescrever o médico ou dentista militar, ou aviar o farmacêu-
tico militar receita, ou fornecer substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica, fora dos casos indicados pela terapêutica, ou
em dose evidentemente maior que a necessária, ou com infração de preceito
legal ou regulamentar, para uso de militar, ou para entrega a êste; ou para
qualquer fim, a qualquer pessoa, em consultório, gabinete, farmácia, labora-
tório ou lugar, sujeitos à administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Casos assimilados
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
I – o militar ou funcionário que, tendo sob sua guarda ou cuidado subs-
tância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em far-
mácia, laboratório, consultório, gabinete ou depósito militar, dela lança mão
para uso próprio ou de outrem, ou para destino que não seja lícito ou regular;
II – quem subtrai substância entorpecente ou que determine dependência
física ou psíquica, ou dela se apropria, em lugar sujeito à administração mi-
litar, sem prejuízo da pena decorrente da subtração ou apropriação indébita;
III – quem induz ou instiga militar em serviço ou em manobras ou exer-
cício a usar substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica;

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IV – quem contribui, de qualquer forma, para incentivar ou difundir o uso


de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíqui-
ca, em quartéis, navios, arsenais, estabelecimentos industriais, alojamentos,
escolas, colégios ou outros quaisquer estabelecimentos ou lugares sujeitos à
administração militar, bem como entre militares que estejam em serviço, ou
o desempenhem em missão para a qual tenham recebido ordem superior ou
tenham sido legalmente requisitados.

Epidemia
Art. 292. Causar epidemia, em lugar sujeito à administração militar, me-
diante propagação de germes patogênicos:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

Forma qualificada
§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dôbro.

Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Envenenamento com perigo extensivo


Art. 293. Envenenar água potável ou substância alimentícia ou medicinal,
expondo a perigo a saúde de militares em manobras ou exercício, ou de inde-
finido número de pessoas, em lugar sujeito à administração militar:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

Caso assimilado
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem em lugar sujeito à administração
militar, entrega a consumo, ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída,
água ou substância envenenada.

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Forma qualificada
§ 2º Se resulta a morte de alguém:
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos.

Modalidade culposa
§ 3º Se o crime é culposo, a pena é de detenção, de seis meses a dois
anos; ou, se resulta a morte, de dois a quatro anos.

Corrupção ou poluição de água potável


Art. 294. Corromper ou poluir água potável de uso de quartel, fortaleza,
unidade, navio, aeronave ou estabelecimento militar, ou de tropa em mano-
bras ou exercício, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Fornecimento de substância nociva


Art. 295. Fornecer às fôrças armadas substância alimentícia ou medicinal
corrompida, adulterada ou falsificada, tornada, assim, nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 296. Fornecer às fôrças armadas substância alimentícia ou medicinal
alterada, reduzindo, assim, o seu valor nutritivo ou terapêutico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, até seis meses.

Omissão de notificação de doença


Art. 297. Deixar o médico militar, no exercício da função, de denunciar à
autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR

CAPÍTULO I
DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA

Desacato a superior
Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou
procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou co-
mandante da unidade a que pertence o agente.

Desacato a militar
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou
em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

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Desacato a assemelhado ou funcionário


Art. 300. Desacatar assemelhado ou funcionário civil no exercício de fun-
ção ou em razão dela, em lugar sujeito à administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

Desobediência
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:
Pena – detenção, até seis meses.

Ingresso clandestino
Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio,
aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito à administração militar, por onde
seja defeso ou não haja passagem regular, ou iludindo a vigilância da senti-
nela ou de vigia:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

CAPÍTULO II
DO PECULATO

Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou
comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de três a quinze anos.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou des-
vio é de valor superior a vinte vêzes o salário mínimo.

Peculato-furto
§ 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou
detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja

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subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe


proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.

Peculato culposo
§ 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem
subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Extinção ou minoração da pena


§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante aproveitamento do êrro de outrem


Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício
do cargo ou comissão, recebeu por êrro de outrem:
Pena – reclusão, de dois a sete anos.

CAPÍTULO III
DA CONCUSSÃO, EXCESSO DE EXAÇÃO E DESVIO

Concussão
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Excesso de exação
Art. 306. Exigir impôsto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou,
quando devido, empregar na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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Desvio

Art. 307. Desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu inde-

vidamente, em razão do cargo ou função, para recolher aos cofres públicos:

Pena – reclusão, de dois a doze anos.

CAPÍTULO IV

DA CORRUPÇÃO

Corrupção passiva

Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda

que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem in-

devida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem

ou promessa, o agente retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou

o pratica infringindo dever funcional.

Diminuição de pena

§ 2º Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com

infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Corrupção ativa

Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para

a prática, omissão ou retardamento de ato funcional:

Pena – reclusão, até oito anos.

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Aumento de pena
Parágrafo único. A pena é aumentada de um têrço, se, em razão da van-
tagem, dádiva ou promessa, é retardado ou omitido o ato, ou praticado com
infração de dever funcional.

Participação ilícita
Art. 310. Participar, de modo ostensivo ou simulado, diretamente ou por
interposta pessoa, em contrato, fornecimento, ou concessão de qualquer ser-
viço concernente à administração militar, sôbre que deva informar ou exercer
fiscalização em razão do ofício:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem adquire para si, direta ou
indiretamente, ou por ato simulado, no todo ou em parte, bens ou efeitos em
cuja administração, depósito, guarda, fiscalização ou exame, deve intervir em
razão de seu emprêgo ou função, ou entra em especulação de lucro ou inte-
rêsse, relativamente a êsses bens ou efeitos.

CAPÍTULO V
DA FALSIDADE

Falsificação de documento
Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular,
ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a adminis-
tração ou o serviço militar:
Pena – sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo do-
cumento particular, reclusão, até cinco anos.

Agravação da pena
§ 1º A pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repar-
tição militar.

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Documento por equiparação


§ 2º Equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico
ou a fita ou fio de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração
destinada à prova de fato jurìdicamente relevante.

Falsidade ideológica
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que
dêle devia constar, ou nêle inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sôbre fato jurìdicamente relevante, desde que o fato atente
contra a administração ou o serviço militar:
Pena – reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até
três anos, se o documento é particular.

Cheque sem fundos


Art. 313. Emitir cheque sem suficiente provisão de fundos em poder do
sacado, se a emissão é feita de militar em favor de militar, ou se o fato atenta
contra a administração militar:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Circunstância irrelevante
§ 1º Salvo o caso do art. 245, é irrelevante ter sido o cheque emitido para
servir como título ou garantia de dívida.

Atenuação de pena
§ 2º Ao crime previsto no artigo aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do
art. 240.

Certidão ou atestado ideológicamente falso


Art. 314. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função, ou profis-
são, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo, pôsto ou função,

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ou isenção de ônus ou de serviço, ou qualquer outra vantagem, desde que o


fato atente contra a administração ou serviço militar:
Pena – detenção, até dois anos.

Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é praticado com o fim de
lucro ou em prejuízo de terceiro.

Uso de documento falso


Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados
por outrem, a que se referem os artigos anteriores:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento
Art. 316. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-
trem, ou em prejuízo alheio, documento verdadeiro, de que não podia dispor,
desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o documento é público; reclusão,
até cinco anos, se o documento é particular.

Uso de documento pessoal alheio


Art. 317. Usar, como próprio, documento de identidade alheia, ou de
qualquer licença ou privilégio em favor de outrem, ou ceder a outrem docu-
mento próprio da mesma natureza, para que dêle se utilize, desde que o fato
atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – detenção, até seis meses, se o fato não constitui elemento de cri-
me mais grave.

Falsa identidade
Art. 318. Atribuir-se, ou a terceiro, perante a administração militar, falsa
identidade, para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para cau-
sar dano a outrem:

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Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime


mais grave.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL

Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interêsse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Violação do dever funcional com o fim de lucro


Art. 320. Violar, em qualquer negócio de que tenha sido incumbido pela
administração militar, seu dever funcional para obter especulativamente van-
tagem pessoal, para si ou para outrem:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento


Art. 321. Extraviar livro oficial, ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo, sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Condescendência criminosa
Art. 322. Deixar de responsabilizar subordinado que comete infração no
exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao co-
nhecimento da autoridade competente:
Pena – se o fato foi praticado por indulgência, detenção até seis meses; se
por negligência, detenção até três meses.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Não inclusão de nome em lista


Art. 323. Deixar, no exercício de função, de incluir, por negligência, qualquer
nome em relação ou lista para o efeito de alistamento ou de convocação militar:
Pena – detenção, até seis meses.

Inobservância de lei, regulamento ou instrução


Art. 324. Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento
ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração
militar:
Pena – se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se
por negligência, suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou fun-
ção, de três meses a um ano.

Violação ou divulgação indevida de correspondência ou comunicação


Art. 325. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência dirigi-
da à administração militar, ou por esta expedida:
Pena – detenção, de dois a seis meses, se o fato não constitui crime mais
grave.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, ainda que não seja funcio-
nário, mas desde que o fato atente contra a administração militar:
I – indevidamente se se apossa de correspondência, embora não fechada,
e no todo ou em parte a sonega ou destrói;
II – indevidamente divulga, transmite a outrem, ou abusivamente utiliza
comunicação de interêsse militar;
III – impede a comunicação referida no número anterior.

Violação de sigilo funcional


Art. 326. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo ou função e
que deva permanecer em segrêdo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo
da administração militar:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

Violação de sigilo de proposta de concorrência


Art. 327. Devassar o sigilo de proposta de concorrência de interêsse da
administração militar ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Obstáculo à hasta pública, concorrência ou tomada de preços


Art. 328. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de hasta pública,
concorrência ou tomada de preços, de interêsse da administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Exercício funcional ilegal


Art. 329. Entrar no exercício de pôsto ou função militar, ou de cargo ou
função em repartição militar, antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar o exercício, sem autorização, depois de saber que foi exonerado,
ou afastado, legal e definitivamente, qualquer que seja o ato determinante
do afastamento:
Pena – detenção, até quatro meses, se o fato não constitui crime mais
grave.

Abandono de cargo
Art. 330. Abandonar cargo público, em repartição ou estabelecimento
militar:
Pena – detenção, até dois meses.

Formas qualificadas
§ 1º Se do fato resulta prejuízo à administração militar:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:


Pena – detenção, de um a três anos.

Aplicação ilegal de verba ou dinheiro


Art. 331. Dar às verbas ou ao dinheiro público aplicação diversa da esta-
belecida em lei:
Pena – detenção, até seis meses.

Abuso de confiança ou boa-fé


Art. 332. Abusar da confiança ou boa-fé de militar, assemelhado ou fun-
cionário, em serviço ou em razão dêste, apresentando-lhe ou remetendo-lhe,
para aprovação, recebimento, anuência ou aposição de visto, relação, nota,
empenho de despesa, ordem ou fôlha de pagamento, comunicação, ofício ou
qualquer outro documento, que sabe, ou deve saber, serem inexatos ou irre-
gulares, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

Forma qualificada
§ 1º A pena é agravada, se do fato decorre prejuízo material ou processo
penal militar para a pessoa de cuja confiança ou boa-fé se abusou.

Modalidade culposa
§ 2º Se a apresentação ou remessa decorre de culpa:
Pena – detenção, até seis meses.

Violência arbitrária
Art. 333. Praticar violência, em repartição ou estabelecimento militar, no
exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da correspondente à
violência.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Patrocínio indébito
Art. 334. Patrocinar, direta ou indiretamente, interêsse privado perante a
administração militar, valendo-se da qualidade de funcionário ou de militar:
Pena – detenção, até três meses.
Parágrafo único. Se o interêsse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO MILITAR

Usurpação de função
Art. 335. Usurpar o exercício de função em repartição ou estabelecimento
militar:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.

Tráfico de influência
Art. 336. Obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa de van-
tagem, a pretexto de influir em militar ou assemelhado ou funcionário de
repartição militar, no exercício de função:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Aumento de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o agente alega ou insinua que a
vantagem é também destinada ao militar ou assemelhado, ou ao funcionário.

Subtração ou inutilização de livro, processo ou documento


Art. 337. Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-
so ou qualquer documento, desde que o fato atente contra a administração
ou o serviço militar:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Inutilização de edital ou de sinal oficial

Art. 338. Rasgar, ou de qualquer forma inutilizar ou conspurcar edital afi-

xado por ordem da autoridade militar; violar ou inutilizar sêlo ou sinal empre-

gado, por determinação legal ou ordem de autoridade militar, para identificar

ou cerrar qualquer objeto:

Pena – detenção, até um ano.

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 339. Impedir, perturbar ou fraudar em prejuízo da Fazenda Nacional,

concorrência, hasta pública ou tomada de preços ou outro qualquer processo

administrativo para aquisição ou venda de coisas ou mercadorias de uso das

fôrças armadas, seja elevando arbitràriamente os preços, auferindo lucro ex-

cedente a um quinto do valor da transação, seja alterando substância, quali-

dade ou quantidade da coisa ou mercadoria fornecida, seja impedindo a livre

concorrência de outros fornecedores, ou por qualquer modo tornando mais

onerosa a transação:

Pena – detenção, de um a três anos.

§ 1º Na mesma pena incorre o intermediário na transação.

§ 2º É aumentada a pena de um terço, se o crime ocorre em período de

grave crise econômica.

TÍTULO VIII

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR

Recusa de função na Justiça Militar

Art. 340. Recusar o militar ou assemelhado exercer, sem motivo legal,

função que lhe seja atribuída na administração da Justiça Militar:

Pena – suspensão do exercício do pôsto ou cargo, de dois a seis meses.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Desacato
Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no exercício da função
ou em razão dela:
Pena – reclusão, até quatro anos.

Coação
Art. 342. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
terêsse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona, ou é chamada a intervir em inquérito policial, processo admi-
nistrativo ou judicial militar:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Denunciação caluniosa
Art. 343. Dar causa à instauração de inquérito policial ou processo judicial
militar contra alguém, imputando-lhe crime sujeito à jurisdição militar, de que
o sabe inocente:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o agente se serve do anonimato
ou de nome suposto.

Comunicação falsa de crime


Art. 344. Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
de crime sujeito à jurisdição militar, que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, até seis meses.

Auto-acusação falsa
Art. 345. Acusar-se, perante a autoridade, de crime sujeito à jurisdição
militar, inexistente ou praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como tes-

temunha, perito, tradutor ou intérprete, em inquérito policial, processo admi-

nistrativo ou judicial, militar:

Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Aumento de pena

1º A pena aumenta-se de um têrço, se o crime é praticado mediante

subôrno.

Retratação

2º O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença o agente se retrata

ou declara a verdade.

Corrupção ativa de testemunha, perito ou intérprete

Art. 347. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem

a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, ne-

gar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação,

em inquérito policial, processo administrativo ou judicial, militar, ainda que a

oferta não seja aceita:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Publicidade opressiva

Art. 348. Fazer pela imprensa, rádio ou televisão, antes da intercorrência

de decisão definitiva em processo penal militar, comentário tendente a exer-

cer pressão sôbre declaração de testemunha ou laudo de perito:

Pena – detenção, até seis meses.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Desobediência a decisão judicial

Art. 349. Deixar, sem justa causa, de cumprir decisão da Justiça Militar,

ou retardar ou fraudar o seu cumprimento:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

§ 1º No caso de transgressão dos arts. 116, 117 e 118, a pena será cum-

prida sem prejuízo da execução da medida de segurança.

§ 2º Nos casos do art. 118 e seus §§ 1º e 2º, a pena pela desobediência

é aplicada ao representante, ou representantes legais, do estabelecimento,

sociedade ou associação.

Favorecimento pessoal

Art. 350. Auxiliar a subtrair-se à ação da autoridade autor de crime mili-

tar, a que é cominada pena de morte ou reclusão:

Pena – detenção, até seis meses.

Diminuição de pena

§ 1º Se ao crime é cominada pena de detenção ou impedimento, suspen-

são ou reforma:

Pena – detenção, até três meses.

Isenção de pena

§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-

mão do criminoso, fica isento da pena.

Favorecimento real

Art. 351. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-

ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Inutilização, sonegação ou descaminho de material probante

Art. 352. Inutilizar, total ou parcialmente, sonegar ou dar descaminho a

autos, documento ou objeto de valor probante, que tem sob guarda ou recebe

para exame:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, se o fato não constitui crime

mais grave.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se a inutilização ou o descaminho resulta de ação ou

omissão culposa:

Pena – detenção, até seis meses.

Exploração de prestígio

Art. 353. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-

texto de influir em juiz, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,

perito, tradutor, intérprete ou testemunha, na Justiça Militar:

Pena – reclusão, até cinco anos.

Aumento de pena

Parágrafo único. A pena é aumentada de um têrço, se o agente alega ou

insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas

referidas no artigo.

Desobediência a decisão sôbre perda ou suspensão de atividade

ou direito

Art. 354. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que

foi suspenso ou privado por decisão da Justiça Militar:

Pena – detenção, de três meses a dois anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.

Augusto Hamann Rademaker Grunewald


Aurélio De Lyra Tavares
Márcio De Souza E Mello
Luís Antônio Da Gama E Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.10.1969

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

Vigência Código de Processo Penal Militar

Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica


Militar , usando das atribuições que lhes confere o art. 3º do Ato Institucional
n. 16, de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º do Ato
Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR


LIVRO I
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DA LEI DE PROCESSO PENAL MILITAR E DA SUA APLICAÇÃO

Fontes de Direito Judiciário Militar

Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste


Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação
especial que lhe fôr estritamente aplicável.

Divergência de normas

§ 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de


convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.

Aplicação subsidiária

§ 2º Aplicam-se, subsidiàriamente, as normas dêste Código aos processos


regulados em leis especiais.

1051
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Interpretação literal

Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido


literal de suas expressões. Os têrmos técnicos hão de ser entendidos em sua
acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação.

Interpretação extensiva ou restritiva

§ 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva,


quando fôr manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita
e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.

Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal

§ 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando:


a) cercear a defesa pessoal do acusado;
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a
natureza;
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao
processo.

Suprimento dos casos omissos

Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:


a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso
concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar;
b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Aplicação no espaço e no tempo

Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito interna-


cional, aplicam-se as normas dêste Código:
Tempo de paz
I – em tempo de paz:
a) em todo o território nacional;
b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasilei-
ra, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a
segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julga-
do pela justiça estrangeira;
c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vi-
gilância da fôrça militar brasileira, ou em ligação com esta, de fôrça militar
estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extrater-
ritorial;
d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves,
onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que
estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por or-
dem de autoridade militar competente;
e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito
à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou
a segurança nacional;

Tempo de guerra

II – em tempo de guerra:
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de fôrça militar
brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vi-
gilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações;
c) em território estrangeiro militarmente ocupado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Aplicação intertemporal

Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, in-


clusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711,
e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Aplicação à Justiça Militar Estadual

Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no


que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e
à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes
previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polí-
cias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.

TÍTULO II
CAPÍTULO ÚNICO
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

Exercício da polícia judiciária militar

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o
território nacional e fora dêle, em relação às fôrças e órgãos que constituem
seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem
missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação a entida-
des que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos
órgãos, fôrças e unidades que lhes são subordinados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra,


nos órgãos, fôrças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação
de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos
órgãos e unidades dos respectivos territórios;
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do
Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica;
h) pelos comandantes de fôrças, unidades ou navios;

Delegação do exercício

§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e


comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em oficial de pôsto superior ao do indiciado, seja
êste oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
§ 3º Não sendo possível a designação de oficial de pôsto superior ao do in-
diciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo pôsto, desde que mais antigo.
§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para
a delegação, a antiguidade de pôsto.

Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro

§ 5º Se o pôsto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo ab-


soluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao
ministro competente a designação de oficial da reserva de pôsto mais eleva-
do para a instauração do inquérito policial militar; e, se êste estiver iniciado,
avocá-lo, para tomar essa providência.

1055
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Competência da polícia judiciária militar

Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Minis-
tério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos pro-
cessos, bem como realizar as diligências que por êles lhe forem requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acêrca da prisão preven-
tiva e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições dêste Código,
nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis
à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil
competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

TÍTULO III
CAPÍTULO ÚNICO
DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

Finalidade do inquérito

Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos


têrmos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de ins-
trução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos neces-
sários à propositura da ação penal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os


exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito,
por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código.

Modos por que pode ser iniciado

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou co-
mando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator;
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que,
em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e
confirmada, posteriormente, por ofício;
c) em virtude de requisição do Ministério Público;
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25;
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente,
ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha co-
nhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar;
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte in-
dício da existência de infração penal militar.

Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator

§ 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandante, diretor ou


chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a
infração penal, será feita a comunicação do fato à autoridade superior compe-
tente, para que esta torne efetiva a delegação, nos têrmos do § 2º do art. 7º.

Providências antes do inquérito

§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável


por comando, direção ou chefia, ou aquêle que o substitua ou esteja de dia,
de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediata-
mente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha co-
nhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Infração de natureza não militar

§ 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza militar, co-


municará o fato à autoridade policial competente, a quem fará apresentar o
infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será
feita ao Juiz de Menores.

Oficial general como infrator

§ 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o fato ao


ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites
regulamentares.

Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no curso

do inquérito

§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência


de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as
providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro
oficial, nos têrmos do § 2º do art. 7º.

Escrivão do inquérito

Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo


encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação
para aquêle fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado fôr
oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.

Compromisso legal

Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do


inquérito e de cumprir fielmente as determinações dêste Código, no exercício
da função.

1058
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Medidas preliminares ao inquérito

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a
situação das coisas, enquanto necessário; (Vide Lei n. 6.174, de 1974)
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com
o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colhêr tôdas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.

Formação do inquérito

Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação dêste:

Atribuição do seu encarregado

a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;


b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e
a quaisquer outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada,
destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas,
peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes
tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias
ou exames.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Reconstituição dos fatos

Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração pra-


ticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou
a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar.

Assistência de procurador

Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional im-


portância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar
do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência.

Encarregado de inquérito. Requisitos

Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de


pôsto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de
infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, ofi-
cial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.

Sigilo do inquérito

Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que
dêle tome conhecimento o advogado do indiciado.

Incomunicabilidade do indiciado. Prazo.

Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indi-


ciado, que estiver legalmente prêso, por três dias no máximo.

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Detenção de indiciado

Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar


detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a
detenção à autoridade judiciária competente. Êsse prazo poderá ser prorro-
gado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona
Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por
via hierárquica.

Prisão preventiva e menagem. Solicitação

Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito soli-


citará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decreta-
ção da prisão preventiva ou de menagem, do indiciado.

Inquirição durante o dia

Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável,


que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em
período que medeie entre as sete e as dezoito horas.

Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento

§ 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições


ou depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções,
no final daquele período.

Inquirição. Limite de tempo

§ 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecuti-


vas, sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de pres-
tar declarações além daquele têrmo. O depoimento que não ficar concluído
às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora
determinada pelo encarregado do inquérito.

1061
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o
primeiro dia que o fôr, salvo caso de urgência.

Prazos para terminação do inquérito

Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado


estiver prêso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto,
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.

Prorrogação de prazo

§ 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou
perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elu-
cidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno,
de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.

Diligências não concluídas até o inquérito

§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo difi-


culdade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de
perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os docu-
mentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a
juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inqué-
rito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemu-
nhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.

Dedução em favor dos prazos

3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo


motivo previsto no § 5º do art. 10.

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Oficial

Reunião e ordem das peças de inquérito

Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reu-
nidas num só processado e dactilografadas, em espaço dois, com as fôlhas
numeradas e rubricadas, pelo escrivão.

Juntada de documento

Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do


encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo têrmo, mencionan-
do a data.

Relatório

Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o


seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de
crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sôbre a conve-
niência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais.

Solução

§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inqué-


rito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação,
para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de
ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as
julgar necessárias.

Advocação

§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o dele-


gou poderá avocá-lo e dar solução diferente.

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Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição

Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscri-


ção Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos ins-
trumentos desta, bem como dos objetos que interessem à sua prova.

Remessa a Auditorias Especializadas

§ 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha,


do Exército e da Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização
de cada uma. Onde houver mais de uma na mesma sede, especializada ou
não, a remessa será feita à primeira Auditoria, para a respectiva distribuição.
Os incidentes ocorridos no curso do inquérito serão resolvidos pelo juiz a que
couber tomar conhecimento do inquérito, por distribuição.
§ 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão re-
metidos à 1ª Auditoria da Circunscrição com sede na Capital da União, aten-
dida, contudo, a especialização referida no § 1º.

Arquivamento de inquérito. Proibição

Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de in-
quérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade
do indiciado.

Instauração de nôvo inquérito

Art. 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro,


se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira
pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
§ 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos
ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.
§ 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se
entender inadequada a instauração do inquérito.

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Devolução de autos de inquérito

Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade


policial militar, a não ser:
I - mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele con-
sideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
II - por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento
de formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que
julgue necessária.
Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não exce-
dente de vinte dias, para a restituição dos autos.

Suficiência do auto de flagrante delito

Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua au-
toria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras
diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a
identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplica-
ção da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial
militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.

Dispensa de Inquérito

Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência


requisitada pelo Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos
ou outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publica-
ção, cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.

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TÍTULO IV
CAPÍTULO ÚNICO
DA AÇÃO PENAL MILITAR E DO SEU EXERCÍCIO

Promoção da ação penal

Art. 29. A ação penal é pública e sòmente pode ser promovida por denún-
cia do Ministério Público Militar.

Obrigatoriedade

Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver:


a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
b) indícios de autoria.

Dependência de requisição do Govêrno

Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar,
a ação penal; quando o agente fôr militar ou assemelhado, depende de re-
quisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo Ministério
a que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo Código,
quando o agente fôr civil e não houver co-autor militar, a requisição será do
Ministério da Justiça.

Comunicação ao procurador-geral da República

Parágrafo único. Sem prejuízo dessa disposição, o procurador-geral da


Justiça Militar dará conhecimento ao procurador-geral da República de fato
apurado em inquérito que tenha relação com qualquer dos crimes referidos
neste artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Proibição de existência da denúncia

Art. 32. Apresentada a denúncia, o Ministério Público não poderá desistir


da ação penal.

Exercício do direito de representação

Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, po-


derá provocar a iniciativa do Ministério Publico, dando-lhe informações sôbre
fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os elementos
de convicção.

Informações

§ 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autentica-


das; se verbais, serão tomadas por têrmo perante o juiz, a pedido do órgão
do Ministério Público, e na presença dêste.

Requisição de diligências

§ 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à auto-


ridade policial militar para que esta proceda às diligências necessárias ao es-
clarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para esse fim.

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TÍTULO V
DO PROCESSO PENAL MILITAR EM GERAL
CAPÍTULO ÚNICO
DO PROCESSO

Direito de ação e defesa. Poder de jurisdição

Art. 34. O direito de ação é exercido pelo Ministério Público, como repre-
sentante da lei e fiscal da sua execução, e o de defesa pelo acusado, cabendo
ao juiz exercer o poder de jurisdição, em nome do Estado.

Relação processual. Início e extinção

Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz,


efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a
sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não.

Casos de suspensão

Parágrafo único. O processo suspende-se ou extingue-se nos casos pre-


vistos neste Código.

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TÍTULO VI
DO JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO

CAPÍTULO I
DO JUIZ E SEUS AUXILIARES

Seção I
Do Juiz

Função do juiz

Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e


manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requi-
sitar a fôrça militar.
§ 1º Sempre que êste Código se refere a juiz abrange, nesta denomina-
ção, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou colegiadas, no exercício
das respectivas competências atributivas ou processuais.

Independência da função

§ 2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência se-


não, nos têrmos legais, à autoridade judiciária que lhe é superior.

Impedimento para exercer a jurisdição

Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente
consangüíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;
b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;

1069
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato


ou de direito, sôbre a questão;
d) êle próprio ou seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, fôr parte ou diretamente interessado.

Inexistência de atos

Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados por


juiz impedido, nos têrmos dêste artigo.

Casos de suspeição do juiz

Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado
por qualquer das partes:
a) se fôr amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;
b) se êle, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro,
estiver respondendo a processo por fato análogo, sôbre cujo caráter crimino-
so haja controvérsia;
c) se êle, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim até o segundo
grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser
julgado por qualquer das partes;
d) se êle, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar
demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas;
e) se tiver dado parte oficial do crime;
f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
g) se êle ou seu cônjuge fôr herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário
de bens ou empregador de qualquer das partes;
h) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no
processo;
i) se fôr credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspeição entre adotante e adotado

Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mes-
mos têrmos da resultante entre ascendente e descendente, mas não se es-
tenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo
da adoção.

Suspeição por afinidade

Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por afi-


nidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo so-
brevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem descen-
dentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau na linha
ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem
fôr parte do processo.

Suspeição provocada

Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la.

Seção II
Dos auxiliares do juiz

Funcionários e serventuários da Justiça

Art. 42. Os funcionários ou serventuários da justiça Militar são, nos


processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações
devem obedecer.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Escrivão

Art. 43. O escrivão providenciará para que estejam em ordem e em dia


as peças e têrmos dos processos.

Oficial de Justiça

Art. 44. O oficial de justiça realizará as diligências que lhe atribuir a lei de
organização judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do
juiz, certificando o ocorrido, no respectivo instrumento, com designação de
lugar, dia e hora.

Diligências

§ 1º As diligências serão feitas durante o dia, em período que medeie en-


tre as seis e as dezoito horas e, sempre que possível, na presença de duas
testemunhas.

Mandados

§ 2º Os mandados serão entregues em cartório, logo depois de cumpridos,


salvo motivo de fôrça maior.

Convocação de substituto. Nomeação ad hoc

Art. 45. Nos impedimentos do funcionário ou serventuário de justiça, o


juiz convocará o substituto; e, na falta dêste, nomeará um ad hoc , que
prestará compromisso de bem desempenhar a função, tendo em atenção as
ordens do juiz e as determinações de ordem legal.

1072
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspeição de funcionário ou serventuário

Art. 46. O funcionário ou serventuário de justiça fica sujeito, no que fôr


aplicável, às mesmas normas referentes a impedimento ou suspeição do juiz,
inclusive o disposto no art. 41.

Seção III
Dos peritos e intérpretes

Nomeação de peritos

Art. 47 Os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem interven-


ção das partes.

Preferência

Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomeados de preferência dentre


oficiais da ativa, atendida a especialidade.

Compromisso legal

Parágrafo único. O perito ou intérprete prestará compromisso de desem-


penhar a função com obediência à disciplina judiciária e de responder fiel-
mente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes.

Encargo obrigatório

Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não pode ser recusado, salvo
motivo relevante que o nomeado justificará, para apreciação do juiz.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Penalidade em caso de recusa

Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa cor-
respondente até três dias de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos por
exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá
de um décimo à metade do maior salário mínimo do país.

Casos extensivos

Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que,


sem justa causa:
a) deixar de acudir ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita,
nos prazos estabelecidos.

Não comparecimento do perito

Art. 51. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, o


juiz poderá determinar sua apresentação, oficiando, para êsse fim, à auto-
ridade militar ou civil competente, quando se tratar de oficial ou de funcio-
nário público.

Impedimentos dos peritos

Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:


a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o exercício
de função pública;
b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sôbre o objeto da perícia;
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho;
d) os menores de vinte e um anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspeição de peritos e intérpretes

Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes fôr aplicável, o
disposto sôbre suspeição de juízes.

CAPÍTULO II
DAS PARTES

Seção I
Do acusador

Ministério Público

Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal


militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de competência ori-
ginária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os
órgãos judiciários de primeira instância.

Pedido de absolvição

Parágrafo único. A função de órgão de acusação não impede o Ministério


Público de opinar pela absolvição do acusado, quando entender que, para
aquêle efeito, existem fundadas razões de fato ou de direito.

Fiscalização e função especial do Ministério Público

Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei penal


militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de hierarquia e
disciplina, como bases da organização das Fôrças Armadas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Independência do Ministério Público

Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de natureza


processual sem dependência a quaisquer determinações que não emanem de
decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no uso de atribui-
ção prevista neste Código e regularmente exercida, havendo no exercício das
funções recíproca independência entre os órgãos do Ministério Público e os da
ordem judiciária.

Subordinação direta ao procurador-geral

Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados ao pro-


curador-geral.

Impedimentos

Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério Público:


a) se nêle já houver intervindo seu cônjuge ou parente consangüíneo ou
afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autorida-
de policial ou auxiliar de justiça;
b) se êle próprio houver desempenhado qualquer dessas funções;
c) se êle próprio ou seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, fôr parte ou diretamente interessado no feito.

Suspeição

Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público:


a) se fôr amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido;
b) se êle próprio, seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o ter-
ceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha
de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido;
c) se houver aconselhado o acusado;

1076
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

d) se fôr tutor ou curador, credor ou devedor do acusado;


e) se fôr herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutário de bens, do acu-
sado ou seu empregador;
f) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qual-
quer modo ao acusado.

Aplicação extensiva de disposição

Art. 59. Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto nos arts.
39, 40 e 41.

Seção II
Do assistente

Habilitação do ofendido como assistente

Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habi-
litar-se a intervir no processo como assistentes do Ministério Público.

Representante e sucessor do ofendido

Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considera-se representante


legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do ofendido, se menor
de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu ascendente, descendente ou
irmão, podendo qualquer dêles, com exclusão dos demais, exercer o encargo,
ou constituir advogado para êsse fim, em atenção à ordem estabelecida neste
parágrafo, cabendo ao juiz a designação se entre êles não houver acôrdo.

Competência para admissão do assistente

Art. 61. Cabe ao juiz do processo, ouvido o Ministério Público, conceder


ou negar a admissão de assistente de acusação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Oportunidade da admissão

Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a


sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

Advogado de ofício como assistente

Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que não
funcione no processo naquela qualidade ou como procurador de qualquer
acusado.

Ofendido que fôr também acusado

Art. 64. O ofendido que fôr também acusado no mesmo processo não
poderá intervir como assistente, salvo se absolvido por sentença passada em
julgado, e daí em diante.

Intervenção do assistente no processo

Art. 65. Ao assistente será permitido, com aquiescência do juiz e ouvido


o Ministério Público:
a) propor meios de prova;
b) requerer perguntas às testemunhas, fazendo-o depois do procurador;
c) apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida pelo
Ministério Público;
d) juntar documentos;
e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público;
f) participar do debate oral.

Arrolamento de testemunhas e interposição de recursos

§ 1º Não poderá arrolar testemunhas, exceto requerer o depoimento das


que forem referidas, nem requerer a expedição de precatória ou rogatória,
ou diligência que retarde o curso do processo, salvo, a critério do juiz e com

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

audiência do Ministério Público, em se tratando de apuração de fato do qual


dependa o esclarecimento do crime. Não poderá, igualmente, impetrar recur-
sos, salvo de despacho que indeferir o pedido de assistência.

Efeito do recurso

§ 2º O recurso do despacho que indeferir a assistência não terá efeito sus-


pensivo, processando-se em autos apartados. Se provido, o assistente será
admitido ao processo no estado em que êste se encontrar.

Assistente em processo perante o Superior Tribunal Militar

§ 3º Caberá ao relator do feito, em despacho irrecorrível, após audiência


do procurador-geral, admitir ou não o assistente, em processo da competên-
cia originária do Superior Tribunal Militar. Nos julgamentos perante êsse Tri-
bunal, se o seu presidente consentir, o assistente poderá falar após o procura-
dor-geral, por tempo não superior a dez minutos. Não poderá opor embargos,
mas lhe será consentido impugná-los, se oferecidos pela defesa, e depois de
o ter feito o procurador-geral.

Notificação do assistente

Art. 66. O processo prosseguirá independentemente de qualquer aviso ao


assistente, salvo notificação para assistir ao julgamento.

Cassação de assistência

Art. 67. O juiz poderá cassar a admissão do assistente, desde que êste
tumultue o processo ou infrinja a disciplina judiciária.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Não decorrência de impedimento

Art. 68. Da assistência não poderá decorrer impedimento do juiz, do


membro do Ministério Público ou do escrivão, ainda que supervenientes na
causa. Neste caso, o juiz cassará a admissão do assistente, sem prejuízo da
nomeação de outro, que não tenha impedimento, nos têrmos do art. 60.

Seção III
Do acusado, seus defensores e curadores

Personalidade do acusado

Art. 69. Considera-se acusado aquêle a quem é imputada a prática de


infração penal em denúncia recebida.

Identificação do acusado

Art. 70. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará o processo, quando certa
sua identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo ou da execução
da sentença, far-se-á a retificação, por têrmo, nos autos, sem prejuízo da
validade dos atos precedentes.

Nomeação obrigatória de defensor

Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processa-
do ou julgado sem defensor.

Constituição de defensor

§ 1º A constituição de defensor independerá de instrumento de mandado,


se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra
fase do processo por têrmo nos autos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Defensor dativo

§ 2º O juiz nomeará defensor ao acusado que o não tiver, ficando a êste


ressalvado o direito de, a todo o tempo, constituir outro, de sua confiança.

Defesa própria do acusado

§ 3º A nomeação de defensor não obsta ao acusado o direito de a si mes-


mo defender-se, caso tenha habilitação; mas o juiz manterá a nomeação,
salvo recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.

Nomeação preferente de advogado

§ 4º É, salvo motivo relevante, obrigatória a aceitação do patrocínio da


causa, se a nomeação recair em advogado.

Defesa de praças

§ 5º As praças serão defendidas pelo advogado de ofício, cujo patrocínio é


obrigatório, devendo preferir a qualquer outro.

Proibição de abandono do processo

§ 6º O defensor não poderá abandonar o processo, senão por motivo im-


perioso, a critério do juiz.

Sanções no caso de abandono do processo

§ 7º No caso de abandono sem justificativa, ou de não ser esta aceita, o


juiz, em se tratando de advogado, comunicará o fato à Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil onde estiver inscrito, para que a mesma aplique as medi-
das disciplinares que julgar cabíveis. Em se tratando de advogado de ofício, o
juiz comunicará o fato ao presidente do Superior Tribunal Militar, que aplicará
ao infrator a punição que no caso couber.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Nomeação de curador

Art. 72. O juiz dará curador ao acusado incapaz.

Prerrogativa do pôsto ou graduação

Art. 73. O acusado que fôr oficial ou graduado não perderá, embora su-
jeito à disciplina judiciária, as prerrogativas do pôsto ou graduação. Se prêso
ou compelido a apresentar-se em juízo, por ordem da autoridade judiciária,
será acompanhado por militar de hierarquia superior a sua.
Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será
escoltada por graduado ou por praça mais antiga.

Não comparecimento de defensor

Art. 74. A falta de comparecimento do defensor, se motivada, adiará o ato


do processo, desde que nêle seja indispensável a sua presença. Mas, em se
repetindo a falta, o juiz lhe dará substituto para efeito do ato, ou, se a ausên-
cia perdurar, para prosseguir no processo.

Direitos e deveres do advogado

Art. 75. No exercício da sua função no processo, o advogado terá os direi-


tos que lhe são assegurados e os deveres que lhe são impostos pelo Estatuto
da Ordem dos Advogados do Brasil, salvo disposição em contrário, expressa-
mente prevista neste Código.

Impedimentos do defensor

Art. 76. Não poderá funcionar como defensor o cônjuge ou o parente


consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, do juiz, do membro do
Ministério Público ou do escrivão. Mas, se em idênticas condições, qualquer
dêstes fôr superveniente no processo, tocar-lhe-á o impedimento, e não ao
defensor, salvo se dativo, caso em que será substituído por outro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

TÍTULO VII
CAPÍTULO ÚNICO
DA DENÚNCIA

Requisitos da denúncia

Art. 77. A denúncia conterá:


a) a designação do juiz a que se dirigir;
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos
pelos quais possa ser qualificado;
c) o tempo e o lugar do crime;
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou institui-
ção prejudicada ou atingida, sempre que possível;
e) a exposição do fato criminoso, com tôdas as suas circunstâncias;
f) as razões de convicção ou presunção da delinqüência;
g) a classificação do crime;
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação
da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação.

Dispensa de testemunhas

Parágrafo único. O rol de testemunhas poderá ser dispensado, se o Ministé-


rio Público dispuser de prova documental suficiente para oferecer a denúncia.

Rejeição de denúncia

Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz:


a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior;
b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência
da Justiça Militar;
c) se já estiver extinta a punibilidade;
d) se fôr manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Preenchimento de requisitos

§ 1º No caso da alínea a , o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em


despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público
para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos
autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido.

Ilegitimidade do acusador

§ 2º No caso de ilegitimidade do acusador, a rejeição da denúncia não


obstará o exercício da ação penal, desde que promovida depois por acusador
legítimo, a quem o juiz determinará a apresentação dos autos.

Incompetência do juiz. Declaração

§ 3º No caso de incompetência do juiz, êste a declarará em despacho fun-


damentado, determinando a remessa do processo ao juiz competente.

Prazo para oferecimento da denúncia

Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver prêso,


dentro do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para
aquêle fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver sôlto. O
auditor deverá manifestar-se sôbre a denúncia, dentro do prazo de quinze dias.

Prorrogação de prazo

§ 1º O prazo para o oferecimento da denúncia poderá, por despacho do


juiz, ser prorrogado ao dôbro; ou ao triplo, em caso excepcional e se o acu-
sado não estiver prêso.
§ 2º Se o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro dêste último
prazo, ficará sujeito à pena disciplinar que no caso couber, sem prejuízo da
responsabilidade penal em que incorrer, competindo ao juiz providenciar no

1084
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

sentido de ser a denúncia oferecida pelo substituto legal, dirigindo-se, para


êste fim, ao procurador-geral, que, na falta ou impedimento do substituto,
designará outro procurador.

Complementação de esclarecimentos

Art. 80. Sempre que, no curso do processo, o Ministério Público necessi-


tar de maiores esclarecimentos, de documentos complementares ou de no-
vos elementos de convicção, poderá requisitá-los, diretamente, de qualquer
autoridade militar ou civil, em condições de os fornecer, ou requerer ao juiz
que os requisite.

Extinção da punibilidade. Declaração

Art. 81. A extinção da punibilidade poderá ser reconhecida e declarada


em qualquer fase do processo, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, ouvido o Ministério Público, se dêste não fôr o pedido.

Morte do acusado

Parágrafo único. No caso de morte, não se declarará a extinção sem a cer-


tidão de óbito do acusado.

TÍTULO IX
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA EM GERAL

Determinação da competência

Art. 85. A competência do fôro militar será determinada:


I – de modo geral:
a) pelo lugar da infração;
b) pela residência ou domicílio do acusado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) pela prevenção;
II – de modo especial, pela sede do lugar de serviço.

Na Circunscrição Judiciária

Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência


será determinada:
a) pela especialização das Auditorias;
b) pela distribuição;
c) por disposição especial dêste Código.

Modificação da competência

Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos


anteriores, em caso de:
a) conexão ou continência;
b) prerrogativa de pôsto ou função;
c) desaforamento.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Lugar da infração

Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infra-


ção; e, no caso de tentativa, pelo lugar em que fôr praticado o último ato
de execução.

A bordo de navio

Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob co-


mando militar ou militarmente ocupado em pôrto nacional, nos lagos e rios
fronteiriços ou em águas territoriais brasileiras, serão, nos dois primeiros
casos, processados na Auditoria da Circunscrição Judiciária correspondente

1086
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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a cada um daqueles lugares; e, no último caso, na 1ª Auditoria da Marinha,


com sede na Capital do Estado da Guanabara.

A bordo de aeronave

Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente


ocupada, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão
processados pela Auditoria da Circunscrição em cujo território se verificar o
pouso após o crime; e se êste se efetuar em lugar remoto ou em tal distância
que torne difíceis as diligências, a competência será da Auditoria da Circuns-
crição de onde houver partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos
óbices, caso em que a competência será da Auditoria mais próxima da 1ª, se
na Circunscrição houver mais de uma.

Crimes fora do território nacional

Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão,


de regra, processados em Auditoria da Capital da União, observado, entretan-
to, o disposto no artigo seguinte.

Crimes praticados em parte no território nacional

Art. 92. No caso de crime militar sòmente em parte cometido no terri-


tório nacional, a competência do fôro militar se determina de acôrdo com as
seguintes regras:
a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar
no Brasil, será competente a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha
produzido ou devia produzir o resultado;
b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora
dele, será competente a Auditoria da Circunscrição em que se houver pratica-
do o último ato ou execução.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Diversidade de Auditorias ou de sedes

Parágrafo único. Na Circunscrição onde houver mais de uma Auditoria na


mesma sede, obedecer-se-á à distribuição e, se fôr o caso, à especialização
de cada uma. Se as sedes forem diferentes, atender-se-á ao lugar da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA RESIDÊNCIA
OU DOMICÍLIO DO ACUSADO

Residência ou domicílio do acusado

Art. 93. Se não fôr conhecido o lugar da infração, a competência regu-


lar-se-á pela residência ou domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96.

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Prevenção. Regra

Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorren-


do dois ou mais juízes igualmente competentes ou com competência cumulati-
va, um dêles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo
ou de medida a êste relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia.

Casos em que pode ocorrer

Art. 95. A competência pela prevenção pode ocorrer:


a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de
duas ou mais jurisdições;
b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições;

1088
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em


território de duas ou mais jurisdições;
d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma,
ou forem vários os acusados e com diferentes residências.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA PELA SEDE DO LUGAR DE SERVIÇO

Lugar de serviço

Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma


situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração,
quando êste não puder ser determinado, será o da unidade, navio, fôrça ou
órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção,
salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA PELA ESPECIALIZAÇÃO DAS AUDITORIAS

Auditorias Especializadas

Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem Auditorias Especializadas, a


competência de cada uma decorre de pertencerem os oficiais e praças sujei-
tos a processo perante elas aos quadros da Marinha, do Exército ou da Aero-
náutica. Como oficiais, para os efeitos dêste artigo, se compreendem os da
ativa, os da reserva, remunerada ou não, e os reformados.

Militares de corporações diferentes

Parágrafo único. No processo em que forem acusados militares de corpo-


rações diferentes, a competência da Auditoria especializada se regulará pela
prevenção. Mas esta não poderá prevalecer em detrimento de oficial da ativa,

1089
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

se os co-réus forem praças ou oficiais da reserva ou reformados, ainda que


superiores, nem em detrimento dêstes, se os co-réus forem praças.

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Distribuição

Art. 98. Quando, na sede de Circunscrição, houver mais de uma Auditoria


com a mesma competência, esta se fixará pela distribuição.

Juízo prevento pela distribuição

Parágrafo único. A distribuição realizada em virtude de ato anterior à fase


judicial do processo prevenirá o juízo.

CAPÍTULO VIII
DA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Casos de conexão

Art. 99. Haverá conexão:


a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso, em-
bora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para fa-
cilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;
c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Casos de continência

Art. 100. Haverá continência:


a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração;
b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso.

Regras para determinação

Art. 101. Na determinação da competência por conexão ou continência,


serão observadas as seguintes regras:

Concurso e prevalência

I – no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, prepon-


derará aquela;
II – no concurso de jurisdições cumulativas:
a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar onde houver ocorrido o maior número de infra-
ções, se as respectivas penas forem de igual gravidade;

Prevenção

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo


disposição especial dêste Código;

Categorias

III - no concurso de jurisdição de diversas categorias, predominará a de


maior graduação.

Unidade do processo

Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do processo,


salvo:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Casos especiais

a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;


b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores.

Jurisdição militar e civil no mesmo processo

Parágrafo único. A separação do processo, no concurso entre a jurisdição


militar e a civil, não quebra a conexão para o processo e julgamento, no seu
fôro, do militar da ativa, quando êste, no mesmo processo, praticar em con-
curso crime militar e crime comum.

Prorrogação de competência

Art. 103. Em caso de conexão ou continência, o juízo prevalente, na con-


formidade do art. 101, terá a sua competência prorrogada para processar as
infrações cujo conhecimento, de outro modo, não lhe competiria.

Reunião de processos

Art. 104. Verificada a reunião dos processos, em virtude de conexão ou


continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz
ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração
para outra que não se inclua na sua competência, continuará êle competente
em relação às demais infrações.

Separação de julgamento

Art. 105. Separar-se-ão sòmente os julgamentos:


a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado
à revelia;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição


de juiz de Conselho de Justiça, superveniente para compô-lo, por ocasião do
julgamento.

Separação de processos

Art. 106. O juiz poderá separar os processos:


a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo
e lugar diferentes;
b) quando fôr excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar
a prisão;
c) quando ocorrer qualquer outro motivo que êle próprio repute relevante.

Recurso de ofício

§ 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer dêsses


casos, haverá recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar.
§ 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado
com as cópias autênticas das peças necessárias, e não terá efeito suspensivo,
prosseguindo-se a ação penal em todos os seus têrmos.

Avocação de processo

Art. 107. Se, não obstante a conexão ou a continência, forem instaurados


processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade do processo só se dará ulterior-
mente, para efeito de soma ou de unificação de penas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO IX
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DO PÔSTO OU DA FUNÇÃO

Natureza do pôsto ou função

Art. 108. A competência por prerrogativa do pôsto ou da função decorre


da sua própria natureza e não da natureza da infração, e regula-se estrita-
mente pelas normas expressas nêste Código.

CAPÍTULO X
DO DESAFORAMENTO

Caso de desaforamento

Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer:


a) no interêsse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar;
b) em benefício da segurança pessoal do acusado;
c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando
a dificuldade de constituí-lo ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do
processo.

Competência do Superior Tribunal Militar

§ 1º O pedido de desaforamento poderá ser feito ao Superior Tribunal Militar:

Autoridades que podem pedir

a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;


b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou
autoridades que lhe forem superiores, conforme a respectiva jurisdição;
c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor;
d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Justificação do pedido e audiência do procurador-geral

§ 2º Em qualquer dos casos, o pedido deverá ser justificado e sôbre êle


ouvido o procurador-geral, se não provier de representação dêste.

Audiência a autoridades

§ 3º Nos casos das alíneas c e d , o Superior Tribunal Militar, antes da


audiência ao procurador-geral ou a pedido dêste, poderá ouvir autoridades a
que se refere a alínea b .

Auditoria onde correrá o processo

§ 4º Se deferir o pedido, o Superior Tribunal Militar designará a Auditoria


onde deva ter curso o processo.

Renovação do pedido

Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser re-


novado se o justificar motivo superveniente.

TÍTULO X
CAPÍTULO ÚNICO
DOS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA

Questões atinentes à competência

Art. 111. As questões atinentes à competência resolver-se-ão assim pela


exceção própria como pelo conflito positivo ou negativo.
Art. 112. Haverá conflito:

Conflito de competência

I – em razão da competência:

1095
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Positivo

a) positivo, quando duas ou mais autoridades judiciárias entenderem, ao


mesmo tempo, que lhes cabe conhecer do processo;

Negativo

b) negativo, quando cada uma de duas ou mais autoridades judiciárias


entender, ao mesmo tempo, que cabe a outra conhecer do mesmo processo;

Controvérsia sôbre função ou separação de processo

II – em razão da unidade de juízo, função ou separação de processos,


quando, a êsse respeito, houver controvérsia entre duas ou mais autoridades
judiciárias.

Suscitantes do conflito

Art. 113. O conflito poderá ser suscitado:


a) pelo acusado;
b) pelo órgão do Ministério Público;
c) pela autoridade judiciária.

Órgão suscitado

Art. 114. O conflito será suscitado perante o Superior Tribunal Militar


pelos auditores ou os Conselhos de Justiça, sob a forma de representação, e
pelas partes interessadas, sob a de requerimento, fundamentados e acompa-
nhados dos documentos comprobatórios. Quando negativo o conflito, poderá
ser suscitado nos próprios autos do processo.
Parágrafo único. O conflito suscitado pelo Superior Tribunal Militar será
regulado no seu Regimento Interno.

1096
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Suspensão da marcha do processo

Art. 115. Tratando-se de conflito positivo, o relator do feito poderá ordenar,


desde logo, que se suspenda o andamento do processo, até a decisão final.

Pedido de informações. Prazo, requisição de autos

Art. 116. Expedida, ou não, a ordem de suspensão, o relator requisitará


informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia da representa-
ção ou requerimento, e, marcando-lhes prazo para as informações, requisita-
rá, se necessário, os autos em original.

Audiência do procurador-geral e decisão

Art. 117. Ouvido o procurador-geral, que dará parecer no prazo de cinco


dias, contados da data da vista, o Tribunal decidirá o conflito na primeira ses-
são, salvo se a instrução do feito depender de diligência.

Remessa de cópias do acórdão

Art. 118. Proferida a decisão, serão remetidas cópias do acórdão, para


execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito ou
que o houverem suscitado.

Inexistência do recurso

Art. 119. Da decisão final do conflito não caberá recurso.

Avocatória do Tribunal

Art. 120. O Superior Tribunal Militar, mediante avocatória, restabelecerá


sua competência sempre que invadida por juiz inferior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Atribuição ao Supremo Tribunal Federal

Art. 121. A decisão de conflito entre a autoridade judiciária da Justiça Mi-


litar e a da Justiça comum será atribuída ao Supremo Tribunal Federal.

TÍTULO XIII
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS

CAPÍTULO I
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE COISAS OU PESSOAS

Seção I
Da busca

Espécies de busca

Art. 170. A busca poderá ser domiciliar ou pessoal.

Busca domiciliar

Art. 171. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro


da casa.

Finalidade

Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a


autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas ilìcitamente;
c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação;
d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de
crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado;

1098
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder,


quando haja fundada suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crime;
h) colhêr elemento de convicção.

Compreensão do têrmo “casa”

Art. 173. O têrmo “casa” compreende:


a) qualquer compartimento habitado;
b) aposento ocupado de habitação coletiva;
c) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.

Não compreensão

Art. 174. Não se compreende no têrmo “casa”:


a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aber-
tas, salvo a restrição da alínea b do artigo anterior;
b) taverna, boate, casa de jôgo e outras do mesmo gênero;
c) a habitação usada como local para a prática de infrações penais.

Oportunidade da busca domiciliar

Art. 175. A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir ví-
timas de crime ou desastre.
Parágrafo único. Se houver consentimento expresso do morador, poderá
ser realizada à noite.

Ordem da busca

Art. 176. A busca domiciliar poderá ordenada pelo juiz, de ofício ou a re-
querimento das partes, ou determinada pela autoridade policial militar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. O representante do Ministério Público, quando assessor


no inquérito, ou dêste tomar conhecimento, poderá solicitar do seu encarre-
gado, a realização da busca.

Precedência de mandado

Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que não
fôr realizada pela própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir
o inquérito.

Conteúdo do mandado

Art. 178. O mandado de busca deverá:


a) indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do seu morador ou proprietário; ou, no caso de busca
pessoal, o nome da pessoa que a sofrerá ou os sinais que a identifiquem;
b) mencionar o motivo e os fins da diligência;
c) ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
Parágrafo único. Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do
mandado.

Procedimento

Art. 179. O executor da busca domiciliar procederá da seguinte maneira:

Presença do morador

I - se o morador estiver presente:


a) ler-lhe-á, o mandado, ou, se fôr o próprio autor da ordem, identificar-
-se-á e dirá o que pretende;
b) convidá-lo-á a franquiar a entrada, sob pena de a forçar se não fôr
atendido;

1100
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

c) uma vez dentro da casa, se estiver à procura de pessoa ou coisa, con-


vidará o morador a apresentá-la ou exibi-la;
d) se não fôr atendido ou se se tratar de pessoa ou coisa incerta, proce-
derá à busca;
e) se o morador ou qualquer outra pessoa recalcitrar ou criar obstáculo
usará da fôrça necessária para vencer a resistência ou remover o empecilho
e arrombará, se necessário, quaisquer móveis ou compartimentos em que,
presumìvelmente, possam estar as coisas ou pessoas procuradas;

Ausência do morador

II - se o morador estiver ausente:


a) tentará localizá-lo para lhe dar ciência da diligência e aguardará a sua
chegada, se puder ser imediata;
b) no caso de não ser encontrado o morador ou não comparecer com a ne-
cessária presteza, convidará pessoa capaz, que identificará para que conste
do respectivo auto, a fim de testemunhar a diligência;
c) entrará na casa, arrombando-a, se necessário;
d) fará a busca, rompendo, se preciso, todos os obstáculos em móveis ou
compartimentos onde, presumivelmente, possam estar as coisas ou pessoas
procuradas;

Casa desabitada

III – se a casa estiver desabitada, tentará localizar o proprietário, proce-


dendo da mesma forma como no caso de ausência do morador.
Rompimento de obstáculo
§ 1º O rompimento de obstáculos deve ser feito com o menor dano possí-
vel à coisa ou compartimento passível da busca, providenciando-se, sempre
que possível, a intervenção de serralheiro ou outro profissional habilitado,

1101
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

quando se tratar de remover ou desmontar fechadura, ferrolho, peça de se-


grêdo ou qualquer outro aparelhamento que impeça a finalidade da diligência.

Reposição

§ 2º Os livros, documentos, papéis e objetos que não tenham sido apre-


endidos devem ser repostos nos seus lugares.
§ 3º Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável ao bom êxito da diligência.

Busca pessoal

Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes,
pastas, malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quan-
do necessário, no próprio corpo.

Revista pessoal

Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundada suspeita de


que alguém oculte consigo:
a) instrumento ou produto do crime;
b) elementos de prova.

Revista independentemente de mandado

Art. 182. A revista independe de mandado:


a) quando feita no ato da captura de pessoa que deve ser prêsa;
b) quando determinada no curso da busca domiciliar;
c) quando ocorrer o caso previsto na alínea a do artigo anterior;
d) quando houver fundada suspeita de que o revistando traz consigo ob-
jetos ou papéis que constituam corpo de delito;
e) quando feita na presença da autoridade judiciária ou do presidente do
inquérito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Busca em mulher

Art. 183. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.

Busca no curso do processo ou do inquérito

Art. 184. A busca domiciliar ou pessoal por mandado será, no curso do


processo, executada por oficial de justiça; e, no curso do inquérito, por oficial,
designado pelo encarregado do inquérito, atendida a hierarquia do pôsto ou
graduação de quem a sofrer, se militar.

Requisição a autoridade civil

Parágrafo único. A autoridade militar poderá requisitar da autoridade poli-


cial civil a realização da busca.

Seção II
Da apreensão

Apreensão de pessoas ou coisas

Art. 185. Se o executor da busca encontrar as pessoas ou coisas a que se


referem os artigos 172 e 181, deverá apreendê-las. Fá-lo-á, igualmente, de
armas ou objetos pertencentes às Fôrças Armadas ou de uso exclusivo de mi-
litares, quando estejam em posse indevida, ou seja incerta a sua propriedade.

Correspondência aberta

§ 1º A correspondência aberta ou não, destinada ao indiciado ou ao acu-


sado, ou em seu poder, será apreendida se houver fundadas razões para sus-
peitar que pode ser útil à elucidação do fato.

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Documento em poder do defensor

§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor


do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

Território de outra jurisdição

Art. 186. Quando, para a apreensão, o executor fôr em seguimento de


pessoa ou coisa, poderá penetrar em território sujeito a outra jurisdição.
Parágrafo único. Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em
seguimento de pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento de sua remoção ou transporte, a seguirem sem
interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas forem em seu encalço, saben-
do, por informações fidedignas ou circunstâncias judiciárias que está sendo
removida ou transportada em determinada direção.

Apresentação à autoridade local

Art. 187. O executor que entrar em território de jurisdição diversa de-


verá, conforme o caso, apresentar-se à respectiva autoridade civil ou militar,
perante a qual se identificará. A apresentação poderá ser feita após a diligên-
cia, se a urgência desta não permitir solução de continuidade.

Pessoa sob custódia

Art. 188. Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediata-


mente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.

Requisitos do auto

Art. 189. Finda a diligência, lavrar-se-á auto circunstanciado da busca e


apreensão, assinado por duas testemunhas, com declaração do lugar, dia e

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hora em que se realizou, com citação das pessoas que a sofreram e das que
nelas tomaram parte ou as tenham assistido, com as respectivas identidades,
bem como de todos os incidentes ocorridos durante a sua execução.

Conteúdo do auto

Parágrafo único. Constarão do auto, ou dêle farão parte em anexo devida-


mente rubricado pelo executor da diligência, a relação e descrição das coisas
apreendidas, com a especificação:
a) se máquinas, veículos, instrumentos ou armas, da sua marca e tipo e,
se possível, da sua origem, número e data da fabricação;
b) se livros, o respectivo título e o nome do autor;
c) se documentos, a sua natureza.

Seção III
Da restituição

Restituição de coisas

Art. 190. As coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto


interessarem ao processo.
§ 1º As coisas a que se referem o art. 109, n. II, letra a, e o art. 119, n.s
I e II, do Código Penal Militar, não poderão ser restituídas em tempo algum.
§ 2º As coisas a que se refere o art. 109, n. II, letra b , do Código Penal
Militar, poderão ser restituídas sòmente ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Ordem de restituição

Art. 191. A restituição poderá ser ordenada pela autoridade policial mili-
tar ou pelo juiz, mediante têrmo nos autos, desde que:
a) a coisa apreendida não seja irrestituível, na conformidade do artigo anterior;
b) não interesse mais ao processo;
c) não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

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Direito duvidoso

Art. 192. Se duvidoso o direito do reclamante, sòmente em juízo poderá


ser decidido, autuando-se o pedido em apartado e assinando-se o prazo de
cinco dias para a prova, findo o qual o juiz decidirá, cabendo da decisão re-
curso para o Superior Tribunal Militar.

Questão de alta indagação

Parágrafo único. Se a autoridade judiciária militar entender que a matéria


é de alta indagação, remeterá o reclamante para o juízo cível, continuando as
coisas apreendidas até que se resolva a controvérsia.

Coisa em poder de terceiro

Art. 193. Se a coisa houver sido apreendida em poder de terceiro de bo-


a-fé, proceder-se-á da seguinte maneira:
a) se a restituição fôr pedida pelo próprio terceiro, o juiz do processo po-
derá ordená-la, se estiverem preenchidos os requisitos do art. 191;
b) se pedida pelo acusado ou pelo lesado e, também, pelo terceiro, o inci-
dente autuar-se-á em apartado e os reclamantes terão, em conjunto, o prazo
de cinco dias para apresentar provas e o de três dias para arrazoar, findos os
quais o juiz decidirá, cabendo da decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.

Persistência de dúvida

§ 1º Se persistir dúvida quanto à propriedade da coisa, os reclamantes


serão remetidos para o juízo cível, onde se decidirá aquela dúvida, com efeito
sôbre a restituição no juízo militar, salvo se motivo superveniente não tornar
a coisa irrestituível.

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Nomeação de depositário

§ 2º A autoridade judiciária militar poderá, se assim julgar conveniente,


nomear depositário idôneo, para a guarda da coisa, até que se resolva a
controvérsia.

Audiência do Ministério Público

Art. 194. O Ministério Público será sempre ouvido em pedido ou incidente


de restituição.
Parágrafo único. Salvo o caso previsto no art. 195, caberá recurso, com
efeito suspensivo, para o Superior Tribunal Militar, do despacho do juiz que
ordenar a restituição da coisa.

Coisa deteriorável

Art. 195. Tratando-se de coisa fàcilmente deteriorável, será avaliada e le-


vada a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado em estabelecimento
oficial de crédito determinado em lei.

Sentença condenatória

Art. 196. Decorrido o prazo de noventa dias, após o trânsito em julgado


de sentença condenatória, proceder-se-á da seguinte maneira em relação aos
bens apreendidos:

Destino das coisas

a) os referidos no art. 109, n. II, letra a , do Código Penal Militar, serão


inutilizados ou recolhidos a Museu Criminal ou entregues às Fôrças Armadas,
se lhes interessarem;

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b) quaisquer outros bens serão avaliados e vendidos em leilão público, re-


colhendo-se ao fundo da organização militar correspondente ao Conselho de
Justiça o que não couber ao lesado ou terceiro de boa-fé.

Destino em caso de sentença absolutória

Art. 197. Transitando em julgado sentença absolutória, proceder-se-á da


seguinte maneira:
a) se houver sido decretado o confisco (Código Penal Militar, art. 119),
observar-se-á o disposto na letra a do artigo anterior;
b) nos demais casos, as coisas serão restituídas àquele de quem houve-
rem sido apreendidas.

Venda em leilão

Art. 198. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se, dentro do
prazo de noventa dias, a contar da data em que transitar em julgado a sen-
tença final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem
reclamados por quem de direito, serão vendidos em leilão, depositando-se o
saldo à disposição do juiz de ausentes.

CAPÍTULO II
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE COISAS

Seção I
Do seqüestro

Bens sujeitos a seqüestro

Art. 199. Estão sujeitos a seqüestro os bens adquiridos com os proventos


da infração penal, quando desta haja resultado, de qualquer modo, lesão a
patrimônio sob administração militar, ainda que já tenham sido transferidos
a terceiros por qualquer forma de alienação, ou por abandono ou renúncia.

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§ 1º Estão, igualmente, sujeitos a seqüestro os bens de responsáveis por


contrabando, ou outro ato ilícito, em aeronave ou embarcação militar, em
proporção aos prejuízos e riscos por estas sofridos, bem como os dos seus
tripulantes, que não tenham participado da prática do ato ilícito.

Bens insusceptíveis de seqüestro

§ 2º Não poderão ser seqüestrados bens, a respeito dos quais haja decre-
to de desapropriação da União, do Estado ou do Município, se anterior à data
em que foi praticada a infração penal.

Requisito para o seqüestro

Art. 200. Para decretação do seqüestro é necessária a existência de indí-


cios veementes da proveniência ilícita dos bens.

Fases da sua determinação

Art. 201. A autoridade judiciária militar, de ofício ou a requerimento do


Ministério Público, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do proces-
so; e, antes da denúncia, se o solicitar, com fundado motivo, o encarregado
do inquérito.

Providências a respeito

Art. 202. Realizado o seqüestro, a autoridade judiciária militar providenciará:


a) se de imóvel, a sua inscrição no Registro de Imóveis;
b) se de coisa móvel, o seu depósito, sob a guarda de depositário nome-
ado para êsse fim.

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Autuação em embargos

Art. 203. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos, as-


sim do indiciado ou acusado como de terceiro, sob os fundamentos de:
I - se forem do indiciado ou acusado:
a) não ter ele adquirido a coisa com os proventos da infração penal;
b) não ter havido lesão a patrimônio sob administração militar.
II - se de terceiro:
a) haver adquirido a coisa em data anterior à da infração penal praticada
pelo indiciado ou acusado;
b) havê-la, em qualquer tempo, adquirido de boa-fé.

Prova. Decisão. Recurso

§ 1º Apresentada a prova da alegação dentro em dez dias e ouvido o Minis-


tério Público, a autoridade judiciária militar decidirá de plano, aceitando ou rejei-
tando os embargos, cabendo da decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.

Remessa ao juízo cível

§ 2º Se a autoridade judiciária militar entender que se trata de matéria


de alta indagação, remeterá o embargante para o juízo cível e manterá o se-
qüestro até que seja dirimida a controvérsia.
§ 3º Da mesma forma procederá, desde logo, se não se tratar de lesão ao
patrimônio sob administração militar.

Levantamento do seqüestro

Art. 204. O seqüestro será levantado no juízo penal militar:


a) se forem aceitos os embargos, ou negado provimento ao recurso da
decisão que os aceitou;

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b) se a ação penal não fôr promovida no prazo de sessenta dias, contado


da data em que foi instaurado o inquérito;
c) se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução
real ou fidejussória que assegure a aplicação do disposto no artigo 109, n.s I
e II, letra b , do Código Penal Militar;
d) se fôr julgada extinta a ação penal ou absolvido o acusado por sentença
irrecorrível.

Sentença condenatória. Avaliação da venda

Art. 205. Transitada em julgado a sentença condenatória, a autoridade


judiciária militar, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, determi-
nará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Recolhimento de dinheiro

§ 1º Do dinheiro apurado, recolher-se-á ao Tesouro Nacional o que se des-


tinar a ressarcir prejuízo ao patrimônio sob administração militar.
§ 2º O que não se destinar a êsse fim será restituído a quem de direito, se
não houver controvérsia; se esta existir, os autos de seqüestro serão remeti-
dos ao juízo cível, a cuja disposição passará o saldo apurado.

Seção II
Da hipoteca legal

Bens sujeitos a hipoteca legal

Art. 206. Estão sujeitos a hipoteca legal os bens imóveis do acusado, para
satisfação do dano causado pela infração penal ao patrimônio sob adminis-
tração militar.

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Inscrição e especialização da hipoteca

Art. 207. A inscrição e a especialização da hipoteca legal serão requeridas


à autoridade judiciária militar, pelo Ministério Público, em qualquer fase do pro-
cesso, desde que haja certeza da infração penal e indícios suficientes de autoria.

Estimação do valor da obrigação e do imóvel

Art. 208. O requerimento estimará o valor da obrigação resultante do


crime, bem como indicará e estimará o imóvel ou imóveis, que ficarão espe-
cialmente hipotecados; será instruído com os dados em que se fundarem as
estimativas e com os documentos comprobatórios do domínio.

Arbitramento

Art. 209. Pedida a especialização, a autoridade judiciária militar mandará


arbitrar o montante da obrigação resultante do crime e avaliar o imóvel ou
imóveis indicados, nomeando perito idôneo para êsse fim.
§ 1º Ouvidos o acusado e o Ministério Público, no prazo de três dias, cada
um, a autoridade judiciária militar poderá corrigir o arbitramento do valor da
obrigação, se lhe parecer excessivo ou deficiente.

Liquidação após a condenação

§ 2º O valor da obrigação será liquidado definitivamente após a condena-


ção, podendo ser requerido nôvo arbitramento se o acusado ou o Ministério
Público não se conformar com o anterior à sentença condenatória.
Oferecimento de caução
§ 3º Se o acusado oferecer caução suficiente, real ou fidejussória, a au-
toridade judiciária militar poderá deixar de mandar proceder à inscrição da
hipoteca.

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Limite da inscrição

§ 4º Sòmente deverá ser autorizada a inscrição da hipoteca dos imóveis


necessários à garantia da obrigação.

Processos em autos apartados

Art. 210. O processo da inscrição e especialização correrá em autos apartados.

Recurso

§ 1º Da decisão que a determinar, caberá recurso para o Superior Tribunal


Militar.
§ 2º Se o caso comportar questão de alta indagação, o processo será re-
metido ao juízo cível, para a decisão.

Imóvel clausulado de inalienabilidade

Art. 211. A hipoteca legal não poderá recair em imóvel com cláusula de
inalienabilidade.

Caso de hipoteca anterior

Art. 212. No caso de hipoteca anterior ao fato delituoso, não ficará pre-
judicado o direito do patrimônio sob administração militar à constituição da
hipoteca legal, que se considerará segunda hipoteca, nos têrmos da lei civil.
Renda dos bens hipotecados
Art. 213. Das rendas dos bens sob hipoteca legal, poderão ser fornecidos
recursos, arbitrados pela autoridade judiciária militar, para a manutenção do
acusado e sua família.

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Cancelamento da inscrição

Art. 214. A inscrição será cancelada:


a) se, depois de feita, o acusado oferecer caução suficiente, real ou fide-
jussória;
b) se fôr julgada extinta a ação penal ou absolvido o acusado por sentença
irrecorrível.
Seção III
Do arresto

Bens sujeitos a arresto

Art. 215. O arresto de bens do acusado poderá ser decretado pela auto-
ridade judiciária militar, para satisfação do dano causado pela infração penal
ao patrimônio sob a administração militar:
a) se imóveis, para evitar artifício fraudulento que os transfira ou grave,
antes da inscrição e especialização da hipoteca legal;
b) se móveis e representarem valor apreciável, tentar ocultá-los ou dêles
tentar realizar tradição que burle a possibilidade da satisfação do dano, refe-
rida no preâmbulo deste artigo.

Revogação do arresto

§ 1º Em se tratando de imóvel, o arresto será revogado, se, dentro em


quinze dias, contados da sua decretação, não fôr requerida a inscrição e es-
pecialização da hipoteca legal.

Na fase do inquérito

§ 2º O arresto poderá ser pedido ainda na fase do inquérito.

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Preferência

Art. 216. O arresto recairá de preferência sôbre imóvel, e sòmente se


estenderá a bem móvel se aquêle não tiver valor suficiente para assegurar
a satisfação do dano; em qualquer caso, o arresto sòmente será decretado
quando houver certeza da infração e fundada suspeita da sua autoria.

Bens insuscetíveis de arresto

Art. 217. Não é permitido arrestar bens que, de acôrdo com a lei civil,
sejam insuscetíveis de penhora, ou, de qualquer modo, signifiquem confôrto
indispensável ao acusado e à sua família.

Coisas deterioráveis

Art. 218. Se os bens móveis arrestados forem coisas fàcilmente deterio-


ráveis, serão levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado em
conta corrente de estabelecimento de crédito oficial.

Processo em autos apartados

Art. 219. O processo de arresto correrá em autos apartados, admitindo


embargos, se se tratar de coisa móvel, com recurso para o Superior Tribunal
Militar da decisão que os aceitar ou negar.

Disposições de seqüestro

Parágrafo único. No processo de arresto seguir-se-ão as disposições a res-


peito do seqüestro, no que forem aplicáveis.

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CAPÍTULO III
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE PESSOAS

Seção II
Da prisão em flagrante

Pessoas que efetuam prisão em flagrante

Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem


fôr insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.

Sujeição a flagrante delito

Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquêle que:


a) está cometendo o crime;
b) acaba de cometê-lo;
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar
ser êle o seu autor;
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou pa-
péis que façam presumir a sua participação no fato delituoso.

Infração permanente

Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em


flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Lavratura do auto

Art. 245. Apresentado o prêso ao comandante ou ao oficial de dia, de ser-


viço ou de quarto, ou autoridade correspondente, ou à autoridade judiciária,
será, por qualquer dêles, ouvido o condutor e as testemunhas que o acompa-

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nharem, bem como inquirido o indiciado sôbre a imputação que lhe é feita, e
especialmente sôbre o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de
tudo auto, que será por todos assinado.
§ 1º Em se tratando de menor inimputável, será apresentado, imediata-
mente, ao juiz de menores.

Ausência de testemunhas

§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante,


que será assinado por duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado
a apresentação do preso.

Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto

§ 3º Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, não souber ou não


puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham
ouvido a leitura na presença do indiciado, do condutor e das testemunhas do
fato delituoso.

Designação de escrivão

§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para


exercer as funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou se-
gundo-tenente, se o indiciado fôr oficial. Nos demais casos, poderá designar
um subtenente, suboficial ou sargento.

Falta ou impedimento de escrivão

§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no pa-


rágrafo anterior, a autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa
idônea, que, para êsse fim, prestará o compromisso legal.

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Recolhimento a prisão. Diligências

Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pes-


soa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se,
imediatamente, se fôr o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apre-
ensão dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência necessária ao
seu esclarecimento.

Nota de culpa

Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao prê-
so nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome
do condutor e os das testemunhas.

Recibo da nota de culpa

§ 1º Da nota de culpa o prêso passará recibo que será assinado por duas
testemunhas, quando êle não souber, não puder ou não quiser assinar.

Relaxamento da prisão

§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar


ou judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a
não participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de
infração penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil competente.

Registro das ocorrências

Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto
ou têrmo, para remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta
confirme ou infirme os atos praticados.

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Fato praticado em presença da autoridade

Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da autoridade, ou con-


tra ela, no exercício de suas funções, deverá ela própria prender e autuar em
flagrante o infrator, mencionando a circunstância.

Prisão em lugar não sujeito à administração militar

Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada em lugar não sujeito
à administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela
autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a prisão.

Remessa do auto de flagrante ao juiz

Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente


ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no
máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246.

Passagem do prêso à disposição do juiz

Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o prêso passará ime-


diatamente à disposição da autoridade judiciária competente para conhecer
do processo.

Devolução do auto

Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à autoridade militar,


pelo juiz ou a requerimento do Ministério Público, se novas diligências forem
julgadas necessárias ao esclarecimento do fato.

Concessão de liberdade provisória

Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o
agente praticou o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto

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no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao
indiciado liberdade provisória, mediante têrmo de comparecimento a todos os
atos do processo, sob pena de revogar a concessão.

Seção III
Da prisão preventiva

Competência e requisitos para a decretação

Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-
diante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar,
em qualquer fase dêste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes:
a) prova do fato delituoso;
b) indícios suficientes de autoria.

No Superior Tribunal Militar

Parágrafo único. Durante a instrução de processo originário do Superior


Tribunal Militar, a decretação compete ao relator.

Casos de decretação

Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, de-
verá fundar-se em um dos seguintes casos:
a) garantia da ordem pública;
b) conveniência da instrução criminal;
c) periculosidade do indiciado ou acusado;
d) segurança da aplicação da lei penal militar;
e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e dis-
ciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do
indiciado ou acusado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Fundamentação do despacho

Art. 256. O despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será


sempre fundamentado; e, da mesma forma, o seu pedido ou requisição, que
deverá preencher as condições previstas nas letras a e b , do art. 254.

Desnecessidade da prisão

Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, quando, por qual-
quer circunstância evidente dos autos, ou pela profissão, condições de vida
ou interêsse do indiciado ou acusado, presumir que êste não fuja, nem exerça
influência em testemunha ou perito, nem impeça ou perturbe, de qualquer
modo, a ação da justiça.
Modificação de condições
Parágrafo único. Essa decisão poderá ser revogada a todo o tempo, desde
que se modifique qualquer das condições previstas neste artigo.

Proibição

Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz


verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato nas
condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e
42, do Código Penal Militar.

Revogação e nova decretação

Art. 259. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do pro-
cesso, verificar a falta de motivos para que subsista, bem como de nôvo de-
cretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. A prorrogação da prisão preventiva dependerá de prévia
audiência do Ministério Público.

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Execução da prisão preventiva

Art. 260. A prisão preventiva executar-se-á por mandado, com os requisi-


tos do art. 225. Se o indiciado ou acusado já se achar detido, será notificado
do despacho que a decretar pelo escrivão do inquérito, ou do processo, que
o certificará nos autos.

Passagem à disposição do juiz

Art. 261. Decretada a prisão preventiva, o prêso passará à disposição da


autoridade judiciária, observando-se o disposto no art. 237.

CAPÍTULO V
DA MENAGEM

Competência e requisitos para a concessão

Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo
máximo da pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se,
porém, em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado.

Lugar da menagem

Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia


quando ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver apurando, ou,
atendido o seu pôsto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em
estabelecimento ou sede de órgão militar. A menagem a civil será no lugar da
sede do juízo, ou em lugar sujeito à administração militar, se assim o enten-
der necessário a autoridade que a conceder.

Audiência do Ministério Público

§ 1º O Ministério Público será ouvido, prèviamente, sôbre a concessão da


menagem, devendo emitir parecer dentro do prazo de três dias.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Pedido de informação

§ 2º Para a menagem em lugar sujeito à administração militar, será pedida


informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelo
respectivo comando ou direção.

Cassação da menagem

Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o
qual foi ela concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial
para que tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente
de intimação especial.

Menagem do insubmisso

Art. 266. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente


de decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar,
por conveniência de disciplina.

Cessação da menagem

Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não
tenha passado em julgado.
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a ces-
sação da menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações dela
decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interêsse da Justiça.

Contagem para a pena

Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada


em conta no cumprimento da pena.

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Reincidência

Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem.

TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO II
DO PROCESSO DE DESERÇÃO DE OFICIAL

Lavratura do têrmo de deserção e sua publicação em boletim

Art. 454. Transcorrido o prazo para consumar-se o crime de deserção, o


comandante da unidade, ou autoridade correspondente ou ainda a autori-
dade superior, fará lavrar o termo de deserção circunstanciadamente, in-
clusive com a qualificação do desertor, assinando-o com duas testemunhas
idôneas, publicando-se em boletim ou documento equivalente, o termo de
deserção, acompanhado da parte de ausência. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Remessa do têrmo de deserção e documentos à Auditoria

§ 1º O oficial desertor será agregado, permanecendo nessa situação ao


apresentar-se ou ser capturado, até decisão transitada em julgado. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Autuação e vista ao Ministério Público

§ 2º Feita a publicação, a autoridade militar remeterá, em seguida, o ter-


mo de deserção à auditoria competente, juntamente com a parte de ausên-
cia, o inventário do material permanente da Fazenda Nacional e as cópias do
boletim ou documento equivalente e dos assentamentos do desertor. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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Oficial

§ 3º Recebido o termo de deserção e demais peças, o Juiz-Auditor man-


dará autuá-los e dar vista do processo por cinco dias, ao Procurador, podendo
este requerer o arquivamento, ou que for de direito, ou oferecer denúncia, se
nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligên-
cias requeridas. (Incluído pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 4º Recebida a denúncia, o Juiz-Auditor determinará seja aguardada a
captura ou apresentação voluntária do desertor. (Incluído pela Lei n. 8.236,
de 20.9.1991)

Apresentação ou captura do desertor. Sorteio do Conselho

Art. 455. Apresentando-se ou sendo capturado o desertor, a autoridade


militar fará a comunicação ao Juiz-Auditor, com a informação sobre a data
e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi capturado, além de quaisquer
outras circunstâncias concernentes ao fato. Em seguida, procederá o Juiz-Au-
ditor ao sorteio e à convocação do Conselho Especial de Justiça, expedindo
o mandado de citação do acusado, para ser processado e julgado. Nesse
mandado, será transcrita a denúncia. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de
20.9.1991)

Rito processual

§1º Reunido o Conselho Especial de Justiça, presentes o procurador, o


defensor e o acusado, o presidente ordenará a leitura da denúncia, seguin-
do-se o interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião, as testemunhas
arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer prova documental
e requerer a inquirição de testemunhas, até o número de três, que serão ar-
roladas dentro do prazo de três dias e ouvidas dentro do prazo de cinco dias,
prorrogável até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Julgamento

§2º Findo o interrogatório, e se nada for requerido ou determinado, ou


finda a inquirição das testemunhas arroladas pelas partes e realizadas as
diligências ordenadas, o presidente do conselho dará a palavra às partes,
para sustentação oral, pelo prazo máximo de trinta minutos, podendo haver
réplica e tréplica por tempo não excedente a quinze minutos, para cada uma
delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o rito prescrito
neste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DE DESERÇÃO DE PRAÇA COM OU SEM
GRADUÇÃO E DE PRAÇA ESPECIAL.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 8.236, DE 20.9.1991)

Inventário dos bens deixados ou extraviados pelo ausente

Art. 456. Vinte e quatro horas depois de iniciada a contagem dos dias de
ausência de uma praça, o comandante da respectiva subunidade, ou autori-
dade competente, encaminhará parte de ausência ao comandante ou chefe da
respectiva organização, que mandará inventariar o material permanente da
Fazenda Nacional, deixado ou extraviado pelo ausente, com a assistência de
duas testemunhas idôneas. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 1º Quando a ausência se verificar em subunidade isolada ou em desta-
camento, o respectivo comandante, oficial ou não providenciará o inventá-
rio, assinando-o com duas testemunhas idôneas. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parte de deserção

§ 2º Decorrido o prazo para se configurar a deserção, o comandante da


subunidade, ou autoridade correspondente, encaminhará ao comandante, ou
chefe competente, uma parte acompanhada do inventário. (Redação dada
pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Lavratura de têrmo de deserção

§ 3º Recebida a parte de que trata o parágrafo anterior, fará o coman-


dante, ou autoridade correspondente, lavrar o termo de deserção, onde se
mencionarão todas as circunstâncias do fato. Esse termo poderá ser lavrado
por uma praça, especial ou graduada, e será assinado pelo comandante e por
duas testemunhas idôneas, de preferência oficiais. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Exclusão do serviço ativo, agregação e remessa à auditoria

§ 4º Consumada a deserção de praça especial ou praça sem estabilidade,


será ela imediatamente excluída do serviço ativo. Se praça estável, será agre-
gada, fazendo-se, em ambos os casos, publicação, em boletim ou documento
equivalente, do termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à
auditoria competente. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Arquivamento do têrmo de deserção

Art. 457. Recebidos do comandante da unidade, ou da autoridade compe-


tente, o termo de deserção e a cópia do boletim, ou documento equivalente
que o publicou, acompanhados dos demais atos lavrados e dos assentamen-
tos, o Juiz-Auditor mandará autuá-los e dar vista do processo, por cinco dias,
ao procurador, que requererá o que for de direito, aguardando-se a captura
ou apresentação voluntária do desertor, se nenhuma formalidade tiver sido

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omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas. (Redação dada


pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Inspeção de saúde

§ 1º O desertor sem estabilidade que se apresentar ou for capturado de-


verá ser submetido à inspeção de saúde e, quando julgado apto para o ser-
viço militar, será reincluído. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 2º A ata de inspeção de saúde será remetida, com urgência, à auditoria
a que tiverem sido distribuídos os autos, para que, em caso de incapacidade
definitiva, seja o desertor sem estabilidade isento da reinclusão e do proces-
so, sendo os autos arquivados, após o pronunciamento do representante do
Ministério Público Militar. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Reinclusão

§ 3º Reincluída que a praça especial ou a praça sem estabilidade, ou pro-


cedida à reversão da praça estável, o comandante da unidade providenciará,
com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa à auditoria de cópia
do ato de reinclusão ou do ato de reversão. O Juiz-Auditor determinará sua
juntada aos autos e deles dará vista, por cinco dias, ao procurador que reque-
rerá o arquivamento, ou o que for de direito, ou oferecerá denúncia, se ne-
nhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências
requeridas. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Substituição por impedimento

§ 4º Recebida a denúncia, determinará o Juiz-Auditor a citação do acusa-


do, realizando-se em dia e hora previamente designados, perante o Conselho
Permanente de Justiça, o interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião,
as testemunhas arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer
prova documental e requerer a inquirição de testemunhas, até o número de

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três, que serão arroladas dentro do prazo de três dias e ouvidas dentro de
cinco dias, prorrogáveis até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Públi-
co. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Nomeação de curador

§ 5º Feita a leitura do processo, o presidente do conselho dará a palavra


às partes, para sustentação oral, pelo prazo máximo de trinta minutos, po-
dendo haver réplica e tréplica por tempo não excedente a quinze minutos,
para cada uma delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o
rito prescrito neste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Designação de advogado

§ 6º Em caso de condenação do acusado, o Juiz-Auditor fará expedir, ime-


diatamente, a devida comunicação à autoridade competente, para os devidos
fins e efeitos legais. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Audição de testemunhas

§ 7º Sendo absolvido o acusado, ou se este já tiver cumprido a pena im-


posta na sentença, o Juiz-Auditor providenciará, sem demora, para que seja
posto em liberdade, mediante alvará de soltura, se por outro motivo não es-
tiver preso. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Vista dos autos

§ 8º O curador ou advogado do acusado terá vista dos autos para exa-


minar suas peças e apresentar, dentro do prazo de três dias, as razões de
defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Dia e hora do julgamento

§ 9º Voltando os autos ao presidente, designará êste dia e hora para o


julgamento.

Interrogatório

§ 10. Reunido o Conselho, será o acusado interrogado, em presença do


seu advogado, ou curador se fôr menor, assinando com o advogado ou cura-
dor, após os juízes, o auto de interrogatório, lavrado pelo escrivão.

Defesa oral

§ 11. Em seguida, feita a leitura do processo pelo escrivão, o presidente


do Conselho dará a palavra ao advogado ou curador do acusado, para que,
dentro do prazo máximo de trinta minutos, apresente defesa oral, passando
o Conselho a funcionar, desde logo, em sessão secreta.
Comunicação de sentença condenatória ou alvará de soltura
§ 12. Terminado o julgamento, se o acusado fôr condenado, o presidente
do Conselho fará expedir imediatamente a devida comunicação à autoridade
competente; e, se fôr absolvido ou já tiver cumprido o tempo de prisão que
na sentença lhe houver sido impôsto, providenciará, sem demora, para que
o acusado seja, mediante alvará de soltura, pôsto em liberdade, se por outro
motivo não estiver prêso. O relator, no prazo de quarenta e oito horas, redi-
girá a sentença, que será assinada por todos os juízes.
Art. 458. e 459 (Revogados pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Art. 460 a 462 (Revogados pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO V
DO PROCESSO DE CRIME DE INSUBMISSÃO

Lavratura de têrmo de insubmissão

Art. 463. Consumado o crime de insubmissão, o comandante, ou auto-


ridade correspondente, da unidade para que fora designado o insubmisso,
fará lavrar o termo de insubmissão, circunstanciadamente, com indicação,
de nome, filiação, naturalidade e classe a que pertencer o insubmisso e a
data em que este deveria apresentar-se, sendo o termo assinado pelo re-
ferido comandante, ou autoridade correspondente, e por duas testemunhas
idôneas, podendo ser impresso ou datilografado. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Arquivamento do têrmo

§ 1º O termo, juntamente com os demais documentos relativos à in-


submissão, tem o caráter de instrução provisória, destina-se a fornecer os
elementos necessários à propositura da ação penal e é o instrumento legal
autorizador da captura do insubmisso, para efeito da incorporação. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Inclusão do insubmisso

§ 2º O comandante ou autoridade competente que tiver lavrado o termo


de insubmissão remetê-lo-á à auditoria, acompanhado de cópia autêntica do
documento hábil que comprove o conhecimento pelo insubmisso da data e
local de sua apresentação, e demais documentos. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Procedimento

§ 3º Recebido o termo de insubmissão e os documentos que o acompa-


nham, o Juiz-Auditor determinará sua atuação e dará vista do processo, por

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cinco dias, ao procurador, que requererá o que for de direito, aguardando-se


a captura ou apresentação voluntária do insubmisso, se nenhuma formalida-
de tiver sido omitida ou após cumprimento das diligências requeridas. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Menagem e inspeção de saúde

Art. 464. O insubmisso que se apresentar ou for capturado terá o direito


ao quartel por menagem e será submetido à inspeção de saúde. Se incapaz,
ficará isento do processo e da inclusão. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de
20.9.1991)

Remessa ao Conselho da unidade

§ 1º A ata de inspeção de saúde será, pelo comandante da unidade, ou


autoridade competente, remetida, com urgência, à auditoria a que tiverem
sido distribuídos os autos, para que, em caso de incapacidade para o serviço
militar, sejam arquivados, após pronunciar-se o Ministério Público Militar. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Liberdade do insubmisso

§ 2º Incluído o insubmisso, o comandante da unidade, ou autoridade cor-


respondente, providenciará, com urgência, a remessa à auditoria de cópia
do ato de inclusão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos autos e deles
dará vista, por cinco dias, ao procurador, que poderá requerer o arquivamen-
to, ou o que for de direito, ou oferecer denúncia, se nenhuma formalidade ti-
ver sido omitida ou após o cumprimento das diligências requeridas. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 3º O insubmisso que não for julgado no prazo de sessenta dias, a contar
do dia de sua apresentação voluntária ou captura, sem que para isso tenha
dado causa, será posto em liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.236,
de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Equiparação ao processo de deserção

Art. 465. Aplica-se ao processo de insubmissão, para sua instrução e jul-


gamento, o disposto para o processo de deserção, previsto nos §§ 4º, 5º, 6º
e 7º do art. 457 deste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

CAPÍTULO VI
DO HABEAS CORPUS

Cabimento da medida

Art. 466. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.

Exceção

Parágrafo único. Excetuam-se, todavia, os casos em que a ameaça ou a


coação resultar:
a) de punição aplicada de acôrdo com os Regulamentos Disciplinares das
Fôrças Armadas;
b) de punição aplicada aos oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bom-
beiros, Militares, de acôrdo com os respectivos Regulamentos Disciplinares;
c) da prisão administrativa, nos têrmos da legislação em vigor, de fun-
cionário civil responsável para com a Fazenda Nacional, perante a adminis-
tração militar;
d) da aplicação de medidas que a Constituição do Brasil autoriza durante
o estado de sítio;
e) nos casos especiais previstos em disposição de caráter constitucional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Abuso de poder e ilegalidade. Existência

Art. 467. Haverá ilegalidade ou abuso de poder:


a) quando o cerceamento da liberdade fôr ordenado por quem não tinha
competência para tal;
b) quando ordenado ou efetuado sem as formalidades legais;
c) quando não houver justa causa para a coação ou constrangimento;
d) quando a liberdade de ir e vir fôr cerceada fora dos casos previstos em lei;
e) quando cessado o motivo que autorizava o cerceamento;
f) quando alguém estiver prêso por mais tempo do que determina a lei;
g) quando alguém estiver processado por fato que não constitua crime em tese;
h) quando estiver extinta a punibilidade;
i) quando o processo estiver evidentemente nulo.

Concessão após sentença condenatória

Art. 468. Poderá ser concedido habeas corpus , não obstante já ter havi-
do sentença condenatória:
a) quando o fato imputado, tal como estiver narrado na denúncia, não
constituir infração penal;
b) quando a ação ou condenação já estiver prescrita;
c) quando o processo fôr manifestamente nulo;
d) quando fôr incompetente o juiz que proferiu a condenação.

Competência para a concessão

Art. 469. Compete ao Superior Tribunal Militar o conhecimento do pedido


de habeas corpus.

Pedido. Concessão de ofício

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 470. O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa em
seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. O Superior Tribu-
nal Militar pode concedê-lo de ofício, se, no curso do processo submetido à
sua apreciação, verificar a existência de qualquer dos motivos previstos no
art. 467.

Rejeição do pedido

§ 1º O pedido será rejeitado se o paciente a êle se opuser.

Competência ad referendum do Superior Tribunal Militar

§ 2º (Revogado pela Lei n. 8.457,4.9.1992)

Petição. Requisitos

Art. 471. A petição de habeas corpus conterá:


a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou
coação e o de quem é responsável pelo exercício da violência, coação ou
ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de ameaça de
coação, as razões em que o impetrante funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rôgo, quando não sou-
ber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.

Forma do pedido

Parágrafo único. O pedido de habeas corpus pode ser feito por telegrama,
com as indicações enumeradas neste artigo e a transcrição literal do reconhe-
cimento da firma do impetrante, por tabelião.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pedido de informações

Art. 472. Despachada a petição e distribuída, serão, pelo relator, requisi-


tadas imediatamente informações ao detentor ou a quem fizer a ameaça, que
deverá prestá-las dentro do prazo de cinco dias, contados da data do recebi-
mento da requisição.

Prisão por ordem de autoridade superior

§ 1º Se o detentor informar que o paciente está prêso por determinação


de autoridade superior, deverá indicá-la, para que a esta sejam requisitadas
as informações, a fim de prestá-las na forma mencionada no preâmbulo
dêste artigo.

Soltura ou remoção do prêso

§ 2º Se informar que não é mais detentor do paciente, deverá esclarecer


se êste já foi sôlto ou removido para outra prisão. No primeiro caso, dirá em
que dia e hora; no segundo, qual o local da nova prisão.

Vista ao procurador-geral

§ 3º Imediatamente após as informações, o relator, se as julgar satisfató-


rias, dará vista do processo, por quarenta e oito horas, ao procurador-geral.

Julgamento do pedido

Art. 473. Recebido de volta o processo, o relator apresentá-lo-á em mesa,


sem demora, para o julgamento, que obedecerá ao disposto no Regimento
Interno do Tribunal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Determinação de diligências

Art. 474. O relator ou o Tribunal poderá determinar as diligências que


entender necessárias, inclusive a requisição do processo e a apresentação do
paciente, em dia e hora que designar.

Apresentação obrigatória do prêso

Art. 475. Se o paciente estiver prêso, nenhum motivo escusará o deten-


tor de apresentá-lo, salvo:
a) enfermidade que lhe impeça a locomoção ou a não aconselhe, por pe-
rigo de agravamento do seu estado mórbido;
b) não estar sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção.

Diligência no local da prisão

Parágrafo único. Se o paciente não puder ser apresentado por motivo de


enfermidade, o relator poderá ir ao local em que êle se encontrar; ou, por
proposta sua, o Tribunal, mediante ordem escrita, poderá determinar que ali
compareça o seu secretário ou, fora da Circunscrição judiciária de sua sede,
o auditor que designar, os quais prestarão as informações necessárias, que
constarão do processo.
Prosseguimento do processo
Art. 476. A concessão de habeas corpus não obstará o processo nem lhe
porá têrmo, desde que não conflite com os fundamentos da concessão.
Renovação do processo
Art. 477. Se o habeas corpus fôr concedido em virtude de nulidade do
processo, será êste renovado, salvo se do seu exame se tornar evidente a
inexistência de crime.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Forma da decisão

Art. 478. As decisões do Tribunal sôbre habeas corpus serão lançadas em


forma de sentença nos autos. As ordens necessárias ao seu cumprimento se-
rão, pelo secretário do Tribunal, expedidas em nome do seu presidente.

Salvo-conduto

Art. 479. Se a ordem de habeas corpus fôr concedida para frustrar amea-
ça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto, assinado
pelo presidente do Tribunal.

Sujeição a processo

Art. 480. O detentor do prêso ou responsável pela sua detenção ou quem


quer que, sem justa causa, embarace ou procrastine a expedição de ordem
de habeas corpus , as informações sôbre a causa da prisão, a condução, e
apresentação do paciente, ou desrespeite salvo-conduto expedido de acôrdo
com o artigo anterior, ficará sujeito a processo pelo crime de desobediência a
decisão judicial.

Promoção da ação penal

Parágrafo único. Para êsse fim, o presidente do Tribunal oficiará ao procu-


rador-geral para que êste promova ou determine a ação penal, nos têrmos do
art. 28, letra c.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.

AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD


Aurélio de Lyra Tavares Márcio de Souza e Mello
Luís Antônio da Gama e Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.10.1969, retificado em


21.1.1970, retificado em 23.1.1970 e retificado em 28.1.1970

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LEI N. 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013


Mensagem de veto
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo dele-
gado de polícia.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e ex-
clusivas de Estado.
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro pro-
cedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstân-
cias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requi-
sição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apura-
ção dos fatos.
§ 3º (VETADO).
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em cur-
so somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato funda-
mentado.
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar
a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,


devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os
advogados.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.2013

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996

(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência) Regulamenta o inciso XII, parte final,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) do art. 5º da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natu-
reza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I – não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II – a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III – o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com
pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3º A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determi-
nada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I – da autoridade policial, na investigação criminal;
II – do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal.
Art. 4º O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração
penal, com indicação dos meios a serem empregados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado


verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a in-
terceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2º O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispen-
sabilidade do meio de prova.
Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimen-
tos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acom-
panhar a sua realização.
§ 1º No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação inter-
ceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2º Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado
da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas.
§ 3º Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8º,
ciente o Ministério Público.
Art. 7º Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei,
a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às
concessionárias de serviço público.
Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e trans-
crições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamen-
te antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial
(Código de Processo Penal, art.10, § 1º) ou na conclusão do processo ao juiz
para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
de Processo Penal.

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Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada


pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a
forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze)
dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 9º A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-
cas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem auto-
rização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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Oficial

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-


cas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar se-
gredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei: (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.869. de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óp-
ticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996

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LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal,


os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o proce-
dimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995; e
dá outras providências.

• Vigência

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investiga-


ção criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de ta-
refas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indireta-
mente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorri-
do no estrangeiro, ou reciprocamente;
II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as
normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos
atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de exe-
cução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a


prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
n. 13.260, de 2016)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das
penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, em-
baraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente
atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I – se há participação de criança ou adolescente;
II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização cri-
minosa dessa condição para a prática de infração penal;
III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou
em parte, ao exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organiza-
ções criminosas independentes;
V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos sub-
sequentes ao cumprimento da pena.

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§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata


esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham
armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização cri-
minosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional
ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I – colaboração premiada;
II – captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III – ação controlada;
IV – acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados ca-
dastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações
eleitorais ou comerciais;
V – interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos
da legislação específica;
VI – afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII – infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do
art. 11;

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VIII – cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais


e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade
investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos in-
cisos II e V. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de que trata o parágra-
fo único do art. 61 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser co-
municado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído
pela Lei n. 13.097, de 2015)

Seção I
Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processu-


al e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de
colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as for-
malize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumaria-
mente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Ter-


mo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de
Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação, ressal-
vado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais
cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas
pela legislação processual civil em vigor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução,
quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu obje-
to, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse
público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confiden-
cialidade serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colabo-
rador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebran-
te, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresen-
tadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com
procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedi-
mento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte
que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada
sem a presença de advogado constituído ou defensor público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1150
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§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipos-


suficiente, o celebrante deverá solicitar a presença de outro advogado ou a
participação de defensor público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos
os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os
fatos investigados. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos
com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,
indicando as provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização crimi-
nosa e das infrações penais por eles praticadas;
II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da orga-
nização criminosa;
III – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da orga-
nização criminosa;
IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Pú-
blico, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
cial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou represen-

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tar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que
couber, o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspen-
dendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar
de oferecer denúncia se o colaborador:
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando
o Ministério Público ou a autoridade policial competente tenha instaurado in-
quérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para
a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompa-
nhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será re-
metido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,

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legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o


colaborador, na presença de seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao
juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia
da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompa-
nhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos
na homologação: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos
§§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de de-
finição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos
regimes previstos no Código Penal e na Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangi-
dos pelo § 5º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
IV – voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos
em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mé-
rito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
pena, nos termos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) e do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
so Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando o acordo
prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A deste artigo
ou já tiver sido proferida sentença. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de
impugnar a decisão homologatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos


requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender
aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessá-
rias. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acom-
panhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a
oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu que
o delatou. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o co-
laborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por ini-
ciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será fei-
to pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
das informações.
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técni-
ca similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das infor-
mações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença
de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.

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§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colabo-


ração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com
fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – sentença condenatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolo-
sa sobre os fatos objeto da colaboração. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador ces-
se o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração,
sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 5º São direitos do colaborador:
I – usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II – ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais
preservados;
III – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV – participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V – não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI – cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus
ou condenados.
VI – cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos
demais corréus ou condenados. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por


escrito e conter:
I – o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II – as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III – a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV – as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado
de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V – a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua famí-
lia, quando necessário.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribu-
ído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador
e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas di-
retamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, as-
segurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º.
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipóte-
se. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Seção II
Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que
a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será pre-
viamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter
informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca
da ação controlada.
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retar-
damento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer
com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III
Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,


representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

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Oficial

§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-


tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal
de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros
meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresen-
tado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtu-
ais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de
investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por or-
ganizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados
o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas inves-
tigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Oficial

§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz com-


petente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que
trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por outros
meios disponíveis. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja compro-
vada sua necessidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstancia-
do, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante a operação,
deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz com-
petente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público e o juiz competente poderão
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por
seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,

por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes

previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-

ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído

pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados

durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-

minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-

tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste

artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal

juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-

dade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do dele-

gado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da ne-

cessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,

os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir

nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição

da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade

fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma

a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou

identificar o agente que será infiltrado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração se-

rão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24


(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese
de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas ne-
cessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acom-
panharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporciona-
lidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II – ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9º da Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;
III – ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais infor-
mações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal,
salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV – não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pe-
los meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

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Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, inde-


pendentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
vestigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delega-
do de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo pra-
zo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua


prévia autorização por escrito:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,
a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar infor-
mações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envol-
vam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e in-


formações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no
curso de investigação ou do processo:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apos-
sa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei n. 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo ra-
zoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastina-
tório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do di-
reito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Associação Criminosa

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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é arma-
da ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342....................................................................................
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)
dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra

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LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997


Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena
é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
III – se o crime é cometido mediante seqüestro.

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§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego pú-


blico e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontran-
do-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 -
Estatuto da Criança e do Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997

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LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Regulamento
Regulamento Dispõe sobre registro, posse e comer-
Regulamento cialização de armas de fogo e muni-
Regulamento ção, sobre o Sistema Nacional de
Regulamento Armas – Sinarm, define crimes e dá
Regulamento outras providências.
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Jus-


tiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo
e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as
decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de trans-
porte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

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VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, ex-
portadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

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III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-


nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

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desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

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§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput des-


te artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo
imóvel rural. (Incluído pela Lei n. 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

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X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
(Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas cons-
tantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei n.
12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das insti-
tuições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-
nada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

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Oficial

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais


está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do
Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exer-
cerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de


segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este arti-
go deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia


temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo,
perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou
abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas
ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pesso-
as e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da ap-
tidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
(Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-


go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-
nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,


roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-
portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-


ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste arti-
go, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, aces-


sório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação le-
gal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elemen-
tos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes ele-
mentos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-
to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-
nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-


ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos ór-
gãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-
berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,
serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do trá-
fico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas
de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham
sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso,
perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército,
devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenci-
ário da unidade da federação responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei
n. 13.886, de 2019)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao


Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-
-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de


taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão inde-
nizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressal-
vados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de


transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar
armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros
de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a cri-
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, esta-
duais e distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial
de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão
caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísti-
cos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

1186
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Vigência
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro-
vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o


adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei n. 13.869. de 2019)

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Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,


independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869.
de 2019)

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.

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Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de


criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.

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Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de


criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (In-
cluído pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
na. (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-
-la; (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)

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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829, de
2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o  caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmen-
te notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)
§ 1º  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)

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§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de


comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
por: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo
o material ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)

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Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.


11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de in-
duzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (In-
cluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei n.
10.764, de 12.11.2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

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Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos


no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluí-
do pela Lei n. 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fe-
deral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
-fé. (Redação dada pela Lei n. 13.440, de 2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente
às práticas referidas no caput  deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de
23.6.2000)
§ 2º  Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n.
9.975, de 23.6.2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º  As penas previstas no caput  deste artigo são aumentadas de um
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

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CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou
televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá
determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois
números. (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 2017) (Vigência)

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Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes


ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão subs-
tituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (In-
cluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

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Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de


reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: (Expressão declara-
da inconstitucional pela ADI 2.404).
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.

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Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação


e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de se-
rem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e ado-
lescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art.
81: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

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Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em


27.9.1990

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LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989

Mensagem de veto
Vide Lei n. 12.735, de 2012
(Vide ADO N. 26)
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)

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III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de


trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-
munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:

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Pena – reclusão de um a três anos.


Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,
navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

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§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em


9.1.1989

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LEI N. 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998


Vide Decreto n. 2.799, de 1998
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;
a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS
E VALORES

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, mo-


vimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VII – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VIII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;

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II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,


tem em depósito, movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos ver-
dadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do
Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organiza-
ção criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifica-
ção dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a uti-
lização da ação controlada e da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão, da competência do juiz singular;

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II – independem do processo e julgamento das infrações penais antece-


dentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para
os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julga-
mento; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-fi-
nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Fe-
deral. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto
no  art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir ad-
vogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou median-
te representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam ins-
trumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou de-
preciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e va-


lores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos
ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e
custas. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob
constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma,
que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado
em relação ao processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informa-
ções sobre quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e inti-
mará o Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta ju-


dicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Dis-
trito Federal: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em insti-
tuição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por
outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição
financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em
subconta de restituição; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em
lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em insti-
tuição financeira pública da União; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na
forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o
trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Jus-
tiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patri-
mônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado
ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado
à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores de-


positados ou devolvidos. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e
multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no
âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a desonerar bens
sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da
alienação serão apensados aos do processo principal. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o
juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I  – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos
quais não foi dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesa-
do ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo
serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única
do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita docu-
mento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso
e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e
valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto

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de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos


à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
ções. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Minis-
tério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administra-
ção dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com
o produto dos bens objeto da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situa-
ção dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos
sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a me-
didas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que
requererá o que entender cabível. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta
ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer na-
tureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência

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das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena pri-
vativa de liberdade aplicada.
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamen-
tarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver
sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor
da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. (In-
cluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO IV
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES PRATI-
CADOS NO ESTRANGEIRO

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou con-


venção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente,
medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1º praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou
convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante
prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores priva-
dos sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira
competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos en-
tre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE


(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas


físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como ati-
vidade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermedia-
ção ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas
de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdên-
cia complementar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito,
bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qual-
quer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a trans-
ferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de
fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 167, de 2019)

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VI – as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens


móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na
sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Bra-
sil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de
órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem
no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qual-
quer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer
das atividades referidas neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobi-
liária ou compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e me-
tais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou
de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que
envolvam grande volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventual-
mente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselha-
mento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou indus-
triais ou participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída
pela Lei n. 12.683, de 2012)

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c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento


ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza,
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a ati-
vidades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor
de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste
artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VI
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE REGISTROS

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos
de instruções emanadas das autoridades competentes;
II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangei-
ra, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo

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passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela au-
toridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compa-
tíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao
disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos compe-
tentes; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão re-
gulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Ativida-
des Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade,
forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da
lei, o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identi-
ficação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo de-
verão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do
encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também
quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglome-
rado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori-
dade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o ca-
dastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como
de seus procuradores. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)

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CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a
qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas
da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua ativi-
dade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações pas-
síveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I
deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características,
no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-
mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não
acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso
II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscaliza-

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ção das pessoas a que se refere o art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deve-
rão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limi-
tes, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores


das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício
do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade,
operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumpri-
mento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por
culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo


assinalado pela autoridade competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada
nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que
se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas in-
frações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei
ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência
específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 13. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO IX
DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o Conselho


de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a finalidade de disciplinar,
aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo das compe-
tências de outros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória
n. 886, de 2019)
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas
no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador,
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.

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§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de coopera-


ção e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as in-
formações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em ativi-
dades suspeitas. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração
dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Art. 17. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei


n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no que não
forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, ex-
clusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualifica-
ção pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias
em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão
ser, sempre que determinado, em meio informático, e apresentados em ar-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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quivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo


sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afasta-
do, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que
o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados
fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir
do início do exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao do
pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.3.1998

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LEI N. 11.340 DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência domés-


tica e familiar contra a mulher, nos termos do §
8º do art. 226 da Constituição Federal, da Con-
venção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Mulheres e da Con-
Vigência
venção Interamericana para Prevenir, Punir e Er-
(Vide ADI n. 4424)
radicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; altera o Código de Pro-
cesso Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violên-
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-
tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo


dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, explo-
ração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições ne-
cessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patri-
monial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-


dem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher,


entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei
n. 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constran-
ja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, me-
diante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercia-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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lizar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar


qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recur-
sos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar


contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não go-
vernamentais, tendo por diretrizes:
I – a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;
II – a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes
às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacio-
nalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III – o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do
art. 221 da Constituição Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – a implementação de atendimento policial especializado para as mu-


lheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI – a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instru-
mentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e
entidades não governamentais, tendo por objetivo a implementação de progra-
mas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII – a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Muni-
cipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII – a promoção de programas educacionais que disseminem valores
éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de
raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e fami-


liar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas pú-
blicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação


de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclu-
sive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio,
de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessá-
rios e cabíveis nos casos de violência sexual.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, se-
xual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a
ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de
saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de
Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
os serviços. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo
iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência
doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos
ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não pode-


rá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substitui-
ção da pena aplicada. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem priorida-
de para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência poli-
cial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela
Lei n. 13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matricu-
lados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às
informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos com-
petentes do poder público. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumpri-
mento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
(Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou
de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mu-
lher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,


considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela
Lei n. 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético,
devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei n.
13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imedia-
to ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo


ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamen-
to perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada
pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representa-
ção a termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apar-
tado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas pro-
tetivas de urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas;
VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;

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VI – A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma


de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem
como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do regis-
tro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;
III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas
pela ofendida.
IV – informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência
e se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência
preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários mé-
dicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

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§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-


rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comu-
nicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao
Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade
da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e cri-


minais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mu-
lher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e
da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não
conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

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Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,


órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário no-
turno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
miliar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído
pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuiza-
mento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis
regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

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CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas prote-
tivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência ju-
diciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união es-
tável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do
agressor. (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo
juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de ime-
diato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Mi-
nistério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativa-
mente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia,
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familia-
res e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,


caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação
ao agressor .

Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,


nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto
ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixan-
do o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

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VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeduca-


ção; e (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de ou-
tras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida
ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-
trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes
de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, pode-
rá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o dis-
posto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou co-
munitário de proteção ou de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direi-
tos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.

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V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de


educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei
n. 13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
narmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por per-
das e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e fami-
liar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.
13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial po-
derá conceder fiança. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções ca-
bíveis. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

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CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas
cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições,
nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de
assistência social e de segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irre-
gularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em


situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de ad-
vogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e
familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judici-
ária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendi-
mento específico e humanizado.

TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher


que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.

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Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras


atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun-
dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendi-
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível
e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV
desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas crimi-
nais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-


tra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias neces-
sárias e do serviço de assistência judiciária.

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Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão


criar e promover, no limite das respectivas competências:
I – centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e res-
pectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III – delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e cen-
tros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar;
IV – programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promo-
verão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nes-
ta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a
mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e infor-
mações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida proteti-
va de urgência. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

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Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em


banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos
de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efe-
tividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentá-
rias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercí-
cio financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorren-
tes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313..................................................
................................................................
IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência.” (NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61...................................................
.................................................................
II – f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésti-
cas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
...........................................................” (NR)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940


(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129...................................................
..................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ain-
da, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Exe-
cução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152....................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua
publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006

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LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes

previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e

de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa

jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a

sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e

penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu

órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das

pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua

personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à

qualidade do meio ambiente.

Art. 5º (VETADO)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente

observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de

interesse ambiental;

III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as

privativas de liberdade quando:

I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade

inferior a quatro anos;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem

que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção

do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo

terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I – prestação de serviços à comunidade;

II – interdição temporária de direitos;

III – suspensão parcial ou total de atividades;

IV – prestação pecuniária;

V – recolhimento domiciliar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao

condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades

de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,

na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de

o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais

ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo

prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de

crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância,

fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos

e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso

de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a

sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação

ambiental;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle

ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem

ou qualificam o crime:

I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II – ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o

meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato

do Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por

verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

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Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena

pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não

superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do

Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as

condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção

ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se

revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada

até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,

fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e

cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível

poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o

valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando

os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução

poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do  caput, sem prejuízo da

liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às

pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – multa;

II – restritivas de direitos;

III – prestação de serviços à comunidade.

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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I – suspensão parcial ou total de atividades;

II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem

obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do

meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou

atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo

com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,

subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica

consistirá em:

I – custeio de programas e de projetos ambientais;

II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III – manutenção de espaços públicos;

IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente,

com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta

Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado

instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário

Nacional.

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CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e

instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues

a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e

cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada pela

Lei n. 13.052, de 2014)

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no

§ 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu

bem-estar físico. (Redação dada pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados

e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins

beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos

ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando

do §3º para §4º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,

garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do

§4º para §5º pela Lei n. 13.052, de 2014)

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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública

incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76

da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada

desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata

o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de

1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei,

com as seguintes modificações:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do

artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação

do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º

do mesmo artigo;

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa

a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos

II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no caput;

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo

de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu

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resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de

punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado

tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos

dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida

permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada

ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de

aplicar a pena.

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§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às

espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do

território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que

somente no local da infração;

II – em período proibido à caça;

III – durante a noite;

IV – com abuso de licença;

V – em unidade de conservação;

VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar

destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de

caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

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§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,

o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura

de domínio público;

II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,

sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza

sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta

náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares

interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização
de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

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III  – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes


provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das

normas de proteção:

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Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em

estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou

utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei n.

11.428, de 2006).

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

(Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às

áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as

Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os

Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei

n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei n.

9.985, de 2000)

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§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as

Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna,

as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do

Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei n. 9.985,

de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela

Lei n. 9.985, de 2000)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses

a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar

incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou

qualquer tipo de assentamento humano:

Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou

qualquer espécie de minerais:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou

para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as

determinações legais:

Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,

lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de

licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem

ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais

formas de vegetação:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação

fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei

n. 11.284, de 2006)

§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena

será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais

formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias

ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou

subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um

sexto a um terço se:

I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a

modificação do regime climático;

II – o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça

ocorra somente no local da infração;

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d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos

à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;

V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

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Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a

competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo

com a obtida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto

ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 12.305,

de 2010)

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza

em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei

n. 12.305, de 2010)

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla

ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

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Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão

aumentadas:

I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio

ambiente em geral;

II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave

em outrem;

III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão

aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão

judicial;

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II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica

ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu

valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu

entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou

monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a concedida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento

urbano: (Redação dada pela Lei n. 12.408, de 2011)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada

pela Lei n. 12.408, de 2011)


§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude

do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses

a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei

n. 12.408, de 2011)

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de

valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde

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que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário

do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão

competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas

pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei n. 12.408, de 2011)

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a

verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos

de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão

em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou

serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de

cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano,

sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato

de questões ambientais:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

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Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão

florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou

relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por

omissão: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano

significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa,

incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou

omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e

recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental

e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais

integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados

para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos

Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir

representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito

do exercício do seu poder de polícia.

1263
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Oficial

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental

é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo

administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo

próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas

as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental

deve observar os seguintes prazos máximos:

I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto

de infração, contados da data da ciência da autuação;

II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,

contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância

superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de

Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento

da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções, observado o disposto no art. 6º:

I – advertência;

II – multa simples;

III – multa diária;

IV  – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,

instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza

utilizados na infração;

V – destruição ou inutilização do produto;

1264
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – suspensão de venda e fabricação do produto;

VII – embargo de obra ou atividade;

VIII – demolição de obra;

IX – suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI – restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-

lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta

Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo

das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência

ou dolo:

I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de

saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela

Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania

dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,

melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração

se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão

ao disposto no art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas

quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem

obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

1265
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I – suspensão de registro, licença ou autorização;

II – cancelamento de registro, licença ou autorização;

III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em

estabelecimentos oficiais de crédito;

V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de

até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração

ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado

pela Lei n. 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto

n. 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma

ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no

regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices

estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,

Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de

incidência.

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CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons

costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a

necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I – produção de prova;

II – exame de objetos e lugares;

III – informações sobre pessoas e coisas;

IV – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham

relevância para a decisão de uma causa;

V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou

pelos tratados de que o Brasil seja parte.

§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da

Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente

para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I – o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II – o objeto e o motivo de sua formulação;

III – a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV – a especificação da assistência solicitada;

V – a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o

caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente

para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema

de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações

com órgãos de outros países.

1267
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código

Penal e do Código de Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais

integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos

e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis

de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com

força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas

físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Redação

dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,

exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas

no  caput possam promover as necessárias correções de suas atividades,

para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos

respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

1268
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade

das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e

o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto

e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços

exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica

compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior

ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março

de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento

de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,

considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo

de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento

escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo

ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

1269
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e

enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso,

ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do

instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física

ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não

impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do

requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,

quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito

ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,

contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá

conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e

jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser

publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa

dias a contar de sua publicação.


Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003

Mensagem de veto
Vigência
(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

1271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção


um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida
e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;

1273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

VI – participação na vida política, na forma da lei;


VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.


Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas pe-
rante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e pas-
sarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei n. 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômi-
cas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, me-
dicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, ór-
teses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público

1275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que


integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-


tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técni-
cas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua
integração à vida moderna.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-


ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,
na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respei-


tadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é ve-


dada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus po-
tenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedên-
cia mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da


Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que pre-
servem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
dos na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabeleci-
dos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput obser-


vará o disposto no caput e § 2º do art. 3º da Lei no 9.876, de 26 de novem-
bro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mes-
mo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base dos aposen-
tados e pensionistas.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobran-
ça de participação do idoso no custeio da entidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistên-


cia Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não po-
derá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário
ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal fir-
mar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, ex-
ceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e
os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os


direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de aten-
dimento;
III – em razão de sua condição pessoal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser


aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministé-


rio Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabi-
lidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV  – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto


articulado de ações governamentais e não-governamentais da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de


1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negli-
gência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por
idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos ido-
sos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diver-
sos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com
os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.


Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno
e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao
idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especi-
ficando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decor-
rentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de


idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os docu-
mentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, rela-
ção de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações,
se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendi-


mento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Públi-
co, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7º da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervi-
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do
idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.” (NR)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos pú-


blicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determina-


ções desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e cri-
minal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado
o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:


a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que colo-
que em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de aten-
dimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências
a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso,
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações


do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa per-
manência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabeleci-
mento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autori-
dade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
idoso.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados


anualmente, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Mi-
nistério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
ção.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.

1290
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO VI
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo


de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade go-
vernamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início me-
diante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do diri-
gente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão
aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as pro-
vas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.
69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento, delibe-
rando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou


ao responsável pelo programa de atendimento.

TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o pro-


cedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e proce-
dimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fa-
zendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpri-
das, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se
em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Admi-
nistração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições
financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Ju-
diciária.

1292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso


aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maio-
res de oitenta anos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-
cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos di-
reitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou
parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem
a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos
em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, con-
forme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu-
ção coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-


des municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a ins-
tauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às nor-
mas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos pre-
vistos nesta Lei.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas nes-
te artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser
a lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita


pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Pú-


blico deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilida-
de por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II  – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-con-
tagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
teção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do do-
micílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concor-
rentemente:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – o Ministério Público;


II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia au-
torização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade
ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1º  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela li-
minarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

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§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-


ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo
do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trân-
sito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de-
mais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais le-
gitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciati-
va do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que cons-
tituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam configu-
rar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação para

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sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público,


para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inqué-
rito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
mentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conse-
lho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de infor-
mação.
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revi-
são do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será
designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

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TÍTULO VI
DOS CRIMES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei


no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na  Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-
ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:

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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.


Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-
sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-
cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:

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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.


Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-


nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61................................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
..................................................................................” (NR)
“Art. 121..............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.................................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
§ 3º ...................................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 140.............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
.................................................................................. (NR)
“Art. 141.............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria.
.................................................................................” (NR)
“Art. 148.............................................................................
§ 1º....................................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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................................................................................” (NR)
“Art. 159............................................................................
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqües-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
................................................................................” (NR)
“Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
...............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21..............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a


vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de
1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º .............................................................................
§ 4º ..................................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
................................................................................” (NR)

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Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de


1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18................................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21


(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
..................................................................................” (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional


de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os re-
cursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-


pulação idosa do País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto


de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-
da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o
acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-e-
conômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua pu-
blicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de
1o de janeiro de 2004.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos,


Mensagem de veto nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) da Constituição Federal, e determina
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipifi-
cados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide
Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,
inciso V); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso
I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrên-
cia de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Re-
dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consu-
mados: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de
1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido,
previsto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei


n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou muni-
ção, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de
crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente
se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de de-
zembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada neces-
sidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83...............................................................
........................................................................

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V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por


crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.”
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157..............................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de
cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º.................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º.................................................................
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º.................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 267................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
Art. 270................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
.......................................................................”
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
“Art. 159...............................................................
........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-
nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade
o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a víti-
ma em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35.................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 11. (Vetado).


Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

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LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Mensagem de veto Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis


Vigência e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordi-


nária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de
sua competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicida-
de, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação.

CAPÍTULO II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,


processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim
consideradas:
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III – a ação de despejo para uso próprio;
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao
fixado no inciso I deste artigo.

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§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:


I – dos seus julgados;
II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o
salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de na-
tureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e tam-
bém as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia
ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipóte-
se de conciliação.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado
do foro:
I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça
atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
agência, sucursal ou escritório;
II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para re-
paração de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no
foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas


a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de
experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais
justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do
bem comum.

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Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recru-


tados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os
segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia
perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III
Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o in-
capaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas
da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação
perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas
jurídicas.
§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:
(Redação dada pela Lei n. 12.126, de 2009)
I – as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pes-
soas jurídicas; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
II – as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro
de 1999; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
II – as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, mi-
croempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 147, de 2014)
III – as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Ci-
vil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
(Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
IV – as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art.
1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.126,
de 2009)

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§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de


assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes com-
parecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor
superior, a assistência é obrigatória.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer as-
sistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá
a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído
junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,
quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes
especiais.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser
representado por preposto credenciado.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá
ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição
com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.
(Redação dada pela Lei n. 12.137, de 2009)
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de
terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV
Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-


rário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo
juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposi-
ção de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei n.
13.728, de 2018)

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Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as


finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 2º desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumida-
mente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipa-
das. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo
e demais documentos que o instruem.

Seção V
Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito


ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:
I – o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II – os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III – o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,
desde logo, a extensão da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, po-
dendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alterna-
tivos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não
ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autu-
ação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se
no prazo de quinze dias.

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Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á,


desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido
e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a
contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

Seção VI
Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:


I – por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II – tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega
ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
III – sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de man-
dado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para compareci-
mento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-
-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da
citação.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por
qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cien-
tes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas
no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local
anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

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Seção VII
Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à


audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos ale-
gados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes


presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as
consequências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º
desta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por
conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homo-
logada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
§ 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo
Juiz togado mediante sentença com eficácia de título executivo. (Incluído pela
Lei nº 13.994, de 2020).
§ 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado median-
te o emprego dos recursos tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e
imagens em tempo real, devendo o resultado da tentativa de conciliação ser
reduzido a escrito com os anexos pertinentes. (Incluído pela Lei nº 13.994,
de 2020).
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.
Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da
tentativa de conciliação não presencial, o Juiz togado proferirá sentença.
(Redação dada pela Lei nº 13.994, de 2020)
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum
acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

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§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de


termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não
estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a
audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz,
na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o ár-
bitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença
irrecorrível.

Seção IX
Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à


audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a
defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a
audiência designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes, desde
logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes,
colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam inter-
ferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão de-
cididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das par-
tes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da
audiência.

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Seção X
Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de


defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se proces-
sará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,
formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fun-
dado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria
audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada,
cientes todos os presentes.

Seção XI
Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não


especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados
pelas partes.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparece-
rão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrola-
do, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à
Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar
sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de
sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

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Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a re-


querimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determi-
nar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o
verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença re-
ferir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão
de Juiz togado.

Seção XII
Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com bre-


ve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíqui-
da, ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada
estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e
imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de
atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes toga-
dos, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciên-
cia da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
do recorrente.

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§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta


e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer res-
posta escrita no prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe
efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita
magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do re-
querente as despesas respectivas.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com
a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositi-
va. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.
Art. 47. (VETADO)

Seção XIII
Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acór-


dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão
nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oral-
mente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração
suspenderão o prazo para recurso. 
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interpo-
sição de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

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Seção XIV
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:


I – quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências
do processo;
II – quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu
prosseguimento, após a conciliação;
III – quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV – quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º
desta Lei;
V – quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não
se der no prazo de trinta dias;
VI – quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucesso-
res no prazo de trinta dias da ciência do fato.
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia
intimação pessoal das partes.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência
decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento
das custas.

Seção XV
Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, apli-


cando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as se-
guintes alterações:
I – as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão
em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;
II – os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de ou-
tras parcelas serão efetuados por servidor judicial;

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III – a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria


audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a
cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos
efeitos do seu descumprimento (inciso V);
IV – não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e
tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á
desde logo à execução, dispensada nova citação;
V – nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz,
na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de
acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadim-
plemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação
da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz
de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a
multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor
na execução do julgado;
VI – na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por
outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob
pena de multa diária;
VII – na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o
credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a
qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo
o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento
não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
móvel, ou hipotecado o imóvel;
VIII – é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar
de alienação de bens de pequeno valor;
IX – o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, ver-
sando sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente


à sentença.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até qua-
renta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil,
com as modificações introduzidas por esta Lei.
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiên-
cia de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito
ou verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a so-
lução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o
conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito
a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação
do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improce-
dentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das
alternativas do parágrafo anterior.
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o proces-
so será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI
Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de


jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta
Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispen-
sadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas
e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em
segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de ad-

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vogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:
I – reconhecida a litigância de má-fé;
II – improcedentes os embargos do devedor;
III – tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso
improvido do devedor.

Seção XVII
Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias


necessárias e o serviço de assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser
homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a
sentença como título executivo judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas
partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Mi-
nistério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a
conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedi-
mento instituído por esta Lei.

CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo. (Vide Lei n. 10.259, de
2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou toga-


dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tri-
bunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei
preveja procedimento especial. (Vide Lei n. 10.259, de 2001)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objeti-
vando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei n. 13.603, de 2018)

Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi


praticada a infração penal.

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Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-


rário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas
de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento pode-
rão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz enca-
minhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebi-
mento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência la-


vrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames pe-
riciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for ime-
diatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
parecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação
dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a
realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da
qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secre-
taria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na
forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acom-
panhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua
orientação.

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Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na


forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os
que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homo-
logada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de
ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acar-
reta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediata-
mente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ver-
bal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência pre-
liminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo
previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,
pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será subme-
tida à apreciação do Juiz.

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§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infra-


ção, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referi-
da no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação


de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese
prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imedia-
to, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no
termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formu-
lação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa
oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entre-
gando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cien-
tificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julga-

1331
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mento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o


responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66
e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para in-
timação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão inti-
mados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julga-
mento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando impres-
cindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para respon-
der à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se ime-
diatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, imper-
tinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de con-
vicção do Juiz.

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Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença ca-


berá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição es-
crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magné-
tica a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspen-
derão o prazo para o recurso. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

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Seção IV
Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-


-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a puni-
bilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros
criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em
pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em
lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de
direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão
competente, nos termos da lei.

Seção V
Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena


restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais
serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI
Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, de-


penderá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corpo-
rais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido con-

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denado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a


suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier
a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

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Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e


de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis


e Criminais, sua organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências re-
alizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,
ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previa-
mente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os
Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação
desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes,
que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.726, de 2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua
publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.
7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da


República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995

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Oficial

LEI N. 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990


Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do


consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º,
inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposi-
ções Transitórias.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ain-
da que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transforma-
ção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-
diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito
e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

1337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei n. 9.008,
de 21.3.1995)
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de con-
sumo;
II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumi-
dor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representa-
tivas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qua-
lidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de con-
sumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal),
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;

1338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos


seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle
de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI  – coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no
mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida
de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo,
contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I – manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consu-
midor carente;
II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no
âmbito do Ministério Público;
III – criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de
consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV – criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especiali-
zadas para a solução de litígios de consumo;
V – concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações
de Defesa do Consumidor.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO III
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por


práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos;
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apre-
sentem; (Redação dada pela Lei n. 12.741, de 2012) Vigência
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comer-
ciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, in-
dividuais, coletivos e difusos;
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à pre-
venção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos ne-
cessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
IX – (Vetado);
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput  deste


artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes
de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios ge-
rais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA
REPARAÇÃO DOS DANOS

Seção I
Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não


acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os con-
siderados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos
apropriados que devam acompanhar o produto.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as
informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados
que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei n. 13.486, de
2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utiliza-


dos no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do
consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso,
sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei n. 13.486, de 2017)
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produ-
to ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade
ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua in-
trodução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades compe-
tentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão
veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do pro-
duto ou serviço.
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou
serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).

Seção II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro,


e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apre-
sentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele


legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias rele-
vantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será res-
ponsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo
anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, pro-
dutor, construtor ou importador;
III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua
participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insu-
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o con-
sumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:

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I – o modo de seu fornecimento;


II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores to-
das as vítimas do evento.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não durá-


veis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

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Oficial

III – o abatimento proporcional do preço.


§ 2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo
previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior
a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá
ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do con-
sumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste
artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos
incisos II e III do § 1º deste artigo.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável
perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado cla-
ramente seu produtor.
§ 6º São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsifica-
dos, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distri-
buição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao
fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quan-
tidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do reci-
piente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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I – o abatimento proporcional do preço;


II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou
a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que
os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha:
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devida-
mente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins
que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam
as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a repara-
ção de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que
mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
últimos, autorização em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obri-

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gados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos es-


senciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obri-
gações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
pri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por ina-
dequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe
de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,
exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções an-
teriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos res-
ponderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anterio-
res.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao pro-
duto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou
importador e o que realizou a incorporação.

Seção IV
Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constata-


ção caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não
duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva
do produto ou do término da execução dos serviços.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante
o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II – (Vetado).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momen-
to em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).

Seção V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da socieda-


de quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falên-
cia, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 1º (Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes
deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua


personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.
CAPÍTULO V
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos con-


sumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.

Seção II
Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veicu-


lada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegu-
rar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, ga-
rantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos re-
frigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. (In-
cluído pela Lei n. 11.989, de 2009)
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de
componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou im-
portação do produto.

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Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser


mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal,
deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e
em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela
Lei n. 11.800, de 2008).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável
pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente
e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventual-
mente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III
Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor,


fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servi-
ços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro

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modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito


da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
veite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valo-
res ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4º (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou co-
municação publicitária cabe a quem as patrocina.

Seção IV
Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:


Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantita-
tivos;
II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata me-
dida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;

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V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;


VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autoriza-
ção expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anterio-
res entre as partes;
VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei
n. 8.884, de 11.6.1994)
X – (Vetado).
X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela
Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
XI – Dispositivo incluído pela MPV n. 1.890-67, de 22.10.1999, transfor-
mado em inciso XIII, quando da conversão na Lei n. 9.870, de 23.11.1999
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei
n. 9.008, de 21.3.1995)
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratual-
mente estabelecido. (Incluído pela Lei n. 9.870, de 23.11.1999)
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços
de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade adminis-
trativa como máximo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)

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Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou en-


tregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor
orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como
as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo pra-
zo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraen-
tes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos de-
correntes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento
prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão
respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela
restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, po-
dendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V
Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será ex-


posto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito
à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

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Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados


ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído
pela Lei n. 12.039, de 2009)

Seção VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às


informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por
ele.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no pra-
zo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das
informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter
público.
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumi-
dor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito,
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao cré-
dito junto aos fornecedores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser


disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei n. 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos
e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se
a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e
consulta por qualquer interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enuncia-
das no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão


os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimen-
to prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, re-
cibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor,
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a


contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, du-
rante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida
mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado
e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a car-
go do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução,
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Seção II
Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais


relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do forne-
cedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o forne-
cedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que colo-


quem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a eqüidade;
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou
a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, consideran-
do-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras cir-
cunstâncias peculiares ao caso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contra-


to, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
rer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º (Vetado).
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente re-
querer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada
a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das
partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no
seu termo não poderão ser superiores a dez por cento do valor da prestação.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no
seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
(Redação dada pela Lei n. 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadim-
plemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 1º (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a com-
pensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em
moeda corrente nacional.

Seção III
Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido apro-


vadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo for-
necedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo. 
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a
alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no
§ 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão
pelo consumidor.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior
ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Reda-
ção dada pela n. 11.785, de 2008)
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deve-
rão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5º (Vetado)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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CAPÍTULO VII
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
(Vide Lei n. 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorren-


te e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e
controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de pro-
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da
vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor,
baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com
atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão co-
missões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas re-
feridas no § 1º, sendo obrigatória a participação dos consumidores e forne-
cedores.
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para
que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de in-
teresse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,
conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de
natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;

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VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;


VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de ativi-
dade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
das cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou inciden-
te de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor será apli-
cada mediante procedimento administrativo nos termos da lei, revertendo
para o fundo de que trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, sen-
do a infração ou dano de âmbito nacional, ou para os fundos estaduais de
proteção ao consumidor nos demais casos. (Vide Decreto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. A multa será em montante nunca inferior a trezentas e não
superior a três milhões de vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN),
ou índice equivalente que venha substituí-lo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplica-
da mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos de-
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescenta-
do pela Lei n. 8.703, de 6.9.1993)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição

de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou ser-

viço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou per-

missão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento

administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios

de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto

ou serviço.

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de

suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administra-

tiva, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada am-

pla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior

gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.

§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de

serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as

circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou

suspensão da atividade.

§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade

administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o for-

necedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos

do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma for-

ma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local,

espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade en-

ganosa ou abusiva.

§ 2º (Vetado)

§ 3º (Vetado).

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TÍTULO II
DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas nes-


te código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-
dutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publi-
cidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante re-
comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumido-
res a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja pos-
terior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente,
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando de-
terminação de autoridade competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)

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§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também ca-


racteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425,
de 2017)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação rele-
vante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser ca-
paz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão
base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constran-
gimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

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Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que


sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou de-
veria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequa-
damente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos
neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabi-
lidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamen-
tos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

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Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-


-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o
juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts.
44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e du-
zentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equi-
valente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado
ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consu-
mo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas


poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

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Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:


I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 100, parágrafo único, são legitimados concor-
rentemente:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados con-
correntemente: (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas
ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse so-
cial evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela.

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Parágrafo único. (Vetado).


Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissí-
vel se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obten-
ção do resultado prático correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art.
287, do Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equi-
valente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e
apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento
de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adian-
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras
despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.

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Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de


regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilida-
de de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código
de Processo Civil e da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que
respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 81 poderão propor, em nome


próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome
próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como
fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para
a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âm-
bito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos
de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo
Civil aos casos de competência concorrente.

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Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de


que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica,
fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas
pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o
art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 81, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiverem sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de
liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execu-
ção individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação pre-
vista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos preju-
ízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência
no pagamento. (Vide Decreto n. 407, de 1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da im-


portância recolhida ao fundo criado pela Lei n.7.347 de 24 de julho de 1985,
ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de
indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do
devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das
dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do
art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida. (Vide De-
creto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo
criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. (Vide Decreto n. 407, de
1991)
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE
PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e


serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão ob-
servadas as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá cha-
mar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Ins-
tituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar proce-
dente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo
Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirma-
tivo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador,
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispen-
sado o litisconsórcio obrigatório com este.

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Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor


ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o ter-
ritório nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determi-
nar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de
produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde
pública e à incolumidade pessoal.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado)

CAPÍTULO IV
DA COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici-
ência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do
inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quan-
do se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para benefi-
ciar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudica-
rão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pe-
dido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litiscon-
sortes poderão propor ação de indenização a título individual.

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§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com


o art. 13 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações
de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente
ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão
as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execu-
ção, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal conde-
natória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo
único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II
e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IV
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),


os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades
privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secre-
taria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substi-
tuí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor, cabendo-lhe:
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de
proteção ao consumidor;
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou su-
gestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de
direito público ou privado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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III – prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos


e garantias;
IV – informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes
meios de comunicação;
V – solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a
apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI – representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
VII – levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de or-
dem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individu-
ais dos consumidores;
VIII – solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do
Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços,
abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX – incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas es-
peciais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e
pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X – (Vetado).
XI – (Vetado).
XII – (Vetado)
XIII – desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento
Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
entidades de notória especialização técnico-científica.

TÍTULO V
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de forne-


cedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção
escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições

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relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de


produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de
consumo.
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instru-
mento no cartório de títulos e documentos.
§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar
da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 109. (Vetado).
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1º da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 111. O inciso II do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio am-
biente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa
a ter a seguinte redação:
"§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por asso-
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titula-
ridade ativa".
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e 6º ao art. 5º. da Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985:
"§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou carac-
terística do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

1375
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos


da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei.
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante com-
binações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial".
Art. 114. O art. 15 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter
a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte
redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n. 7.347, de 24 de
julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogado, custas e despesas processuais".
Art. 117. Acrescente-se à Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte
dispositivo, renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu
o Código de Defesa do Consumidor".

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a


contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.9.1990 - Edição extra

e retificado em 10.1.2007

1377
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade;


altera a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
Mensagem de veto a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n.
Vigência 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de
Promulgação partes vetadas 4 de julho de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por


agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre-
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autori-
dade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho
ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e pro-
vas não configura abuso de autoridade.

CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente


público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

1378
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;


II – membros do Poder Legislativo;
III – membros do Poder Executivo;
IV – membros do Poder Judiciário;
V – membros do Ministério Público;
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e ofere-
cer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

1379
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, de-
vendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
por ele sofridos;
II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de li-


berdade previstas nesta Lei são:
I – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II – suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo
de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas au-
tônoma ou cumulativamente.

1380
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente


das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreve-
rem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas
à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da
criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do
fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administra-
tivo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-
tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado ma-
nifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1381
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Art. 11. (VETADO).


Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à
autoridade judiciária no prazo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária
ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III – deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes
do condutor e das testemunhas;
IV – prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão tem-
porária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação,
deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de sol-
tura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando
esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I – exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autoriza-
do em lei;
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da
pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1382
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-


gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por
interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal,
deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo
ou função.
Art. 17. (VETADO).
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de
repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devida-
mente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de pre-
so à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do im-
pedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-
-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o
pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do
preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

1383
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advoga-
do ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se
ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de
interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de
confinamento:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,
criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente
inadequado, observado o disposto na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia
da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele per-
manecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das con-
dições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO);
III – cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte
e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando
houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação
ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de exi-
mir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou
agravar-lhe a responsabilidade:

1384
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o
intuito de:
I – eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso pra-
ticado no curso de diligência;
II – omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incom-
pletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou em-
pregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento
de crime, prejudicando sua apuração:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação
ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em des-
favor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 26. (VETADO).
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de
infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investi-
gação preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1385
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fis-
cal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, pro-
crastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o de-
ver de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou fun-
ção pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obriga-
ção legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos fi-


nanceiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da exces-
sividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo
de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrasti-
nar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos


nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei n. 9.099, de 26 de se-
tembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art.2º............................................................................................
.....................................................................................................
...................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-


ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado.
.....................................................................................................
....................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-
ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da au-
toridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do
prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefô-
nicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar
segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autoriza-
dos em lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,
independerá da pena aplicada na reincidência.”

1388
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida


do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-
vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º
do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias
de sua publicação oficial.

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
Wagner de Campos Rosário
Jorge Antonio de Oliveira Francisco
André Luiz de Almeida Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A


e retificado em 18.9.2019*

1389
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
Oficial

LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; alte-


ra a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei
n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n. 8.069, de
13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de 4 de julho
de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Fe-
deral, as seguintes partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intenta-
da no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1390
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/PA
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-


tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
.....................................................................................................
....................
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
.....................................................................................................
...................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
.....................................................................................................
....................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-
gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.’
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por inter-
rogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

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‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do


preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advo-
gado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-
-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.’
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

.....................................................................................................
..................
Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 7º-B:

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‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-


vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Brasília, 27 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.2019 - Edição extra - A

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LEI N. 9.503, DE SETEMBRO DE 1997

Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, pre-


vistos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Có-
digo de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem
como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o
agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição auto-
mobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705,
de 2008)
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaura-
do inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

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§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59


do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequên-
cias do crime. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habili-
tação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativa-
mente com outras penalidades. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois
meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sen-
tenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento
prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a sus-
pensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida caute-
lar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso
em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade
judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito
do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

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Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Có-


digo, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação
para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabí-
veis. (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008)
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, me-
diante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre
que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo de-
monstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código
Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será des-
contado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acor-
do com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada
a pedestres.
Art. 299. (VETADO)

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Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fian-
ça, se prestar pronto e integral socorro àquela.
Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor,
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela
Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei
n. 12.971, de 2014) (Vigência)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à vítima do acidente; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo
de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
V – (Revogado pela Lei n. 11.705, de 2008)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído
pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (In-
cluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

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Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de


se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer
das hipóteses do § 1º do art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veí-
culo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool
ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime
resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não cons-
tituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de
vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir
à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alte-
rada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela
Lei n. 12.760, de 2012)

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I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de


sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante
teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova tes-
temunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito
à contraprova. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado
neste artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determi-
nar o previsto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou de-
monstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou
privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

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Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão


ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo au-
tomotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de
natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas pre-
vistas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circuns-
tâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco
de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10
(dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per-
missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas pro-
ximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório,

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inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,


a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados,
quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo
aos quais se refere.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Có-
digo, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes ativi-
dades: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de
bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a ví-
timas de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recupera-
ção de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)

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