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AMADOR CYSNEIROS
PIOMOTOI MILITAR EM dO Pl11LO E GOUZ
-
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO IIAIIL
I G ·O
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,~. (REFORMADO
.r E COMMENTADO)
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LIVRARIA CARIOCA
RUA SÃO JOSÉ N. 45
110 DE JANEIRO
1934
' '
PREFACIO
'
A swrpreza causa4a peltJ reforma do antigo Codigo de
Justiça Militar, as confusões que provocou com a altera-
ção do seu texto e a falta de determinação de prazo para
entrar em vigor as novas disposições, despertCDram-me Q
desejo de elaboraçã,o do pres.ente trabalho, conAendo um
historico d(f refor'ma, durante os quatro ultimas anno~,
seguido. do texto do novo Codigo, com todas as- novas modi-
ficq,ções introduzidas, acompanhadas de breves commenta-
nos.
,. Foi um trabalho rapido de pouco mais de 15 dia.f,
'
visando a utilidade que elle poderá prestar aos me11s colle-
gas da Justiça Militar, a:os officixMs das classes armadas
v
~ v.~~ ;) . \ e a todos quanto tiverem necessidade de se orientar no fôro
militar.
,~Ú\ 0)'-\.J'} Deixei de juntar a farta jurisprudencia que o Egregio
~o J.OJ (I Supremo Tribunal .t em firmado sobre a parte processual
vs do Codigo, evitando se tornasse a obra mais volumosa,
encarec~ndo sobremodo seu valor acquisitivo, impedindo
STM ; '• :. t'; 3
assim sua maior divulgação.
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AIIADOR CY~NEIROS
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PRENUNCIOS DA REFORMA
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CODIGO DE .JUS'l'ICA lUILI'i'AR
AMADOil. CY!!' NEIROS
seus turnos, os promotores, adjuntos, supplentes de audi- · Sobrevindo o movimento armado de São Paulo. ~s.
tores e advogados esmoreciam e perdiam o estimulo verí- encontrou a Justiça e o proprio Exercito ' completamente
·e~
ficando a impossibilidade de se candidatarem aos postos desapparelhados para uma perfeita regularisação dos ser- io
superiores, tal o engorgitamento que se produzira com o viços de Justiça em campanha. Um decreto aqui, um aviso )S
aproveitamento dos innactivos, quasi todos nessa situação acolá, mobilisaram-se duas auditorias acompanhando ás Di- ~s
voluntaria privilegiada, proveniente do dispositivo do para- visões que se emparallelaram no valle do Parahyha. Só
grapho primeiro do artigo 382 das "Disposições Transito- ~I
muito tarde, sem tempo de locomover-se, uma outra se
rias do Codigo de Justiça Militar. a
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OODIGO DE JUSTI(iA MILITAR
AMADOR OYSNEIROS
apresta a avançar até o Quartel General do Destacamento nomeação de dois promotores e um advogado para audito-
do Exercito Sul, isso, aliás, já finda a luta. Alguns func~ res. A esperança dos que aguardavam um concurso mais
cionarios exerceram funcções de Justiça no Destacamento uma vez se estiolou, em face do acto discriccionario.
de Exercito Leste, taes como o auditor Dr. Silvestre Peri- Posteriormente deram-se mais duas vagas de auditor,
cles de Góes Monteiro e promotores Dr. Octavio Murgel na 9. a e na 5. a C. J. M. Voltou-se ao antigo criterio de
de Rezende e Romulo Pacheco emquanto nós nos no Sul, á aproveitamento dos em disponibilidade de entrancia supe·
mingua de officiaes, exercíamos funcções puramente mili~ rior, em entrancia inferior.
tares como as de chefe de Policia Militar, director de Pre· E batia-se na mesma tecla da reforma ...
sidio e Campo de Concentração de Prisioneiros, membro Na gestão dos negocios da guerra o ministro general
de cmnmissões militares de Abastecimento ás populações Góes Monteiro, de modo mais intenso, voltou-se a mor-
civis., Como se vê, tudo cahotico e fóra dos regulamentos, murar na necessidade da reforma. Na realidade com um
por força das circumstancias motivadas pela falta de appare- programma vasto de modernisação do Exercito e com o
lhamento e da desorganisação ainda reinante no seio da exemplo da Marinha cuja reorganisação já se fazia ha
tropa, amarga herança do movimento de 1930. ,No Leste, tempos, poz mãos ,á obra o infatigavel titular, baixando
melhor aprestamento, melhor organisação pela bôa qua- varios dispositivos attinentes á remodelação dos serviços
lidade da maioria da tropa; no Sul, difficuldades sem conta, de sua pasta, de entre os quaes, fatalmente, deveria se en~
completo isolamento do centro, tropa heterogenea, lucta contrar a tão malfadada Justiça.
com recursos proprios. No Leste, muita tenacidade e tech- Desta fórma, afastada, não sabemos como, a possibi-
nica applicada; no Sul, bastante audacia e "elan" formi~ lidade de estudo do trabalho em mãos do auditor Dr. Go-
davel. Ali uma cabeça e aqui um pulso forte. mes Carneiro, o general Góes Monteiro, em entendimento
Cessado o movimento no seu período de quasi crysta- previo com o marechal Caetano de Faria, presidente, então,
lisação eis que, tendo-se aberto vaga na auditoria da 8. a da mais alta côrte de Justiça Militar, organisou uma com-
Circurnscripção Judiciaria Militar, proveniente de reforma missão para estudos e elaboração de um ante-projecto de
e outra na z.a C. ]. M., por demissão, na confusão ~o reforma da Justiça Militar, sem prescindir da collaboração
momento, o Governo, mais urna vez afastou-se do seu e experiencia dos Estados Maiores do Exercito e da Ar-
anterior ponto de vista e um novo golpe desferiu contra o mada. ,... ",...,. 4 . ; . -
Codigo e ás attribuições do Supremo Tribunal Militar Constituída a commissão em março do corren!JY anno
prehenchendo, sem concurso, as tres vagas abertas, com a com o ministro Dr. Mario A. Cardoso de Castro, ~rocura-
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AMADOR CYSNEIROS
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AMADOR OYSNEIROS
Paulo, duas no Rio Grande do Sul, uma em cada uma das 5 - O Supremo Tribunal Militar compor-se-ia de
demais regiões, da S.a á 9., servidàs por majores audito- 12 ministros vitalícios, sendo quatro tirados do quadro de 1.
I.
genera~s effectivos do Exercito, quatro dentre os da Ar-
res, primeiros tenentes promotores e sub-auditores, segun-
dos tenentes adjuntos de promotores e advogados e pri- mada, tres de entre os auditores e um de entre estes, ou da
judicatura civil.
meiros sargentos escrivães, com excepção das auditorias
das 6. •, 7. a e 8. a Regiões Militares que poderiam ser 6 - A Justiça seria administrada pelo Supremo Tri-
attendidas por um sub-auditor e um adjunto de promotor, bunal Militar, como Côrte de Recurso em 2. a instanc1a;
.'legundo determinação da autoridade competente; pelos Conselhos de Justiça para julgamento em 1." instan·
3 - O quadro de officiaes ~ria ~ coroneis audito- cia e pelas Commissões de Justiça para instrucção criminal
re~, 5 tenentes coroneis auditores e 8 majores auditores; e formação da culpa dos jurisdiccionados, isto é, dos que
3 majores promotores. 5 capitães promotores e 8 primei- pertencessem a cada unidade militar, navio Ol\ força naval .
ros tenentes promotores; 3 ~J.pitães advogados, 5 '!)rimeiros 7 - Os Conselhos de Justiça Permanente para pra-
tenentes advogados ; 3 capitães sub-auditores ; 3 primeiros ças de pret compor-se-iam de um auditor, um official supe-
tenentes adjuntos de promotores e 6 segundos tenentes rior e um subalte.rno da activa, e dois capitães da reserva
adjuntos de promotores. Ao todo 66 officiaes. O quadro ou de outras patentes subalternas, com duração ·semestral.
de escrivães: 3 sub-tenente;,-5" sargentos-ajudantes e 8 pri- 8 - As Commissões de Justiça funccionariam em
meiros sargentos, ao todo 16 inferiores, sendo as promo- cada corpo de tropa, navio isolado até 3." classe, força
ções reguladas por outro dispositivo e have!ldo um quadro na vai, ou estabelecimento militar, compostas de um capitão-
da reserva; presidente, um tenente-interrogante e um sargento-escre·
4 - A admissão ao quadro de o f ficiaes do Corpo vente, podendo, nas companhias, esquadrões, baterias e des-
J udiciario obedecia a um processo especial de recru~am~to; tacamentos isolados, a presidencia caber a um official su-
sendo ohrigatorio um concurso constando de questões sobre balterno e, no caso em que os indiciados possUissern paten-
os Codigos Disciplinares do Exercito e da Armada,. Co- tes superiores, competiria aos chefes do Estado Maior do
digo de Organisação Militar, Codigo Penal Militar, Di- Exercito, Departamento d~ Pessoal, commandantes de Re-
giões e de Esquadra designar os o f ficiaes para compor a
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cornmissão.
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• CODIGO DE JUS'l'IÇA llliLITAR
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AJIIADOR CYSNEIROS
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AMADOR CYS"'EIROS CODIGO JlE JUS'I'ICA ~IILI'fAR
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O SUBSTITUTIVO CARDOSO DE CASTRO
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STM BIBLIOTEC
COOJGO DE JUS'I'IÇA MILITAR
AMADOR CYSNEIROS
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A REFORMA
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CODIGO DE JUSTIÇA ''IILI'I'Alt
AliiADOfl C Y S!\"EIROS
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como seja a vigencia de um decreto dado á publicidade au Can.1oso de Castro.
111esmo tempo que ella propria. A nossa Magna Carta su E esse trabalho no parecer do Estado Maior do Exer-
poderia approvar aquillo que fosse do dominio publico e a cito "merece estudo ponderado, pois que nelle devem refle-
reforma só o foi dias depois, como já vimos, após ter ven- ctir ás suggestões dos especialistas em assumptos de tanta
cido todas ás phases pelas quaes transita um dispositivo relevancia e de onde provenha uma reforma que t.-aduza
legal, para que adquira a plenitude de seu vigor, segundo verdadeiramente uma phase evolutiva da nossa organisação
os co~11esinhos princípios de direito. judiciaria militar".
Assim, mais cedo, ou mais tarde a Côrte Suprema terá, Por isso mesmo o legislador mutilou-o desencadeando
como interprete fiel dos textos legaes, de se manifestar suas iras contra os humildes officiaes de Justiça; contra os
sobre a inconstitucionalidade das disposições que alteraram magistrados supprimindo-lhes attribuições varias ; contra a
o nosso Codigo de Justiça Militar. propria dignidade da Justiça estabelecendo um hybidrismo
,Ao baixar o decreto da reforma o Governo precedeu-o entre a militança e a judicatura; contra o Ministerio Pu-
de uma série de "consideranda" inteiramente em desaccordo blico cerceando suas funcções precípuas, emfim, realisando
com o seu texto, pois, as suas disposições não ''correspon- uma obra de destruição digna ue nota.
dem ás necessidades imperiosas da disciplina das forças E porque "s·endo imprescindível attender aos mais pre-
armadas'' segundo os pontos de vista do proprio Estado mentes imperativos da disciplina":
Maior do Exercito, os quaes não foram respeitados, ela- 1 - Supprimiu-se um cargo de ministro togado
borando-se um trabalho inteiramente diverso, sem technica creanuo-se mais dois de mini stro miitares, sendo um do
nem uniformidade, por onde se verificou a incompetencia Exercito e outro da Armada , automaticamente promovidos
do seu autor, tal o grande numero de contradicções e incon- respectivamente a general de divi são e vice-almirante, per-
gruencias que apontamos nos commentarios dos textos alte- fazendo o numero de mini stros o total de onze.
rados.
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CODIGO DE JUSTICA !UILITAR
AJUADOit CYS~EIRO · s
\ CODIGO DE JUSTIÇA lUILI'l'AR
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"Ao exmo. sr. ministro presidente do Supremo Tri-
'53 que determinava foss·e o sub-procurador substituído por
um promotor. Igualmente aproveitou-se da rectificação bunal Militar . - Devendo ser posto em disponibilidade
para se alterar o artigo 104 em cuja letra f a reforma deter um ministro civil desse Egregio Tribunal, em virtude da
minára fosse o promotor obrigado a recorrer rias senten- modificação de sua composição determinada pelo decreto
ças condemnatorias de insul.:lmissão e deserção. Passou a n. 24 .803 de 1,0 de julho findo. e não tendo sido fixadas
normas para adopção dessa medida, tenho a honra de con-
ser, então, attribuição do advogado miitar.
Como se vê foi um trabalho falho , tortuoso r1ue l ntn sultar a v. ex. sobre se será do agrado de algum dos actuaes
guem poude contentar, sem satis Ea~ cr aos interesses ela ministros civis a passagem áquella situação. Reitero a
Jastiça nem á classe militar, embora tive5se ha\';do o v. ex. os protestos ae elevada estima e mui distincta con- }
recurso de se retocar o trabalho, por meio de rectificação deração . - P . G6er'
o que, aliás, sendo em parte feito, <::Iteraram-se visivel-
"Ao sr. ministro da Guerra. - Em resposta ao
mente disposições que não se continham no primitivo auto-
aviso n. 27 de 11 de agosto do corrente anno desse Minis-
grar,ho. teria, em que .v. ex. consulta a esta presidencia sobre qual
E para se aquilatar melhor do merecimento de tal
reforma veja,-se a seguir a sitt,tação em que ficou o Go- dos ministros civis desejaria passar a situação de disponi-
verno para dar cumprimento a uma das suas disposições, bilidade, em face do novo decreto n. 24.803, de 14 d::
no tocante ao numero de mi sistro togados do Supremo julho de 1934, que alterou o Codigo de Justiça Militar
Tribunal. Supprimido um desses cargos, nada disse o tenho a declarar que consultados todos os ministros civis,
legislador em relação a situação em que ficaria o seu occu- foram de opinião que o referido decreto não autoriza a
pante, nem determinou quem deveria ser sacrificado em disponibilidade de nenhum juiz deste Tribunal, ao contra-
rio do que firmou, em suas disposições transitarias do refe-
holocausto da Justiça Militar.
A consulta feita ao Supremo Tribunal, assim como a rido decreto relativamente aos funccionarios das auditorias
re!>)JOSta firmando-se "nos princípios consagrados pela Cons- extinctas, aos quaes assegur?u todas as vantagens de direito
tituição Federal, que asseguram· a garantia e a estabilidade até serem aproveitados em casos identicos.
dos membros do Poder Judiciario", definem hem o cara- Assim, em face do proprio decreto e dos princ1p1os
consagrados pela Constituição Federal, que asseguram a
cter dessa reforma.
Eis o officio dirigido áquella alta côrte de Justiça garantia e estabilidade dos membros do Poder Judiciario
a reducção do numero dos ministros civis deste ·T ribunal.
pelo ministro da Guerra, seguido da resposta:
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AliiADOR CYSNEIROS
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'
os interesses da Justiça, com tamanho absurdo de se
admittir um tribunal constituído de onze membros a func-
cionar, na realidade, com doze?!
S EGUNDA PARTE
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TITULO I
Da Administração da Justiça Militar
CAPITULO I
Da Divisão Territorial
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AIIIADOR CYSNEIROS
Art. 4. o - As auditorias são de duas entrancias: p11· n . 23.796 de 1934 uo Artigo 44 paragrapho 20 que
meira e segunda. De segunda são as auditorias da 1 . • ~.:ir reorgani~ara o Exercito regulando as funcções do
actual, conforme se vê do artigo 382.
cumscripção, e de primeira todas as outras.
A letra c estabeleceu o numero de escreventes em
Art. 5. o - Cada auditoria se compõe de mn auditor,
cada cartorio, o que era vago até então pela expressão:
um promotor, um advogado e um escrivão.
~
"escreventes de cartorio" que se encontrava no texto
do Codigo, anteriormente.
Comm entario: Supprimiram-se os cargos de offi-
ciaes de Justiça, sem que o autor de reforma se lem-
brasse de regular a sua situação, · emquanto o fez CAPlTULO III
de todo~ os funccionarios das auditorias supprimidas:
a do Maranhão e a do Ceará. Composição dos Tribzmaes Militares
SECÇAO i
~
Art. 6. 0 - Em cada circumscripção haverá dois sup-
plentes de auditor e dois adjuntos de promotor, designados Do Conselho de Justiça
por ordem numerica, excepto na 1. a, onde haverá quatro,
sendo doi!> para o Exercito e dois para a Armada, e na 3. ",
Art. 8. o - O Conselho de Justiça compôr-se-á do
onde os supplentes e os adjuntos serão dois para cada auditor e quatro juizes militares de patente superior á do
auditoria. accusado e funccionará, conforme o caso, na sede da audi-
Art. 7. o - Além das autoridades de que tratam os toria ou na parada da unidade a que o mesmo pertencer,
artigos anteriores, haverá mais os seguintes funccionarios: sob a presidencia do official superior ou general mais gra-
a) um procurador geral junto ao Supremo Tribunal duado ou. no caso de igualdade de posto, do mais antigo.
0
Militar; · § 1. - Quando não . fôr possível a organização do
b) ttm auditor cor~·egedor; Conselho por juizes militare~ de patente superior á do
accusado, poderá ser constituído por officiaes de igual
c) do is escreventes em cada auditoria.
posto .
0
C01t~mentario: Extinguiu-se o cargo de Sub-Pro- § 2. - : - Quando o acusado fôr pmça de pret, o Con-
selho se comporá, aiém do auditor, de officiaes até a patente
curador em virtude do que já . dispunha o Decreto
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CODIGO ])F: JUS'l'ICA MILITAR
lhe seja imputado", do parag-rapho segundo, logo após § 3. - Os Conselhos para o julgamento de praças
as palavras "praça de pret" e accrescentou mais um de !Jret íunccionarão, em regra, na séde da auditoria, e a
paragrapho, o terceiro, que estabelece a excepção que elles irão sendo submettidos os processos· ocorrentes; :>Ó
a anterior expressão generalisava. funccionarão fóra da séde quando real necessidade da jus-
Pelo di spositivo desse paragrapdo nota-se a nova tiça o reclamar, mediante requerimento do promotor. Neste
norma estabelecida pela reforma, com referencia aos caso, os Conselhos se constituirão com officiaes do estabe-
lecimento ou unidade a que a praça pertencer.
processos de insubmissãc e deserção que passa a ser orga- 0
nisado e julgado por um tribunal de tropa ou Com;~. § 4. - Se o accumulo de serviço na séde fôr tal que
lho de Regimento, como o adoptaclo no Exercito Fran- impeça o auditor e o promotor de se transportarem para
cez. fóra della, o auditor convocará o respectivo supplente e o
Os paragraphos 6. 0 e 7. 0 elo artigo 9. 0 esclarecem adjunto do promotor para funccionarem nesses Conselhos,
melhor o funccionamento de taes conselhos que abso- os quaes se dissolverão uma vez concluídos os processos
submettidos ao seu julgamento e cuja relação constará da
lutamente não constam do artigo 2 . o elo Codigo. portaria de convocação.
0
Art. 9. 0 - Os juizes militares serão sorteados, res- § 5. - Bavendo accumulo de serviço, ou outro mo-
pectivamente, dentre os officiaes do Exercito e da Armada tivo relevante, o auditor poderá convocar Conselhos extra-
em serviço activo e na jurisdicção em que estiverem ser- ordinarios, que furiccionarão, com a intervenção dos sup-
vindo.
§ 1. 0 - Os Conselhos para o julgamento de official -49-
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Al\IADOR CYSNEIROS
mesmo processo servirá de base á constituição do Conselho rer-se-á aos officiaes da reserva da t.a classe da 1. a linha.
a patente do mais graduado. Se nem assim puder constituir-se o Consel.ho, será o
Art. 12 - Existindo na relação a que se refere o accusado julgado na circumscripção mais proxima em que
artigo 10 apenas o numero precisamente exacto de officiaes isto fôr pos~ivel. A relação dos officiaes da reserva acima
a sortear, serão estes dados como sorteados . referidos será tambem remettida trimestralmente ao audi-
Em caso de falta absoluta ou insufficiencia, serão sor~ tor pelas autoridades de que trata o arigo 10.
teados officiaes pertencentes á unidade mais proxima da Art. 19 - Se fôr sorteado algum officia! que, pela
circumscripção, os quaes ficarão, durante o tempo de Con- distancia a que se achar, não possa comparecer á sessão
selho, á disposição da auditoria para que foram convocados. de installação do Conselho, será sorteado outro que o subs~
Art. 13 - Quando o accusado responder por crime ti tua até que compareça.
funccional serão sorteados, s·empre que fôr possível, dois Art. 20 - No dia em que o official faltar á sessão
officiaes dos respectivos quadros. sem causa justificada, perderá a sua gratificação, descon·
Art. 14 - Em hypothese alguma poderão ser sor- tado á vista da relação enviada pelo auditor á repartição
teados para o mesmo Conselho mais de dois officiaes mem- pagadora e, em caso de reincidencia, soffrerá além desta
bros das classes annexas . pena, mediante representação do auditor, él de repre-
Art. 15 - O official sorteado para um Conselho não hensão em boletim, ou de prisão até oito ?ias, imposta pela
o poderá ser para outro, antes de findos os trabalhos do autoridade militar sob cujas ordens estiver servindo, pro~
primeiro. vendo-se, neste caso, á sua substituição por novo sortein.
Art. 16 - O official preso disciplinarmente, sujeito Se faltar o auditor, será o desconto feito á vista de
a processo ou respondendo a inquerito, não poderá fazer communicação dirigida pelo presidente do Conselho.
parte de Conselho. § 1. 0 - Será tambem substituído o official que fôr
Art. 17 - Se a relação de officiaes não fôr remettida preso ou faltar com causa justificada.
em tempo, servirá de base para o sorteio a relação anterior. § 2. 0 - São causas justificadas: suspeição compro-
A nova relação, quando enviada, servirá para os sorteios vada, demissão do Exercito ou da Armada, deserção, pro-
subsequentes. cessos, nojo, gala, licença com .inspecção de saude, ou
Art. 18 - Não sendo possível a constituição do Con- reforma.
selho por não haver na relação of ficiaes de patente igual § 3.0 - O official sorteado em substituição de outro
ou superior á do accusado em numero sufficiente, recor· servirá pelo tempo que faltar ao substituído; no caso de
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CODIGO DE JUSTIÇA lUILI'l'AR
AlUÀDOR CYSNEIROS
foi supprimido pelo que acima se lê, esclarecendo a O' Supremo Tribunal Militar compor-se-á
Art. 25
situação do official sorteado para Conselho Perma-
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AMADOR CYSNEIU. OS
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de onze jui3es vitalícios com a denominação de ministros, t' premo Tribunal serão eleitos por dois annos dentre os ml-
nomeados pelo Presidente da Republica dos quaes quatro nistros militares por maioria absoluta dos membros do
tirados entre os generaes effectivos do Exercito e trcs den· Tribunal e não poderão ser reeleitos para o biennio se-
Ire os da Armada, e qua.tro civis sendo tres tirados entre guinte.
os auditores e um entre os cidadãos de notavel saber espe-
cializado tzas sciencias sociaes.
§ 1.0 - Com os at,ditores para a investid·ztra de tnims-
• Art. 27 - Os ministros que se invalidarem no exer-
cido do cargo, serão reformados segundo as l~is militares,
e postos em disponibilidade.
tros concorrerão o procu1·ador geral e o actual sub-procura-
dor. Art. 28 - Os minist1·os tanto militares como civis
§ 2.0 - Os generaes de brigada ot.t contra-alm iranteJ serão aposr.11 tados 11a conformidade das leis que regularem
nomeados ministros, serão azttomaticamente promovidos ao a apos~ntadorza do~ magistrados federaes.
posto de general de ditl'isão ou vice-almira-nte.
Commentano: O antigo texto determinava não
C ommentario : A disposição deste artigo alterou se applicasse aos ministros militares a legislação da
profundamente a organi;;:ação da J ust'iça Militar. 0 ::. reforma compulsoria que, para os generaes de divisão
ministros togados que, no seio do Tribunal estabele- é de 66 annos. Agora, determinou-se sejam aposen-
cíam o equilíbrio tão necessario á uma Justiça de tados de conformidade com as leis civis.
cla~ se, como é a militar, aplainando pelo senso juri· Entretanto o artigo 27 adopta o criterio da reforma
clico o ,excesso, muita vez notavel , elo espírito de disci· pelas leis militares no caso de invalidez no ~xercicio
plina, foram reduzidos de cinco a quatro, emquanto os do cargo, seguida da disponibilidade.
ministros militares augmentaram de cinco a sete . Pelo criterio actual o dispositivo que regula a
Regulou, tambem o preenchimento das vagas de especie é o da letra a do artigo 64 da Constituição
ministros civis, pelos auditores, fixando especialmente, Federal e, ·assim o general de brigada nomeado para
de maneira esdruxula, a percentagem de um por qua- ministro do Supremo Tribunal é logo promovido a
f
tro, para os cidadãos especialisados em sciencias so- general de divisão podendo requerer sua aposentadoria
ciaes. por serviços publicas prestados por mais de trinta an-
nos, visto como no Exercito, ou na Armada nenhum
Art. 26 - O presidente e o vice-presidente do Su-
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.J official general conta menos de 30 annos de se.rviço.
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Al'IIADOR CYSNEIROS
CODIGO DE JUSTIÇA l'IIILITAR
E a compulsoria pela lei civil é de 75 annos absurdo. Dizia: "Os auditotes de 1." entrancia serão
segundo prescreve o mesmo dispositivo constitucional. nomeados dentre os supplentes de a!lditor, advogados
e promotores e estes entre os adjuntos de promotor os
Art. 29 - A aposentadoria dos ministros civis será quaes provirão de bachareis em direito com quatro
regída pelas leis que regulam, ou venham a regular, a dos annos de pratica forense mediante concurso de provas
juize~ {ederaes, computando-se, para os e f feitos de aposen- na forma por que fôr organisado pelo Supremo Tri-
tadoria, o tempo de serviço militar. bunal Militar".
Por ahi .se verifica não se ter tratado de uma
rectificação, resultante de um pastel typographico e,
CAPITULO IV sim, de uma verdadeira emenda, ou alteração divul-
gada sete dias após a publicação do decreto 24.803 de
Da nomeação dos auditores, n~embros do Ministerio 14 de Julho de 1934.
Publico e outros ftmcciortarios
§ 1:' - Communicada pelo governo a vaga, fará o
Art. 30 - Os auditores, procurador geral, sub-pro- presldentló' do Supremo Tribunal Militar annunciar pelo
curador, promotores e advogados serão nomeados pelo Pre- D-iario Official e por despachos telegraphicos aos governa-
sidente da Republica. dores e presidentes dos Estados, ter sido marcado o prazo
Art. 31 - Os auditares de 1. a entrancia serão ttomea- de 45 dias para se apresentarem na Secretaria do Tribunal
do! dentre os Jupp!entes e ex-supplentes de auditor, advo- as petições dos candidatos, devidamente instruídas com
gados, promotores, adjuntos de promotor e mediante con- documentos que provem os seus serviços, habilitações e
cttrso de provas, na fôrma por que for organizado pelo Sn- condições de idoneidade.
premo Tribunal Militar; e para os cargos inicíaes de advo- § 2.0 - A proporção que forem sendo recebidas, a
gado, prQmotor, supplente de auditor e adjunto de promo- Secretaria irá preparando um relatorio de cada petição,
tor, ha</crá concut.so de documentos, entre os bachareis em com uma noticia circumstanciada dos documentos que a ins-
direito com quatro annos de pmtica forense. truirem, e, até a sessão que seguir á expiração do prazo,
apresentará esse trabalh<1 ao presidente, que o fará publicar
Commentario : O que se continha no dispositivo no Diario da Justiça.
deste artigo, antes da rectificação era um verdadeiro § 3. 0 - - Nessa sessão proceder-se-á ao sorteio de uma
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AJJIADOR CYSNEIROS CODIGO DE .JUS'l'I(;A ~UU ' rAR
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commissão de tres ministros, dos quaes pelo menos um para taes cargos não o exigindo para os de supplentes
civil, para em parecer fundamentado, fazer a classificação de auditor e de advogado que tambem são jniciaes, na
dos candidatos por ordem de merecimento. carreira. A rectificação posteriormente produzida nada
§ 4. 0 - Este parecer será apresentado na sessão im- se assemelha ao primitivo dispositivo.
mediata, salvo se o Tribunal resolver adiar a materia para
outra sessão. § i. 0 - Proceder-se-á a novo escrutínio entre os can-
§ 5 o - - A proposta a ser enviada ao Poder Executivo didatos que não tiverem alcançado maioria de votos.
conterá no caso de uma vaga tres nomes, sem ordem nume- § 8. 0 - O Tribunal ao proceder á eleição concederá
rica, e se forem duas, conterá quatro nomes, guardando-se preferencia:
a mesma progressão dahi por diante. a) ao mais antigo no serviço da magistratura ,
§ 6. 0 - A escolha far-se-á por escrutínio secreto em b) ao diplomado em direito que á pratica de advr-Lacia
sessão tambem secreta, votando cada ministro, inclusive o reunir melhores títulos de habilitação e houver prestado ao
presidente, em tres nomes. Os candidatos que obtiverem paiz melhores serviços;
maioria absoluta de votos, comporão a lista que, nos ter- r) ao que fôr ou tiver sido militar.
mos do paragrapho anterior, deverá ser enviada ao Poder § 9.0 - Não sendo classificado nenhum dos candida-
Executivo. tos, será immediatamente aberto novo concurso.
Os candidatos approvados no concnrso de provas se- § 10 - A proposta ao Poder Executivo será acom
rã(} classificados por numero de pontos. panhada do~ documentos offerecidos pelos candidatos
contemplados na lista.
Com·m entario: Com a repulsa que a reforma sof- § 11 - O parecer de que trata o § 3. 0 será publicado
f reu no seio da Justiça Militar, apressou-se uma recti- no Diario da Justiça juntamente com o resultado da eleição.
ficação que não passou de uma alteração mal feita. Art. 32 - Os auditores de z.a entrancia serão nomea-
Alterou-se a redacção do artigo 31, como já vimos, dos dentre os de 1. a mediante lista tríplice, organizada
alterando-se do mesmo modo o acrescimo feito ao pelo Supremo Tribunal, na fórma estabelecida no artigo
§ 6." que era nestes termos: "E para os cargos iniciaes anterior.,
de adjuntos de promotor os candidatos approvados Art. 33 - Os supplentes de auditor serão graduados
serão classificados por numero de pontos". Ora, veri- em direito e nomeados pelo ministro por prazo de dois
fica-se que o legislador pretendia instituir concursos annos.,
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AlUAOOJt. CY!>NEIROS CODlGO DE JUSTIÇA ~ULI'l'AR
Art. 34 - O procurador geral, será nomeado dentre Art. 39 - ( Supprimido pela. rectificação).
os bachareis ou doutores em direitos que tenham pelo menos,
seis annos de pratica forense. E' o chefe do Ministerio CO'Innuntario: A reforma tendo supprimido os
Publico e o seu orgão perante o Supremo TribunaL Militar. cargos de officiaes de Justiça estabelecido no artigo
0
Art. 35 - Os promotores serão nomeados dentre os 5. deixou ficar o dispositivo explicativo da dupla func-
cidadãos diplomados em direito, sendo preferidos os que ção que os mesmos exerciam como porteiro das audi-
forem ou tiverem sido militar~s. torias. As funcções de· official de diligencias foram
commettidas a qualquer official de patente como s~
Art. 36 - ( Supprimicio pela reforma). verá, mas as de porteiro a quem incumbe os pregões
nos auditorias, não lograram substituto. A rectificação,
Commentario: Regulava o modo de nomeação do porém, não se fez tardar supprimindo-se, então, o ar-
tigo 39 e com elle o artigo 112 que regulavam as ditas
sub-procurador, lugar ora extincto. funcções.
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...
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AltiADOrt CYSNEJRos
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A:ftlADOR CYSNEIROS CODIGO DE JUSTIÇA :ftiiLI'I'AR
A acceitação de cargo incompativel importa a perda Art. 52 - Quando algum juiz fôr arguido de sus-
do cargo judiciario ou do Ministerio Publico. peito, a decisão de ser ou não procedente a suspeição será
Art. 48 - Aos ministros, auditores e orgãos do Minis- tomada pelos outros juizes do Conselho ou do Supremo
teria Publico, em effectivo exercício, ou licenciados, é T ribunal, conforme a hypothese, e só póde ser arguida nos
defeso o exercício da advocacia criminal em qualquer juizo, casos taxa tivamente enumerados no art. 50.
e aos em disponibilidade, no fôro militar.
Art. 49 - São nullos os actos praticados pelos audi-
tores, membros do Ministerio Publico e funccionarios da CAPITULO VII
Justiça depois que se tornarem incompatíveis.
Art. 50 - Considera-se suspeito o juiz que: Da.s substituições
a) fôr amigo intimo, inimigo capital, ascendente, des-
cendente, sogro, genro, irmão, cunhado, tio, sobrinho ou Art. 53 - Os ministros, auditores, membros do Mi-
primo co-irmão do accusado ou do offendido; nisterio Publico e funccionarios auxiliares são substituídos
b) fôr directamente interessado na decisão da causa; nas suas faltas e impedimentos;
c) tiver aconselhado alguma das partes ou se houver a:) os ministros militares, mediante convocação do pre-
manifestado sobre o objecto da causa; sidente do Tribunal, por officiaes generaes do Exercito e
d) conhecer dos factos, por ter feito o inquerito ou pelos da Armada, respectivamente, escolhidos numa lista
servido de perito ; enviada pelos Ministerios, de tres em tres mezes, e os mi-
e) tiver dado parte• official do crime, houver deposto nistros civis por auditores de z.a entrancia, por ordem de
ou dever depôr como testemunha. antiguidade; a convocação só se fará se os membros effe•
Art. 51 - Em qualquer dos casos acima deverá o juiz ctivos restantes do Tribunal não constituírem numero legal
declarar-se suspeito, embora o accusado não allegue a sus- para deliberar;
b) os auditores pelos supplentes, na ordem numerica;
peição.
§ 1.0 - A suspeição, sob pena de nullidade do pro- c) os juizes do Conselho de Justiça, mediante sorteio,
cesso, será motivada e restricta aos casos enumerados no servindo o ~ubstituto durante a falta ou impedimento dq
artigo antecedente. substituto, na conformidade dos artigos 19 e 20;
§ 2.0 - A suspeição póde ser declaradá ex-officio pela d) o procurador geral pelo sub-procurador;
instancia superior, desde que esteja patente dos autos. e) ( supprimido pela rectif icaçào) ;
·'
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AMADOR CYSNEIROS CODIGO DE JUS'l'ICA MILI'l'AR
f) os promotores pelos respectivos adjuntos, na ordem auditor substituído por um ad hoc nomeado pelo comman-
numerica; dante da Região ou Circumscripção Militar.
g) os advogados por pessôa nomeada ad hoc pelo audi- Na falta do promotor ou adjunto, o commandante da
tor, e interinamente pelo presidente do Tribunal; Região ou Circumscripção Militar nomeará um aá hoc.
h) os escrivães pelos escreventes ou por pessôa estra-
nha, nomeada interinamente, ou ad Jioc, pelo auditor;
i) (supprimido pela refonna); CAPITULO VIII
Paragrapho unico - Na La circumscripção, os audi-
tores~ promotores, advogados, escrivães e officiaes de Jus- Das licenças e interrupções de exercicio
tiça se substituirão reciprocamente nas faltas ou impedi-
mentos occasionaes. Art . . 55 - Os auditores, membros do Ministerio
Publico, scrventuario e empregados da Justiça devem resi-
Contmentario : Embora extincto o cargo de sub- dir dentro dos limites da respectiva circumscripção, não
Procurador em virtude do Decreto de Reorganisação podendo ausentar-se sem licença salvo por motivo de ser-
do Exercito, lá ficara na letra e deste artigo o modo de viço.
sua substituição. A rectificação, porém suppnmiu-a. § 10 o - Os auditores e promotores devem comparecer
O paragrapho unico está tambem revogado por: diariamente á séde de suas auditorias, e ahi permanecer das
quanto as s~bstituições dos funccionarios são feitas 12 ás 15 horas, ou emquanto fôr necessario ao serviço pu-
pelos seus substitutos legaes, como nas demais circums- blico, salvo quando occupados em diligencias judiciarias.
pcrições, hoje, regiões. E'poca houve em que as substi· § 20° - Os escrivães e offioiaes de Justiça são obriga-
tuições dos auditores se effectuavam pelos auditores dos a permanecer, diariamente, das 11 ás 16 horas, em seus
em disponibilidade, por determinação do GtlVerno cartorios, excepto quando occupados em diligencias judi-
Provisorio. Depois, este resolveu aproveitar os func· ciarias.
cionarios de 2. a entrancia em outros cargos publicas, Art. 56 - As licenças ao presidente e demais mem-
inclusive para prover auditorias de primeira como se bros do Supremo Tribunal e ao procurador geral serão re-
deu com os da 2. ~ e 9. a regiões. guladas no regimento interno o
Art. S;t _:_ Na falta absoluta de supplente, será o a) o presidente do Supremo Tribunal ao procurador
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CODIGO DE JUSTIÇA JIIILITAR
AJlADOR U YSNEIRO S
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CODIGO DE JUSTICA l\IILITAR
Al\IADOR CYSNEIROS
~
cia caberá ao que maior tempo tiver de effectivo exercício estar fardados.
de supplentc de auditor, de serviço publico federal, ou de Art. 79 - Os ministros civis, auditores, membros do
idade. Ministerio Publico, o secretario, os escrivães, officiaes de
Na apuração da antiguidade na entrancia só se tomará Justiça e contínuos usarão, nas sessões e audiencias, o ves-
em consideração o tempo de serviço ahi realmente prestado, tuario estabelecido no regimento interno no Tribunal, sen-
descontado todo e qualquer período em que os auditores do-lhes facultado vestir a farda dos postos corre~pondentes
tenham deixado o exercido da mesma, sejam quaes forem com as insígnias determinadas pelo Supremo Tribunal.
os motivos, salvo para o desempenho de commissões pro- Art. 80 - A acceitação de cargo na justiça militar por
prias do cargo, autorizadas por lei ou regulamento, e gozo um official importa solicitação de reforma nos termos da
de férias. legislação militar.
Art. 76 - O Supremo Tribunal organizará annual- Art. 81 - No exercício das funcções ha reciproca
mente, e fará publicar no Diario da Justiça, até 15 de independencia entre os orgãos do ministerio publico e os
janeiro, a lista de antiguidade dos auditores. de ordem judiciaria.
Art. 77 - As reclamações contra a lista de antigui- 2......-__.,;... o rt~ (}-~e-.... ,
dade serão processadas e julgadas pelo Supremo Tribunal .,./ "'---~<L ~~ .,..):_.:
.<i_........... ct....._ ,._, t-"-~~..: ............_ TITULO II
Militar, observadas as seguintes disposições: •.; ...J; .. CL• <""-'-...:f.:; ~ T'~\ (_.._..._t
a) a reclamação será apresentada na secretaria, ou ,_..-.. ~"'!:o~-<-;~- '!-c.:. t., Da jurisdicção e competcncia
posta no correio, dentro de 15 dias, contados ela data da ......... ~~v----.. l.<··-\1-'- t.... •---.:....
publicação ela lista no Diario da Justiça, ou chegada desde t.--k- ~~ r.t. •., ~~ '~
l ,. , . ·
. •• J-.oo....- /v-.1\..AA'v ·..:,\.""" ~
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I
á séde ela circumscripção. Examinada pelo relator e dis-
cutida pelo Tribunal poderá este julgai-a, desde logo, im- . '\
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~~~a- , \::..."'.. ti...•t.~ ;;:-t~t:':bi.;po;ições
~ -· f\""-.... .._. ""'-,-.-.·~ .... ..[
Preliminares
procedente, por falta de fundamento, ou, em caso contrario, t...;...-..L.-1 ·' 'l-A,..,....:., .L- 'c.... '-<"->
mandará ouvir os interessados, marcando a cada um prazo o.. Art. 82 -
1-- 'I..... c..._ A corripetencia é determinada : 1. 0 , pelo
razoavel, que não excederá de 15 dlas. ,..,c..,..,.iogar do crime; 2. 0 , pelo logar da unidade, flotilha ou esta-
I. ,_ L
...._-l ,._ L:-.. ~::. '"l-\. l- ·\...-. ,, w... ~, •
H ....... -7!>-
AMADOR CYSNEIROS
CODIGO DE JUSTIÇA ~ULI'l'AR
belecimento em que estiver servindo o delinquente na occa- Art. 88 - A reforma, exclusão, demissão ou dis-
sião do crime; 3. 0 , pelo lugar onde estava servindo ou fôr pensa do serviço militar não extinguem a competencia do
servir o accusado. fôro militar para o processo e julgamento dos crimes com-
Art. 83 - Os civis, co-réos em crime militar, em mettidos ao tempo daquelle serviço.
tempo de paz respondem no fôro commum. Art. 89 - O fôro militar é competente para pro~
Art. 85 - Quando o delinquente fôr acousado de dois cessar e julgar nos crimes dessa natureza:
ou mais delictos da mesma ou divérsa natureza. commetti - a) os militares do Exercito activo e da Armada, dos
dos em lugares differentes, mas com uma só intenção, será differentes quadros e serviços;
competente para o processo o fôro da circumscripção do b) os of ficiaes reformados do Exercito e da Armada,
crime mais grave. quando em serviço ou em commissão de natureza militar;
Art. 86 - Para os crimes praticados em paizes c) os officiaes da reserva de 2. a classe do Exercito de
estrangeiros ou a bordo de navio em viagem ou commissão, 1 . • linha, nos termos do art. 17 do decreto legislativo
o fôro competente será o da Capital Federal. n. 3. 352, de 3 de outubro de 1917;
§ 1. o - No caso de o navio ser obrigado a demorar d) os officiaes da reserva da Armada, nas mesmas
por tempo sufficiente para fazer-se o processo num porto condições dos da 2. a class·e do Exercito de 1. a linha;
intermedio, séde de circumscripção ou de Conselho ahi será e) os officiaes e praças do Exercito de 2." linha, nos
.Julgado o accusado. termos do artigo 6. 0 do decreto n. 13.040, de 29 de maio
§ 2. o - Se o navio tiver de estacionar no estrangeiro, de 1918;
após ~ pratica do crime, o acusado será julgado por um f) os reservistas do Exercito de 1 . • linha e os da
Conselho sorteado entre os officiaes da guarnição, os em Armada, quando mobiliZados, em manobras ou em desem-
serviço do paiz no lugar e os reformados, se os houver, penho de funcções militares;
sendo o auditor e o promotor nomeados ad hoc pelo com- g) os sorteados insubmissos;
mandante, de preferencia entre 'pessoas diplomadas em h) os assemelhados do Exercito e da Armada;
direito.
i) os civis que commette1·em crimes contra a segurª 1lÇa
Art. 87 - Os militares do Exercito e da Armada que u ·tetn.a do paiz ou instituições militcwes.
juntamente commetterem crime serão julgados por um
conselho constituído por officiaes pertencentes á classe da
Commentario: A reforma incluiu os civis CQmo
autoridade militar que primeiro conheceu do facto.
possíveis de serem julgados pelos tribunaes militares,
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C ODIGO D E J USTI CA MILI'l'AR
A~lAD O H. crSNEIH.OS
Art. 90 - São assemelhados os indivíduos que, não b) proceder a exame de corpo de delicto, se não hou-
pertencendo á classe militar dos combatentes, exercem func- ver sido feito no inquerito, bem como aos demais exames
ções de caracter civil ou militar especificadas em leis ou e diligencias q'ue se tiverem de realizar por deliberação do
regulamentos a bordo de navios de guerra ou embarcações Conselho, nomeando os peritos;
a estes equiparadas, nos arsenaes, fortalezas, quarteis, c) requisitar das autoridades civis e militares as provi-
acampamentos, repartições, Jogares e estabelecimentos de dencias necessarias para o andamento do processo e escla-
natureza e jurisdicçâo militar e sujeitos por isso a preceito recimento do facto;
d ) proceder com assistencia de um representante do
de subordinação e disciplina. (Decreto n. 4. 998, de 8 de
comnzando da região ou do director geral do pessoal da
J aneiro de 1926, artigo 2. 0 ) •
arnradª e do promoto'r ao sorteio dos officiaes que tiverem
de servir 110 Conselho.
Art. 91 - Na 1. .. circumscripção o auditor ma1s an-
Commentario: O antigo di~sitivo determ.inava
tigo distribuirá o serviço entre si e os demais auditores.
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A.lUA.DOR CY!INEIROS CODIGO DE .JUSTIÇA MILITA.R
fosse o sorteio procedido com a presença do auditor, h) servir de relator no Conselho de Justiça, redigindo,
promotor e escrivão. não só as sentenças, como todas e quaesquer decisões toma-
o primeiro sorteiava, o segundo fiscalisava e o das pelo Conselho, dentro do prazo de 48 horas ;
ultimo lavrava uma acta da qual extrahia certidões i) processar e julgar as justificações que lhe forem
que eram juntas aos autos. requeridas, para percepção de montepio, e isenção do ser-
Ao legislador, porém, pareceu haver necessidade viço militar;
da assistencia de um representante do commando da
Região, ou do director geral do pessoal da armada, Commentario: Dois recentes decretos regularam
excluindo do acto o escrivão a quem competia a lavra- o processo para habilitação de montepio. Um na pasta
tura da acta, como se, at.é aqui, não fosse tal disposi- da Guerra e outro tornando extensivas, com alterações, -
aos militares da Armada, as disposições do anterior,
tivo obedecido rigorosamente.
referendado na pasta da Marinha.
Melhor seria, todavia. fosse o sorteio procedido
em sessão plena de outro Conselho. Pelo menos dar · Eis os seus textos : - Decreto n. 24. 312 de 30
se-ia mais solemnidade ao acto. de Maio de 1934.
e) (Su,pprirrtida pelct- reforma). "O chefe do Governo Provisorio da Republica
dos Estados Unidos do Brasil, considerando:
Commentario: Determinava as communicações que a situação da família do militar fallecido,
de todas as decisões definitivas do Conselho á autori· obrigada a viver com a reduzida pensão que lhe cabe,
dade sob cujo commando se encontrasse o accusado. é grandemente aggravada pela demora no preparo ao
recebimento da pensão;
f) qualificar e interrogar o accusado, inquerir e aca- que o processo á pensão provisoria, na maioria dos
reaar as testemunhas; casos, não tem dado o resultado que se tinha em vista,
g) ( Supprimída pela reforn'!-a) . não só pela demora para a obtenção dos documentos
precisos, como tambem e principalmente pela acção dos
Comme·r~tario: Regulava a concessão de mena- intermediarias sempre necessarios· pela falta de conhe-
gem, ouvido o Ministerio Publico o que ora passa a cimento das famílias, e que só têm vantagens em demo-
ser attribuição do Conselho. rar o processo ;
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AMADOR CYSNEIROS
verdadeiro estado de penuria a família do militar fal- militar do fallecido e o calculo por ella fornecido á
lecido, quando não dispõe de recursos outros o que mesma repartição pagadora; esta, por sua vez remet-
é o caso geral ; terá á Directoria da Despesa do Thesouro Nacional,
que o processo actual para a habilitação das pen- o calculo da pensão, que lhe foi t"eito pela autoridade
sões de meio soldo e montepio precisa ser simplifi- ~ militar e copia do titulo que emittiu, á vista do mesmo
cado, calculo, aos herdeiros do militar fallecido.
decreta no uso da attribuição que lhe confere o Art. 4. 0 - A Auditoria, de posse da caderneta
artigo 1. o do decreto n. 19.198 de 11 de novembro de e do calculo enviado pela autoridade militar promoverá
1930: ex-officio, junto ao Ministerio da Fazenda, a habili-
Art. 1. o - Morto o militar, o cornmandànte da tação definitiva dos herdeiros.
unidade, o chefe do serviço (no caso de militar da Art. 5o 0 - Julgada pelo Tribunal de Contas a
activa ou da reserva empregado) ou o cornmandante habilitação promovida pela Auditoria, será passado
da região (no caso de militar da reserva ou refor· pela Fazenda o titulo ou títulos definitivos o
mado, não empregados) communicará á repartição Se a pensão tiver sido dada a maior, será feita
por onde receba o militar fallecido, quaes são os seus carga da quantia recebida a mais ao pensionista e
herdeiros, e qual a pensão de rheio soldo e montepio descontada do meio soldo e no caso de não ser possível,
a que têm direito. do proprio montepio.
Art. 2 . 0 - A repartição pagadora, por onde re- Paragrapho unico - Passado o titulo definitivo
cebia o militar fallecido (Contabilidade da Guerra, no das pensões, até então feitos pela Contabilidade da
Rio, orgão regionaes do Serviço de Fundos, nos Esta- Guerra ou outra repartição militar, serão transferidos
dos) fàrá immediatamente expedir, sem outro estudo, para o Thesouro.
titulo ou títulos de pensão aos herdeiros, que pas· Art. 6. 0 - Para pagamento da pensão será pre·
t~
Q
sarão a receber pelas mesmas repartições, pela verba a \1 vista annualmente, no orçamento, dotação sob o titulo
que se refere o artigo 6. 0 Para pagamento de novas pensões o
Art. 3. o -A autoridade que forneceu á reparti- Art. 7 o - Nas cadernetas dos sub-tenentes e
o
ção pagadora os elementos para emissão dos títulos aos sargentos do Exercito constarão as declarações de her-
herdeiros, enviará á Auditoria Militar a caderneta
, deiros.
Art. 8. 0 - No intuito de facilitar o resta bel e·
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CODIGO DE JUSTIÇA. MILITAR
AMADOR CYSNEIROS
privativa do Supremo Tribunal e decidir sobre acceitação rem, communicando a sua decisão, num ou noutro caso, á
e regeição da denuncia e sobre os pedidos de archivamento autoridade administrativa ;
de inque1·ito. c) decretar a prisão preventiva do denunciado e con-
ceder menagem ;
C01nmentario: A ultima parte desta alínea deu ao .- d) decidir as questões de direito que se suscitarem no
Conselho de Justiça attribuições que competiam exciu- processo, ou julgamento;
sivamente ao auditor. e) receber as appellações e recursos, salvo o disposto
Em vez de simplificação do methodo redundou no artigo 9, letra m;
em difficultal-o. f) conceder menagem depois do crime classificado e
As denuncias a mór parte das vezes eram offere- out>ido o promotor.
cidas quando o Conselho Permanente não se achava
reunido e nos processos contra · officiaes, antes do sor- Commentario: A concessão da menagem que era
teio do conselho. O auditor as recebia ou regeitava, uma das attribuições do auditor, após ouvido previa··
nos casos previstos no artigo 1'88 e 189 com recurso mente o Ministerio Publico, passou a ser privativa dos
obrigatorio para a instancia superior. Conselhos. Incontestavelmente é uma medida Je graça
Os archivamentos, da mesma fórma eram reque- que affecta profundamentt- a ordem e a disciplina,
ridos fundamentadamente pelo Ministerio Publico e, quando concedida contrariamente aos dispositivos do
quando negados, cabia recurso. por sua natureza sus- Capitulo III do Titulo IV, porém, a disciplina e a
pensivo, para o Supremo Tribunal Militar. ordem já estavam bem defendidas com as determina-
Agora, tanto para recebimento de denuncias, ções estabelecidas pelo Codigo no Capitulo alludido.
como pedidos de archivamento tornar-se-á necessario o
sorteio do Conselho quando se tratar de inqueritos mo- Art. 94 - Ao presidente do Conselho compete :
vidos contra o f ficiaes. ., a) presidir as sessões, propôr afinal as questões, apu-
.rar e proclamar o vencido ;
b) converter em prisão preventiva a detenção ou pnsao b) nomear advogado ao accusado que o não tiver, e
tio indicado, ordenada pela autoridade militar na phase do curador ao ausente, ou de menor idade ;
itiquerito, se occorrerem as condições do art. 149, ou orde- c) requisitar o comparecimento do accusado quando
nar a soltura do indicado, se essas condições não occorre- preso e das testemunhas quando militares ou funccionarios
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AJIADOR t;YSNEIROS CODIGO' DE JUSTI()A MILITAR
publicas, ou expedir mandado de intimação, no caso con- este Codigo ou força maior comprovada e expressa na acta,
e só poderão ser adiadas depois de quatro horas de trabalho
trario; consecutivo. A de julgamento, porém, será permanente.
d) fazer a policia das sessões, chamar á ordem os
que della se desviarem, impondo silencio aos assistentes, Art. 98 - Nenhuma ingerencia no Conselho é per-
fazendo sahir os que não se conformarem, prendendo os mittida ás autoridades militares, qualquer que seja a sua
desobedientes e mandando lavrar auto de flagrante contra categoria ou o motivo invocado.
os que faltarem com o respeito devido ao Conselho, a qual·
quer de seus membros ou ao promotor ;
•
e) prender os que assistirem ás sessões com armas pro- CAPITULO IV
hibidas e mandat-os apresentar á autoridade competente.
§ 1 . ., .-.. O presidente, além do voto deliberativo, terá Do Supremo Tribunal Miliar
o de qualidade quando se verificar empate.
§ 2. 0 - No caso de omissão do presidente do Conse- Art. 99 - Ao Supremo Tribunal Militar compete,
lho, o desacatado na hypothese da letra d, poderá reclamar privativamente :
do presidente do Supremo Tribunal Militar que ordene a a) processar e julgar os officiaes generaes do Exer-
cito e da Armada, os seus membros militares nos crimes
instauração do processo.
Art. 95 - Qualquer membro do Conselho poderá militares e de responsabilidade, os orgãos do Ministerio
reperguntar as testemunhas e reclamar as diligencias que Publico, os ministros civis, os auditores e os juizes milita-
julgar. necessarias á elucidação dos factos. res do Conselho de Justiça, nestes ultimas crimes ;
Art. 96 - O Conselho poderá installar-se ou funccio- b) processar e julgar petições 1de habeas-corpus,
nar desde que esteja presente a maioria de seus membros, quando a coacção, ou ameaça, emanar de autoridade militar,
inclusive o auditor. Nas sessões do julgamento final, po- administrativa ou judiciaria, ou das juntas de alistamento
rém, exige-se o comparecimento de todos. O presidente e sorteio militar ; '
do Conselho, quando faltar, será substituído pelo juiz que c) conhecer dos recursos interpostos dos despachos
se lhe seguir em antiguidade ou posto, se fôr official supe- do auditor e das decisões e sentenças do Conselho de Jus-
nor. tiça;
Art. 97 - As sessões do Conselho far-se-ão em dias d) julgar os conflictos entre os Conselhos de Justiça;
successivos, uteis, salvo o caso de adiamento facultado por e) mandar que se enviem, por cópia, ao auditor ou á
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CODIGO DE JUSTIÇA ~liLrl'AR
AMADOR CYSNEIROS
lf ·
delle conheceu; se incompetentes, fatá o Tribunal remetter buições para requerer ás autoridades militares compe-
o processo ao fôro que competente fôr. tentes o devido inquerito policial militar. Era o que
se continha na letra c deste artigo ora supprimida.
A nova disposição está em flagrante ~ontradicção com
TITULO III o dispositivo de letra a do artigo 104 que mantem a
anterior attribuição ao Ministerio Publico para reque-
Dos actos preliminares do processo
rer seja instaurado inqueritos aliás, um dos mais per-
feitos attributos do orgão a 'quem compete zelar pela
CAPITULO I
fiel observancia das leis penaes.
Do inquerito policial militar A reforma, não modificou a rédacção do para-
grapho 3. 0 deste mesmo artigo que se refere a letra c
Art. 115 - O inquerito policial militar consiste num supprimida.
processo summario, em que se ouvirão o indiciado, o offen-
dido e te!>temunhas, e se farão o auto de corpo de delicto +- § 1. o - O procedimento ex-officio compete á autori-
e quaesquer exames e diligencias necessarias ao esclareci- dade militar sob cujas ordens estiver o accusado, logo que
mento do facto e suas circumstancias inclusive a detenni- ao conhecimento della chegue a noticia do crime que a este
nação do valor do damno quando se tratar de crime con- se attribue.
tra a propriedade publica, ou privada. § 2. G - A determinação para instauração do inquerito
Art. 116 - O inquerito póde ser instaurado: compete. observada a ordem hierarchica ou administrativa,
a) ex-officio, ou em virtude de determinação supe· ao superior ou chefe da autoridade a que se refere o para-
rior; grapho anterior.
b) a requerimento da parte offendida ou de quem ~ 3. 0 - O requerimento e a requisição de que tratam
legalmente a represente ; as letras b e c ~erão dirigidos á autoridade militar sob cujas
c) (su;~,Primida pela refonna). ordens servir o accusado.
§ 4. o - Os ministros da Guerra e da Marinha pode-
C,ommentario: Anteriormente o Ministeri~ Pu- rão avocar qualquer inquerito, e designar a autoridade que
blico tendo conhecimento, por qualquer modo, da exis· do mesmo se encarregue.
tencia, ou da pratica de qualquer delicto tinha attri- Art. 117 - A Policia. Militar será exerâda pelos
- 104- - 105-
AMADOR CY~NEIROS
CODIGO DE .JUSTICA MILITAR
tancias o exigirem, requerer prazo razoavel para apresen· Art. 143 - Fallecendo o offendido, os peritos decla·
tarem as suas respostas . rarão a causa determinante da morte e todas as circumstan·
Art. 139 - Toda vez que baixar a hospital ou enfer- cias que observarem, verificadas por meio de autopsia.
maria militar, alguem com signaes que autorizem a suspeita Art. 144 - O corpo de delicto poderá ser feito en1
de crime, o director, ou quem suas vezes fizer, providen- qualquer dia e hora, mesmo em domingo ou feriado de
ciará de modo a ser feito o exame de corpo de delicto, modo que medeie o menor espaço possível entre elle e a
observadas as formalidades prescriptas nos artigos anterio- perpetração do crime .
res . Quando não existirem vestígios ou estes tiverem Art. 145 - Nas diligencias e exames que a bem da
desapparecido, a autoridade militar encarregada do inque- justiça tenham de fazer nos navios, quarteis, estabelecimen-
rito indagará quaes as testemunhas do crime, e as fará vir tos ou repartições publicas, civis ou militares, as autorida·
á sua presença, inquirindo-as, sob compromisso, a respeito des competentes dirigir-se-ão aos respectivos commandan·
do facto e suas circumstancias . tes ou directores, avisando-os do dia e hora em que se terão
Art. 140 - O corpo de delicto tem por complementm de effectuar.
outros exames, taes como: Art. 146 - Os peritos que sem justa causa se recusa-
a.) exame de sanidade ; rem a fazer o exame de corpo de delicto, ou qualquer
b) autopsia; exame complementar, serão multados em 50- ou 100$ pela
c) exames de laboratorio e outros que forem necessa- autoridade que presidir ao acto .
rios.
Art. 141 - As regras concernentes ao corpo de deli-
cto são applicaveis aos outros exames, de accordo com o TITULO IV
estabelecido no decreto n. 6. 440, de 30 de março de 1907.
De prisão e da menagem
Art. 142 - Proceder-se-á a exame de sanidade
quando o offendido tiver alta do hospital ou enfermaria
CAPITULO I
ou, quando passados 30 dias do ferimento, lesão ou offensa
physica, não estiver restabelecido. Os peritos, nesse caso, Da prisão em flagrante delicto
declararão a causa da prolongação do mal, se esta resulta
da offensa physica ou de circumstancias espeaiaes e e:Xtra- Art. 147 ~ Qualquer pessoa póde, e os militares
ordinarias, e se o offendido apresenta perigo de vida. devem, prender quem fôr encontrado commettendo crime
-116- 117-
AMADOR CYSNEIROS CODIGO DE JUS'l'I(IA MILITAR
militar, ou, após a pratica deste, tentar fugir perseguido do processo, quando a ordem a disciplina ou o interesse da
pelo clamor publico. Sómente nestes dous ultimas casos a justiça o exigirem, occorrendo em conjunto ou isolada-
prisão se considera feita em flagrante delicto. mente, as seguintes condições :
§ 1. o - Apresentado o preso á autoridade militar, a) declaração de duas testemunhas, que deponham sob
ouvirá esta o conductor e as testemunhas que o acampa· compromisso e de sciencia propria, ou prova documental
nharem, interrogará o accusado sobre as arguições que lhe de que resultem vehementes indícios de culpabilidade;
são feitas, indagando ó logar e a hora em que se commetteu b) confissão do crime.
o crime, fazendo de tudo lavrar auto, por todos assignado. Art. 150 - A prisão preventiva será decretada por
§ 2. 0 - Resultando das respostas suspeitas contra o ordem escripta, podendo, nos casos urgentes, ser determi-
conduzido, a autoridade mandará recolhel-o á prisão, proce~ nada por via telegraphica, ou por qualquer modo que torne
dendo, em seguida, exame de corpo de delicto, á busca para certa a sua decretação .
apprehensão dos instrumentos do crime e a outras · diligen- Art. 151 - A ordem de prisão será expedida ex-offi-
cias que forem necessarias para o esclarecimen~o deste; cio ou a requerimento do Ministerio fublico.
feito o que remetterá o processo, dentro em cinco dias, ao Paragrapho unico - A cópia do mandado de prisão
auditor respectivo, á cuja disposição passará o preso, com- equivalerá á nota de culpa.
municando o facto, por officio, á autoridade militar a que
Art. 152 - A ordem de prisão requer, para a sua
estiver subordinado.
legitimidade, o concurso das formalidades seguintes:
Art. 148 - A autoridade militar dará ao preso, den-
a) que emane de autoridade competente;
tro de 24 horas, nota de culpa, por ella assignada, contendo
b) que seja escripta pelo escrivão e assignada pela
o motivo da prisão e os nomes do accusador e das teste-
autoridade;
munhas.
c) que nomeie a pessoa que deve ser presa ou a designe
por signaes que a façam conhecida do executor ;
CAPITULO II
d) que declare o motivo da prisão;
e) que seja dirigida a quem fôr competente para exe-
Da prisão por mcindado
cutai-a.
Art. 149 - Fóra do flagrante delicto, a' pris;;:o, antes Art. 153 - Quando o accusado estiver fóra da juris-
da culpa formada, poderá ser ordenada em qualquer phase dicção da autoridade que decretar a prisão, será esta requi.
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A~IADOR CYSNEIROS CODIGO DE JUSTICA 1\IILI'l'AR
sitada á autoridade competente da circumscripção em que e) a entrada da casa é permittida, mesmo á noite, se
o mesmo se achar. tendo nella entrado o preso, de dentro pedirem soccorro.
Art. 154 - Se o accusado estiver em paiz estran- f) toda pessoa que se oppuzer por qualquer fórma á
geiro, a prisão será requisitada de accordo com as regras execução do mandado, será presa e remettida á autoridade
do Direito Internacional. competente, para os fins de direito.
Art. 155 - Na execução da ordem de prisão, obser- Art. 156 - Qualquer das autoridades referidas no-
var-se-á o seguinte : artigo 117 poderá ordenar a detenção ou prisão do indi-
a) o executor dar-se-á a conhecer, e, lendo o man- cado durante as investigações policiaes, até 30 dias.
dado ao accusado, o intimará a acompanhal·o; § 1. 0 - Si houver necessidade da detenção ou prisão
b) sómente quando o accusado resistir ou procurar do accusado por tempo superior a trinta dias o comman-
1
evadir-se, poderá o executor empregar força para effectuar dante da Região ou autoridade correspondente da Armada
a prisão; poderá prorogar esse praso por mais 15 dias medicmte
c) se o accusado resistir com armas, de modo a pôr solicitação fundamentada e pot· via hierarchica.
em risco a vida do executor, poderá este lançar mão dos § 2. 0 - Desde que o encarregado do inquerito verifi-
meios necessarios á sua defesa, e, em tal conjunctura, o que pelas diligencias indícios vehementes de quem seja a
ferimento ou morte do mesmo é justificavel. Esta dispo- criminoso fará disto communicação fundamentada á auto-
sição comprehende as pessoas que auxiliarem a execução ridade que o nomeou q, qual pedirá ao Conselho Permanente
do mandado e as que prenderem alguem em fla~rante, fiem de Justiça ou juizes competentes a prisão preventivo do
como, de outro lado, os que ajudarem a resistencia do accusado dando sciencioa ao commanda da região poT via
1
accusado ou o quizerem tirar do poder do executor. h.ierarchicaJ e ao da guarnição quai,ndo fôr o caso.
1
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AMADOR CY!!NEIROS CODIGO DE JUSTICA MILITAR
lê nos paragraphos que se lhe juntaram regulam a ma~ rat~ça q'!te aquella possa offerecer sobre a sua presença ao
teria, facultando o pedido da conversão dessa deten- processo.
ção em prisão preventiva, por intermedio do com- § 2. 0- O Ministerio Publico será previamente ou-
mando, directamente ao Conselho Permanente de vido sobre a menagem, emittindo, no prazo de 48 horas, pa-
Justiça. Da fórma, porém, como está redigido o para- recer, não só sobre a conveniencia da sua concessão como
grapho segundo só se pode dar esse pedido quando se sobre o logar em que deve ser gosada, informando-se a res-
tratar de praça de pret, pois, sendo o indiciado um peito com a autoridade militar competente, quando julgar
official, mesmo subalterno, não é admissivel seja sua neces~ario.
prisão decretada por um conselho constituído de offi-
ciaes entre os quaes se encontram inferiores hierar-
Commentario: Tudo já estava previsto no texto
chicos seus.
anterior. O accrescimo é simplesmente uma redun-
dancia, porquanto a graduação do accusado já se le-
vava em consideração e esta naturalmente dizia sobre
CAPITULO III
a segurança que po_dia offerecer comparecendo aos
termos do processo .
Da menagem
Art. 157 - A menagem poderá ser concedda nos Art. 159 - Se aquelle a quem fôr concedida a mena-
crimes cujo maximo de pena fôr inferior a quatro annos gem deixar de comparecer sem causa justificada a algum
de prisão. acto judicial para que tenha sido citado, ou não puder ser
Art. 158 - A menagem será concedida: ao official, citado por se furtar á citação, ou se retirar do logar que lhe
no acampamento, cidade ou logar em que se achar ou que fôr designado, será preso e, sem prejuízo das penas de
lhe fôr designado; á praça de pret e aos assemelhados, no ordem criminal em que incorrer, não se poderá mais livrar
interior do quartel, navio ou estabelecimento ·a que perten· ~oito.
cer ou lhe fôr designado. § 1. o - Cessa a menagem com a sentença condemna-
§ L o - Para a concessão de menagem ter-se-ão em toria proferida pelo Conselho de Justiça, ou pelo Supremo
consideração a gravidade e circumstancias do crime, a gra· Tribunal.
duação do accusado e seus precedentes militares, e a segu- § 2. • - Ao· reincidente não. se concederá menagem.
122 - 123 -
AltiADOU. (]YSNEIR.OS CODIGO DE .JUSTI()A MILITAR
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AMADOR CYS•NEIROS CODIGO DE JUSTIÇA ltiiLITAR
Art. 166 - Além das testemunhas numerarias, serão juiz civil do loc-al o_u commandante de corpo onde houver,.
inquiridas, sempre que fôr possível, as pessoas a que ellas podenào este delegar suas funcções a official de patente-
se referirem em seus depoimentos sobre pontos essenci.aes para cwn~pril-a.
do processo
Art. 167. - As testemunhas serão inquiridas cada
Commentario : O legislador da reforma desco-
uma de per si, de modo que umas não possam ouvir os nhecia, por certo, os termos do decreto numero 21. 392
depoimentos das outras. de 11 de maio de 1932 que alterou integralmente
Art. 168- Podem as partes, logo após a qualificação, o texto do artigo 170 e seu paragrapho do codigo.
oppôr contradicta ás testemunhas que lhes pareçam suspei- O decreto em apreço reza o seguinte :
tas de parcialidade ou indignas de fé, declarando e pro-
vando immediatamente as circumstancias ou defeitos que Considerando :
justifiquem a contradicta. Podem ainda contestar afinal, Que a inquirição de testemunhas, nos processos.
produzindo summarissimamente as razões que tiverem militares, só podendo ser feita dentro de cada circums·
cripção judiciaria na séde das Auditorias, pelos res-
contra a verdade do depoimento. ·
Art. 169 - O depoimento da testemunha será redu- pectivos auditores, acarreta não sómente gravames éÍl
zido a termo, rubricado no inquerito pela autoridade que o Nação, com as despezas de transportes e diarias, mas
presidir e em juizo pelo presidente do Conselho e pelo ainda occasiona, commumente prejuízo ao serviço de
auditor. Este termo será assignado pela testemunha, pelo administração militar com o afastamento de officiaes,
réo e seu advogado ou curador e pelo promotor. Quando por tempo mais ou menos longo, das unidades onde·
a testemunha não puder ou não quizer assignar, nomear-se-á servem.
pessoa que por ella assigne, e o seu depoimento será então Que, além disso, essa exigencia legal desatende
lido na presença de ambos. ao proprio interesse de justiça, principalmente em se
Art. 170 - As testemHnhas residentes fóra da cir'" tratando de testemunhas civis ou ex-militares, reser-
cumscripção e·m que se proceder á formação da culpa, pode- vistas ou excluídos do serviço activo das classes arma-
rão depor por meio de precatoria, com citação das pat"tes, das, e residentes em logares distantes das sédes das
~ q~s será licito offerecer quesitos e representar-se por Aúditorias, visto como não lhes é licito. exigir, para
a prestação de depoimentos, transportes e hospedagem•
procurador.
Paragrapho unico - A precatoria será dirigida a~> á propria custa, afóra o abandono temporario dos seus,
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CODIGO DI'! .JUSTIÇA ~ULI'I'AR
AMADOU. C YSNEIROS
proprios mistéres, pelo que deixam taes testemunhas promotor . Cumprida a precataria, será devolvida á
de attender ao chamado judicial. autoridade deprecante com a maior presteza.
Que, em razão dessa excusa legitima de compare- § 3. o - Recebida pelo auditor a precataria cum-
cimento para a prestação de depoimento, por parte de pnda, deverá a mesma ser apresentada ao Conselho
testemunhas civis, ex-militares, reservistas ou exclui- de Justiça, competente, para que a ratifique ou homo·
dos, os representantes elo Ministerio P ublico se veem, logue, de accordo com o artigo 254 de C. J. M .
geralmente, na contingencia de substituir taes teste- vigente.
,munhas por outras, em prejuízo do esclarecimento do Art. 2. 0 - Revogam-se as disposições em con-
facto delictuoso e dos interesses da Justiça. trario.
Art . 1."' - Substituir o art. 170 e seu paragra;>ho Ora, o que a reforma propoz é um absurdo .
do C. J. M . pelos seguintes : O assumpto estava já perfeitamente esclarecido, por-
Art. 170 - As testemunhas que houverem de que o decreto acima revogou os dispositivos do artigo
depor em processo criminal militar e residirem no 170 . Pretendeu-se, agora, reformar o que já e~tá revo-
districto da culpa, fóra da séde da Circumscripção gado pelo decreto. Além disso o reformador do
J udiciaria, poderão ser ouvidas mediante precato ria, codigo que não pode ter sido um jurista, um legislador,
acompanhada da copia da denuncia, dos quesitos offe- pelo desconhecimento que tem das causas mais elemen-
recidos pea defesa e pelo Ministerio Publico Militar, tares do Direito, pretendeu podesse ser cumprida uma
t expedida pelo auditor respectivo com prazo rasoavel
precataria expedida por um juiz que é o auditor, por
para o seu cumprimento, á Auditoria J udiciaria local, um official do exercito, desconhecendo a pos·sibiliclade
onde residir ou se encontrar a testemunha. da mesma ser processada por quaesquer das autoridades
§ 1 . o - Na hypothese de no local onde residir judiciaes federaes, ou estadoaes que se espalham,
ou se encontrar a testemunha, haver autoridade judi- muito mais desseminadamente por todo o Brasil, do
daria federal, a precataria deverá ser, de preferencia, que as unidades do Exercito, ou da Armada .
expedida ao juiz substituto nu ao supplente, em exer- . A disposição deste paragrapho unico retrata toda
cício, observadas as exigencias e formalidades legaes. a reforma, pelo absurdo que encerra, quando não
§ 2. o - A autoridade a quem for dirigida a pre- resulta da impraticabi liclad~ da sub5tituição de um
cataria, em a recebendo, designará dia para a inqui- textn pelo outro, porque o que estava em vigor não
rição, que será feita perante ella, perante o respectivo era um artigo com um paragrapho somente e sim
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Al'lADOR UYSNEIROS CODIGO DE JUS'l'TÇA l\fJLJ'rAR
com tres paragraphos como se vê no decreto linhas Paragrapho unico - O depoimento ela testemunha,
atraz. sempre que possível, será tambem es-cripto no original pelo
interprete e junto aos autos. No caso da testemunha saber
Art. 171 - A precato ria será acompanhada de cópia lêr e escrever, esse depoimento ser-lhe-á apresentado para
authentica da denuncia e dos quesitos sobre que a teste- que ella o assigne ·se o julgar conforme.
munha deva ser inquirida, propostos pelo Conselho e pelas Art. 176 - As testemunhas civis da formação da
partes. culpa são obrigadas, emquanto não findar o processo, a
Paragrapho unico - Quando as partes forem repre- communicar ao Conselho qualquer mudança de residencia,
sentadas por procurador, no acto da inquirição poderão sob pena de um a cinco dias de prisão, applicada pelo Con-
oiferecer quesitos supplementares, se por elles houverem selho. As militares ficarão á disposição deste e não poderão
protestado perante o Conselho antes da expedição da pre· ser afastada~ da séde sinão com o seu assentimento.
catoria.
Art. 172 - Se alguma das testemunhas tiver de ausen-
tar-se, qu pela idade ou molestia estiver em risco de mor- CAPITULO III
rer antes de prestar o seu depoimento, o Conselho ou o au- "'\
ditor providenciará para que seja inquirida em qualquer dia Dos docunzentos
e no logar em que se achar, perante o accusado e o pro-
motor. Art. 177 - Até o acto do interrogatorio do accusado
Art. 173 - Militar ou funccionario publico, que hou- podem as partes juntar ao•s autos o~ documentos que enten-
ver de ser intimado para qualquer processo, será requi~i derem, uma vez que:
tado ao respectivo chefe pela autoridade que ordenar 3 a.) venham acompanhados da traducção authentica, se
intimação. o~ originaes forem escriptos em língua estrangeira;
Art. 174 - As testemunhas que divergirem em pon- b) sendo particulares, tragam a firma do signatario
tos essenciaes serão acareadas, para explicar a divergen- reconhecida por tabellião;
cia ou contradicção. c) não tenham sido obtidos por meios cnmmosos.
Art . 175 - Quando a testemunha não souber falar a Art. 178 - As publicas fórmas ou extractos de
língua portugueza, nomear-se-á um interprete que, sob com- documento original só farãC' prova quando conferidas COill
vromisso, se encarregue de traduzir as perguntas e resposta,. este na presença do auditor pelo respectivo escrivão, ou
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A.ltiADOll. U'1S ;'IEIR08
ÇODIGO DE JUSTIÇA .ltiii,ITAR
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Al'IIADOR C YSNEIRO S
CODIGO DE JUS'l'IÇA l'IIILITAR
tutivas do "crime ·estejam plenamente provados, é indispen- e) o tempo e o logar em que foi praticado o crime;
savel o concurso das condições seguintes : f) a classificação do crime.
a) que sejam inequívocos e concludentes; Art. 189 - A denuncia não será acceita pelo auditor:
b) que da sua comb:nação com as· circums~ancias e a) se não tiver os requisitos e formalidades legaes,
peças do processo resulte tão clara e directa connexão entre especificadas no artigo antecedente;
o accusado e o crime que, segundo o curso ordinario das b) se o facto narrado não constituir, evidentemente,
cousas, não seja possível imputar a outrem a autoria deste . crime militar, ou este estiver prescripto.
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.
C ODIGO DE J US TIÇA DilJJI'r,\ R
A JUADOR CYSNE IR OS
-- ,__ --
AIIIADOR CYSNEIROS COJllGO llB .I L Wl'h.' 1\. iUILJ ·i'Alt
--------~--a-----~--------------------------------------~-~,~-:::_n_:___:~:::~
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teiros que eram das auditorias, os officiaes de Jus- CAPITULO Ill
tiça?
A reforma silenciando sobre isto, de vez que man- Da formaçào da culpa
teve o artigo 112, creou esse impasse profundamente
ridiculo. Art. 200 - Na primetra reunião do Conselho, o pre-
sidente, tendo á sua direita o auditor e nos demai s logares
Art. 196 - A citação feita no inicio da causa é pes- os outros juizes, segundo as suas graduações e antiguidade,
soal. Para os demais termos do processo basta a citação o escrivão em mesa proxima ao auditor, o promotor á es-
do procurador constituído em juizo. querda, em mesa separada, prestará em voz alta, de pé e
descoberto, o compromisso que se segue, o qual será repe-
Art. 197 - O citado declarará por escripto que está
tido pelos demais membros militares do Conselho, sob a
sciente da citação e, não sabendo. não podendo ou não que-
fórmula: "Ass-im o prometto".
rendo escrever, fará outrem por elle a declaração a con-
"P1·ometto examinar com absoluta imparcialidade as
vite do official da diligencia e na presença de duas teste·
causas q'!ie me sejam submettidas, respeitando os altos inte-
munhas, que assignarão com este.
1·es_ses da disciplina e votando de accordo com a minha con-
Art. 198 - (Supprimido pelct reforma). sciencia esclarecida pela Verdade resultante da Lei e da
- ~~: . Prova dos Autos".
Commentario: "O réo revel, que comparecer de-
pois de iniciado o processo, recebei-o-á no estado em C ommentcwio: Harmonizou-se o allegado e pro-
que o mesmo se achar". Eis ahi o texto do artigo vado com o voto de consciencia que o antigo com-
supprimido, dispositivo intelligente que não permittia promisso não permittia e, onde residia a severida~e
uma renovação de summario, ou outros quaesquer dos julgamentos militares dentro de uma technica,
incidentes protelatorios do feito. Mais adeante se rígida que fazia o desespero dos advogados. ] ulgava-;;e
verá como foi inhabil o legislador supprimindo essa "com a let t a prova dos · auto~". Agora se julgará
disposição. "respeitando os altos interesses da disciplina," votan-
do-s·e de -:1ccordo "com a consciencia" contanto que
![ Art. 799 - O accusado preso assistirá a todos os ella esteja "esclarecida pela Verdade resultante da Lei
termos do processo. e da Prova dos Autos".
Paragrapho unico - Desse a cto lavrará o escrivão § 2. o - Se as testemunhas de defesa fo,rem militares
nos autos a devida certidão. e residirem no districto da culpa, poderão ser requisitadas
Art. 201 - Se não houver auto de corpo de delicto pelo Conselho, a requerimento do réo.
e este puder ser feito, mandará o Conselho, preliminar- Art. 206 - Terminada a inquirição das testemunhas,
mente, que se preencha a falta. e não deliberando o Conselho sobre quaesquer diligencias
Art. 202 - O accusado ao comparecer pela primeira que julgar convenientes, o auditor procederá ao interro-
vez perante o Conselho, occupando, em frente deste, Jogar gatorio do accusado, que, de pé, responderá ás s·eguintes
de pé, será perguntado sobre o seu nome, filiação, idade, perguntas:
estado, profissão, posto ou graduação, nacionalidade,
logar do nascimento, se sabe lêr e escrever, e se a) qual o seu nome, naturalidade, idade, filiação, estado
tem advogado. As perguntas e respostas serão reduzidas .a e residencia;
escripto sob o titulo de auto de qualificação. b) qual o seu posto, emprego ou profissão;
Art. 203 - Declarando o accusado ter menos de 21 c) qual a causa de sua prisão;
annos de idade e não havendo prova em contrario, ser-lhe-á d) onde estava ao tempo em que se diz ter sido com-
dado curador, o qual se obrigará sob compromisso a assis- mettido o crime;
tir ao accusado em todos os termos do processo. e) se conhece as pessoas que depuzeram no processo,
Art. 204 - Lavrado o auto de qualificação, serão desde quando, e se tem alguma cousa a oppôr contra ellas;
inquiridas as testemunhas e informantes notificadas, ás f) se tem algum motivo particular a que attribua a
quaes o escrivão lerá antes a denuncia. accu~ação;
Art. 205 - Finda a inquirição das testemunhas de g) se tem factos a allegar ou provas que justifiquem
accusação, proceder-se-á á das de defesa, se forem apresen- ou mostrem a sua innocencia.
ta das no acto . Art. 207 - Se no interrogatorio o accusado allegar
§ 1. 0 - As testemunhas de defesa serão inquiridas factos e circumstancias tendentes a justificar a sua inno-
sobre quesitos apresentados pelo accusado, podendo o pro- cencia ou que attenuem a sua responsabilidade, poderão
motor depois delle e qu<Llquer dos juizes fazer sobre a os juizes do Conselho lembrar as perguntas que a res-
materia desses quesitos as perguntas que julgarem necessa- peito desses factos e circumstancias lhes parecerem couve-
rias. nientes para esclarecimento da verdade, as quaes, porént,
-142- -143 ~
A lll A D O U C "\. S N E T ll O S
CODIGO Dll: J US'l 'IÇA liiiLI'l'AR
blica, excepto qu,a!ldo o contrario resolver o Conselho no presidente providenciará para o seu comparecimento na
interesse da ordem publica, da disciplina, ou da Justiça. sessão immediata, ou em oUtra que ao Conselho parecer mais
li, Art. 217 - Salvo difficuldade insuperavel, que se conveniente.
justificará nos autos, com especificação dos motivos, o
lb- ~\-! ~ 147-
- 1'46 ~
'
AMADOR CYSNEIROS
§ 3. o -Se o réo, estando sollto, e, tendo sido citado, e a letra Tl do artigo 247, e fazendo a substituição do
não comparecer, com excusa leg1t1ma, o julgamento. será paraJ!fapho 3 . 0 do artigo 215 e paragrapho 4. 0 do
adiado, para outra sessão, a juizo do Conselho; e se ainda presente artigo, augmentou as contradições, porque,
nessa sessão não comparecer, o julgamento proseguirá á no paragrapho 3. 0 do artigo 215 não perrnitte o jul-
gamento, quando se trata de processo (capitulo : "Da
sua revelia .. formação da culpa") e aqui o permitte mediante
§ 4. o - Se o réo fór revel o presidente nomeará wm
cur~or que se incumbirá de sua def esa du ronte a for·ma.J curatella, e quando reafmente se falta de julgamento.
0 legislador na rectificação accrescentou as ultimas
,ão da culpa. palavras: "durante a formação da culpa" pretendendo
Commentario : As anteriores disposições do co- emendar o seu erro, sem prestar attenção de que se
digo, relativas á formação da culpa dos réos reveis já trata do capitulo referente aos julgamentos.
se contradiziam. O artigo 209 dizia que não se daria
curador ou advogado ·ao réo revel para ser processado . § 5. o - Em seguida o escrivão procederá á leitura
Observe-se que se tratava do capitulo : •·Da formação das seguintes peças do processo :
da culpa". No capitulo: ''Do j~lgamento", no paragra- tJ) denuncia ;
pho 4. 0 , do presente artigo, o.r a supprimido, mandava- b) o auto de exame de corpo de delicto, ou de qual-
se dar curador ao réo que tendo sido citado e com-0 quer outro exame pericial ;
parecido ao summario, como no caso do pragrapho 3. , c) o interrogatorio do réo;
tornara-se revel, a partir da sessão marcada para jul· tl) as conclusões do promotor e do réo ;
gan,1ento. Assim parecia só caber a curatella aos que se e) qualquer outra peça cuja leitura fôr ordenada pelo
tornam reveis durante o summario, porém, a falta de tJtesidente do Conselho, a requerimento de qualquer dos
deste ou das partes .
assistencia do curador ao réo revel aos termos do pro-
Art. 221 - Terminada a leitura das peças do pro-
cesso constituía e, ainda constitue, uma das nullidades
dará o presidente a palavra ao promotor, e, depois
previstas no artigo 247 letra h. ao defensor para sustentarem oralmente as suas con-
Em regra, para harmonizar os textos contradicto-
. res, e intelligentemente, dava-se curador a todo ré0
1. 0 O prazo, tanto para a accusação como para a
-
. revel, mesmo a partir da citação inicial. será de tres horas, no maximo.
Por fim, a nova reforma mantendo o artigo 209
~ 149
.-- 148 ,...,
AlUADOR CYSNEIROS
§ 2. ~ - O promotor e o defensor poderão replicar votos, entendendo-se que o juiz que tiver votado por
e treplicar em prazo não excedente de uma hora. maior terá virtualmente votado pela immediatamente
§ 3.0 - Se forem dois ou mais réos, cada um terá,
por sua vez, os praz~s acima estabelecidos, se diversos § 3. o - Proferida a decisão pelo Conselho, será, in-
forem os defensores. eOfJIÜienti, expedido mandado de prisão contra o réo, se
§ 4. o - Tanto o promotor como o defensor deverão -tiver sido condemnado.
abster-se de palavras injuriosas e evitar divagações que Art. 225 - As sentenças e despachos definitivos serão
não tenham relação com o processo. sempre fundamentados, escriptos na conformidade do art.
Art. 222 - Findos os debates o presidente indagará 9'2, letra h, e assignados por todos os juizes. O juiz ven·
dos juizes se se acham habilitados a julgar a causa ou se Cido poderá justificar o seu voto por escripto.
precisam de mai~ algum esclarecimento. Art. 226 - A sentença será lida em publica audiencia
Se qualquer dos juizes declarar que precisa de novos pelo auditor. Delta se entenderá desde logo intimado o
esclarecimentos, o presidente mandará que o escrivão ou rio. se se achar presente; no caso contrario, será a sentença
as partes Ih' os forneçam. _ .iptimada ao seu advogado, ou curador.
Art. 223 - O Conselho passará em seguida a deli- O escrivão dará sciencia da sentença ao promotor,
berar em sessão secreta. \J.,vrando nos autos as respectivas certidões.
E' permittido a qualquer juiz do Conselho examinar
Art. 227 - Encetados os trabalhos do julgamento,
os autos e pedir ao auditor esclarecimentos sobre qualquer
poderão, sob pena de nullidade deste, ser interrompi-
questão de direito, que se relacione com o facto sujeito ao
por nenhum motivo estranho ao processo_ Ao presi-
julgamento, set;n de qualquer fórma ficar o juiz obrigado
todavia, é permittido suspender a sessão para
ás opiniões manifestadas pelo auditor. dos juizes, partes e advogados.
Art. 224 - Em seguida, o presidente convidará .os
juizes a se pronunciarem sobre a causa, e darem os seus Art. 229 - Sendo o réo absolvido, o presidente man-
passar alvará de soltura. afim de ser posto em liber·
votos. immediatamente, se por outro motivo não estiver
§ 1. 0 - O primeiro a votar será o auditor, ao qual se
b
seguirão os outros juizes, a. começar do mais moderno, e
por ultimo o presidente. - São effeitos immediatos da sentença de
§ 2. 0 - Todas -as decisões serão tomadas por mawna
<e '
AMADOR CYS'NEIROS
TITULO IX
TITULO VIII
Das nullidades
Dos prazos ou termos
Art, 246 - Ha nullidade sempre que se dá inobser·
Art. 239 - Todos os termos estabelecidos por este vancia de uma formalirlade que a lei expressamente exige
Codigo são continuas, improrogaveis e peremptorios .
corno substancial.
Art. 240 - Quando o termo é fixado em certo Art. 247 - São formalidades ou termos substanciae~
numero de dias, não se conta o dia em que começa. mas <'\,
processo:
conta-se aquelle em que finda.
Adt. 241 - O termo findará no dia immediato, se a) a denuncia ;
b) o corpo de delicto directo ou indirectp nos crimes
o ultimo dia fôr feriado ou domingo.
Art. 242 - O termo fixado em numero de horas
que deixam vestígios ;
c) a citação do accusado para se vêr processar e nsl>is-
correrá de momento a momento, desde a sciencia da parte á inquirição das testemunhas do processo ;
interessada, ou de seu procurador ou advogado. tl) a inquirição de testemunhas em numero legal;
Art. 243 -- A parte em cujo favor a lei prefixa um e) o extracto da fé de officio ou dos assentamentos
termo, poderá denunciai-o, uma vez que dahi não . resulte accusado contendo as datas de praça, engajamento, nas-
prejuízo para a outra parte. promoções, ausencia, deserção, captura ou apre-
Art. 244 - O Conselho não concederá restituição de lllltac:ao. notas de alcance, comportamento, elogios e penas;
termo, senão quando a parte não o tiver podido observar o interrogatorio do accusado;
pelas seguintes causas: a assistencia de curador ao réo menor ou revel ;
a) falta ou difficuldade invencível de transporte;
-156 ~
-lH-
<8 f-1 ~
CODIGO DE JUS'J'ICA JUILITAR
AJU.<\.DOR CYSNEIROS
I
quando sua repetição ou rectificação não fôr possível. § 3. o - A deserção considerar-se-á consummada no
Cumpre ao .auditor, ou ao Conselho mandar proceder ex· caso previsto nos numeros 4 e 8 do citado artigo 117, inde-
officio, ou a requerimento do Ministerio Publico. a todas pendentemente de publicasão de editaes, incumbindo á au-
as diligencias necessarias para sanar a nullidade. toridade competente fazer lavrar immediatamente o termo
Art. 253 - A nullidade de um acto acarreta a dos na fórma acima prescripta.
actos surcessivos delle dependentes.
- 167
- l56-
A JUADOR CYSNEIROS
CODIGO DE JUS'l'IÇA lUILI'l'AR
diq. e hora para julgamento, attendendo ás razões de defesa c_,wntario : Uma das novidades do Codigo,
dentro c?_e ~m P'razo não excedente de tres dias. sobremodo pelo francesismo, foi a creação
§ 3.0 - H avendo testemunhas de defesa que não pos- jnstancia especial para as praças de pret, nos
sam cotnpCllrecer, o réo apresentará os seus quesitos que de deserção e de insubmissão, para os sortea-
serão deprecados á autoridade militar ou civil de que depen- A' semelhança dos Conselhos de Regimento do
dam, agum-dando-se sua resposta para a realização da re- Francez os novos Conselhos são nomeados
uHião de que trata o paragrapho anterior . pelo commandante da unidade, em cada caso, consti-
§ 4 . o - Rewnido o Conselho para. julgamento será o tuídos pela fórma estabeecida nos novos paragraphos
0
r éo interrogado em presença do seu advogado ou com- 6.o e 7. o do artigo 90 e paragrapho 3 . 0 do artigo 8. •
mandante de sua sub-unidade que assignará com elle os ter- Taes Conselhos não têm caracter permanente e só se
mo~ d~ seu interrogatorio e os daiS testem~tnhas . organisam quando se dá a apresentação, ou captura
§ 5." - Terminados o.s< depoimentos o advogado ou do accusado e consequentemente sua reinclusão no
commandante de sub-unidade, se novas razões de defesa corpo. Procede-se então ao desarchivamento do pro-
tiver a· apresentar, poderá apresentai-as oralmente dentro cesso constituído pela collecção de todos os documen-
do praso maximo de tánta minutos, findo o qual o C onse- tos de que trata o preambulo e seguindo-se a marcha
lho se reunirá em sessão secreta para julgamento. traçada pelos paragraphos .
§ 6 . 0 - Terminado o julgQtJ~Jolento, o presidente fará Havia, porém, no paragrapho 6.0 flagrante absurdo
expedir o mandato de prisão ou o alv.ará de soltura e o que a rectificação corrigiu alterando . Dizia o para-
r elq.tor, dentro de 24 horas, redigirá a sentença, q1~e se1'á pho que depois do feito julgado os autos seriam remet-
por todos os juizes assignada e os autos renwttidos á Audt- tidos á auditoria, onde o Promotor, com vista, reque-
J01·ia respectiva onde pelo auditor, será aberta vista a.o pro- reria, depois de verificar se as formalidades tinham
motor, afim de que verifique se foram cumpridas a.s for- sido cumprdas, o que fosse de direito. Attribuia-se as-
malidGf]es legaes e requeira o que fôr de direito, podendo sim ao Promotor funcções de revisor de vez que se
interpor os respectivos recursos . tratava de caso julgado , pois os Conselhos das unidades
'
constituem urna instancia especial á semelhança per-
§ 7. 0 - H avendo appellação será aberto vista LguG/-
m ente ao q_dvogado de officio p,elo praso de cinco dias e si feita dos Juizos collectivos que caracterisam os tribu-
ni!o h ouver dentro desse praso o auditor fará a comnwui·· naes militares, ou Conselhos de Justiça. Deveria caber
cação de ter a se?Jtenç,a passado em julgado. ao Supremo Tribunal o exame dos seus julgados e
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AMADOR CYSNEI ROS
- 16!:1- 163
C ODIG O DE JUS'l'ICA MILITAR
AltiADOR CY~NEIROS
Art. 263 - Os ministros militares e o civil, de que feitas as diligencias legaes, se apresentarão os autos em
trata o artigo antecedente, exercerão durante a phase da mesa.
ihstrué:Ção as attribuições · que este Codigo confere respecti- Art. 268 - Os . membros do Conselho de Instrucção
vamente aos juizes e auditor dos Conselhos de Justiça. tomarão parte nos julgamentos do Tribunal. Os autos,
Art. 264 - As funcções do Ministerio Publico serão porém, serão relatados pelo ministro civil, a quem compe-
desempenhadas pelo procurador geral. tir a distribuição, e que não tenha feito parte do mesmo
Art. 265 - Reunido o Conselho de Instrucção, pro- Conselho.
cederá segundo a fórma do processo estabelecido para os Art. 269 - Caberá recurso para o Tribunal das deci-
crimes da competencia dos Conselhos de Justiça. Termi- sões que versarem sobre o recebimento ou não da denuncia,
nada a formação da culpa serão os autos apresentados ao prisão preventiva e menagem.
presidente do Tribunal, que providenciará sobre o julga- Art. 270 - Das decisões proferidas pelo proprio Tri-
mento do a~cusado, segundo. a fórma estabelecida no regi- bunal, só caberá recurso de embargos á decisão final.
mento interno do Supremo Tribunal. Art. 271 - As diligencias, que se fizerem necessa-
Art. 266 - Nos crimes de responsabilidade se a de- rias, serão executados de ordem do relator, por intermedio
nuncia contiver os requisitos legaes, o Conselho de Instruc- do auditor da circurnscripção, onde se devam re!llizar.
ção, na primeira sessão, mandará intimar o denunciado Art. 2i2 - As funcções de escrivão e de official de
para responder dentro do prazo de quinze dias. Findo o Justiça .cerão desempenhadas, respectivamente, pelo secre-
prazo, com a resposta ou sem ella, se decidirá do recebi- tario e pelo porteiro do Tribunal.
mento ou não da denuncia.
§ 1 . 0 - A denuncia nesses crimes poderá vir des-
acompanhada do rol de testemunhas, se a mesma se fundar T ITUi. O XII
em documentos. Dos recursos
§ 2. 0 - O denunciado não será préviamente ouvido :
a) quando estiver fóra do paiz; CAPITULO I
b) se fôr ignorado o lagar de sua residencia .
Art. 267 - As decisões que puzerem termo ao pro- Dos recursos em geral
cesso, bem como as finaes de condemnação ou absolvição,
serão tomadas por maioria do Tribunal, para o que, satis- Art . 273 - Das decisões do Conselho de Justiça ou
16 6 - - 1 67
AMADOR CYS· NEIROS CODIGO DE JUS'l'IÇA MIL.l'J'AR
do auditor poderão as partes interpôr os seguintes recursos Art. 277 - O aggravo no auto do processo será
para o Supremo Tribunal Militar: decidido pelo Supr~mo Tribunal Militar como preliminar
a) aggravo no auto do processo ; do julgamento.
b) recurso propriamente dito;
c) appellação. 'h.. JJ
Art. 274- - Não se conhecerá dos recursos que não CAPITULO III .....,.. t. lf.,.Á.) f
forem fundados em disposição expressa deste C0digo, ou
forem interpostos fóra do prazo. Não ficarão, porém, prt>- Do recurso propriamente dito
judicados quando por erro, falta ou omissão das autorida-
des ou funccionarios não tiverem seguimento ou apresenta-
Art. 278 - Dá-se recurso propriamente dito da deci-
ção em tempo.
são ou despacho :
Art. 275 - O Ministerio Publico não póde desistir de
qualquer recurso que haja interposto. I - Do auditor que :
a) não estando mais reunido o Conselho, deixar de
receber a appellação ou o recurso ;
CAPITULO II b) conceder ou não a menagem ;
c) julgar improcedente o corpo de delicto ou o
Do aggravo no auto do processo exame de sanidade ;
d) não acceitar ou regeitar a denuncia offerecida pelo
Art. 276 - Dá-se aggravo no auto do processo das promotor; {u.f,._ •. . ."' -____: .
~ 1
-..,
decisões proferidas pelo Conselho sobre questões de direito e) indeferir o pedido de archivamento. • ·-: ,· o.•, ,""'-;{"''-"'..,~._..., 4.
1· J 0- 1•)': • o...-• I') l 'l
que incidentemente surjam na formação da culpa e no li - Do Conselho de Justiça que : '
julgamento. Interposto o aggravo, será immediatamehte a) concluir pela incompetencia do Conselho ou do fôro
tomado por termo, em que resumidamente se exporão os militar;
fun_damentos da opposição suscitada pelo aggravante. b) decretar ou não a prisão preventiYa _;
Paragrapho unico - E' permittido ás partes apresen- c) conceder ou não a menagem ;
tar na occasião, por escripto. os fundamentos da questão d) julgar extincta a acção penal;
levantada. e) não receber appellação ou recurso.
..
-168- - 169
AMADOR CY!SNEIROS CODIGO DE JUSTI()A MILITAR
Commentario : Aqui está outra contradicção da mar a decisão ou mandar juntar ao recurso os traslados das
reforma. Se o auditor não tem mais poderes para con- peças dos autos que julgar convenientes para sustentação
ceder menagem, fallar sobre as denuncias e pedidos della.
de archivamento, porque foram mantidas as alíneas Art. 284 :__ Os prazos concedidos ao recorrente e ao
b, d, e e! recorrido para juntar traslados e razões poderão ser proro-
gados até cinco dias pelo Conselho ou pelo auditor, se assim
Art. 279 - Esses recursos não terão effeit(, suspen- o exigirem a quantidade e qualidade dos traslados.
sivo, salvo os interpostos das decisões sobre materia de Art. 285 - Reformando o auditor ou o Conselho o
competencia e das que julgarem extincta a acção penal. despacho recorrido, poderá a parte prejudicada recorrer da
Art. 280 Os recursos a que se referem as letras a e nova decisão, quando, por sua natureza, della caiba recurso.
d do artigo 278, n. li, seguirão sempre nos proprios autos, Nesse caso, os autos subirão immediatamente á ins-
com as razões e documentos que as partes quizerem juntai tancia superior, assignado o termo de recurso, indepen-
nos prazos legaes. dentemente de novo arrazoados.
Art. 281 - Os recursos propriamente ditos serão Art. 286 - Sustentada pelo Conselho de Justiça ou
interpostos dentro de 24 horas, contadas da hora da inti- pelo auditor a decisão recorrida serão os autos remettidos
mação ou da publicação ou leitura dá decisão em presença ao Supremo Tribunal dentro do prazo de 48 horas.
das partes ou seus procuradores, por meio de requerimento Art. 287 - Distribui do o recurso, s~rá o mesmo rela-
em que a parte especificará as peças dos autos, de que pre- tado no prazo de duas sessões. Exposto o caso e discutida
tende traslado para documentar o recurso. a materia, se o Tribunal não ordenar diligencia alguma para
Art. 282 - Dentro de cinco dias, contados da inter- maior esclarecimento, proferirá a decisão final.
po,ição do recurso, deverá o recorrente juntar á sua peti- Art. 288 - Se o procurador geral pedir vista dos
ção ou aos autos do processo, conforme suba, ou não em autos, ser-lhe-á concedida por tres dias, ficando adiado o
apartado, as razões e documentos que tiver, e se, dentro julgamento.
desse prazo. o recorrido pedir vista, ser-lhe-á concedida por Art. 289 - Publicada a decisão do Tribunal, devem
cinco dias, contados daquelle em que findar o prazo do os autos ser devolvidos dentro em tres dias ao juizo infe·
recorrente, sendo tambem permittido juntar documentos . rior, para que ahi se cumpra o accordão.
Art. 283 - Com a .resposta do recorrido ou sem ella,
o Conselho, ou o auditor dentro de cinco dias, poderá refor- Comment·ario: A reforma não tocou neste Capi-
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CODIGO DE JUS'l'IÇA MILITAR
AMADOR CYS· NEIROS
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AMADOR CYSINEIRos
á autoridade militar competente para exe-
requererá por simples petição que se declare o accordão ou .
se expresse o ponto que nelle se houver omittido . Art. 313 - A guia que será assignada e rubx:icada
Art. 306 - Do despacho do relator não recebendó os auditor em todas as suas folhas, conterá:
embargos dar-se-á sciencia á parte. Q) 0 nome, graduação, naturalidade, filiação, idade e
Art. 308 - E' de cinco dias o prazo para as partes civil do condemnado ;
impugnarem ou sustentarem os embargos. sua estatura e mais signaes por que se o possa phy~
Art. 309 - A parte que se considerar aggravada com distinguir;
.a despacho do juiz relator, poderá requerer, dentro de quaesquer declarações particulares que as circums·
cinco dias. que elle apresente o feito em mesa para o des- aconselharem;
pacho ser confirmado ou reformado pelo Tribunal, medi- o teor da sentença e da data em que terminar a
ante processo verbal.
Paragrapho unico - Na primeit;a sessão após a inter- • 314 - De posse da guia, a autoridade designará
posição do aggravo, será elle relatado e julgado. Não terá para cumprimento da pena e remetterá o condem-
voto o juiz que tiver proferido o despacho aggravado. director da prisão .
Art. 310 :._ O julgamento dos embargos obedecerá á - O director do estabelecimento em que tiver o
mesma marcha do julgamento das appellações., , a pena, passará recibo da guia, e o remet-
Art. 311 - E' permittido ao réo, por si ou por pro- ~ aadltor para ser junto aos autos.
curador, sustentar oralmente, perante o TTibunal e após Nos estabelecimentos destinados á execução
o relatorio, os seus embargos ou a impugnação, sendo-lhe haverá um livro especial de registro das guias
para isso concedidos quinze minutos.
no quál serão as mesmas annotadas em ordem
de recebimento, com espaços convenientes
TITULO XIII indicações relativas á , transferencias e demais factos
ao condemnado .
Da execução da sentença
ao condemnado fôr applicada, além
de privação do exercício de alguma
Art. 312 - O auditor, tendo a sentença transitado
de suspensão do empr~go, o auditor
em julgado, ou de posse da que tiver sido proferida pelo
Supremo Tribunal, fará extrahir pelo escrivão uma guia - 1 77 -
176 -
providenciará para que seja cumprida a pena de suspen- Supremo Tribunal Militar ex-officio, ou em
são ou privação depois de executada a de prisão. de rcpresentãção do Ministerio Publico ou requeri-
Art. 316 - Se fôr applicada sómente a pena de sus- .da parte.
pensão, ou perda de emprego ou patente ou a de reforma, • 321 - O auditor acompanhará cuidadosamente
o auditor, logo que a sentença passar em julgado, fará da pena de cada condemnado, de fórma
expedir mandado de intimação ao réo com o teor da sen- mesmo dia em que ella se tiver por cumprida,
tença, e communicará o facto á autoridade competente. 1 .:,··-~. mesmo por telegramma, o competente mau-
- _178 - 179-
AMADOR CYSNEIROS
irregular do accusado, de actos por elle praticados que .,anbros: um presidente, um interrog<41te e o mais
affectem a sua honra pessoal, pundonor militar, ou moderno como escrivão do processo. Como ~de
decôro da classe. ante se verá, as funcções do interrogante e do escri -
Um campo muito mais vasto, portanto, abriu-se vio foram mantidas, mas não determinadas o que
para apreciação dos actos. contrarias á honorabilidade c:onstitue uma das falhas da reforma.
•to militar e a adopção do modo ex-officio será Utna Do mesmo modo temos visto sempre referencias
:1rma temível que manejada pelos commandos criterio. as escalas para estes Conselhos, quer para os Coure-
.<,amente, somente bons fructos produzirá no sanea~ lbos de processos de deserção como de insubmissão mas
mento da classe, ao passo que, desvirtuada de suas nenhuma disposição nos diz como devam ser feitas' tae!
finalidades , redundará n'uma fonte inexgotavel de per- escalas.
seguições de toda sorte.
O espírito da reforma transparece claramente Art. 332 - Quando se tratar de accusação feita na
nesse dispositivo. Procurou-se dar o maximo de auto- o pedido de justificação poderá ser indeferido,
ridade disciplinar aos grandes commandos, numa ex. 0 fundamento de improcedencia daquella, e o despacho
tensão lata de arbítrio que culmina no laconico disposi- publicado.
tivo do paragrapho unico, sem admittir recurso de Art. 333 - Reunido o Conseiho no Jogar, dia e hora
especie alguma. segundo a convocação feita pelo presidente,
por este apresentada e lida ao Conselho a petição do
Art . 331 - O Conselho' de Justificação C011'~>POT-sc·á que deverá estar presente.
de dois officiaes, no mínimo de posto subsequente ao do Art' 334 - Em seguida o official interrogado proce-
accusado, sob a presidencia de um official general. á qualificação e interrogatorio do justificante.
§ 1 . o - Só poderão ser juizes officiaes superiores e a) (supprimida pela reforma).
qt~a,ndo se tratar de offiC'ial general, o Conselho será presi-
b) ( mpprimida peta reforma) .
c) ( supprimida pela rectifica{ão) .
dido pelo Chefe do Estado Maior do E~ercito ou da Ar-
mada, concorrendo á escala todos os generaes da aJctiva. d) ( supprimida pela reforma) .
- 182- - 183
A.JIADOR . VTSNEIROS
§ 1. o -Os juizes poderão fazer as perguntas que jul. Art. 338 - Até proferir sua decisão, o Conselhoo
gar necessarias. receber da pessoa que fez a accusação todos os escla-
§ 2. o - As respostas do interrogado serão escriptas escriptos que por ella lhe forem fornecidosr
pelo official escrivão, á medida que forem dadas, sob 0 ou não de documentos.
titulo "Auto de perguntas e interrogatorio", que será assi- Art. 339 - Em seguida o Conselho passará a delibe-
gnado pelo interrogado e pelos membros do Conselho . em sessão secreta, decidindo por maioria de votos se O'
§ 3. o - Serão juntos ao processo todos os docu~en $e justificou das accusações que lhe foram fei-
tos offerecidos pelo interrogado. devendo o despacho ser escripto pelo official escrivã<>
assignado por todos . ·
Cvmmentario: A substituição do paragrapho fa.
0 vencido poderá dar . por escripto, em continuação á.
cultou aos juizes fazerem as perguntas, quando, antes,
sua assignatura, as razões de sua divergencia.
eram apenas lembradas ao juiz interrogante afim de
Art. 340 - Lavrado o despacho, com um termo de
melhor esclarecimento dos factos.
encerramento escripto pelo escrivão, o processo será remet-
Art: 335 - Declarando o interrogado que tem teste- ~. por officio, á autoridade convocadora do Conselho.
munhas que justificam o seu procedimento, apresentará no Art. 341 - A autoridade convocadora do Conselho
mesmo acto o rol das mesmas, com indicação dos seus decidirá, no prazo de dez dias, confirmando ou não, moti-
nomes, profissão e residencia, as quaes o Conselho man- a decisão do Conselho. Se reconhecer que o
dará notificar para comparecerem em dia, hora e Jogar que averiguado constitue crime, remetterá o processo ao
designar . . competente- Se verificar a occurrencia da falta
Art. 336 - Presentes no dia, hora e logar designados 'disciplinar, procederá na fórma dos Regulamentos Disci-
o justificante e as testemunhas. proceder-se-á á inquirição do Exercito e da Armada. Verificado que o ius-
destas lavrando-se, de cada depoimento, termo, que será ~ lifictmle. incorre nas cmJdições previstas no artigo 330, será
assignado pela testemunha, justificante e membros rio o fi'OCesso enviado aos ministros, a quem caberá applicar a
Conselho. que determinar o Codigo Disciplinar.
Art. 337 - Findas as inquirições das testemunhas, o
presidente declarará encerradas as diligencias, e concluidas Commentario: Na mesma data em que assignou
as formalidades do processo, do que se lavrará termo pelo a reforma o Governo Provisorio regulou disposições
escrivão. penaes relativas ao artigo 330, baixando o decreto
- 184- 185 -
AMADOR CYSNEIROS
n. 24.804 que adeante se lê, sobre reformas adminis- Rio de Janeiro, 14 de julho de 1934, 113° da
trativas e extinguindo as commissões de syndicancias. Independencia e 46° da Republica. - GETULio VAR~
' GAS p. Góes Monteiro, Protdgenes P. Guimarães.
Decreto n. 24.804 de 14-7-34 : J
- 186 - 187-
CODIGO DE JUS'I'ICA ltiiLITAR
AMADOR CYSNEIROg
-188- - 189
AMADOR CYSNEIROS
Commentario: O novo dispositivo modificou por como pela reducção dos prazos no preparo.
completo o anterior que regulava a ma teria. A trans- processos, conforme se verá mais adeante.
formação feita, todavia, conservou o mesmo titulo que
se encontra.:a no Codigo que só mandava observar Art. 350 - Os processos terão sempre que pos,sweT
essa applicação em tempo de guerra. Tanto assim que identka á estabelecida prwa o tempo de paz,· os·
durante o movimento de 1931 em Recife e o de 1932 ~rwhn, serão restringidos á metade.
em São Paulo e Matto-Grosso o Governo Provis,orio
Commentarzo: •Anteriormente os ·prazos eram;
teve necessidade de baixar os decretos numeras 20. 656
de 14 de novembro de 1931, 21.289 de 14 de abril de
para apresentação de denuncia ou defesa escripta.
;nterposição de qualquer recurso e sustentação dessas
1932 e 21.886 de 19 de setembro de 1932 para a cons-
ultimas, 48 horas ; para o summario, 8 dias; para O·
tituição dessa Justiça Especial, competente para conhe-
estudo dos autos em instancia superior, pelo relator,.
cer dos crimes commettidos em circumstancias espe- o intervallc de uma sessão.
ciaes de commoção intestina, porque a jurisprudenCia
do Supremo Tribunal Militar não reconhecia, . em Art. 351 - Ao promotor militar, em cada dhoisão,
face do Codigo de Justiça e em razão de sua propria zelar pela observancia das regras geraes de direito-
natureza, como sendo o de estado de guerra os movi- e convenções de Genebra de 27 de julho dtr
mentos revolucionados que tiveram por theatro varios solwe o tratamento de prisio-neiros, feridos e enfer-
Estados do Brasil. O novo texto, porém, admittiit a IÜ campanha, fornecendo ao commando prescripções
applicação de Justiça Especial de Guerra tão prompto IÜfiDm chegpr ao conhecimento da tropa e população·
seja declarado o estado de sitio. em virtude de grave ·tltJtiva.r a elles, bem como aos não .combatentes e pro-
commoção intestina. Assim qualquer movimento revo- publicas e privadas.
lucionaria de avultadas proporções que obrigue a de-
cretação do estado de sitio, determinará a observancia Commentano: E' inteiramente confusa a redac-
dessas disposições facilitando de certo modo o serviço deste artigo. Ao promotor incumbe fornecer ao-
de Justiça pelo julgamento rapido dos processos, não commando "prescripções" - que prescripções? -
só pela constituição dos Conselhos Especiaes funccio- IObre o tratamento de "feridos" e "enfermos" de cam-
nando addidos aos Quarteis Generaes das forças em Cumpre-lhe sim fiscalizar a observancia das
190 - - 191-
AliiADOR CY.SNEtRos
.JUSTIÇA MILITAR
...
litares em campanha. Assumpto tão delicado não po- IÍI desaU"gas. As vozes de fogo serão substitui das por
derá constar assim de uma redacção mal feita, sem sen-
tido, sem nexo, tornando-se impraticavel no caso de
·necessidade de sua execução. 357 - O civil que tiver de ser fuzilado sahirá
decentemente vestido, e será executado na con-
Art. 352 - (Supprimido Pela reform,a).
do artigo anterior.
C ommentario : Regulava a Constituição dos Con- 358 - Da execução da pena de morte se lavrará
.selhos Superiores de Justiça de que falava o preambulo dfc:umstanciada, a q1Jal, assignada pelo executor e
do artigo 349 e paragrapho 4. 0 do mesmo artigo. testemUnhhas, será remettida ao commandante em
du forças em operações. para ser publicada em or-
Art. 353 - (Supprhn,2"do pela reforma). clo dia, boletim, ou detalhe. Uma cópia dessa acta,
authenticada, se juntará aos autos.
Commentario: Mandava observar os prazos de
que trata o commentario ao artigo 349. 359 - As sentenças do Conselho Superior de
susceptíveis de embargos.
será Art. 354 -
fuzilado. O militar ou civil condem'nado a morte
TITULO XVII
Art. 355 - A pena de morte proferida em ultima ins·
tancia por Tribunal reunido em territorio ou aguas militar- Disposições geraes
mente occupadas, será executada logo· depois de passar em
julgado a sentenqa, salvo decisão em contrario do Presidente 360 - Os processos-crimes militares não são su-
.d a Republica.
a custas, emolumentos, sello ou portes de correio.
Paragrapho unico. Será permittido ao condemnado Paragrapho unico. Os documentos offerecidos pelo
receber os soccorros espirituaes que reclamar, de accordo sellados .
.com a sua religião.
• 362 - A policia civil ou militarizada é obrigada
todo o auxilio, inclusive o da força, ás diligencias
-192-
- 193-
AMADOR CYSNEIROS
Art. 368 - Os processos serão distribuídos de modo - As patentes dos offíciaes effectivos, re-
equitativo, por todos os ministros , tocando de preferencia honorarios e das classes annexas, de que trata
•, § 6.•, do decreto n. 149, de 1893, e bem assim
- 194-
- 195-
AMADOR CYSNEIROS
Art. 383 - Ficam. em. disponibilidade sem prejuízo do Processo de modo a pôl-o de accordd
thu vantagens pecuniarias de direito os serventualrios das novas disposições introduzidas no Codigo.
auditorias extinctas, até serem aproveitados e1n cargos iden-
ticos . Commentario: Deverá ser o mais rapido possí-
Paragrapho unico - Os archivos e mobiliarias dessas vel a revisão alludida, de vez qua a reforma modifi-
aflditorias serão recolhidos as auditorias das regiões e111 cou profundamente as normas dos processos de deser-
cujo territorio funccionavam, media-nte relação assignad11 ção e insubnússão além de outras alterações produzidas
pelo auditor logo que se concluam os processos em anda. carecedoras de immediata regulamentação, sob pena de
mento. tomar cahotico todo serviço, pela razão de não ter
sido estabelet:ido prazo algum para as novas disposi-
Commentarrio : A reforma regulou, como se vê, ções entrarem em vigor, forçando-as á obediencia das
a disponibilidade dos serventuarios das auditorias ex- determinações do Codigo Civil nas disposições que
tincta~ . desde os auditores até os officiaes de Justiça . regulam o assumpto.
Deixou porém de assegurar os mesmos direitos aos
restantes of ficiaes de Justiça das demais auditorias,
assim como do ministro que seria retirado do Supremo TABELLA DE VENCIMENTOS
Tribunal Militar.
O paragrapho unico determina o arrolamento dos A tabella de vencimentos que baixou com o Codigo de
archivos das alludidas auditorias. logo que se concluam Justiça Militar e de que trata o artigo 63, hoje, já se en-
os processos em andamento. Como ali devem se en· contra profundamente alterada, motivo pelo qual não a
centrar processos de réos reveis que em virtude da re- transcrevemos.
forma não podem proseguir, tão cedo não deixarão de Na actualidade os vencimentos dos funccionarios da
funccionar as auditorias das antigas 8 . a e 9. a Circums- Justiça são os seguintes, divididos, dois terços como orde-
. rripções Judiciarias Miiitares, salvo se um aviso minis- nado e um terço 'Como gratificação :
terial determinar a remessa de taes feitos ás respecti-
vas Auditorias da 7. a e 8. a Regiões Militares. Ministros togados 60:000$000
Procurador Geral 51:750$000 t
Art. 384 - O Governo m..andará proceder a revisão Auditores de 2.• entrancia . . . . . . 48:000$000
- 19 8 - -199-
AMADOR C YSNEIROS
OBSERVAÇõES
- 200 - 201-
INDICE ALPHABETICO E REMISSIVO
DO CODIGO
ABSOLVIÇÃO:
- do réo, artigos 229 e 299.
ACÇÃO PENAL:
Como se inicia a artigo 187.
ACOORDÃO:
Onde são publicados os -: artigo 379 .
- t·emette-se, por copia, ao auditor: artigo 111 letra f.
ACTA :
- de sorteio : artigo 10 § 3. •.
- de execução de pena de morte: artigo 358 .
AOCUSAÇÃO:
Quem promove a -: artigo 221.
Quem pode auxiliar a -: artigo 192 .
- pela im,prensa : artigo 332 .
ADJUNTOS DE PROMOTOR:
Nomeação dos - : artigo 37.
Posse e exercício dos -: artigos 41 a 45.
Incompatibilidades e suspeições dos - : artigos 46 a 49.
Substituições dos - : artigo 54.
(Vide Promotor) •
ADVOGADOS:
Posse e exercicio dos - : artigos 41 a 45.
- 203-
AMADOR CYS· NEIROS
- judiciarias: artigos 2 a 7 •
- cargos da Justiça Militar: artigo 31.
.AUXILIARES :
- da Justiça Militar: artigos 107 a 111.
BUSCA:
114.
Como se procede a - : artigos 124 a 133.
DE JUSTIÇA :
CITAÇÃO: compõe o - : artigos 8 e 9.
do - : artigo 93.
Quando tem logar a - : artigo 193.
- : artigos 10, 15, 17 a 19 e 23.
Como se procede a - : artigos 194 a 197. do - : artigo 96 .
CIVIL: - : artigos 20 e 97.
do - : artigo 98.
- que tiver de ser fuzil ado: artigo 357. do - : artigos 200 a 218 e 220 a 232.
- co-réo em crime militar: artigo 83. em tempo de guerra: artigo 349 §§ 1.• e 2.•.
- comette crime militar: artigo 89.
Especiaes : artigo 21.
atê quando fun ccionam: artigos 21 e 24.
COMMANDANTE.S:
- de Região, Brigada e Forças Navaes: art. 116. DE JUSTIFICAÇÃO:
· - de unidades: artigos 257 e 118 § 1.• . •se organisam os - : artigos 330 a 342.
COMPETENCIA: SUPERIOR DE J USTIÇA:
- em geral : artigos 82 e 89. os - : artigo 349.
- do Consell10 de Justiça: artigos 93 a 98.
- do Presidente do Conselho de Justiça: artigo 94.
-do S.T.M.: artigos 99 a 103, 262 e 272. a - : artigo 168.
- do PrO<:urador Geral: artigo 105.
- do Secretario do S . T. M. : artigo 111. DE DELICTO:
- do Ministerio Publ!ico: artigo 104. se faz necessario o - : artigos 135 e 139.
- do Advogado : a rtigo 108. se procede ao-: artigos 136 a 139, 142 e -145.
- do Escrivão: artigo 109. os com.plementos do - : artigo 140.
- do Escrevente: artigo 110. &·th.....to não houver - : artigo 201.
(Vide A.ttribuições) • E:cames).
COMPROMISSO:
Formula de - : artigo 200.
- de testemunhas: artigo 164. findos: artigo 371.
- de funccionarios : artigos 41 a 45.
- do advogado militar, no s ummario: artigo 203.
- 207-
-206-
AMADOR CY8NEIROS
CORREGEDOR:
- será. au.:tiliado por um Promotor: artigo 371. podem ser juntos aos autos os ·-: artigo 177.
- deve fazer correições em cartorio : artigo 343 preambulo. fazem prova os - : artigo 178.
-- deve apresentar relato rio annual: artigo 343 § 2. o. artigos 179 a 180.
- é auxiliado pelo Sub-Procurador : artigo 382.
CURADOR:
em cada Auditoria: artigo 7 letra o.
Quando se dá - : artigos 203 e 209. os Escrivães : artigo 110.
CUSTAS:
Os processos crimes não estão sujeitos li - : artigo 360.
- cobram-se pelo Regimento da Justiça Federal, nas justi- de - : artigo 301.
f icações : artigo 365. ~.QaaDdo devem ser apresentados os - : artigo 302.
quem são dirigidos os - : artigo 304.
DEFEZA: ele declaração : artigo 305.
- oral : artigo 221. baverd. intimação para o réo dos - : artigo 303.
onde não cabem - : artigo 359.
de - : artigo 310.
DENUNCIA:
O que deve conter a - : a rtigo 188.
Quando não é acceita a - : artigo 189.
Prazo para offerecer a - : artigo 190 . - : artigo 28.
Quem acceita ou rejeita a - : artigo 93 letra a. dos - : artigos 4i .a 45.
e suspeições dos - : artigos 46 e 47.
DESERÇÃO : : artigo 53.
- de official: artigos 255, 257 § 8. 0 • garantias dos-: artigos 63, 65, 68 a 70, 72, 79 e 81.
- de praça de pret : artigo 256. dos - : artigos 109, 220 § 5. o, 228 _
Forma de processo de - : artigo 257. do Conselho de Justificação: artigos 337 e 340.
ele Inquerito : artigo 117 § 2. o.
DESPACHO:
- definitivo serli fundamentado : artigo 225.
- do Auditor que não recebe os embargos: artigo 306. as regras applicaveis para os· - : artigo 141.
de sanidade: artigo 142.
DIREITOS: de autopsia: artigo 143.
- e garantias de todos os func cionarios : ' artigos 61 a 81. - : artigo 141. -
Corpo de deUoto) .
DISPENSA:
- de serviço para os membros do Conselho : artigo 22 .
artigos 312 a 329.
DISPOSIÇõES :
- Geraes do Codigo : artigos 360 a 381.
- Transitarias do Codigo: artigos 381 a 384. e Suspeição).
- 208- -209-
AMAD O B. CYSNEIR O S
GUIA:
- de sentença: artigos 312 a 315.
I NCOMPATIBILIDADES: 226.
- de funccionarios, entre si : artigo 46 .
- de cargos e funcções pu blicas : a rtigo 47 .
- pam o exercício da ad,v ocacia : a r tigo 48 .
Das nullidades decorrentes das - : artigo 49. do-: artigos 220 a 232.
para - : artigo 231.
I NCOMPETENCIA: a sessão de - : a rtigos 223 e 297 § 8. •.
ser interrompida a sessão de - : a r tigo 227 .
- de juizo: artigos 237, 238 e 254.
MILITAR:
I NDICIOS: ê exercida a - : artigos 2 e 8 § 3." .
Quando fazem prova os - : artigo 186. a qualque r ou tro serviço os da - : artigo 372 .
tempo de Guerra : artigos 349 a 359.
I NDIVI DUAL DACTYLOSCOP ICA:
- deve ser j unta a os autos : artigo 361 . -211-
- 21 0 -
AMADOR CYSNEIROS
~
JUSTIFICAÇÃO:
Conselho de - : (Vide Conselho de Justificação). 107.
Cobra-se custas na - : artigo 365.
- para percepção de montepio e isenção de serviço militar.
artigo 92 letra i. ·
LICENÇAS:
- dos Ministros e do Procurador Geral: artigo 56.
A quem cabe conceder - : artigo 57.
O que se observa na concessão de - : artigo 58.
LISTA:
- de sorteio : artigo 10 . - dos Ministros: artigo 25.
Para o sorteio serve a anterior - : artigo 17. _ do Procurador Geral : artigos 30 e 34 .
Quaes os officiaes que se excluem da - : artigo 10 § 1.•. - dos Auditores: ar tigos 30 e 32.
- dos Promotores : artigo 35.
LIVROS: - dos Supplentes de Auditor : artigo 33.
- dos Adjuntos de Promotor : artigo 37.
- de registro de guias de sentenças: artigo 314 . - dos Escr ivães: artigo 38.
- de execuções: artigo 322.
· - de tombo: artigo 109 letra Z.
- de actas de sorteio: artigo lO § 3.•. - por lllegitimidade de parte: artigo 248.
Quem compete archivar os - : artigo 109 letra g. - por inobservancia d!) certas formalidades: artigo 247.
MANDADOS: - sanavel: a r tigos 249, 252 e 254 .
- de prisão: artigos 149 a 155. - por incompetencia de juizo: artigo 251.
Quando se dâ - : artigo 246.
- de citação : artigos 194 letra a. e 195. Nlo se transige com - : artigo 250.
- de intimação: artigos 163 e 173. O que acarreta a - : artigo 253.
- de busca e awrehensão : a_rtigos 126 e 132.
MENAGEM:
- fica dispensado do!' serviços mi-litares: artigo 22 .
Como pode ser concedida a - : a r tigos 157 e 158. - se f õr accusado, o Conselho serft Espt:cial : artigo 21 . ,
Quando é cassada a - : artigo 159. - sorteado, não deixa de ser promovido: artigo 23.
Por quem é concedida a - : artigo 93 letra f. - excluído das listas de sorteio : artigo 10 § 1. •.
1\H LI TAR:
- não pode f unccionar em mais de um Conselho: artigo 15 .
- que não pode fazer parte do Conselho: artigo 16 .
- que serve de testemunha: ~rtigos 22 § 2.•, 163 § Unico e 173. - que f alta âs sessões do Conselho : artigo 20.
- condemnado á morte: artigo 356.
- 21 3 -
- 21 2 -
AMADOR CYSNEIROS CODIGO DE JUSTIÇA ltliLI'l'AR
PROCURADOR GERAL:
Nomeação do ~: artigos 30 e 34.
Posse e exerci cio do - : artigos 41 a 45.
Incompatibilidades e suspeições do - : artigos 46 a 49.
Substituição do - : artigo 53.
Direitos e garantias do - : artigos 62, 63, 65 e 81.
Graduação do - : artigos 72 e 79. e 280.
Antiguidade do - : artigo 74.
Attribuições do - : artigos 297 e 300.
Auxiliares a que tem direito o - : artigo 367. _administrativa: artigo 341 e Dec. n. 24.804 de 14-7-34.
- concorre ás vagas do S. T . M. : artigo 25 § 1. •. _do Codi~o de Justiça Militar: Dec . n. 24.803 de 14-7-34.
- de sentença: artigo 283.
PROMOTORES:
Nomeação dos - : artigo 35.
Posse e exerci cio dos - : artigos 41 ·a 45. ( V.iàe Lista) .
Incompatibilidades e suspeições dos - : artigos 46 a 49.
Substituições dos - : artigo 53.
artigo 119.
Direitos e garantias dos - : artigos .62, 65, 6.6, 69. 70, 79 e 81.
Com.petencia dos - : artigo 104.
- em tempo de Guerra: artigo 351. ao:
- fica â disposição do Conselho : artigo 219.
- podem acompanhar as diligencias do inquerito : artigo - rêvel : artigos 209, 220 e 215.
117 § 3.• . - quando não comparecer com excusa legitima: artigo 232.
PROVA: - serâ posto em liberdade : artigo 328.
Os meios de - : artigo 160. - condemnado á morte: artigos 354, 356 e 357.
- quando não é intimado, para oppôr embargos: artigo 303.
QUALIFICAÇÃO: - menor, dá-se curador: artigo 203.
- do accusado : artigo 202. REPRESE~TAÇÃO:
- do justificante perante o Conselho de Justifica ção: ar- (Vide Queia:a) .
tigo 334.
QUEIXA: SCIENCIA:
Da sentença se dará ao Promotor - : artigo 226.
Quem pode apresentar - : artigos 191 e 192. - manifestada pelo réo nos embargos : artigo 303.
RAZõES : - ao Procurador Geral : artigo 300.
- âs partes do despacho que não recebeu os embargos: ar-
- de accusação e defeza: artigos 214 e 215. tigo 306.
- de recurso : a rtigos 282 e 283.
- de appellação : artigo 292 . SECRETARIO DO S.T.M.:
- de embargos : artigo 302. Attribuições do - : artigos 111, 297 e 300.
( V i de R ecursos) .
SELWS:
RECUHSOS: Os processos-crimes militares não pagam - : artigo 360.
Quaes são os artigo 273. Os document()S offerecidos pelo rêo levam - : artigo 360
§ Unico.
-216-
217-
= AMADOR CYS. NEIRos ---
SENTENÇA: ~
TESTEMUNHAS:
- que podem ser ouvidas no summario: artigos 161, 162 e 166.
- incompatíveis : artigo 165.
- suspettas : artigo 168.
- faltosàs : artigo 163.
- de defeza : artigo 205 § 2. •.
- nos processos de deserção e insubmissão : artigo 257 § 4. •.
- nos processos perante os Conselhos de Justificação: arti·
gos 335 a 337.
Como devem depor a s - : artigos 164, 167, 173, 174, 257 §§ 1.<>
e 3.•, 336 e 337.
INDICE GERAL
Como uevem ser inque1·idas a;; - : artigos 164, 169 a 171.
175, 257 § 3.• e 336. Paga.
Obrigam-se as - : artigo 176.
Rói das - : a rtigos 188 letra à e 335 . Prefacio . . . . . . . . . · · · 5
Notificação das - : artigo 335.
- de accusaç:ão e informantes: artigo 204. PRIMEffiA P AR'J'E: Historico :
VAGA:
Prenuncios da reforma . . . . . . . . 9
- de Auditor de 1. • entrancia. preenche-se por requerimento; O projecto da sub-commissão . . . .
artigo 366. 15
O substitutivo Cardoso de Castro .. 23
- preenche-se por permuta, remoção ou promoç:ão: artigo 44- Os princípios do Estado Maior do Exercito
- preenche-se nos cargos iniciaes por concursoS! de títulos : 29
artigo 31. • A reforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
- de Auditor de 1. • entrancia preenche-se por concurso de
provas entre funccionarios : artigo 31. SEGUNDA PARTE: Codigo de Justiça l\filitar
Paga.
Paga. TITULO VII: Das questões incidentes:
IX: - Dos direitos e garantias dos juizes, mem-
bros do ministerio publico e mais func· Capitulo I: - da excepção de suspeição 152
cionarios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 " 11: - Da excepção de incomPE:tencia 153>
TITULO 11: Da jurisprudencia e competencia: TITULO VIII: Dos prazos ou termos 154
TITULO IX: Das nullidades . . . . . . 155-
Capitulo I: - Disposições preliminares . . . . . . . . . . 75
11: - Dos auditores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 TITULO X: Dos processos especiaes:
111: - bo Conselho de Justiça . . . . . . . . . . 89
IV: - Do Supremo Tribunal Militar . . . . . . ~3 Capitulo I: - Da deserção . . . . . . . . 167
V: - Do Ministerio Publico e Auxiliares da II: - Da insubmissão . . . . . . 164:
Justiça . . . . . . . . . . ·. . . . . . . . . 95 I li: - Do "habeas-corpus" .. 164
VI: - Dos conflictos de jurisdicção . . . . . . . . 102
TITULO XI: Do processo e julgamento dos crilmes àa
TITULO 111: Dos actos preliminares do processo: competencia do Supremo Tribunal Militar . . . . . • . . 161>
]
Pelo decreto acima o Governo mandou observar o Formu-
laria que se segue, para os processos crimes-militares.
As alterações soffridas pelo Codigo de Justiça Militar, rela-
tivamente aos processos de deserção e insubmissão, constam
de instrucções que fizemos inserir logo a seguir, no intuito de
facilitar e uniformisar a praxe, até que, em definitiYo, o Go-
verno mande proceder á revisão do Formulario, segundo o
preceito do artigo 384 do referido Codigo.
Os officiaes encarregados dos inqueritos e presidentes de
Conselhos de tropa, intelligentemente, farão as modi!icações a
serem applicadas em cada caso particular, dando redacções
mais conveniente!! aos officios e outros documentos não cons-
tantes do Formulario, observadas, entretanto, as prescripções e
formalidades essenciaes dos p,r ocessos.
CAPA DE AUTUAÇãO
192 . . .. . .
AUTUAÇãO
III
AMADOR CYSNEIR.OS
CODIGO DE JUS'I'ICA MILITAR
PORTARIA
F...... ( p6sto ou graduação, e corpo a que pertence),
(Inquerito instaurado ex-ojjicio, art. 116, letra a, do C. J. M.J tendo sido victima de uma agressão por parte de F ......... .
(nom e ào agressor, p6sto ou graduação, se tiver), que no dia
Ao Sr. (p6sto e nome). ·
. . . . do corrente mez, mais ou menos ás . . . . horas, no quartel
Tendo chegado ao meu conhecimento que occorrsu no quar· deste Batalhão (ou -onde f6r), (narra-se em seguida, resumiãà-
mente, o jacto que àer lugar ao requerimtento), vem, respeito-
tel do . . . . . . B. C. (ou onde f6r), o seguinte facto: (narra-se
resumidamente o facto) determino que seja, com a possível samente, requerer, de conformidade com a letra b, do art. 116,
urgencia, instaurado, a respeito, o devido inquerito policial- do C. J. M., seja instaurado, a respeito, o competente inquerito
militar, delegando-vos, para esse fim, as attribuições policiaes policial. Indica para serem ouvidos sobre o facto A ........ ,
que me competem. B. . . . . . e C.. . . . . que o assistiram (ou àelle tiverem conheci-
mento).
(Data e assignatura da autoridade que determina a ins-
(Data e assignatura ào re querente). ,
taur·ação do inquerito).
NOTA - No caso de indícios contra um official, serã. essa NOTA - Identico reQuerim ento pode ser feito, com as altera-
delegação exercida por outro d e patente superior (art. 117, § l. •, çõe~ redacionaes necessarlas, por quem represente legalmente o
do c. J. M.). offendido: - como seu pae ou mãe, tutor ou curador, sendo menor
ou interdito, e esposa, sendo ca sado.
PORTARIA
PORTARIA
(Instauração de inquerito, em virtude de determinação
superior, segunda modalidade do art. 116, letra a, do C. J. M.) Tendo-me sido delegadas pelo Sr. . . . . . . . . . (designa-se a
autoridade militar superior) as atribuições policiaes que lhe
Ao Sr. (p6sto e nome). competem, para apurar o facto (ou o facto criminoso atribuiào
Tendo o Exmo. Sr. Ministro da Guerra (ou a autoridade a F . ..... ... ... , nome, p6sto ou gradttação, se tiver) e. que
SU1Jerior que f6r) determinado pelo . . . . . . (documento junto, se referem o officio incluso e mais papeis annexos (parte,
aviso, Ott o qull f6r) a instauração de inquerito policial-militar queixa, requisição, documento ou o que f6r) determino que se
sobre o facto. . . . . . (narra-s e ahi, suscintamente, o facto), procedam aos necessarios exames e diligencias para esclareci·
determino que, com a possível urgencia. seja instaurado o mento do mesmo facto. Nomeio F ...... .. (p6sto e nome) para
devido inquerito, delegando-vos para esse fim, as atribuições exercer as funcções de escrivão, o qual deverá autuar a pre-
policiaes que me competem. sente com os ' documentos inclusos (se os houver) juntado,
(Data e assignatura da autoridade militar que determina successivamente, as mais peças que forem accrescendo e inti-
a instauração do inquerito). mar as pessoas que tiverem conhecimento do alludido facto e.
comparecer para prestarem declarações sobre o mesmo e suas
REQUERIMENTO DA PARTE OFFENDIDA, OU DE QUEM circumstancias, em dia e hora que forem designados.
IGUALM~NTE A REPRESENTE, PEDINDO INSTAURAÇÃO (Data).
DEl INQUERITO F ...... (nome e p6sto). '
Encarregado do inquerito.
(Caso da letra b, art. 116, do C. J. M.)
Ao Sr. F...... (Commandante da região ou a1ttoridade NOTA - Se o facto deixar vestígio, deve proceder-se, lmmedla-
tamente, a corpo de deli cto, nomeando-se, para esse fim, os peritos
mtlitar que f6r.). de que trata o art. 135, do C . .T. M. A portaria acima poderâ, então,
concluir da seguinte fôrma : "E, bem assim, notificar os peritos
' ..
IV
v
~~-
PORTARIA
- CODIGO DE JUS'I'ICA MILITAR
NOTA - No caso de indícios contra um o!ficia l, será. essa NOTA - Identico r equer im ent o pode ser f eito, com a s altera-
delegação exer cida por outro de patente superior (a rt. 117, § l. •. ~;ões redacionaes n ecessarlas, por quem represente legalmente o
do c. J. M.) . offendido: - como seu pa e ou m ãe, tutor ou curador, sendo menor
ou interdito, e esposa, s end o casado o
PORTARI A
P ORTARIA
(Instauração de inquerito, em virtude de determinação
superior, segunda modalidade do art. 116, letra a, do C. J . M .) Tendo-me sido delegadas pelo Sr. . . . . . . . . . (designa-se a
autoridade militar superior) as atribuições policiaes que lhe
Ao Sr. (p6sto e nome). competem, para apurar o facto (ou o facto criminoso atrib1tido
Tendo o Exmo. Sr. Ministro da Guerra (ou a autoridade a F . .. . ........ , nome, p6sto ou graduação, se tiver) e. que
superior que f6r) determinado pelo.. . ... (documento junto, se referem o officio incluso e mais papeis annexos (parte,
avi so, ou o que f6r) a instauração de inquerito policial-militar queixa, requisição , documento ott o que f6r) determino que se
sobre o facto. . . . . . (narra-s e ahi, suscintamente, o facto), procedam aos necessarios exames e diligencias para esclareci·
determino que, com a possivel urgencia. seja instaurado o mento do mesmo facto. Nomeio F ........ (p6sto ·e nome) pe.ra
devido inquerito, delegando-vos para esse fim, as atribuições exercer as fun cções de escrivão, o qual deverá autuar a pre-
policiaes que me competem. sente com os ' documentos inclusos (se os houver) juntado,
(Data e assignatura da autoridade militar que determina successivamente, as mais peças que forem accrescendo e inti·
a instauração do inquerito). mar as pessoas que tiverem conhecimento do alludido facto a.
comparecer para prestarem declarações sobre o mesmo e suas
REQUERIMENTO DA PARTE OFFENDIDA, OU DE QUEM circumstancias, em dia e hora que forem designados.
IGUALMlllNTE A REPRESENTE, PEDINDO INSTAURAÇÃO (D ata).
DE INQUERITO F . ..... (nome e p6sto).
Encarregado do inquerito.
(Caso da letra b, art. 116, do C. J. M.)
NOTA - Se o facto deixa r ves t ígio, deve proceder-se, lmmedla-
Ao Sr. F...... (Oommandante da região ou a1ttoridade tamente, a corpo de deli cto , n om ean do-se , para esse fim, os peritos
mtlitar que f6r.). de que trata o art. 1 35 , d o C . .T. M. A porta ria a cima poderâ., então,
concluir da seguinte fOrm a: " E , b em assim, notificar os v"ritos
IV
v
-,
AMADOR CYSNEIROS
CODIGO DE JUS'l'IQA ltiiLlTAR
F ..... (auto ridade que fôr) manda, na forma da 1st, NOTAS -O encarregado do inquerito poderá. fazer as pergun-
sela preso e recolhido â prisão militar F. . . . . . ( nume do indi- tas que julgar convenientes â. elucidação do facto .
Não havendo indiciado ou estando este foragido, o encarregado
ciado, posto ou grad1t-ação se tiver), contra quem se estão pro- do inquerito farâ. constar, por escripto, essa circumstancia justi-
ficativa da falta do interrogatorio.
XII
Xlli
AMADOR CY !! NEI RO S CODIGO DE JUSTIÇA ltiiLITAR
B. . . e C . .. , que n omeio par a procederem, na forma da lei, ao conforme o caso). Em consequencia, passaram os peritos a
cadavet·ico" ou " autopsia". fazer os exames e investigações ordenadas e os que julgaram
- Tra t a ndo-se de morte, o exame a fazer denomina -se " 0xame necessarios, e, conclui das as quaes, declararam o seguinte:
cadave rico" ou "autopsia" .
(descr.e.vem-se minuciosamente todas as investi gações e exa·
JUNTADA mes a que houverem procedido f! tudo que houverem o~ peritos
encontrado e visto). Em, se t r atando de ferimento, é convc ·
Aos . . . . dias do mez de . . . . . . . . . . . . do anno de . .. . , n iente declarar o nu1nero e as condições das feridas, bem como
nesta cidade do . . . . . . . . . . . . ( ou l ocal onde f6r), no quartel a sua localisação, profundi dade e extensão). E, portanto, res·
do ... . ........ (ou lu gar que f 6r) , faço juntada a estes autos pondem os peritos: Ao primeiro quesito, que .. .. .. ; ao se-
dos documentos (ou o que f 6r ) que adiante -se veem ; do que, gundo quesito, que ... . . . ; ao terceiro quesito, que ...... ; (e
para constar, lavrei o presep.te termo. Eu F . . . . .. , servindo de assi 1n por diante, até o ultimo ) . E foram estas as declarações
escrivão, o escrevi e assigno, F .... .. , servindo de escrivão. que, em sua. consciencia e deba ixo do compromisso prestado,
fizeram. E por nada mais haver, deu-se por concluido o exame
N OT A - Todas as peças que forem accrescendo ("officios, do- ordenado e de tudo se lavrou o presente auto que vai assignttdo
cumentos, et c . " ) ser ão juntas aos a utos, com ter mo iden tico. e rubricado pela autoridade encarregada do inquerito que pre-
sidiu á diligencia, commigo escrivão, que o escrevi, e pelos
CERTIDÃO DE NOTIFICAÇÃO DE, PERITOS peritos e testemunhas a cima referidas. Eu, F ... .. . , servindo
de escrivão, o escrevi e dou fé.
Certifico que, nesta data, notifiquei, por officio os peri· F. . . . . . . . (Assignatura da ~<JUtorid-ade que presidiu ao
tos nomeados, B . . . . . . e C. . . . . . para comparecerem a este exame).
quartel (ou onde f6r) ás . . . . horas do dia de hoje (o u dia
que f6r ) afim de proceder a. corpo de delicto na pessoa de F .. .... .. (
F..... . (ou na,quillo que f6r); do que, para constar, lavrei a Assignat uras dos peritos.
presente, que dato e asslgno. Rto de Janeiro, (ou onde f(Jr ) F .... : . .. )
de . .. . de . . .. F . .... . . . ~
F . . ... . (nome e p6sto) servindo de escrivão. Assignaturas das testemunhas.
F ........ ~
AUTO DE CORPO DE DELICTO Assigna.tura, por inteiro, do escrivão.
F........
Aos . . . . dias do mez de . . . . do anno de . . . . , ás . .. .
horas, nesta cidade do . . . . . . (ou onde f 6r), no quartel do A autoridade que proceder ao corpo de delicto, além de
. . . . . . (ou lor:al que t6r) , presentes F . . . . . . (autoridade mili - assignar o respe·ctivo auto, rubricai-o-á á .margem, e terá a
tar en carregada do inquer i to), commigo, F . . . . . . servindo de maior cautela nos quesitos que dirigir aos peritos, tomanqo
escrivão, os peritos nomeados F . . . . . . e F. . . . . . ( declara,.se em consideração não só as circumstancias essenciaes do facto,
se são ou não profisstonaes e ·se são m i litares ou civis) , resi- mas todas áquellas que o acompanhem e possam inflúir na
dentes Em . . . . . . e as testemunhas F. . . . . . e F . . . ... , resi- prova da existencia e da natureza do crime, por mais fugi-
dentes em . . .. . . , prestado pelos peritos o compromisso de tivas que ellas pareçam ser.
bem e fielmente desempenharem os dever es do seu cargo, de-
cLarando com verdade o que descobrissem, aquella a utoridade QUESITOS PARA O COROO DE DELICTO
encarregou-os de proceder a exame em . . . . . . (p essoa, cada,.
ve1·, moveis ou imm'Ov eis ou o que lhes f(Jr apresentado) e qu~ Homicídi o - 1.•, se houver a morte ; 2.o, qual o meio que
respondessem aos quesitos seguintes: (seguem-se os quesitos. a occasionou; 3.•, se foi occasionada por veneno, substancias
VI VII
A M A D O R C Y S N E •I R O S CODIGO DE JUS'l'IÇA JUILITAR
anestesicas, asfixia,; 4.•, se a lesão observada, por sua natureza Roubo - 1.•, se ha vestígio de violencia; 2.o se pela vio-
e séde, foi causa etficiente de. morte; 5.•, se a constituição ou lencia encontrada foi vencido ou podia vencer-se o obstaculo;
estado morbido anterior do offendido concorreu para tornar a 3.•, se para vencer o obste.culo houve emprego de força, ins-
lesão irremediavelmente mortal; 6.o, se a morte resultou das trumento ou apparelho, e quaes foram esses; 4.•, se si rode
condições personallssimas do offendido; 7.•, se a morte sobre- avaliar o damno causado e, no caso affirmativo, em quanto o
veio, não porque o golpe fosse mortal, sim por ter o offendido avttliam.
deixado de observar o reglmen medico e hygienico reclamado i
por seu estado; 8.o, se a morte foi occasionada por imprudencia, D estruição damno ~ Lo, ' se houve destruição, in utiliza-
01t
negligencia ou imperícia na arte ou prÓfissão do accusa.do. ção ou damno do livro de notas (registros, as.~r. 11 t ame ntos,
actos originaes da autoridade publica, livro, papel, titulo
Ferimento 01' o!fensa physica - 1.•, se houver lesão cor- do_cumento ap1·esentado , ou 0 que f6r) ou se houve demolição
poral; 2.•, qual a especie de iljlstrumento que a occasionou; 3.o, ou destruição, no todo ou em parte, abatimento, inutilização
se é de natur€Za a lesão a produzir incommodo de saúde que ou damnificação do edificio (ou o que j6r); 2.o, em que con-
inhabilite o paciente do serviço activo p-or mais de 30 dias, sistiu essa destruição inutilização, demolição abatimen to, muti-
mas não para sempre; 4.•, se da lesão resultou, ou pode resul- lação ou damnificação; 3.•, com que meio se occasionou; 4.•,
tar, mutilação, deformidade ou privação de algum orgão ou se houve incendio ou arrombamento; 5.•, qual o valor do
membro, que impossibilite para sempre o offendido de exer- damno causado.
cer o seu trabalho; 5.o, se da lesão resultou, ou pode resultar,
enfermidade incuravel, que prive para sempre o offendido de A rrombantento - Lo, se ha vestígio de violencia ás cou-
exercer o seu trabalho; 6.o, se pode a lesão, por sua natureza sas ou objectos taes; 2.o, quaes são esses vestígios; 3.•, se por
€ séde, ser causa e!ficiente da morte; 7.o, se foi occasionado essa violencia foi vencido, ou podia vencer-se o obstaculo que
por imprudencia, negligencia õu imperícia na arte ou profissão existisse; 4.•, se havia obstaculo; 5.•, se foi empregada força,
do accusado instrumento ou apparelhos para vencei-os; 6.o, qual essa força,
instrumento ou apparelho; 7.•, qual o valor do damno causado.
Ent>en enamento +- ,1.•, se houve propinação de veneno ou
se por qualquer outro modo foi applicado; 2.o, qual a especie Incendio - Lo, houve incendio?; 2.•, foi total ou r; arcial:
de veneno; 3.•, se era tal a sua qualidade ou quantidade empre- 3.•, se parcial, quaes os pontos attingidos?: 4.o, onde teve co-
gada que pudesse causar a morte: 4.o, se não podendo causar meço?, 5.•, qual a materia que produziu?; 6.•, havia em
a morte, produziu, ou podia produzir, alteração profunda da deposito ou derramada em algum lugar qualquer materia ex-
se.ude, pondo em risco a vida da pessoa; 5.•, em que consiste plosiva ou inflamavel; 7.o, houve explosão de gaz: 8 o, qual o
esta alteração. modo por que foi ou parece ter sido produzido o incendio; 9.•,
qual a natureza do edifício, construcção-;- navio ou causa incen-
Falsidade -- Lo, se é falso o papel, letra ou escriptura; 2.•, diada: 10.o, quaes os effeitos ou resultad.os do incendio; n.o,
se é falsa a assignatura; 3.•, se ha alteração e qual seja; 4.•, resultou elle de negligencia, imprudencia, imperícia ou inobser-
se a letra ou assignatura é do punho do F ...... ; 5. •, se a letra vancia de disposições regulamentares ?; 12.o, qual o valor do
ou assignatura se parece com a de F ...... ; (o réu); 6.•, no damno causado ?
caso negativo, se a letra ou assignatura se parece com a de
ttlguma outra pessoa; 7.o, se ha indícios de ter sido feita a L ibidi nagem - Lo, se houve simples attentado contra a
assignatura por 1<' ...... (o r éu) ou F ...... (outra pe.ssoa) e honestidade, ou acto de libidinagem: 2.•, se houve viplencia
quaes sejam estes indícios. para tal fim empregada; 3.•, se o paciente se achava em estado
VIII IX
AJIIADOR CYSNEIUOS CODIGO DE JUSTI()A lUILITAR
X XI
~~. ~ ............. ,
como sondagens e manobras outras, oopazes de retardar a cura cedendo a investigações policiaes para apurar-se o facto ..... .
ou complicar a lesão. (narra-se, suscintamente, o facto) cuja autoria lhe é atribuída.
Conforme o facto delictuoso a examinar, diversH,S são as (Data e assignat1'ra da autoridade que d et ermi na a p?'isão).
regras que nortearão a perícia. Assim, em caso de roubo, é
mistêr examinar o lugar em que foi comettido para se veri- NOTAS - Qua lquer das a utoridades r eferida s no art. 117, do
ncar cnde estavam as cousas subtrahidas, o modo por que foi Codigo de Justiça Militar p od er á ordena r a detenção ou prisão do
"!'ealizado o crime, se houve arrombamento interno ou externo, indiciado, durante as inves tigaçes policiaes (art. 156 do C. J. M.).
A prisão, durante as investigações policiaes. sO deve str, porém,
perfuração de paredes, introdução na casa por conducto subter- ord enada quando o imperios o interesse d a jus u ça o exigir.
raneo, por cima dos telhados, etc. Em caso •le incendio, ha
que indagar, primeiramente, da sua origem, 8e adveio de cau·
sas naturaes ou de acção humana, e, neste caso, se culposa AUTO DE PERGUNTAS AO INDICIADO
(negligencia, imprudencia, imperícia na arte ou profissão,
inobservancia de disposições regulam.entares ) ou se dolosa, Aos . . . . . . dias do mez de . . . . . . do anno d-:! . . . . . . nesta
pesquisando o foco, as materias empregadas, etc. cidade de ...... ( ou lugar onde fOr) no quartel do . . . . . (ou
Concluído o exame, será pelo escrivão lavrado o auto res- lugar que fOr) presente F . ..... (po sto e nome) encarregado
pectivo: auto de corpo de dellicto . deste inquerito, commigo F ...... , servindo de escrivão, r;Ctmpa.
Compõe-se este auto de tres partes, a saber: p1·eamb1tlo ou receu F. . . . . . (nom e do i ndiciado, post o ou gmdu açãf.J, se ti-
cabeçalho, historico e conclusões. v er) afim de ser interrogado sobre o facto constaqte da parte
O preambulo deve mencionar o dia, mez e anno d~ auto, (queixa ou o qu11 f6r) que lhe foi lida. l'lm seguida, passou
o lugar em que é feito, o nome por extenso da autoridade que o aquella autoridade a interrogai-o da maneira seguinte: qual
presidir, o do escrivão, o dos peritos, seus títulos e qualidades seu nome, idade, filiação, estado civil, naturalidade·, praça e a
profissionaes, ou a razão por que foram convidados os não que corpo, repartição ou estabelecimento militar pertence. Res-
profissionaes, sua residencia, nome das testemunhas convoca· pondeu que . . . . . . ( seguem-se as respostas do indi ciado, na
das, sua residencia, menção do compromisso aos peritos, com mesma ordem das perguntas) ; perguntado como se !.lera o
declaração do facto a examinar. facto narrado na parte (q1~eixa ou o que fOr) de fls ....... e
O historico é a parte em que os peritos descrevem tudo que que lhe foi lida, respondeu que . . . . . . Perguntado se tem fa-
encontraram, fizeram e observaram relativamente ao exame. ctos a allegar ou provas que justifiquem a sua innocencia, res-
As conclusões são as affirmativas, baseadas exclusivamente pondeu que . . . . . . Perguntado mais sobre . . . . . . (s egu em-ae
sobre os factos, e transformadas em respostas aos quesitos pro· as dmn-ais perguntas e reS1JOstas 1. E como nada mais disse e
postos em cada caso particular (Sousa Lima - Medicina l egal). nem lhe foi perguntado deu o encarregado deste inquerito por
(Quanto á exhumação, autopsia e exame rle sanidade, v e- findo o presente interrogatorio, mandando lavrar este auto
ja-se o que consta, á parte do proces so, no capitulo refer ente que, depois de lido e achado conforme assigna com o indiciado
ao "Corpo ele delicto e outros exames"). (ou corn as testemunhgs F. . . . . . e F. . . . . . a r{Jgo do indiciado,
que nãQ sabe ou não pode escrever), e commigo F ...... , ser-
vindo de escrivão, que o escrevi.
MANDADO DE PRISÃO (Assignatury,. do enca1·r egado do inq1,erito, ão indiciado
ou das testemunhas a seu r{Jgo e ào escrivão).
(Durante as investigações policiaes)
NOTAS - 0 encarregado do inquerito podera. fazer as pergun-
F .. _ .. (autori dade que fOr ) manda, na forma da 1st, tas que julgar convenientes a. elucidacll.o do facto.
sela preso e recolhido á prisão militar F. . . . . . ( nume do inài. Nll.o havendo indiciado ou esta ndo este foragido, o encarregado
do inquerito fara. constar, por escripto, essa. circumstancia justi-
ciado, posto ou gradu-ação se t i ver), contra quem se estão pro- ficativa da falta do interrogatorio.
XII Xlli
AMADOR CY 8N EI ROS
CODIGO DE JUS T I ÇA MILITAR
sente, que vai por elle assignada. Eu F. . . . . servindo de escri- DE PERITOS AVALIADORES
vão, o escrevi.
(Dat a e assi gnatura da autoridade militar). que, nesta data, notifiquei, por _officio, a A .....
comparecerem no dia . . . . . . do mez de . . . . . . ás
NOTA - Esta nota · deve ser entregue, por cop!a, a uthentl.:ada em . . . . . . (designar-se o local), afim de proce-
pela autoridadí' militar. a" preso. que passara. recibo no original, para que foram nomeados -no presente inque-
o qual serã. junto aps a utos. constar, lavrei a presente certtdão. Eu
Se houver mais de um preso, da r-se -ã.o tantas "notas de culpa"
quantos forem os presos. de escrivão, o escrevi e subscrevo. (Data e
XVIII XIX
AMADOR CYSNEIROS
F ....... . (Posto e nome do official que , lavrou o a1ao). (Art. 119, do C. J . M., caso do § Lo)
F ...... .. (Posto e nome do outro Official encarregado Examinando-se attentamente o presente inquerito policial-
da amgencia) . verifica-se que. . . (expõe-se o facto, aia, hora, local e
Assignaturas das testemunhas ou de ai· iw&trutancias outras, inai cando a 7Jrova coZhiaa, com citação
F ........
XXII XXIII
AMADOR CYSNEIROS
Pela conclusão das averiguações policiaes que mandei Pr0o Sr. F ... . , . (autoridade militar que houver detenni·
ceder, verifica-se que o facto apurado constitue crime previsto inquerito ).
no C. P. M. Determino, pois, que sejam estes autos remetti- para os devidos fins, o incluso inquerito po-
dos, com a possível urgencia, ao Sr. audftor da . . . . . . Cir. ' a que procedi em virtude da vossa ordem cons•
cumscripção Judiciaria Militar, para os fins de direito. (Dat a officio (po1·taria ou o que f6r) de . . . . . . de ... .. .
e assignatura da autoridade que mandou proceder ao inquerito) . annexo aos respectivos autos.
Ou, conforme o caso, - tratando-se de um facto delictuoso e fraternidade.
da competencia dos tribunaes civis - "Determino que o pre. e posto do encarregado ào inqueritõ).
sente inquerito seja remettido, com a possível urgencia, ao
Exmo. Sr. Juiz F .. .. .. , (autoridade competente) para os fins
àe direito". INSTRUCÇõES
Tratando-se de contravenção disciplinar, aplicar-se-á a
pena devida de accordo com o R. I. S. G. inquerito policial não é um acto judicial, um processo
E nada se tendo apurado, ainda assim, devem os autos pelo qual possa haver condemnação ou absolvição, é
ser remettidos ao auditor competente. extra-judicial, uma informação preparatoria e preven·
emquanto não intervem a autoridade judiciaria
NOTA - Convêm salientar que o inquerito serâ sempre remet- é, em synth e'Se; uma peça de instrucção, ou ins-
tido A autoridade judiciaria, por intermedio da a utoridade militar para servir de base á denuncia. Por iRto, em regra
mais graduada da circurnscrlpcão judiciarla, n a f6rma do art. 119, as suas deficiencias não acarretam a nullidade do pro-
§§ 2.•, 3.• e 5.•, do C. J. M., salvo o caso do a rt . 147, § 2.•. do
mesmo codigo, qua ndo serâ enviado, directarnente. dentro de cinco na colisão das provas entre o inquerito e o summa~io,
dias ao a uditor. aquelle um facto e apurando-se outro diverso neste,
primeiro prevalecer sobre o segundo."
CONCLUSÃO policial comprehende além dos resi)ectivos ter-
e despachos, e do relataria, ao final, os seguin-
Aos . . . . . . dias do mez de . . . . . . do anno de . . . . . . nesta
cidade de . . . . . . (ou l1tgar onde f6r) faço estes autos conclusos
JO(V
XXIV
munhas no districto da culpa, serão ouvidas Por
sente, (§ 3.• art. 257) e depo~s q.esta cumprid~, o presidente EM DEPOSITO
vão, o juntai-a aos autos, quando então se examinará tudo
o inciso 6.•
.TIVISMO FERROVIARIO NO R. G.
SUL
sua influeencia na moderna definição economi-
de colectividade gaúcha) Por Alexandre
Costa.
a) do corpo de delicto, nos crimes que deixam o Commandante do Corpo ou navio, ou quem suas
sente, e exame de sanidade; > mandar lavrar e assignar o termo de desercão
b) de exame em cadeveres, no criminoso, nelle o seguinte despacho: "Juntem-se as demais
delicto, nos instrumentos do delicto, ou em no lugar do que trata o art. 257 do C. J. M. e archive-se aguar-
cumentos; quaesquer do.
a captura ou a apresentação do accusado". Publique-
c) de exhumação e autopsia; assignatura e posto).
d) de busca e apprehensão de instrumentos do de!icto d
dócutnentos, e para prisão do delinquente; ' e _ o ajudànte, ou secretario do corpo, seu correspon-
e) de inquirição de testemunhas que houverem Presenciado Marinha ou quem suas vezes fizer, procederá ao
o facto, ou tenham razão de sabel-o; e depois de· ter feito publicar em Boletim o
f) de perguntas ao indiciado e ao affendido; repectivo despacho, juntará uma copia do mesmo
g) da prisão em flagrante delicto, quando esta se verificar peças a serem archivadas.
Além disto, é indispensavel a "nota de culpa", dentro d~
24 horas, sempre que haja prisão em flagrante. Reincluido o desertor, se este for praça de pret e
O escrivão deverá numerar e rubricar todas as paginas doa acto em Boletim, a pessoa de que trata o n. 1 no-
0
t.utos e mais documentos que foram ao inquerito, salvo o verso mediante escala, o Conselho de que fala o § 3. 0 do ar·
respectivo, e riscar todas as folhas em branco intercaladas no Si fôr official, o modo de proceder será o até aqui
mesmo. e constando dos artigos 255, 256 e § 8 do artigo25'i'.
O official encarregado do inquerito rubricará, á margem - O Conselho constituindo, publicada sua nomeação em
todas as folhas escriptas do mesmo, bem como todas as Pag!: requisitará por seu presidente á Secretaria as p_e ças
nas do auto de prisão em flagrante, c~rpo de delicto, auto de e officiará ao Commandante da sub-unidade· do
informação, mandando de busca, auto de busca, interr ogatorio solicitando as razáes de defesa e a relação das tes-
e depoimento das testemunhas . e pessoas que, por ventura, queira apresentar a
Nos crimes de desacato, quando testemunhados, é dispen. réo, tudo ll&ntro do prazo de oito dias, no maximo,
savel o inquerito policial-militar, bastando, para os fi ns legaes, -desses dois officios devem ser juntas aos autos.
o auto de flagrante, devidamente lavrado. Deste deve. porém
constar, como um dos principaes elementos e característico; Dentro de oito dias o Conselho se installará, man-
do crime, as palavras ou actos offensivos. autoadas as peças pelo escrivão.
Poderá ser dispensado o inquerito policial em caso de
flagrante delicto, ou quando o facto já estiver esclarecido, Estando o processo em ordem, isto é, nada faltando
documentos ou outras provas (art. 122, do C. J . M.). ás peças que o devem compor, tudo exposto pelo
marcado o dia de julgamento que deve constar
por despacho do presidente, sÍmdo-lhe feito os autos
DOS PROCESSOS DE DES~RÇÃO pelo escrivão:
A reforma estabeleceu que os processos de deserção o dia . . . . . . para ser o réo submettido a julga.
summariados e julgados em cada corpo. as partes".
assignatura e posto).
A fórma de constituição dos processos continuou, mais
ou menos, a ' mesma, não tendo o Governo, ainda determinado Si, antes, houver testemunhas de defesa, o Conse·
a adaptação do Regulamento do Processo, nesse particular. ouvirá e mandará juntar aos autos os documentos que
Podem, porém, as presentes normas serem adoptadas, afim apresentados pela defesa, attendendo ao que estabelece
de que os serviços não sejam prejudicados: relativamente ao assumpto. Não residindo as teste-
XXVI XXVII