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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

ESCOLA DE FORMAÇÃO E
APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

CEFS II / 2023

ATUALIZADO EM 06/2023

NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.


UNIDADE VIII

Pensão acidentária
Auxílio invalidez
Indenização securitária
Sindicância social
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização da aula
1.2 Objetivo geral
1.3 Objetivos específicos

2 DESENVOLVIMENTO
 Pensão acidentária
 Auxílio invalidez
 Indenização securitária
 Sindicância social

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

Objetivo Geral
• Ao final da disciplina o discente deverá conhecer as Legislações
que amparam o militar e seus dependentes nos casos que
envolvam acidente ou moléstia profissional.

Objetivos Específicos
• Elaborar processos que envolvam acidente ou moléstia
profissional;
• Assessorar os comandantes nos diversos níveis quanto aos
processos que envolvam acidente ou moléstia profissional.
DESENVOLVIMENTO
INSTRUÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Nº 214/01 –DRH, de 17/09/2001

Do Processo de Pensão Acidentária

Art. 1º - As atribuições do Comandante do militar falecido em


consequência de acidente verificado no desempenho de suas
funções ou no estrito cumprimento do dever legal, sem prejuízo
de outras atribuições legais, são as constantes do artigo 90 da
Resolução nº 3507/99, cabendo-lhe:
DESENVOLVIMENTO
INSTRUÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Nº 214/01 –DRH, de 17/09/2001

Do Processo de Pensão Acidentária


Art. 1º -

I - designar o encarregado;
II - solucionar o processo;
III - publicar a decisão em Boletim;
IV - remeter o processo à D R H.
DESENVOLVIMENTO
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Do Processo de Pensão Acidentária


Art. 2º - Na DRH, o processo será encaminhado à Seção de
Contencioso de Pessoal para:

I – análise de mérito e da forma;

II – apontar as retificações, quando necessárias, e não havendo,


encaminhar o processo ao Centro de Administração de Pessoal
(CAP).
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Art. 3º - No CAP, o processo deverá ser encaminhado à Seção de


Processamento de Pagamento de Pessoal (SPPP), que deverá:

I - anexar ao processo declaração dos valores dos últimos


vencimentos recebidos pelo militar falecido;
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Art. 3º ...

II - encaminhar o processo à Secretaria de Estado de Recursos


Humanos e Administração (SERHA), para análise, deferimento,
publicação e pagamento.

III - atualizar o registro de dados da Seção inerente à pensão.


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Art. 4º - Dentro de um curso normal, pode-se traçar a seguinte
sequência dos atos processuais:
I – Instauração do processo
Na Portaria de instauração constarão o fato e as circunstâncias da
morte real ou presumida, seguindo modelo constante do Anexo da
Resolução 3507/99, a qual deverá ser publicada em Boletim.
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Art. 4º...

II – Providências preliminares do Encarregado:

a. notificar e ouvir os beneficiários para depor, não antes de 08


dias da morte do militar, orientando-os a requerem, formalmente,
a pensão ao Exmo. Sr. Secretário de Estado de Recursos Humanos
e Administração;
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b. inquirir as testemunhas da morte do militar, em número capaz


de gerar convicção dos acontecimentos, sendo lícito ao
encarregado dispensar as testemunhas excedentes de três,
quando destinadas à prova do mesmo fato.
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III – Juntada de documentos

É necessário juntar ao Processo os seguintes documentos:

a. requerimento de pagamento de pensão, pelo


beneficiário, dirigido ao Exmº Sr. Secretário de Estado da Fazenda;
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b. laudo de perícia criminalística e laudo de corpo delito;

c. cédula de identidade, CPF do (a) beneficiário (a) e título de


eleitor, com comprovação de ter votado na última eleição;
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d. registro da ocorrência do fato; Do Processo


de Pensão
e. escala de serviço do militar falecido em serviço; Acidentária

f. cédula de identidade, CPF e título de eleitor do falecido, com


comprovação de ter votado na última eleição;

g. certidão dos filhos menores não possuírem bens e/ou renda


suficientes para a sua manutenção, provenientes de
herança deixada pelo falecido;
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h. certidão de casamento civil;

i. certidões de registro civil de nascimento dos filhos, atualizadas;

j. certidão de decisão judicial prolatada em processo de separação


ou divórcio, transitado em julgado (se for o caso); Modelo/Instrução
Pessoal Pensão
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l. sentença judicial reconhecendo a união estável dos consortes se


for o caso;
m. atestado de autoridade judiciária (ou policial) comprobatório
de ausência de culpa da viúva ou companheira de ter dado causa
à separação (se for o caso);

n. cópias dos 02 (dois) últimos demonstrativos de pagamento ou


declaração da fonte pagadora, sobre o valor do vencimento ou
provento do militar falecido;
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o. certidão de óbito do militar;

p. atestado de invalidez de beneficiário, na forma prevista;


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Do Processo de Pensão Acidentária


§ 1º - Salvo o documento constante da alínea “a”, os documentos
exigidos poderão ser apresentados em fotocópias, desde que
autenticados.

§ 2º - Na hipótese de inexistência dos documentos e da


impossibilidade de requerê-los, deverão os interessados registrar o
fato no órgão competente e declarar formalmente a
impossibilidade da emissão da 2ª via ou a desnecessidade do
documento.
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IV – Relatório parecer

Após a instrução do processo, o encarregado providenciará o


relatório circunstanciado, constando:

a. descrição das diligências efetuadas;


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Do Processo de Pensão Acidentária

b. descrição sumária do fato, consoante as provas do processo;

c. relação de beneficiários habilitados legalmente, com a


indicação da forma de pagamento (integral à viúva ou por cotas
divididas entre ela e outros beneficiários, com indicação do Banco
e da conta onde será creditada a pensão).
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Do Processo de Pensão Acidentária

V – Atos de implementação
a. A Unidade solucionará formalmente o processo e o encaminhará
a DRH, indicando o número do BI e a data em que foi publicada a
solução.
b. Caberá a DRH-3 analisar o mérito e a forma do processo, apontar
retificações, se necessário, e, considerando-o sanado,
Remetê-lo ao CAP.
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Do Processo de Pensão Acidentária

c. No CAP, a Seção de Processamento de Pagamento de Pessoal


(SPPP), anexará declaração dos valores dos últimos vencimentos do
“de cujus” e a enviará à SERHA para solução final.
ANEXO II

RELATÓRIO / PARECER

1. Relatório
1.2 Descrição dos fatos
1.3 Diligências Efetuadas
1.4 Pessoas Inquiridas
1.5 Documentos Juntados
2. Conclusão
3. Parecer
3.1 Beneficiários habilitados
3.2 Forma de pagamento e distribuição da pensão
3.3 Da indenização securitária
3.4 Beneficiários da indenização securitária
3.5 Forma de pagamento e distribuição da pensão da indenização securitária
3.6 Da promoção pós morte
OBS: Deverá o encarregado abordar todos os tópicos acima descrevendo sobre o
assunto de forma objetiva.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

Lei Estadual n. 9683/88

A pensão é devida acidentária quando o servidor público


estadual, civil ou militar, falecer em consequência de acidente
verificado no desempenho de suas funções, ou no estrito
cumprimento do dever.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

A pensão acidentária não se confunde com a pensão por morte


prevista na Lei Estadual 10.366/90 (IPSM).

É uma pensão suplementar àquela e só é devida quando há o


falecimento do militar ou civil em virtude de acidente de serviço ou
situação equiparada.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

São beneficiários da pensão acidentária:

- o cônjuge sobrevivente;
- os filhos, enquanto incapazes;
- a companheira mantida há mais de 5 (cinco) anos;
- os pais economicamente dependentes do servidor;
- os irmãos órfãos, se incapazes.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

Para fazer jus à Pensão Acidentária os beneficiários não precisa


estar inscritos no IPSM, bastando preencher os requisitos legais.

Nos termos da Resolução 3.507/99 - CG, a habilitação dos


beneficiários será feita durante o Processo de Pensão Acidentária,
a ser instaurado por autoridade competente.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

- O valor da pensão será pago, metade ao cônjuge sobrevivente, e


metade aos demais beneficiários em cotas iguais.

- Inexistindo cônjuge sobrevivente, o valor da pensão será dividido


entre os beneficiários remanescentes em cotas iguais.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

- A cota atribuída a qualquer dos beneficiários reverterá em


benefício dos demais, quando ocorrer sua morte, casamento ou
cessação da incapacidade.

- A pensão acidentária será devida a partir da data do


requerimento.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

Diferente da pensão prevista na Lei Estadual 10.366/90 (IPSM), a


Pensão Acidentária NÃO é dividida em partes iguais entre os
beneficiários.

Neste caso, o cônjuge sobrevivente ou equivalente irá receber


50% do valor da pensão (vencimento do militar quando do
falecimento).
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

Os 50% restantes serão divididos em partes iguais entre os


demais beneficiários.

Outra diferença é que a pensão do IPSM é devida a partir da


data do falecimento ou morte presumida do militar, enquanto a
Pensão Acidentária será devido somente a partir da data do
requerimento.
DESENVOLVIMENTO
Do Processo de Pensão Acidentária (PPA)

O processo deverá demonstrar:

1. O vínculo entre os cônjuges (companheiros) na data da morte;


2. Se o cônjuge ou companheiro sobrevivente contraiu novo
casamento ou união estável;
3. Se os filhos ainda são incapazes;
4. Que o acidente se deu em serviço ou em decorrência deste;
5. O rol de beneficiários habilitados.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

O auxílio-invalidez foi instituído pela Lei Complementar nº 109, de


22 de dezembro de 2009, Art. 15, que dispõe:

Art. 15. A alínea "b" do inciso I do caputdo art. 44 da Lei Delegada


nº 37, de 13 de janeirod e 1989, passa a vigorar com a seguinte
redação, e o artigo fica acrescido do parágrafo único a seguir:
DESENVOLVIMENTO
"Art. 44. O militar da ativa, ao ser reformado, perceberá soldo:

I –Integral:

a) se contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;

b) se for julgado, mediante laudo da Junta Militar de Saúde, incapaz para o


desempenho de suas atividades em decorrência de acidente no serviço ou por
moléstia profissional ou alienação mental, cegueira, estados avançados da doença
de Paget (osteíte deformante), paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, esclerose múltipla, hanseníase, tuberculose ativa, nefropatia grave,
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, fibrose cística
(mucoviscidose), doença de Parkinson, neoplasia maligna, espondiloartrose
ancilosante, hepatopatia grave ou doença que o invalide inteiramente, qualquer
que seja o tempo de serviço;
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Parágrafo único. Ao militar reformado em virtude de invalidez


permanente, considerado incapaz para o exercício de serviço de
natureza de policial-militar ou bombeiro-militar, em consequência
de acidente no desempenho de suas funções ou de ato por ele
praticado no cumprimento do dever profissional, é assegurado o
pagamento mensal de auxílio-invalidez, de valor igual à
remuneração de seu posto ou graduação, incorporado ao seu
provento para todos os fins.
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

O Auxílio Invalidez foi regulamentado pela Resolução nº 4.070, de 30


de março de 2010, publicada no BGPM nº 25, de 06 de abril de
2010.
2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A Lei nº 5.301, de 16 de outubro de 1969 dispõe em seu Art. 96, § 4º, o
conceito de invalidez: “Considera-se inteiramente inválido o indivíduo total e
permanentemente impossibilitado de exercer qualquer trabalho, na vida
policial-militar ou civil, não podendo prover, por forma alguma, os meios de
subsistência.”, conceito este, também incluído na Resolução de saúde,
atualmente, Resolução Conjunta nº 4073, de 26abr10.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

A Resolução Conjunta nº 4.073, de 26abr10, traz os seguintes


conceitos em seu art. 2º:

Invalidez: Condição física e/ou mental do periciado que o


impossibilite, total e permanente, de exercer qualquer trabalho ou
atividade, tanto na vida militar quanto na civil e o impeça de
prover, por qualquer meio, sua própria subsistência.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Incapacidade Definitiva: Condição física e/ou mental do periciado


que, após esgotados os recursos de tratamento, impossibilite-o
definitivamente de exercer qualquer serviço de natureza policial ou
bombeiro-militar ou atividade inerente ao cargo ou função.

Acidentado: designação genérica, empregada para caracterizar o


militar que se tornar vítima de acidente, em serviço ou de moléstia
profissional;
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Acidente de serviço: é qualquer evento súbito, ocorrido com o


militar que se encontre em serviço ou decorrente deste, que
provoque, direta ou indiretamente, lesão, perturbação funcional,
contaminação ou enfermidade em militar, que determine a perda
total ou parcial, definitiva ou temporária, da sua capacidade para o
trabalho ou a sua morte;
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Moléstia profissional: é a enfermidade adquirida pelo militar em


razão de constante e prolongada exposição a agente agressor a sua
saúde, existente no ambiente de trabalho ou na natureza do
trabalho desempenhado rotineiramente no Estado, definida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS);
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Relação causa-efeito: constitui-se na caracterização de vínculo


(antecedente ou causa) entre o acidente de serviço ou moléstia
profissional (consequência ou efeito), com a morte, lesão,
perturbação funcional, contaminação ou enfermidade em militar,
determinando o nexo de causalidade entre o evento danoso à saúde
e a sua origem;

Amparo na indenização securitária: reconhecimento que a


Administração Pública confere ao acidentado ou a seu beneficiário,
em razão de acidente de serviço ou moléstia profissional, para os
fins de direito que lhe sejam decorrentes;
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Amparo no auxílio-invalidez: reconhecimento que a Administração


Pública confere ao militar em consequência de acidente no
desempenho de suas funções ou de ato por ele praticado no
cumprimento do dever profissional.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

O benefício visa o amparo aos militares acidentados, que em decorrência do


acidente, ficaram inválidos permanentemente. O militar que em decorrência
de acidente em serviço ou vítima de moléstia profissional, que não falece,
mas fica impossibilitado de exercer qualquer trabalho ou atividade na vida
militar e civil, tem assegurado, nos termos da Lei Complementar nº
109/2009, o pagamento mensal de auxílio-invalidez, de valor igual à
remuneração de seu posto ou graduação, incorporado ao seu provento para
todos os fins, à partir da data da publicação desta, ou seja, retroativo a 22 de
dezembro de 2009.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Há que se destacar que há diferença entre o militar incapacitado fisicamente


e o inválido permanentemente. O benefício da lei se dirige ao inválido,
conforme nomina: “auxílio-invalidez”, pelo que se infere que há de se
comprovar tal situação, de forma técnica, que na PMMG se faz através de
laudo da Junta Central de Saúde, devidamente publicado. A análise da
concessão do benefício se baseia nos estritos termos do referido laudo,
exigindo-se, para o deferimento, que esteja explícita a situação de invalidez,
nos termos do conceito adotado pela Instituição.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Outro requisito importante é o nexo causal entre a moléstia e o


acidente em serviço ou decorrente deste, pois somente faz jus ao
benefício se a moléstia adquirida foi decorrente de acidente no
desempenho de suas funções ou de ato praticado no cumprimento
do dever profissional. Este requisito, nos termos legais da instituição
se comprova através de atestado de origem – AO.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

Vale ainda ressaltar, que o beneficiário do auxílio-invalidez é


somente o militar, se preenchidos os requisitos, conforme art. 3º da
Resolução nº 4070/2010. Em caso de morte, os dependentes
beneficiários da pensão da vítima somente receberão a indenização
securitária, se preenchidos os requisitos específicos para a mesma,
não se lhes estendendo o auxílio-invalidez.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

A verificação de procedência para deferimento da concessão do


benefício de auxílio invalidez é de ofício, pelo Comandante da
Unidade. Não é necessária a instauração do processo
administrativo, desde que esteja comprovada relação causa-efeito e
sejam juntados todos os documentos suficientes ao deferimento ou
indeferimento.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

O ato de deferimento ou indeferimento deverá ser publicado em BI,


dando ciência ao interessado. Em caso de deferimento, deverá ser
encaminhado ofício com cópia do ato ao CAP/DRH, Seção Adm,
para fins de lançamento no SIRH e adoção das medidas necessárias
à implementação da concessão, com posterior arquivo na pasta
funcional. Em caso de indeferimento, encaminhar a documentação
para arquivo na pasta funcional.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

O direito ao benefício se estende a todos os militares reformados


por invalidez antes de 23dez2009, a qualquer época, ressaltando
que o pagamento é que será a partir desta data, caso seja deferido
o requerimento. Reforma posterior a 23dez2009 a própria Unidade
deverá adotar as providências necessárias de ofício ou a
requerimento.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

De acordo com o Parecer 15.141/11 da Advocacia Geral do


Estado (AGE), embora a lei contenha um conflito aparente entre
os termos invalidez e incapacidade, estes dois termos tem
significados e efeito jurídicos diferentes.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

A Resolução 4.278/13 descreve que Invalidez é a condição física


e/ou mental do periciado que o impossibilite, plena e
definitivamente de exercer qualquer serviço de natureza policial ou
bombeiro militar e atividade inerente ao cargo ou função,
constatada em avaliação pericial, tanto na vida militar quanto na
civil, e o impeça de prover, por qualquer meio, sua própria
subsistência.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ
BOLETIM TÉCNICO INFORMATIZADO Nº 04/10

A mesma norma dispõe que Incapacidade é a condição física


e/ou mental do periciado que o impossibilite de exercer serviço
de natureza policial ou bombeiro militar ou atividade inerente
ao cargo ou função.
DESENVOLVIMENTO
INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA

Resolução 4.070/10 - CG

- A indenização securitária é devida a dependente previamente


inscrito, no Instituto de Previdência dos Servidores Militares.

- A indenização securitária será rateada em partes iguais entre os


dependentes, observado o caput deste artigo e seus incisos.

- A parte devida aos menores será destinada aos pais ou aos seus
representantes legais.
DESENVOLVIMENTO
INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA

Resolução 4.070/10 - CG

- Os militares estaduais, os servidores policiais civis e os servidores


de classe de Guarda Penitenciário, em atividade, vítimas de
acidente em serviço que ocasione aposentadoria por invalidez, nos
termos da lei previdenciária, receberão do Estado a quantia
equivalente a vinte vezes o valor da remuneração mensal
percebida na data do acidente, a título de indenização securitária,
até o limite de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).-
DESENVOLVIMENTO
INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA

- Em caso de morte, a indenização securitária será paga aos


beneficiários da pensão da vítima. (Lei Delegada n. 43/2000)
DESENVOLVIMENTO
INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA

Resolução 4.070/10 - CG

- A indenização securitária é devida a dependente previamente


inscrito, no Instituto de Previdência dos Servidores Militares.

- A indenização securitária será rateada em partes iguais entre os


dependentes, observado o caput deste artigo e seus incisos.

- A parte devida aos menores será destinada aos pais ou aos seus
representantes legais.
DESENVOLVIMENTO
AUXÍLIO-INVALIDEZ E INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA

Do processo:
a) Deverá haver processo específico, salvo quando houver AO
instaurado, quando poderá ser dispensado;
b) Havendo dispensa do PIS, deverá ser juntada documentação
pertinente ao PIS no AO;
c) Pode haver aproveitamento de provas de outras apurações
(SAD, IPM, APF, etc.);
d) O Auxílio-invalidez não depende de processo, mas apenas de
requerimento.
DESENVOLVIMENTO

Do processo:

O processo deverá demonstrar:

1. O vínculo entre os cônjuges (companheiros) na data da morte;


2. Se o cônjuge ou companheiro sobrevivente contraiu novo
casamento ou união estável;
3. Se os filhos ainda são incapazes;
4. Que o acidente se deu em serviço ou em decorrência deste;
5. O rol de beneficiários habilitados.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES

O auxílio-invalidez só é devido em caso de acidente, não


beneficiando reformado por moléstia funcional;

Não há direito a retroação do auxílio-invalidez

Encaminhamento dos processos:

- Indenização Securitária: DEEAS

- PPA e Auxílio-Invalidez: DRH


DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

A sindicância social é o instrumento que visa comprovar a situação


de vulnerabilidade social do policial militar, a fim de subsidiar a
tomada de decisões por parte do comando da Instituição, em seus
diversos níveis.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

Será instaurada sindicância social nos seguintes casos:

– requerimento de movimentação por interesse próprio, motivada


por questões de saúde do policial militar ou de pessoa de sua
família;
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL
– Solicitação de atendimento prioritário para fins de contratação
de financiamento habitacional pelo policial militar, cuja vida ou a
de seus dependentes legais, esteja em situação de risco em razão
da natureza de suas atividades e em função do local onde reside,
conforme previsto no art. 3º da Lei Estadual nº 17.949, de
22/12/2008, e no art. 10 do Decreto Estadual nº 45.078, de
02/04/2009;
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL
– Solicitação de permissão temporária de uso de moradia
funcional, no âmbito do Programa Habitacional “Lares Geraes –
Segurança Pública”, em caráter emergencial e precário, pelo
policial militar que, pela natureza de suas atividades e pela
localização de sua residência, tenha sua vida ou a de seus
dependentes legais, submetida a situações de risco, ou de ameaça
à sua integridade física, nos termos do art. 1º do Decreto Estadual
nº 46.109, de 14/12/2012;
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

– Outros atendimentos sócio assistenciais em que haja a


necessidade de procedimento administrativo para comprovar a
situação, ou quando assim determinar a legislação.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

A sindicância social visa tão somente comprovar a situação em que


o assistido se encontra, conforme o caso. Portanto, o deferimento
da medida pretendida pelo assistido dependerá da realização de
outros procedimentos e do cumprimento das demais exigências
previstas na legislação em vigor.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

Compete ao comandante, diretor ou chefe de unidade, até o nível


de comandante de companhia independente, ou equivalente,
determinar a instauração de sindicância social.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

Na Capital, compete ao Chefe do CEEAS a instauração de sindicância


social referente ao policial militar inativo.

No interior, a competência descrita no parágrafo anterior é dos


comandantes de comandos intermediários e de unidades, na
respectiva região ou área.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL

A sindicância social possui natureza sigilosa e a numeração da


portaria será fornecida pelo controle informatizado da PMMG.
Entretanto, a sua publicação ocorrerá em boletim reservado e com
restrições de informações, de maneira a resguardar a intimidade da
vida privada do assistido.
DESENVOLVIMENTO
SINDICÂNCIA SOCIAL
O prazo regulamentar para elaboração da sindicância social é de 15
(quinze) dias corridos, podendo ser prorrogado por até 5 (cinco)
dias corridos, em caso de necessidade, pela autoridade militar
delegante, quando tempestivo e devidamente motivado pelo
sindicante.

A data do recibo da portaria pelo sindicante é o marco inicial da


contagem dos prazos para a conclusão da sindicância social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer as normas estatutárias aplicáveis aos militares estaduais é de fundamental


importância para os futuros Sargentos da PMMG. Em especial conhecer a legislação
que trata dos acidentes e moléstias envolvendo os militares é fundamental para que
o Sargento consiga elaborar com precisão os referidos procedimentos
administrativos.
REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Lei nº 5.301, de 16 de outubro de 1969, que contém o Estatuto dos Militares do Estado
de Minas Gerais.
MINAS GERAIS. Lei Complementar nº 109, de 22 de dezembro de 2009. Altera a Lei nº 5.301, de 16 de
outubro de 1969, que contém o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 4.070, de 30 de março de 2010, que dispõe sobre o
pagamento de indenização securitária e de auxílio-invalidez aos miliares da Polícia Militar de Minas
Gerais.
MINAS GERAIS. Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar. Resolução Conjunta nº 4.073, de 26 de abril
de 2010, que dispõe sobre inspeções e perícias de saúde na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução de Recursos Humanos nº 214/01 –DRH, de 17/09/2001
MINAS GERAIS. Lei Estadual n. 9683/88. Dispõe sobre pensão acidentária para o servidor público
estadual, civil ou militar.
MINAS GERAIS. Boletim Técnico Informatizado nº 04/10. Auxílio invalidez.

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