Você está na página 1de 64

RIO GRANDE DO NORTE NOTAS DE AULA DE PROCESSO ADMINiSTRATIVO – POLÍCIA JUDICIÁRIA

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL MILITAR


POLÍCIA MILITAR Janildo da Silva Arante
DIRETORIA DE ENSINO Sargento Aluno nº 05 – Turma Alpha
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DA POLÍCIA Baseadas na Apostila do 3º Sgt Hidelbrando Diógenes (CFS)
MILITAR
PLANO DE CURSO – ADT AO BG N° 149 DE 13 DE AGOSTO DE 2018
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE EMENTA
SARGENTOS – 2019.3 I- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Inquérito Policial Militar (IPM): conceito, finalidade, características, prazos,
diligências, amparo legal e formalização;
Sindicância: conceito, finalidade, prazos, da ampla defesa e do contraditório,
diligências, amparo legal e formalização;
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO): conceito, conhecimento da
base legal, confecção e lavratura do formulário do TCO;
Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS): conceito, finalidade,
prazos, da ampla defesa e do contraditório, diligências, amparo legal e formalização.
II – OBJETIVO
Geral:
Apresentar subsídios e elementos que auxiliem o Sargento PM no embasamento
prático acerca da técnica de preenchimento do formulário do TCO.
Proporcionar ao Sargento uma visão abrangente e atualizada da atividade de
polícia judiciária militar. Desenvolver o senso de análise na solução de processos
administrativos no âmbito da PM/RN.
Capacitar o Sargento PM a produzir os documentos utilizados nos trabalhos de
Polícia Judiciária Militar quanto a processos administrativos, na função de Encarregado
em PADS, como escrivão no IPM, quer como Sindicante na Sindicância ou ainda, como
autoridade policial na elaboração do TCO.
Específicos:
Detalhar e diferenciar o passo a passo em cada um dos processos e
procedimentos administrativos corrente na PM/RN. Conhecer os formulários do TCO;
Alinhar a ideia do uso da linguagem formal e, conforme a situação, a técnica;
interpretar dados coletados para amparar a lavratura do TCO;
Ver a relação dos crimes de menor potencial ofensivo; saber distinguir a
sequência cronológica de cada processo no âmbito da PM/RN;
Organizar os autos em sequência cronológica; esmiuçar,
or meio de exercícios práticos, procedimentos que instrumentalizam a produção
técnica dos processos administrativos, pormenorizando a confecção do relatório.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 1 de 64
BRASIL, Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, Código Penal Militar, Brasília, SUMÁRIO
DF, out 1969.
MANOEL, Élio de Oliveira, Capitão QOPM. Manual de Polícia Judiciária Militar. 2ª ed
Curitiba: OPTA, 2008.
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Inquérito Policial Militar (IPM): conceito, finalidade, características, 03
POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE. Portaria. Nº 182/2012-GCG, de 02 de prazos, diligências, amparo legal e formalização;
agosto de 2012: Sindicância: conceito, finalidade, prazos, da ampla defesa e do 09
Dispõe sobre a formalização de Sindicância na PMRN e dá outras providências. Natal: contraditório, diligências, amparo legal e formalização;
PMRN, 2012. Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO): conceito, conhecimento da 13
Portaria nº 042/2016-GCG, de 11 de julho de 2016 base legal, confecção e lavratura do formulário do TCO;
(ProvimentoAdministrativonº001/2016-AAD, que dispõe sobre a formalização do Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS): conceito, 14
Processo Administrativo Disciplinar Sumário. finalidade, prazos, da ampla defesa e do contraditório, diligências, amparo
legal e formalização.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 2 de 64
indiciado. As penas são aplicadas em sede processual, e o Poder Judiciário está obrigado a
1 – INQUÉRITO POLICIAL MILITAR – IPM conceder o contraditório ao longo de todo o processo penal.
O Inquérito Policial Militar (IPM) representa o conjunto de diligências feitas no Sigiloso - Se há trabalho investigativo, é necessário manter o sigilo para
sentido de reunir os elementos necessários à apuração da prática de crime militar e de sua assegurar a eficácia dos procedimentos. Não faz sentido a concessão de ummandado de
autoria. Por meio destes procedimentos serão oferecidos ao Ministério Público Militar os busca e apreensão, por exemplo, se o indiciado já tem conhecimento de que a autoridade
subsídios necessários à propositura da ação penal. policial pretende apreender seu computador. Este sigilo, todavia, não pode ser oposto ao
advogado do indiciado com relação às ações investigativas que já foram realizadas.
FINALIDADE DO INQUÉRITO Também não faria o menor sentido opor este sigilo aos membros do MPM, pois o
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos inquérito se dirige a eles. Neste sentido a Súmula Vinculante 14 do STF: “é direito do
termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
necessários à propositura da ação penal. competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os Discricionariedade das investigações - O IPM não tem goza de rito próprio,
exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, como o Processo Penal Militar.
por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código.
Não há passos determinados tão claramente, e por isso a autoridade policial
(DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969)
militar goza de certo grau de discricionariedade para adotar os procedimentos que
Vejamos agora as principais características do IPM: considerar adequados.
Procedimento escrito - O IPM não poderia fornecer subsídios à propositura da MODOS POR QUE PODE SER INICIADO
ação penal se fosse apenas oral.
Deve inclusive ser designado escrivão, como veremos nos comentários ao art. 11 Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
do CPPM. a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a
infração penal, atendida a hierarquia do infrator;
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência,
Escrivão do inquérito poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não ofício;
tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquêle fim, recaindo em segundo c) em virtude de requisição do Ministério Público;
ou primeiro-tenente, se o indiciado fôr oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25
demais casos. (Brasil, 1969) d) requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de
representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja
repressão caiba à Justiça Militar;
Provisório - As diligências feitas durante o curso do IPM devem ser confirmadas quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de
infração penal militar.(Brasil, 1969)
posteriormente durante a persecução penal. Se uma testemunha, por exemplo, foi ouvida
no IPM, em regra será necessário ouvi-la novamente na fase processual. Alguns atos,
contudo, já podem ser considerados instrutórios para fins de ação penal: são os exames, O IPM é sempre instaurado por meio de portaria da autoridade competente,
as perícias e as avaliações, que, quando realizados em sede de IPM, não precisam ser mesmo quando há requisição do MPM. Normalmente essa mesma portaria traz a
repetidos, nos termos do parágrafo único do art. 9º. delegação de atribuições para o oficial da ativa que será responsável pelas investigações,
chamado pelo próprio CPPM de encarregado.
São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações
realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às
Lembre-se de que é possível a delegação de atribuições inclusive para instaurar
formalidades previstas neste Código. (Brasil, 1969) o inquérito, mas este não é o procedimento mais observado na prática.
Mais uma vez chamo sua atenção para o verbo “requisitar”. Quando o MPM
Informativo e instrumental - O IPM se destina a trazer elementos para a requisita a instauração do IPM, a autoridade policial militar é obrigada a publicar a
eventual propositura da ação penal. Não contraditório, ou inquisitivo - Atenção! Aqui portaria.
não há nenhuma ofensa à Constituição, pois não é possível que do IPM resulte sanção ao

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 3 de 64
A hipótese de instauração de IPM por decisão do STM não é mais aplicável. O SUPERIORIDADE OU IGUALDADE DE POSTO DO INFRATOR
CPPM prevê uma hipótese de iniciativa do Juiz-Auditor Corregedor no sentido de § 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe
determinar o desarquivamento de inquérito considerado insuficiente pelo MPM. de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal,
A Constituição de 1988, por outro lado, conferiu independência ao Ministério será feita a comunicação do fato à autoridade superior competente, para que esta torne
Público, e hoje não há mais como o Poder Judiciário determinar investigações, ou dar efetiva a delegação, nos têrmos do § 2° do art. 7º.
início à persecução penal sem a atuação do MPM. Na prática, a situação descrita no §1º não acontece, pois a praxe das forças
O requerimento da parte ofendida nada mais é do que a notitia criminis armadas é no sentido de que, quando um oficial mais novo é nomeado para função de
própria do Processo Penal. A representação por advogado, neste caso, não pode ser feita comando de unidade, os oficiais mais antigos ou de posto superior são logo transferidos,
por meio de procuração contendo apenas cláusula ad judicia, mas são necessários poderes para que sejam preservadas a hierarquia e a disciplina.
específicos. A norma determina, contudo, que, se esta situação ocorrer, o fato deve ser
Quando a autoridade policial militar tem em mãos indícios do cometimento de comunicado à autoridade superior competente, para que delegue a função de Polícia
infração penal militar, não deve ser aberta sindicância, pois esta é uma apuração mais Judiciária Militar a outro.
simples, que tem o condão de aplicar apenas sanções disciplinares. O CPPM prevê ações emergenciais que devem ser adotadas diante da prática de
É interessante também que você saiba que não cabe arquivamento de IPM um crime. Durante o período que antecede a delegação, o comandante pode, sem quebra
pela própria autoridade policial militar. Mesmo que a Polícia Judiciária Militar da hierarquia e da disciplina, adotar medidas preliminares, previstas no art. 12.
entenda pela inexistência de crime, deve enviar o inquérito ao Poder Judiciário, que INFRAÇÃO DE NATUREZA NÃO MILITAR
abrirá vistas ao MPM para, se for o caso, requerer o arquivamento. §3º Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar, comunicará o
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO IPM: fato à autoridade policial competente , a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando
de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores.
Não cabe à autoridade policial militar a competência jurisdicional.
Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator
§1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe de órgão ou Obviamente pode haver situações em que não é tão claro assim se a competência
serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a é da Justiça.
comunicação do fato à autoridade superior competente, para que esta torne efetiva a Militar ou da Justiça comum. Apenas se exige que a autoridade policial militar
delegação, nos têrmos do § 2° do art. 7º.
Providências antes do inquérito
faça a comunicação à autoridade policial competente quando o crime for claramente de
§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção competência da Justiça comum.
ou chefia, ou aquêle que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou OFICIAL GENERAL COMO INFRATOR
determine que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, §4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro
uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe incumba reprim ir ou evitar. e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites regulamentares.
Infração de natureza não militar As Auditorias Militares não têm competência para julgar oficiais generais, pois
§ 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza militar, estes gozam de prerrogativa de foro em razão da função, e são julgados perante o STM.
comunicará o fato à autoridade policial competente, a quem fará apresentar INDÍCIOS CONTRA OFICIAL DE POSTO SUPERIOR OU MAIS
o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação ANTIGO NO CURSO DO INQUÉRITO
será feita ao Juiz de Menores. §5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios
Oficial general como infrator contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias
§ 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o fato ao para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2º do art. 7º.
ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites Imagine a seguinte situação: diante de indícios do cometimento de crime por um
regulamentares. tenente, um capitão é designado para conduzir as investigações, mas no curso das
Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no curso do diligências ele conclui que também houve a participação de um major.
inquérito§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a Neste caso o capitão deve suspender o curso do inquérito e comunicar à
existência de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou mais autoridade que delegou a atribuição, para que esta determine novo encarregado, de posto
antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam superior ao do major envolvido.
delegadas a outro oficial, nos têrmos do § 2° do art. 7º. (Brasil, 1969)

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 4 de 64
Nada impede, porém, que, no decorrer de IPM conduzido pelo capitão, um major i) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
j) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido,
seja ouvido na qualidade de testemunha. Não nenhuma irregularidade nesse procedimento. quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a
O que não é possível é que o superior do encarregado esteja sendo investigado. independência para a realização de perícias ou exames. (Brasil, 1969)
ESCRIVÃO DO INQUÉRITO
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, Lembre -se de que o encarregado do IPM pode ser a própria autoridade policial,
recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, bem como aquele que recebe delegação para exercer esta atividade. Primeiramente ele deve
subtenente ou suboficial, nos demais casos. adotar as medidas previstas no art. 12, o que pode ser feito, inclusive, antes da formalização
COMPROMISSO LEGAL da delegação.
Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do Os exames e perícias previstos na alínea F podem ser requisitados às autoridades
inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função. civis. Estes são os procedimentos considerados como efetivamente instrutórios da ação
Não pode ser designada praça como escrivão no IPM que apura infração penal penal, nos termos do parágrafo único do art. 9º.
cometida por oficial. Nada impede, porém, que seja designado como escrivão um militar Se o encarregado do IPM perceber que o ofendido, testemunha ou perito está
de posto superior ao de tenente. sofrendo ameaça ou coação, é de sua responsabilidade tomar as medidas necessárias para
Em se tratando o indiciado de praça ou civil, deve ser designado como escrivão protegê-los, nos termos da alínea I.
um sargento, subtenente ou suboficial. RECONSTITUIÇÃO DOS FATOS
MEDIDAS PRELIMINARES AO INQUÉRITO Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada
de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à reprodução simulada
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente
ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: contra a hierarquia ou a disciplina militar.
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, O encarregado do IPM pode promove a reprodução simulada dos fatos, desde que
enquanto necessário; (Vide Lei nº 6.174, de 1974)
esta não atente contra a moralidade ou a ordem pública. Até aí temos regras muito
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; semelhantes às aplicáveis à investigação policial comum, mas o CPPM proíbe também a
d) colhêr tôdas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. reconstituição que atente contra a hierarquia e a disciplina militares.
(Brasil, 1969) ASSISTÊNCIA DE PROCURADOR
Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional
O encarregado pode adotar essas medidas mesmo antes de ser publicada a importância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar do
portaria de delegação. Essas medidas estão relacionadas à preservação do local do crime procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência.
para perícias, apreensão de instrumentos relacionados ao crime, prisão do infrator e Aqui o legislador está se referindo aos promotores e procuradores de justiça
colheita de provas. militar. Chamo sua atenção para o fato de que, à época, os cargos não tinham esses nomes,
FORMAÇÃO DO INQUÉRITO e por isso a imprecisão do dispositivo.
Pela redação do dispositivo, você pode ser enganado e pensar que o membro do
Formação do inquérito MPM vai obedecer às ordens do encarregado do IPM. Na realidade, o Procurador- Geral
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação dêste: indicará um membro do MPM para acompanhar as investigações, sendo possível inclusive
Atribuição do seu encarregado que ele requisite diligências ao encarregado.
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
ENCARREGADO DE INQUÉRITO. REQUISITOS.
c) ouvir o indiciado; Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto
d) ouvir testemunhas; não inferior ao de capitão ou capitão-tenente ; e, em se tratando de infração penal
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações; contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida,
g) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros
exames e perícias;
em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.
h) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou
danificada, ou da qual houve indébita apropriação;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 5 de 64
Não há propriamente uma obrigatoriedade, mas sempre que possível o encarregado flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
do IPM, além ser oficial, deve ser, pelo menos, um capitão (Exército ou Aeronáutica) ou salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
capitão-tenente (posto de capitão na Marinha). lei”.
Oficial superior é, pelo menos, um major. Tenentes e capitães são chamados de Perceba, porém, que a prisão para investigação somente é aplicável no caso de
oficiais subalternos, enquanto os majores, tenentes-coronéis e coronéis são chamados de crimes propriamente militares. Infelizmente a Constituição não determina que crimes
oficiais superiores. são esses, mas o assunto é tratado amplamente pelos estudiosos do Direito Penal Militar.
Hoje há uma lei específica tratando dos crimes contra a segurança nacional (Lei nº PRISÃO PREVENTIVA E MENAGEM. SOLICITAÇÃO.
7.170/1983). Com a Constituição de 1988 a competência para julgar esses crimes foi Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará,
deslocada para a Justiça Federal. dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão
SIGILO DO INQUÉRITO preventiva ou de menagem, do indiciado.
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele A menagem ocorre quando o indiciado não fica exatamente restrito às
tome conhecimento o advogado do indiciado. instalações prisionais, mas tem sua liberdade circunscrita às dependências da unidade
Este dispositivo também deve ser interpretado à luz da Constituição Federal. O militar em que serve.
inquérito continua sendo sigiloso, pelas razões que já expomos, mas hoje o encarregado do INQUIRIÇÃO DURANTE O DIA
IPM é obrigado a dar vista do inquérito tanto ao advogado do indiciado quanto aos membros Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que
do Ministério Público Militar. constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie
Na realidade, o mais correto hoje seria dizer que as investigações são sigilosas, e entre as sete e as dezoito horas.
não propriamente o inquérito. Uma vez realizada a ação de investigativa, não há problema INQUIRIÇÃO. ASSENTADA DE INÍCIO, INTERRUPÇÃO E
em franquear acesso aos autos do inquérito ao advogado do indiciado ou ao membro do ENCERRAMENTO
Ministério Público. §1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições ou
O encarregado do IPM deve franquear acesso aos autos do inquérito ao advogado depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções, no final daquele
do indiciado e aos membros do Ministério Público Militar. período.
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO. PRAZO. INQUIRIÇÃO. LIMITE DE TEMPO
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o
indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. §2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe
Fica bem claro para nós que este dispositivo não foi recepcionado pela facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele
Constituição de 1988, não é verdade? termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para
Ele fere diretamente o art. 136, §3º, IV: “é vedada a incomunicabilidade do preso”. prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito.
§3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o
DETENÇÃO DE INDICIADO for, salvo caso de urgência. (Brasil, 1969)

Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as
investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária Há um horário determinado para a oitiva de testemunhas (7h às 18h), apesar de
competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da o próprio dispositivo abrir a possibilidade de exceções em casos urgentes.
Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do A assentada lavrada pelo escrivão, mencionada no §1º, corresponde à ata, por
inquérito e por via hierárquica. meio da qual os acontecimentos são registrados..
Esta é a famosa “prisão para averiguações”, e permite que o indiciado fosse detido
independentemente de flagrante delito apenas para fins de investigação. (Brasil, 1969) As testemunhas também não podem ser ouvidas por mais de 4h consecutivas.
Se for necessário mais tempo, deve ser concedido à testemunha o período de 30min de
O prazo que inicialmente é de até trinta dias ainda pode ser prorrogado por descanso. Se ainda assim não for possível concluir a oitiva até às 18h, o procedimento
mais vinte por ato do comandante da Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea deve continuar no dia útil seguinte. É possível também a oitiva em dia não útil em caso de
(hoje se chama Comando Aéreo). urgência.
Num primeiro momento pode parecer que este dispositivo não foi recepcionado PRAZOS PARA TERMINAÇÃO DO INQUÉRITO
pela Constituição, mas o art. 5º, LXI, determina que “ninguém será preso senão em

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 6 de 64
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver situação esdrúxula, quando o Juiz-Auditor entende que não são necessárias novas
preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no diligências, e por essa razão não remete o inquérito de volta para o encarregado.
prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que O prazo para conclusão do inquérito é de vinte dias, se o indiciado estiver preso,
se instaurar o inquérito. e de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto. Os prazos são contados da data em
PRORROGAÇÃO DE PRAZO que foi efetuada a prisão ou da data em que foi instaurado o inquérito, prevalecendo o
§1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela menor.
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já DEDUÇÃO EM FAVOR DOS PRAZOS
iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. §3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo
O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser motivo previsto no § 5º do art. 10.
atendido antes da terminação do prazo. O §5º do art. 10 trata da situação em que o oficial encarregado descobre que um
DILIGÊNCIAS NÃO CONCLUÍDAS ATÉ O INQUÉRITO superior hierárquico seu teve envolvimento com o fato criminoso. Já vimos que nesta
situação o encarregado deve suspender o IPM e comunicar o fato à autoridade policial
militar, que indicará outro encarregado.
§2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a
juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos No período entre a suspensão e a nomeação do novo encarregado, o prazo para
nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente conclusão do IPM é suspenso. Cuidado, pois a redação do dispositivo pode confundir
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o você, uma vez que utiliza o termo “interrupção”, quando na verdade trata de caso de
encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as
testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.(Brasil, 1969)
suspensão.
REUNIÃO E ORDEM DAS PEÇAS DE INQUÉRITO
Art. 21. Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas
Atenção aqui! Estes detalhes são muito cobrados em provas! O inquérito deve num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e
ser encerrado em vinte dias se o indiciado estiver preso. Este prazo, porém, não é rubricadas, pelo escrivão.
contado a partir da instauração do inquérito, mas sim da data em que o indiciado foi JUNTADA DE DOCUMENTO
preso. Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do
encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data.
Se o indiciado estiver solto o prazo será de quarenta dias, e agora sim a
Importante que a juntada de documentos observe a ordem cronológica. Isto facilita
contagem se faz a partir da portaria que instaurou o IPM.
bastante o entendimento acerca do desenrolar dos fatos e das ações investigativas
Alguns autores chamam atenção para a necessidade de concluir o inquérito no
realizadas. Quanto à obrigatoriedade de datilografar as folhas do IPM, obviamente isto
menor dos dois prazos. Não faria sentido, por exemplo, o indiciado ser preso no 35º dia
agora é letra morta.
de investigação e o prazo para conclusão do IPM ser de vinte dias a partir da prisão.
Quando o encarregado do IPM pleitear uma diligência e ela for cumprida, ele
O prazo de quarenta dias pode ser prorrogado por mais vinte. Geralmente o
mesmo despachará pela juntada dos documentos comprobatórios, que será providenciada
pedido de prorrogação é feito pelo encarregado do IPM ao Juiz- Auditor, em que pese a
pelo escrivão mediante termo de juntada.
Doutrina defenda que o mais correto seria dirigir a solicitação ao membro do MPM.
RELATÓRIO
Jorge César de Assis comenta o §2º no sentido de que a possibilidade de
prorrogar o prazo por ato do Ministro competente, diante de dificuldade insuperável, não
é mais aplicável. Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado
Geralmente o tratamento de diligências não concluídas cabe ao membro do mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação
do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração
MPM. Se ele perceber que deve ser concluída alguma diligência, os autos do inquérito são disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso,
devolvidos ao encarregado para conclusão. Isso ocorre inclusive com relação a justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
testemunhas não ouvidas, pois o membro do MPM dificilmente assume o risco de (Brasil, 1969)
arrolar no processo pessoa que não foi ouvida antes em sede de IPM.
Há muitas críticas da Doutrina em razão da determinação legal para que o Juiz-
Auditor figure como intermediário entre o encarregado do IPM e o MPM. Pode haver uma SOLUÇÃO

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 7 de 64
§1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu permanentes ou especiais de justiça julgam crimes militares no âmbito de qualquer uma
encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe das forças.
homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração Hoje somente em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo há mais de uma auditoria.
disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. Nestas localidades a 1ª Auditoria deve receber os inquéritos e providenciar a distribuição
ADVOCAÇÃO paritária.
§2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou Se o crime militar for cometido fora do território nacional, a competência para
poderá avocá- lo e dar solução diferente. julgá-lo será da 11ª Circunscrição Judiciária Militar, com sede em Brasília.
O inquérito deve ser encerrado com um relatório detalhado, mencionando todas ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO. PROIBIÇÃO
as ações investigativas realizadas, concluindo acerca da maneira como ocorreram os fatos Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito,
e da existência infração disciplinar ou de indícios de crime militar. embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
Caso o IPM tenha sido conduzido por meio de delegação, os autos devem ser O IPM, depois de aberto, não pode ser arquivado pela autoridade policial
enviados à autoridade que detêm competência para o exercício das atribuições de militar . Ele deve ser obrigatoriamente remetido à Auditoria Militar, e dela ao Ministério
Polícia Judiciária Militar. A autoridade pode concordar ou não com as conclusões do Público, para que decida sobre a necessidade do oferecimento de denúncia.
relatório, e ainda determinar novas diligências ou aplicar diretamente sanção disciplinar, Essa obrigatoriedade persiste ainda que no relatório a autoridade policial conclua
se for o caso. pela inexistência do crime ou pela não autoria do indiciado.
Cabe também à autoridade policial militar avocar o inquérito e dar a ele solução INSTAURAÇÃO DE NOVO INQUÉRITO
diferente, se discordar da forma como foi conduzido ou das conclusões trazidas no
relatório.
O MPM não está obrigado a compreender os fatos da mesma maneira que o fez a Art. 25 . O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de
Polícia Judiciária Militar. Nada impede, por exemplo, que a autoridade policial militar outro , se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao
entenda que houve crime militar e o MPM entenda que não é competente para promover a indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os
ação penal. casos de extinção da punibilidade.
DA REMESSA §1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os
autos ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10,
letra c.
REMESSA DO INQUÉRITO À AUDITORIA DA CIRCUNSCRIÇÃO
Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária §2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos
Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, bem como autos, se entender inadequada a instauração do inquérito.(Brasil,
dos objetos que interessem à sua prova. 1969)
REMESSA A AUDITORIAS ESPECIALIZADAS
§1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização de cada uma. Onde houver mais Um novo IPM pode ser instaurado para investigar os mesmos fatos de outro
de uma na mesma sede, especializada ou não, a remessa será feita à primeira Auditoria, inquérito arquivado, desde que surjam novas provas.
para a respectiva distribuição. Os incidentes ocorridos no curso do inquérito serão Aqui temos uma hipótese de aplicação da cláusula rebus sic stantibus.
resolvidos pelo juiz a que couber tomar conhecimento do inquérito, por distribuição.
§2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão remetidos à 1ª Auditoria
Obviamente não é possível instaurar IPM para investigar fato já julgado ou cuja
da Circunscrição com sede na Capital da União, atendida, contudo, a especialização referida punibilidade já foi extinta (em razão da prescrição, por exemplo).
o § 1º. (Brasil, 1969) DEVOLUÇÃO DE AUTOS DE INQUÉRITO

Após a solução do inquérito, os autos serão enviados para a Auditoria Militar


juntamente com eventuais provas materiais que façam parte do IPM. Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não
ser:
Hoje não mais existem as auditorias especializadas. Até alguns anos atrás havia I – mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas
auditorias para cada uma das forças armadas. Hoje as auditorias são mistas, e os conselhos imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
II– por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades
previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 8 de 64
Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte dias,
para a restituição dos autos. (Brasil, 1969) 2 – SINDICÂNCIA – PORTARIA Nº 182/2012
A Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte definiu as regras uniformes
Hoje a possibilidade prevista no inciso II não é mais possível, pois não cabe ao para a formalização de sindicância com a Portaria do Comando Geral nº 182/2012, de 02
juiz imiscuir-se na investigação e produção das provas por parte da Polícia de agosto de 2012, publicada no Boletim Geral n° 149 de 08 de agosto de 2012.
Judiciária Militar. Não pode o juiz determinar a devolução do inquérito, a não ser por Pela portaria 182/2012 podemos definir sindicância como “meio inicial de
requisição do MPM (prevista no inciso I). apuração de irregularidades cometidas no âmbito da Polícia Militar do Rio Grande do
SUFICIÊNCIA DO AUTO EM FLAGRANTE DELITO Norte (PMRN), a fim de elucidar os fatos e indicar sua autoria, podendo resultar na
proposta de aplicação das punições disciplinares previstas na legislação castrense” (art.
1º).
Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de De acordo com Hely Lopes Meirelles, a Sindicância “[...] é meio sumário de
flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de
elucidação de irregularidades no serviço público para subsequente instauração de processo
corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação,
quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da e punição ao infrator. Ademais, a sindicância tem sido desvirtuada e promovida como
autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20. instrumento de punição de pequenas faltas de servidores, caso em que deverá haver
(Brasil, 1969) oportunidade de defesa para validade da sanção aplicada. (MEIRELLES, Hely Lopes.
Direito Administrativo Brasileiro. 21ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1996. p. 602)”.
Quando o militar é preso em flagrante delito, não se abre automaticamente um Já Maria Sylvia Di Pietro, recorrendo-se a um processo de cognição dedutivo a
IPM, mas apenas um Auto de Prisão em Flagrante (APF). Se o APF já contiver todos os partir de um estudo semântico discorre que “No idioma de origem, os elementos
elementos necessários a subsidiar a propositura da ação penal, os autos podem ser componentes da palavra sindicância, de origem grega, são o prefixo syn (junto, com,
enviados diretamente à Auditoria Militar, e dela para o MPM. juntamente com) e dic (mostrar, fazer ver, pôr em evidência), ligando-se este segundo
Esta possibilidade não é aplicável para os casos em que a comprovação do elemento ao verbo deiknymi, cuja acepção é mostrar, fazer, ver. Assim, sindicância
crime depende de perícia, caso em que será necessário instaurar IPM e requisitar as significa, em português, à letra, a operação cuja finalidade é trazer à tona, fazer ver,
diligências nesse sentido. revelar ou mostrar algo, que se acha oculto. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito
DISPENSA DE INQUÉRITO Administrativo. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2005 pág. 559)”
Primeiramente é preciso entender que o instrumento Sindicância Administrativa
não é um privilégio das Corporações Militares, sendo a figura utilizada também em todos
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo os órgãos que compõem o serviço público, cada qual é verdade, com sua própria
Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas
regulação.
materiais; Na Polícia Militar do RN, a sindicância será utilizada para
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja investigação/esclarecimento de uma conduta irregular que não estiver bem definida ou
identificado; quando, ainda que definida, desconhecer-se sua autoria. A sindicância
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar. (Brasil, 1969)
também poderá ser utilizada para apurar outros atos ou fatos distintos de
irregularidades ou faltas funcionais, mas que por sua natureza ou circunstâncias possam,
O MPM pode perfeitamente oferecer a denúncia mesmo que não haja IPM. de qualquer modo, interessar à administração militar, conforme dicção dos § § 2º e 3º do
Algumas vezes o fato chega diretamente ao conhecimento do MPM, sem nenhuma art. 1º da portaria nº 182/2012.
atuação da autoridade policial militar. Destaque-se que mesmo com natureza inquisitiva será assegurado ao acusado ampla
Os crimes contra a honra e os previstos nos arts. 341 e 349 (desacato e defesa e utilização dos meios de prova admitidos em direito, sendo a apuração dos fatos regida
desobediência a decisão judicial) são de prova simples, e por isso prescindem da pelos princípios da celeridade, simplicidade e economia processual.
instauração de IPM. O Conceito de sindicância e dua finalidadeconforme a PORTARIA Nº 182/2012-
Lembre-se que em todos esses casos o MPM tem total liberdade para requisitar GCG, de 02 de Agosto de 2012 são,
diligências, ainda que não haja IPM instaurado.,
Capítulo I

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 9 de 64
DO CONCEITO DE SINDICÂNCIA E DA FINALIDADE poderes necessários à condução da sindicância, desde que não obste o conhecimento da
Art. 1º - Sindicância é o meio inicial de apuração de irregularidades cometidas no âmbito da
verdade dos fatos.
Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), a fim de elucidar os fatos e indicar sua
autoria, podendo resultar na proposta de aplicação das punições disciplinares
Grife -se que o sindicante, a critério da autoridade designante e quando a
previstas na legislação castrense. apuração for por esta considerada complexa ou acarretar grande volume de trabalho,
§ 1º - A sindicância obedecerá ao princípio do inquisitório, assegurada ao acusado ampla poderá ser dispensado do desempenho de suas atribuições ordinárias em sua OPM, até a
defesa e utilização dos meios de prova admitidos em direito, sendo a apuração dos fatos conclusão da sindicância.
regida pelos princípios da celeridade, simplicidade e economia processual.
§ 2º - A sindicância será promovida quando a conduta irregular não estiver bem definida ou
Por sua vez a designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, devendo
quando, ainda que definida, desconhecer-se sua autoria. recair em Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for
§ 3º - A sindicância também poderá ser utilizada para apurar outros atos ou fatos distintos de Oficial, ou em qualquer nível de graduação se o sindicado for Praça, sendo exigida
irregularidades ou faltas funcionais, mas que por sua natureza ou circunstâncias possam, de apenas a prática em digitação.
qualquer modo, interessar à administração militar. (Rio Grande do Norte, 2012)
Por fim ao ser nomeado o escrivão prestará o compromisso de manter o sigilo
dos trabalhos e de cumprir fielmente as determinações que lhes forem passadas, sob pena
de responsabilidade.
DA PORTARIA INICIAL
DA SUSPEIÇÃO E DO IMPEDIMENTO
A Portaria de uma Sindicância é o documento oficial de acusação, tal qual a
Os casos de suspeição e impedimento estipulados na portaria nº 182/2012
Denúncia do Ministério Público para o Processo Crime. Assim sendo é dos fatos narrados
prescrevem hipóteses de vedação para a designação do sindicante. Logo surgindo qualquer
na Portaria Inicial que irá se defender o sindicado, não podendo, por isso mesmo, ser ele
das situações previstas, ainda que no curso da sindicância, deve haver a substituição do
punido por qualquer fato que não esteja ali presente. A portaria deve ser publicada em
sindicante pela Autoridade Designante.
Boletim Geral ou Boletim Interno conforme art. 3º e 4º da portaria nº 182/2012.
São casos de impedimento (art. 6º), não podendo figurar como sindicante:
Nesse sentido o Comandante que tiver ciência ou notícia de qualquer
o militar que formulou a acusação;
circunstância irregular é obrigado a providenciar, no âmbito do seu Comando, a apuração
o militar que tiver interesse na decisão da sindicância;
dos fatos e das responsabilidades.
o militar que tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo
Podem instaurar sindicância o Comandante Geral, o Chefe do Estado Maior
ou afim, na linha reta ou até o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza
Geral (EMG), os Diretores, os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seções do
civil;
EMG e os Comandantes de unidades, operacionais, administrativas ou de ensino, até o
A suspeição pode ser alegada pelo próprio sindicante se algum fato sindicante
nível de Companhia.
ameaçar o desempenho de suas atividades com independência e imparcialidade.
Se a situação, objeto de averiguação, for relativa a militares estaduais integrantes
Por fim, se durante o curso da sindicância o sindicante verificar a existência de
de unidades subordinadas a Grandes Comandos diversos ou a diferentes seções e
indícios contra sindicado mais antigo ou de posto/graduação superior ao seu, concluirá os
diretorias, a instauração da sindicância caberá
autos e os remeterá à autoridade designante, que providenciará a designação de outro
à autoridade que seja imediatamente superior aos referidos comandos dos sindicados na
oficial/praça mais antigo ou superior ao sindicado, o qual dará prosseguimento à apuração.
cadeia hierárquica da Corporação.
DA INSTRUÇÃO
Corresponde a todo o conjunto das provas, inquirições, perícias que se buscou na
DA DESIGNAÇÃO DO SINDICANTE E DO ESCRIVÃO
apuração, com vistas ao esclarecimento dos fatos contidos como irregulares.
A designação do Sindicante é realizada pela autoridade competente para instaurar
É nessa fase procedimental que o sindicante vai desenvolver os trabalhos para de
a sindicância e deverá recair sobre Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou
fato apurar e documentar os fatos ocorridos e objeto da sindicância.
Sargento PM, observadas as regras de hierarquia.
Assim o sindicante, tão logo receba a portaria de instauração, deverá adotar as
Deve ser observado que o sindicante não poderá ter condição hierárquica inferior
seguintes providências:
à do sindicado, quando este for conhecido.
➢autuar os documentos de origem;
Uma vez designado, o sindicante exercerá suas atividades com independência e
➢designar e nomear o escrivão;
imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
➢ expedir os ofícios ou memorandos de convocação, que devem ser recebidos
interesse da administração, sendo-lhe conferidos pela portaria de instauração todos os
formalmente pelo convocado ou por pessoa de sua confiança, no caso de impossibilidade
física;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 10 de 64
➢ ouvir o sindicado, o ofendido, as testemunhas e outras pessoas que possam Militar de Saúde (JPMS) para que seja submetido a inspeção de saúde para fins
prestar esclarecimentos; disciplinares, ficando a sindicância sobrestada e suspenso o prazo para sua conclusão.
➢ produzir as provas que se mostrarem necessárias e atinentes ao fato sob Sendo o sindicado considerado apto, a sindicância será retomada e o prazo restante
apuração, esclarecendo as circunstâncias e determinando a autoria, se for o caso. para sua conclusão continuará a partir da data de recebimento do parecer da JPMS pelo
Nos autos da sindicância deverão ser anexados quaisquer documentos ou provas sindicante. Sendo inapto, a sindicância será encerrada e remetida à autoridade designante,
úteis à investigação. Consideram-se documentos quaisquer escritos ou papéis, públicos ou para providências decorrentes.
particulares. Sendo fotocópia ou outro tipo de cópia, será autenticado por oficial que DA PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO
conheça seu conteúdo original. Os documentos originais da Sindicância, tais como a A portaria nº 181/2012 permite que o sindicado constitua Advogado para
Portaria de designação. acompanha-lo, podendo o causídico assistir o interrogatório, bem como a inquirição das
Também os documentos produzidos pelo Sindicante, como as termos para oitivas testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-lhe, porém,
de Testemunhas, do Sindicado, da Vítima, etc não precisam de juntada. No entanto, os reinquiri-las por intermédio do sindicante.
documentos que o Sindicante receba no decorrer da apuração dos fatos ou que os busque, Destaque-se que a presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado
como ofícios, certidões, recortes, orçamentos de danos, perícias, etc, juntará aos autos com dispõe, não uma obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional
um TERMO DE JUNTADA. não invalida a sindicância
Para ouvir pessoas durante o procedimento deve o sindicante utilizar-se das DAS TESTEMUNHAS
“oitivas” tendo as seguintes designações: No procedimento em comento podem ser ouvidos até oito (8) testemunha, sendo
➢termo de perguntas, para o indicado; justificável a oitiva de outras necessárias à perfeita elucidação do fato.
➢termo de declarações, para o ofendido; Diz a Lei (CPP) que qualquer pessoa pode ser testemunha. No entanto é preciso o
➢termo de inquirição, para a testemunha; Sindicante atentar para menores de 18 anos; deficientes mentais; parentes da vítima ou do
➢ termo de informações, para crianças e adolescentes, enfermos ou sindicado, ou amigos íntimos e pessoas que guardam segredos, como sacerdotes, médicos,
deficientes mentais, legalmente assistidos, bem como para os informantes. advogados, etc.
Cada testemunhas será inquiridas separadamente e seu depoimento será prestado
DO SINDICADO
oralmente e reduzido a termo, não sendo permitido ao depoente trazê-lo por escrito. A
O sindicante promoverá o termo de perguntas ao sindicado, qualificando-o pelo
testemunha poderá realizar, breve consulta a apontamentos ou consulta ao seu advogado.
nome completo, posto/graduação, filiação, número de matrícula funcional, CPF e lotação
Havendo necessidade de oitiva de testemunha que seja superior hierárquico ao
atual, dando-lhe ciência do motivo ensejador da sindicância. O comparecimento de militar
sindicante ou de autoridade civil, esta receberá ofício contendo o elenco de perguntas a serem
ou servidor público para prestar declarações será requisitado ao respectivo Comandante,
respondidas.
Chefe ou Diretor.
No caso do superior hierárquico ao sindicante ou da autoridade civil se negar a
Recusando-se o sindicado a receber a convocação duas testemunhas poderão
atender ao solicitado, a cópia do expediente deverá ser anexada aos autos, devendo o escrivão
atestar tal fato, igualmente por escrito e no próprio documento de convocação.
certificar tal recusa e comunicar o fato ao sindicante para a adoção das providências
Caso o sindicado, sem motivo justificado, não compareça, a sindicância seguirá à
necessárias.
revelia do sindicado. Destaque-se que havendo mais de um sindicado, cada um deles será
Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não puder assinar, deverá o sindicante solicitar
ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou
a alguém que faça a leitura, na presença de duas testemunhas, consignando no termo o
circunstâncias será promovida a acareação entre eles.
motivo de tal procedimento, a assinatura das testemunhas e a impressão digital da pessoa
Urge salientar que é assegurado ao sindicado o direito de acompanhar a
ouvida.
sindicância pessoalmente ou por intermédio de procurador (advogado), bem como solicitar
Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se- á à
o arrolamento e a reinquirição de testemunhas, a produção de provas e contraprovas e a
acareação entre os depoentes.
formulação de quesitos quando se tratar de prova pericial, cabendo ao sindicante decidir,
DAS DILIGÊNCIAS
motivadamente, sobre o deferimento ou não de tais solicitações.
Segundo o art. 23 da portaria nº 182/2012 Diligência é todo ato ou solenidade
DO INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL DO SINDICADO
promovida para uma apuração específica, como vistoria de um local, exame pericial,
Na condução dos trabalhos poderá surgir dúvida sobre a sanidade mental do
reconstituição simulada e outros atos.
sindicado. Nesse ponto devera o sindicante o encaminha o sindicado à Junta Policial

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 11 de 64
Para o reconhecimento de reconhecimento de pessoas ou coisas serão observadas as fatos que originaram a sindicância, apreciação dos depoimentos colhidos, das provas, das
disposições constantes nos arts. 368 a 370 do Código de Processo Penal Militar. diligências promovidas, da defesa e a conclusão.
DA ACAREAÇÃO É no relatório que serão descritas todas as provas em sequência lógica e que darão
A acareação é utilizada para esclarecimento de divergências sobre fatos e sustentáculo ao parecer final do Sindicante. Deve ele quando de seu parecer final apontar
circunstâncias relevantes acerca da irregularidade que se apura. claramente se houve ou não a transgressão disciplinar e qual o enquadramento cabível, as
As acareações serão reduzidas a termo e não será admitida a acareação entre circunstâncias atenuantes e agravantes que vislumbra, deixando para a autoridade
subordinado e superior hierárquico. solucionadora apenas o crivo de acompanhar ou não seu parecer.
DA CARTA PRECATÓRIA O sindicante pode optar por uma das seguintes hipóteses em sua conclusão:
A carta precatória é o meio procedimental necessário para a realização de atos fora a absolvição do sindicado e arquivamento da sindicância;
da circunscrição do sindicante. a aplicação de punição disciplinar ao sindicado;
A carta precatória será expedida por ofício, que poderá ser encaminhado mediante desde que os fatos apurados contrariem a ética, a honra pessoal, o pundonor policial
fac-símile ou correio eletrônico, cabendo ao deprecante formular os questionamentos a serem militar e o decoro da classe, a instauração de:
respondidos. a) Processo Administrativo Disciplinar (PAD), se o sindicado for praça não
DA DEFESA estável;
Encerrados os depoimentos e as diligências necessárias, o sindicante ponderará b) Conselho de Disciplina (CD) se o sindicado for praça especial ou estável;
sobre a existência ou não da infração e da sua autoria. c) Conselho de Justificação (CJ), se o sindicado for Oficial PM;
Concluindo pela não ocorrência de infração ou pela impossibilidade de identificar a d) Conselho de Conduta (CC), se o sindicado for aluno de um dos cursos de
autoria o sindicante elaborará relatório final, propondo o arquivamento dos autos. formação da PMRN;
Entretanto, concluindo pela ocorrência de infração disciplinar, antes da elaboração e) a instauração de IPM, quando o fato apurado apresentar indícios de crime
do relatório final o sindicante notificará o sindicado, abrir-lhe-á vistas dos autos e previsto no Código Penal Militar.
estabelecerá prazo de 5 (cinco) dias para que apresente sua defesa escrita. DAS PROVIDÊNCIAS DA AUTORIDADE DESIGNANTE
A defesa do sindicado será feita: Concluído o relatório final pelo sindicante, os autos da sindicância serão remetidos a
se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por advogado; Autoridade Designante que caso concorde com a solução do sindicante, terá até 20 (vinte)
se for Praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial PM por ele dias, para aprovara o relatório final e elabora a solução da sindicância, publicando-a em
indicado ou por advogado; boletim próprio e adotando as providências decorrentes.
É na solução que a autoridade delegante aplicará o desfecho cabível ao caso.
Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo legal (5 dias) ou
Caso a Autoridade Designante não concorde com a conclusão apontada pelo
seja revel, o sindicante, observadas as regras de hierarquia, designará um Oficial PM,
Sindicante, o avocará e determinará as providências que julgar necessárias, no prazo que
preferencialmente bacharel em Direito, para fazê-lo em até 5 (cinco) dias.
estipular.
Cumpre ressaltar que sem a defesa escrita não poderá ser a sindicância encerrada,
Noutro ponto, vale esclarecer que o princípio da motivação dos atos administrativos
salvo em caso de conclusão pelo arquivamento ou impossibilidade de identificação da autoria
impõe ao Comandante que, caso discorde de algum ponto traçado pelo sindicante, descreva-o
do fato apurado.
sucintamente e demonstrando as razões pela qual não acompanha o entendimento do
DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA
sindicante.
A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da publicação da
Destaque-se ainda que não implica nulidade da sindicância caso a solução dada pela
portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada pelo período necessário à completa elucidação
Autoridade Designante ocorra fora do prazo de 20 dias.
do fato, mediante solicitação fundamentada e tempestiva do sindicante, e sempre a critério da
DOS RECURSOS
Autoridade Designante.
O sindicado que se sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado poderá interpor
DO RELATÓRIO FINAL DO SINDICANTE
recurso, segundo a legislação vigente na Corporação (Art. 56 do RDPM) iniciando o prazo
Após encerradas as diligencias de instrução e anexado aos autos as razões de defesa
recursal com a publicação da solução da sindicância elaborada pela Autoridade Designante
(salvo em caso de conclusão pelo arquivamento ou impossibilidade de identificação da
em boletim geral ou interno (art. 56 e seguintes do Decreto Estadual nº 8.336, de 12/02/82-
autoria do fato apurado) deverá o Sindicante elaborar o relatório final com um resumo dos
RDPM).

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 12 de 64
Caso o recurso interposto seja deferido, a autoridade designante fará publicar o seu O Termo Circunstanciado é uma espécie de boletim de ocorrência policial mais
resultado em boletim e adotará as providências decorrentes. detalhado, porém sem as formalidades exigidas no inquérito policial, contendo a notícia de
Não sendo interposto recurso ou o recurso interposto seja indeferido, a Autoridade uma infração penal de menor potencial ofensivo (notitia criminis). Ou seja, trata-se da
Designante tomará as seguintes providências: narração sucinta do fato delituoso, com local e hora verificados, acrescida de breves relatos
➢ certificará o trânsito em julgado da solução da sindicância após o decurso do de autor, vítima e testemunha(s), bem como, citando-se objeto(s) apreendido(s),
prazo legal; relacionado(s) à infração, se houve, podendo conter, ainda, dependendo do delito, a indicação
➢ elaborará a respectiva nota de punição e determinará sua publicação em das perícias requeridas pela autoridade policial que o lavrou.
boletim; Este "boletim de ocorrência", lavrado pela autoridade policial, seja civil ou militar,
➢ providenciará o cumprimento da penalidade pelo sindicado. como veremos adiante, despido de inúmeras formalidades que o Inquérito Policial exige, é
➢ Por fim o recurso interposto não pode agravar a situação do sindicado, logo encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente.
não poderá ocorrer agravamento de punição. O Termo Circunstanciado é, pois, não só um expediente que substitui o arcaico
DA PENALIDADE inquérito policial, mas também um mecanismo pré-processual que visa atender todos os
Se a penalidade a ser imposta ao sindicado pela Autoridade Designante exceder a princípios norteadores da Lei nº 9.099/95, expressos no seu art. 2º (princípios da oralidade, da
sua alçada, esta encaminhará os autos à autoridade competente, que decidirá sobre a punição simplicidade, da informalidade, da economia processual e da celeridade).
com base no ANEXO II - do Decreto 8.336, – RDPM e tomará as seguintes medidas: Em que pese o Termo Circunstanciado já ser uma realidade jurídica e fática desde o
providenciará a elaboração e publicação da respectiva nota de punição; ano de 1995, alguns doutrinadores e estudiosos ainda discutem o conceito de "autoridade
remeterá os autos de volta à autoridade designante, para que providencie o policial" insculpido no artigo 69, da Lei nº 9.099/95, objetivando determinar quem seria
cumprimento da punição imposta ao sindicado. competente para a lavratura do Termo Circunstanciado.
O cumprimento da punição disciplinar privativa de liberdade imposta ao sindicado Assim está expressa a norma referenciada: “Art. 69. A autoridade policial que
somente poderá ter início após a publicação da nota de punição em boletim, salvo o disposto tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
nos artigos 30 e 38 do Decreto 8.336, 12.02.82 – RDPM. imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
DO ARQUIVAMENTO dos exames periciais necessários”.
Efetuadas todas as publicações e cumprimento dos demais atos necessários, a A maioria da doutrina, adiante citada, acompanhada da jurisprudência, entende que
Autoridade Designante dará por encerrada a sindicância e remeterá os autos à Assessoria o conceito de "autoridade policial", para fins de lavratura do termo e posterior
Administrativa do Gabinete do Comando Geral, para arquivamento. encaminhamento ao Judiciário, não encerra no delegado de polícia, e muitos são os
DA PRESCRIÇÃO argumentos.
Segundo a portaria nº 182/2012 a prescrição para a instauração de sindicância De acordo com o Enunciado 34 dos Magistrados Coordenadores dos Juizados
verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data em que a autoridade competente para aplicar a Criminais no Brasil, “Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá
punição disciplinar tome conhecimento do fato ou circunstância irregular e a prescrição ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar”.
punitiva da sindicância verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data de publicação da Resta claro que a Carta Magna não conferiu às Polícias Civis a atribuição exclusiva
portaria de instauração. para exercer as funções de polícia judiciária, como o fez poder constituinte originário ao
3 – TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA –TCO tratar da Polícia Federal, em que pese esta afirmação tornar-se irrelevante, tendo-se em vista
A Lei Federal nº 9.099/95, criou os Juizados Especiais Criminais e Cíveis, buscando que, conforme o parecer supracitado, a lavratura do Termo Circunstanciado não constitui ato
uma Justiça mais célere e eficiente, pelo menos no que tange ao tratamento dispensado às de polícia judiciária. Isto porque desprovido de uma atividade investigatória, como aquela
infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no artigo 61 da Lei nº 9.009/95, que executada durante o inquérito policial.
assim dispõe: “Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Por fim a lavratura do TCO pela PM tem os seguintes pontos positivos:
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 ➢ Evitar a dupla vitimização do cidadão: Busca-se com o procedimento evitar
dois anos, cumulada ou não com multa”. a dupla vitimização (ou vitimização secundária), e alcança-se este escopo exatamente com a
Desta forma, restringindo-me à matéria penal, objeto dessas linhas, trouxe a Lei elaboração do Termo Circunstanciado no local dos fatos, visto que o cidadão vitimado por
9.099/95 a figura do Termo Circunstanciado, em substituição ao conhecido inquérito policial, uma infração penal não quer e nem pode ser novamente vitimizado, sendo retirado do local
quando a autoridade policial deparar-se com infrações penais de menor potencial ofensivo, onde se encontra (em casa, em atividade de lazer, com a família, em deslocamento ao
conforme conceito supracitado. trabalho) para ser conduzido a repartições policiais sobrecarregadas, às vezes longínquas,

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 13 de 64
perdendo seu valioso tempo esperando ser atendido para relatar tudo que outrora já havia ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA DEFESA
relatado ao policial militar que primeiramente atendeu à ocorrência e já fez constar os fatos SOCIAL E SEGURANÇA PÚBLICA
na sua ficha de atendimento. POLICIA MILITAR DIRETORIA DE ENSINO
➢ Diminuição da “cifra negra”: A denominada “cifra negra”, número de CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DA POLÍCIA
infrações penais não levadas ao conhecimento do Estado e, portanto, fora de suas estatísticas MILITAR – CFAPM
criminais, ocorre por variados motivos, como, por exemplo, o descrédito na polícia e no CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS
judiciário, temor de represália e até mesmo a relativa insignificância de determinada infração
penal na visão da vítima. A resposta imediata do Estado, mediante a atuação da Polícia DISCIPLINA: Processo Administrativo
Militar, diminui a sensação de impunidade e, por outro lado, a confiança na Polícia e no Instrutor: Amâncio dos Santos Souza – Cap QOPM
Judiciário aumenta, uma vez que os conflitos são rapidamente solucionados.
➢ Economia de recursos: Lavrando-se o Termo Circunstanciado no local da
ocorrência, desnecessário será o deslocamento de policiais militares às delegacias de polícia. MATERIAL DE ESTUDO COMPLEMENTAR
➢ Liberação de policiais civis para a investigação de crimes mais graves: a
partir do momento em que os cidadãos não precisam mais registrar determinados tipos de
crimes diretamente nas delegacias de polícia, estas ficam menos sobrecarregadas em relação 1 – APRESENTAÇÃO
às infrações juridicamente menos lesivas (de número muito maior que as demais), podendo O presente material tem como finalidade complementar os estudos do Curso de
os respectivos delegados direcionar o emprego de seus agentes à apuração das infrações mais Aperfeiçoamento de Sargentos da Polícia Militar no que concerne ao assunto contido na
graves, geralmente mais complexas. ementa da disciplina de processo administrativo.
➢ Aumento da confiança do policial militar: Com a elaboração do Termo Para tanto, foi elaborado um questionário em forma de estudo dirigido que
Circunstanciado pelo policial militar nas infrações penais de menor potencial ofensivo, o norteará os sargentos alunos à pesquisa e consequente fixação de conhecimento de todo
ciclo completo de polícia efetiva-se em suas mãos. Propicia-se o primeiro atendimento do conteúdo, já transmitidos em sala de aula ou ainda não concluído.
Estado ao cidadão, mediante a atuação policial, seguido do imediato encaminhamento do Em relação aos Pelotões Alpha e Bravo, restou o conteúdo referente ao Termo
caso penal ao Poder Judiciário, com todos os elementos indispensáveis (relatos, apreensão de Circunstanciado de Ocorrência (TCO), temática esta que não foi ministrada em sala de
objetos, exames sumários) à solução do conflito pelo órgão jurisdicional. O policial militar aula.
deixa de ser taxado como mero “repassador de ocorrência” ou, ainda, de “taxista da Polícia Desta feita, este material também vem apresentar uma breve explanação sobre o
Civil”, expressões conhecidas e utilizadas no âmbito policial. TCO, para efeito de solidificar um conhecimento básico e indicar outras fontes de
➢ Respeitabilidade da Polícia Militar: Justamente pela certeza do Termo pesquisa para aprofundamento do assunto
Circunstanciado lavrado pela Polícia Militar ter um destino certo (o Judiciário), rápido e Neste sentido, primeiramente será disposta a temática do TCO, logo em
eficiente, diminui-se a sensação de impunidade. Como consequência, aumenta a seguida, estará disposto o estudo dirigido de todo o conteúdo da ementa proposta à
respeitabilidade da instituição policial-militar. disciplina.
Por fim, a PM/RN está autorizada a realizar TCO conforme provimento Nº Bons Estudos!
144/2016, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
(11/03/2016). 2 - TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
A disciplina sobre este assunto está contida na Lei 9.099/99, Lei dos Juizados
Material fornecido pelo Capitão Especiais, a saber, no momento de criação desta Lei foi prevista a figura do Termo
Circunstanciado de Ocorrência como instrumento que passaria a registrar, de maneira
Amâncio (31/03/2020) simples e objetiva, as infrações penais de menor potencial ofensivo, dando celeridade e
economia ao rito processual, em substituição ao Inquérito Policial.
TCO Neste sentido, as infrações objetos desses registros serão aquelas, cuja pena
máxima não ultrapassam dois anos de pena cominada, são elas as contravenções penais e
os crimes de pena em abstrato menor ou igual a 02 anos.
Corroborando com essa afirmativa é o que reza o artigo 61 da Lei 9.099/95,

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 14 de 64
vejamos: processo penal.
Em contrapartida atividade de polícia administrativa seria aquela que ocorre no
momento anterior ao crime com a finalidade de prevenir que a infração penal ocorra.
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para
os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine Mutatis Mutandis, grande parte da doutrina entende que a Constituição Federal
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” reservou a atividade de polícia judiciária às polícias Civil e Federal, por estar disposto no
artigo 144, assim vejamos:
Nesta ótica, ao Juizado Especial Criminal (JECrim) foi prevista a competência
para julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo, senão vejamos:
144. (…)
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a mantido pela União e estruturado em carreira, destina- se a:
execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
regras de conexão e continência. (Grifo nosso). (...)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
Para tanto, cabe à autoridade policial formular o registro da infração penal de incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
menor potencial ofensivo e encaminhá-la ao JECrim, assim como está previsto no artigo judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
69 da Lei 9.099/95,
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará Logo, à Polícia Militar caberia à atividade de Polícia Administrativa, visto que a
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor Constituição previu sua competência com a seguinte redação, vejamos:
do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
Vale a pena dizer que termo consiste em tornar oficial o registro de um fato, pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
então, lavrar o termo circunstanciado implica dizer que um fato foi registrado de forma incumbe a execução de atividades de defesa civil.
detalhada ou minuciosa, contendo suas circunstâncias, e por sua vez, a ocorrência nada
mais é que um fato típico e ilícito penalmente tutelado.
Assim pode-se dizer em linha gerais que Termo Circunstanciado de Ocorrência
consiste num registro oficial simplificado de fato típico e ilícito, detalhado com as Com a devida vênia, perceba que neste prisma não há como dizer que a
circunstâncias que envolveram este fato, e tem como finalidade informar ao Juizado Constituição previu que as atividades de polícia judiciária exercidas pela polícia civil são
Especial Criminal a autoria e materialidade da infração penal de menor potencial exclusivas, assim como o fez em relação à polícia federal.
ofensivo. Nesta ótica, perceba também que a atividade destinada pela Constituição às
Outros conceitos podem existir para efeito de melhor caracterizar o TCO, no polícias militares não necessariamente são apenas de polícia administrativa, visto que as
entanto a discussão mais interessante não reside nesta ótica. ações para preservar a ordem ocorrem mesmo depois que a infração penal é cometida, ou
3. DISCUSSÃO ACERCA DA COMPETÊNCIA PARA LAVRAR O TCO seja, já não exercem apenas as atividades de prevenção, mas também de repressão.
A temática sobre o TCO ganhou relevante espaço para discussão a partir do Em outro pórtico, se considerarmos que mesmo sem exclusividade a atividade
momento em que veio a ser confeccionado pela pelas Polícias Militares e Rodoviárias de polícia judiciária é função privativa de policiais civis, seja ele federal ou estadual,
Federais. convém retomar o conceito de polícia judiciária no qual entende-se que consiste nas
Entre estas discussões está contida a questão da função privativa de polícia atividades prevista pelo Código de Processo Penal referente à persecução criminal, ou
judiciária versus a aplicação legal do artigo 69 da Lei 9.099/95 em harmonia ao seja, tudo que está contido no Código de Processo Penal referente à persecução criminal
ordenamento jurídico. seria atividade de polícia judiciária.
Convém enfatizar que atividade de polícia judiciária é aquela pela qual o Ora, ainda assim estaríamos mais uma vez voltando à estaca zero, em relação
Estado promove a persecução criminal logo após que o crime ocorra, em outra ótica, as à divisão estática dessas atividades, visto que algumas atividades exercidas pelas
atividades de polícia judiciária seriam aquelas as quais estão previstas no código de polícias ostensivas, sejam elas militares ou rodoviárias federais também estão contidas
na Lei Processual Penal e tem relação direta com a persecução criminal, veja por

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 15 de 64
exemplo o ato de realizar uma prisão em flagrante, disposto no artigo 301 do Código de implementação do TCO na PMRN, postos estes que também estão apresentados no
Processo Penal, material da apostila de polícia judiciária militar do curso de formação de sargentos 2018,
são eles:
4.1. - Evitar a dupla vitimização do cidadão: Busca-se com o procedimento
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes evitar a dupla vitimização (ou vitimização secundária), e alcança-se este escopo
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. (Grifo
exatamente com a elaboração do Termo Circunstanciado no local dos fatos, visto que o
nosso)
cidadão vitimado por uma infração penal não quer e nem pode ser novamente
Portanto, vejam que tentar definir qual é a competência da polícia civil ou da vitimizado, sendo retirado do local onde se encontra (em casa, em atividade de lazer,
polícia militar apenas sob a ótica das atividades de polícia judiciária ou administrativa com a família, em deslocamento ao trabalho) para ser conduzido a repartições policiais
acabará se tornando uma classificação desastrosa e confusa. sobrecarregadas, às vezes longínquas, perdendo seu valioso tempo esperando ser
Contudo, se considerarmos que cabe à polícia militar exercer funções de atendido para relatar tudo que outrora já havia relatado ao policial militar que
polícia judiciária ou administrativa desde que previstas em lei e em harmonia com a primeiramente atendeu à ocorrência e já fez constar os fatos na sua ficha de atendimento.
Constituição, daí convergiremos para o entendimento de que a Lei 9.099/95, em seu 4.2. - Diminuição da “cifra negra”: A denominada “cifra negra”, número de
artigo 69, prevê que autoridade policial é qualquer policial e não apenas o policial civil e infrações penais não levadas ao conhecimento do Estado e, portanto, fora de suas
tampouco apenas o delegado. estatísticas criminais, ocorre por variados motivos, como, por exemplo, o descrédito na
Neste contexto, parte da doutrina e jurisprudência está dividida quanto à polícia e no judiciário, temor de represália e até mesmo a relativa insignificância de
legalidade da confecção do TCO pelas polícias militares e rodoviárias federais, visto que determinada infração penal na visão da vítima. A resposta imediata do Estado, mediante
essa atividade seria um exercício de polícia judiciária. a atuação da Polícia Militar, diminui a sensação de impunidade e, por outro lado, a
Ora, com a devida vênia, diante do contexto analisado, ainda que a confecção confiança na Polícia e no Judiciário aumenta, uma vez que os conflitos são rapidamente
do TCO fosse atividade de polícia judiciária, ainda assim, a confecção deste termo por solucionados.
qualquer policial estaria em harmonia com a Constituição, haja vista que esta não 4.3. - Economia de recursos: Lavrando-se o Termo Circunstanciado no local
atribuiu a exclusividade às polícias civis, tampouco a lei definiu que autoridade policial é da ocorrência, desnecessário será o deslocamento de policiais militares às delegacias de
apenas o delegado de polícia. polícia.
Nesta sorte, a própria Lei 9.099/95 através de seus princípios, seja da 4.4. - Liberação de policiais civis para a investigação de crimes mais
economia processual, da celeridade, da simplicidade e informalidade, esculpidos no graves: a partir do momento em que os cidadãos não precisam mais registrar
artigo 2º deste Diploma Legal, corrobora com o entendimento de que a autoridade determinados tipos de crimes diretamente nas delegacias de polícia, estas ficam menos
policial que confeccionará o TCO poderá ser qualquer policial, seja civil, militar ou sobrecarregadas em relação às infrações juridicamente menos lesivas (de número muito
rodoviário. maior que as demais), podendo os respectivos delegados direcionar o emprego de seus
Ainda nesta discussão, de forma mais detalhada e com riqueza de pormenores agentes à apuração das infrações mais graves, geralmente mais complexas.
estão fundamentados no Parecer nº 00671/2019 da Consultoria Jurídica do Ministério da 4.5. - Aumento da confiança do policial militar: Com a elaboração do
Justiça e da Segurança Pública (PARECER n. 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU), Termo Circunstanciado pelo policial militar nas infrações penais de menor potencial
onde constam pontos de vistas em contrário e a favor da confecção do TCO pelas ofensivo, o ciclo completo de polícia efetiva-se em suas mãos. Propicia-se o primeiro
polícias militares e rodoviárias federais. atendimento do Estado ao cidadão, mediante a atuação policial, seguido do imediato
Neste mister, ressalte-se que o próprio Ministério da Justiça e da Segurança encaminhamento do caso penal ao Poder Judiciário, com todos os elementos
Pública concluiu que as polícias militares e rodoviárias federais estão habilitadas a indispensáveis (relatos, apreensão de objetos, exames sumários) à solução do conflito
confecção do TCO, para tanto, emitiu despacho neste parecer nº 00671/2019 aprovando pelo órgão jurisdicional. O policial militar deixa de ser taxado como mero “repassador
a medida para que seja difundida a todos os Estados da Federação. de ocorrência” ou, ainda, de “taxista da Polícia Civil”, expressões conhecidas e utilizadas
no âmbito policial.
4 – PONTOS POSITIVOS DA CONFECÇÃO DO TCO PELA POLÍCIA 4.6. - Respeitabilidade da Polícia Militar: Justamente pela certeza do Termo
MILITAR Circunstanciado lavrado pela Polícia Militar ter um destino certo (o Judiciário), rápido e
Elencamos aqui os principais pontos positivos previstos no estudo de eficiente, diminui-se a sensação de impunidade. Como consequência, aumenta a
respeitabilidade da instituição policial-militar.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 16 de 64
Neste Sentido, atualmente o TCO vem sendo confeccionado pela PMRN, no circunstanciado-para-compreender-e-diferenciar-de-inquerito-policial>. Acesso em
entanto, até o momento apenas duas unidades estão exercendo essa atividade, a CIPAM 30/03/2020.
e o BPChoque.
5. – CONSIDERAÇÕES FINAIS 4 – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SUMÁRIO
Pode-se dizer que a feitura do TCO nada mais é que o registro oficial Vejamos a portaria e o provimento administrativo que versam acerca do PADS,
simplificado de uma ocorrência criminal, detalhada pelas circunstâncias em que
ocorreram a infração penal de menor potencial ofensivo, onde a autoridade policial que
tomou conhecimento, lavra o termo e encaminha ao Poder Judiciário, em obediência aos RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL
princípios norteadores e das disposições expressas na Lei 9.099/95. POLÍCIA MILITAR
Em que pese haver divergência doutrinária e jurisprudencial em torno da GABINETE DO COMANDANTE GERAL
competência para lavrar o TCO, fato é que este já foi autorizado por intermédio do PORTARIA Nº 042/2016-GCG, DE 11 DE JULHO DE 2016.
Ministério da Justiça e Segurança Pública a ser lavrado pelas polícias militares e Aprova o Provimento Administrativo nº 001/2016-AAD, que dispõe sobre a formalização do
Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) no âmbito da Polícia Militar do
rodoviárias federais. Estado do Rio Grande do Norte (PMRN) e dá outras providências.
Neste sentido, cabe ainda ressaltar, que embora haja a discussão no mundo das O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE
teorias, na prática, os resultados da confecção do TCO pelas polícias militares já denota- DO NORTE, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 4º, da Lei Complementar nº
se positivo à sociedade e à própria Instituição Policial Militar. 090, de 04 de janeiro de 1991 e artigo 4º, do Decreto Estadual nº 11.519, de 24 de novembro
de 1992, bem como daquelas inscritas no Decreto nº 8.336, de 12 de fevereiro de 1982, que
Ex positis, vê-se que o material apresentado é suficiente para que o aluno instituiu o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar – RDPM, e ainda, CONSIDERANDO
desenvolva as respostas das questões sugeridas no estudo dirigido. Contudo, para efeito que o Direito Administrativo Disciplinar é um ramo do Direito Administrativo que tem por
de leitura e explicação suplementares é imprescindível que tenham acesso ao vídeo objetivo regular a relação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte com seu corpo
informativo/explicativo, bem como ao conteúdo disposto no Parecer nº 00671/2019 da funcional, estabelecendo regras de comportamento a título de deveres e proibições, bem
como a previsão das penalidades a serem aplicadas;
consultoria jurídica do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. CONSIDERANDO que para bem executar as atividades que lhe são incumbidas, a Polícia
6. REFERÊNCIAS Militar do Rio Grande do Norte precisa de meios para organizar, controlar e corrigir suas
ações, surgindo, portanto, a necessidade de meios hábeis a garantir a regularidade e o bom
funcionamento do serviço público, a disciplina entre os seus integrantes e a perfeita
observância das leis e regras deles decorrentes;
BRASIL, Constituição Federal de 1988. CONSIDERANDO que o princípio do devido processo legal está previsto no art. 5º, inciso
LIV, da Constituição Federal e é considerado o princípio fundamental do processo
, Código de Processo Penal Militar. administrativo, eis que se configura a base sobre a qual os demais se sustentam;
CONSIDERANDO que a responsabilização disciplinar do policial militar decorre do
Decreto nº 8.336, de 12 de fevereiro de 1982 (RDPM) e que o cometimento de
INTERNET, APOSTILA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR – Curso de Formação transgressões disciplinares, por ação ou omissão praticada no desempenho do cargo ou
função, gera a responsabilidade administrativa, sujeitando-o à imposição de sanções
de Sargentos da Polícia Militar do Rio Grande do Norte - 2018. Disponível em: disciplinares;
CONSIDERANDO que o Princípio Jurídico do Informalismo Moderado significa a dispensa
<https://drive.google.com/drive/folders/1D95HXTEtsditL-yUFsEC-Mz6Q9CsFvrV> de formas rígidas, mantendo-se apenas as compatíveis com a certeza e a segurança dos atos
Acesso em 30/03/2020. praticados, salvo as expressas em lei e relativas aos direitos dos acusados, traduzindo-se na
exigência de interpretação flexível e razoável quanto a formas, para evitar que estas sejam
, PARECER n. 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU. Disponível em: vistas como um fim em si mesmas, desligadas das verdadeiras finalidades do processo;
CONSIDERANDO que ao tomar conhecimento de falta praticada por qualquer um dos seus
<https://www.conjur.com.br/dl/lavrar-tco-nao-atividade-exclusiva.pdf >. Acesso em integrantes deve a Polícia Militar do Rio Grande do Norte apurar o fato, aplicando a
30/03/2020. penalidade cabível;
CONSIDERANDO que a obrigação de apurar notícia de irregularidade decorre justamente
, Termo Circunstanciado: para compreender e diferenciar de Inquérito do sistema hierarquizado no qual é estruturada a Polícia Militar do Rio Grande do Norte,
Policial. Disponível com destaque para o dever de fiscalizar as atividades exercidas por seus integrantes,
em: exigindo-lhes uma conduta adequada aos preceitos legais e morais vigentes,
<https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/643644551/termo- RESOLVE:

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 17 de 64
Art. 1º Aprovar o Provimento Administrativo nº 001/2016-AAD, que dispõe sobre a § 1º O Encarregado do processo poderá ser Oficial da Polícia Militar do Rio Grande do
formalização do Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) no âmbito da Polícia Norte ou Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou 1º Sargento PM, mais antigo que o
Militar do Estado do Rio Grande do Norte (PMRN) e dá outras providências. processado, observadas as regras de hierarquia e disciplina, assegurando-se, contudo, ao
Art. 2º O Processo de que trata esta portaria, se destinará a agilizar a averiguação das acusado, o contraditório e a ampla defesa.
responsabilidades nos cometimentos de quaisquer das transgressões disciplinares expressas § 2º Quando a apuração for determinada por ato do Comandante Geral, Chefe do Estado
na relação constante no anexo I do RDPM ou de quaisquer ações, omissões ou atos não Maior Geral (EMG), Chefes de Seções do EMG ou Diretores, o PADS será instaurado
especificados na citada relação mas que afetem a honra pessoal, o pundonor policial militar, mediante portaria publicada em Boletim Geral (BG), ou em Boletim Interno (BI) da
o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos respectiva OPM, quando a apuração for determinada por ato de Comandante de Grande
Policiais Militares, leis e regulamentos. Comando ou Comandante de unidade operacional, administrativa ou de ensino, até o nível
Art. 3º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas a de Pelotão.
disposições em contrário. Art. 4º DETERMINAR à Ajudância Geral a publicação no Diário Instrução
Oficial do Estado. Em seguida, transcrever para o Boletim Geral, e, após, encaminhar a Art. 3º O Processo Administrativo Disciplinar Sumário será desenvolvido nas seguintes
Assessoria Administrativa do Comando Geral para arquivar. DANCLEITON PEREIRA fases:
LEITE, Cel PM COMANDANTE GERAL I – Instauração;
(Rio Grande do Norte, 2016) II –Instrução Sumária;
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE III –Julgamento.
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL POLÍCIA Parágrafo único. A instrução sumária compreende as etapas da acusação, defesa e relatório.
MILITAR Art. 4º Após ser designado para Presidir o PADS, o encarregado, no prazo impreterível de
ASSESSORIA ADMINISTRATIVA 01 (um) dia corrido, a contar da publicação da Portaria de designação (anexo I), expedirá o
PROVIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 001/2016-AAD, DE 11 DE JULHO DE 2016 TERMO ACUSATÓRIO DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR (anexo II), constando os
Dispõe sobre a formalização do Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) no dados pessoais do acusado, descrição da transgressão (situação fática), tipificação no
âmbito da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte (PMRN) e dá outras Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (RDPMRN), citação
providências. pessoal ou por intermédio de sua chefia imediata, firma da autoridade competente para
CAPÍTULO I análise e julgamento e ciência do acusado.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SUMÁRIO § 1º A descrição da transgressão (situação fática) deve ser precisa, clara e concisa, devendo
SEÇÃO I conter os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data, a hora
DISPOSIÇÕES GERAIS da ocorrência e caracterizar as circunstâncias que a envolverem, sem tecer comentários ou
Finalidade opiniões pessoais.
Art. 1º O Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) será promovido sempre que § 2º No momento da citação, o acusado deverá receber uma cópia do respectivo Termo
por sua natureza e complexidade, a apuração da transgressão disciplinar não exigir a Acusatório de Transgressão Disciplinar, para elaboração da sua defesa.
instauração de Sindicância, Processo Administrativo Disciplinar, Conselho de Disciplina ou Defesa do acusado
Conselho de Justificação, bem como quando a conduta irregular e a autoria já estiverem Art. 5º A defesa do acusado será exercida por escrito, no prazo máximo e improrrogável de
definidas. 05 (cinco) dias corridos, a contar da citação, onde poderão ser arguidas questões
Parágrafo único. Para fins deste Provimento Administrativo serão considerados os conceitos preliminares, apresentados fatos, argumentos e documentos que interessem a sua defesa,
a seguir: devendo ser feita:
I – organização policial militar (OPM): unidade da Polícia Militar, seja operacional ou I – se o acusado for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por
administrativa; advogado;
II – citação: ato pelo qual o acusado é cientificado da existência de um PADS instaurado em II - se o acusado for Praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial PM
seu desfavor; e por ele indicado ou por advogado;
III – encarregado: Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou 1º Sargento PM Parágrafo único. Caso o acusado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo
designado pela autoridade competente para analisar a defesa e demais peças apresentadas estipulado no caput deste artigo, ou ainda seja revel, a autoridade competente, observadas as
pelo acusado no âmbito do PADS. Da instauração do Processo Administrativo Disciplinar regras de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, para
Sumário fazê-lo em até 03 (três) dias corridos.
Art. 2º São autoridades competentes para instaurar Processo Administrativo Disciplinar Art. 6º São impedidos de serem encarregados de Processo Administrativo Disciplinar
Sumário, as quais designarão, através de Portaria, à autoridade delegada: Sumário: I - O policial militar que formulou a acusação originária do processo;
I – O Comandante Geral em desfavor de qualquer integrante da Polícia Militar; II - Os policiais militares que tenham entre si, com o encarregado ou com o processado,
II – O Subcomandante Geral em desfavor de qualquer integrante da Polícia Militar, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou até 3º grau de consanguinidade colateral
hierárquica e funcionalmente subordinado; e ou de natureza civil;
III – Os Comandantes de Grandes Comandos, os Diretores, Chefes ou Comandantes de III - Os policiais militares que tenham particular interesse na decisão do processo
OPM até o nível de Pelotão PM, em desfavor dos que estão sob sua subordinação, seja direta administrativo disciplinar sumário;
ou indiretamente. IV – As disciplinadas nos artigos 37 e 38 da Lei Complementar nº 303/05;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 18 de 64
Parágrafo único. Se no decorrer do processo, for verificado algum impedimento, o QCG em Natal, RN, 11 de Julho de 2016.
encarregado levará o fato ao conhecimento da autoridade instauradora para, caso acolha DANCLEITON PEREIRA LEITE, Cel PM
motivadamente os argumentos, designar, por meio de portaria, novo encarregado para COMANDANTE GERAL (Rio Grande do Norte, 2016)
concluí-la.
Art. 7º a nulidade do PADS somente será declarada se houver efetiva demonstração de
ANEXO I
prejuízo à defesa ou à Administração.
Relatório. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Art. 8º Juntada a defesa escrita, o encarregado elaborará relatório circunstanciado no prazo SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL
de 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da peça defensiva, aduzindo se há infração POLÍCIA MILITAR
disciplinar a punir ou outras providências a serem adotadas, encaminhando à autoridade
delegante, para solução.
PORTARIA Nº __/20___ – GAB CMD, XX, DE XX DE 2016
Julgamento O (autoridade designante), no uso de suas atribuições previstas no art. 10, § 1º item
Art. 9º Concordando com o teor do relatório final do encarregado, a autoridade designante, ***** do RDPM, e
no prazo de até 03 (três) dias úteis, a contar do recebimento deste, o aprovará e elaborará a CONSIDERANDO o disposto no art. 5º, incisos LIV, LV e LXXVIII da Carta
solução do PADS, publicando-a em boletim próprio e adotando as providências decorrentes.
Discordando, o avocará e determinará as providências que julgar necessárias.
Constitucional Federal c/c o art. 90 da Lei Complementar Estadual nº 303, de 09/09/2005;
Recursos RESOLVE:
Art. 10 Após ser notificado da decisão que lhe foi prejudicial, o investigado tem o prazo de I – Instaurar Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) com vistas a
até 02 (dois) dias corridos para, querendo, ingressar com recurso nos termos dos artigos 56 e apurar possíveis infrações disciplinares contidas na Parte nº *******, a qual relata que
seguintes do RDPM.
Parágrafo Único. O recurso será juntado aos autos do PADS, para a devida apreciação da
o*************************, mat. ************** teria (breve relato), no dia *******
autoridade encarregada. por volta das *************, nesta Capital;
Prazos – Designar o POSTO/GRADUAÇÃO (ST ou SGT), Matrícula nº ___.____-__,
Art. 11 O PADS deverá ser concluído no prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis, podendo como Encarregado do referido PADS, delegando-lhe as atribuições de instrução processual e
ser prorrogado uma única vez por mais 5 (cinco) dias úteis, quando as circunstâncias o
exigirem.
de elaboração de parecer/relatório;
Art. 12 Ocorrendo casos fortuitos ou de força maior, bem como em situações de extravio ou III - Publique-se, registre-se, cumpra-se.
de gozo de afastamento regulamentar do investigado, o PADS poderá ser sobrestado, até que Quartel em CIDADE/RN, ___ de ______ de 20__.
tais motivos sejam sanados, retomando-se, em seguida, o andamento normal do feito. MILITAR – POSTO
§ 1º Registrando-se situações previstas no caput deste artigo, o encarregado oficiará a
autoridade designante, informando o fato e solicitando o sobrestamento. FUNÇÃO
§ 2°. Sanada a situação que ensejou o sobrestamento deverá ser publicada nota em BI ou ANEXO II
BG, com o fito de serem retomadas as diligências, a qual será juntada aos autos.
Do trânsito em julgado
Art. 13 Haverá o trânsito em julgado da decisão quando o recurso previsto tenha sido
indeferido, for intempestivo ou não for interposto.
Art. 14 Transitado em julgado a decisão do PADS, em caso de aplicação de penalidade
disciplinar ao Policial Militar, a autoridade competente providenciará a elaboração da
respectiva nota de punição, que deverá ser publicada em boletim interno ou em boletim
geral, caso não disponha daquele.
SEÇÃO II
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art.15 Estão sujeitos a este procedimento os policiais militares na ativa e os na inatividade
quando, ainda que no meio civil, se conduzam, inclusive por manifestações através da
imprensa, de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do
decoro policial militar
Art.16 Havendo complexidade na apuração, o PADS poderá ser convertido em sindicância,
que passará a ser regida pela portaria 182/2012-GCG, de 02 de Agosto de 2012, publicada
no BG nº. 149 de 08 de Agosto de 2012.
Art.17 Aplicam-se subsidiariamente a este procedimento as normas dispostas no
ordenamento disciplinar castrense, em especial aquelas previstas no RDPM e na Lei
Ordinária Estadual nº 4.630, de 16 de dezembro de 1976 (Estatuto da PMRN).

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 19 de 64
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E ANEXO III
DA DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR (CAPA)
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SIMPLIFICADO Nº / 2016
TERMO ACUSATÓRIO DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR ENCARREGADO:
DADOS PESSOAIS ACUSADO:
OFENDIDO:
MATR. NOME ATUAÇÃO
Aos _____ dias do mês de ______. do ano de _______, nesta cidade de _______,
POSTO / GRADUAÇÃO OPM DO Estado do Rio Grande do Norte, no Setor _________, autuo o Termo Acusatório de
Transgressão Disciplinar e seus anexos. Para Constar lavro este termo.
DESCRIÇÃO DA TRANSGRESSÃO (SITUAÇÃO FÁTICA) ENCARREGADO

TIPIFICAÇÃO NO RDPM 5– REFERÊNCIAS

CITAÇÃO BRASIL, Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, Código de Processo


Tendo em vista o teor da acusação supra, que aponta para o cometimento de transgressão Penal Militar, Brasília, DF, out 1969.
disciplinar, esse militar do Estado deverá manifestar- se, apresentando sua defesa, por escrito, MANOEL, Élio de Oliveira, Capitão QOPM. Manual de Polícia Judiciária Militar. 2ª ed
dentro de 05 (cinco) dias corridos, prazo estabelecido com base no Artigo 5º do Provimento Curitiba: OPTA, 2008.
Administrativo nº 001/2016-AAD, de 11 de julho de 2016, aprovado pela Portaria n° 042/2016- Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
GCG, de 11 de julho de 2016. POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE. Portaria. Nº 182/2012-GCG, de 02 de
AUTORIDADE COMPETENTE agosto de 2012: Dispõe sobre a formalização de Sindicância na Polícia Militar do Rio Grande
do Norte e dá outras providências. Natal: PMRN, 2012.
DATA ASSINATURA E CARIMBO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE ALAGOAS. Portaria nº 034/96, de 24
de julho de 1996: Manual de Sindicância da Polícia Militar do Estado de
CIÊNCIA DO ACUSADO Alagoas.
EXERCITO BRASILEIRO. Portaria Nº 107, de 13 de fevereiro de 2012: Instruções
Conheço do presente Termo Acusatório, cuja cópia me foi entregue, estando Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro. EB10-IG-
ciente que a contar desta data terei o prazo de 05 (cinco) dias corridos para vistas dos autos 09.001.
e apresentação de defesa escrita. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21ª ed.
ASSINATURA DO ACUSADO São Paulo: Malheiros Editores, 1996;
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2005;
Lei Complementar 515/2014 (Regime de Promoção de Praças da PMRN e
CBMRN); Decreto 8.336/1982 (Regulamento disciplinar);
Decreto nº 23.045/2012 - Portaria n° 294/2012-GCG de 01 de novembro de 2012, publicada
no aditamento ao BG nº 207, de 01 de novembro de 2012.
BURILLE, Nelson. TERMO CIRCUNSTANCIADO: Possibilidade Jurídica da sua
elaboração pela Polícia Militar e os Aspectos Favoráveis e Desfavoráveis Decorrentes.
Disponível em
< http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/termocircunstanciado.pd f>.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 20 de 64
NOTAS DE AULA 30 DE JANEIRO DE 2020 Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da
PLANO DE CURSO DISCIPLINA: POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR OBJETIVO instrução.
GERAL: Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito
Criar Condições para que o Aluno Sargento possa: entender a formalização da sindicância penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
e Inquérito Policial Militar no âmbito da PMRN; independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
• desenvolver e exercitar habilidades para conhecer e analisar os diversos tipos de Fase inicial do Inquérito Administrativo – Produção de Provas
documentos relativos à instrução destes procedimentos; Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações,
• fortalecer atitudes para compatibilizar as ações de apuração ao respeito da disciplina investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
castrense e dos princípios constitucionais. técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por
Conhecer as normas que regem a formalização e instrução da sindicância e do IPM na intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
PMRN; quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Contextualizar a feitura das sindicâncias e IPMs com os princípios que regem a O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente
administração pública e os princípios fundamentais da Constituição Federal; protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
Realizar a prática da feitura destes procedimentos, conhecendo todas as partes que os Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de
compõem. conhecimento especial de perito.
CONTEÚDO: Sindicância e IPM Prova Testemunhal
ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da
Aulas expositivas com auxílio de audiovisuais, estudo dirigido da legislação que rege a comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
sindicância e o IPM no âmbito da PMRN; Trabalho em grupo e verificação de ensino; Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente
RECURSOS comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
Pincel atômico, quadro em lousa, projetor multimídia, Pendrive, autos de procedimentos. inquirição.
AVALIAÇÃO O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
Avaliação de Ensino por trabalhos realizados durante as aulas e prova escrita com questões trazê-lo por escrito.
objetivas e subjetivas, após a conclusão de 90% (noventa por cento) da carga horária somada às notas As testemunhas serão inquiridas separadamente.
obtidas mediante os trabalhos. Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação
REFERÊNCIAS entre os depoentes.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado.
Editores, 2012. No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que
BRASIL. Lei 13.245/2016, Participação do Advogado no Inquérito Policial. Disponível em: divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13245.htm. Acesso em 05/11/2017. O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das
_______. Código Penal Militar. Disponível em: testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém,
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm. Acesso em: 05/11/2017. reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
_______.Código de Processo Penal Militar. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade
lei/Del1002.htm. Acesso em: 04/11/2017. competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um
______.Constituição Federal. Disponível em: médico psiquiatra.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em : 05/11/2017. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo
ESTRELA, Eládio Pacheco. Direito Militar Aplicado: Vol I / Eládio Pacheco Estrela Salvador: principal, após a expedição do laudo pericial.
Reimpressão 2006 – Tiragem 5000. Bibliografia. Infração Disciplinar – Indiciado
MEIRELLES, Hely Lopes; BURLE FILHO, José Emmanoel, imprenta: São Paulo, Malheiros, 2016. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a
Portaria nº 182/2012-GCG, de 02 de agosto de 2012. especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO Prazo de Defesa
DISCIPLINAR – INQUÉRITO O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar
Inquérito Administrativo defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 21 de 64
O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas DO CONCEITO DE SINDICÂNCIA E DA FINALIDADE
indispensáveis. Art. 1º - Sindicância é o meio inicial de apuração de irregularidades cometidas no âmbito da
No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), a fim de elucidar os fatos e indicar sua autoria,
contar-se -á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a podendo resultar na proposta de aplicação das punições disciplinares previstas na legislação castrense.
assinatura de (2) duas testemunhas. §1º - A sindicância obedecerá ao princípio do inquisitório, assegurada ao acusado ampla
O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde defesa e utilização dos meios de prova admitidos em direito, sendo a apuração dos fatos regida
poderá ser encontrado. pelos princípios da celeridade, simplicidade e economia processual.
Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no §2º - A sindicância será promovida quando a conduta irregular não estiver bem definida ou
Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, quando, ainda que definida, desconhecer-se sua autoria.
para apresentar defesa, sendo o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação §3º - A sindicância também poderá ser utilizada para apurar outros atos ou fatos distintos de
do edital. irregularidades ou faltas funcionais, mas que por sua natureza ou circunstâncias possam, de qualquer
Revelia modo, interessar à administração militar.
Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo Capitulo II
legal. DA COMPETÊNCIA PARA INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA E
A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa. DAPUBLICAÇÃO DA PORTARIA DE INSTAURAÇÃO EM BOLETIM
Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um Seção I
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, Da Competência para Instauração de Sindicância
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Art. 2º - O Comandante que tiver ciência ou notícia de qualquer circunstância irregular é
Procedimento obrigado a providenciar, no âmbito do seu Comando, a apuração dos fatos e das responsabilidades.
Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças § 1º - Podem instaurar sindicância o Comandante Geral, o Chefe do Estado Maior Geral
principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. (EMG), os Diretores, os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seções do EMG e os
O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor. Comandantes de unidades, operacionais, administrativas ou de ensino, até o nível de Companhia.
Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou § 2º - Se a situação, objeto de averiguação, for relativa a militares estaduais integrantes de
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. unidades subordinadas a Grandes Comandos diversos ou a diferentes seções e diretorias, a instauração
O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que da sindicância caberá à autoridade que seja imediatamente superior aos referidos comandos dos
determinou a sua instauração, para julgamento. sindicados na cadeia hierárquica da Corporação.
Bases: artigos 153 a 166 da Lei 8.112/1990 (Regime Jurídico de Servidores da União – § 3º - Para efeito deste provimento, todas as Organizações Policiais Militares, tais como
Processo Disciplinar). Quartel do Comando-Geral, Comandos de Policiamento, Diretorias, Estabelecimentos, Repartições,
PORTARIA Nº 182/2012-GCG, de 02 de Agosto de 2012 Unidades Operacionais e outras serão denominadas “OPM”.
XIII - FORMALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS § 4º - Quando o fato supostamente ensejador de instauração de sindicância não configurar
DISCIPLINARES NO ÂMBITO DA POLÍCIA MILITAR – Portaria. evidente infração disciplinar a denúncia será motivadamente arquivada, por falta de objeto.
PORTARIA Nº 182/2012-GCG, de 02 de Agosto de 2012. Seção II
Dispõe sobre a formalização de Sindicância na Polícia Militar do Rio Grande do Norte e dá Da Publicação da Portaria de Instauração em Boletim
outras providências. Art. 3º - Quando a apuração for determinada por ato do Comandante Geral, Chefe do
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE Estado Maior Geral (EMG), Chefes de Seções do EMG ou Diretores, a sindicância será instaurada
DO NORTE, no uso das suas atribuições legais, e mediante portaria publicada em Boletim Geral (BG).
CONSIDERANDO a necessidade de padronizar a formalização de procedimentos Art. 4º - Quando a apuração for determinada por ato de Comandante de Grande
administrativos disciplinares no âmbito da Polícia Militar; Comando ou Comandante de unidade operacional, administrativa ou de ensino, até o nível
CONSIDERANDO a necessidade de se adequar a instauração de tais procedimentos às de Companhia, a sindicância será instaurada mediante portaria publicada em Boletim Interno (BI) da
diversas mudanças administrativas e operacionais ocorridas na corporação, sobretudo quanto ao respectiva OPM.
recrudescimento do efetivo, Parágrafo único - Quando a OPM não dispuser de boletim interno fará publicar a portaria
CONSIDERANDO o disposto no art. 5º, LV, da CF/88, que dispõe sobre os institutos da no boletim da OPM a qual está diretamente subordinada.
ampla defesa e do contraditório; Capítulo III
RESOLVE DA DESIGNAÇÃO DO SINDICANTE, DA SUSPEIÇÃO E DO
Baixar a presente portaria a fim de definir regras uniformes para a formalização de IMPEDIMENTO, DO ESCRIVÃO E DA INSTRUÇÃO
sindicância. Seção I
Capítulo I Da Designação do Sindicante

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 22 de 64
Art. 5º - A designação para apuração dos fatos deverá recair sobre Oficial PM, Aspirante a Parágrafo único - A autuação constituir-se-á na primeira folha da sindicância, servindo-lhe
Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, observadas as regras de hierarquia. de capa. Art.11 - À portaria deverão ser anexados quaisquer documentos ou provas úteis à
§ 1º - O sindicante não poderá ter condição hierárquica inferior à do sindicado, quando investigação.
este for conhecido. Art. 12 - As oitivas serão formalizadas por intermédio de:
§ 2º - O sindicante exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, I - termo de perguntas, para o sindicado;
assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração, II - termo de declarações, para o ofendido;
sendo-lhe conferidos pela portaria de instauração todos os poderes necessários à condução da III - termo de inquirição, para a testemunha;
sindicância, desde que não obste o conhecimento da verdade dos fatos., IV - termo de informações, para crianças e adolescentes, enfermos ou deficientes mentais,
Seção II legalmente assistidos, bem como para os informantes.
Da Suspeição e do Impedimento Art. 13 - Todas as folhas que compõem a sindicância deverão ser digitadas ou
Art. 6º - Não poderá ser designado como sindicante o militar que: datilografadas com a observância das normas atinentes à elaboração de documentos, excetuadas as
I - formulou a acusação; situações de comprovada impossibilidade, ocasião em que poderão ser manuscritas, desde que de
II - tiver interesse na decisão da sindicância; maneira legível.
III - tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha Parágrafo único - As folhas deverão ser numeradas e rubricadas pelo escrivão no canto
reta ou até o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza civil; superior direito, de acordo com a ordem cronológica de juntada aos autos.
IV - der-se, justificadamente, por suspeito. Parágrafo único - O sindicante, a critério da Art. 14 - Em caso de armas ou outros objetos apreendidos durante a instrução, o
autoridade designante e quando a apuração for por esta considerada complexa ou acarretar grande sindicante deverá providenciar o devido depósito no almoxarifado ou material bélico da sua OPM,
volume de trabalho, poderá ser dispensado do desempenho de suas atribuições ordinárias em sua fazendo anexar aos autos o documento comprobatório do depósito.
OPM, até a conclusão da sindicância. Capítulo IV
Art. 7º - Se durante o curso da sindicância o sindicante verificar a existência de indícios DO SINDICADO, DO INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL DO
contra sindicado mais antigo ou de posto/ graduação superior ao seu, concluirá os autos e os SINDICADO E DA PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO
remeterá à autoridade designante, que providenciará a designação de outro oficial/praça mais antigo Seção I
ou superior ao sindicado, o qual dará prosseguimento à apuração. Do Sindicado
Parágrafo único - A autoridade competente poderá designar outro encarregado para dar Art. 15 - O sindicante promoverá o termo de perguntas ao sindicado, qualificando-o pelo
prosseguimento à sindicância que durante seu curso apresente circunstâncias que impossibilitem o nome completo, posto/graduação, filiação, número de matrícula funcional, CPF e lotação atual,
sindicante de desenvolver os trabalhos, a exemplo de doença ou movimentação. dando-lhe ciência do motivo ensejador da sindicância.
Seção III §1º - O comparecimento de militar ou servidor público para prestar declarações será
Do Escrivão requisitado ao respectivo Comandante, Chefe ou Diretor.
Art. 8º - A designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, devendo recair em §2º - Caso o sindicado se recuse a receber a convocação duas testemunhas poderão atestar
Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for Oficial, ou em qualquer nível tal fato, igualmente por escrito e no próprio documento de convocação.
de graduação se o sindicado for Praça, sendo exigida apenas a prática em digitação. Art.16 - A sindicância seguirá à revelia do sindicado que, convocado para qualquer ato do
Art. 9º - Ao ser nomeado o escrivão prestará o compromisso de manter o sigilo dos procedimento, deixar de comparecer sem motivo justificado.
trabalhos e de cumprir fielmente as determinações que lhes forem passadas, sob pena de Art.17 - No caso de mais de um sindicado, cada um deles será ouvido separadamente, e
responsabilidade. sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias será promovida a
Seção IV acareação entre eles.
Da Instrução Art.18 - Após a leitura do termo e antes da assinatura, se for verificado haver algum
Art.10 - O sindicante, tão logo receba a portaria de instauração, deverá adotar as seguintes engano que não possa ser corrigido por intermédio de nova impressão, deverá o sindicante fazer
providências: constar, sem supressão do que foi alterado, a retificação necessária, bem como o seu motivo,
I - autuar os documentos de origem; rubricando-a juntamente com o depoente e quem mais tenha acompanhado a lavratura.
II - designar e nomear o escrivão; Seção II
III - expedir os ofícios ou memorandos de convocação, que devem ser recebidos Do Incidente de Sanidade Mental do Sindicado
formalmente pelo convocado ou por pessoa de sua confiança, no caso de impossibilidade física;
IV - ouvir o sindicado, o ofendido, as testemunhas e outras pessoas que possam prestar Art.19 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do sindicado, de ordem o
esclarecimentos; sindicante o encaminhará à Junta Policial Militar de Saúde (JPMS) para que seja submetido a
V - produzir as provas que se mostrarem necessárias e atinentes ao fato sob apuração, inspeção de saúde para fins disciplinares, ficando a sindicância sobrestada e suspenso o prazo para
esclarecendo as circunstâncias e determinando a autoria, se for o caso. sua conclusão.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 23 de 64
§1º - Verificado o estado mental e grau de responsabilidade do sindicado e sendo § 2º - No reconhecimento de pessoas ou coisas serão observadas as disposições
considerado apto, a sindicância será retomada e o prazo restante para sua conclusão continuará a constantes nos arts. 368 a 370 do Código de Processo Penal Militar.
partir da data de recebimento do parecer da JPMS pelo sindicante. § 3º - Na impossibilidade de efetivação de reconhecimento de pessoas ou coisas poderá
§2º - Verificado o estado mental e grau de responsabilidade do sindicado e sendo ser realizado o fotográfico, observadas as cautelas aplicáveis àquele.
considerado inapto, a sindicância será encerrada e remetida à autoridade designante, para Art. 24 - Todos os atos praticados pelo sindicante deverão instruir os autos em que tramita
providências decorrentes. a sindicância.
Seção III Seção II
Da Participação do Advogado Da Acareação
Art. 20 - Caso o sindicado esteja acompanhado por advogado, este poderá assistir o Art. 25 - A acareação será reduzida a termo e somente deverá ser realizada quando
interrogatório, bem como a inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e fundamental para o esclarecimento de divergências sobre fatos e circunstâncias relevantes acerca da
respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las por intermédio do sindicante. irregularidade que se apura.
Capítulo V § 1º - No termo de acareação deverá o sindicante reproduzir os pontos divergentes dos
DAS TESTEMUNHAS depoimentos ou declarações anteriores, de forma resumida.
Art. 21 - Durante a sindicância deverão ser ouvidos os envolvidos nos fatos e as § 2º - O sindicante não deverá se dar por satisfeito com a simples ratificação dos
testemunhas, estas até o número de oito (8), sendo justificável a oitiva de outras necessárias à depoimentos ou declarações anteriores, mas procurará esclarecer a verdade sobre os fatos.
perfeita elucidação do fato. § 3º - Não será admitida a acareação entre subordinado e superior hierárquico.
Art. 22 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo permitido Seção III
ao depoente trazê-lo por escrito. Da Carta Precatória
§ 1º - Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos ou Art. 26 - Se necessário, o próprio sindicante poderá expedir carta precatória à autoridade
consulta ao seu advogado. policial militar ou de polícia judiciária do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a
§ 2º - As testemunhas serão inquiridas separadamente. fim de notificá-la, inquiri-la ou designar quem a inquira, observando-se as normas de hierarquia se a
§ 3º- Havendo necessidade de oitiva de testemunha que seja superior hierárquico ao testemunha for militar.
sindicante ou de autoridade civil, esta receberá ofício contendo o elenco de perguntas a serem §1º - A carta precatória será expedida por ofício, que poderá ser encaminhado mediante
respondidas. facsímile ou correio eletrônico, cabendo ao deprecante formular os questionamentos a serem
§ 4º - No caso do superior hierárquico ao sindicante ou da autoridade civil se negar a respondidos.
atender ao solicitado, a cópia do expediente deverá ser anexada aos autos, devendo o escrivão § 2º - A autoridade deprecada, se integrante da Corporação, acusará imediatamente o
certificar tal recusa e comunicar o fato ao sindicante para a adoção das providências necessárias. recebimento da carta precatória, devolvendo-a logo após a conclusão da diligência.
§ 5º - Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não puder assinar, deverá o sindicante solicitar Seção IV
a alguém que faça a leitura, na presença de duas testemunhas, consignando no termo o motivo de tal Da Defesa
procedimento, a assinatura das testemunhas e a impressão digital da pessoa ouvida. Art. 27 - Finalizados os depoimentos e as diligências necessárias, o sindicante ponderará
§ 6º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à sobre a existência ou não da infração e da sua autoria.
acareação entre os depoentes. § 1º - Concluindo pela não ocorrência de infração ou pela impossibilidade de identificar a
§ 7º - A cada depoimento lavra-se termo com as declarações prestadas pelo depoente, que autoria o sindicante elaborará relatório final, propondo o arquivamento dos autos.
ao final deverá ser assinado pelos que presenciaram sua lavratura. § 2º - Concluindo pela ocorrência de infração disciplinar, antes da elaboração do relatório
Capítulo VI final o sindicante notificará o sindicado, abrir-lhe-á vistas dos autos e estabelecerá prazo de 5
DAS DILIGÊNCIAS, DA ACAREAÇÃO, DA CARTA PRECATÓRIA E DA (cinco) dias para que apresente sua defesa escrita.
DEFESA § 3º - A defesa do sindicado será feita:
Seção I I - se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por advogado;
das Diligências
II - se for praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial PM
Art. 23 - Diligência é todo ato ou solenidade promovida para uma apuração específica,
como vistoria de um local, exame pericial, reconstituição simulada e outros atos.
por ele indicado ou por advogado;
§ 1º - Durante o curso da sindicância o sindicante promoverá a tomada dos depoimentos e § 4º - Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo estipulado pelo
realizará acareações, investigações e diligências cabíveis, sempre objetivando a coleta de provas e Art. 27, § 2º desta portaria ou seja revel, o sindicante, observadas as regras de hierarquia, designará
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, para fazê-lo em até 5 (cinco) dias.
fatos. 5º - A presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado dispõe, não
uma obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional não
invalida a sindicância.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 24 de 64
Art. 28 - Ao exercer o encargo de defensor constituído ou dativo, o militar não poderá d) Conselho de Conduta (CC), se o sindicado for aluno de um dos cursos de formação da
receber para si ou para outrem, sob pena de responsabilidade, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou PMRN.;
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, IV - a instauração de IPM, quando o fato apurado apresentar indícios de crime previsto no
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou Código Penal Militar.
amparado por ação ou omissão decorrente das suas atribuições. § 1º - Nestes casos, a cópia integral dos autos da sindicância deverá instruir o
Art. 29 - O relatório final não poderá ser lavrado e a sindicância encerrada sem que as procedimento a ser instaurado.
alegações escritas de defesa do sindicado estejam inseridas nos autos, salvo em caso de conclusão § 2º - Quando o fato apurado na sindicância apresentar indícios de crime comum previsto
pelo arquivamento ou impossibilidade de identificação da autoria do fato apurado. no Código Penal a autoridade designante deverá fazer a remessa da cópia integral dos autos ao setor
Art. 30 - É assegurado ao sindicado o direito de acompanhar a sindicância pessoalmente competente da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, para as providências
ou por intermédio de procurador, bem como solicitar o arrolamento e a reinquirição de testemunhas, cabíveis.
a produção de provas e contraprovas e a formulação de quesitos quando se tratar de prova pericial, Capítulo IX
cabendo ao sindicante decidir, motivadamente, sobre o deferimento ou não de tais solicitações. DAS PROVIDÊNCIAS DA AUTORIDADE DESIGNANTE, DOS
Capítulo VII RECURSOS, DA PENALIDADE E DO ARQUIVAMENTO.
DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA Seção I
Art. 31 - A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da publicação Das Providências da Autoridade Designante
da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada pelo período necessário à completa elucidação do Art. 34 - Concordando com o teor do relatório final do sindicante a autoridade designante,
fato, mediante solicitação fundamentada e tempestiva do sindicante, e sempre a critério da no prazo de até 20 (vinte) dias, o aprovará e elaborará a solução da sindicância, publicando-a em
autoridade designante. boletim próprio e adotando as providências decorrentes. Discordando, o avocará e determinará as
§ 1º - A solicitação para prorrogação do prazo de conclusão será feita mediante providências que julgar necessárias, no prazo que estipular.
documento protocolado diretamente na secretaria da OPM da autoridade designante. Parágrafo único - Quando a autoridade designante não dispuser de boletim próprio fará
§ 2º - A autoridade designante deverá apreciar a solicitação de imediato, e caso a defira publicar a solução no boletim da OPM a qual está diretamente subordinada.
fará constar a permissão no próprio documento de solicitação, sendo desnecessária a publicação Art. 35 - Caso a autoridade designante aprove relatório que proponha uma das medidas
desse ato em boletim para que seja considerado válido. previstas no Art.33, III, a, b, c ou d desta portaria, fará publicar a respectiva solução em boletim
Capítulo VIII próprio e remeterá os autos ao Gabinete do Comando Geral, para providências decorrentes.
DO RELATÓRIO FINAL DO SINDICANTE Parágrafo único - No caso do Art. 33, III, d, além do Comandante Geral, o comandante da
Art. 32 - O relatório final deverá conter um resumo dos fatos que originaram a respectiva unidade de ensino também poderá instaurar o conselho de conduta.
sindicância, apreciação dos depoimentos colhidos, das provas, das diligências promovidas, da Art. 36 - A solução dada pela autoridade designante fora do prazo estabelecido no artigo
defesa e a conclusão. 34 desta portaria não implica nulidade da sindicância.
Art. 33 - A conclusão do relatório final deverá propor: Seção II
I - a absolvição do sindicado e arquivamento da sindicância; Dos Recursos
II - a aplicação de punição disciplinar ao sindicado;
III - desde que os fatos apurados contrariem a ética, a honra pessoal, o pundonor 1 policial Art. 37 - A contar da data de publicação da solução em boletim, o sindicado que se sentir
militar e o decoro da classe1, a instauração de: prejudicado, ofendido ou injustiçado poderá interpor recurso, segundo a legislação vigente na
a) Processo Administrativo Disciplinar (PAD), se o sindicado for praça não estável; Corporação (art. 56 e seguintes do Decreto Estadual nº 8.336, de 12/02/82- RDPM).
b) Conselho de Disciplina (CD) se o sindicado for praça especial ou estável; Parágrafo único - O recurso deverá ser protocolado diretamente na secretaria da OPM da
c) Conselho de Justificação (CJ), se o sindicado for Oficial PM; autoridade designante, que deverá adotar as providências cabíveis.
Art. 38 - Caso o recurso interposto seja deferido, a autoridade designante fará publicar o
seu resultado em boletim e adotará as providências decorrentes.
1DECRETO Nº 4.346, DE 26 DE AGOSTO DE 2002 §1º - caso não seja interposto recurso ou o recurso interposto seja indeferido, a autoridade
Art. 6o Para efeito deste Regulamento, deve-se, ainda, considerar: designante tomará as seguintes providências:
I - honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de que é objeto ou se I – certificará o trânsito em julgado da solução da sindicância após o decurso do prazo
torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados; legal;
II - pundonor militar: dever de o militar pautar a sua conduta como a de um profissional correto. Exige II - elaborará a respectiva nota de punição e determinará sua publicação em boletim; III -
dele, em qualquer ocasião, alto padrão de comportamento ético que refletirá no seu desempenho perante a providenciará o cumprimento da penalidade pelo sindicado.
Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido; e §2º - Do resultado do recurso interposto não poderá ocorrer agravamento de punição.
III - decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito social dos militares Seção III
que a compõem e não subsiste sem esse. Da Penalidade

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 25 de 64
Art. 39 - Se a penalidade a ser imposta ao sindicado pela autoridade designante exceder a Penal Militar e Código Penal Militar.
sua alçada, esta encaminhará os autos à autoridade competente, que decidirá sobre a punição com Art. 48 - Compete ao Comandante Geral dirimir as eventuais dúvidas e disciplinar as
base no ANEXO II - do Decreto 8.336, 12.02.82 – RDPM e tomará as seguintes medidas: situações omissas decorrentes da presente portaria.
I) providenciará a elaboração e publicação da respectiva nota de punição; Art. 49 - Esta portaria substitui a Portaria nº 141/2012-GCG, de 09 de julho de 2012,
II) remeterá os autos de volta à autoridade designante, para que providencie o publicada no BG nº 127, de 09 de Julho de 2012, entrando em vigor na data de sua publicação e
cumprimento da punição imposta ao sindicado. revogando todas as disposições em contrário.
Art. 40 – O cumprimento da punição disciplinar privativa de liberdade imposta ao QCG em Natal, RN, 06 de agosto de 2012.
sindicado somente poderá ter início após a publicação da nota de punição em boletim, salvo o
disposto nos artigos 30 e 38 do Decreto 8.336, 12.02.82 – RDPM. (GRIFOS DO INSTRUTOR)
Seção IV
Do Arquivamento TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
Art. 41 - Após as devidas publicações e cumprimento dos demais atos necessários, a PROVIMENTO Nº 144, DE 11 DE MARÇO DE 2016.
autoridade designante dará por encerrada a sindicância e remeterá os autos à Assessoria * Faculta aos Magistrados de 1º Instância, do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande
Administrativa do Gabinete do Comando Geral, para arquivamento. do Norte, conhecer de termos circunstanciados lavrados por policiais militares, rodoviários federais
Capítulo X ou ferroviários federais.
DA REMESSA DA SINDICÂNCIA AO GABINETE DO COMANDO GERAL O CORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
Art. 42 - A sindicância instaurada por ato de autoridade diversa do Comandante Geral NORTE, no uso de suas atribuições legais e regimentais e,
somente será enviada ao Gabinete deste nos seguintes casos: CONSIDERANDO que a decisão proferida pelo STF na ADI 3614 não alcança e
I - para apreciação em grau de recurso, quando cabível; tampouco trata da feitura de termos circunstanciados, como assim entendeu a Ministra Cármen
II - em cumprimento ao art.35 desta portaria; Lúcia na Reclamação n. 6612;
III - quando o fato objeto suscitar questões relevantes do ponto de vista disciplinar, CONSIDERANDO que o art. 69 da Lei dos Juizados Especiais não restringe a
hierárquico, funcional ou jurídico, que ultrapassem os polos subjetivos do procedimento e competência administrativa da autoridade policial para lavratura de termos circunstanciados, os
repercutam de maneira geral no âmbito da PMRN. quais constituem mero relatório sumário da infração, sem qualquer feição investigativa;
Parágrafo único - As sindicâncias remetidas à Assessoria Administrativa do Gabinete do CONSIDERANDO que a Constituição Federal não estabeleceu exclusividade de
Comando Geral antes da publicação desta portaria, ainda que sobrestadas ou não solucionadas, atribuições a nenhuma das instituições Policiais dos Estados; e que em matéria de segurança pública
serão devolvidas às respectivas autoridades designantes, para que providenciem o necessário à a única exclusividade imposta pelo Constituinte é aquela relacionada às atribuições da Polícia
continuidade dos trabalhos e conclusão dos referidos procedimentos. Federal com relação ao exercício da função de Polícia Judiciária da União;
Art. 43 - Todas as OPM, até o nível de Companhia, deverão instituir núcleos de CONSIDERANDO que os termos circunstanciados estão sujeitos a controle, tanto pelo
assessoramento no âmbito das suas estruturas funcionais, para que possam dar perfeito juiz quanto pelo representante do Ministério Público, podendo este último, ante eventual
cumprimento a esta portaria e às demais normas castrenses referentes a procedimentos insuficiência de informações, requisitar a instauração de inquérito policial;
administrativos. CONSIDERANDO a existência de disciplinamento normativo de igual teor em São
Parágrafo único- Os núcleos remeterão à Assessoria Administrativa do Comando Geral Paulo, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco; CONSIDERANDO a orientação emanada do Conselho
relatório semestral de atividades desempenhadas, onde deverão constar os dados referentes às Nacional do Ministério Público – CNMP, nos autos do PP 0.00.000.001461/2013-2;
sindicâncias instauradas naquele período por ato do respectivo Comando. RESOLVE:
Art. 44 – De ordem, a Assessoria Administrativa do Comando Geral deverá auditar, Art. 1º. Facultar aos Juízes de 1ª Instância, do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande
fiscalizar e orientar os núcleos de assessoramento, realizando exames independentes e objetivos da do Norte, conhecer de termos circunstanciados lavrados por quaisquer das policias alinhavadas no
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de suas atividades, com a finalidade de promover o art. 144 da Constituição Federal. Parágrafo único. O termo circunstanciado deverá ser subscrito por
aperfeiçoamento da gestão dos procedimentos administrativos por eles conduzidos. policial com formação universitária.
Capítulo XI Art. 2º. A remessa do termo circunstanciado ao juízo darse-á por qualquer meio pelo qual
DA PRESCRIÇÃO se possibilite a certificação de ciência. Art. 3º. Em sendo imprescindível e urgente a realização de
Art. 45 - A prescrição para a instauração de sindicância verifica-se em 5 (cinco) anos, a exame pericial, o policial à frente da ocorrência o providenciará junto ao respectivo órgão oficial,
contar da data em que a autoridade competente para aplicar a punição disciplinar tome encaminhando o resultado ao juízo.
conhecimento do fato ou circunstância irregular. Art. 4º. Este provimento entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 46 - A prescrição punitiva da sindicância verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da Desembargador
data de publicação da portaria de instauração. SARAIVA SOBRINHO
Art. 47 - Aplica-se subsidiariamente à sindicância no âmbito da PMRN, naquilo que for Corregedor Geral de Justiça
pertinente, as normas do direito pátrio, em especial as do Código de Processo * Republicado por incorreção

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 26 de 64
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR Parágrafo único. O Promotor de Justiça designado manterá sua vinculação ao seu órgão
Lei Complementar nº 231, de 5 de abril de 2002. de execução.
Institui unidade administrativa que especifica na estrutura da Secretaria de Estado da Art. 6º. A oposição, o retardamento, a resistência injustificada e o não atendimento às
Defesa Social, e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO requisições da Corregedoria Geral sujeitarão o servidor e o militar à aplicação de sanção
NORTE: FAÇO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei: administrativa disciplinar proporcional ao prejuízo do ato praticado.
Art. 1º. Fica instituída, na Secretaria de Estado da Defesa Social (SDS), a Corregedoria- Parágrafo único. Ocorrendo algumas das infrações descritas no “caput” deste artigo,
Geral como órgão superior de controle e fiscalização das atividades funcionais e da conduta deverá o Corregedor-Geral comunicar o fato imediatamente ao Ministério Público para as
disciplinar interna das instituições, órgãos e agentes integrantes do Sistema Estadual de Defesa providências cabíveis.
Social, com as seguintes atribuições: Art. 7º. O Secretário da Defesa Social poderá determinar, por expressa solicitação do
a - realizar, por iniciativa própria ou mediante solicitação, inspeções, vistorias, exames, Corregedor-Geral, que servidores da Polícia Civil e do ITEP, e militares da Polícia Militar e do
investigações e auditorias; Corpo de Bombeiros Militar, passem a ter exercício na Corregedoria-Geral, sem que tal
b– instaurar, promover e acompanhar sindicâncias; determinação importe em relotação ou redistribuição.
c- instaurar, promover e acompanhar processos administrativos disciplinares; c- requisitar Parágrafo único. No caso do deslocamento de militares previsto no “caput” deste artigo, a
a instauração de Conselhos de Disciplina e Justificação para apuração de responsabilidade; função por eles exercida será considerada de natureza militar.
d- requisitar diretamente aos órgãos da SDS toda e qualquer informação ou documentação Art. 8º. Os servidores da polícia civil e os militares da Polícia Militar e do Corpo de
necessária ao desempenho de suas atividades de fiscalização; Bombeiros Militar, responsáveis pela abertura de inquéritos policiais ou policiais militares, deverão
e- requisitar a instauração de inquérito policial civil ou militar e acompanhar a apuração remeter, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, à Corregedoria-Geral, quando da
dos ilícitos; instauração de quaisquer inquéritos requisitados ou não, para apurar responsabilidade de seus
f - requisitar informações acerca do fiel cumprimento das requisições do Ministério integrantes, cópia da respectiva portaria ou do auto de prisão em flagrante delito, e, após a
Público e de cartas precatórias; conclusão, cópia do respectivo relatório.
g – acompanhar os atos de afastamento relacionados a policiais civis, militares e Art. 9º. Fica o Governador do Estado autorizado a determinar, por decreto, o afastamento,
servidores do Quadro de Pessoal do Instituto Técnico-Científico de Polícia – ITEP, bem como a pelo prazo máximo de 120 (cento e vinte dias), de policiais civis e militares estaduais do exercício
outros servidores públicos da SDS; de seus cargos, desde que estejam submetidos a procedimento administrativo, militar, policial,
h- manter arquivo atualizado e pormenorizado com todos os dados relativos aos judicial, inquérito civil e comissão parlamentar de inquérito, por prática de ato incompatível com a
integrantes da SDS, que estejam ou estiveram respondendo a processos judiciais, procedimentos função pública, sem prejuízo da remuneração.
administrativos disciplinares, Conselhos de Disciplina e Justificação ou a inquéritos policiais civil § 1º. O afastamento do exercício do cargo de que trata o “caput” deste artigo implica
ou militar; suspensão das prerrogativas funcionais do policial civil e do militar, até a decisão final do
i - expedir provimentos correcionais ou de cunho recomendatório; respectivo procedimento.
j– instituir mecanismos de controle de inquéritos policiais e demais procedimentos § 2º. O policial civil ou o militar afastado ficará à disposição do Setor de Recursos
investigativos produzidos pela Polícia Civil; Humanos do órgão a que estiver vinculado.
l– exercer outras atividades correlatas. § 3º. Na hipótese prevista neste artigo, a identificação funcional deverá ser entregue ao
Parágrafo único. As requisições da Corregedoria-Geral deverão ser atendidas no prazo Setor de Recursos Humanos e será devolvida ao policial civil ou ao militar, após a decisão,
máximo de 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade administrativa. conforme o caso.
Art. 2º. Compete ainda à Corregedoria-Geral receber reclamações, representações e Art. 10. A Corregedoria-Geral não poderá funcionar em prédio integrante do conjunto
denúncias, dando-lhes o devido encaminhamento, inclusive instaurando os procedimentos arquitetônico de unidade da Polícia Civil ou da Polícia Militar.
administrativos disciplinares com vistas ao esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos seus Art. 11. O art. 29 da Lei Complementar n.° 163, de 05 de fevereiro de 1999, alterado pelo
autores, e, quando for o caso, dando ciência ao Ministério Público. art. 2.° da Lei Complementar n.° 209, de 19 de novembro de 2001, fica acrescido de um inciso VIII,
Art. 3º. O titular do cargo de Corregedor-Geral, de provimento em comissão, será com a seguinte redação:
nomeado pelo Governador do Estado, que o deverá escolher dentre bacharéis em Direito sem “Art. 29. ..............… .........................................................................................................…
vínculo funcional com a SDS. VIII – administrar o sistema penitenciário do Estado.” (AC)
Art. 4º. A Corregedoria-Geral será integrada por 05 (cinco) corregedores auxiliares, os Art. 12. O Conselho Superior de Segurança Pública - CONSEP instituído pela Lei n.°
quais serão encarregados de proceder às inspeções, correições ordinárias e extraordinárias, além de 6.424, de 12 de julho de 1993, fica transformado em Conselho Estadual de Defesa Social –
outras atribuições lhes forem deferidas em regulamento. CONSEDS.
Art. 5º. O Procurador-Geral de Justiça, nos termos do artigo 22, inciso XI, alínea "a", da Art. 13. O Conselho Estadual de Defesa Social – CONSEDS é órgão colegiado e
Lei Orgânica do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, poderá designar Promotor deliberativo de 2º grau, com funções de planejamento, coordenação e orientação da política estadual
de Justiça para acompanhar atos investigatórios junto à Corregedoria-Geral, atuando como fiscal da de defesa social, vinculado ao Secretario de Estado da Defesa Social.
lei em todos os procedimentos disciplinares, no exercício do controle externo da atividade policial.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 27 de 64
Art. 14. Cabe à SDS fornecer o suporte administrativo, operacional e financeiro para o i) - requisitar dos órgãos públicos estaduais informações e, quando necessário, solicitar
funcionamento do CONSEDS que, também, contará com um quadro de servidores cedidos por aos órgãos federais e municipais dados informativos, para instruir as suas deliberações.
órgãos da administração estadual. Art. 17. Fica criada a Gratificação por Atividade de Ouvidoria – GAO, a ser paga a
Art. 15. O Conselho Estadual de Defesa Social - CONSEDS é constituído: servidores públicos estaduais que estejam em efetivo exercício nas atividades de ouvidoria da SDS.
I - pelo Secretário de Estado da Defesa Social; § 1º. A GAO, cujo valor corresponde a R$700,00 (setecentos reais) mensais, será limitada
II- por 01 (um) membro do Poder Judiciário Estadual; a 06(seis) concessões simultâneas.
III- por 01 (um) membro da Assembléia Legislativa; § 2º. A GAO não pode ser percebida cumulativamente com qualquer outra gratificação
IV- por 01 (um) membro do Ministério Público Estadual; criada anteriormente.
V- por 01 (um) membro da Polícia Federal; § 3º. A GAO é devida durante os períodos de:
VI- por 01(um) membro da Polícia Rodoviária Federal; I – férias;
VII-pelo Secretário de Planejamento e das Finanças; II – licença para tratamento de saúde;
VIII-pelo Secretário de Estado do Trabalho, da Justiça e da Cidadania; III –licença por acidente em serviço;
IX- pelo Comandante Geral da Polícia Militar; IV – licença por motivo de gestação, adoção ou guarda judicial;
a) pelo Delegado Geral da Polícia Civil; V – licença prêmio por assiduidade.
b) pelo Diretor do Instituto Técnico-Científico de Polícia – ITEP; XII- pelo Corregedor- Art. 18. É facultada a criação de estágio acadêmico em Delegacias de Polícia para
Geral da SDS; acadêmicos dos cursos de graduação em Direito e demais áreas das ciências humanas, através de
c) por 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil - secção do Rio Grande convênios institucionais entre a SDS e Universidades Públicas ou Particulares.
do Norte; Art. 19. Estende-se aos militares estaduais, quando em objeto de serviço, o disposto no
d) por 01 (um) membro indicado pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos. art. 9.° da Lei n.° 6.049, de 31 de outubro de 1990, com a redação dada pelo art. 1.° da lei n.° 6.595,
§ 1º. O Conselho será presidido pelo Secretário de Estado da Defesa Social e reunir-se-á de 22 de abril de 1994.
sempre que for convocado por seu presidente, para tratar de assunto considerado relevante, ou Art. 20. Ficam criados no Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa Social os
quando provocado por qualquer de seus membros, na forma disposto em regulamento. seguintes cargos de provimento em comissão:
§ 2º. Será designado um suplente para cada membro titular, indicado simultaneamente a) – um de Subsecretário;
pela respectiva instituição, órgão ou entidade integrante do CONSEDS. b) – um de Corregedor-Geral, com remuneração igual ao cargo de Coordenador;
§ 3º. A função de membro do CONSEDS é gratuita e constitui serviço relevante prestado III – cinco de Corregedor Auxiliar, com remuneração igual ao cargo de Subcoordenador.
ao Estado. Art. 21. Ficam criadas no Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa Social as
Art. 16. Compete ao Conselho Estadual de Defesa Social – CONSEDS: seguintes funções gratificadas:
I - propor políticas públicas nas áreas de defesa social; I – quarenta de Direção e Chefia de Segurança Pública – FDCS I;
a)- planejar, coordenar e orientar a política estadual de segurança pública, II – dez de Direção e Chefia de Segurança Pública – FDCS II;
compatibilizando-a com as diretrizes e metas do Governo do Estado; III – dez de Direção e Chefia de Segurança Pública – FDCS III.
b - deliberar, propor e assessorar o Governo do Estado na defesa do direito à Segurança Art. 22. Fica transformado o cargo de Ouvidor-Geral da Polícia Civil, de provimento em
Pública incumbindo-lhe, ainda, a participação no planejamento da política estadual para essa área, comissão, integrante do Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa Social, no cargo de
podendo propor ações preventivas, corretivas e reparadoras; Ouvidor-Geral da Defesa Social, também de provimento em comissão, mantido o mesmo nível de
c) - manter intercâmbio com órgãos e entidades congêneres, no âmbito federal e estadual, remuneração.
para cooperação mútua e adoção de procedimentos uniformes; Art. 23. Fica extinto o cargo de Corregedor-Geral da Polícia Civil, de provimento em
d) – elaborar e propor programas e planos de trabalho, atividades e formas de ação comissão, integrante do Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa Social.
conjunta com os órgãos federais, visando à garantia da ordem pública e à eficiência dos serviços Art. 24. Ficam remanejados do Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado do Trabalho,
policiais em todo o território estadual; da Justiça e da Cidadania - SEJUC para o Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa
e) – opinar sobre matérias relativas aos órgãos e agentes de segurança pública, sua Social – SDS, um cargo de Coordenador, um de Subcoordenador, sete de Diretor de Unidade Penal,
hierarquia, conduta e disciplina, propondo a adoção de medidas e providências; sete de Vice-Diretor de Unidade Penal, três de Diretor de Cadeia Pública e três de Vice-Diretor de
f) – estudar e propor modificações organizacionais nas estruturas policiais, a adoção de Cadeia Pública, todos de provimento em comissão, pertencentes ao Quadro de Pessoal do Estado.
novos métodos e a utilização de técnicas científicas relativas às atividades policiais; Art. 25. Ficam redistribuídos do Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado do Trabalho,
g) – avaliar as necessidades de especialização dos órgãos de investigação e repressão, no da Justiça e da Cidadania – SEJUC para o Quadro de Pessoal da Secretaria de Estado da Defesa
âmbito da atividade policial; Social – SDS, ambos do Quadro de Pessoal do Estado, os servidores e cargos integrantes do Grupo
h) – manifestar-se, quando solicitado, sobre as demais ações que envolvam a segurança Ocupacional Penitenciário.
pública no território estadual; Art. 26. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de sessenta dias.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 28 de 64
Art. 27. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem
disposições em contrário, em especial a Lei n.° 6.424, de 12 de julho de 1993 e o inciso IV do art. produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.
30 da Lei Complementar n.° 163, de 05 de fevereiro de 1999. Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime,
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, 5 de abril de 2002, 114º da República. atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.
FERNANDO ANTÔNIO DA CÂMARA FREIRE Anísio Marinho Neto Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS anos de experiência.
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu Seção III
sanciono a seguinte Lei: Das Partes
CAPÍTULO I Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
Disposições Gerais pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão civil.
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, § 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação perante o Juizado
processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência. Especial, excluídos os cessionário s de direito de pessoas jurídicas.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, §1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: (Redação dada
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. pela Lei nº 12.126, de 2009)
Capítulo II I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;
Dos Juizados EspeciaIs Cíveis (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
Seção I II - as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999;
Da Competência (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e
julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse
III - a ação de despejo para uso próprio; Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; (Incluído pela Lei nº 12.126, de
V - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I 2009)
deste artigo. IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução: 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
I - dos seus julgados; § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência,
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, inclusive para fins de conciliação.
observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei. Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é
falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a obrigatória.
resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. § 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado,
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária
excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação. prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro: § 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades o recomendar.
profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; § 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; § 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de por preposto credenciado.
qualquer natureza. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro § 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado
previsto no inciso I deste artigo. por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver
Seção II necessidade de vínculo empregatício. (Redação dada pela Lei nº 12.137, de 2009)
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 29 de 64
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio. Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos precatória.
em lei. § 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando
Seção IV e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e
Dos atos processuais será proferido julgamento, de plano.
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, § 2º Não se fará citação por edital.
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. § 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro
de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os meio idôneo de comunicação.
dias úteis. (Incluído pela Lei nº 13.728, de 2018) § 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as § 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do
quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei. processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. da comunicação.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer Seção VII
meio idôneo de comunicação. Da Revelia
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de
manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o
em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão. contrário resultar da convicção do Juiz.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais Seção VIII
documentos que o instruem. Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Seção V Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as
Do pedido vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as consequências do litígio, especialmente
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.
Secretaria do Juizado. Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível: sua orientação.
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
III - o objeto e seu valor. Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo
extensão da obrigação. arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser § 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos. compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado § 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
naquele dispositivo. Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.
do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias. Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.
de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação. Seção IX
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação Da Instrução e Julgamento
formal e ambos serão apreciados na mesma sentença. Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de
Seção VI instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Das Citações e Intimações Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada
Art. 18. A citação far-se-á: para um dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria; presentes.
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova
da recepção, que será obrigatoriamente identificado; e, em seguida, proferida a sentença.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 30 de 64
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá
prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença. recurso para o próprio Juizado § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência. § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Seção X Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença,
Da Resposta do Réu por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto § 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas
arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor. seguintes à interposição, sob pena de deserção.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido § 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no
em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem prazo de dez dias.
objeto da controvérsia. Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes. Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que
Seção XI alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.
Das Provas Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação
lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes. suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, Art. 47. (VETADO)
impertinentes ou protelatórias. Seção XIII
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência Dos Embargos de Declaração
de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver
intimação, ou mediante esta, se assim for requerido. obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. Art. 48. Caberão embargos de declaração contra
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº
mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública. Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, de cinco dias, contados da ciência da decisão.
permitida às partes a apresentação de parecer técnico. Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das prazo para recurso.
partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
que lhe relatará informalmente o verificado. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, Seção XIV
os informes trazidos nos depoimentos. Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
supervisão de Juiz togado. Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:
Seção XII I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;
Da Sentença II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento,
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo após a conciliação;
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;
genérico o pedido. V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida trinta dias;
nesta Lei. VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a trinta dias da ciência do fato.
submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se § 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação
manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis. pessoal das partes.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 31 de 64
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força § 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será
maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas. imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.
Seção XV Seção XVI
Da Execução Das Despesas
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do
couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações: pagamento de custas, taxas ou despesas. Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do
I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em
Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente; primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de
efetuados por servidor judicial; advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido,
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento
for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V); Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido I - reconhecida a litigância de má-fé;
solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada II - improcedentes os embargos do devedor;
nova citação; III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou devedor.
na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do Seção XVII
devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a Disposições Finais
elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o
arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar, serviço de assistência judiciária.
quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado; Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.
valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária; Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista
data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por
ou hipotecado o imóvel; esta Lei.
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de Capítulo III
bens de pequeno valor; Dos Juizados Especiais Criminais
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre: Disposições Gerais
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia; Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou togados e leigos, tem
b) manifesto excesso de execução; competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
c) erro de cálculo; ofensivo. (Vide Lei nº 10.259, de 2001)
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença. Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de
esta Lei. 2006)
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente. decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006)
possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um
adjudicação do bem penhorado. ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial. (Vide Lei nº 10.259, de 2001)
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer
das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 32 de 64
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em
(dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002))
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta
dada pela Lei nº 13.603, de 2018) Lei.
Seção I Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor
Da Competência e dos Atos Processuais do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação
infração penal. imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. administração da Justiça Criminal.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
meio hábil de comunicação. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou representação.
equivalente. Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
mandado. Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação
tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de metade.
comunicação. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
partes, os interessados e defensores. liberdade, por sentença definitiva;
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público. III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
Seção II como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Da Fase Preliminar § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo do Juiz.
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta
flagrante, nem se exigirá fiança. Lei.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 33 de 64
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o
cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. pedido do recorrente.
Seção III § 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
Do Procedimento Sumariíssimo § 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela § 3º do art. 65 desta Lei.
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o § 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de § 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento
diligências imprescindíveis. servirá de acórdão.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver
ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em
exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei nº
prova equivalente. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da § 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco
denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na dias, contados da ciência da decisão.
forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. § 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao para o recurso.
Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências § 2o Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao § 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a Seção IV
audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o Da Execução
ofendido, o responsável civil e seus advogados. Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e pagamento na Secretaria do Juizado. Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará
cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas extinta a punibilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros criminais,
ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização. exceto para fins de requisição judicial.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da
do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento. liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei. Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta Seção V
pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. Das Despesas Processuais
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de
condução coercitiva de quem deva comparecer. direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, estadual.
após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a Seção VI
vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, Disposições Finais
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Juiz limitar ou excluir Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a
reunidos na sede do Juizado. denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes
condições:

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 34 de 64
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
Material fornecido
pelo Capitão Amâncio
justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde
que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado

IPM
por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do
prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em
seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já
estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. (Artigo
(Inquérito Policial Militar)
Conceito:
incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999) O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação crime militar, e de sua autoria. (Art. 7º CPPM).
penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta Finalidade:
dias, sob pena de decadência. Ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. . (Art. 7º CPPM).
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Características:
Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. Sigiloso - O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome
Capítulo IV conhecimento o advogado do indiciado; (Art. 16);
Disposições Finais Comuns Formal: Segue a formalidade legal prevista em lei e normas;
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, Inquisitório: Não há contraditório e ampla defesa.
sua organização, composição e competência. Amparo Legal: (Art. 9º ao 28 do Código de Processo Penal Militar)
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da Formalização:
sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios Instauração de Inquérito Policial Militar (IPM) – Art. 10.
públicos, de acordo com audiências previamente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados
Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei. Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, serão a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a
infração penal, atendida a hierarquia do infrator;
criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os c) em virtude de requisição do Ministério Público;
conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de
dada pela Lei nº 12.726, de 2012) representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão
caiba à Justiça Militar;
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação. f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, infração penal militar.
de 7 de novembro de 1984.
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO EXEMPLO DE PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE IPM:
Nelson A. Jobim O COMANDANTE DO COMANDO DE POLICIAMENTO DO INTERIOR - CPI- no uso das
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995 atribuições que lhe confere o artigo 10, alínea “a”, do Código de Processo Penal Militar;
CONSIDERANDO os fatos narrados na Parte Genérica de 286, identificada com o nº xxxx no
processo SEI nº xxxxxxxxx;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 35 de 64
CONSIDERANDO ainda que é dever da Polícia Militar, apurar fatos que supostamente contenham g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou
indícios de infrações penais militares e disciplinares cometida por seus integrantes; danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
CONSIDERANDO a necessidade de instrução preparatória e informativa cujo relatório servirá de h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
base a uma decisão fundamentada, do poder Judiciário, do órgão Ministerial e da Administração; i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do
CONSIDERANDO a nova dicção legal sobre crimes militares traduzida pela Lei Federal 13.491, de ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor,
13 de outubro de 2017, combinada com o artigo 9º do Código Penal Militar (CPM), bem como com o artigo 9º ou a independência para a realização de perícias ou exames.
do Código de Processo Penal Militar (CPPM); RESOLVE:
INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, afim de apurar os fatos narrados na Parte
Genérica 286 (xxxxx), datada de 05 de agosto de 2018, em desfavor do 3º Sgt PM Nº xxxxxxxxxxxxxxxxx, Designação de Escrivão: (Art. 11 CPPM)
matrícula xxxxxxxx-x, versando sobre um disparo de arma de fogo sob a responsabilidade deste, que ocorreu no
interior da sede do CPI, em 05 de agosto de 2018;
Designar para apurar o referido feito o Cap. QOPM Amâncio dos Santos Souza, matrícula nº
167.208-8, delegando-lhe para tal mister as atribuições legais que me são conferidas;
O Encarregado tem o prazo de 05 (cinco) dias, após a publicação em BI, para dar ciência do Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se
recebimento desta Portaria no SEI (Sistema Eletrônico de Informação), acompanhada da documentação em não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em
anexo, iniciando-se, com isso, o prazo para a conclusão do procedimento; segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou
O presente IPM deverá ser concluído no prazo legal de 40 (quarenta) dias, conforme previsto no suboficial, nos demais casos.
ordenamento jurídico brasileiro (Art. 20 CPPM);
Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Publique-se em BI, Registre-se e Cumpra-se.


RELATÓRIO: (Art. 22 CPPM)
xvxvxvxvxvxvxv - Cel QOPM
Comandante do CPI

Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com
ATOS DO ENCARREGADO DO IPM indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há
Medidas preliminares ao inquérito – (Art. 12 CPPM) infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso,
justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos
legais.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na
ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das MODELOS DE DOCUMENTOS
coisas, enquanto necessário;
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.

 Formação do inquérito – (Art. 13 CPPM)

Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:


a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outros exames e perícias;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 36 de 64
DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO
Escrivão
DESPACHO
Na condição de Encarregado do Inquérito Policial Militar, conforme consta publicado na Portaria de
nº XX/20XX, venho designar nos termos do artigo 11 do CPPM o 3º Sgt PM FULANO, Matrícula XXXXXX,
MODELO DE TERMO DE COMPROMISSO DO ESCRIVÃO
para assumir o encargo de escrivão, devendo para tanto, prestar o compromisso legal, autuar a portaria de
instauração deste IPM, juntamente com os documentos que a seguem, bem como, expedir ofício ao Diretor
do ITEP para efeito de perícia na arma de fogo XYZ. CABEÇALHO DA OPM A QUE PERTENCE O ENCARREGADO

Natal/RN, XX de fevereiro de 2020. TERMO DE COMPROMISSO


Chespirito – 1º Ten PM
Encarregado do IPM. Aos 13 dias do mês de janeiro de 2020, na cidade de Natal/RN, na sede do CPI, tendo
sido designado com escrivão do presente IPM, aceito o encargo, prometendo bem e fielmente
CABEÇALHO DA OPM A QUE PERTENCE O ENCARREGADO
cumprir as determinações constantes no CPPM, bem como as que forem atribuídas pelo
Portaria nº 001/2020/IPM Natal/RN, 23 de fevereiro de 2020. encarregado deste procedimento. Para constar, lavro este termo.

Escrivão
O Tenente Chespirito, encarregado deste IPM, conforme consta na portaria
XXX/2010/IPM, do Comando de Policiamento do Interior, vem com fundamento na alínea “d” do
artigo 10 e 11 do CPPM,
1. Instaurar o presente IPM; MODELO DE TERMO DE RECEBIMENTO
2. Designar o 3º SGT PM FULANO para assumir o encargo de escrivão;
3. Determinar ao Escrivão que autue a portaria de designação do encarregado, com os RECEBIMENTO
documentos inclusos, juntando-se as demais peças que forem acrescendo; Aos 13 dias do mês de janeiro de 2020, recebi os presentes autos deste IPM. Para consta
4. Determinar ao Escrivão que notifique ao ofendido, acusado e testemunhas, afim de que lavrei o presente termo.
todos sejam ouvidos nestes autos;
5. Oficiar ao Senhor Cel PM, Diretor de Pessoal, solicitando o extrato de assentamentos Escrivão
do policial militar acusado.
6. Ofício ao Diretor do ITEP para efeito de perícia na arma de fogo XYZ. MODELO DE TERMO DE JUNTADA

TERMO DE JUNTADA
Chespirito – 1º Ten PM Aos 13 dias do mês de janeiro de 2020, faço juntada aos presentes autos da Portaria de
Encarregado do IPM. Instauração deste IPM e demais documentos inclusos. Para consta lavrei o presente termo.
MODELO DE AUTUAÇÃO DE PORTARIA Escrivão

CABEÇALHO DA OPM A QUE PERTENCE O ENCARREGADO JUNTADA

ENCARREGADO : Ten Chespirito Aos 13 dias do mês de janeiro de 2020, faço juntada dos documentos abaixo relacionada
ESCRIVÃO : 3º SGT FULANO aos autos deste IPM. Para consta lavrei o presente termo.
INVESTIGADO: CABO PM S G H, A – A esclarecer – Prejudicado
OFENDIDO: FULANA DE TAL - A FAZENDA PÚBLICA – O SERVIÇO MILITAR, etc. Escrivão

AUTUAÇÃO
Aos 13 dias do mês de janeiro de 2020, na cidade de Natal/RN, na sede do Comando de
Policiamento do Interior, autuo a portaria de designação do encarregado do IPM e demais
documentos inclusos, do que, para constar lavrei presente termo.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 37 de 64
MODELO DE TERMO DE CERTIDÃO MODELO DE OFÍCIO

CERTIDÃO
CABEÇALHO DA OPM A QUE PERTENCE O ENCARREGADO
Certifico haver cumprido bem e fielmente todas as determinações do Senhor Ten PM
encarregado deste IPM, do que, para constar lavrei o presente termo. Ofício nº XX/2020/IPM Natal/RN 02 de fevereiro de 2020.

Natal/RN, 14 de janeiro de 2020.


Ao senhor
Escrivão Fulano
Diretor do ITEPM
Assunto: Solicitação de Perícia Balística.
MODELO DE TERMO DE CONCLUSÃO
Tendo sido designado como encarregado do inquérito policial militar, conforme consta
CONCLUSÃO na portaria de nº XX-SEI, através do protocolo de nº XXXXX/2020-01, venho por meio deste
expediente solicitar a V. Sª. a perícia balística da arma de fogo XYZ.
Sem mais para o momento, apresento protestos de consideração e respeito.

Aos 10 dias do mês de fevereiro de 2020, faço os presentes autos conclusos ao Sr. Tenente Chespirito – Ten PM
Chespirito, encarregado deste IPM. Para constar, lavrei este termo. Encarregado do IPM

Escrivão

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 38 de 64
MODELO DE TERMO DE DECLARAÇÕES MODELO DE TERMO DE DEPOIMENTO

TERMO DE DECLARAÇÕES QUE PRESTA FULANO, CPF Nº(...) (Se for policial
militar: Termo de Declarações que presta o SD PM nº XXXXX, Fulano, Matrícula xxx)

Aos 23 (vinte e três) dias do mês de janeiro do ano de 2020, na sala do corpo de alunos TERMO DE DEPOIMETO PRESTADO PELA TESTEMUNHA FULANA, CPF Nº (...)
do Curso de Formação de Praças – CFP, polo zona norte, localizado no Centro de Formação de (Se for policial militar: Termo de Depoimento que presta o SD PM nº XXXXX, Fulano, Matrícula
Praças da Polícia Militar do Rio Grande do Norte – CFAPM, onde presente se encontrava xxx).
Chespirito Tem PM, Matrícula 100000-8, encarregado do IPM, comigo o escrivão 3 Sgt Fulano, Aos 23 (vinte e três) dias do mês de janeiro do ano de 2020, na sala do corpo de alunos
Mat. 011111-8, compareceu às 13h o Aluno Soldado PM Fulano, CPF Nº 091.444.334-84, natural do Curso de Formação de Praças – CFP, polo zona norte, localizado no Centro de Formação de
de Aracaju/AL, filho de Manoel Manoel Manoel Silva e de Maria maria maria, atualmente Praças da Polícia Militar do Rio Grande do Norte – CFAPM, onde presente se encontrava
matriculado no curso de Formação de Praças da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Chespirito Tem PM, Matrícula 100000-8, encarregado do IPM, comigo o escrivão 3 Sgt Fulano,
pertencente ao 00 Pelotão, perguntado a respeito dos fatos que originaram o presente IPM, passou a Mat. 011111-8, compareceu às 13h o Aluno Soldado PM Fulano, CPF Nº 091.444.334-84, natural
dizer que: Estava de serviço em quartos de horas, etc, etc, etc.. Perguntado ao declarante se de Aracaju/AL, filho de Manoel Manoel Manoel Silva e de Maria maria maria, atualmente
tomou conhecimento de alguma alteração naquele serviço além da que já relatou, informou matriculado no curso de Formação de Praças da Polícia Militar do Rio Grande do Norte,
que: não tomou conhecimento, etc, etc. etc.etc...Perguntado ao declarante qual foi o horário da pertencente ao 00 Pelotão, compromissado na forma da lei e ciente das penalidades resultantes do
alteração, respondeu que: etc, etc, etc... . Como nada mais disse e nem lhe foi perguntado deu-se falso testemunho, prometeu dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Perguntado a
por encerrado o presente termo às 13h56, que após lido e achado conforme segue assinado respeito dos fatos que originaram o presente IPM, passou a dizer que: Estava de serviço em quartos
pelo encarregado e pelo depoente. de horas, etc, etc, etc.. Perguntado ao depoente se tomou conhecimento de alguma alteração
naquele serviço além da que já relatou, informou que: não tomou conhecimento, etc, etc.
____________________________________ etc.etc...Perguntado ao declarante qual foi o horário da alteração, respondeu que: etc, etc, etc... .
Chespirito – Ten PM Como nada mais disse e nem lhe foi perguntado deu-se por encerrado o presente termo às
Encarregado 13h56, que após lido e achado conforme segue assinado pelo encarregado e pelo depoente.

___________________________________________ ____________________________________
Fulano de Tal – Aluno Sodado PM Chespirito – Ten PM
Declarante Encarregado

___________________________________________
_______________________________ Fulano de Tal – Aluno Sodado PM
José Fulano – Sgt PM Depoente
Escrivão
_______________________________
José Fulano – Sgt PM
Escrivão

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 39 de 64
MODELO DE RELATÓRIO DE IPM
Transcrição dos principais trechos
CABEÇALHO DA OPM A QUE PERTENCE O ENCARREGADO

ENCARREGADO : Ten Chespirito Da mesma sorte as provas apresentadas nos autos, tal como se pode ver às folhas de nº
ESCRIVÃO : 3º SGT FULANO XX, levam a confirmar que o fato na realidade foi esse: Que no dia supracitado o investigado não
INVESTIGADO: CABO PM S G H, A – A esclarecer – Prejudicado estava presente no local, etc, etc.
OFENDIDO: FULANA DE TAL - A FAZENDA PÚBLICA – O SERVIÇO MILITAR, NA ANÁLISE DOS FATOS O ENCARREGADO VAI EXPOR TODO O CONTEÚDO
etc. QUE FAÇA DEDUZIR DE FORMA IMPARCIAL QUAL SERIA A CONCLUSÃO,
I – FINALIDADE: MENCIONA PROVAS PERICIAIS E OU TESTEMUNHAS, E OUTROS FATOS
O presente IPM foi instaurado com a finalidade de esclarecer os fatos narrados (na parte CONSTATADOS.
nº xx,), tendo como encarregado o Ten Chespirito, de acordo com o que consta na Portaria de nº NESTE TÓPICO O ENCARREGADO REGISTRA O QUE REALMENTE
XX/2020/CPI, datada de 02/01/2020. ACONTECEU, SEGUNDO O QUE CONSEGUIU PROVAR.
(Relato sucinto do que consta na portaria de designação do encarregado) IV - FUNDAMENTAÇÃO
O presente IPM foi instaurado com a finalidade de esclarecer os fatos narrados na Parte NESTE TÓPICO O ENCARREGADO IRÁ COMPROVAR TECNICAMENTE SE O
Genérica 286, que apontam para ocorrência de um suposto crime militar nas dependências do FATO É TÍPICO, O QUE A DOUTRINA DIZ A RESPEITO, E SE MERECE ATENÇÃO DA
Quartel do Comando Geral da PMRN, para que seja encontrada a autoria e materialidade, bem JUSTIÇA MILITAR; OU SE O FATO NÃO TENHA TIPICIDADE E OU NÃO MEREÇA
como, indícios de infração penal militar. ATENÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR.
II – DILIGÊNCIAS REALIZADAS: Ex.: Mediante as provas apresentadas nos autos se verifica que não houve crime de
a) Solicitação ao ITEP da perícia da arma de fogo XYZ, às folhas___; disparo de arma de fogo, uma vez que a lei não tipifica nem penaliza o disparo acidental.
b) Solicitação ao ITEP da perícia do local de crime, às folhas___; Neste sentido, corroborando com esta fundamentação, Fernando Capez afirma que:
c) Ofício ao Senhor Coronel Comandante do CPI para apresentar o Policial Militar “nulum crimem nulla poena sine lege”
CABO PM S G H, A, às folhas ____; Desta feita, o fato não merece atenção da justiça militar, haja vista não constituir crime,
d) Ofício ao Senhor Coronel PM, Diretor de Pessoal solicitando o extrato de contudo, é passível de reprimenda disciplinar uma vez que contrariou os preceitos da disciplina
assentamentos do investigado; castrense.
e) Termo de Declarações do Ofendido, FULANO DE TAL, às folhas____; V – CONCLUSÃO
f) Termo de Depoimento da Testemunha, BELTANO, às folhas____; Diante de todo o exposto, confirma-se que não há justa causa para indiciar o investigado,
g) Termo de Qualificação e interrogatório do investigado, S G H, A, às folhas ___; entretanto, constatou-se que o fato contrariou os preceitos da disciplina castrense e requer atenção
h) Etc. na esfera administrativa disciplinar.
Salvo melhor juízo,
III – ANÁLISE DOS FATOS: Natal/RN, 14 de fevereiro de 2020.
Ao iniciar o presente Inquérito Policial Militar foram coletados todos os elementos Chespirito – Ten PM
suficientes de prova para elucidar a autoria e materialidade e ou de indícios de delito penal militar, Encarregado do IPM
tendo as oitivas do ofendido, testemunhas e acusado contribuído para esclarecer os fatos.
Desta feita, segue abaixo a transcrição de pontos considerados importantes por este
encarregado.
TERMO DE DECLARAÇÕES DO OFENDIDO:

Transcrição dos principais trechos (citação acadêmica)


TERMO DE DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA:

Transcrição dos principais trechos

TERMO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO:

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 40 de 64
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:

PLANO DE AULA Atribuição do seu encarregado


a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;

PARA O CFS – IPM c) ouvir o indiciado;


d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
1. Conceito e finalidade de IPM f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
De acordo com definição expressa no Art. 9º , do CPPM: “O inquérito policial quaisquer outros exames e perícias;
militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída
militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal” h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos Arts. 172 a 184 e 185 a 189;
2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos
2.1 OBRIGATORIEDADE: ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de
Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames.
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando 2.4 PROCEDIMENTO ESCRITO: O Art. 21 determina que o IPM:
haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; Reunião e ordem das peças de inquérito
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso “Art. 21. Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas
de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e
posteriormente, por ofício; rubricadas, pelo escrivão”.
c) em virtude de requisição do Ministério Público; 2.5 SIGILO: Apesar da publicidade dos atos Administrativos, determinada
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; pela Constituição Federal, o IPM é um procedimento sigiloso.
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em Sigilo do inquérito
virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de “Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele
infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; tome conhecimento o advogado do indiciado”.
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício 2.6 FACULTATIVIDADE: Como regra geral, o IPM é obrigatório.
da existência de infração penal militar. Entretanto, o Art. 28 do CPPM elenca situações em que ele é facultativo.
2.2 INDISPONIBILIDADE Dispensa de Inquérito
Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, “Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência
embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado. requisitada pelo Ministério Público:
2.3 DISCRICIONARIEDADE NA CONDUÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES: a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou
Verificar se todas essas providências foram tomadas: outras provas materiais;
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: autor esteja identificado;
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar”.
coisas, enquanto necessário; (Vide Lei nº 6.174, de 1974); 2.7 NATUREZA JURÍDICA: O IPM tem natureza jurídica de mera peça
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; informativa, não contraditória, conforme sugere o seu próprio nome.
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; Participação do advogado do iniciado no IPM
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas “Tendo em vista o que dispõe o inciso LXIII, do Art. 5°, da Constituição
circunstâncias. Federal e o Estatuto da Advocacia do Brasil ( Lei n° 8.906, de 04 de julho de 1994), é
Formação do inquérito assegurado ao indiciado o direito de se fazer acompanhar por seu advogado, durante seu

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 41 de 64
interrogatório, bem como durante a instrução do IPM. Eis o que estabelecem os incisos pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação
III, XIII e XIV, do Art. 7°, do Estatuto da Advocacia do Brasil: fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.
Art. 7º São direitos do advogado: Prisão preventiva e menagem. Solicitação
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará,
procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão
civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; preventiva ou de menagem, do indiciado.
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Inquirição durante o dia
Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que
sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que
podendo tomar apontamentos”. medeie entre as sete e as dezoito horas.
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento
mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, § 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições ou
findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções, no final daquele
tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de período.
2016). Inquirição. Limite de tempo
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob § 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas,
pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes além daquele termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será
ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do
apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016); inquérito.
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016). § 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o
Escrivão do inquérito primeiro dia que o for, salvo caso de urgência.
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo Prazos para terminação do inquérito
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver
fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no
subtenente ou suboficial, nos demais casos. prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto, contados a partir da data em que
Compromisso legal se instaurar o inquérito.
Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do Prorrogação de prazo
inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função. § 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
Encarregado de inquérito. Requisitos autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O
não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes
segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada da terminação do prazo.
caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado. Diligências não concluídas até o inquérito
Incomunicabilidade do indiciado. Prazo. § 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames
que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão
Detenção de indiciado posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório,
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se
durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, Dedução em favor dos prazos

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 42 de 64
§ 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo Arquivamento de inquérito. Proibição
motivo previsto no § 5º do art. 10. Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito,
“§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências Instauração de novo inquérito
necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas
do art. 7º”. provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o
Reunião e ordem das peças de inquérito caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
Art. 21. Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas § 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao
num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.
rubricadas, pelo escrivão. § 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender
Juntada de documento inadequada a instauração do inquérito.
Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do Devolução de autos de inquérito
encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data. Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial
Relatório militar, a não ser:
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de
há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue
justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos necessária.
legais. Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de
Solução vinte dias, para a restituição dos autos.
§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o Suficiência do auto de flagrante delito
seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o
homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o
disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua
Avocação avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com
§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente,
poderá avocá-lo e dar solução diferente. nos termos do art. 20.
Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição Dispensa de Inquérito
Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência
Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, requisitada pelo Ministério Público:
bem como dos objetos que interessem à sua prova. a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou
Remessa a Auditorias Especializadas outras provas materiais;
§ 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha, do b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo
Exército e da Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização de cada uma. autor esteja identificado;
Onde houver mais de uma na mesma sede, especializada ou não, a remessa será feita à c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
primeira Auditoria, para a respectiva distribuição. Os incidentes ocorridos no curso do Desacato
inquérito serão resolvidos pelo juiz a que couber tomar conhecimento do inquérito, por Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no exercício da função ou em
distribuição. razão dela:
§ 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão remetidos Desobediência a decisão judicial
à 1ª Auditoria da Circunscrição com sede na Capital da União, atendida, contudo, a Art. 349. Deixar, sem justa causa, de cumprir decisão da Justiça Militar, ou
especialização referida no § 1º. retardar ou fraudar o seu cumprimento:

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 43 de 64
XIII - FORMALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS Seções do EMG e os Comandantes de unidades, operacionais, administrativas ou de
DISCIPLINARES NO ÂMBITO DA POLÍCIA MILITAR – Portaria. ensino, até nível de Companhia.
PORTARIA Nº 182/2012-GCG, de 02 de Agosto de 2012. § 2º - Se a situação, objeto de averiguação, for relativa a militares estaduais
Dispõe sobre a formalização de Sindicância na Polícia Militar do Rio Grande do integrantes de unidades subordinadas a Grandes Comandos diversos ou a diferentes
Norte e dá outras providências. seções e diretorias, a instauração da sindicância caberá à autoridade que seja
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO imediatamente superior aos referidos comandos dos sindicados na cadeia hierárquica da
GRANDE DO NORTE, no uso das suas atribuições legais, e Corporação.
CONSIDERANDO a necessidade de padronizar a formalização de § 3º - Para efeito deste provimento, todas as Organizações Policiais Militares,
procedimentos administrativos disciplinares no âmbito da Polícia Militar; tais como Quartel do Comando-Geral, Comandos de Policiamento, Diretorias,
CONSIDERANDO a necessidade de se adequar a instauração de tais Estabelecimentos, Repartições, Unidades Operacionais e outras serão denominadas
procedimentos às diversas mudanças administrativas e operacionais ocorridas na “OPM”.
corporação, sobretudo quanto ao recrudescimento do efetivo, § 4º - Quando o fato supostamente ensejador de instauração de sindicância não
CONSIDERANDO o disposto no art. 5º, LV, da CF/88, que dispõe sobre os configurar evidente infração disciplinar a denúncia será motivadamente arquivada, por
institutos da ampla defesa e do contraditório; falta de objeto.
R E S O L V E: Baixar a presente portaria a fim de definir regras uniformes Seção II
para a formalização de sindicância. Da Publicação da Portaria de Instauração em Boletim
Capítulo I Art. 3º - Quando a apuração for determinada por ato do Comandante Geral,
DO CONCEITO DE SINDICÂNCIA E DA FINALIDADE Chefe do Estado Maior Geral (EMG), Chefes de Seções do EMG ou Diretores, a
Art. 1º - Sindicância é o meio inicial de apuração de irregularidades cometidas sindicância será instaurada mediante portaria publicada em Boletim Geral (BG).
no âmbito da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), a fim de elucidar os fatos Art. 4º - Quando a apuração for determinada por ato de Comandante de Grande
e indicar sua autoria, podendo resultar na proposta de aplicação das punições Comando ou Comandante de unidade operacional, administrativa ou de ensino, até o
disciplinares previstas na legislação castrense. nível de Companhia, a sindicância será instaurada mediante portaria publicada em
§ 1º - A sindicância obedecerá ao princípio do inquisitório, assegurada ao Boletim Interno (BI) da respectiva OPM.
acusado ampla defesa e utilização dos meios de prova admitidos em direito, sendo a Parágrafo único - Quando a OPM não dispuser de boletim interno fará publicar
apuração dos fatos regida pelos princípios da celeridade, simplicidade e economia a portaria no boletim da OPM a qual está diretamente subordinada.
processual. Capítulo III
§ 2º - A sindicância será promovida quando a conduta irregular não estiver bem DA DESIGNAÇÃO DO SINDICANTE, DA SUSPEIÇÃO E DO
definida ou quando, ainda que definida, desconhecer-se sua autoria. IMPEDIMENTO, DO ESCRIVÃO E DA INSTRUÇÃO
§ 3º - A sindicância também poderá ser utilizada para apurar outros atos ou fatos Seção I
distintos de irregularidades ou faltas funcionais, mas que por sua natureza ou Da Designação do Sindicante
circunstâncias possam, de qualquer modo, interessar à administração militar. Art. 5º - A designação para apuração dos fatos deverá recair sobre Oficial PM,
Capitulo II Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, observadas as regras de
DA COMPETÊNCIA PARA INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA E DA hierarquia.
PUBLICAÇÃO DA PORTARIA DE INSTAURAÇÃO EM BOLETIM § 1º - O sindicante não poderá ter condição hierárquica inferior à do sindicado,
Seção I quando este for conhecido.
Da Competência para Instauração de Sindicância § 2º - O sindicante exercerá suas atividades com independência e
Art. 2º - O Comandante que tiver ciência ou notícia de qualquer circunstância imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
irregular é obrigado a providenciar, no âmbito do seu Comando, a apuração dos fatos e interesse da administração, sendo-lhe conferidos pela portaria de instauração todos os
das responsabilidades. poderes necessários à condução da sindicância, desde que não obste o conhecimento da
§ 1º - Podem instaurar sindicância o Comandante Geral, o Chefe do Estado verdade dos fatos.
Maior Geral (EMG), os Diretores, os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seção II
Da Suspeição e do Impedimento

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 44 de 64
Art. 6º - Não poderá ser designado como sindicante o militar que: Parágrafo único - A autuação constituir-se-á na primeira folha da sindicância,
I - formulou a acusação; servindo-lhe de capa.
II - tiver interesse na decisão da sindicância; Art.11 - À portaria deverão ser anexados quaisquer documentos ou provas úteis
III - tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo ou à investigação.,
afim, na linha reta ou até o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza Art. 12 - As oitivas serão formalizadas por intermédio de:
civil; I - termo de perguntas, para o sindicado;
IV - der-se, justificadamente, por suspeito. II - termo de declarações, para o ofendido;
Parágrafo único - O sindicante, a critério da autoridade designante e quando a III - termo de inquirição, para a testemunha;
apuração for por esta considerada complexa ou acarretar grande volume de trabalho, IV - termo de informações, para crianças e adolescentes, enfermos ou
poderá ser dispensado do desempenho de suas atribuições ordinárias em sua OPM, até a deficientes mentais, legalmente assistidos, bem como para os informantes.
conclusão da sindicância. Art. 13 - Todas as folhas que compõem a sindicância deverão ser digitadas ou
Art. 7º - Se durante o curso da sindicância o sindicante verificar a existência datilografadas com a observância das normas atinentes à elaboração de documentos,
de indícios contra sindicado mais antigo ou de posto/graduação superior ao seu, excetuadas as situações de comprovada impossibilidade, ocasião em que poderão ser
concluirá os autos e os remeterá à autoridade designante, que providenciará a manuscritas, desde que de maneira legível.
designação de outro oficial/praça mais antigo ou superior ao sindicado, o qual dará Parágrafo único - As folhas deverão ser numeradas e rubricadas pelo escrivão no
prosseguimento à apuração. canto superior direito, de acordo com a ordem cronológica de juntada aos autos.
Parágrafo único - A autoridade competente poderá designar outro encarregado Art. 14 - Em caso de armas ou outros objetos apreendidos durante a
para dar prosseguimento à sindicância que durante seu curso apresente circunstâncias que instrução, o sindicante deverá providenciar o devido depósito no almoxarifado ou
impossibilitem o sindicante de desenvolver os trabalhos, a exemplo de doença ou material bélico da sua OPM, fazendo anexar aos autos o documento comprobatório do
movimentação. depósito.
Seção III DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS (CPC).
Do Escrivão Art. 188.  Os atos e os termos processuais independem de forma
Art. 8º - A designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, devendo recair determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os
em Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for Oficial, ou em que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial;
qualquer nível de graduação se o sindicado for Praça, sendo exigida apenas a prática em Art. 277.  Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
digitação. válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Art. 9º - Ao ser nomeado o escrivão prestará o compromisso de manter o sigilo Capítulo IV
dos trabalhos e de cumprir fielmente as determinações que lhes forem passadas, sob DO SINDICADO, DO INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL DO
pena de responsabilidade. SINDICADO E DA PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO
Seção IV Seção I
Da Instrução Do Sindicado
Art.10 - O sindicante, tão logo receba a portaria de instauração, deverá adotar as Art. 15 - O sindicante promoverá o termo de perguntas ao sindicado,
seguintes providências: qualificando-o pelo nome completo, posto/graduação, filiação, número de matrícula
I - autuar os documentos de origem; funcional, CPF e lotação atual, dando-lhe ciência do motivo ensejador da sindicância.
II - designar e nomear o escrivão; §1º - O comparecimento de militar ou servidor público para prestar declarações
III - expedir os ofícios ou memorandos de convocação, que devem ser recebidos será requisitado ao respectivo Comandante, Chefe ou Diretor.
formalmente pelo convocado ou por pessoa de sua confiança, no caso de impossibilidade §2º - Caso o sindicado se recuse a receber a convocação duas testemunhas
física; poderão atestar tal fato, igualmente por escrito e no próprio documento de convocação.
IV - ouvir o sindicado, o ofendido, as testemunhas e outras pessoas que possam Art.16 - A sindicância seguirá à revelia do sindicado que, convocado para
prestar esclarecimentos; qualquer ato do procedimento, deixar de comparecer sem motivo justificado.
V - produzir as provas que se mostrarem necessárias e atinentes ao fato sob
apuração, esclarecendo as circunstâncias e determinando a autoria, se for o caso.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 45 de 64
Art.17 - No caso de mais de um sindicado, cada um deles será ouvido devendo o escrivão certificar tal recusa e comunicar o fato ao sindicante para a adoção
separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou das providências necessárias.
circunstâncias será promovida a acareação entre eles. § 5º - Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não puder assinar, deverá o
Art.18 - Após a leitura do termo e antes da assinatura, se for verificado haver sindicante solicitar a alguém que faça a leitura, na presença de duas testemunhas,
algum engano que não possa ser corrigido por intermédio de nova impressão, deverá o consignando no termo o motivo de tal procedimento, a assinatura das testemunhas e a
sindicante fazer constar, sem supressão do que foi alterado, a retificação necessária, bem impressão digital da pessoa ouvida.
como o seu motivo, rubricando-a juntamente com o depoente e quem mais tenha § 6º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-
acompanhado a lavratura. se-á à acareação entre os depoentes.
Seção II § 7º - A cada depoimento lavra-se termo com as declarações prestadas pelo
Do Incidente de Sanidade Mental do Sindicado depoente, que ao final deverá ser assinado pelos que presenciaram sua lavratura.
Art.19 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do sindicado, de ordem Capítulo VI
o sindicante o encaminhará à Junta Policial Militar de Saúde (JPMS) para que seja DAS DILIGÊNCIAS, DA ACAREAÇÃO, DA CARTA PRECATÓRIA E
submetido a inspeção de saúde para fins disciplinares, ficando a sindicância sobrestada e DA DEFESA
suspenso o prazo para sua conclusão. Seção I
§1º - Verificado o estado mental e grau de responsabilidade do sindicado e das Diligências
sendo considerado apto, a sindicância será retomada e o prazo restante para sua Art. 23 - Diligência é todo ato ou solenidade promovida para uma apuração
conclusão continuará a partir da data de recebimento do parecer da JPMS pelo específica, como vistoria de um local, exame pericial, reconstituição simulada e outros
sindicante. atos.
§2º - Verificado o estado mental e grau de responsabilidade do sindicado e § 1º - Durante o curso da sindicância o sindicante promoverá a tomada dos
sendo considerado inapto, a sindicância será encerrada e remetida à autoridade depoimentos e realizará acareações, investigações e diligências cabíveis, sempre
designante, para providências decorrentes. objetivando a coleta de provas e recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de
Seção III modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Da Participação do Advogado § 2º - No reconhecimento de pessoas ou coisas serão observadas as disposições
Art. 20 - Caso o sindicado esteja acompanhado por advogado, este poderá constantes nos arts. 368 a 370 do Código de Processo Penal Militar.
assistir o interrogatório, bem como a inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado § 3º - Na impossibilidade de efetivação de reconhecimento de pessoas ou coisas
interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las por poderá ser realizado o fotográfico, observadas as cautelas aplicáveis àquele.
intermédio do sindicante. Art. 24 - Todos os atos praticados pelo sindicante deverão instruir os autos em
Capítulo V que tramita a sindicância.
DAS TESTEMUNHAS Seção II
Art. 21 - Durante a sindicância deverão ser ouvidos os envolvidos nos fatos e as Da Acareação
testemunhas, estas até o número de oito (8), sendo justificável a oitiva de outras Art. 25 - A acareação será reduzida a termo e somente deverá ser realizada
necessárias à perfeita elucidação do fato. quando fundamental para o esclarecimento de divergências sobre fatos e circunstâncias
Art. 22 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo relevantes acerca da irregularidade que se apura.
permitido ao depoente trazê-lo por escrito. § 1º - No termo de acareação deverá o sindicante reproduzir os pontos
§ 1º - Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos divergentes dos depoimentos ou declarações anteriores, de forma resumida.
ou consulta ao seu advogado. § 2º - O sindicante não deverá se dar por satisfeito com a simples ratificação dos
§ 2º - As testemunhas serão inquiridas separadamente. depoimentos ou declarações anteriores, mas procurará esclarecer a verdade sobre os fatos.
§ 3º- Havendo necessidade de oitiva de testemunha que seja superior hierárquico § 3º - Não será admitida a acareação entre subordinado e superior hierárquico.
ao sindicante ou de autoridade civil, esta receberá ofício contendo o elenco de perguntas a Seção III
serem respondidas. Da Carta Precatória
§ 4º - No caso do superior hierárquico ao sindicante ou da autoridade civil se Art. 26 - Se necessário, o próprio sindicante poderá expedir carta precatória à
negar a atender ao solicitado, a cópia do expediente deverá ser anexada aos autos, autoridade policial militar ou de polícia judiciária do local onde a testemunha estiver

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 46 de 64
servindo ou residindo, a fim de notificá-la, inquiri-la ou designar quem a inquira, reinquirição de testemunhas, a produção de provas e contraprovas e a formulação de
observando-se as normas de hierarquia se a testemunha for militar. quesitos quando se tratar de prova pericial, cabendo ao sindicante decidir,
§ 1º - A carta precatória será expedida por ofício, que poderá ser encaminhado motivadamente, sobre o deferimento ou não de tais solicitações.
mediante fac-símile ou correio eletrônico, cabendo ao deprecante formular os Capítulo VII
questionamentos a serem respondidos. DO PRAZO PARA CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA
§ 2º - A autoridade deprecada, se integrante da Corporação, acusará Art. 31 - A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da
imediatamente o recebimento da carta precatória, devolvendo-a logo após a conclusão da publicação da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada pelo período necessário à
diligência. completa elucidação do fato, mediante solicitação fundamentada e tempestiva do
Seção IV sindicante, e sempre a critério da autoridade designante.
Da Defesa § 1º - A solicitação para prorrogação do prazo de conclusão será feita mediante
Art. 27 - Finalizados os depoimentos e as diligências necessárias, o sindicante documento protocolado diretamente na secretaria da OPM da autoridade designante.
ponderará sobre a existência ou não da infração e da sua autoria. § 2º - A autoridade designante deverá apreciar a solicitação de imediato, e caso a
§ 1º - Concluindo pela não ocorrência de infração ou pela impossibilidade de defira fará constar a permissão no próprio documento de solicitação, sendo desnecessária
identificar a autoria o sindicante elaborará relatório final, propondo o arquivamento dos a publicação desse ato em boletim para que seja considerado válido.
autos. Capítulo VIII
§ 2º - Concluindo pela ocorrência de infração disciplinar, antes da elaboração do DO RELATÓRIO FINAL DO SINDICANTE
relatório final o sindicante notificará o sindicado, abrir-lhe-á vistas dos autos e Art. 32 - O relatório final deverá conter um resumo dos fatos que originaram a
estabelecerá prazo de 5 (cinco) dias para que apresente sua defesa escrita. sindicância, apreciação dos depoimentos colhidos, das provas, das diligências
§ 3º - A defesa do sindicado será feita: promovidas, da defesa e a conclusão.
I - se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por Art. 33 - A conclusão do relatório final deverá propor:
advogado; I - a absolvição do sindicado e arquivamento da sindicância;
II - se for praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial PM II - a aplicação de punição disciplinar ao sindicado;
por ele indicado ou por advogado; III - desde que os fatos apurados contrariem a ética, a honra pessoal, o pundonor
§ 4º - Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo policial militar e o decoro da classe, a instauração de:
estipulado pelo Art. 27, §2º desta portaria ou seja revel, o sindicante, observadas as regras a) Processo Administrativo Disciplinar (PAD), se o sindicado for praça não
de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, para estável;
fazê-lo em até 5 (cinco) dias. b) Conselho de Disciplina (CD) se o sindicado for praça especial ou estável;
§ 5º - A presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado dispõe, não c) Conselho de Justificação (CJ), se o sindicado for Oficial PM;
uma obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional não d) Conselho de Conduta (CC), se o sindicado for aluno de um dos cursos de
invalida a sindicância. formação da PMRN.;
Art. 28 - Ao exercer o encargo de defensor constituído ou dativo, o militar não IV - a instauração de IPM, quando o fato apurado apresentar indícios de crime
poderá receber para si ou para outrem, sob pena de responsabilidade, dinheiro, bem previsto no Código Penal Militar.
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de § 1º - Nestes casos, a cópia integral dos autos da sindicância deverá instruir o
comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou procedimento a ser instaurado.
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das suas § 2º - Quando o fato apurado na sindicância apresentar indícios de crime comum
atribuições. previsto no Código Penal a autoridade designante deverá fazer a remessa da cópia
Art. 29 - O relatório final não poderá ser lavrado e a sindicância encerrada sem integral dos autos ao setor competente da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da
que as alegações escritas de defesa do sindicado estejam inseridas nos autos, salvo em Defesa Social, para as providências cabíveis.
caso de conclusão pelo arquivamento ou impossibilidade de identificação da autoria do Capítulo IX
fato apurado. DAS PROVIDÊNCIAS DA AUTORIDADE DESIGNANTE, DOS
Art. 30 - É assegurado ao sindicado o direito de acompanhar a sindicância RECURSOS, DA PENALIDADE E DO ARQUIVAMENTO.
pessoalmente ou por intermédio de procurador, bem como solicitar o arrolamento e a Seção I

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 47 de 64
Das Providências da Autoridade Designante I) providenciará a elaboração e publicação da respectiva nota de punição;
Art. 34 - Concordando com o teor do relatório final do sindicante a autoridade II) remeterá os autos de volta à autoridade designante, para que providencie o
designante, no prazo de até 20 (vinte) dias, o aprovará e elaborará a solução da cumprimento da punição imposta ao sindicado.
sindicância, publicando-a em boletim próprio e adotando as providências decorrentes. Art. 40 – O cumprimento da punição disciplinar privativa de liberdade imposta
Discordando, o avocará e determinará as providências que julgar necessárias, no prazo ao sindicado somente poderá ter início após a publicação da nota de punição em boletim,
que estipular. salvo o disposto nos artigos 30 e 38 do Decreto 8.336, 12.02.82 – RDPM.
Parágrafo único - Quando a autoridade designante não dispuser de boletim Seção IV
próprio fará publicar a solução no boletim da OPM a qual está diretamente subordinada. Do Arquivamento
Art. 35 - Caso a autoridade designante aprove relatório que proponha uma das Art. 41 - Após as devidas publicações e cumprimento dos demais atos
medidas previstas no Art.33, III, a, b, c ou d desta portaria, fará publicar a respectiva necessários, a autoridade designante dará por encerrada a sindicância e remeterá os autos
solução em boletim próprio e remeterá os autos ao Gabinete do Comando Geral, para à Assessoria Administrativa do Gabinete do Comando Geral, para arquivamento.
providências decorrentes. Capítulo X
Parágrafo único - No caso do Art. 33, III, d, além do Comandante Geral, o DA REMESSA DA SINDICÂNCIA AO GABINETE DO COMANDO
comandante da respectiva unidade de ensino também poderá instaurar o conselho de GERAL
conduta. Art. 42 - A sindicância instaurada por ato de autoridade diversa do Comandante
Art. 36 - A solução dada pela autoridade designante fora do prazo estabelecido Geral somente será enviada ao Gabinete deste nos seguintes casos:
no artigo 34 desta portaria não implica nulidade da sindicância. I - para apreciação em grau de recurso, quando cabível;
Seção II II - em cumprimento ao art.35 desta portaria;
Dos Recursos III - quando o fato objeto suscitar questões relevantes do ponto de vista
Art. 37 - A contar da data de publicação da solução em boletim, o sindicado que disciplinar, hierárquico, funcional ou jurídico, que ultrapassem os polos subjetivos do
se sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado poderá interpor recurso, segundo a procedimento e repercutam de maneira geral no âmbito da PMRN.
legislação vigente na Corporação (art. 56 e seguintes do Decreto Estadual nº 8.336, de Parágrafo único - As sindicâncias remetidas à Assessoria Administrativa do
12/02/82-RDPM). Gabinete do Comando Geral antes da publicação desta portaria, ainda que sobrestadas ou
Parágrafo único - O recurso deverá ser protocolado diretamente na secretaria da não solucionadas, serão devolvidas às respectivas autoridades designantes, para que
OPM da autoridade designante, que deverá adotar as providências cabíveis. providenciem o necessário à continuidade dos trabalhos e conclusão dos referidos
Art. 38 - Caso o recurso interposto seja deferido, a autoridade designante fará procedimentos.
publicar o seu resultado em boletim e adotará as providências decorrentes. Art. 43 - Todas as OPM, até o nível de Companhia, deverão instituir núcleos de
§1º - caso não seja interposto recurso ou o recurso interposto seja indeferido, a assessoramento no âmbito das suas estruturas funcionais, para que possam dar perfeito
autoridade designante tomará as seguintes providências: cumprimento a esta portaria e às demais normas castrenses referentes a procedimentos
I – certificará o trânsito em julgado da solução da sindicância após o decurso do administrativos.
prazo legal; Parágrafo único- Os núcleos remeterão à Assessoria Administrativa do
II - elaborará a respectiva nota de punição e determinará sua publicação em Comando Geral relatório semestral de atividades desempenhadas, onde deverão constar
boletim; os dados referentes às sindicâncias instauradas naquele período por ato do respectivo
III - providenciará o cumprimento da penalidade pelo sindicado. Comando.
§2º - Do resultado do recurso interposto não poderá ocorrer agravamento de Art. 44 – De ordem, a Assessoria Administrativa do Comando Geral deverá
punição. auditar, fiscalizar e orientar os núcleos de assessoramento, realizando exames
Seção III independentes e objetivos da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de suas
Da Penalidade atividades, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão dos procedimentos
Art. 39 - Se a penalidade a ser imposta ao sindicado pela autoridade designante administrativos por eles conduzidos.
exceder a sua alçada, esta encaminhará os autos à autoridade competente, que decidirá Capítulo XI
sobre a punição com base no ANEXO II - do Decreto 8.336, 12.02.82 – RDPM e tomará DA PRESCRIÇÃO
as seguintes medidas:

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 48 de 64
Art. 45 - A prescrição para a instauração de sindicância verifica-se em 5 (cinco)
anos, a contar da data em que a autoridade competente para aplicar a punição disciplinar
tome conhecimento do fato ou circunstância irregular.
Art. 46 - A prescrição punitiva da sindicância verifica-se em 5 (cinco) anos, a SECRETARIA DE ESTADO DA
contar da data de publicação da portaria de instauração.
Art. 47 - Aplica-se subsidiariamente à sindicância no âmbito da PMRN, naquilo SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA
que for pertinente, as normas do direito pátrio, em especial as do Código de Processo
Penal Militar e Código Penal Militar. SOCIAL
Art. 48 - Compete ao Comandante Geral dirimir as eventuais dúvidas e
disciplinar as situações omissas decorrentes da presente portaria. POLÍCIA MILITAR
Art. 49 - Esta portaria substitui a Portaria nº 141/2012-GCG, de 09 de julho de
2012, publicada no BG nº 127, de 09 de Julho de 2012, entrando em vigor na data de sua COMANDO DE POLICIAMENTO
publicação e revogando todas as disposições em contrário.
QCG em Natal, RN, 06 de agosto de 2012. METROPOLITANO
Francisco Canindé de Araújo Silva
Comandante Geral da PMRN 5º BATALHÃO DE POLÍCIA
MILITAR
Janildo da Silva Arante (Não OFICIAL)

QUESTIONÁRIO COM RESPOSTAS


QUESTÃO 1) Se durante o curso da sindicância o sindicante verificar a
existência de indícios contra sindicado mais antigo ou de posto/graduação superior
ao seu, qual providência ele adotará?
a( ) Dará por encerrada a sindicância e remeterá à autoridade designante, para
fins de arquivamento.
b( ) Concluirá os autos e os remeterá à autoridade designante, que
providenciará a designação de outro oficial/praça mais antigo ou superior ao sindicado, o
qual dará prosseguimento à apuração.
c( ) Continuará com os trabalhos de apuração até a conclusão final.
d ( x) Solicitará à autoridade designante, que designe outro oficial/praça
mais antigo ou superior ao sindicado, para que juntamente com o sindicante,
apurem os fatos até o final da sindicância.
Art. 7º - Se durante o curso da sindicância o sindicante verificar a existência de indícios contra
sindicado mais antigo ou de posto/graduação superior ao seu, concluirá os autos e os remeterá à autoridade
designante, que providenciará a designação de outro oficial/praça mais antigo ou superior ao sindicado, o qual
dará prosseguimento à apuração.
Parágrafo único - A autoridade competente poderá designar outro encarregado para dar
prosseguimento à sindicância que durante seu curso apresente circunstâncias que impossibilitem o sindicante
de desenvolver os trabalhos, a exemplo de doença ou movimentação.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 49 de 64
QUESTÃO 5. Durante o andamento da Sindicância, havendo dúvida sobre
QUESTÃO 2-A designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, a sanidade mental do sindicado, o que deverá ser providenciado pelo sindicante?
devendo recair em? a) (x) Encaminhará o sindicado à Junta Policial Militar de Saúde (JPMS)
a) (x)Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for para que seja submetido à inspeção de saúde para fins disciplinares, ficando a
Oficial, ou em qualquer nível de graduação se o sindicado for Praça, sendo exigida sindicância sobrestada e suspenso o prazo para sua conclusão.
apenas a prática em digitação. b) Encerrará a sindicância e remeterá os autos a autoridade designante,
b) ( ) Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, ou em qualquer nível informando o estado de saúde do sindicado.
de graduação, independente do sindicado ser oficial ou praça, sendo exigida apenas a c) Encaminhará o sindicando ao psiquiatra, para que o mesmo seja internado,
prática em digitação em seguida encerrará a sindicância
c) ( ) Em qualquer nível de graduação, independentemente do sindicado ser d) Dará por encerrada a sindicância, juntando atestado médico comprovando o
Oficial ou Praça, sendo exigida apenas a prática em digitação. estado mental do sindicado.
d) ( ) Segundo ou Primeiro Tenente e Sargento, sendo exigida apenas a prática Art.19 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do sindicado, de ordem
em digitação. o sindicante o encaminhará à Junta Policial Militar de Saúde (JPMS) para que seja
Do Escrivão submetido a inspeção de saúde para fins disciplinares, ficando a sindicância sobrestada e
Art. 8º - A designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, devendo recair suspenso o prazo para sua conclusão.
em Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for Oficial, ou em QUESTÃO 6. Caso o sindicado esteja sendo acompanhado por advogado,
qualquer nível de graduação se o sindicado for Praça, sendo exigida apenas a prática em este poderá:
digitação. a)assistir apenas o interrogatório do sindicado, sendo-lhe vedado interferir nas
QUESTÃO 3- A oitiva do sindicado será formalizada por intermédio de: perguntas e respostas.
a) termo de depoimento ou inquirição. b) assistir apenas a inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas
b) termo de perguntas. perguntas e respostas.
c) termo de declarações. c) (x) assistir o interrogatório, bem como a inquirição das testemunhas,
d) termo de informações. sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém,
Art. 12 - As oitivas serão formalizadas por intermédio de: reinquiri-las por intermédio do sindicante.
I - termo de perguntas, para o sindicado;
d) nenhuma das alternativas acima.
II - termo de declaraç ões, para o ofendido;
Seção III
IV - termo de informações, para crianças e adolescentes, enfermos ou deficientes mentais,
Da Participação do Advogado
legalmente assistidos, bem como para os informantes.
Art. 20 - Caso o sindicado esteja acompanhado por advogado, este poderá assistir o interrogatório,
QUESTÃO 4. Em caso de armas ou outros objetos apreendidos durante a bem como a inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-
instrução, o sindicante deverá? lhe, porém, reinquiri-las por intermédio do sindicante.
a)- Fazer remessa ao Poder Judiciário da respectiva comarca, fazendo anexar QUESTÃO 7. Nos autos da sindicância, a defesa do sindicado será feita:
aos autos o documento comprobatório. a) (X)se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou
b) - (X) Providenciar o devido depósito no almoxarifado ou material bélico por advogado e se for praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por
da sua OPM, fazendo anexar aos autos o documento comprobatório do depósito. Oficial PM por ele indicado ou por advogado.
c) - Providenciar o devido depósito no almoxarifado ou material bélico de uma b) se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por
Unidade do Exército, fazendo anexar aos autos o documento comprobatório do depósito. advogado e se for praça, por ele próprio.
d) - Providenciar o devido depósito no almoxarifado ou material bélico da c) se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por
Delegacia de Polícia Civil, fazendo anexar aos autos o documento comprobatório do advogado e se for praça, somente por advogado.
depósito. d) se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por
Art. 14 - Em caso de armas ou outros objetos apreendidos durante a instrução, o sindicante deverá advogado e se for praça, por ele próprio ou por outro praça por ele indicado.
providenciar o devido depósito no almoxarifado ou material bélico da sua OPM, fazendo anexar aos autos o § 3º - A defesa do sindicado será feita:
documento comprobatório do depósito. I - se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por advogado;
II - se for praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial PM por ele
indicado ou por advogado;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 50 de 64
QUESTÃO 8. “É a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, QUESTÃO 11. De que se trata o Provimento Nº 144/2016, da Corregedoria
configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (11/03/2016)?
cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da A ( ) do Termo de Ocorrência
ação penal”. Este texto refere-se? B ( ) do Inquérito Policial Militar
a) a finalidade do processo administrativo disciplinar sumário. C (X) do Termo Circunstanciado de Ocorrência
b) (x)a finalidade do Inquérito Policial Militar. D ( ) da Lavratura da Sindicância
c) a finalidade da sindicância. Art. 1º. Facultar aos Juízes de 1ª Instância, do Poder Judiciário do Estado do
d) a finalidade do conselho de disciplina Rio Grande do Norte, conhecer de termos circunstanciados lavrados por quaisquer das
O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure policias alinhavadas no art. 144 da Constituição Federal.
crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de
Parágrafo único. O termo circunstanciado deverá ser subscrito por policial com
ministrar elementos necessários à propositura da ação penal
QUESTÃO 9. A designação de escrivão para o inquérito policial militar (IPM) formação universitária.
caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu QUESTÃO 12. Qual PRINCÍPIO FUNDAMENTAI DA LEI 9.099/95
delegação para aquele fim, recaindo em: (Conciliação / Transação) não está elencado?
a) segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, A- Oralidade
subtenente ou suboficial, nos demais casos. B-Legalidade (X)
b) segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em cabo, sargento, C-Economia Processual
subtenente ou suboficial, nos demais casos. D-Simplicidade
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia
c) segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em subtenente ou processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
suboficial, nos demais casos. QUESTÃO 13. Qual das opções abaixo não é uma vantagem para a
d) (x) segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sociedade com relação ao TCO realizado pela Polícia Militar?
qualquer graduação de praças, nos demais casos. A-Redução do número de conduções coercitivas, o que evita o contato do
Seção III
cidadão com autores de crimes mais graves;
Do Escrivão
Art. 8º - A designação de escrivão caberá ao próprio sindicante, devendo recair em Aspirante a B-Maior permanência das equipes policiais no teatro de operações;
Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for Oficial, ou em qualquer nível de graduação se o C-Redução da sensação de impunidade em infrações de menor potencial
sindicado for Praça, sendo exigida apenas a prática emdigitação. ofensivo;
Art. 9º - Ao ser nomeado o escrivão prestará o compromisso de manter o sigilo dos trabalhos e de
cumprir fielmente as determinações que lhes forem passadas, sob pena de responsabilidade.
(X)D-Aumento da “Cifra Negra” e menor credibilidade nas estatísticas.
Por fim a lavratura do TCO pela PM tem os seguintes pontos positivos:
QUESTÃO 10. De acordo com a Portaria 182/2012-GCG, que dispõe sobre Evitar a dupla vitimização do cidadão:
a formalização de Sindicância na PMRN, quais postos e/ou graduações podem ser Diminuição da “cifra negra”:
designados para apurar os fatos, observadas as regras de hierarquia: Economia de recursos:
Liberação de policiais civis para a investigação de crimes mais graves:
a) Oficial, Aspirante a Oficial e Subtenente
Aumento da confiança do policial militar:
b) Somente Oficial e Aspirante a Oficial Respeitabilidade da Polícia Militar:
c) (x) Oficial, Aspirante a Oficial, Subtenente ou Sargento
d) Oficial, Subtenente ou Sargento.
Art. 5º - A designação para apuração dos fatos deverá recair sobre Oficial PM, Aspirante a Oficial
PM, Subtenente PM ou Sargento PM, observadas as regras de hierarquia.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 51 de 64
QUESTÃO 15 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA QUESTÃO 18 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA
a)O prazo de conclusão do PADS é semelhante ao da Sindicância pois se trata I - Solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à
de apurações sumárias no âmbito disciplinar; elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
b)A lavratura do TCO pela Polícia Militar é uma medida administrativa II - São direitos do advogado: (…)
alternativa, opcional, e visa atender aos princípios jurídicos da economia processual III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem
e celeridade; procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos
c) A instauração do TCO se dá quando o civil ou o militar estiverem cometendo civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
crime; IV - Uma das várias formas para se iniciar o Inquérito Policial Militar é:
d) São vantagens da elaboração do TCO feito pela PM: maior integração da Mediante Portaria em virtude de requisição do Ministério Público;
Polícia Judiciária com o MP, aumento da “cifra negra” e menor credibilidade às V - O IPM é um procedimento administrativo, com natureza inquisitória,
estatísticas. escrito, sigiloso, dotado de provisoriedade; poderá ser dispensável pelo Promotor da
QUESTÃO 16 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA Justiça Militar e a Polícia Militar não exerce poder de arquivamento do feito
a) O Termo Circunstanciado de Ocorrência é uma peça que não precisa se (indisponibilidade);
revestir de formalidades especiais, e na qual a autoridade policial que tomar VI - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não poderão requerer
conhecimento de infração penal de menor potencial ofensivo, com autor previamente qualquer diligência ao Encarregado do IPM já que este tem um caráter sigiloso;
identificado, registrará de forma sumária as características do fato; VII -Apesar de ser sigiloso, o IPM se presta a possibilitar condições ao
b) A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da exercício do contraditório e da ampla defesa, bem como de obter informações (peça
publicação da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada por igual período para que meramente informativa destinada ao titular da ação penal), elementos, para que o MPM
se tenha completa elucidação do fato, mediante solicitação fundamentada e intempestiva denuncie o indiciado pela prática de um crime militar.
do sindicante, independentemente da autoridade delegante já que esta está alheia aos VIII - Não será possível denunciar alguém por crime militar se houver, pelo
fatos., menos, a prova da materialidade delituosa e indícios de autoria pois as provas só serão
c) O Oficial PM lotado na Diretoria de Ensino poderá ser submetido a Conselho analisadas em juízo.
de Ensino, e noutra situação, a Conselho de Disciplina, já a Praça com estabilidade, em a) II, III e VII estão erradas;
casos excepcionais, será submetida a Conselho de Justificação; b) I, IV e V estão certas
d) O Provimento Nº 144/2016, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado do c) Apenas a III, IV e V estão certas
Rio Grande do Norte (11/03/2016), trata-se de um dispositivo legal no intuito de auxiliar d) Nenhuma das anteriores
a investigação no IPM; QUESTÃO 19 – MARQUE A RESPOSTA INCORRETA
QUESTÃO 17 – SOBRE A SINDICÂNCIA, MARQUE A RESPOSTA a)A presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado dispõe, não uma
INCORRETA obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional não invalida a
a) O relatório final deverá conter um resumo dos fatos que originaram a sindicância;
sindicância, apreciação dos depoimentos colhidos, das provas, das diligências b)Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo
promovidas, da defesa e a conclusão; estipulado pelo Art. 27, § 2º desta portaria ou seja revel, o sindicante, observadas as
b) A designação de escrivão caberá à autoridade delegante ou ao próprio regras de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito,
escrivão quando o sindicado for Praça; para fazê-lo em até 5 (cinco) dias;
c) Não poderá ser designado como sindicante o militar que tiver interesse na c)Quanto à defesa na Sindicância, concluindo pela ocorrência de infração
decisão da sindicância; disciplinar, antes da elaboração do relatório final o sindicante notificará o
d) O sindicante não poderá ter condição hierárquica inferior a do sindicado. sindicado, abrir-lhe-á vistas dos autos e estabelecerá prazo de 15 (quinze) dias para
que apresente sua defesa escrita;
d) A conclusão do relatório final deverá propor, dentre outras, e desde que os
fatos apurados contrariem a ética, a honra pessoal, o pundonor policial militar e o decoro
da classe, a instauração de: Processo Administrativo Disciplinar (PAD), se o sindicado
for Praça não estável.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 52 de 64
QUESTÃO 20 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA QUESTÃO 23 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA
a) A oitiva da testemunha e da parte acusada é chamada de Termo de a) O IPM é peça investigativa; tem natureza processual; não havendo
Declaração e de Termo de Depoimento, respectivamente; necessidade de Compromisso de Escrivão e tem o condão de levantar provas e
b) A oitiva daqueles que irão colaborar quanto à elucidação do fato e a da parte contraprovas dos acusados militares;
vítima são: Termo de Colaboração e Termo de Declaração, respectivamente; b) O IPM poderá ser arquivado pelo Governador do Estado;
c) A oitiva da testemunha e da vítima são chamadas de Termo de c) O IPM é instaurado mediante Portaria de Designação da autoridade
Inquirição e Termo de Declaração, respectivamente; competente, que poderá ser um Major da Força Aérea;
d) A oitiva do acusado e da testemunha são: Termo de Qualificação e Perguntas d) O IPM tem um prazo de 20 dias quando o investigado estiver foragido; é
e Termo de Interrogatório. também mera peça investigativa; não há necessidade de Termo de Compromisso de
QUESTÃO 21 – SOBRE O PROCESSO ADMINISTRATIVO Escrivão e tem o condão de subsidiar a propositura da ação penal no âmbito da Justiça
DISCIPLINAR SUMÁRIO, MARQUE A RESPOSTA INCORRETA Militar, consistindo na formalização da investigação de um fato para esclarecer se este
a) Juntada a defesa escrita, o encarregado elaborará relatório circunstanciado no tem repercussões na seara penal militar;
prazo de 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da peça defensiva, aduzindo se GABARITO:14–A;15–B;16–A;17–B;18–D;19 –C;20–C;21–D;22–D;23–C
há infração disciplinar a punir ou outras providências a serem adotadas, encaminhando QUESTÃO 24. Assinale a alternativa correta:
à autoridade delegante, para solução; a) A sindicância é um procedimento inquisitorial por isso não pode se fazer
b) Após ser designado para Presidir o PADS, o encarregado, no prazo presente em momento algum o defensor do sindicado na hora de sua instrução;
impreterível de 01 (um) dia corrido, a contar da publicação da Portaria de designação; b) (X) É direito do Advogado “defensor” assistir a seus clientes investigados
c) Caso o acusado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo estipulado durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
no caput deste artigo, ou ainda seja revel, a autoridade competente, observadas as interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
regras de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
para fazê-lo em até 03 (três) dias corridos; indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração;
d) O policial militar que formulou a acusação originária do processo c) O Advogado não pode comunicar-se com seus clientes, pessoal e
poderá ser, excepcionalmente, encarregado do PADS. reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou
QUESTÃO 22 – AINDA SOBRE O PADS, MARQUE A RESPOSTA recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
INCORRETA incomunicáveis;
a) O PADS deverá ser concluído no prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis, d) Na hora da instrução de uma Sindicância o advogado não pode em hipótese
podendo ser prorrogado uma única vez por mais 5 (cinco) dias úteis, quando as alguma apresentar razões e quesitos para colaborar na defesa já que se trata de um
circunstâncias o exigirem; procedimento inquisitorial.
b) Ocorrendo casos fortuitos ou de força maior, bem como em situações de QUESTÃO 25. Com relação a sindicância é correto afirmar:
extravio ou de gozo de afastamento regulamentar do investigado, o PADS poderá ser a)A designação para apuração dos fatos deverá recair sobre Oficial PM,
sobrestado, até que tais motivos sejam sanados, retomando-se, em seguida, o Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, observadas as regras de
andamento normal do feito; hierarquia;
c) Estão sujeitos a este procedimento os policiais militares da ativa e os da b) Pelo que reza a portaria que regula a sindicância na PM/RN em hipótese
inatividade quando, ainda que no meio civil, se conduzam, inclusive por manifestações alguma o Sargento PM pode ser encarregado de uma sindicância, sendo exclusividade
através da imprensa, de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do de oficial PM, podendo apenas ser escrivão do feito;
respeito e do decoro policial militar; c) O sindicante obrigatoriamente deverá ter condição hierárquica inferior à do
d) Mesmo que haja complexidade na apuração, o PADS não poderá ser sindicado, quando este for conhecido;
convertido em sindicância, tendo em vista as finalidades serem diferentes, d)O sindicante não exercerá suas atividades com independência e
distintas. imparcialidade, não sendo assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo - interesse da administração, sendo-lhe conferidos pela portaria de
instauração todos os poderes necessários à condução da sindicância, desde que não

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 53 de 64
obste o conhecimento da verdade dos fatos, podendo ser descuidado na apuração do QUESTÃO 29. Quanto ao sigilo do IPM é correto afirmar;
procedimento. a) O inquérito policial militar é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que
QUESTÃO 26. Quanto a suspeição e do impedimento na Sindicância, não dele tome conhecimento o advogado do indiciado, suspeito ou acusado;
poderá ser designado como sindicante o militar que, EXCETO: b) Tendo em vista o que dispõe o inciso LXIII, do Art. 5°, da Constituição
a) formulou a acusação; Federal e o Estatuto da Advocacia do Brasil ( Lei n° 8.906, de 04 de julho de 1994), é
b) Quem não tiver interesse na decisão da sindicância; assegurado ao indiciado o direito de se fazer acompanhar por seu advogado, durante
c) tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo ou afim, seu interrogatório, bem como durante a instrução do IPM. Eis o que estabelecem os
na linha reta ou até o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza civil; incisos III, XIII, XIV e XXI, a), do Art. 7°, do Estatuto da Advocacia do Brasil; e por
d) der-se, justificadamente, por suspeito. tudo isso, fica terminantemente proibido o advogado participar da instrução do IPM;
QUESTÃO 27. Será errado afirmar: “Na defesa de um sindicado”: c) A Constituição Federal garante aos litigantes, em processo judicial ou
a) se for oficial, será exercida por ele próprio, por outro oficial por ele indicado administrativo, e aos acusados em geral que são assegurados o contraditório e ampla
ou por advogado; defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, não podendo ter nenhuma participação
b) se for praça, nunca poderá ser exercida por ele próprio, embora seja do advogado no IPM;
bacharel em Direito, muito menos por Oficial PM por ele indicado e somente só d) Por se tratar de um procedimento sigiloso, no IPM o advogado não pode
por advogado; comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, sem ou com procuração,
c) Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo previsto quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
pela portaria reguladora da sindicância, o sindicante, observadas as regras de militares, pois são sempre considerados incomunicáveis.
hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, para fazê- QUESTÃO 30. Com relação ao IPM, o Código de Processo Penal Militar
lo em até 5 (cinco) dias. apresenta uma sequência lógica para sua formalização, como ouvir o ofendido;
d) A presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado dispõe, não uma ouvir o indiciado; ouvir testemunhas; proceder a reconhecimento de pessoas e
obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional não invalida coisas, e acareações etc ;
a sindicância. A respeito dessa afirmação é correto afirmar:
QUESTÃO 28. Do prazo para conclusão da sindicância não é correto a) É totalmente obrigatório seguir essa sequência do Código de Processo Penal
afirmar: Militar, sob pena de nulidade;
a) A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da b) Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só
publicação da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada pelo período necessário à processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas,
completa elucidação do fato, mediante solicitação fundamentada e tempestiva do pelo escrivão; podendo as partes serem ouvidas apenas oralmente e não podendo de
sindicante, e sempre a critério da autoridade designante; forma alguma digitalizado;
b) A solicitação para prorrogação do prazo de conclusão será feita mediante c) Conforme reza o Art. 188 do Código de Processo Civil, os atos e os termos
documento protocolado diretamente na secretaria da OPM da autoridade designante; processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a
c) A autoridade designante deverá apreciar a solicitação de imediato, e caso a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a
defira fará constar a permissão no próprio documento de solicitação, sendo finalidade essencial; e ainda assim o mesmo Código de Processo Civil diz em seu Art.
desnecessária a publicação desse ato em boletim para que seja considerado válido; 277 que quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
d) Caso tenha passado 40 dias após a publicação da portaria e não seja concluída realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. “Instrumentalidade das formas”;
a sindicância, não poderá o sindicante solicitar prorrogação de prazo para conclusão, d) Se caso o encarregado do IPM for ouvir o ofendido e ao invés de ouvir em
devendo remeter a autoridade delegante apenas com o que já foi concluído. auto de perguntas ao ofendido o ouviu em termos de declaração; diante desse caso
concreto onde em nenhum momento trouxe prejuízo para apuração do ato delituoso,
mesmo assim é motivo de nulidade para toda instrução do procedimento apuratório.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 54 de 64
QUESTÃO 31. Com relação a participação do escrivão no Inquérito QUESTÃO 34 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, o
Policial Militar é incorreto afirmar: sindicante, tão logo, receba a portaria de instauração deverá adotar as seguintes
a) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, providências: (Art. 10 da Portaria n.º 182/2012)
se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo a) (x) Autuar os documentos de origem; designar e nomear o escrivão;
em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente expedir os ofícios ou memorandos de convocação, que devem ser recebidos
ou suboficial, nos demais casos; formalmente pelo convocado ou por pessoa de sua confiança, no caso de
b)O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir impossibilidade física; entre outras.
fielmente as determinações deste Código, no exercício da função; b) Nesse momento, o sindicante não adotará nenhuma providência em respeito
c) Em caso de Inquérito policial Militar só quem pode designar o escrivão é o ao princípio da inércia processual.
Comandante Geral da Polícia Militar; c) Apenas deverá receber os documentos iniciais e fazer juntada, devendo
d) Em caso em que o indiciado seja praça é plenamente possível que um aguardar as determinações da autoridade delegante.
sargento seja escrivão. d) Garantir que os atos processuais só ocorram quando ele quiser, pois a
QUESTÃO 32. Assinale a alternativa errada: conclusão da sindicância independe de prazo.
a) O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso, QUESTÃO 35 - Com relação a sindicância é correto afirmar:
contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de a) (x) A designação para apuração dos fatos deverá recair sobre Oficial PM,
quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, observadas as regras de
instaurar o inquérito; hierarquia;
b) Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade b) Pelo que reza a portaria que regula a sindicância na PM/RN em hipótese
militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou alguma o Sargento PM pode ser encarregado de uma sindicância, sendo exclusividade
haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato; de oficial PM, podendo apenas ser escrivão do feito;
c) O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser c) O sindicante obrigatoriamente deverá ter condição hierárquica inferior à do
atendido antes da terminação do prazo; sindicado, quando este for conhecido;
d) O pedido de prorrogação de prazo pode ser feito quantas vezes o encarregado d) O sindicante não exercerá suas atividades com independência e
do Inquérito Policial Militar quiser, ficando a critério única e exclusivamente do seu imparcialidade, não sendo assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou
encarregado. exigido pelo interesse da administração, sendo-lhe conferidos pela portaria de
QUESTÃO 33 - Assinale a alternativa correta: instauração todos os poderes necessários à condução da sindicância, desde que não
a) A sindicância é um procedimento inquisitorial por isso não pode se fazer obste o conhecimento da verdade dos fatos, podendo ser descuidado na apuração do
presente em momento algum o defensor do sindicado na hora de sua instrução; procedimento.
b) (x) É direito do Advogado “defensor” assistir a seus clientes investigados QUESTÃO 36 - Quanto a suspeição e do impedimento na Sindicância, não
durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo poderá ser designado como sindicante o militar que:
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos I - Formulou a acusação;
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou II - Quem tiver interesse na decisão da sindicância;
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração; III- Tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo ou
c) O Advogado não pode comunicar-se com seus clientes, pessoal e afim, na linha reta ou até o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou civil;
recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados IV - Der-se, justificadamente, por suspeito.
incomunicáveis; Marque a questão correta sobre as afirmações:
d) Na hora da instrução de uma Sindicância o advogado não pode em hipótese a) Somente I, II, e III estão corretas
alguma apresentar razões e quesitos para colaborar na defesa já que se trata de um b)Somente I, II, e IV estão corretas
procedimento inquisitorial. c) Somente I, III, e IV estão corretas
d) (X) Todas estão corretas

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 55 de 64
QUESTÃO 37 - Considere a situação hipotética. Um Policial Militar, QUESTÃO 40 - Sobre o tema sindicância estudado em sala de aula, marque
durante o serviço operacional de patrulhamento ostensivo, comete um crime a alternativa correta:
doloso contra a vida de um civil. Diante deste enunciado e no que concerne à a) É um instrumento de apuração de irregularidades cometidas no âmbito da
necessidade de instauração de Inquérito Policial Militar (IPM), assinale a PMRN, sem que seja assegurado o devido processo legal.
alternativa correta. b) Diz respeito a uma forma de investigação inquisitiva e autoritária, sem a
a) As autoridades de Polícia Judiciária Comum e Militar deverão deliberar sobre devida participação do acusado e de seu defensor nos atos processuais.
a necessidade ou não de instauração de IPM. c) A sindicância será promovida quando a conduta irregular não estiver
b) instaurado IPM, a Justiça Militar, após a apreciação, poderá determinar o seu bem definida ou quando, ainda que definida, desconhecer-se sua autoria.
encaminhamento à Justiça Comum. d) A PMRN não adota a sindicância militar como processo para a apuração das
c) Instaura-se obrigatoriamente IPM que, após concluída a apuração, poderá ser faltas disciplinares.
remetido pela autoridade de Polícia Judiciária Militar ao Delegado de Polícia. QUESTÃO 41 - Sobre o tema sindicância estudado em sala de aula, marque
d) Instaura-se obrigatoriamente Inquérito Policial pela Polícia Civil e IPM pela a alternativa correta sobre a competência para a instauração da sindicância
Polícia Militar, sendo este último, após concluída a apuração, encaminhado militar no âmbito da PMRN:
obrigatoriamente pela Justiça Militar à Justiça Comum. a) Comandante Geral, o Chefe do Estado Maior Geral (EMG), os Diretores,
e) Não se deve instaurar IPM, pois se trata de um crime comum de homicídio os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seções e os Comandantes de
que deverá ser apurado pela Polícia Civil. unidades operacionais, administrativas ou de ensino, até o nível de Companhia
QUESTÃO 38 - De acordo com o art. 20 do CPPM o prazo para se concluir têm competência para instauração da sindicância militar na PMRN.
o inquérito policial militar é de _____dias, se o indiciado estiver preso, e conta a b) Apenas os Oficiais que têm total interesse pessoal na apuração da infração
partir do dia em que se executar a ordem de prisão. Se o indiciado estiver solto, o tem competência para a instauração.
prazo é de ___dias, contados a partir da data de instauração do inquérito. c) Comandante Geral, Comandante do Corpo de Bombeiros Militar do RN,
a) (X) vinte e quarenta Delegado Geral da Polícia Civil, Chefe do Estado Maior Geral (EMG), os Diretores, os
b) dez e vinte Comandantes de Grandes Comandos têm essa competência.
c) quinze e trinta d) Nenhuma resposta verdadeira.
d) trinta e vinte QUESTÃO 42 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula,
QUESTÃO 39 - Com base na Portaria N.º 182/2012 – GCG, de 02 de agosto durante a sindicância deverão ser ouvidos os envolvidos nos fatos e as
de 2012, que dispõe sobre a formalização da sindicância na PMRN, caso o testemunhas, estas até o número de:(Art. 21 da Portaria n.º 182/2012)
sindicado esteja acompanhado por advogado, este poderá: (Art. 20 da Portaria n.º a) Esse número é infinito.
182/2012) b) Oito (8), sendo justificável a oitiva de outras necessárias à perfeita
a) Atrapalhar a normalidade das oitivas das testemunhas, pois ele estará elucidação do fato.
exercendo seu direito de causídico. c) Doze (12), sendo justificável a oitiva de outras necessárias à perfeita
b) Assistir o interrogatório, bem como a inquirição das testemunhas, sendo- elucidação do fato.
lhe vedado interferir nas perguntas e respostas. d) Esse número depende da vontade do sindicante.
c) É obrigatória a presença do advogado em qualquer ato praticado pelo QUESTÃO 43 - Com relação ao IPM é errado afirmar:
sindicante, pois não estando presente o causídico o sindicante fica impedido de praticar a) O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos
qualquer ato legais, configure crime militar, e de sua autoria; e tem o mesmo objetivo da
d) Todas as respostas estão erradas. sindicância;
b) O inquérito é iniciado mediante portaria;
c) A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora
conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado;
d) Pelo que reza o CPPM todas as peças do inquérito serão, por ordem
cronológica, reunidas num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as
folhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 56 de 64
QUESTÃO 44- Quanto ao sigilo do IPM é correto afirmar; QUESTÃO 46 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e no
a) O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome Decreto Lei 1.002/69, quem pode ser escrivão de IPM:
conhecimento o advogado do indiciado, suspeito ou acusado; a) Qualquer Oficial pode ser escrivão de IPM, pois não importa seu posto e nem
b) Tendo em vista o que dispõe o inciso LXIII, do Art. 5°, da Constituição o posto do acusado.
Federal e o Estatuto da Advocacia do Brasil (Lei n° 8.906, de 04 de julho de 1994), é b) Segundo ou Primeiro-tenente, se o indiciado for oficial. Sargento,
assegurado ao indiciado o direito de se fazer acompanhar por seu advogado, durante Subtenente ou Suboficial, nos demais casos.
seu interrogatório, bem como durante a instrução da Sindicância. Eis o que estabelecem c) A lei não faz qualquer diferenciação entre Oficial e Praça para a função de
os incisos III, XIII, XIV e XXI, a), do Art. 7°, do Estatuto da Advocacia do Brasil; e escrivão no IPM, bastando para isso o domínio da técnica de digitalização.
por tudo isso, fica terminantemente proibido do advogado participar da instrução do d) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Soldado PM,
IPM; independente de hierarquia do acusado.
c) A Constituição Federal garante aos litigantes, em processo judicial ou QUESTÃO 47 - Assinale a alternativa ERRADA:
administrativo, e aos acusados em geral que são assegurados o contraditório e ampla a) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado estiver preso,
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, não podendo ter nenhuma participação contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de
do advogado no IPM; quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se
d) Por se tratar de um procedimento sigiloso, no IPM o advogado não pode instaurar o inquérito;
comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, sem ou com procuração, b) O prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar
quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
militares, pois são sempre considerados incomunicáveis. necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato;
QUESTÃO 45 - Com relação ao IPM o Código de Processo Penal Militar c) O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser
apresenta uma sequência lógica para sua formalização, como ouvir o ofendido; atendido antes da terminação do prazo;
ouvir o indiciado; ouvir testemunhas; proceder a reconhecimento de pessoas e d) (X) O pedido de prorrogação de prazo pode ser feito quantas vezes o
coisas, e acareações etc ; a respeito dessa afirmação é correto afirmar: encarregado do Inquérito Policial Militar quiser, ficando a critério única e
a) É totalmente obrigatório seguir essa sequência do Código de Processo Penal exclusivamente do seu encarregado.
Militar, sob pena de nulidade; QUESTÃO 48 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e o
b) Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só que disciplina o Código de Processo Penal Militar, a designação do escrivão do
processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, Inquérito Policial Militar – IPM – recairá em:
pelo escrivão; podendo as partes serem ouvidas apenas oralmente e não podendo de, a) (X) Segundo ou Primeiro-tenente, se o indiciado for oficial; Sargento,
forma alguma, ser digitalizado; Subtenente ou Suboficial, nos demais casos.
c) Conforme reza o Art. 188 do Código de Processo Civil, os atos e os b) A legislação que tratado do IPM não faz qualquer diferenciação sobre isso.
termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei c) Somente militares superiores podem ser escrivães em IPM.
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, d) As alternativas “A e B” estão corretas.
lhe preencham a finalidade essencial; e ainda assim o mesmo Código de Processo QUESTÃO 49 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e
Civil diz em seu Art. 277 que quando a lei prescrever determinada forma, o juiz naquilo que disciplina o Código de Processo Penal Militar, qual alternativa traz o
considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. conceito de Inquérito Policial Militar – IPM:
“Instrumentalidade das formas”; a) É o meio legal de apuração de crimes comuns pela Polícia Judiciária Comum.
d) Se caso o encarregado do IPM for ouvir o ofendido e ao invés de ouvir em b) É o meio legal de apuração no âmbito da PMRN de transgressão da disciplina
auto de perguntas ao ofendido o ouviu em termos de declaração; diante desse caso militar.
concreto onde em nenhum momento trouxe prejuízo para apuração do ato delituoso, c) (X) É a apuração sumária do fato, que nos termos legais, configura crime
mesmo assim é motivo de nulidade para toda instrução do procedimento apuratório. militar, e de sua autoria.
d) É o meio de investigação para verificar se o militar estadual com estabilidade
tem condições de permanecer na PMRN.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 57 de 64
QUESTÃO 50 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, qual QUESTÃO 54 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula
alternativa traz o conceito de Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO: marque a assertiva correta. O Sindicante é um Capitão PM, e durante o curso da
a) É a apuração sumária do fato, que nos termos legais, configura crime militar. sindicância o Oficial Subalterno verificou a existência de indícios de cometimento
b) É o meio legal de apuração de falta disciplinar cometida do âmbito da PMRN. de transgressão disciplinar por um Major PM. Quais medidas deverá adotar o
c) (X) É uma peça que não precisa se revestir de formalidades especiais, e Sindicante:
na qual a autoridade policial que tomar conhecimento de infração penal de menor a) (X) concluirá os autos e os remeterá à autoridade designante, que
potencial ofensivo, com autor previamente identificado. providenciará a designação de outro oficial mais antigo ou superior ao sindicado,
d) É meio de apuração, tanto no meio militar como no meio civil, de crimes de o qual dará prosseguimento à apuração.
grande complexidade. b) O Sindicante, através do poder delegado pela autoridade designante, dará
QUESTÃO 51- Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, qual continuidade a instrução da sindicância, apenas tem que informar ao Major que existem
alternativa especifica as autoridades militares competentes para instaurar a indícios de que ele tenha praticado falta disciplinar.
Sindicância no âmbito da PMRN (Portaria n.º 182/2012). c) O Sindicante representa a autoridade delegante em todos os atos praticados na
a) Pode instaurar sindicância no âmbito da PMRN todo e qualquer militar que sindicância, por isso, não precisa observar as regras de hierarquia ao verificar a
tenha interesse na apuração de falta disciplinar. existência de indícios de cometimento de transgressão disciplinar pelo Major PM.
b) Apenas aquele Oficial que tenha dado parte do fato ocorrido na área de d) Estão corretas as letras “A e C”.
circunscrição do Batalhão do qual pertence. QUESTÃO 55 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, qual
c) (X) O Comandante Geral, o Chefe do Estado Maior Geral (EMG), os alternativa especifica as vantagens para o Sistema de Segurança Pública com a
Diretores, os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seções e os implantação do Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO – no RN.
Comandantes de unidades, operacionais, administrativas ou de ensino, até o nível a) Não será possível qualquer vantagem para o sistema, pois é mais uma
de Companhia. burocracia.
d) Estão certas apenas as alternativas “A e B”. b) Trará maior integração da Polícia Ostensiva com o MP e o Judiciário.
QUESTÃO 52 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, a c) Vai representar maior perca de tempo para o Sistema de Segurança Pública
autoridade delegante não poderá designar como sindicante: porque é um documento de difícil elaboração.
a) (X)O Militar que tiver com o ofendido ou com o sindicado, parentesco d) Estão corretas as alternativas “A e B”.
consanguíneo ou afim, na linha reta ou até o terceiro grau de consanguinidade QUESTÃO 56 - Com base no Provimento Administrativo n.º 001/2016-
colateral ou de natureza civil. AAD, de 11 de julho de 2016, o encarregado do PADS poderá ser:
b) A autoridade delegante tem total liberdade para designar o sindicante, não a) (X) Oficial da PMRN ou Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou 1º
sendo necessária, para isso, a observância de qualquer impedimento disciplinado pela Sargento PM, mais antigo que o processado, observadas as regras de hierarquia e
Portaria n.º 182/2012. disciplina.
c) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, b) Apenas Segundo ou Primeiro-tenente, se o indiciado for oficial; Subtenente
observadas as regras de hierarquia. ou Suboficial, nos demais casos.
d) Somente a alternativa “B” está errada. c) Sempre recairá no Subtenente PM.
QUESTÃO 53- Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, a d) As alternativas “B e C” estão corretas.
designação do escrivão poderá ser feita pelo próprio sindicante, devendo recair QUESTÃO 57 - Com base no Provimento Administrativo n.º 001/2016-
em: AAD, de 11 de julho de 2016, o PADS deverá ser concluído:
a) Qualquer Policial Militar, não importando seu grau hierárquico. a) (X)No prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis, podendo ser prorrogado
b) (X) Aspirante a Oficial, Segundo ou Primeiro Tenente, se o sindicado for uma única vez por mais 5 (cinco) dias úteis, quando as circunstâncias o exigirem.
Oficial, ou em qualquer nível de graduação se o sindicado for Praça. b) Em 40 dias, sendo prorrogável por mais 20 dias uma única vez.
c) Apenas graduados com habilidade em digitalização. c) Em 15 dias, não sendo possível qualquer prorrogação do prazo para sua
d) A Portaria n.º 182/2012 não traz nenhuma especificação quanto à designação conclusão.
do escrivão. d) O prazo é de 30 dias, sendo prorrogável quantas vezes forem necessárias para
a completa elucidação dos fatos.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 58 de 64
QUESTÃO 58 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, qual IV- der-se, justificadamente, por suspeito. Parágrafo único - O sindicante, a critério da autoridade
designante e quando a apuração for por esta considerada complexa ou acarretar grande volume de trabalho,
alternativa traz o conceito de Sindicância Militar da PMRN: (Art. 1º da Portaria poderá ser dispensado do desempenho de suas atribuições ordinárias em sua OPM, até a conclusão da
n.º 182/2012) sindicância.
a) (x) Meio inicial de apuração de irregularidades cometidas no âmbito da QUESTÃO 62 - Com base na Portaria N.º 182/2012 – GCG, de 02 de agosto
PMRN, a fim de elucidar os fatos e indicar sua autoria. de 2012, que dispõe sobre a formalização da sindicância na PMRN, a defesa do
b) Diz respeito a uma forma de investigação autoritária, sem respeito a regras sindicado será feita: (Art. 27, §3º da Portaria n.º 182/2012)
constitucionais, como o devido processo legal, ampla defesa e o contraditório. (X) Se for Oficial, por ele próprio, por outro Oficial por ele indicado ou por
c) Refere-se a castigos e à aplicação de uma punição disciplinar severa, baseada advogado; se for praça, por ele próprio, caso seja bacharel em Direito, por Oficial
na vontade livre e pessoal dos comandes de Batalhão. PM por ele indicado ou por advogado.
d) A PMRN não adota a sindicância militar como instrumento (processo) de Se for praça, por qualquer pessoa por ele indicada, devendo apenas ser brasileiro
apuração de faltas disciplinares. de boa índole.
QUESTÃO 59 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, Se for Oficial, vedada defesa feita por ele mesmo, ou seja, a autodefesa,
podem instaurar sindicância na PMRN: (Art. 2º, §1º, da Portaria n.º 182/2012) devendo o Oficial sempre indicar outra pessoa.
a) Todos os Oficiais da PMRN têm essa competência. A Portaria N.º 182/2012 – GCG não trouxe qualquer especificação quanto à
b) Apenas os Oficiais que estiverem na atividade fim da Corporação, ou seja, na defesa do sindicado, portanto, totalmente omissa nesse ponto.
área operacional. QUESTÃO 63 - Com base na Portaria N.º 182/2012 – GCG, de 02 de agosto
c) (X) Comandante Geral, o Chefe do Estado Maior Geral (EMG), os de 2012, que dispõe sobre a formalização da sindicância na PMRN, das
Diretores, os Comandantes de Grandes Comandos, Chefes de Seções e os alternativas abaixo qual traz o prazo de conclusão da sindicância na PMRN: (Art.
Comandantes de Unidades Operacionais, administrativas ou de ensino, até o nível 31 da Portaria n.º 182/2012)
de Companhia. O prazo é de 90 (noventa) dias, sem prorrogação.
d) Todas as respostas são verdadeiras. Esse prazo fica a critério do sindicante.
QUESTÃO 60 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, a (X) A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da
designação para apuração dos fatos (sindicante) deverá recair sobre: (Art. 5º da publicação da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada pelo período
Portaria n.º 182/2012) necessário à completa elucidação do fato
a) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, Todas as respostas estão erradas.
observadas as regras de hierarquia. QUESTÃO 64 - Concluídos os trabalhos da Sindicância o encarregado
b) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Cabo PM. dessa elaborará o relatório final onde deverá propor:
c) Todos os Oficiais da PMRN ou Soldado PM. I - A absolvição do sindicado e arquivamento da sindicância;
d) Todas as respostas estão erradas. II - A aplicação de punição disciplinar ao sindicado, baseando-se nas
QUESTÃO 61 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula, não declarações da vítima, mesmo que não haja nos autos provas contundentes da autoria e
poderá ser designado como sindicante o militar que: (Art. 6º da Portaria n.º materialidade;
182/2012) III - A instauração de IPM, desde que os fatos apurados contrariem a ética, a
a) Não for bacharel em Direito. honra pessoal, o pundonor policial militar e o decoro da classe;
b) Formulou a acusação. IV - A instauração de IPM, quando o fato apurado apresentar indícios de crime
c) Não tenha atuado na Corregedoria Auxiliar da PMRN como encarregado de previsto no Código Penal Militar;
sindicâncias. É correto o que se afirma em:
d) Todas as respostas estão corretas. a) ( ) I ) a, b, c;
Art. 6º - Não poderá ser designado como sindicante o militar que: b) ( ) II ) a e b, apenas
I - formulou a acusação;
II - tiver interesse na decisão da sindicância; c) ( ) III ) c , apenas
III- tiver, com o ofendido ou com o sindicado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou até d) ( ) IV) a e d, apenas
o terceiro grau de consanguinidade colateral ou de natureza civil; e) todas estão corretas.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 59 de 64
d) O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas
QUESTÃO 65 - Em se tratando de prescrição punitiva da sindicância, provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o
podemos dizer que: caso julgado e os casos de extinção da punibilidade;
a) verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data da elaboração do relatório por e) Quando concluído os autos do Inquérito Policial Militar deverão ser
parte do sindicado; remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal,
b) verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data de publicação da solução; contudo os instrumentos desta, assim como todos os objetos apreendidos deverão
c) (X) verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data de publicação da permanecer em poder do Encarregado que será responsável pela custódia até o término
portaria de instauração do processo.
d) verifica-se em 5 (cinco) anos, a contar da data de envio ao Poder Judiciário QUESTÃO 70 - À Polícia judiciária militar, que é exercida pelas
Militar. autoridades militares, cabe auxiliar as polícias civil e federal na apuração de
QUESTÃO 66 - Sabendo-se que diligência é todo ato ou solenidade promovida infrações penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na
para uma apuração específica: cite 04 (quatro) exemplos de diligências possíveis apuração de quaisquer infrações penais.
durante uma sindicância. ( ) certo
QUESTÃO 67 - O relatório final poderá ser lavrado e a sindicância ( ) errado
encerrada sem que as alegações escritas de defesa do sindicado estejam inseridas QUESTÃO 71 - . Compete à Polícia Judiciária Militar:
nos autos, em caso de conclusão pelo arquivamento ou impossibilidade de I - Apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos
identificação da autoria do fato apurado. à jurisdição militar, e sua autoria.
( ) certo () errado II - Requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
QUESTÃO 68 - O Código de Processo Penal Militar prevê que o inquérito exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar
policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure III - Cumprir mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar.
crime militar, e de sua autoria; tem o caráter de instrução provisória, cuja Após analisar os itens acima, assinale a alternativa CORRETA:
finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação a) Apenas os itens I e II estão corretos.
penal. Assinale a alternativa que NÃO CORRESPONDE às disposições do Código b) Apenas os itens I e III estão corretos.
de Processo Penal Militar : c) Apenas os itens II e III estão corretos.
a) O inquérito policial militar é instaurado mediante portaria a requerimento do d) (X) Todos os itens estão corretos.
Ministro da Justiça, quando for vítima o Presidente da República ou a União. e) Nenhum dos itens está correto
b) O inquérito é sigiloso, não podendo o advogado do indiciado dele tomar CPPM - Decreto Lei nº 1.002 de 21 de Outubro de 1969
Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:
conhecimento, antes da sua conclusão apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e
c) Com exceção de caso de urgência inadiável, as testemunhas e o indiciado sua autoria;
serão ouvidos durante o dia, no período compreendido entre as 08:00 e as 18:00 horas. prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações
d) prescindível que conste da respectiva assentada, os casos de urgência necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por êles lhe forem
requisitadas;
inadiável que permita a oitiva das testemunhas e indiciado em horário excepciona cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
QUESTÃO 69 - De acordo com o Código de Processo Penal Militar, e com representar a autoridades judiciárias militares acêrca da prisão preventiva e da insanidade mental do
relação ao Inquérito Policial Militar, assinale a alternativa correta. indiciado;
a) O Inquérito Policial Militar deverá terminar dentro de vinte dias, cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade,
bem como as demais prescrições dêste Código, nesse sentido;
quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações
inquérito; penais, que esteja a seu cargo;
b) A autoridade militar só poderá mandar arquivar autos de inquérito, se requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao
conclusivo pela inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado; complemento e subsídio de inquérito policial militar;
atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou
c) Nos crimes contra a honra, ainda que decorrerem de escrito ou publicação, funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
cujo autor esteja identificado, o Inquérito Policial Militar não poderá ser dispensado;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 60 de 64
QUESTÃO 72 . Marque a alternativa em que não condiz com a norma da QUESTÃO 77 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e no
confecção do TCO: Decreto Lei 1.002/69, qual alternativa traz o conceito de Inquérito Policial Militar:
A- Crimes de menor potencial ofensivo; a) É meio de investigação para saber se o Policial Militar é digno de
B- Crimes com penas abaixo de 6 anos; permanecer na PMRN.
C- Crimes com pena de prisão simples, ou multa; b) Tem por objetivo determinar a existência de transgressão disciplinar e sua
D- (X) Crimes enquadrado como fazendo parte das Contravenções Penais. autoria.
QUESTÃO 73 - . Com base no Código de Processo Penal Militar (CPPM), c) É a apuração sumária do fato, que nos termos legais, configura crime
julgue os próximos itens. militar e de sua autoria.
A polícia judiciária militar exerce funções idênticas à polícia judiciária, e ambas d) Todas as respostas estão erradas.
têm como uma de suas finalidades o colhimento de elementos que indiquem a autoria e QUESTÃO 78 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e no
comprovem a materialidade do delito. Decreto Lei 1.002/69, o IPM deverá ser concluído em:
( ) certo a) 20 dias após sua instauração, não importando se o investigado esteja preso ou
( ) errado solto.
QUESTÃO 74 - Será errado afirmar: “Na defesa de um sindicado”: b) 60 dias após sua instauração, sendo prorrogável por mais 60 dias.
a) Se for oficial, será exercida por ele próprio, por outro oficial por ele indicado c) O Decreto Lei 1.002/69 não estabeleceu prazo para a conclusão do IPM,
ou por advogado; ficando o prazo de conclusão a cargo do encarregado.
b) Se for praça, nunca poderá ser exercida por ele próprio, embora seja d) 20 dias o acusado preso. 40 dias o acusado solto
bacharel em Direito, muito menos por Oficial PM por ele indicado e somente só QUESTÃO 79 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na
por advogado; Lei nº 9.099/95, a alternativa que traz o conceito de TCO é:
c) Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo previsto a) Tem por objetivo determinar a existência de transgressão disciplinar e sua
pela portaria reguladora da sindicância, o sindicante, observadas as regras de autoria no PMRN.
hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, para fazê- b) É uma peça que não precisa se revestir de formalidades especiais, e na
lo em até 5 (cinco) dias. qual a autoridade policial que tomar conhecimento de infração penal de menor
d) A presença do advogado na instrução de uma sindicância é uma faculdade de potencial ofensivo, com autor previamente identificado, registrará de forma
que o sindicado dispõe, não uma obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada sumária as características do fato.
por esse profissional não invalida a sindicância. c) É a apuração sumária do fato, que nos termos legais, configura crime militar e
QUESTÃO 75 - Sobre o tema sindicância estudado em sala de aula, a de sua autoria.
designação para apuração dos fatos (sindicante) deverá recair sobre: d) É procedimento administrativo, cujo objetivo é apurar o desvio de conduta do
a) (X) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento militar em serviço.
PM, observadas as regras de hierarquia. QUESTÃO 80- Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na
b) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Soldado PM. Lei nº 9.099/95, qual alternativa
c) Qualquer militar da ativa, independentemente de seu Posto ou Graduação. a) traz o conceito de infrações penais de menor potencial ofensivo:
d) Oficial PM, Aspirante a Oficial PM, Subtenente PM ou Sargento PM, b) Consideram infrações penais as contravenções penais e os crimes que a
independente de hierarquia do acusado. lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
QUESTÃO 76 - Sobre o tema sindicância estudado em sala de aula, essa c) São crimes que provocam na sociedade grande revolta e horror, também
deverá ser concluída em: chamados crimes hediondos.
a) 40 (quarenta) dias a contar da publicação da portaria em BG ou BI, d) São meros aborrecimentos que não precisam de nenhuma investigação.
podendo ser prorrogada pelo período necessário à completa elucidação do fato. e) Todas as respostas estão erradas.
b) 60 dias após sua instauração, sendo prorrogável por mais 60 dias.
30 dias após sua instauração. d)Todas as respostas estão erradas.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 61 de 64
QUESTÃO 81 - Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na QUESTÃO 84 – SOBRE A SINDICÂNCIA, MARQUE A RESPOSTA
Lei nº 9.099/95, qual alternativa especifica uma das vantagens para a sociedade na INCORRETA
adoção do TCO pela PMRN: a) O relatório final deverá conter um resumo dos fatos que originaram a
a) Representou maior burocratização do trabalho da PMRN. sindicância, apreciação dos depoimentos colhidos, das provas, das diligências
b) Representa uma maior demanda de tempo para a solução das ocorrências promovidas, da defesa e a conclusão;
policiais, visto que é mais um procedimento a ser realizado no local das ocorrências b) A designação de escrivão caberá à autoridade delegante ou ao próprio
pela PMRN. escrivão quando o sindicado for Praça;
c) Representa uma total ruptura na atuação em conjunto com a Polícia Civil do c) Não poderá ser designado como sindicante o militar que tiver interesse na
RN. decisão da sindicância;
d) Representa uma redução do número de conduções coercitivas o que evita d) O sindicante não poderá ter condição hierárquica inferior a do sindicado.
o contato do cidadão com autores de crimes mais graves. QUESTÃO 85 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA
QUESTÃO 82 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA I - Solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à
a) O prazo de conclusão do PADS é semelhante ao da Sindicância pois se trata elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
de apurações sumárias no âmbito disciplinar; II - São direitos do advogado: (…)
b) (X) A lavratura do TCO pela Polícia Militar é uma medida III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem
administrativa alternativa, opcional, e visa atender aos princípios jurídicos da procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
economia processual e celeridade; estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
c) A instauração do TCO se dá quando o civil ou o militar estiverem cometendo IV - Uma das várias formas para se iniciar o Inquérito Policial Militar é:
crime; Mediante Portaria em virtude de requisição do Ministério Público;
d) São vantagens da elaboração do TCO feito pela PM: maior integração da V - O IPM é um procedimento administrativo, com natureza inquisitória,
Polícia Judiciária com o MP, aumento da “cifra negra” e menor credibilidade às escrito, sigiloso, dotado de provisoriedade; poderá ser dispensável pelo Promotor da
estatísticas. Justiça Militar e a Polícia Militar não exerce poder de arquivamento do feito
QUESTÃO 83 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA (indisponibilidade);
a) (X) O Termo Circunstanciado de Ocorrência é uma peça que não precisa VI - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não poderão requerer
se revestir de formalidades especiais, e na qual a autoridade policial que tomar qualquer diligência ao Encarregado do IPM já que este tem um caráter sigiloso;
conhecimento de infração penal de menor potencial ofensivo, com autor VII - Apesar de ser sigiloso, o IPM se presta a possibilitar condições ao
previamente identificado, registrará de forma sumária as características do fato; exercício do contraditório e da ampla defesa, bem como de obter informações (peça
b) A sindicância deverá ser concluída em 40 (quarenta) dias a contar da meramente informativa destinada ao titular da ação penal), elementos, para que o MPM
publicação da portaria em BG ou BI, podendo ser prorrogada por igual período para denuncie o indiciado pela prática de um crime militar. VII) Não será possível denunciar
que se tenha completa elucidação do fato, mediante solicitação fundamentada e alguém por crime militar se houver, pelo menos, a prova da materialidade delituosa e
intempestiva do sindicante, independentemente da autoridade delegante já que esta está indícios de autoria pois as provas só serão analisadas em juízo.
alheia aos fatos. a) II, III e VII estão erradas;
c) O Oficial PM lotado na Diretoria de Ensino poderá ser submetido a Conselho b) I, IV e V estão certas
de Ensino, e noutra situação, a Conselho de Disciplina, já a Praça com estabilidade, em c) Apenas a III, IV e V estão certas
casos excepcionais, será submetida a Conselho de Justificação; d) (X) Nenhuma das anteriores
d) O Provimento Nº 144/2016, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado do
Rio Grande do Norte (11/03/2016), trata-se de um dispositivo legal no intuito de
auxiliar a investigação no IPM;

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 62 de 64
QUESTÃO 86 – MARQUE A RESPOSTA INCORRETA QUESTÃO 89 – AINDA SOBRE O PADS, MARQUE A RESPOSTA
a) A presença do advogado é uma faculdade de que o sindicado dispõe, não uma INCORRETA
obrigatoriedade, e a falta de defesa técnica elaborada por esse profissional não invalida A) O PADS deverá ser concluído no prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis,
a sindicância; podendo ser prorrogado uma única vez por mais 5 (cinco) dias úteis, quando as
b) Caso o sindicado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo circunstâncias o exigirem;
estipulado pelo Art. 27, § 2º desta portaria ou seja revel, o sindicante, observadas as B) Ocorrendo casos fortuitos ou de força maior, bem como em situações de
regras de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito, extravio ou de gozo de afastamento regulamentar do investigado, o PADS poderá ser
para fazê-lo em até 5 (cinco) dias; sobrestado, até que tais motivos sejam sanados, retomando-se, em seguida, o
c) (X) Quanto à defesa na Sindicância, concluindo pela ocorrência de andamento normal do feito;
infração disciplinar, antes da elaboração do relatório final o sindicante notificará C) Estão sujeitos a este procedimento os policiais militares da ativa e os da
o sindicado, abrir-lhe-á vistas dos autos e estabelecerá prazo de 15 (quinze) dias inatividade quando, ainda que no meio civil, se conduzam, inclusive por manifestações
para que apresente sua defesa escrita; através da imprensa, de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do
d) A conclusão do relatório final deverá propor, dentre outras, e desde que os respeito e do decoro policial militar;
fatos apurados contrariem a ética, a honra pessoal, o pundonor policial militar e o D) (X) Mesmo que haja complexidade na apuração, o PADS não poderá ser
decoro da classe, a instauração de: Processo Administrativo Disciplinar (PAD), se o convertido em sindicância, tendo em vista as finalidades serem diferentes,
sindicado for Praça não estável. distintas.
QUESTÃO 87 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA QUESTÃO 90 – MARQUE A RESPOSTA CORRETA
a) A oitiva da testemunha e da parte acusada é chamada de Termo de a) O IPM é peça investigativa; tem natureza processual; não havendo
Declaração e de Termo de Depoimento, respectivamente; necessidade de Compromisso de Escrivão e tem o condão de levantar provas e
b) A oitiva daqueles que irão colaborar quanto à elucidação do fato e a da parte contraprovas dos acusados militares;
vítima são: Termo de Colaboração e Termo de Declaração, respectivamente; b) O IPM poderá ser arquivado pelo Governador do Estado;
c) (X) A oitiva da testemunha e da vítima são chamadas de Termo de c) O IPM é instaurado mediante Portaria de Designação da autoridade
Inquirição e Termo de Declaração, respectivamente; competente, que poderá ser um Major da Força Aérea;
d) A oitiva do acusado e da testemunha são: Termo de Qualificação e Perguntas d) O IPM tem um prazo de 20 dias quando o investigado estiver foragido; é
e Termo de Interrogatório. também mera peça investigativa; não há necessidade de Termo de Compromisso de
QUESTÃO 88 – SOBRE O PROCESSO ADMINISTRATIVO Escrivão e tem o condão de subsidiar a propositura da ação penal no âmbito da Justiça
DISCIPLINAR SUMÁRIO, MARQUE A RESPOSTA INCORRETA Militar, consistindo na formalização da investigação de um fato para esclarecer se este
a) Juntada a defesa escrita, o encarregado elaborará relatório circunstanciado no tem repercussões na seara penal militar;
prazo de 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da peça defensiva, aduzindo se QUESTÃO 91 – Marque a alternativa em que não condiz com a norma da
há infração disciplinar a punir ou outras providências a serem adotadas, encaminhando confecção do TCO:
à autoridade delegante, para solução; A- (X) Crimes de menor potencial ofensivo;
b) Após ser designado para Presidir o PADS, o encarregado, no prazo B- Crimes com penas abaixo de 6 anos;
impreterível de 01 (um) dia corrido, a contar da publicação da Portaria de designação; C- Crimes com pena de prisão simples, ou multa;
c) Caso o acusado se recuse a apresentar defesa, não o faça no prazo estipulado D- Crimes enquadrado como fazendo parte das Contravenções Penais.
no caput deste artigo, ou ainda seja revel, a autoridade competente, observadas as
regras de hierarquia, designará um Oficial PM, preferencialmente bacharel em Direito,
para fazê-lo em até 03 (três) dias corridos;
d) (X) O policial militar que formulou a acusação originária do processo
poderá ser, excepcionalmente, encarregado do PADS.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 63 de 64
QUESTÃO 92 – Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na b) São crimes que provocam na sociedade grande revolta e horror, também
Lei nº 9.099/95, a alternativa que traz o conceito de TCO é: chamados crimes hediondos.
a) Tem por objetivo determinar a existência de transgressão disciplinar e sua c) São meros aborrecimentos que não precisam de nenhuma investigação.
autoria no PMRN. d) Todas as respostas estão erradas.
b) (X) É uma peça que não precisa se revestir de formalidades especiais, e QUESTÃO 94 – Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na
na qual a autoridade policial que tomar conhecimento de infração penal de menor Lei nº 9.099/95, qual alternativa especifica uma das vantagens para a sociedade na
potencial ofensivo, com autor previamente identificado, registrará de forma adoção do TCO pela PMRN:
sumária as características do fato. A) Representou maior burocratização do trabalho da PMRN.
c) É a apuração sumária do fato, que nos termos legais, configura crime militar e B) Representa uma maior demanda de tempo para a solução das ocorrências
de sua autoria. policiais, visto que é mais um procedimento a ser realizado no local das ocorrências
d) É procedimento administrativo, cujo objetivo é apurar o desvio de conduta do pela PMRN.
militar em serviço. C) Representa uma total ruptura na atuação em conjunto com a Polícia Civil do
QUESTÃO 93 – Com base naquilo que fora estudado em sala de aula e na RN.
Lei nº 9.099/95, qual alternativa traz o conceito de infrações penais de menor D) (X) Representa uma redução do número de conduções coercitivas o que
potencial ofensivo: evita o contato do cidadão com autores de crimes mais graves
a) (X) Consideram infrações penais as contravenções penais e os crimes que
a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa.

Apostila e Notas de Aula de Polícia Judiciária – CAS 2019.3 – TURMA ALPHA– Autor: Janildo da Silva Arantes – Página 64 de 64

Você também pode gostar