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OS CICLOS GLOBALISTAS
DEFINIÇÕES:
Globalismo é o conjunto de iniciativas e fenômenos que visam criar
um ambiente de governança global, que tende a se sobrepor às soberanias
nacionais e aos direitos naturais dos indivíduos, e de uma maneira geral à
livre determinação dos povos. Por se tratar de uma ideologia, ou seja, de um
aglomerado de ideias entrelaçadas de forma a justificarem umas às outras,
não necessita de comprovação da sua viabilidade e nem mesmo da sua
eventual funcionalidade.
Globalização é um fenômeno econômico, e apesar de algumas
intromissões no campo político e social, trata especialmente das relações
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melhor, o ambiente de governança global que antecede uma autoridade
mundial de fato consiste em apenas uma faceta da Nova Ordem Mundial,
dentre várias outras, em sua maioria relacionadas ao que podemos chamar
de Revolução Cultural.
ANTECEDENTES:
A ideia de governo mundial sempre existiu na cabeça de imperadores
e tiranos, mas o contexto histórico, a impossibilidade tecnológica e as
limitações dos recursos e da logística mantinham a ideia no mundo das
ideias.
A descoberta dos novos mundos, o surgimento das redes bancárias,
da imprensa, o Renascimento1 e a Reforma Protestante2 tinham mudado
a Europa nos últimos séculos e este caldo cultural que se formou desde
o fim da Idade Média era o substrato ideal para o surgimento deste que
considero o primeiro ciclo do desenvolvimento globalista, que ocorre no
1 Recuperou a cultura clássica, mas junto também trouxe de volta uma série de elementos do paganismo e
superstições esquecidas, o antropocentrismo que rapidamente se degenerou em antropoteísmo, e a ideia repub-
licana.
2 Descentralizou o debate público e também fez renascer algumas heresias antigas, pensamentos gnósticos e
panteístas.
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PRIMEIRO CICLO – AS IDEIAS
Apesar dos antecedentes e sabendo que todo fato decorre de
milhares de circunstâncias muitas vezes incompreensíveis, podemos
considerar alguns pontos neste fluxo. Do ponto de vista da influência no
desenvolvimento do globalismo como conhecemos hoje, o Século XVIII
pode ser descrito como o primeiro destes pontos, o 1° Ciclo Globalista, ou
Ciclo das Ideias.
Devido a esta descentralização do debate cultural que vinha
acontecendo na Europa, surgem grupos de intelectuais e notáveis da
sociedade que se reúnem para discutir questões políticas e econômicas.
Como conspiravam contra monarquias e contra a Igreja, cultuavam o
segredo e envolviam suas conversas entre símbolos e ritos herdados de
3 A Constituição de Anderson.
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banqueiros. A Maçonaria era anticlerical, e, portanto, anticatólica, e os
Illuminati eram anticristãos. Poucos anos após a fundação um nobre alemão
com grande influência na Maçonaria Inglesa e alemã, Adolf von Knigge, foi
convidado a fazer parte da ordem com o objetivo de levar os Illuminati para
dentro da Maçonaria. E foi o que aconteceu: antes da virada do Século XVIII
para o Século XIX os Illuminati já controlavam a Maçonaria.
As ideias globalistas já existiam antes do Século XVIII, mas eram
ainda dispersas e frágeis. Nestas reuniões, elas passam a tomar corpo
e vão se transformando em planos mais sólidos e mais elaborados, com
metas e objetivos mais palpáveis. Nesse momento, surge o principal desses
objetivos, a construção da República Universal.
Como consequência da disseminação destas ideias, o pensamento
iluminista passa a receber mais destaque, devido a patrocínios e apoios.
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2° CICLO – O MÉTODO
O segundo ciclo pode ser descrito como o Ciclo do Método. Quando
observamos o desenvolvimento dos ideais globalistas, percebemos que as
iniciativas costumam seguir um método de implantação, que consiste em
manejar tensões contrárias a fim de alcançar um objetivo. Nas palavras da
dialética hegeliana: tese + antítese = síntese. Ou, como disse o patriarca
dos Rothschild: “A única maneira de controlar um conflito é controlar os
dois lados do conflito.”.
Selecionei dois fatos deste ciclo, que vão sustentar a tese da criação
do método:
Manifesto Comunista (1848)
Sociedade Fabiana (1884)
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especial os republicanos. Segundo um autor5 inglês, Hegel era Cabalista.
Acontece que mesmo que a descoberta, a percepção do método,
tenha acontecido depois, o fato é que este método tem sido usado
constantemente na política partidária e na manipulação da opinião pública.
No intuito de ampliar a compreensão deste funcionamento,
podemos colocar o Liberalismo como antítese de alguma tese socialista,
e podemos continuar dividindo cada um dos elementos. Exemplo: dentro
do movimento revolucionário vamos encontrar “tendências” ou “vertentes”
que vão representar as subdivisões, indefinidamente, até que restem
duas pessoas. Podemos observar que muitos grupos que nascem como
pequenas dissidências se tornam grandes o bastante para que surja uma
nova divisão. E assim sucessivamente.
Neste período, a Maçonaria já estava influenciando a vida política no
5 Bryan Magee.
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interlocutores do Exército.
3° CICLO – OS INSTRUMENTOS
Já vimos o surgimento das ideias e o método. Agora veremos que
neste terceiro ciclo se caracteriza pelo surgimento dos instrumentos, que
podem ser representados por alguns fatos:
FED (1913)
que já tinha criado a sua própria fundação em 1905. Mais tarde, várias outras
famílias e corporações fizeram o mesmo, e com o tempo perceberam que
além de melhorar a imagem das suas empresas as fundações poderiam
contribuir para influenciar a sociedade e o poderes políticos, seja por meio
de patrocínios e incentivos a determinadas causas, seja pelo financiamento
direto de candidatos.
O Federal Reserve, que não é federal e não é uma reserva
propriamente, mas que funciona como uma espécie de banco central
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americano, privado, mas com autoridade Estatal, controlado por alguns
bancos. Apesar de já existirem bancos centrais desde pelo menos o
Século XVII (Suécia), o FED vai padronizar as transações e se transformar
rapidamente no eixo financeiro mundial. Para construir um governo
mundial é necessário um aparato complexo de controle de recursos. Com o
FED eles conseguem esse passo decisivo e mais tarde essa ideia ganha ainda
mais força e surge em 1930 o BIS, Banco de Compensações Internacionais,
o Banco dos Bancos Centrais. Importante lembrar que desde o início do
Federal Reserve a ideia era abandonar o princípio do lastro na moeda, o que
acabou se concretizando décadas depois.
Da família Rockefeller também parte a iniciativa da criação do Council
on Foreign Relations, o CFR, um think tank que surge como uma entidade
independente, privada e que espelhava a estrutura do Chatham House, um
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observar algumas características comuns a todos os ciclos.
Desdobramento do anterior
Dinâmicos e flexíveis
4° CICLO – INFILTRAÇÃO
Este ciclo, que tem início após a 2ª Guerra, é uma continuidade do
anterior, desdobrando e criando novos agentes com objetivos específicos6:
ONU – 1945
OTAN - 1949
6 Estes são apenas alguns exemplos. Existem dezenas de organismos com funções idênticas, parecidas ou com-
plementares.
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A ONU substitui a Liga das Nações e se torna principal força
de pressão contra as soberanias, que utiliza seus tentáculos e oferece
benef ícios para enquadrar nações e impor suas resoluções. Seu alcance vai
muito além dos organismos anteriores e funciona como um guarda-chuva,
abrigando centenas de outras organizações. Estes outros organismos
obedecem aos mesmos princípios da ONU e se colocam frequentemente
acima das autoridades das nações.
Vamos nos concentrar nesses cinco últimos organismos, pois eles
representam o que existe de mais influente e porque eles podem ajudar a
entender como o alcance das iniciativas se amplia e se diversifica. Passaremos
rapidamente por cada um deles, mas merecem aprofundamento e isso será
feito futuramente em um livro.
Clube Bilderberg, talvez o mais famoso desses organismos, foi criado
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Crescimento, que serviu de matéria prima para as agendas globalistas
defendidas pela ONU e por seus tentáculos, como Eco 92, Rio +10, Agenda
21, Agenda 2030, além de dezenas de outras conferências e resoluções.
Por acontecer logo após a guerra, esse ciclo engloba observações
das experiências totalitárias, que inclusive receberam financiamento dos
banqueiros (Jacob Shiff, da Kuhn Loheb & Company arrecadou dinheiro
para a Revolução Russa e entregou para Trostky; e o Prescott Bush fez o
mesmo para o Nazismo. E existem muitas informações a respeito de grandes
corporações colaborando com o Nazismo durante a 2ª Guerra e ajudando
a URSS em plena Guerra Fria, O mesmo aconteceu com a China. Sem os
metacapitalistas a China não teria metade da sua importância).
Ao observar o fracasso das tentativas totalitárias perceberam
que para mudar a sociedade seria preciso mudar as pessoas e, portanto,
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infiltrada nos seus mais variados aspectos: político, econômico, legal7, cultural
e moral e religioso (vide Teologia da Libertação, para os católicos, e Missão
Integral, para os protestantes). Também identifico aqui o fortalecimento
do pensamento materialista e cientificista, cultuando as universidades e
idolatrando o diploma.
5° CICLO – TRANSIÇÃO
Dentro dos planos originais estaríamos em transição para o governo
mundial na virada Século XX, e ao que tudo indica ele foi lançado oficialmente,
entre aspas, pelo Presidente George Bush, o pai, que proferiu um discurso
histórico anunciando uma Nova Ordem Mundial e isso aconteceu no dia
11 de setembro de 1990, exatamente 11 anos antes dos atentados ao World
Trade Center e ao Pentágono. Esse termo, transição, é usado atualmente
pelos mentores deste projeto globalista.
Apesar de considerar que o zeitgeist, o espírito do tempo, já foi
7 Tribunal Internacional de Justiça (1945) não deve ser confundido com a Corte Penal Internacional (2002), que
tem competência para julgar indivíduos e não Estados. E o Pacto de San José da Costa Rica, de 1969.
8 Donald Trump.
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Ela foi reforçada pela economia, pelos escândalos, mas na essência dessa
revolta contra o sistema estão as questões morais, culturais, religiosas. As
pessoas não aguentavam mais assistir à destruição dos seus valores e talvez
nem soubessem formular o que era esse sentimento, mas quando surge na
politica a opção de se opor a esse “sistema”, a esse “poder”, elas abraçam,
sem a necessidade de se politizar ou entender profundamente quem é o
seu inimigo. Como não é o seu principal interesse, política é um assunto
difuso na cabeça da maioria das pessoas.
Acredito que essa resistência ao globalismo ocorre menos por
opção política partidária racional e mais por reação espontânea diante
dos absurdos impostos pelas pautas identitárias e pela opressão do
politicamente correto. A pessoa racionaliza o seu pensamento de acordo
com parâmetros políticos, mas a reação se originou da indignação frente
aos ataques aos seus valores mais profundos. Escândalos políticos e crises
econômicas apenas engrossam a resistência.
Os globalistas também pensam assim. Por isso muitas discussões
atuais nestes organismos abordam temas como os excessos do politicamente
correto. Até onde entendi, a ideia é não combater, mas deixar de incentivar,
pois já cumpriram a sua função.
Nosso atual panorama é de transição. De controle de danos, ajustes
e recuos. A resistência às pautas de ordem cultural e moral talvez consigam
algum recuo na agenda globalista, mas é preciso surgir uma resistência
ao sistema financeiro internacional, ao poder dos grandes cartéis e o
coletivismo de qualquer espécie. As questões de ordem econômica, política
e legal continuam sendo implantadas a todo vapor. E organizações muito
influentes continuam surgindo, como a Open Society -1993 (criadora do
Project Syndicate, que distribui informações a dezenas de milhares de
jornalistas) e a Fundação Bill e Melinda Gates – 2000, uma das mais ricas do
mundo.
Esse ciclo de transição terá fim com o primeiro imposto mundial,
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que deve estar relacionado à saúde pública ou ao ambientalismo, e será
a porta de entrada para a implantação definitiva, que não será imediata,
de uma autoridade global oficial. Isso deve gerar conflitos, e a depender
da resistência, estamos sujeitos a uma grave crise generalizada, seguida
de uma “normalização”, para usar os termos do Yuri Bezmenov, o agente
soviético que explicou como funcionava o processo de subversão de uma
sociedade: desmoralização, desestabilização, crise, normalização.
Acredito ter apresentado evidências que revelam planos
de construção de um ambiente de governança global e do seu
desenvolvimento, além de um conjunto de dados e conexões que podem
fornecer subsídios para uma reflexão sobre as prováveis consequências
destas iniciativas. Sei que é preciso afinar as informações e aprofundar
cada um dos fatos que narrei aqui, e sei também que existem muitos
outros aspectos que merecem análises mais precisas. Isso será feito no meu
próximo livro.
Obrigado.
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INFORMAÇÕES DO PROFESSOR
Alexandre Costa é autor das obras “Introdução à Nova Ordem
Mundial”, “Bem-vindo ao Hospício”, “O Brasil e a Nova Ordem Mundial”,
“Nova Ordem Mundial: Linguagem e Manipulação”, “Fazendo Livros” e “O
Novato”.
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