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Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio

Maria Honorina Santiago

Série: 3ª Turma: F Turno: Noite

Disciplina: História Professor: Orlando

Alunas: Amanda de Souza Silva n° 01


Mila Bruna Teotônio Pontes nº 27

Olga
Muitas paixões numa só vida

Santa Rita, setembro de 2010.


Amanhã vou precisar de toda a minha
força, de toda a minha vontade. Não
posso pensar nas coisas que torturam
meu coração, que são mais caras que
minha própria vida. Filha, como tantas
noites, penso em você, penso nas coisas
que eu gostaria de contar a você e
esqueço que amanhã... Amanhã...
Queridos, é totalmente impossível
para mim imaginar; filha querida, que
não voltarei a ver-te , que nunca mais
voltarei a estreitar-te em meus braços
ansiosos. Carlos, querido, amado meu,
terei que renunciar para sempre tudo de
bom que me destes, conformar-me-ia
mesmo que não pudesse te ter muito
próximo, e que teus olhos mais uma vez
me olhassem e queria ver teu sorriso,
quero usar ambos, tanto, tanto... Estou
agradecida a vida por ela haver me dado
a luz, mas o que eu gostaria era de poder
viver um dia feliz, os três juntos, como
milhares de vezes imaginei. Será possível
que nunca verei o quanto orgulhoso e
feliz te sentes por nossa filha.
Querida Anita, meu querido marido,
meu garoto, choro debaixo das mantas
para que ninguém me ouça, pois parece
que hoje as forças não conseguem
alcançar-me para despedir-me de vocês
agora, para não fazer mais difíceis as
últimas horas. Depois desta noite, quero
viver para este futuro tão breve que me
resta. De ti aprendi querido, o quanto
significa força de vontade, especialmente
se emana de fontes como as nossas.
Lutei pelo justo, pelo bom, e pelo
melhor do mundo, prometo-te agora, ao
despedir-me que até o último instante
não terão do que se envergonhar de
mim.
Quero que me entendam bem.
Preparar-me para a morte não significa
que me renda, mas sim, saber fazer-lhe
frente quando ela chegue, no entanto,
pode ainda acontecer tantas coisas.
Até o último momento manter-me-ei
firme e com vontade de viver.
Beijos, pela última vez.

Olga
Olga Benário

Olga. Olga Benário. Olga Prestes. Olga Benário Prestes. Todas


essas denominações pertencem a uma única pessoa; uma das poucas
mulheres que se aventuraram por este país em busca de uma
igualdade entre pessoas; por um país livre de uma ditadura
mascarada, imposta pelo presidente Vargas.
Apesar de ser alemã e judia; Olga interessou-se pelo Brasil
como nenhum outro revolucionário estrangeiro havia antes se
interessado. Claro que houve seus sentimentos por Luis Carlos
Prestes, mas, seus ideais revolucionários também pesaram muito na
sua decisão de militar no Brasil.
Membro do Partido comunista; saiu de casa para seguir
tranquilamente sua militância, sem prender-se a nenhum tipo de
emoção.

O filme começa mostrando uma das ações de Olga pelo partido


comunista alemão, libertando Otto Brown, seu companheiro. Essa
missão obteve êxito, juntamente com alguns membros do partido
comunista.
Ela realiza diversas passeatas e manifestações, sempre ao lado
de operários. Muitas vezes, entrou em confronto direto com a polícia
nazista.
A sua mãe, Eugênia Benário não se conformava em ter uma
filha militante, que entrava em confrontos com a polícia, envolvendo-
se em brigas e que era totalmente o oposto dela, pois, Olga não se
contentava em ver seu pai dar esmolas aos pobres sempre estando
subordinado ao governo.
Olga decide então sair de casa e ir morar em Berlim, junto com
outros membros do partido Comunista.
Em Berlim, realiza grandes discursos contra o Fascismo e o
Nazismo, convencendo muita gente de que o comunismo era a cura
dos males de uma sociedade marcada pela guerra, inflação e
desemprego.
Decide então fazer um treinamento militar, para poder manter-
se ao mesmo nível dos soldados do nazi-fascismo. Durante este
treinamento ouve pela primeira vez sobre a Coluna Prestes e se
interessa pela causa defendida por Luis Carlos Prestes.
Recebe a missão de ser a segurança pessoal de Prestes em sua
viagem de volta ao Brasil – Prestes estava exilado na Alemanha – na
tentativa de derrubar o governo Vargas.
Na viagem de volta ao Brasil os dois, que fingiam ser marido e
mulher, acabam se apaixonando.
A certa altura, o filme nos mostra um diálogo do chefe de
polícia com Getúlio Vargas, no qual se revela que o chefe de polícia é
um ex-membro do partido comunista. Ele teria sido expulso por uma
suposta acusação de roubo, por isso, tanto ódio em relação aos
comunistas e, principalmente a Luis Carlos Prestes.
O partido comunista e a Aliança Nacional Libertadora (ANL)
tramam a derrubada do governo Vargas e uma greve Geral.
Getúlio toma consciência das pretensões comunistas e decreta
a Lei de Segurança Nacional, na qual, qualquer pessoa que
ameaçasse o governo seria duramente punida.
A tentativa de um levante geral falha e o partido começa a
sofrer sérias perdas para o governo. Muitos membros do partido são
presos e Olga e Prestes têm que se esconder pra também não serem
pegos.
A dura repressão aos líderes da revolta comunista começa:
Muitos são torturados e começam a entregar para a polícia
informações valiosas como localização e pessoas que estavam
envolvidas no movimento. Outros entregavam informações à polícia
por simples e pura traição.
Olga e Prestes são obrigados a trocar de esconderijo. Olga
recebe a permissão de voltar para Berlim, mas ela decide ficar no
Brasil ao lado de Prestes.
A polícia descobre que Prestes estava casado com Olga. O chefe
de polícia oferece 100 contos de réis por Olga e Prestes vivos ou
mortos.
Olga e Prestes são presos e se separam pela primeira e última
vez desde que se encontraram.
Ainda presa no Brasil Olga descobre que está grávida, na prisão
encontra outras companheiras. Escreve a Prestes informando de sua
gravidez.
Dona Leocádia e Lígia Prestes, mãe e irmã de Prestes, lutam a
todo custo para que os dois sejam libertados e que Olga não seja
extraditada para a Alemanha, mas, o governo brasileiro dificultava ao
máximo.
O governo decide deportar Olga, mas as outras presas se
manifestam e tentam mudar a situação já que Olga era judia e não
poderia ir para a Alemanha Nazista em plena gravidez. A polícia as
engana com uma falsa promessa de levar Olga para o hospital que
ela estava muito debilitada.
Grávida de 7 meses Olga é embarcada em um navio rumo a
Alemanha, “um presente de Vargas para Hitler”, como disse o chefe
de polícia.
Na viagem involuntária para a Alemanha Olga reencontra Zabu,
uma amiga também membro do partido Comunista.
Prestes, ainda preso, fica sabendo que Olga foi deportada.
Chegando a Alemanha Olga é separada de Zabu e é enviada
para um campo de concentração onde tem o seu bebê: uma menina,
que recebeu o nome de Anita Leocádia, Anita em homenagem a Anita
Garibaldi e Leocádia em homenagem a sua sogra, a mãe de Prestes.
Por ser figura notável e lutar contra o “Estado Alemão”, Olga
recebe o benefício de ficar com a filha até que o seu leite seque.
Dona Leocádia faz muitos discursos pelo mundo para tentar
libertar Olga e Prestes. Dona Leocádia recebe a notícia do nascimento
de Anita e procura Eugênia Benário para lutar a favor da libertação de
Olga, mas Eugênia se nega a segui-las e diz que não reconhece mais
Olga com sua filha, principalmente após a morte do seu marido.
O leite de Olga seca; ela é separada de Anita, que é entregue a
Dona Leocádia e a Lígia, sem o conhecimento de Olga.
Ela é enviada para outro campo de concentração, onde começa
a receber cartas de Prestes e até uma foto de Anita. Em uma dessas
cartas ela fica sabendo que Anita cresce a salvo com a Dona Leocádia
e Lígia.
Mesmo na prisão, Olga não se esquece de seus ideais. Ela
reencontra Zabu que morre em seus braços. As próprias prisioneiras
são obrigadas a enterrarem Zabu em uma vala enorme, cheia de
corpos de outras mulheres.
Olga segue para outro campo de concentração onde morre em
uma câmara de gás, sem poder ver ou ter notícias daquele que
amava.

Nossa heroína morreu sendo inocente.


No mundo em que vivemos as pessoas que tem em si um
caráter de renovação, e sonham com a igualdade entre todas as
pessoas são duramente repreendidas, muitas, como Olga, são
brutalmente assassinadas.
Olga foi vítima de duas ditaduras: a brasileira, de Getúlio
Vargas, que em seu apogeu iniciou a ditadura militar no Brasil,
matando e torturando as pessoas que se opusessem ao seu governo
totalitário; e a alemã de Hitler, que por grandes devaneios culpava os
judeus pela crise econômica alemã e se achavam no direito de
exterminar todos os judeus, sendo mulheres, crianças ou idosos.
Olga, por ser uma mulher forte, de garra, escolheu seu próprio
destino. Ela teve a chance de voltar para Berlim, podendo evitar tudo
o que lhe acometeu; mas, por seu grande amor por Luis Carlos
Prestes aceitou o seu destino.
Nunca havia sonhado em ser esposa ou mãe, mas, a vida lhe
deu de presente algo mais precioso que a revolução, algo pelo qual
pudesse lutar com maior amor: Carlos e Anita.
Olga morreu pelas paixões que tinha na vida: A revolução, o
comunismo, Luis Carlos Prestes e Anita.
Que nós, brasileiros, não esqueçamos nunca da mulher que foi
Olga Benário Prestes, que se solidarizou com a causa do nosso país.
Dona Leocádia faleceu em junho de 1943, sem nunca ter
voltado a ver seu filho Luis Carlos Prestes.
Eugênia Benário, mãe de Olga foi morta no campo de
concentração Terensienstelt em 1943.
Getúlio Vargas, eleito pela segunda vez presidente suicidou-se
em 1956.
Anita Leocádia cresceu a salvo e vive hoje com sua tia Lígia no
Rio de Janeiro, onde é professora universitária.
Prestes foi um dos primeiros prisioneiros libertados pela anistia
em 1945 e só então recebeu a notícia que Olga estava morta. Anos
mais tarde, ele e a filha receberam a última carta de Olga.

Iluminar para sempre


Iluminar
Até o fim da eternidade
Iluminar tudo
Iluminar e só
Eis o meu lema e o do sol;
Iluminar para sempre
Iluminar e só
Eis o meu lema e o do sol...

“Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo.”


Olga Benário Prestes
Ficha técnica:

Uma produção Globo Filmes, Nexus Cinema, Lumière e Europa Filmes.

Direção: Jayme Monjardim


Duração: 2h 15 min.
Baseado no livro “Olga” de Fernando Morais.

Atores principais:
Camila Morgado: Olga Benário
Caco Ciocler: Luis Carlos Prestes
Fernanda Montenegro: Dona Leocádia

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