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Semana Decisiva PMDF

Professor: Érico Palazzo


1) CESPE / CEBRASPE - 2021 - TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto)

Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de aeronave ou embarcação


brasileira que seja pública ou esteja a serviço do governo, independentemente de onde se
encontrem, em razão do princípio da bandeira ou da representação.
Lei penal no espaço
Territorialidade
CP, Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil.
Código Penal
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados.
2) (Inédita) Hernando Mesquita, com o objetivo de ceifar a vida de sua namorada, Elisa
Santana, coloca veneno em sua bebida. Após os atos executórios, enquanto aguardava a
consumação de sua conduta, relembra tudo que já viveram juntos e decide socorrê-la ao
hospital mais próximo. Após passar por cirurgia, Elisa sobrevive, mas sofre lesões em seu
estômago que a deixam internada por 20 dias. Diante dos fatos narrados, é correto afirmar
que Hernando deverá ser responsabilizado por:
a) feminicídio na modalidade tentada;
b) homicídio qualificado pelo emprego de veneno, na modalidade tentada;
c) por lesão corporal grave em contexto de violência doméstica ou familiar contra a
mulher;
d) por lesão corporal qualificada pela violência doméstica;
e) por lesão corporal qualificada contra a mulher por razões da condição do sexo feminino.
3) (FCC - 2021 - DPE-GO - Defensor Público - adaptada) Sobre o iter criminis é correto afirmar
que
a) a pena da tentativa é correspondente à pena do crime consumado, diminuída de 1/6 a
1/3.
b) o ato preparatório, por constituir uma antecipação da tutela penal, não admite
tipificação própria no Código Penal.
c) a tentativa só pode se configurar na presença do dolo de consumação do delito.
d) a cogitação é impunível, salvo em casos de milícia privada armada, grupo ou esquadrão.
e) o exaurimento, por se dar após a consumação da pena, não pode interferir na aplicação
da pena, pois é incapaz de modificar o desvalor da ação.
Iter criminis

Atos Atos
Cogitação Consumação Exaurimento
preparatórios executórios

Fase interna Fase


externa
4) (CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-RS - Defensor Público) Acerca da estrutura analítica do
crime, julgue o item a seguir.

O erro de tipo tem como consequência jurídica a exclusão do dolo enquanto elemento
subjetivo, sendo vedada, nesse caso, a responsabilização penal do agente por crime
culposo.
5) (VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia) De acordo com o Estatuto Penal brasileiro, são
elementos da culpabilidade a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade
de conduta diversa. Sobre a imputabilidade, assinale a alternativa correta.
a) O conceito de imputabilidade penal compreende a capacidade mental do indivíduo,
considerando-se apenas a sua idade ao tempo do crime.
b) Entre as causas de exclusão da imputabilidade, encontra-se a embriaguez completa ou
incompleta, mas sempre voluntária.
c) A legislação penal brasileira adotou o critério biopsicológico como aquele de aferição da
imputabilidade, independentemente da idade do infrator ao tempo do fato.
d) Ao agente que, em virtude da perturbação da saúde mental, não for inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, poderá
ser imposta pena como sanção, porém com redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
e) O agente que por embriaguez incompleta e voluntária não for, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato será isento de pena.
6) (CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual) A respeito do estado de
necessidade, assinale a opção correta.
a) O estado de necessidade recíproco não é aceito no direito brasileiro.
b) O Código Penal brasileiro admite o estado de necessidade exculpante como causa
excludente de ilicitude.
c) Considera-se em estado de necessidade aquele que ofende bem jurídico de terceiros,
ainda que haja outro modo de evitar a lesão.
d) Havendo mais de um agente, o estado de necessidade de um se estende aos demais.
e) No estado de necessidade justificante, o bem jurídico sacrificado é de maior valor que o
bem jurídico preservado.
Código Penal
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
7) (FGV- 2022 – PCAM - Escrivão)
Código Penal
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes.
8) (2018 - CLDF/DF - Técnico legislativo - Área Agente de Polícia Legislativa - adaptada) De
acordo com o que estabelece o Código Penal,
a) é possível a invocação do estado de necessidade mesmo para aquele que tinha o dever
legal de enfrentar o perigo.
b) não haverá legítima defesa se o direito em perigo for de outra pessoa.
c) ao agir em legítima defesa, o agente só responderá pelo excesso doloso, e não pelo
culposo.
d) entende-se em legítima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar.
e) lutador de boxe que lesiona seu oponente não responde por crime em virtude do
exercício regular de direito.
Código Penal
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.
9) (Inédita) Sobre os crimes contra a administração pública, assinale a alternativa correta:
a) Pratica favorecimento pessoal o agente que presta auxílio a criminoso para tornar seguro
o proveito do crime.
b) Pratica prevaricação o agente que retarda ato de ofício, cedendo a pedido ou influência
de outrem.
c) Pratica prevaricação o agente que deixar, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo.
d) Pratica o crime de desobediência o agente que não obedece ordem de parada emanada
de policiais militares em policiamento ostensivo.
e) Pratica peculato próprio o agente que subtrai objeto valendo-se das facilidades
proporcionadas pelo cargo.
Código Penal
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio
destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
10) (CESPE / CEBRASPE - 2022 - MPE-SE - Promotor de Justiça Substituto) Segundo
entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a contemplação lasciva de uma
criança, por meio da Internet, sem qualquer contato físico, configura
a) estupro.
b) importunação ofensiva ao pudor.
c) estupro de vulnerável.
d) corrupção de menores.
e) violação sexual mediante fraude.
11) (Inédita) Sobre os crimes contra a fé pública e a administração pública, assinale a alternativa
correta:
a) O peculato-apropriação pode ocorrer independentemente do funcionário público ter a prévia
posse da coisa em razão do cargo.
b) A apresentação de documento de identidade falso aos policiais para evitar a prisão configura o
crime de falsa identidade, previsto no art. 307, do CP.
c) A falsificação de documentos emanados de entidades paraestatais, ações de sociedade
comercial e livros mercantis configuram o crime de falsificação de documento particular.
d) A falsificação de documento público e seu posterior uso importa em concurso material de
crimes.
e) De acordo com o STF, não é possível incidir aumento de pena sobre dirigente de autarquia que
pratique crime funcional.
12) (Inédita) Sobre a nova lei de abuso de autoridade (lei n.º 13.869/19), é incorreto afirmar que:
a) Terá como sujeito ativo qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de Território.
b) Configura abuso de autoridade praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-
la.
c) É possível a ação penal privada subsidiária desde que exercida no prazo de 6 meses, contado da
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
d) As penas referentes ao abuso de autoridade não excluem as sanções de natureza civil ou
administrativa.
e) Os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada.
A tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), da
proteção à vida e da igualdade de gênero (art. 5º, da CF/88);
A defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são proibidos de utilizar,
direta ou indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer
argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual penais,
bem como durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade
do ato e do julgamento.
STF. Plenário. ADPF 779, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/03/2021.
Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a
prática de ato libidinoso com menor de 14 anos configura o crime de estupro de
vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente da ligeireza ou da
superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito
de importunação sexual (art. 215-A do CP).
STJ. 3ª Seção.REsp 1.959.697-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 08/06/2022
(Recurso Repetitivo – Tema 1121) (Info 740).
A causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal (prática do
crime de furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua forma
qualificada (§ 4°).
STJ. 3ª Seção. REsp 1.890.981-SP, julgado em 25/05/2022 (Recurso Repetitivo –
Tema 1087) (Info 738).
Código Penal Lei 7.716/89
Art. 140, § 3º Se a injúria consiste na utilização de Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
elementos referentes a religião ou à condição de ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou
pessoa idosa ou com deficiência: (Redação dada pela procedência nacional. (Incluído pela Lei nº 14.532, de
Lei nº 14.532, de 2023) 2023)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

Redação antiga: Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o


crime for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos
mais pessoas.
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Injúria qualificada (art. 140, §3º, CP) Injúria racial (§2º-A, Lei 7.716/89)

Bem jurídico Honra subjetiva Dignidade da pessoa humana


tutelado
Sujeito passivo Pessoa determinada/específica Coletividade
Prescrição Prescritível* Imprescritível (art. 5º, XLII, CF)
Fiança Afiançável* Inafiançável (art. 5º, XLII, CF)
Hipóteses Religião, condição de pessoa idosa ou Raça, cor, etnia ou procedência
portadora de deficiência nacional, homotransfobia**

Ação penal Pública condicionada a representação Pública incondicionada


(art. 145, Par. Único)

**ADO n.º 26/DF e MI 4733/DF julgados em 13/06/2019.


Código Penal
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Código Penal
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Código Penal
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Golpe de Estado
Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo
legitimamente constituído:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além da pena correspondente à
violência.

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