1) O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente são documentos relacionados, mas o RIMA é público enquanto o EIA contém mais informações confidenciais.
2) O EIA/RIMA deve ser realizado por equipe multidisciplinar e considerar diversos aspectos ambientais, além de permitir participação pública através de audiências.
3) A legislação brasileira define os requisitos mínimos para o EIA, incluindo diagnóstico ambiental e análise de impactos
1) O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente são documentos relacionados, mas o RIMA é público enquanto o EIA contém mais informações confidenciais.
2) O EIA/RIMA deve ser realizado por equipe multidisciplinar e considerar diversos aspectos ambientais, além de permitir participação pública através de audiências.
3) A legislação brasileira define os requisitos mínimos para o EIA, incluindo diagnóstico ambiental e análise de impactos
1) O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente são documentos relacionados, mas o RIMA é público enquanto o EIA contém mais informações confidenciais.
2) O EIA/RIMA deve ser realizado por equipe multidisciplinar e considerar diversos aspectos ambientais, além de permitir participação pública através de audiências.
3) A legislação brasileira define os requisitos mínimos para o EIA, incluindo diagnóstico ambiental e análise de impactos
O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio
Ambiente são um conjunto. A diferença entre estes dois documentos é que apenas o RIMA é de acesso público, pois o EIA contém maior número de informações sigilosas a respeito da atividade. Assim, o texto do RIMA deve ser mais acessível ao público, e instruído por mapas, quadros, gráficos e tantas outras técnicas quantas forem necessárias ao entendimento claro das consequências ambientais do projeto.
O EIA/RIMA é feito por uma equipe multidisciplinar, pois deve considerar
o impacto da atividade sobre os diversos meios ambientais: natureza, patrimônio cultural e histórico, o meio ambiente do trabalho e o antrópico. O EIA/RIMA cumpre o princípio da publicidade, pois permite a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento ambiental que contenha este tipo de estudo, por meio de audiências públicas com a comunidade que será afetada pela instalação do projeto. O conteúdo de um EIA/RIMA é estipulado por termo de referências dos órgãos ambientais competentes e pela legislação pertinente, como demonstra o extrato abaixo da Resolução CONAMA nº 001 de 1986.
Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no
mínimo, as seguintes atividades técnicas:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto,
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando
os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e
a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os
usos da água e a socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
alternativas, por meio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos,
entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e
monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados).
1.1.2.5 Legislação ambiental brasileira relevante
É sempre importante lembrar que é fundamental para um perito
ambiental conhecer a legislação da área, principalmente a pertinente ao caso periciado, pois é a legislação que fornece o embasamento necessário para a execução da perícia. Sendo assim, abaixo segue um levantamento de algumas das principais leis, resoluções e portarias relevantes nas diferentes ramificações existentes dentro da área ambiental:
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938/1981;
Lei da Ação Civil Pública – Leis 7.347/1985 e 11.448/2007;
Água: Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9.433/97: instituiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
Resolução CONAMA nº 357/2005: estabelece a classificação dos corpos
d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento; Lei 9.966/2000: estabelece a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas e perigosas em águas sob jurisdição nacional;
Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004: estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade;
Saneamento Básico: Lei 11.445/2007: estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico;
Lei de Crimes Ambientais – Lei 9.605/1998: dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;
Observações: Quando a Lei Federal de crimes ambientais foi criada, além
de dar proteção para a fauna, flora, patrimônio cultural e o ordenamento urbano e a administração ambiental, ela trouxe novidades como a prestação de penas alternativas para pessoas jurídicas, como as do seu art. 23, que consistem em recuperação de áreas degradadas, custeio de programas e projetos ambientais, contribuição para entidades ambientais e culturais e manutenção de espaços públicos. Inovou também ao trazer a desconsideração da pessoa jurídica, que antes impedia que as punições passassem da figura da empresa, e causando situações em que empresas apenas trocavam de nome ou usavam nomes fantasmas para fugir das multas ambientais. Agora, mesmo que o dono alegue que a empresa fechou as portas e não tem mais dinheiro, o patrimônio pessoal do dono responde pela recuperação dos danos ambientais causados. Na Lei de Crimes Ambientais a valoração das multas varia de R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00 e os valores arrecadados são destinados ao Fundo Nacional do Meio Ambiente e outros fundos estaduais e municipais;
Áreas de Preservação Permanente: Código Florestal - Lei 4.771/1965: institui o
novo Código Florestal. Define áreas de preservação permanente e reserva legal;
Resolução CONAMA nº 302/2002: dispõe sobre os parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno;
Unidades de conservação – Lei 9.985/2000: cria o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação – SNUC;
Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição - Lei
6.803/1980: dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição;
Substâncias controladas e poluentes: Resolução CONAMA nº 23/1996:
regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos;
Resolução CONAMA nº 257/1999: estabelece que pilhas e baterias que
contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados;
Resolução CONAMA nº 267/2000: proibição de substâncias que destroem
a camada de ozônio;
Resolução CONAMA nº 358/2005: dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;
Agrotóxicos: Lei 7.802/1989: Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação,
a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências;
Resolução CONAMA nº 334/2003: Dispõe sobre os procedimentos de
licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.
1.2 IMPACTOS E PASSIVOS AMBIENTAIS
Antes de aprofundar no conteúdo sobre Perícia Ambiental é necessário
introduzir alguns conceitos importantes, como impacto, poluição e passivo ambiental. A definição de conceitos é fundamental nesta área do conhecimento, pois uma Perícia Ambiental bem feita depende, acima de tudo, da capacidade de fundamentação teórica do perito.
1.2.1 Impacto e Poluição Ambiental
A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 001
de 1986, em seu Artigo 1º, considera impacto ambiental como sendo:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas; III. a biota; IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V. a qualidade dos recursos ambientais.
Todo impacto ambiental tem uma ou mais causas e são o resultado das ações humanas sobre os aspectos ambientais (Vide figura 4).
FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE AÇÕES HUMANAS, ASPECTOS E IMPACTOS
AMBIENTAIS. A causa do impacto ambiental, muitas vezes, tem relação direta e indireta com a poluição ambiental. A definição de poluição ambiental é muito semelhante à definição de impacto ambiental, no entanto, um impacto ambiental pode ser negativo ou positivo, ou seja, ele pode tanto trazer prejuízos como benefícios.
Podemos dizer também que um impacto ambiental é significativo (IAS),
quando este é importante em relação a outros impactos, que poderiam ser julgados mais como efeitos, ou seja, como simples consequências de uma modificação induzida pelo homem, sem um valor econômico.
A Lei nº 6.938, de 1981, que trata da Política Nacional de Meio
Ambiente, traz duas definições fundamentais para qualquer Perícia Ambiental:
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa
das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
É muito importante interpretar o item e) da definição acima: a poluição pode
ser causada por empreendimentos que disponham no meio ambiente efluentes, emissões, resíduos ou energia acima dos padrões ambientais estabelecidos. Lembrando que um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente é o estabelecimento de padrões ambientais, que é efetuado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente por meio das suas resoluções.
Verificamos assim a importância do estabelecimento de padrões
ambientais como instrumento de controle e de manutenção da qualidade ambiental. O estabelecimento de padrões ambientais está relacionado ao conceito de capacidade de suporte do meio, que é o nível de utilização dos recursos naturais que um sistema ambiental ou um ecossistema pode suportar, garantindo-se a conservação de tais recursos. Não importa se o recurso é renovável ou não renovável, o meio ambiente sempre tem uma capacidade máxima de suporte relacionada ao tempo que aquele recurso leva para se regenerar naturalmente (exemplo: capacidade de autodepuração de corpos d’água). Assim, o estabelecimento de padrões ambientais visa manter a exploração dos recursos naturais dentro da capacidade de suporte do meio.
A maneira de gerir a utilização dos recursos naturais é o fator que
determina os impactos ambientais das ações antrópicas que serão gerados sobre o meio ambiente. O grau de impacto é função de três variáveis: a diversidade dos recursos extraídos do ambiente, a velocidade de extração destes recursos (se permite ou não a sua reposição), e a forma de disposição e tratamento dos seus resíduos e efluentes. A figura 4 abaixo exemplifica o processo de geração de um impacto ambiental.
FIGURA 4 – EXEMPLIFICAÇÃO DO PROCESSO DE GERAÇÃO DE UM IMPACTO
AMBIENTAL. Juntamente com o aumento exponencial da população mundial e o seu processo de urbanização, o avanço do consumo de energia e a intensificação do processo de industrialização têm colaborado intensamente com a geração de poluição e impactos ambientais por meio das emissões de poluentes e resíduos gerados pela utilização de diferentes recursos naturais.
Em geral, empresas do ramo industrial possuem os mais altos impactos
ambientais justamente porque possuem processos produtivos que geram inúmeros poluentes, o que explica também porque as indústrias oferecem mais riscos ocupacionais para aos seus trabalhadores e para o meio ambiente. Neste contexto torna-se importante a adoção de estudos técnicos, como o EIA/RIMA, que visam criar projetos e programas para a diminuição dos impactos ambientais das atividades. (Vide figura 5)
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DE ESTUDOS
A grande conclusão é que a geração de impactos ambientais está relacionada aos aspectos ambientais das atividades humanas, conforme exemplifica a figura 6 abaixo.
FIGURA 6 – EXEMPLOS DE RELAÇÕES ATIVIDADE-ASPECTO-IMPACTO
AMBIENTAL
As áreas de influência são àquelas em que podem ser observados os efeitos
do impacto ambiental. Como vimos anteriormente, a avaliação é um processo de exame dos impactos ambientes que podem ser gerados futuramente a partir de uma ação proposta. Assim, em geral, é no âmbito do estudo de impacto ambiental que são determinadas as futuras áreas de influência direta e indireta do empreendimento. A área de influência indireta compreende a faixa em que os efeitos são sentidos de modo diluído ou indiretamente. Geralmente estes impactos estão relacionados com os conflitos potenciais resultantes da instalação da atividade no espaço rural ou urbano ou com a perturbação de usos consolidados da área.
Já a área de influência direta geralmente envolve àquela em que o
empreendimento será instalado e que será afetada diretamente, por exemplo, desmatamento e terraplanagem para a execução da obra. O rio que será o corpo receptor do efluente da atividade, etc. É nessa área que aparecem os principais impactos ambientais decorrentes da instalação e operação da atividade. Os impactos ambientais significativos geralmente ocorrem na área de influência direta do empreendimento.
1.2.3 Passivo Ambiental
Segundo Sánchez (2001), o passivo ambiental representa o acúmulo de
danos ambientais que devem ser reparados a fim de que seja mantida a qualidade ambiental de um determinado local. Assim, o passivo ambiental representa uma obrigação, a obrigação de promover investimentos em ações para a extinção ou amenização dos danos causados por uma determinada atividade ao meio ambiente.
O passivo ambiental também pode ser entendido como o valor
econômico de um impacto ambiental que não foi mitigado. Após o término da obra, os impactos não mitigados passam a exigir um valor econômico para sua recuperação, este valor é o passivo ambiental.
A essência do passivo ambiental está no controle e reversão dos
impactos das atividades econômicas sobre o meio natural, envolvendo, portanto, todos os custos das atividades que sejam desenvolvidas nesse sentido, podendo os danos ambientais serem relativos a recursos hídricos, à atmosfera, ao solo e ao subsolo, perda da biodiversidade, danos à saúde e à qualidade de vida, impactos na atividade econômica e, por fim, impactos sociais e culturais. (MALAFAIA, 2004,p.21).
Analisando a figura 7 abaixo, percebemos que a avaliação de impacto
ambiental está relacionada aos danos futuros, enquanto a avaliação de dano ambiental está relacionada a danos que já aconteceram no passado, portanto precisam ser recuperados, constituindo-se assim no passivo ambiental da atividade em questão.
A avaliação de danos ambientais é realizada por meio de um diagnóstico
ambiental, que é um estudo que objetiva descrever as condições ambientais existentes em uma determinada área no momento presente. Para acabar com um passivo ambiental é necessário um investimento financeiro, que muitas vezes não trará nenhum outro benefício a não ser o ambiental, assim, ocorre frequentemente de ninguém querer assumir a responsabilidade de um passivo ambiental.
No entanto, os agentes degradadores deviam assumir sua
responsabilidade social, pois ainda que os investimentos na área ambiental e, portanto, o reconhecimento de seus passivos ambientais possam gerar custos diretos, com certeza em períodos futuros eles trarão alguns benefícios, já que evitarão multas e todas as demais formas de penalidades, contribuirão para a redução de custos e para a melhoria da imagem da empresa perante a sociedade.
1.3 PERÍCIA
Segundo o Dicionário Aurélio, perícia quer dizer “habilidade, destreza,
conhecimento, ciência”, como também “vistoria ou exame de caráter técnico e especializado”. Uma definição mais completa para perícia no sentido de vistoria ou exame de caráter técnico e especializado é a seguinte:
Exame realizado por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e
idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles tenha relação ou dependência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o elemento que necessita a justiça para poder julgar. (CUNHA; GUERRA, 2000, p.337-339). Ou seja, em outras palavras, uma perícia é o procedimento de investigação, feita por um profissional habilitado, que visa provar ou esclarecer um fato, por intermédio de um exame, vistoria e avaliação de caráter técnico e especializado. Na humanidade, o surgimento da perícia foi no ramo da Medicina Legal visando esclarecer principalmente crimes a partir de vestígios corporais. Com o passar dos anos e o aumento do conhecimento científico, outros profissionais passaram a empregar a perícia em suas atividades, principalmente na esfera criminal.
Atualmente, a perícia é um procedimento realizado nas mais diversas áreas
do conhecimento e no Brasil encontra-se incluso nas três esferas do direito brasileiro: criminal, administrativa e civil. No direito brasileiro, o resultado das perícias, conhecido como laudo pericial, é um dos meios de prova e elementos subsidiários utilizados pelo juiz para proferir a sentença.
No entanto, a perícia não obriga o magistrado a decidir a favor da sua
conclusão, ele pode arbitrar livremente, a perícia apenas serve como fundamentação para o seu processo de tomada de decisão. Concluímos, então, que a perícia tem o importante papel de servir como geradora de subsídios, práticos e verídicos sobre o caso, nos processos jurídicos.
1.3.1 Definição de Perícia Ambiental
Segundo Lazzarini (2005), a Perícia Ambiental é um importante
instrumento para a preservação do meio ambiente e destina-se à avaliação dos danos ambientais, causados por ação de pessoa, seja ela física ou jurídica, de direito público ou privado, que venham a resultar na degradação da qualidade ambiental.
Como veremos no Módulo II, em termos de procedimento processual, as
perícias ambientais não diferem das perícias comuns, consistindo no exame, vistoria e avaliação, utilizando as mesmas regras do Código de Processo Civil e de legislações pertinentes, no entanto, elas atendem a demandas específicas relacionadas às questões ambientais. É importante entender que a perícia judicial ambiental é apenas um segmento da perícia judicial como um todo.
O histórico da Perícia Ambiental no Brasil por ser dividido em duas
fases:
Antes da Lei de Crimes Ambientais (9.605/98);
Depois da Lei de Crimes Ambientais (9.605/98): pois diversos tipos de
atividades relacionadas ao meio ambiente, como, por exemplo, o transporte de madeira irregular, passaram a ser considerados crimes. Vários artigos desta lei preveem a necessidade de Perícia Ambiental no âmbito administrativo, civil e criminal.
1.3.2 Laudo Pericial
Podemos definir Laudo Pericial como:
O resultado da perícia, expresso em conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer sobre a matéria submetida ao exame do especialista, adotando-se respostas objetivas aos quesitos. (BUSTAMANTE, 1994 apud QUEIROZ, 2006, p.95).
Na definição acima consta que o resultado da perícia deve ser expresso
em conclusões escritas e fundamentadas. Esta fundamentação constitui-se no embasamento teórico e legal que o perito deve levantar sobre o caso. Em outras palavras, o laudo pericial é o relatório final do profissional designado para avaliar o caso por meio da perícia, que deve ser fundamentado através de teoria comprovada e legislação pertinente. Segundo Almeida (2006), laudos “são conclusões escritas e fundamentadas, nos quais serão apontados circunstâncias e pareceres submetidos ao exame do especialista, adotando-se respostas objetivas ao assunto.” (ALMEIDA, 2006).
No âmbito do Direito, o laudo pericial é utilizado como prova e subsídio para
ajudar a solucionar dúvidas em processos jurídicos. Na solicitação de uma perícia, o juiz já determina os quesitos, ou as dúvidas sobre o caso, que devem ser respondidos no âmbito do laudo pericial. Esse deve ter o formato de um relatório, ou seja, conter uma descrição minuciosa do caso, como histórico, objetivo, lista de documentos analisados, material e metodologias utilizadas na perícia, constatações, fundamentação, discussão e conclusão.
É muito importante que o laudo pericial seja escrito de forma
compreensível ao leigo naquela matéria, visando perfeito entendimento de qualquer pessoa que o leia e, principalmente, quando for o caso, do juiz e das partes do processo. Além disso, o laudo pericial deve possuir clareza, objetividade, precisão, ser conciso, veracidade (não pode contar alegações falsas), ordenação lógica, esmero de apresentação e linguagem apurada e gramaticalmente correta.