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1 INTRODUÇÃO
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Doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa e Mestre em Desenvolvimento
Regional da Amazônia pela Universidade Federal de Roraima (2014). Professor Titular da Faculdade de Direito da
Universidade de Rio Verde – GO.
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Mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento pela PUC- GO. Professora da Disciplina Direito
Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Rio Verde-UniRV-GO.
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A história humana é cada vez mais uma corrida entre educação e o desastre. Este é o
paradoxo existente nas relações do homem com a terra. As raízes da questão ambiental
ficam expostas e interpelam a responsabilidade dos seres humanos, que é inequívoca e
intransferível. Todo o saber científico, contido nas Geociências, nas Biociências e nas
Ciências Humanas fala da fragilidade do mundo natural e da agressividade da espécie
dominante (MILARÉ, 2011, p. 38).
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A Resolução CONAMA 237/97 também definiu licenciamento ambiental, art. 1o, inciso
II, ao prescrever que é o:
1. Licença prévia (LP) - ato pelo qual o administrador atesta a viabilidade ambiental
do empreendimento ou atividade e estabelece requisitos básicos e condicionantes a serem
atendidos nos próximos passos de sua implementação;
2. Licença de instalação (LI) - expressa consentimento para o início da
complementação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações constantes
dos planos, programas e projetos aprovados;
3. Licença de operação (LO) - possibilita a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças
anteriores.
É importante frisar que a licença ambiental possui estabilidade temporal. Assim, se o
empreendedor obedecer a todas as condicionantes constantes nas licenças recebidas, o Poder
Público lhe garante que durante o prazo de vigência da mesma, nada mais será exigido a título de
proteção ambiental.
No que diz respeito às características das licenças ambientais e conforme lição de Vieira e
Weber (2008), têm-se como válidas as seguintes informações no tocante às distinções entre as
licenças ambientais e as licenças administrativas, sendo elas:
- a licença administrativa é um ato VINCULADO e licença ambiental é um ato
DISCRICIONÁRIO;
- a licença ambiental se divide em três subespécies (LP, LI e LO) destinadas a detectar,
mitigar, monitorar ou eliminar o dano ambiental;
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terminológica é denunciada por Silva (2003), que aponta situações em que o legislador utiliza
uma terminologia errônea.
A licença ambiental é ato administrativo existindo três posicionamentos da doutrina com
relação à natureza jurídica da licença ambiental:
Edis Milaré fundamenta que licença administrativa não pode ser equiparada a uma
autorização administrativa e advoga que a licença ambiental não é nem plenamente vinculada
nem plenamente discricionária:
A doutrina repete uníssona que a licença tradicional se subsume num ato administrativo
vinculado, ou seja, não pode ser negada se o interessado comprovar ter entendimento a
todas as exigências legais para o exercício de seu direito ao empreender uma atividade
legítima.
No tocante às licenças ambientais, entretanto, dúvidas podem surgir, já que é muito
difícil, senão impossível, em dado caso concreto, proclamar cumpridas todas as
exigências legais. Sim, porque, ao contrario do que ocorre, por exemplo, na legislação
urbanística, as normas ambientais são, por vezes, muito genéricas, não estabelecendo,
via de regra, padrões específicos e determinados para esta ou aquela atividade. Nestes
casos, o vazio da norma legal é geralmente preenchido por exame técnico apropriado, ou
seja, pela chamada discricionariedade técnica, deferida à autoridade (MILARÉ, 2004, p.
483-484).
Para Di Pietro (2005), este é “o ramo do direito público que tem por objetivo os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública, a atividade
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de
natureza pública”.
Se a revogação pudesse ser arbitrária pela simples discricionariedade da Administração
Pública, não existiria segurança jurídica para as atividades econômicas.
Contudo, se a licença ambiental se perpetuasse independentemente das consequências,
isso seria maléfico ao meio ambiente.
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm>. Acesso em:
15 ago. 2016.
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MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 13. ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2005.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004
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<http://jusvi.com/artigos/41044>. Acesso em: 31 jul. 2016.
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SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 9. ed. Editora Saraiva. 2011.