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Projeto Pós-graduação

Disciplina Educação Ambiental e Interdisciplinaridade


Tema Educação ambiental como instrumento de gestão
Fernanda Ferreira Borges de Oliveira; Daniela
Professor
Janaína Pereira Miranda

Introdução
Olá! Seja bem-vindo a mais uma parte do nosso estudo! Neste tema,
falaremos da importância da gestão ambiental, descrevendo os principais
instrumentos que a compõe, além de abordar o papel da Educação Ambiental
na gestão das empresas, identificando as ações e os aspectos positivos na
implementação da EA no ambiente empresarial.
Vamos discutir a importância da Educação Ambiental no ensino formal,
relacionando-a aos princípios e objetivos estabelecidos nas políticas ambientais,
além de entende-la como instrumento na gestão das cidades e nas unidades de
conservação.
Preparado para iniciar? Quem vai dar o pontapé inicial é a Professora
Daniela, ela vai apresentar tudo o que estudaremos neste tema através do vídeo
disponível lá no material on-line. Não deixe de assistir!

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A Gestão Ambiental e seus instrumentos
Lá no material on-line tem um vídeo da Professora Daniela explicando
tudo sobre a gestão ambiental. Acesse e entenda mais esta parte do nosso
estudo.
Diante da crise socioambiental que se intensificou a partir da década de
70, houve uma considerável valorização da importância do meio ambiente,
gerando mudança de comportamento nos governos, na sociedade e nos agentes
econômicos em todo o mundo. Visando a administração do exercício de
atividades econômicas e sociais, de forma a utilizar de maneira racional os
recursos naturais, surge a gestão ambiental - uma área de conhecimento e
ocupação profissional promovendo a construção de um marco referencial
teórico-prático explicativo.
Conceitualmente, a gestão ambiental pode ser compreendida como um
processo que se inicia ao se promover adaptações ou modificações no ambiente
natural, de forma a adequá-lo às necessidades individuais ou coletivas gerando,
assim, ambientes nas suas mais diversas variedades de conformação e escala
(PHILLIPPI JR. et al, 2004, p.3).
Também entendida como uma atividade política voltada à formulação de
princípios e diretrizes, à estruturação de sistemas gerenciais e à tomada de
decisões que tem por objetivo final promover de forma coordenada o inventário,
o uso, o controle, a proteção e a conservação do ambiente visando atingir o
desenvolvimento sustentável.
Segundo Leff (2001), a gestão ambiental está relacionada à maneira de
gerir a utilização dos recursos naturais, minimizando os impactos gerados pelo
homem enquanto ser social, esses impactos se apoiam sob três variáveis inter-
relacionadas:

 a diversidade dos recursos extraídos do ambiente natural;

 a velocidade de extração dos recursos, que permitem ou não sua


reposição e as formas variadas e distintas na disposição;

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 o tratamento dos resíduos produzidos.

Pensando que o enfrentamento dos problemas gerados pela satisfação


das necessidades humanas requer uma visão interdisciplinar, multidisciplinar e
transdisciplinar no seu tratamento, uma vez que a constituição dos principais
problemas ambientais é de caráter inter-relacional, não há, portanto, soluções
isoladas. Nesse sentido, surgem os instrumentos de gestão ambiental, os quais
são ferramentas que atuam auxiliando no processo de planejamento e
operacionalização da gestão ambiental, de modo que esta gestão possa ser
integrada e inter-relacionada de maneira estratégica por todas as suas
atividades e rotinas.
As organizações podem utilizar instrumentos para alcançar seus objetivos
como: educação ambiental, licenciamento ambiental, auditoria ambiental,
análise do ciclo de vida, estudos de impactos ambientais, sistemas de Gestão
Ambiental e relatórios ambientais.
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências. Acesse lá pelo material on-line e não deixe de ler.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm

Licenciamento Ambiental
De acordo com a Resolução CONAMA 01/1986, considera-se como
impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde,
a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a
biota; e a qualidade dos recursos ambientais.
Com o objetivo de analisar os impactos ambientais, o licenciamento
ambiental transformou-se no principal instrumento de avaliação do órgão
público.

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O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo único
dividido em três etapas: Prévio, Instalação e Operação. O Poder Público deve
expedir as seguintes licenças (BRASIL, 1997):

 Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos
e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implementação.

 Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou


atividade de acordo com as especificações constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.

 Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou


empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que
consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.

São estabelecidos prazos de análise diferenciados para cada modalidade


de licença (LP, LI e LO) e em função das peculiaridades da atividade ou
empreendimento.
Alguns empreendimentos, em função da amplitude do impacto ambiental,
estão sujeitos a estudos ambientais mais aprofundados. Vamos conhecê-los a
seguir!

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Estudo de Impacto Ambiental
O Estudo de Impacto Ambiental é um importante instrumento da gestão
ambiental e deverá obedecer às seguintes diretrizes gerais de acordo com a
resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986:

I. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização


do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do
projeto.
II. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais
gerados nas fases de implantação e operação da atividade.
III. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos, denominada área de influência do
projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica
na qual se localiza.
IV. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e
em implantação na área de influência do projeto, e sua
compatibilidade.

E deverá realizar o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto,


de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do
projeto, considerando o meio físico, o meio biológico e o meio socioeconômico.

Educação Ambiental
A Educação Ambiental passou a ser um dos instrumentos da Política
Nacional de Meio Ambiente, com a promulgação da Constituição da República
Federativa do Brasil, em 1988, que no seu artigo 225, diz que:

“Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum


do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a
presente e as futuras gerações”.

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No mesmo documento se destaca como função do poder público
promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
De acordo com Silva (2001), a educação ambiental é um instrumento
poderoso de que a sociedade dispõe no momento para resgatar valores capazes
de induzir crianças e jovens a perceberem a natureza como um bem comum a
ser compartilhada com base no sentimento de solidariedade e responsabilidade.
Diante desse contexto, torna-se indiscutível o papel da educação
ambiental como instrumento da gestão ambiental visando um processo contínuo
e permanente, no qual os indivíduos tomem consciência da realidade do mundo
e adquiram conhecimentos, valores, habilidades e experiências que os tornem
aptos a agir, individualmente e coletivamente, tendo como princípio básico o
respeito a todas as espécies de vida.

Educação Ambiental na gestão das empresas


No material on-line, tem um vídeo da Professora Daniela explicando tudo
sobre a educação ambiental na gestão das empresas. Não deixe de assistir!
Diante dos impactos ambientais resultantes da exploração inadequada
dos recursos naturais, as empresas interagem nesse cenário com a finalidade
de minimizar os efeitos, adotando práticas ambientais a fim de conquistar novos
mercados e cumprir exigências legais. A educação ambiental (EA) entra no meio
corporativo como ferramenta da gestão ambiental, por meio de seus princípios e
aplicações práticas, possibilitando as empresas a incorporarem atitudes mais
sustentáveis.

Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos


quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

De acordo com Dias (2006, p. 28), a Gestão Ambiental é definida como:

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Um conjunto de medidas e procedimentos que permite identificar
problemas ambientais gerados pelas atividades da instituição, como a
poluição e o desperdício, e rever critérios de atuação (normas e
diretrizes), incorporando novas práticas capazes de reduzir ou eliminar
danos ao meio ambiente (passivo ambiental).

Nesse sentido, a educação no processo de Gestão Ambiental articulada


intimamente à Educação Ambiental visa promover uma mudança de concepção
das questões ambientais, em que cada indivíduo, trabalhador ou grupo, promova
também mudança social.
Para Vieira (2009), a Educação Ambiental conduz os profissionais a uma
mudança de comportamento e atitudes em relação ao meio ambiente interno e
externo às organizações.
No ambiente empresarial, procura-se tornar o trabalho cada vez mais
eficiente, os custos reduzidos e a lucratividade sempre em alta. Aliado a todas
essas perspectivas surge à preocupação relacionada aos cuidados com o meio
ambiente, fazendo com que as empresas direcionem esforços para adequar
seus processos no sentido de minimizar ou até mesmo eliminar impactos
ambientais negativos.
Atualmente um número cada vez maior de empresas tem voltado o olhar
para o meio ambiente natural como um fator importante para a competitividade
a longo prazo. As empresas têm adotado procedimentos de preservação
ambiental, como consumo consciente de matérias-primas, redução de emissão
de efluentes, aumento na quantidade de resíduos destinados à reciclagem,
racionalização dos consumos de energia elétrica e água, reciclagem de materiais
e investimentos em tecnologias para a produção mais limpa, entre outros. Todos
esses procedimentos de preservação ambiental podem ser alcançados através
de programas utilizando como ferramenta a Educação Ambiental no âmbito
empresarial.
De acordo com Lima (1999), os programas de Educação Ambiental
desenvolvidos em empresas podem obter resultados concretos e positivos

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desde que estejam, de fato, fundamentados teórica e metodologicamente nos
princípios e objetivos da Educação Ambiental. Além disso, muitas vezes as
metas dos programas nas empresas não atingem os resultados esperados pela
ausência de estratégicas pedagógicas apropriadas para a implementação da EA.
No artigo a seguir, você vai poder conferir alguns exemplos do que
estamos falando. Acesse pelo material on-line.

http://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/a_educacao
_ambiental_como_ferramenta_de_gestao_no_ambiente_de_tra
balho.pdf

Conforme os objetivos fundamentais da Educação Ambiental, descritos


no Art. 5º da Lei nº 9795, o processo de construção de uma sociedade
ambientalmente equilibrada deve ocorrer pelo fortalecimento da cidadania e
incentivo a solidariedade e participação individual e coletiva. É preciso que todos
na organização estejam engajados para o sucesso da política ambiental
estabelecida, pois a cultura de uma empresa não se realizada de forma isolada
ou em setores, ela é de caráter coletivo e único.
Segundo Pagès (1987), não se pode pensar em desenvolvimento de uma
política ambiental sustentável em uma empresa sem se preocupar com a
integração e envolvimento de todos os colaboradores. A linguagem deve ser
única e sincera, desde os altos cargos de gerência até os níveis de menor
hierarquia.
A Educação Ambiental nas empresas tem um papel muito importante, pois
é capaz de despertar nos funcionários a busca de soluções concretas para os
problemas ambientais através da sensibilização, envolvimento,
comprometimento e mudança de comportamentos e atitudes voltados para a
melhoria da qualidade ambiental. E para a empresa, seja por uma medida

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estratégica para uma melhor adequação às exigências mercadológicas, ou por
conscientização, de forma a interagir de modo mais sustentável com o meio, seu
posicionamento em relação às questões ambientais está mudando.
De acordo com Sales (2011), no estudo de caso - Avaliação de práticas
de Educação Ambiental em empresas com certificação ISO 14000 - constatou-
se como positivos os seguintes resultados advindos do trabalho desenvolvido
pela EA nas empresas: redução do consumo de insumos; conscientização e
envolvimento dos funcionários nas questões ambientais; preservação ambiental;
disciplina e pró-atividade; aumento de sugestões na melhoria de atividades e
produtos; aumento na quantidade de resíduos destinados à reciclagem; maior
comprometimento dos funcionários com o SGA; racionalização dos consumos
de energia elétrica e água; melhoria da imagem da empresa e dos resultados
dos programas 3R’s; coleta seletiva; maior interesse em conhecer/aplicar os
procedimentos ambientais sendo o assunto levado ao âmbito familiar;
reciclagem do lixo; contribuição para o atendimento da legislação ambiental;
maior integração sociedade/empresa; economia dos recursos naturais da
comunidade; melhoria do clima organizacional por ministrarem palestras nas
escolas dos filhos dos funcionários; maior engajamento dos funcionários como
retroalimentação dada pelos filhos.
Diante do exposto, a Educação Ambiental pode ser fator fundamental
para o desenvolvimento de ações proativas e ambientalmente conscientes, o
que torna indiscutível o benefício desse importante instrumento de Gestão
Ambiental nas empresas.

Educação Ambiental na gestão da educação formal


E qual o papel da educação ambiental na gestão da educação formal? A
Professora Daniela vai responder no vídeo com acesso lá pelo material on-line.
No Brasil, vários documentos normativos orientam o funcionamento das
instituições escolares (educação formal), compreendendo desde normas com
orientações mais gerais, como a Constituição Federal de 1988, até aquelas que

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tratam de forma mais detalhada sobre o ensino regular no país, como é o caso
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Ambiental, assim como as Políticas Estaduais de Educação
Ambiental.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Ambiental nos cursos, programas e projetos de graduação, pós-graduação e
extensão; e nas áreas e atividades voltadas para o aspecto metodológico da
Educação Ambiental, é facultada a criação de componente curricular específico.
Nos cursos de formação inicial e especialização técnica e profissional, em todos
os níveis e modalidades, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética
socioambiental das atividades profissionais, as instituições de educação superior
devem promover sua gestão e suas ações de ensino, pesquisa e extensão
orientadas pelos princípios e objetivos da Educação Ambiental.
A dimensão socioambiental deve constar dos currículos de formação
inicial e continuada dos profissionais da educação, considerando a consciência
e o respeito à diversidade multiétnica e multicultural do país. E destaca que os
professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas
de atuação, com o propósito de atender de forma pertinente ao cumprimento dos
princípios e objetivos da Educação Ambiental.
A EA exige uma abordagem contínua e permanente em todas as áreas do
conhecimento e atividades escolares (interdisciplinaridade), a construção da
cidadania a partir da perspectiva crítica e transformadora dos desafios
ambientais a serem enfrentados pelas atuais e futuras gerações. Mas para que
o objetivo seja alcançado, os gestores e as instituições deverão estar preparados
através da capacitação, formação, recursos e investimentos das instituições e
docentes que atuam nela.
Devemos fazer uma reflexão sobre os moldes científicos do ensino e da
educação, uma vez que elas devem contribuir, conforme Morin (2003), para
articulação dos saberes, e não para sua fragmentação.

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Devemos, pois, pensar o problema do ensino, considerando, por um
lado, os efeitos cada vez mais graves da compartimentação dos
saberes e da incapacidade de articulá-los, uns aos outros; por outro
lado, considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma
qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser
desenvolvida, e não atrofiada. (MORIN, 2003, p.16).

Como nas demais esferas organizacionais da vida humana, a gestão


ambiental na escola deve buscar novos valores culturais traduzidos em
ferramentas teóricas e ações práticas e participativas que, além de garantirem a
eficiência econômica da gestão dos recursos financeiros, garanta uma
integração das áreas do conhecimento possibilitando aos atores escolares
(comunidade escolar) uma nova atitude frente aos problemas socioambientais.
Infelizmente, ainda ocorrem em escolas as práticas relacionadas à
Educação Ambiental esporádicas, superficiais, que demonstram um quadro de
desconhecimento dos princípios e objetivos da EA estabelecidos nas leis
federais e estaduais. Isto se deve, por vários fatores, desde a formação inicial
dos profissionais até a pouca oferta na formação continuada de cursos na área
da Educação Ambiental. Loureiro (2007) após analisar a pesquisa realizada pelo
MEC intitulada “O que fazem as escolas que dizem que fazem educação
ambiental?”, sugerem algumas estratégias para o fortalecimento da EA.
Destacamos:

 “Dedicar especial atenção ao processo de formação de educadores


ambientais [..].

 Ampliar e fomentar o envolvimento de professores, direção, funcionários


e alunos em espaços de participação (Agenda 21, Coletivos Educadores,
COM-VIDA, conselhos, gestão colegiada etc.), como forma de se construir
democraticamente as práticas ambientais escolares e favorecer a relação
escola-comunidade.

 Garantir a participação dos profissionais do ensino fundamental em


eventos como forma de atualização de informações, incorporação nos
debates das legítimas necessidades, práticas e entendimentos dos que aí
atuam e rediscussão ou esclarecimento das finalidades da educação

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ambiental no Brasil, tendo por parâmetro o que está previsto em
documentos como: Programa Nacional de Educação Ambiental e
Política Nacional de Educação Ambiental, entre outros.

 Abrir a discussão nacional [..] principalmente no que se refere à


organização curricular e ao fortalecimento do ensino público autônomo e
democrático problematizando e definindo o que se deseja com a
transversalização e com a interdisciplinaridade na educação ambiental,
seus limites e possibilidades no contexto educacional brasileiro. (Loureiro,
2007, p. 62-63).

Bigotto (2008, p. 38) analisou o desenvolvimento de práticas de Educação


Ambiental, destacando que:

Educação Ambiental está longe de ser uma atividade tranquilamente


aceita e desenvolvida, pois ela implica em mudanças profundas,
principalmente nos modos de pensar e agir já consolidados pela
modernidade, mas que quando é bem realizada, ela pode levar a
mudanças de comportamento, atitudes e principalmente valores de
cidadania que podem ter fortes influências sociais.

De acordo com Política Nacional de Educação Ambiental, “a


transversalidade, a continuidade e a permanência” são aspectos importantes,
mas para se alcançar essa prática, é necessário um diálogo constante entre as
disciplinas, nos diferentes níveis de ensino, e entre os diferentes atores da
comunidade escolar.
A escola é formadora de opiniões e consciência, onde estudantes e seus
familiares, professores e outros funcionários interagem durante grande parte de
suas vidas, logo, é um local que se adquire valores, visão de mundo, práticas
sociais significativas e transformadoras fundamentais para se alcançar uma
sociedade ambientalmente justa e sustentável.
A escola também é um local onde se desenvolvem processos educativos
permanentes e continuados, capazes de sensibilizar o indivíduo e a coletividade

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para a construção de conhecimentos, valores, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a construção de uma vida melhor.
Uma escola que pensa na sustentabilidade, abrangendo as dimensões
social, econômica, cultural e espiritual, é também uma escola inclusiva que
respeita os direitos humanos e a qualidade de vida, além de valorizar a
diversidade.
Para uma efetiva gestão é necessário o desenvolvimento transversal e
contínuo da Educação Ambiental através de vivências de todos os atores
escolares com a realidade circundante da própria escola, sendo necessária
várias ações, como debates com a comunidade, palestras e outras estratégias.
Lembrando que a escola é uma instituição que se expande além dos muros e
cercas que a delimitam, é um espaço onde toda comunidade se relaciona e
multiplica os conhecimentos e práticas aprendidos em seu interior.
Acompanhe no texto a seguir “um olhar sobre a educação ambiental
expressa nas diretrizes curriculares nacionais para a educação ambiental”.
Acesse pelo material on-line.

http://web.unifoa.edu.br/praxis/ojs/index.php/praxis/article/view/
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Educação Ambiental na gestão das cidades
Outro campo que a educação ambiental é importantíssima é na gestão
das cidades. Lá no vídeo disponível no material on-line, a Professora Daniela vai
falar justamente sobre isso. Confira!
Diante do atual crescimento urbano, com a consequente ocupação
desordenada e o aumento dos impactos ambientais, torna-se necessária a
utilização de instrumentos como a Educação Ambiental que visam a mudança
comportamental assegurando sustentabilidade e melhor condição de vida aos
cidadãos nas cidades.
Os ecossistemas naturais são afetados de acordo com a organização, o
progresso e a expansão que cada cidade assume. Nesse contexto, infelizmente,
sabemos que o aproveitamento, a utilização racional dos recursos naturais, a
ocupação demográfica e as práticas produtivas ocorridas durante a história da
ocupação do território brasileiro nunca se deu de forma equilibrada.
Os problemas atuais que as cidades enfrentam são bem conhecidos: a
falta de infraestrutura para atender requisitos mínimos de saúde coletiva, o
desemprego com consequência direta sobre a nutrição e moradia, poluição
sonora, do ar, da água e visual, crescimento urbano desordenado acarretando a
ocupação de áreas de risco e/ou de proteção ambiental e o abandono de áreas
construídas, incidência de doenças decorrentes da falta de condições básicas
de higiene, de limpeza pública, esgotamento sanitário, fornecimento de água
potável, entre outros.
Vários autores expõem um cenário catastrófico caso a má utilização dos
recursos do planeta continue neste ritmo, prevendo um aumento dos desastres
naturais e grandes prejuízos, principalmente nas áreas urbanizadas, extinção
prematura da biodiversidade, aumento da miséria, da fome e a aceleração nos
processos de degradação.
Para o desafio da sustentabilidade urbana, vários estudos buscam
soluções repensando as cidades como uma realidade que pode ser
transformada para melhor, diante do fracasso das políticas de fixação da

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população rural e a efetiva realidade de que a cidade foi escolhida como a forma
pela qual os seres humanos escolheram viver em sociedade e atender suas
necessidades.
Em busca de uma consciência ecológica, estímulo à preservação
sociocultural do território urbano e ao trabalho coletivo e solidário resultando na
oportunidade de participação para uma melhor qualidade de vida, um ambiente
mais saudável e o bem-estar de todos os cidadãos, a Educação Ambiental se
apresenta como um instrumento de gestão das cidades, capaz de conquistar
com êxito todos esses objetivos através de ações e políticas pré-definidas.
De acordo Silveira (2001), a participação de todos os envolvidos na luta
pela qualidade de vida local é a forma ideal para a resolução dos problemas
decorrentes do processo civilizatório.
O maior desafio da Educação Ambiental é justamente o de conscientizar
o próprio gestor público a adotar uma postura interdisciplinar, crítica e
comprometida socialmente, sendo estabelecida como rotina e roteiro de atuação
pública, tendo o cidadão seu principal parceiro, visto que é quem ocupa o maior
espaço físico da cidade. Conscientizar que vários problemas ambientais como a
destruição do solo, a deterioração da camada de ozônio, e o aumento da geração
de resíduos sólidos estão diretamente relacionados às estruturas urbanas e ao
desenvolvimento da sociedade.
Para maior efetividade dos programas de Educação Ambiental nas
cidades é importante salientar o comprometimento efetivo do gestor público e a
atuação dos órgãos do Poder Público, pois a elaboração e o cumprimento de
políticas ambientais destinadas à sustentabilidade e a melhoria da qualidade de
vida urbana são partes integrantes dos programas de EA e são ferramentas
concretas para à construção de valores e atitudes relacionados à manutenção
do meio ambiente ecologicamente equilibrado e à formação da uma cidadania
socioambiental.
Segundo Machado (2009), a Educação Ambiental Urbana pode ser uma
resposta plausível ao desafio de gerir uma cidade, servindo como agente

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estimulador e facilitador da dinâmica intersubjetiva urbana, por meio de
promoção de atividades voltadas para a conscientização ecológica, a busca de
soluções conjuntas para problemas de natureza comum, que visem uma gestão
democrática, tais como o desenvolvimento local urbano (comunitário e
institucional), políticas de uso e ocupação do território urbano, melhoria das
condições de vida da população por meio de revisão, aperfeiçoamento e
consolidação dos instrumentos legais.
A Educação Ambiental como instrumento de gestão nas cidades deve ter
como objetivo a transmissão de conhecimentos e a compreensão dos problemas
ambientais e provocar uma maior sensibilização e atuação das pessoas na
preservação e conservação dos recursos naturais (fauna, flora, rios, matas etc.),
bem como a prevenção de riscos de acidentes ambientais e correção de
processos que afetam a qualidade de vida nos centros urbanos.
Para isso, é necessário que se incorpore o caráter crítico das relações na
comunidade e desta com o meio ambiente, respeitando as diferenças e
experiências diversas em um processo coletivo de interação mútua de
moradores de diversos bairros ou comunidades. Em busca de avanços e
soluções conjuntas relacionadas à sustentabilidade socioambiental e,
consequentemente, uma melhor qualidade de vida para as comunidades
urbanas, fortalecendo o exercício da cidadania e as relações interpessoais com
a natureza.

Educação Ambiental em Unidades de Conservação


Lá no material on-line, a Professora Daniela vai falar sobre a educação
ambiental em unidades de conservação. Esta é mais uma parte do nosso estudo.
Acesse e não deixe de assistir.
Diante da constante ameaça à biodiversidade e aos seus aspectos
paisagísticos, precisamos utilizar alternativas que propicie a preservação do
meio ambiente em condições de equilíbrio através da conservação dos
ecossistemas, associado a estratégicas que vise o controle dos impactos das

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ações do ser humano. Nesse sentido, a Educação Ambiental é vista como uma
importante ferramenta no processo de gestão das unidades de conservação.
O Brasil possui uma riqueza inestimável de recursos naturais, uma grande
variedade de fauna e flora, compondo importantes ecossistemas, o que
proporciona ao nosso país um dos melhores climas do mundo. Porém, com o
passar do tempo, muitas áreas naturais foram destruídas para dar lugar à
ocupação humana. Animais e plantas foram eliminados, alguns desapareceram
e outros, até os dias atuais, ainda correm risco de extinção. Tentando minimizar
e alterar esse cenário adverso, o governo brasileiro protege as áreas naturais
por meio de Unidades de Conservação (UC) - estratégia extremamente eficaz
para a manutenção dos recursos naturais em longo prazo.
As Unidades de Conservação (UC) são espaços territoriais com todos os
seus recursos ambientais, que apresentam características naturais relevantes, e
são instituídos legalmente pelo Poder Público. As UC’s têm a função de
assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente
viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional
e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente
(BRASIL, 2010).
As UC asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos
recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades do
entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis. Estas áreas
estão sujeitas a regras especiais e normas criadas legalmente pelos governos
federal, estaduais e municipais, após a realização de estudos técnicos dos
espaços propostos e, quando necessário, consulta à população.
Para atingir esse objetivo de forma efetiva e eficiente, foi instituído o
Sistema Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), com a promulgação da
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. A Lei do SNUC estabeleceu mecanismos
que regulamentam a participação da sociedade na gestão das UC’s,
potencializando a relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente.

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O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto
de unidades de conservação (UC) federal, estaduais e municipais, composto por
12 categorias de UC (Figura 1), cujos objetivos específicos se diferenciam
quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores
cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser
utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.

UNIDADES DE PROTEÇÃO UNIDADES DE USO


INTEGRAL SUSTENTÁVEL

•Estação Ecológica •Área de Proteção Ambiental


•Reserva Biológica •Área de Relevante Interesse
•Parque Nacional Ecológico

•Monumento Natural •Floresta Nacional

•Refúgio da Vida Silvestre •Reserva Extrativista


•Reserva de Fauna
•Reserva de Desenvolvimento
Sustentável
•Reserva Particular do Patrimônio
Natural

Fig. 1 – Categorias de Unidades de Conservação

A Lei nº 9.985/00 apresenta objetivos e diretrizes específicos em que um


deles é a conservação de espaços naturais. Nesse sentido, é possível agrupar
sinteticamente seus objetivos em quatro grupos diferentes, mas
complementares:
Proteção, manutenção e preservação da biodiversidade, da
sociodiversidade e de serviços ambientais (bens utilizados)
imprescindíveis (como a água).

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Incentivo e promoção da pesquisa científica.

Promoção da educação e interpretação ambiental, a recreação em


contato com a natureza e o turismo ecológico.

Promoção do desenvolvimento sustentável (para as comunidades do


entorno das UC).

Nas atuais diretrizes contidas no Snuc, nota-se ênfase na garantia de


processos de envolvimento e participação da sociedade (populações locais,
organizações não governamentais, poderes públicos municipais e estaduais
etc.) na criação, implantação e gestão de UC.
Estimula-se a participação efetiva das populações locais e organizações
privadas na criação, no estabelecimento e na administração de UC dentro do
“sistema nacional”.
Para Frey (2001), a intervenção do estado como facilitador do processo,
estimula a participação das comunidades e fortalece a consciência ecológica.
Infelizmente, somente a criação de unidades de conservação não garante
que ela cumpra verdadeiramente seus objetivos de conservação, sendo
necessário o estabelecimento de outras estratégias que promovam a
conservação dos ambientes naturais.
Nesse contexto, a Educação Ambiental incorpora um importante
instrumento de gestão nas unidades de conservação, pois possui como alguns
de seus objetivos promover tanto as responsabilidades como os direitos sobre o
uso dos recursos naturais (no caso das UC de proteção integral, só se admite o
seu uso indireto), fazer revisões de planejamento e melhorias na gestão das UC,
por meio da participação ativa da sociedade, minimizar os impactos negativos
das ações antrópicas nestas áreas, buscando a solução dos problemas
socioambientais, a partir da sensibilização e promoção de novos hábitos ou
mudanças de atividades/hábitos para a promoção da conservação ecológica das
Unidades de Conservação.

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Síntese
Chegamos ao final de mais uma parte do nosso estudo. Você pôde ver a
importância da Educação Ambiental em diversos campos, indo desde a escola
tradicional até como ela funciona no meio corporativo.
Você conheceu diversos instrumentos para a gestão ambiental e como
colocá-la em prática. Também aprendeu diversos outros tópicos. Vamos
relembrá-los?
A Professora Daniela vai recapitular tudo o que foi discutido neste tema
no vídeo disponível lá no material on-line. Não deixe de assistir!

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Referências

BIGOTTO, A. C. Educação Ambiental e o desenvolvimento de atividades de


ensino na escola pública. Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP, 2008.
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2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=17810&Itemid=866.
Acesso em 04 jan. 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Acesso em: 04 jan. 2016
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm Acesso em 04 de jan. 2016.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em
21/12/2015.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei Federal n° 9.985/2000. Brasília,
2000.
BRASIL. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Disponível em
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 02 jan.
2016.
BRASIL. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível em
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html.: Acesso em 02
jan. 2016.
BRASIL. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão. Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis: educando-nos para
pensar e agir em tempos de mudanças socioambientais globais / Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão, Ministério do Meio Ambiente; elaboração de texto: Tereza Moreira. --
Brasília: A Secretaria, 2012.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 6 ed. São Paulo: Gaia,
2000.
DIAS, G.F. Educação e gestão ambiental. São Paulo: Gaia, 2006.

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FREY, K. A dimensão política democrática nas teorias de desenvolvimento
sustentável e suas aplicações para a gestão local. Ambiente & Sociedade.
Ano IV, n.9, 2 sem/2001.
LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2001.

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LIMA, W. Aprendizagem e classificação social: um desafio aos conceitos.
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http://www.isep.com.br/FORUM5.pdf Acesso em: 04 jan. 2016.
LOUREIRO, C. F.; COSSÍO, M. F. B. Um olhar sobre a educação ambiental
nas escolas: considerações iniciais sobre os resultados do projeto “O que fazem
as escolas que dizem que fazem educação ambiental” IN: (p. 57-64) Vamos
cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola /
[Coordenação: Soraia Silva de Mello, Rachel Trajber]. – Brasília: Ministério da
Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio
Ambiente, Departamento de Educação Ambiental: UNESCO, 2007. 248 p.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma e reformar o pensamento.
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PHILLIPPI JR, Arlindo et al. Uma introdução à questão ambiental. In: Curso
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SALES, T.B.; CANTARINO, A. Educação Ambiental Empresarial Como
Ferramenta Na Gestão Ambiental. VII Congresso Nacional De Excelência em
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Ambiental e formação docente. In: CONGRESSO NORDESTINO DE
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SILVEIRA, C. Educação Ambiental: Melhorando a Qualidade de Vida nas
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VIEIRA, L. R. de S. O papel da educação ambiental em empresas – Ecolatina
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http://old.ecolatina.com.br/br/artigos/educao_ambiental/edu_amb_04.asp
Acesso em 15/10/2014.

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Atividades
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana. De acordo com a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, são
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

I. O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.


II. O zoneamento ambiental.
III. A avaliação de impactos ambientais.
IV. Instrumentos econômicos.
V. O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras.

As afirmativas corretas são:

a. I, II, III e V apenas.

b. II, III e IV.

c. I, III e IV, apenas.

d. I, II, III, IV e V, apenas.

A atuação da Educação Ambiental no contexto empresarial desempenha


um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade, podendo
influenciar diretamente em vários aspectos relacionados ao meio
ambiente. Analise as alternativas abaixo e marque aquela que está em
discordância com as metas a serem alcançadas pelos programas de
Educação Ambiental empresarial.

a. Prevenção da poluição.

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b. Mudanças a curto prazo.

c. Minimização de impactos negativos.

d. Redução dos custos envolvidos.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação


Ambiental, em seu art. 12, “a partir do que dispõe a Lei nº 9.795, de 1999,
e com base em práticas comprometidas com a construção de sociedades
justas e sustentáveis, fundadas nos valores da liberdade, igualdade,
solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade,
sustentabilidade e educação como direito de todos e todas, são
princípios da Educação Ambiental”:

I. Respeito à pluralidade e à diversidade, seja individual, coletiva,


étnica, racial, social e cultural, disseminando os direitos de
existência e permanência e o valor da multiculturalidade e
plurietnicidade do país e do desenvolvimento da cidadania
planetária.

II. Interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o


cultural, sob o enfoque humanista, democrático e participativo.
III. Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas.
IV. Incentivo à pesquisa e à apropriação de instrumentos pedagógicos
e metodológicos que aprimorem a prática discente e docente e a
cidadania ambiental.

As afirmativas corretas são:

a. I, II, III, apenas.

b. I, II, III e IV.

c. I e IV, apenas.

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d. II e IV apenas.

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do


processo de industrialização, que funcionou como um dos principais
fatores para o deslocamento da população da área rural em direção à
área urbana. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em
áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países
desenvolvidos. Lembrando que até 1950 o Brasil era um país de
população, predominantemente, rural. Neste contexto, são necessárias
várias ações no que diz respeito à gestão das cidades tendo como
instrumento a Educação Ambiental. Analise as sentenças a seguir,
assinalando V para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas
falsas.

I. ( ) Apesar de vivermos em um mundo com valores totalmente


capitalistas, artificiais e materiais girando em torno do capital
financeiro, do poder de compra e das inovações tecnológicas,
não podemos pensar que seja utópico a concretização dos
princípios do desenvolvimento sustentável na prática, mesmo
que este seja um processo em longo prazo.
II. ( ) A Educação Ambiental Urbana apesar de todos os seus
benefícios ainda é um desafio ao gerir uma cidade, pois não
atua como agente estimulador e facilitador.
III. ( ) Para a efetividade dos programas de Educação Ambiental
nas cidades é necessário somente o comprometimento das
instituições de ensino e da comunidade.
IV. ( ) No caso das cidades brasileiras, é imprescindível focalizar
questões prioritárias, tais como universalização da infra-
estrutura básica de saneamento, educação e saúde para toda
população; regularização do uso ilegal do solo urbano; controle

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das poluições de cursos d’água e recuperação ambiental de
áreas degradadas.

a. V, F, V, V.

b. F, V, V, F.

c. V, F, F, V.

d. V, F, V, F.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC)


prevê dois grupos de unidades de conservação: as unidades de proteção
integral, que permitem apenas o uso indireto dos recursos naturais, e as
unidades de uso sustentável, que permitem o uso direto dos recursos
naturais. Nos dois grupos a Educação Ambiental pode ser utilizada como
instrumento da gestão nas unidades de conservação. Assinale a
alternativa que apresenta unidade de conservação de proteção integral.

a. Estação Ecológica.

b. Área de Proteção Ambiental (APA).

c. Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE).

d. Floresta Nacional (FLONA).

Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.

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