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04/01/2023 20:56 Desenvolvimento sustentável

Desenvolvimento sustentável
Prof.ª Rafaela Cristina Landeiro da Silva Rodrigues

Descrição

Os conceitos e as definições sobre impacto e risco ambiental e sua relação com as atividades
antropogênicas. A importância da elaboração de um planejamento ambiental, os seus benefícios e a análise
de indicadores e ferramentas de sustentabilidade.

Propósito

Reconhecer que os avanços da engenharia podem levar a benefícios, mas também a problemas nos três
pilares da sustentabilidade (economia, sociedade e ambiente), bem como identificar o desenvolvimento
sustentável como a forma mais adequada para minimizar os impactos ambientais e maximizar os
benefícios para esses três pilares.

Objetivos

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Módulo 1

Os impactos ambientais e as atividades antropogênicas


Relacionar os impactos ambientais às atividades antropogênicas.

Módulo 2

Os benefícios do planejamento ambiental


Identificar os benefícios da realização de um planejamento ambiental.

Módulo 3

Os indicadores e as ferramentas de sustentabilidade


Reconhecer a importância dos indicadores e das ferramentas de sustentabilidade.

meeting_room
Introdução
O consumo dos setores público e privado é uma condição determinante do desenvolvimento
sustentável e de seus componentes econômicos, ambientais e sociais. Ele tem repercussões
importantes no nível, no modo de produção e na demanda de recursos naturais utilizados.
Embora o crescimento do consumo tenha incidências positivas sobre o meio ambiente, ele
também provoca o aumento do uso dos transportes individuais, das atividades de lazer e de
turismo, do consumo energético, da utilização de embalagens e da produção de resíduos.
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As ações da Agenda 21 abordam a necessidade de modificar as práticas de consumo e de


produção para garantir um desenvolvimento mais sustentável. Tais transformações podem ser
encorajadas com a maior sensibilização dos consumidores sobre o respeito ao meio ambiente
e o desenvolvimento de ações, como a análise do ciclo de vida dos produtos e a
responsabilidade ampliada dos produtores. Os governos podem repensar o planejamento e
criar uma via para alinhar o consumo e a produção ao desenvolvimento sustentável.

Em primeiro lugar, serão abordados os conceitos e as definições sobre impacto e risco


ambientais para compreender como as atividades antropogênicas podem impactar o meio
ambiente. Na sequência, você verá como deve ser elaborado um planejamento ambiental e
seus benefícios para enfrentar os desafios da sustentabilidade. Por fim, serão apresentados
indicadores e ferramentas de sustentabilidade.

genda 21
Principal documento elaborado com a contribuição de governos e sociedade civil de 179 países durante a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em
1992.

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1 - Os impactos ambientais e as atividades


antropogênicas
Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar os impactos ambientais às atividades
antropogênicas.

Impactos ambientais
Impacto significa mudança, seja ela positiva ou negativa. Existe um impacto ambiental quando uma ação ou
atividade produz alterações no meio ambiente ou em algum de seus componentes.

O ambiente consiste em tudo ao nosso redor, ou, como afirmou o físico Albert Einstein (apud MILLER;
SPOOLMAN, 2015): “Ambiente é tudo aquilo que não sou”. Logo, trata-se das coisas vivas e inanimadas (ar,
água e energia) com as quais interagimos em uma rede complexa de relações que nos conectam uns aos
outros e com o mundo em que vivemos.

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Segundo a Resolução Conama nº 1/1986, impacto ambiental pode ser definido como “qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria
ou energia resultante das atividades humanas” que afetam:

favorite
Saúde, segurança e bem-estar da população

public
Atividades sociais e econômicas

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Biota

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Condições estéticas e sanitárias do meio ambiente

grass
Qualidade dos recursos ambientais

A questão das atividades humanas é o elemento central do impacto ambiental, pois, para que ocorra o
impacto ambiental, deve haver alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio em razão
de atividades humanas.

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Agora, pense em suas atividades diárias.Quais estariam causando impacto ambiental?

1. Se você acorda e escova os dentes, está adicionando compostos contidos na composição da


sua pasta de dente ao esgoto doméstico, não é? Caso o esgoto da sua residência não seja
tratado em uma estação de tratamento de esgoto, chegará às águas de um rio e causará impacto
ambiental.

2. Se você se desloca por meios de transportes movidos a combustíveis fósseis, realiza outra
atividade humana com grandes impactos ambientais: tais combustíveis pioram a qualidade do ar
e, consequentemente, causam doenças respiratórias e outros males.

Atenção!

Embora as mudanças possam ocorrer em virtude de causas naturais, apenas aquelas decorrentes da ação
antrópica (realizada pelo homem) são tratadas nesse contexto. Dessa forma, o termo impacto diz respeito
às alterações no meio ambiente físico, biótico e social em razão de atividades humanas em andamento ou
em fase de proposta.

A partir da definição apresentada, o impacto pode ser real ou potencial. Veja a seguir.

Real

Quando a atividade já estiver em execução.


close

Potencial

Resulta de uma atividade que ainda será praticada, que está na fase de proposta.

De acordo com a definição de impacto ambiental, devemos considerar dois aspectos importantes: o
ecológico, orientado para os estudos de impactos biológicos e geofísicos, e o humano, que contempla os
aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais.

Analisar os impactos ambientais é qualificar e quantificar essas alterações. As análises


avaliam a qualidade ambiental com e sem determinada ação ou empreendimento.
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É necessário realizar as avaliações antes da realização de um projeto para efetuar o planejamento e a


formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, considerar todos os fatores ambientais. Isso
deve acontecer por parte do empreendedor da atividade ou ação e por parte das autoridades públicas,
quando aprovam ou rejeitam uma proposta ou determinada alternativa.

Obrigatoriamente, os seguintes agentes modificadores do meio devem ser considerados durante a


avaliação de um possível impacto ambiental:

• Poluição atmosférica e da água.


• Uso e degradação dos solos.
• Substâncias radioativas.
• Ruído.
• Alterações na biocenose (fauna e flora).
• Uso e mudanças no uso do território e dos recursos naturais.
• Expropriação do terreno e especulações imobiliárias.
• Doenças e variação da população.
• Taxa de emprego, incrementos econômicos (comércio, serviços etc.).
• Locais histórico-culturais que possam ser afetados.
• Moradia, infraestrutura viária e sanitária.
• Serviços comunitários e
• equipamentos urbanos.

Os estudos de impacto ambiental devem avaliar as consequências de determinada ação para prevenir
alterações na qualidade do ambiente após a execução de uma ação ou um projeto.

Riscos ambientais
A análise de riscos ambientais é uma atividade correlata à análise de impactos, podendo inclusive ocorrer
em conjunto. A análise de riscos envolve a identificação, a aval[iação, o gerenciamento e a contenção de
riscos ao ambiente e à saúde pública. Os estudos de riscos ambientais antecipam eventos ambientalmente

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maléficos, planejando ações de controle e de emergência.

Um dos principais objetivos da produção e da utilização comercial de produtos e de várias áreas de


atividade humana é a redução do risco.

Observe que dois elementos determinam a extensão do risco ambiental: o perigo propriamente dito e a
exposição ao perigo. Veja a seguir.

Perigo
É a fonte dos danos ou a externalidade negativa, como emissões venenosas de fábricas ou produtos
químicos tóxicos derramados em um rio.

Exposição
Refere-se à trajetória entre a fonte dos danos e a população ou o recurso natural afetado.

Embora o perigo e a exposição definam igualmente o risco ambiental, cada um deles pode afetar o
resultado independentemente do outro. Isto é, alguns perigos são de menor impacto relativo, mas afetam
grande parte da população. Outros, como alguns produtos químicos, são perigosos, mas a exposição a eles
é limitada.

Os riscos ambientais resultam de exposição a um perigo ambiental potencial. Os perigos


ambientais podem ser compostos químicos específicos ou misturas químicas, como
fumaça de cigarros, mesmo em fumantes passivos, e fumaça proveniente do
escapamento de carros.

Eles também podem ser patogênicos (organismos vivos como bactérias e vírus, que podem causar doenças
em outro organismo) ou resultado da destruição da camada de ozônio, das mudanças climáticas e da
escassez de água.

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Os riscos de um composto químico podem envolver seus efeitos tóxicos ou o perigo que ele representa para
os trabalhadores e para uma comunidade, por exemplo, por causar uma explosão. Os riscos têm sido
historicamente gerenciados de acordo com a questão da exposição.

Por exemplo, a exposição pode ser limitada quando os trabalhadores usam roupas protetoras e
equipamentos de proteção individual (EPIs) ou quando se utilizam sinais de notificação para caminhões que
transportam produtos químicos perigosos ou cargas infectantes.

Podemos representar o risco como uma equação matemática da seguinte forma:

 Risco  = f  (perigo, exposi ção) 

Rotacione a tela. screen_rotation


Os riscos são produto de uma função de perigo e exposição. Se o perigo se aproxima do infinitamente
grande, os riscos só podem ser reduzidos a quase zero se a exposição for reduzida a quase zero. No
entanto, quando o perigo tende a zero, a exposição pode se aproximar do infinito sem afetar
significativamente o risco.

Atenção!

A redução do perigo é um modo muito mais garantido de diminuir riscos do que a diminuição da exposição.
Os fatores humanos que desempenham um papel fundamental no sucesso da limitação da exposição e que
exigem um esforço consciente e constante são muito menos cruciais em cenários de redução do perigo.

Compare, por exemplo, a utilização de um solvente orgânico volátil, inflamável e um pouco tóxico na limpeza
e para desengraxar peças de metal usinado com o uso de uma solução aquosa de um agente limpante
atóxico.

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Para operar com o solvente de forma segura, é necessária vigilância constante para evitar o perigo. Falhas
nas medidas de proteção podem causar um acidente grave ou lesões sérias.

A solução de limpeza aquosa não apresenta qualquer desses perigos, e alguma falha nas medidas de
proteção não causariam problemas.

erigo
Formação de misturas explosivas com o ar ou a exposição excessiva dos trabalhadores à inalação do solvente.

As relações entre riscos, perigo e exposição são extremamente importantes porque os métodos atuais para
proteção da saúde humana e do ambiente estão muito ligados ao paradigma de riscos e dependem quase
exclusivamente do controle da exposição.

Os consequentes esforços da engenharia para diminuir a probabilidade de exposição a uma ampla


variedade de perigos, incluindo intoxicantes, substâncias reativas, inflamáveis e explosivos, têm sido
significativos. Entretanto, essa estratégia é bastante cara e ela ainda pode, como uma função da
probabilidade, falhar no final.

Quando o controle à exposição falha, o risco é igual a uma função do perigo. Essa relação implica a
necessidade de projetar moléculas, produtos, processos, comportamentos sociais e sistemas para que a
saúde e a segurança não dependam de controles ou sistemas que possam falhar ou ser sabotados
(intencionalmente ou acidentalmente), mas que dependam do uso de compostos químicos e materiais
benignos (minimamente perigosos).

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Impactos ambientais dos projetos e das atividades de


engenharia
O homem começou a interagir de maneira diferente com os ecossistemas a partir do momento em que
desenvolveu a agricultura e outras formas de alterar a dinâmica do meio ambiente a seu favor. As alterações
geradas pelo ser humano tomaram proporções bem maiores nas últimas décadas, com o desenvolvimento
da sociedade e a busca dos países por crescimento econômico.

A busca pela prosperidade econômica, além da própria existência das sociedades como conhecemos, prevê
a degradação ambiental e a utilização de seus recursos. Algumas evidências disso seriam o aumento de
contaminantes provenientes de atividade industrial e mineração, o uso insustentável de recursos naturais e
a disposição inadequada de resíduos.

video_library
A engenharia e os impactos ambientais
Confira os impactos ambientais das atividades de engenharia ao longo do tempo e a importância da
sustentabilidade.

A visão teológica e filosófica do homem como guardião da Terra vigora outra vez, agora sob a ótica
científica, muito mais por necessidade do que por benevolência para com a natureza. Assim, é de
incumbência da humanidade examinar suas ações e harmonizá-las para que possam assegurar que o
planeta continue habitável.

Os estudos de impactos e riscos ambientais são o primeiro passo racional nesse


processo, pois representam a oportunidade de o homem considerar, na sua tomada de
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decisão, os efeitos de suas ações, o que normalmente não ocorre no mercado de troca de
bens e serviços. Esses efeitos precisam ser discutidos contra as vantagens econômicas
derivadas de determinada ação.

Qualquer projeto de engenharia, grande ou pequeno, inclui uma série de decisões tomadas pelos
engenheiros em sua implantação. Às vezes, tais decisões revelam-se equivocadas. Muitas delas, no entanto,
tomadas diariamente centenas de vezes por milhares de engenheiros, estão corretas e, assim, aprimoram o
conjunto da civilização humana, protegem o meio ambiente e reforçam a integridade dessa profissão.

Como raramente a tomada de decisões em engenharia se mostra equivocada, esse processo é pouco
conhecido e discutido. No entanto, quando uma decisão se revela equivocada, os resultados geralmente são
catastróficos. Um exemplo atual é a Ciclovia Tim Maia. Um trecho dessa ciclovia, na Avenida Niemeyer, que
liga três bairros da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, caiu durante um temporal.

Ciclovia Tim Maia.

Como afirma Gray (apud VESILIND; MORGAN, 2015), médicos só podem ferir uma pessoa por vez, ao passo
que engenheiros têm potencial para ferir milhares, devido a sistemas projetados incorretamente.

Exemplo

Nos estágios preliminares do projeto de um processo de manufatura, há bastante flexibilidade no


desenvolvimento de soluções que impeçam ou minimizem os riscos por meio de decisões que eliminem o
uso e a produção de compostos químicos perigosos. Um engenheiro não projetaria intencionalmente um
processo de manufatura se o resultado direto propiciasse que os trabalhadores da indústria e os membros
da comunidade contraíssem câncer ou que os peixes de um rio local morressem após a exposição à
descarga de água residuária.

Contudo, os impactos adversos nos homens e nos ecossistemas infelizmente são o resultado de muitas de
nossas práticas atuais de projeto de engenharia. Os profissionais estão agora adotando a “química verde” e
a “engenharia verde” como meios para desenvolver compostos químicos, materiais, processos e serviços
que reduzam ou eliminem o uso e a geração de substâncias perigosas, com riscos reduzidos à saúde
humana e ao ambiente.

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Tome como exemplo os edifícios. Reflita, por alguns minutos, sobre a variedade de materiais usados na
construção de prédios, sobre a lista de materiais e revestimentos usados para decorar e mobiliar um imóvel
e sobre o número de compostos químicos usados durante a operação e a manutenção do edifício.

Quantos desses materiais estruturais, adesivos, selantes, coberturas para o chão e paredes, componentes
de mobiliário e agentes de limpeza são selecionados com base em critérios para maximizar a saúde e a
produtividade dos habitantes do edifício, com a minimização do impacto adverso potencial (os riscos) aos
humanos e ao ambiente?

Resposta

Infelizmente, a resposta a essa pergunta é a seguinte: muito poucos. O projeto verde de edifícios leva em
consideração a saúde dos ocupantes e o impacto no ambiente associados a escolhas de materiais.
Ambientes internos mal projetados e gerenciados têm um grande impacto econômico adverso na
sociedade, além do aumento dos custos da saúde e a menor produtividade no trabalho.

Nos anos 1970, os cientistas Paul Ehrlich e John Holdren desenvolveram um modelo simples que mostrava
como o tamanho populacional (P), a afluência ou o consumo de recursos por pessoa (A) e os efeitos
ambientais benéficos e prejudiciais das tecnologias (T) ajudam a determinar o impacto ambiental (I) das
atividades humanas (uma estimativa aproximada do quanto a humanidade está degradando o capital
natural de que depende). Podemos resumir esse modelo de forma simples:

Impacto (I) = População (P) x Afluência (A) x Tecnologia (T)

Rotacione a tela. screen_rotation


Algumas formas de tecnologia — fábricas poluentes, usinas de energia e carvão e veículos movidos a
combustíveis fósseis — elevam o impacto ambiental e aumentam o fator T na equação. Outras tecnologias,
ao reduzirem o impacto ambiental, diminuem o fator T. Os exemplos são:

Controle da poluição e tecnologias de prevenção.

Turbinas eólicas e células solares, que geram eletricidade sem poluir.

Carros com combustível eficiente.

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Em outras palavras, algumas formas de tecnologia são ambientalmente perigosas e outras, benéficas.

Na maioria dos países menos desenvolvidos, os fatores principais do impacto ambiental total são o
tamanho da população e a degradação dos recursos renováveis, como o número crescente de pessoas
pobres. Nos países desenvolvidos, as altas taxas de uso de recurso per capita e o consequente alto nível de
poluição e degradação ambiental são, em geral, os fatores utilizados para determinar o impacto ambiental
total.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O consumo mundial de água aumentou mais de seis vezes em menos de um século, mais que o dobro
das taxas de crescimento da população. Em nível global, os recursos hídricos tendem a se tornar mais
escassos, devido aos processos de uso e de poluição crescentes, caso não haja ações enérgicas para a
melhoria da gestão da oferta e da demanda da água. No contexto da influência das atividades
antrópicas para a qualidade das águas, considere as seguintes atividades relacionadas com a poluição
das águas.

I. Produção de alimentos com utilização de agrotóxicos.


II. Produção de alimentos com utilização de fertilizantes.
III. Operação de uma empresa, com LO, na produção de solventes.
IV. Cemitérios.
V. Atividades industriais e de mineração.

São atividades relacionadas à poluição das águas as indicadas nos itens

A I, II e III.

B II, IV e V.

C I, II, IV e V.

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D II, III e V.

E I, II, III e IV.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A produção de alimentos com agrotóxicos e fertilizantes apresenta a possibilidade de contaminação da


água, visto que, por exemplo, com a chuva, ocorre a lixiviação dos agrotóxicos e dos fertilizantes que
podem se infiltrar e contaminar as águas subterrâneas ou um rio. Os agrotóxicos são compostos
difíceis de serem degradados e, portanto, permanecerão no ambiente durante longos períodos. Já os
fertilizantes contribuem para a eutrofização (crescimento excessivo das plantas) nos corpos hídricos,
pois o objetivo da aplicação desses componentes é fornecer nutrientes para a plantação; porém, em
excesso nas águas, causam desequilíbrio. Para cemitérios e lixões, há atividades que podem gerar o
necrochorume e o chorume, líquido proveniente da decomposição da matéria orgânica. Assim, em um
terreno sem preparação adequada, esses líquidos se infiltrarão no solo e contaminarão a água
subterrânea. Nas atividades de mineração e industriais, temos os contaminantes e os resíduos
industriais, que causam poluição hídrica. Em relação à operação de uma empresa de produção de
solventes, como qualquer outra empresa que contenha licença ambiental, ainda sendo especificada a
licença de operação (LO), já é previsto o tratamento dos efluentes gerados por essa empresa. Dessa
forma, a empresa não poderá contaminar um rio, por exemplo.

Questão 2

A respeito das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável que permeiam as discussões da


sociedade atual, assinale a opção correta:

O conceito de desenvolvimento sustentável começou a ser elaborado no início do


A
século XVI, antes mesmo da Primeira Revolução Industrial.

Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, representantes de 113 países se reuniram para


B debater questões relativas ao meio ambiente. Esse encontro é considerado como a
primeira mobilização em torno desse tema.

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C Em 1992, o Rio de Janeiro abrigou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente
e o Desenvolvimento (Rio-92). Nesse encontro, foi assinado o Protocolo de Quioto por
todos os países que participaram do evento.

Em 2002, o Egito abrigou a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável.


Nesse encontro foram discutidas somente questões relacionadas ao meio ambiente.
D
Esse encontro recebeu a denominação de Rio+10, pois aconteceu 10 anos após a
conferência do Rio-92.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi concebido no século XIX, durante a


E
Segunda Revolução Industrial.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida como
Conferência de Estocolmo, em 1972, foi a primeira grande reunião de chefes de estado organizada
pelas Nações Unidas (ONU) para tratar das questões relacionadas à degradação do meio ambiente. As
conferências internacionais posteriores, como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, conhecida como Eco-92, e o Protocolo de
Quioto, em 1997, contribuíram para que a questão ambiental ganhasse cada vez mais importância nas
questões políticas nos domínios de gestão nos níveis regional, nacional e internacional. Dez anos após
e Eco-92, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento
sustentável em Joanesburgo (África do Sul). Nos debates, os países revisaram as metas da Agenda 21,
um dos principais resultados da Eco-92.

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2 - Os benefícios do planejamento ambiental


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os benefícios da realização de um
planejamento ambiental.

Planejamento ambiental
Por definição, planejar significa elaborar, em etapas e com bases técnicas, planos e programas com
objetivos definidos. Todas as atividades humanas requerem planejamento. Necessitamos de organização,
de controle, do estabelecimento de metas.

Você já realizou seu planejamento para esta semana? Quais são seus objetivos para o dia de hoje? De que
maneira você alcançará esses objetivos? Respondendo a essas questões, você realiza etapas de um
planejamento.

O planejamento deve ser encarado como a execução de um plano norteador para o


futuro, estabelecendo os objetivos e, na sequência, propondo os mecanismos para que
eles sejam alcançados.

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Porém, é preciso ter em mente que um planejamento não segue uma única fórmula, pois algumas
habilidades são necessárias para realizar um planejamento, como a capacidade de inovar e perceber
necessidades de mudanças.

Alguns elementos são fundamentais em um planejamento, tais como:

• Postura proativa, com a orientação do plano de ação para o futuro.


• Orientação em curto, médio e longo prazos.
• Apresentação de vulnerabilidade, riscos e potencialidades.
• Oferecimento de diferentes possibilidades de ação, conforme circunstâncias variáveis no tempo.
• Listagem de recursos tecnológicos e financeiros necessários.

O planejamento ambiental exige uma abordagem interdisciplinar e integrada por causa do caráter complexo
das questões ambientais. Profissionais de várias formações acadêmicas estão envolvidos com questões de
planejamento ambiental, como engenheiros, químicos, geógrafos, biólogos, economistas, sociólogos e
profissionais de nível técnico.

lanejamento ambiental
Ordenamento e sistematização de ações e exercícios para conservação e proteção ambiental, bem como um
estudo que propõe resoluções para problemas futuros na esfera ambiental.

Saiba mais

Geralmente, esses profissionais estão concentrados em órgãos públicos municipais, estaduais ou federais.
Porém, o setor privado, por pressões sociais, políticas e econômicas, tem percebido a importância dos
aspectos ambientais e vem desenvolvendo mais trabalhos com profissionais permanentes em seu quadro
ou com consultores ambientais temporários.

Vamos conhecer agora um exemplo na prática!

Analisaremos uma bacia hidrográfica, onde se pretende melhorar a qualidade da água fluvial.

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Veja a seguir como o processo ocorre.

1
No primeiro ciclo de planejamento ambiental, o objetivo principal seria a diminuição da turbidez, com a
contenção de processos erosivos pontuais e dispersos e o replantio de mata ciliar.

2
Após esse ciclo ser avaliado e o objetivo considerado alcançado, o próximo ciclo poderia ter o objetivo de
diminuir a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), com a eliminação do lançamento de efluentes não
tratados no curso fluvial, a detecção das fontes lançadoras e seu redirecionamento para uma estação de
tratamento de esgoto.

O principal objetivo de um planejamento ambiental é atingir o desenvolvimento sustentável, minimizando os


impactos, preservando e conservando os recursos naturais. Há muitas maneiras de alcançar os objetivos de
um planejamento ambiental.

Como já mencionado anteriormente, não existe uma fórmula única. Os mecanismos, isto é, as formas de
implementação do planejamento, dependerão do contexto político, econômico, institucional e cultural em
que o planejamento ocorre.

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Você sabe quais são as fases do processo de
planejamento?
Compreenda melhor cada uma dessas etapas a partir de um caso real.

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Desafios da sustentabilidade
Um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade vem da demanda por materiais de que o homem
necessita, ou ao menos quer para satisfazer seus desejos por padrões de vida mais elevados. Os materiais
necessários às sociedades contemporâneas podem ser fornecidos por fontes extrativistas (não renováveis)
ou renováveis.

A utilização de recursos minerais tem fortes laços com a tecnologia, a energia e o ambiente. As
perturbações em um desses elementos normalmente causam perturbações nos outros.

Exemplo

As reduções nos níveis de poluentes presentes nos gases de escape de automóveis, para diminuir a
poluição do ar, exigem o uso de dispositivos catalisadores, que contêm metais do grupo platina, um recurso
mineral valioso e insubstituível. Assim, podemos perceber que precisamos extrair um recurso não renovável,
a platina, para diminuir a poluição do ar.

Apesar dos nossos muitos avanços científicos e tecnológicos, somos totalmente dependentes do ambiente
para ter ar e água limpos, além de comida, abrigo, energia e tudo mais de que precisamos para nos
mantermos vivos e saudáveis. Como resultado, somos parte e não estamos à parte do restante da natureza.

Há amplas evidências e concordâncias de que estamos degradando o nosso próprio sistema de suporte à
vida e que, neste século, tal comportamento ameaçará a civilização humana e a existência de várias
espécies do mundo. Parte do problema decorre da ignorância sobre como a Terra funciona, sobre como
nossas ações afetam seus sistemas de sustentação da vida e sobre como podemos mudar nosso
comportamento em relação ao planeta e, portanto, em relação a nós mesmos. A correção dessa falta de
conhecimento começa pela compreensão de três ideias importantes, que formam a base da
conscientização ambiental:

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O capital natural (recursos e serviços naturais que mantêm o homem e outras espécies vivos e sustentam
nossas economias, como o Sol) é importante porque sustenta a vida na Terra.

Nossas pegadas ecológicas são imensas e estão se propagando com rapidez. Na verdade, já excederam a
capacidade ecológica da Terra.

Os pontos ecológicos de ruptura e alterações climáticas são irreversíveis, o que significa que nunca devem
ser ultrapassados. Uma vez ultrapassados, nem o dinheiro nem a tecnologia nos salvarão das
consequências prejudiciais, que poderão durar milhares de anos.

egadas ecológicas
Metodologia que contabiliza e avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos
naturais.

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O desejo de aprimorar a qualidade de vida mediante a melhoria da qualidade ambiental e a maior


consciência da limitação dos recursos naturais é fundamental para o entendimento da divergência entre a
proteção do meio ambiente e o crescimento econômico.

Atenção!
Fica evidente a necessidade de obter um completo conhecimento, dispondo de uma série de informações
sobre implantação de realizações industriais, urbanas, turísticas, energéticas e de obras públicas, para que a
opinião pública possa se pronunciar, julgar e avaliar realmente se os efeitos dessas realizações são ou não
importantes.

Em engenharia, raramente há “o melhor jeito” de projetar alguma coisa. Caso houvesse, a engenharia se
estagnaria, a inovação cessaria, e a paralisia técnica iria se estabelecer. Assim como temos de reconhecer
que não há uma única obra de arte perfeita, como uma pintura, também não existe uma instalação perfeita
de tratamento de água. Se houvesse uma pintura ou uma instalação perfeita, todas as instalações de
tratamento do futuro se pareceriam com ela, assim como todas as pinturas seriam iguais.

O estudante de engenharia costuma aprender, durante os primeiros anos do curso, que todas as lições de
casa e questões de prova possuem uma única resposta “certa”, sendo todas as outras “erradas”. Porém, na
prática da profissão, muitas decisões técnicas podem estar certas, o que faz com que um problema possa
apresentar várias soluções técnicas igualmente corretas.

Quando pensamos nos desafios da sustentabilidade, precisamos lembrar que, na crosta


terrestre, existem recursos renováveis e não renováveis.

A energia solar é chamada de recurso renovável porque seu fornecimento é contínuo, com a expectativa de
que ele dure, no mínimo, 6 bilhões de anos, até o momento em que o Sol complete o seu ciclo de vida.

ecurso renovável
Florestas, pradarias, populações de peixes, água fresca, ar fresco e solo fértil.

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A natureza leva períodos que vão de vários dias a centenas de anos para se reconstituir. Os recursos
renováveis existem por meio de processos naturais, o que significa que não podemos usá-los mais rápido
do que a natureza pode renová-los.

A taxa mais elevada em que um recurso renovável pode ser usado indefinidamente sem reduzir seu
suprimento disponível é chamada rendimento sustentável. Outros recursos, como ouro e ferro, por exemplo,
existem em quantidade ou estoque fixos.

Em uma escala de tempo muito mais curta dos seres humanos, de centenas a milhares de anos, esses
recursos podem ser esgotados muito mais rápido do que são formados.

Os estoques esgotáveis incluem recursos de:

Energia
Carvão e petróleo.

Minerais metálicos
Cobre e alumínio.

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Minerais não metálicos


Sal e areia.

Alguns analistas acreditam que a engenhosidade do homem encontrará substitutos quando os suprimentos
de minerais fundamentais se tornarem muito caros ou escassos. Podemos tentar encontrar substitutos para
os recursos escassos, reduzir o desperdício de recursos e reciclar e reutilizar minerais.

A forma mais sustentável de usar os recursos minerais não renováveis (especialmente metais escassos,
como o ouro, o ferro, o cobre, o alumínio e a platina) é reciclá-los ou reutilizá-los. A reciclagem tem impacto
ambiental muito menor do que a mineração e o processamento de metais a partir de minérios.

A reciclagem de latas de bebidas e sucata de alumínio produz 95% menos poluição do ar, 97% menos
poluição da água e usa 95% menos energia do que a mineração e o processamento de minério de alumínio.

Como no processo de limpeza e reutilização os itens não são fundidos nem reprocessados, o impacto
ambiental é muito menor.

Saiba mais

O Japão tem investido fortemente na extração e reciclagem de ouro, platina e vários metais de terras-raras
encontrados no lixo eletrônico, que são vistos como minas urbanas. Se pensarmos somente nos celulares
como exemplo de lixo eletrônico, vemos que eles possuem 35,10% de metais, como alumínio, ferro, cobre,
cobalto, zinco, níquel, estanho, ouro, prata, entre outros.

Estudos indicam que, em abril de 2019, havia 230 milhões de celulares ativos no Brasil. Faça as contas! Se

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supormos que cada celular tem uma massa de 100 gramas, teremos aproximadamente 8.050 toneladas de
metais!

Por falar em metais de terras-raras, você sabe quais são eles e qual a sua importância?

Os 17 elementos ou metais de terras-raras, que incluem escândio e ítrio e 15 lantanídeos, encontram-se


perto da parte inferior da tabela periódica. Por causa da força magnética e de outras propriedades únicas,
esses elementos e os seus minerais (sobretudo os óxidos que podem ser convertidos em metais de terras-
raras) são muito importantes para as tecnologias modernas amplamente utilizadas.

Esses metais são utilizados, por exemplo, em telas de cristal líquido para computadores, telas de TV e
outros dispositivos eletrônicos, energia fluorescente, lâmpadas LED, células solares, chips de computadores,
baterias recarregáveis, cabos de fibra óptica, telefones celulares, baterias e motores para carros elétricos.
Metais de terras-raras também são vitais para as aplicações militares, tais como sistemas de orientação de
mísseis, bombas inteligentes, lasers, radares, eletrônica de aeronaves e satélites. Também existe a
possibilidade de encontrar substitutos para os minerais escassos por meio da nanotecnologia.

Já ouviu falar em nanotecnologia?

A nanotecnologia usa a ciência e a engenharia para manipular e criar materiais a partir de átomos e
moléculas em escala ultrapequena, com menos de 100 nanômetros. O ponto final desta frase tem cerca de
um milhão de nanômetros de diâmetro.

Na escala nanométrica, os materiais convencionais têm propriedades não convencionais e inesperadas. Os


cientistas planejam usar substâncias abundantes, como carbono, silício, titânio e boro, para criar
medicamentos, células solares e até carrocerias de automóveis.

Os nanomateriais já foram usados em mais de 1.100 produtos de consumo, e esse número está crescendo
rapidamente. Alguns desses produtos são: revestimentos resistentes a manchas e livres de rugas em roupa,
meias que se alimentam de odores, revestimentos autolimpantes em óculos de sol e para-brisas, protetores
solares, produtos de cuidados da pele que penetram profundamente e embalagens de alimentos que
liberam partículas de prata para matar bactérias, leveduras e fungos.

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Então, qual é a dificuldade?

Idealmente, esse processo de fabricação de baixo para cima ocorreria com pouco dano ambiental, sem
esgotamento de recursos não renováveis e com muitos potenciais benefícios ambientais. Porém, há
preocupações relacionadas a alguns possíveis efeitos indesejados e prejudiciais para a saúde dos seres
humanos.

À medida que as partículas ficam menores, tornam-se mais reativas e potencialmente tóxicas para os seres
humanos e outros animais. Estudos de laboratório mostram que as nanopartículas podem passar da
placenta da mãe para o feto e se mover da passagem nasal para o cérebro.

Saiba mais
De acordo com muitos analistas, são necessárias duas etapas antes de a nanotecnologia ser expandida
mais amplamente. Em primeiro lugar, é preciso investigar cuidadosamente os seus riscos potenciais. Em
segundo, o desenvolvimento de diretrizes e regulamentos para controlar suas crescentes aplicações até que
saibamos mais sobre os efeitos potencialmente nocivos dessa nova tecnologia deve ser priorizado.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Quanto ao planejamento ambiental, assinale a alternativa correta.

A proteção do meio ambiente e a sustentabilidade econômica e de recursos naturais


A
são possíveis sem que sejam necessárias transformações nos ambientes urbanos.

B A qualidade de vida não está relacionada à proteção do meio ambiente.

C O diagnóstico é uma das etapas mais simples do planejamento ambiental.

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A identificação dos objetivos é uma das etapas mais importantes do planejamento


D
ambiental.

E Um planejamento ambiental não contempla a etapa de prognóstico.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A identificação dos objetivos afeta as etapas seguintes do planejamento, por isso possui tamanha
importância. O objetivo, ou os objetivos, deve indicar o ponto a que se quer chegar. Após destacar os
objetivos, é preciso passar para a etapa de diagnóstico, em que são levantadas as informações. A
informação é, portanto, a base para o planejamento ambiental. Na sequência, tem-se o prognóstico, o
momento de olhar para as possíveis tendências, os cenários e as alternativas futuras. O planejamento
levanta as informações ambientais, sociais, econômicas, políticas etc., sobre o passado e o presente,
sempre olhando para o futuro e tentando identificar as tendências e os cenários futuros na região
estudada.

Questão 2

Você estudou que uma das fases de um planejamento ambiental é a fase de prognóstico. Essa fase
representa o momento de olhar para possíveis tendências, cenários e alternativas futuras.

Suponha que você trabalha em uma empresa que produz alumínio metálico, em uma equipe que está
elaborando um planejamento ambiental. Como o alumínio não é encontrado diretamente em estado
metálico na crosta terrestre, sua obtenção parte da mineração da bauxita e segue para as etapas
posteriores de refinaria e redução. Grande quantidade de energia é gasta na obtenção do alumínio
metálico, principalmente no processo de redução.

Devido ao grande consumo de energia, a empresa tem sua própria usina termoelétrica, que utiliza como
combustível carvão mineral (recurso não renovável) para gerar parte da energia que é consumida. O
objetivo do planejamento ambiental que está sendo elaborado é controlar as emissões atmosféricas
liberadas nos processos industriais da empresa.

Indique qual opção se enquadra na fase de prognóstico do planejamento ambiental realizado pela sua
equipe, visando ao desenvolvimento sustentável.

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A Substituição do carvão mineral pelo carvão vegetal.

B Utilização de gás natural.

C Construção de uma usina hidrelétrica.

D Instalação de placas solares.

E Construção de uma usina termoelétrica.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A melhor alternativa é utilizar recursos renováveis como o Sol e a água, porém, para a geração de
energia a partir da construção de uma usina hidrelétrica, muito impacto será causado na fase inicial da
construção. Dessa forma, a melhor alternativa seria a geração de energia a partir de placas solares.

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3 - Os indicadores e as ferramentas de sustentabilidade


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância dos indicadores e das
ferramentas de sustentabilidade.

Métricas e indicadores de sustentabilidade


A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) adotou a Agenda 21
para transformar o desenvolvimento sustentável em uma meta global aceitável. Para colocar os princípios
da sustentabilidade em prática e adotar as orientações da Agenda 21, essa conferência criou a Comissão de
Desenvolvimento Sustentável, cuja principal responsabilidade é monitorar os progressos alcançados,
utilizando, por exemplo, indicadores de desenvolvimento sustentável.

Rio-92) adotou a Agenda 21


A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento é mais conhecida como Rio-92.
A Agenda 21 foi assinada por 179 países, criando um programa de ação baseado em um documento de 40
capítulos.

ndicadores
Um indicador, em geral, é algo que aponta para uma questão ou para uma condição. Seu propósito é mostrar se
um sistema está funcionando bem. Se houver um problema, um indicador pode ajudar a determinar qual
direção tomar para resolver a questão.

Os indicadores devem ser observados a partir de suas funções (BELLEN, 2004), que são:

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Indicadores de desenvolvimento sustentável.

Um exemplo de indicador é o medidor de gasolina de um carro, que mostra o quanto de combustível ainda
há no veículo. Se o medidor indicar que o tanque está quase vazio, você sabe que é hora de abastecer. Outro
exemplo de indicador é um boletim de meio período escolar, que mostra se o aluno está se saindo
suficientemente bem para cursar a próxima etapa ou se é necessária uma ajuda extra.

Os dois indicadores fornecem informações para ajudar a prevenir ou a resolver problemas antes que eles se
tornem graves demais. Veja um pouco mais a seguir.

Indicadores de sustentabilidade expand_more

Um indicador de sustentabilidade mede o progresso no sentido de um objetivo de sustentabilidade a


ser alcançado. O conceito de desenvolvimento sustentável abrange muitas questões e dimensões.
Isso se reflete nos sistemas de indicadores mais conhecidos que atuam em diferentes dimensões,
procurando mensurar a sustentabilidade do desenvolvimento.

Dessa forma, indicadores de sustentabilidade devem representar a natureza multidimensional da


sustentabilidade, considerando as facetas ambiental, social e econômica.

Indicadores ambientais expand_more

Quando se trata de indicadores ambientais, algumas aproximações são feitas utilizando o sistema
de média (água, ar, solo, recursos) ou o sistema de metas, com os parâmetros legais como objetivos
dos indicadores.

Para a questão da água, por exemplo, existe o índice de qualidade de água (IQA), desenvolvido para
avaliar a qualidade da água para o abastecimento público. O IQA é calculado com base em alguns
parâmetros, como temperatura da água, pH e oxigênio dissolvido. As variáveis de qualidade, que

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fazem parte do cálculo do IQA, refletem, principalmente, a contaminação dos corpos hídricos
ocasionada pelo lançamento de esgotos domésticos. Um valor baixo de IQA indica a má qualidade
da água para abastecimento.

Atualmente, a maior fonte de indicadores ambientais é a publicação regular da Organization for Economic
Cooperation and Development (OECD), que fornece um primeiro mecanismo para monitoramento do
progresso ambiental para os países que fazem parte da instituição.

rganization for Economic Cooperation and Development


A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico é um fórum com 36 países, fundado em
1961, para estimular o progresso econômico e o comércio mundial.

Os indicadores ambientais da OECD são regularmente utilizados nos exames dos desempenhos ambientais.

Trata-se de uma valiosa ferramenta para o acompanhamento da integração das decisões econômicas e
ambientais, para a análise das políticas de meio ambiente e avaliação dos resultados. O sistema utiliza o
modelo PSR (pressure, state, response), um dos sistemas que vem adquirindo cada vez mais importância
internacionalmente.

Entenda:

Indicadores ambientais PSR.

Conheça, a seguir, outros exemplos de indicadores:

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Exemplo 1 expand_more

Outra abordagem da dimensão ecológica faz referência a indicadores relacionados a transporte e


fluxo de material, consumo total de material (TMC – total material consumption) e a recursos e
energia, como o indicador de entrada total de material (TMI – total material input). Embora o
propósito do indicador seja ambiental, a metodologia utilizada para o cálculo é econômica.

Exemplo 2 expand_more

O fluxo de materiais e energia é importante, mas não é o único aspecto relevante no que diz respeito
à sustentabilidade. Um dos aspectos mais importantes para manter o capital natural é a manutenção
da diversidade biológica. Nesse campo, outro indicador parcialmente conhecido é o biodiversity
indicators for policy-makers, do World Resources Institute (WRI) — o Instituto de Recursos Mundiais
foi criado em 1982, em resposta às preocupações ambientais das décadas de 1960 e 1970.

Exemplo 3 expand_more

Quanto à dimensão econômica, sistemas de indicadores relacionados ao desenvolvimento


sustentável têm surgido com mais força nos últimos tempos. Um sistema interessante de
indicadores econômicos é o monitoring environmental progress (MEP - monitoramento do progresso
ambiental), desenvolvido pelo Banco Mundial, que se fundamenta na ideia de que a sustentabilidade
é medida por uma riqueza per capita não decrescente. Os primeiros relatórios de riqueza foram
produzidos em 1995.

Existem também numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da sustentabilidade.


Veja a seguir alguns deles:

• Um dos que tem merecido maior destaque ultimamente é o índice de desenvolvimento humano
(IDH). Ele foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que, em
seu relatório, sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar três elementos:
longevidade, conhecimento e padrão de vida decente.

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Para o item longevidade, o padrão considerado é a expectativa de vida ao nascimento, que é


associada à nutrição adequada e a um bom sistema de saúde, por exemplo. O conhecimento se
refere à capacidade de leitura ou ao grau de alfabetização, algo necessário para a vida produtiva
dentro da sociedade moderna. Para verificar o padrão de vida, o indicador mais confiável e com
maior facilidade de obtenção é a receita per capita.

• Existem várias tentativas para avaliar a sustentabilidade. A partir de sistemas mais específicos,
foram elaboradas formas para integrar as diversas dimensões da sustentabilidade. O driving
force, state, response (DSR) é um dos métodos mais conhecidos para integrar as várias
dimensões do desenvolvimento sustentável. Esse método foi adotado pela Comissão de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em 1995, como uma ferramenta capaz de
organizar informações sobre o desenvolvimento.

O sistema DSR foi desenvolvido a partir do sistema PSR utilizado pela OECD. No sistema DSR, o
item pressure (P) foi substituído por driving force (D), para que fosse possível incorporar os
aspectos sociais, econômicos e institucionais do desenvolvimento sustentável.

Apesar da existência de diversos sistemas relacionados à medida da sustentabilidade, há elementos que


ainda não foram devidamente estudados e desenvolvidos. Podemos recordar rapidamente alguns desses
aspectos, como a multidimensionalidade do conceito de desenvolvimento sustentável, a complexidade que
decorre da agregação de variáveis não relacionadas diretamente, a questão da transparência e sistemas de
avaliação, a existência dos julgamentos de valor e sua ponderação nos diversos sistemas, o tipo de
processo decisório envolvido, assim como o tipo de variável envolvida (qualitativa, quantitativa ou ambas).

riving force, State, Response


Nesse sistema, o item Driving force representa as atividades humanas, processos e padrões que causam
impacto no desenvolvimento sustentável. Alguns exemplos são as taxas de crescimento da população e de
emissão de CO2.

Ferramentas de sustentabilidade
O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças fundamentais no modo como a
sociedade toma as decisões. O desafio é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado,
de modo que os recursos naturais e o meio ambiente sejam protegidos.

Efetuar mudanças dessa magnitude exige um conceito diferente de política do que aquele que se apoia em

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regras e limites, isto é, instrumentos de controle que frequentemente se opõem ao incentivo de mercado do
poluidor. Se a sociedade deve manter um compromisso de longo prazo para preservar a Terra, é preciso que
haja uma motivação para fazê-lo, além da fuga das penalidades por não cumprir as leis.

A motivação deve ser compatível com os incentivos econômicos. A premissa é que o crescimento
econômico e a qualidade ambiental possam ser objetivos reforçadores, e não concorrentes. As percepções
precisam ser mudadas para reconhecer que a preservação dos recursos e a redução da poluição podem
intensificar os interesses privados, bem como os sociais.

Atenção!

Concomitantemente ao incremento do planejamento ambiental e à gestão para um desenvolvimento


sustentável, foram criados preceitos sobre a maneira como esses processos devem ocorrer, com leis
especificas, normas técnicas e diretrizes de conduta. Esses preceitos formam um arcabouço de
conhecimento e permitem que o processo de planejamento e gestão para o desenvolvimento sustentável se
torne cada vez mais eficiente.

Nesse processo, dois grupos podem ser apresentados:

spa
Instrumentos de gestão ambiental territorial

nature_people
Instrumentos de gestão ambiental de empreendimentos

Conheça mais sobre esses grupos a seguir.

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Instrumentos de gestão ambiental territorial


Dos instrumentos relacionados à gestão ambiental territorial, um dos mais conhecidos e utilizados é o
zoneamento.

O zoneamento é usado para o planejamento ambiental e do uso do solo. Vale destacar que zoneamento
significa definir ou criar zonas com funções específicas. Em um ambiente urbano, podem ser criadas zonas
residenciais, de circulação e de produção. Outros exemplos são as zonas de conservação ou preservação
ambientais, que estão inseridas em um zoneamento ambiental ou ecológico econômico (ZEE).

EE
O zoneamento ecológico econômico é um instrumento de ordenação territorial que deve ser obrigatoriamente
considerado durante a implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Ele tem a função de
definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção da qualidade do ambiente, dos recursos
hídricos e do solo, como também da conservação da biodiversidade, colocando em prática os preceitos do
desenvolvimento sustentável.

Resumindo

O zoneamento normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas em cada zona e indica de que maneira
ela pode ser utilizada. Cada tipo de zona apresenta normas específicas quanto ao funcionamento e
desenvolvimento das atividades que podem ser desenvolvidas.

Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos
ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das atividades econômicas, assim como a
finalidade de promoção da sustentabilidade ecológica, econômica e social. Dessa forma, é possível
combinar o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais para as presentes e futuras
gerações em decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus componentes.

A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional, relativos aos biomas
brasileiros ou territórios considerados como prioritários, é do poder público federal,
podendo ser articulada em cooperação com os estados.

Outro ambiente territorial que engloba os instrumentos de gestão é a zona costeira.

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A Constituição Federal, no art. 225, estabelece que a zona costeira é: “Um patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma de lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

O principal instrumento de gerenciamento ambiental costeiro é o zoneamento ambiental, em que as áreas


costeiras são divididas em grandes compartimentos, conforme suas potencialidades naturais e
perspectivas de uso, tanto das porções continentais como das marítimas.

Ainda relacionado aos instrumentos de gestão ambiental territorial, consta a gestão ambiental dos recursos
hídricos e das bacias hidrográficas. A gestão ambiental dos recursos hídricos no Brasil tem, em sua
cronologia, um marco importante dado pela instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei
federal nº. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.

O Sistema Nacional de Recursos Hídricos é integrado pelos seguintes órgãos:

Órgãos integrantes do Sistema Nacional de Recursos Hídricos.

Dentro do processo de gestão dos recursos hídricos, o planejamento é representado pelo Plano Nacional de
Recursos Hídricos, com a participação direta de diversos segmentos da sociedade civil, de institutos de
ensino e pesquisa, do governo e de setores usuários da água.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos tem o seguinte objetivo:

Estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas


para a melhoria da oferta de água, em quantidade e qualidade, gerenciando as demandas
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e considerando ser a água um elemento estruturante para a implementação das políticas


setoriais, sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social.

Instrumentos de gestão ambiental de empreendimentos


Esses instrumentos têm chamado a atenção do sistema produtivo e de serviços, pois podem propiciar
ganhos financeiros e aumento da competitividade.

Veja, a seguir, exemplos de instrumentos de gestão ambiental de empreendimentos:

Instrumentos de comando e controle

Os instrumentos de comando e controle são fundamentados na criação de políticas públicas e nas


respectivas regulamentações legais nos mais diversos níveis de administração pública, como a municipal, a
estadual e a federal. Essas regulamentações legais são do tipo repressivo e incluem leis, decretos, portarias,
resoluções e normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e definem
penalizações, como multas, paralisação e/ou interdição, ou termos de ajustamento de conduta junto ao
Ministério Público.

Exemplo
No Brasil, um dos principais marcos legais da história ambiental foi a Política Nacional do Meio Ambiente,
criada por meio da Lei federal nº 6.939, de 9 de setembro de 1981, que define como seus instrumentos o
zoneamento ambiental.

Instrumentos de autocontrole e autorregulação

Podem ser incluídos nesta categoria os instrumentos de gestão focados por excelência na esfera privada e
de natureza voluntária, como a certificação ISO 14001. Trata-se de um mecanismo indireto de comando e
controle, pois organizações certificadas com a ISO 14001 são verificadas quanto ao cumprimento da
legislação ambiental pertinente à atividade e ao local onde estão inseridas.

A certificação ambiental surgiu da necessidade de diferenciar os produtos e serviços que apresentavam um


desempenho ambiental adequado e sustentável. Há vários tipos de certificações ambientais. Alguns
exemplos são:
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Leadership in energy and environmental design (leed) expand_more

Selo de certificação e orientação ambiental de edifícios desenvolvido pela Green Building Council. É
o selo ecológico com maior reconhecimento internacional, sendo adotado nos cinco continentes.

Procel edifica (Eficiência energética em edificações) expand_more

Selo desenvolvido pela Eletrobras/Procel, dirigido a edifícios comerciais de serviços públicos, além
do setor da construção civil. Tem como objetivo promover a eficiência energética, com incentivos a
projetos que estimulem e aproveitem a iluminação e a ventilação natural dos edifícios.

Weel expand_more

Foi criado pelo International Well Building Istitute, em 2015, e é o primeiro selo que foca a saúde e o
bem-estar dos usuários, sendo um complemento e uma alternativa às outras certificações. Parte da
premissa de que o maior custo de uma edificação comercial é das pessoas que as habitam. Existem
diferentes níveis de certificação, entre a prata, o ouro e a platina. A classificação final foi calculada a
partir de 102 características descritivas, divididas em 7 áreas de avaliação, como ar, água,
alimentação, iluminação, saúde física, conforto e mente.

Em resumo, as certificações ambientais são formas de verificar o quanto um edifício, por exemplo,
possui de características sustentáveis.

Instrumentos de autocontrole e autorregulação

O licenciamento ambiental é um instrumento de política pública para regular as atividades com potencial de
degradação ambiental, de acordo com a Lei federal nº 6.938/1981. Segundo a Resolução Conama nº
237/1997, é definido como um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras
de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, além das estabelecidas no Anexo 1 da referida resolução.

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No Rio de Janeiro, o licenciamento ambiental é realizado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que
estabelece as seguintes categorias de licença:

Licença prévia (LP) expand_more

Fase preliminar de planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas
fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais
de uso do solo. É nessa fase que deve ser solicitado, quando for o caso, o EIA (Estudo de Impacto
Ambiental)/Rima (Relatório de Impacto Ambiental).

Licença de instalação (LI) expand_more

Autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto aprovado.

Licença de operação (LO) expand_more

Autoriza, após as verificações necessárias, o início da operação da atividade licenciada e o


funcionamento e seus equipamentos de acordo com o estabelecido na LP e LI.

Existem muitos outros instrumentos disseminados nos meios produtivos e de serviços que consideram
aspectos relacionados ao aumento da eficiência do uso de insumos, energia, recursos naturais e resíduos, o
que leva à redução dos impactos ambientais dos empreendimentos e melhora o seu desempenho ambiental
e econômico.

Com uma legislação cada vez mais restritiva à degradação da Terra, vem aumentando a preocupação com o
que acontece após o consumo dos produtos, isto é, quando eles não têm mais vida útil ou se tornam
obsoletos.

Esses novos conceitos levam o setor produtivo a oferecer produtos cada vez mais sustentáveis. Deve-se
levar em consideração o ciclo completo, desde a origem dos materiais, como eles são processados, quais
resíduos são gerados durante a cadeia produtiva, quais produtos são feitos a partir dos materiais e o que
acontece com esses produtos durante o seu uso e o fim de sua vida comercial. Essa concepção vai de
encontro à Avaliação do Ciclo de Vida do produto (ACV), que também pode ser referenciada pela expressão

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do berço ao túmulo. A ACV é um instrumento de gestão ambiental que considera todos os estágios de
produção.

video_library
Agora você consegue mensurar o desenvolvimento
sustentável?
Veja como podemos definir e mensurar o desenvolvimento sustentável e quais os desafios para colocá-lo
em prática.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O zoneamento ambiental ou ecológico econômico (ZEE) é um importante instrumento de ordenação


territorial, devendo ser obrigatoriamente considerado durante a implantação de planos, obras e
atividades públicas e privadas. Considere as seguintes afirmativas sobre o ZEE.

I. Tem a função de definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção da qualidade
do ambiente, dos recursos hídricos e do solo, assim como para a conservação da biodiversidade.
II. Normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas em cada zona e indica de que maneira a zona
pode ser utilizada.
III. A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional, relativo aos biomas brasileiros ou
aos territórios considerados como prioritários, é do poder público federal, podendo ser articulada com
os estados.
IV. Na elaboração do ZEE, não devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e as
fragilidades dos ecossistemas
V. O ZEE contempla as zonas de conservação e preservação ambientais.

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Está correto o que se afirma em

A I, II e III.

B I, III e IV.

C III, IV e V.

D I, II, III e V.

E II, III, IV e V.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e as fragilidades


dos ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das atividades econômicas, com a
finalidade de promover a sustentabilidade ecológica, econômica e social. O ZEE deve possibilitar o
crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais em favor da presente e das futuras
gerações em decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus
componentes.

Questão 2

Existem numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da sustentabilidade. Um


dos que tem merecido maior destaque ultimamente é o índice de desenvolvimento humano (IDH). Ele
foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que, em seu relatório,
sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar três elementos. Quais são eles?

A Longevidade, conhecimento e riqueza per capita.

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B Conhecimento, padrão de vida decente e riqueza per capita.

C Transporte e fluxo de material, longevidade e padrão de vida decente.

D Longevidade, conhecimento e padrão de vida decente.

E Conhecimento, riqueza per capita e transporte e fluxo de material.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O índice de desenvolvimento humano parte do pressuposto de que, para aferir o avanço de uma
população, não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características
sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. O índice sugere que a medida
do desenvolvimento humano deve focar a longevidade, o conhecimento e o padrão de vida decente.

Considerações finais
Com todos os instrumentos de sustentabilidade exemplificados, temos uma ideia de como a humanidade
vem evoluindo e se dando conta, a passos lentos, de que é necessário que todos façam a sua parte para
preservar a Terra. Se quisermos preservar nossa existência, devemos rever nossos conceitos sobre o que é
importante e, acima de tudo, sobre o que é necessário para que tenhamos uma vida com desenvolvimento
social, econômico e ambiental.

O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças fundamentais no modo como a


sociedade toma as decisões. Os métodos de tomada de decisões disponíveis aos engenheiros estendem-se
dos mais objetivos (técnicos) aos mais subjetivos (éticos). Conforme as decisões de engenharia passam de
técnicas para éticas, elas se tornam cada vez menos quantitativas e cada vez mais sujeitas aos gostos
pessoais, aos prejulgamentos e às preocupações do responsável pelas decisões.

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O desafio é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado, de modo que os recursos
naturais e o meio ambiente sejam protegidos. Efetuar mudanças dessa magnitude exige um conceito
diferente de política do que aquele que se apoia em regras e limites: instrumentos de controle que
frequentemente se opõem ao incentivo de mercado do poluidor. Caso a sociedade deseje manter um
compromisso de longo prazo para preservar a Terra, é preciso haver uma motivação para fazê-lo, além da
fuga das penalidades por não cumprir as leis.

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Para finalizar, ouça agora sobre o que é desenvolvimento sustentável.

Referências
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Cadernos EBAPE.BR, v. 2, n. 1, p. 1-14, mar. 2004.

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Confira as indicações que separamos especialmente para você!

• Pesquise no site da Agência Nacional de Águas sobre os indicadores de qualidade.


• Pesquise no site da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos sobre os
indicadores da OECD.
• Faça uma pesquisa sobre zoneamento nos sites das seguintes instituições: Ministério do Meio
Ambiente e Instituto Estadual do Ambiente.
• Para saber mais sobre certificações ambientais, pesquise no site do Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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