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DROHE
NRI
QUEN.
PAT
ELL
I
CIP - Catalogação na Publicação
DO ARTEFATO AO ARTIFICIO:
RECICLAGEM DOS USOS, PREDIAL E URBANO POR MEIO DA
CHAMINÉ DA TECELAGEM JAPY – A CRIAÇÃO DE UM
COMPLEXO EDUCACIONAL
Monografia apresentada
para a obtenção do título
em nível de graduação em
Arquitetura e Urbanismo
pela Universidade Paulista
(UNIP), sob orientação do
Professor Me. Sergio
Antonio dos Santos Junior.
Aos meus avós Nelson e Maria José, que sempre acreditaram em mim, e me
apoiavam dia-a-dia, me motivando e sustentando as minhas forças, muito
obrigado.
Ao meu pai, irmã, meus tios Alexssandra e Alan, meus avós Dirce e Bruno (in
memorian) e a toda minha família. Obrigado pelas conversas, conselhos,
incentivos, elogios e por acompanharem minha trajetória até aqui.
A minha namorada Isabela Kiyohashi e sua família. Obrigado por todo amor,
momentos, risos, conversas, apoio e carinho que sempre tiveram por mim, sem
dúvidas fizeram com que o desenvolvimento desse trabalho fosse leve e fluído.
E a Isabela, obrigado por ter me auxiliado no desenvolvimento desse trabalho e
ter sido minha companhia de visita técnica, sua parceria é muito importante.
A minha fiel parceira, Giulia Pincinato, que esteve comigo em todos momentos,
desde o primeiro dia de aula. Obrigado por todos momentos que
compartilhamos, ter uma alma tão bondosa ao meu lado fizeste com que as
idas a aula fossem alegres, mesmo nos dias nebulosos. Espero ter retribuído
toda força e carinho que tens por mim.
Agradeço a todos professores que fizeram parte da minha jornada até aqui,
desde meu ensino fundamental. Obrigado por acreditarem na educação, e
juntos, terem moldado meu caráter.
A todos meus amigos, que sempre acreditaram em mim e prezaram pelo meu
bem, em diferentes fases da minha vida. Em especial, Augusto, Mateus,
Giuseppe, Victor, Lucas, Heloisa, Raquel, Erica, Gustavo, Murilo, Pablo,
Alexandre, Camila, João, Alexandre e Patricky.
A Veronica Rosaria Polzer, por ter disponibilizado toda sua pesquisa que serviu
como referência principal para esse trabalho, e a empresa Crosslam que
disponibilizou um vasto material para auxiliar no desenvolvimento do mesmo.
A Profa. Dra. Valeria de Paiva, por ter me apoiado durante minha graduação e
ter aceitado ser minha banca; assim como a Profa. Dra. Maria Augusta Justi
Pisani, por ter aceitado o convite em compor minha bancada.
“Encontre otimismo no inevitável.”
REM KOOLHAAS
RESUMO
10
serial. A partir dessa acoplagem conceitual [entre tema e local], pretendemos
reciclar e ressignificar os valores citados para as questões prediais e urbanas,
como um marco para uma nova interpretação contemporânea que respeite a
história edificada do local.
Figura 1 - Colagem com referências da região Vila Arens. Fonte mapa base: Google Mapstyle, 2021. Fonte imagens:
Pedro Henrique N. Patelli, 2021; Tribuna de Jundiaí, 2018, disponível em:
<tribunadejundiai.com.br/noticias/cidades/jundiai/3053-jundiai-esta-sem-onibus-a-partir-da-zero-hora-de-
domingo>; Turismo Jundiaí, 2021, disponível em: <turismo.jundiai.sp.gov.br/servicos/estacao-ferroviaria>; Rede
Brasil Atual, 2012, disponível em: <www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2012/05/catadores-tem-papel-central-
na-reciclagem-em-sao-paulo-dizem-especialistas>. Mapa base: Mapstyle, 2021, adaptado.
1
Jundiaí é o primeiro município do estado a integrar a Rede Latino-Americana – Projeto Cidade das
Crianças e o segundo no país, logo após Boa Vista (Roraima). A apresentação do conceito “Cidade das
Crianças” foi feita em dezembro de 2018 e é resultado da integração entre as Unidades de Gestão, que
trabalharam alinhadas pela proposta de governo por plataformas (Prefeitura de Jundiaí, 2021).
11
Jundiaí. O complexo atuaria como um espaço de conscientização do descarte
e manuseio dos resíduos sólidos urbanos, oferecendo atividades educacionais,
lúdicas e de lazer voltadas ao público em geral, mas especialmente para as
crianças, a serem promovidas por meio de mobiliários e elementos decorrentes
da reciclagem. Além da proposta ser um atrativo de entretenimento para todas
as idades, a mesma também facilita o processo educativo dos usuários ao
evidenciar de maneira empírica as diversas possibilidades de um item
reciclado.
Acreditamos que a implantação de um projeto desse porte nessa região,
recicla e ressignifica um espaço vazio - que esteve por um longo tempo
abandonado - em um dos polos mais movimentados da cidade. A possibilidade
de concretizar esta intenção por meio dos conceitos ambientais de
reaproveitamento é igualmente relevante por se tratar de uma abordagem
única, inovadora e fundamentada em referenciais teóricos específicos do tema:
a educação ambiental relacionada a gestão de resíduos sólidos urbano. Com
isto, criar-se-á um complexo de edificações interligadas singulares em toda a
região, que buscarão unir lazer e estudo, utilizar referências do passado para
conscientizar presente e futuro e promover tanto a convivência entre pessoas e
resíduos sólidos descartados, quanto o contraste entre concreto e natureza.
Desta maneira, trabalha-se com conceitos e espaços atrativos que poderão se
tornar referências tanto para a região e quanto para o estado de São Paulo.
OBJETIVO GERAL
A relevância social e urbana desse projeto consiste em enredar
conceitos ecológicos (sustentáveis e resilientes) e de conscientização
socioambiental, por meio de uma central de tratamento de RSU e de
compostagem. Evidenciando o destino final dos resíduos (de todo e qualquer
produto consumido), integrando ao cotidiano urbano e não ocultando-o em
áreas inóspitas nas cidades, pois é um problema gerado por todos e que
atualmente acabam não recebendo a atenção devida.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Ampliar a interação da sociedade acerca de temas ambientais, através
de espaços onde ocorrerão exposições, palestras, aulas e atividades de
lazer;
• Promover oficinas de reciclagem, que através de atividades produzirão
mobiliários com matéria-prima reciclável, que serão utilizados no projeto
e podendo ser replicadas em espaços públicos da região;
• Evidenciar uma vocação educacional existente no terreno que provém
da própria dinâmica de aprendizado das antigas tecelagens, inicialmente
reconhecida por meio da implantação do projeto Cidade das Crianças no
local e a ser amplificada por esta proposta;
• Conceder diretrizes para a implantação de eco-pontos regionais, feitos
em containers, que facilitem a separação dos resíduos para os
munícipes, e a coleta para os serviços de transportes;
• Refletir sobre a importância da criação de uma legislação responsável
por estipular metas e determinar regras para as destinações finais dos
resíduos sólidos, dificultando o envio dos resíduos para o aterro;
• Sugerir a implantação de instrumentos fiscais, seja incentivos ou multas,
que conscientizem e estimulem práticas sustentáveis quando
relacionadas a construção civil, evitando a maior geração de resíduos.
MÉTODO
O desenvolvimento desse trabalho é feito conforme as seguintes etapas:
• Levantamento e revisão bibliográfica: levantamento de artigos, livros
e teses que abordam o histórico do tema e do local que serão feitas
através de pesquisas e bibliotecas digitais.
• Levantamento de dados cartográficos e edições: Para fazer os
levantamentos serão utilizados: o recuso street view presente no
software Google Earth Pro; bases cartográficas presentes no Geoportal
da prefeitura de Jundiaí; os dados legislativos presente no portal
GeoJundiaí e Plano Diretor da cidade. Enquanto o desenvolvimento dos
diagnósticos será feito através de bases cartográficas utilizando os
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softwares Google Earth Pro e QGIS. Para edição e composição dos
mapas será utilizado Photoshop.
• Levantamento de referências projetuais: com o objetivo de levantar
referências projetuais que possam auxiliar na busca de soluções para
este projeto, serão consultados projetos de parques, centros de
reciclagem, centros de compostagem e escolas ambientais através de
pesquisas bibliográficas. Além disso, será utilizado a produção
acadêmica de Verônica Rosária Polzer como ferramenta de
aproximação do tema (Resíduos sólidos urbanos) com as competências
da arquitetura e urbanismo.
• Levantamento iconográfico e histórico: para identificar a cronologia
da fábrica Japy será utilizado os recursos de satélite disponível no
software Google Earth Pro. Ademais, será consultado a ficha técnica do
local disponível no site da prefeitura de Jundiaí. Para conhecimento do
projeto de reforma que está em vigor (2021) será acessado o site IAB-
SP (Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo), responsável pela
organização do concurso, e a busca em jornais regionais digitais, como
Jornal de Jundiaí, Jundiaqui e Jundiagora.
• Realização de visitas técnicas: devido a pandemia de Covid-19 as
visitas técnicas estão quase restritas, contudo, para reconhecimento de
local e melhor entendimento das referências citadas acima, serão
realizadas visitas técnicas ao lote estudado e a sua região, respeitando
as regras do distanciamento social e restrições que podem ser pré-
estabelecidas.
• Estudos de caso: para a realização dos estudos de casos, utilizaremos
os métodos apresentados no livro de Robert K. Yin, Estudo de Caso
Planejamento e Métodos, no qual consta que o estudo de caso visa a
responder questões do tipo "como" e "por que", em situações nas quais
o pesquisador tem pouco controle do que está sendo pesquisado. Para
tal, levantaremos obras que se relacionem com a temática proposta e
posteriormente estudar como as mesmas foram aplicadas em seu
contexto e qual seu funcionamento nos dias atuais.
14
• Apresentação de desenhos técnicos: para a apresentação de peças
gráficas, como planta, corte, perspectiva e fachadas serão utilizados
softwares como AutoCAD, SketchUp, Lumion, Photoshop e Indesign;
além disso, para as representações gráficas serão utilizados materiais
de desenho como canetas marcadores a base de álcool, tinta aquarela,
lápis de cor, tinta nanquim e giz pastel; para as representações digitais,
o será utilizado os aplicativos Sketchbook, Procreate e Morpholio.
15
1. CONTEXTO
HISTÓRICO
16
17
1. CONTEXTO HISTÓRICO
2
Segundo Kant: A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento (razão) sem a orientação
de outrem. Tal menoridade é por culpa própria se a sua causa não reside na falta de entendimento, mas
na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo sem a orientação de outrem.
3
O século XVIII ficou conhecido como século das luzes devido ao surgimento do movimento iluminista.
18
processo de industrialização, aonde o mundo carecia de tecnologia, e nem
podem ser comparados com o que o planeta Terra sofre atualmente, mas cria o
início da cronologia.
Haja visto que a degradação do meio ambiente, decorrente de um
sistema de produção e consumo voltado para satisfazer as vontades e as
necessidades dos homens, não é um acontecimento atual, entretanto devido
aos ideais capitalistas, essa degradação tomou proporções imensas, e
somente em 1962 surgiu a primeira crítica e reação a esses acontecimentos,
no livro de Rachel Carson, intitulado “Primavera Silenciosa”4 (MARCATTO,
2002).
As críticas e preocupações com a conservação do meio ambiente
começaram a se tornar frequentes a partir da década de 1970 com a
consolidação do movimento ambientalista (MATOS, 2009). Em 1975, foi
organizado o congresso de Belgrado pela UNESCO5, com a presença de 65
países, tornou-se um dos congressos mais relevantes acerca da discussão
sobre o meio ambiente (MARCATTO, 2002). Esse congresso formulou um
programa para educação ambiental, denominada Carta de Belgrado (UNESCO,
1975).
O parágrafo inicial da Carta de Belgrado reflete um ponto de vista
preocupante para aquela época:
“Nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico
e um processo tecnológico sem precedentes, os quais, ao
tempo em que trouxeram benefícios para muitas pessoas,
produziram também serias consequências ambientais e sociais.
As desigualdades entre pobres e ricos nos países, e entre
países, estão crescendo e há evidências de crescente
deterioração do ambiente físico numa escala mundial. Essas
condições, embora primariamente causadas por número
pequeno de países, afetam toda humanidade.” (UNESCO,
1975, p. 01 online)
4
Do original “Silent Spring”, publicado por Rachel Carson em setembro de 1962, pela editora Houghton
Mifflin. O livro critica principalmente o insumo de produtos químicos, uso excessivo de pesticidas e o
descarte de dejetos de forma inadequada.
5
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (United Nations Educational,
Scientific and Cultural Organization).
19
Da década de 1970 até 1980, alguns países promoveram conselhos
responsáveis pelos debates sobre a importância da conservação ambiental
(CUBA, 2010), sendo um dos mais famosos o Clube de Roma, em 1968 e a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH)
em 1972, na cidade de Estocolmo. Dessa última Polzer (2012) destaca:
“1. Se o crescimento populacional, industrial, assim como suas
consequências (poluição, devastação dos recursos naturais,
geração de resíduos e outros) continuar sem limites, dentro dos
próximos anos a sobrevivência da humanidade estará
ameaçada;
2. Deve-se buscar uma condição de equilíbrio entre as
necessidades humanas de forma que seja possível manter uma
estabilidade ecológica e econômica.” (POLZER, 2012, p.28)
6
Agenda 21 é um documento assinado em junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 179 países, resultado
da “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” – Rio 92, trata-se de
“instrumento de planejamento participativo visando o desenvolvimento sustentável”.
20
Para algumas ONGs, a reunião Rio+10 foi uma vergonha, pois elencou
debates, mas não trouxeram soluções relevantes para a sociedade (CUBA,
2010).
No Brasil, em 27 de abril de 1981 foi decretado a lei nº6.902, relatando
sobre estações ambientais e áreas de preservação. A partir de sua descrição, é
possível identificar o início de um pensamento relativo à educação ambiental.
“Estações Ecológicas são áreas representativas de
ecossistemas brasileiros, destinadas à realização de pesquisas
básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente
natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista.”
(BRASIL, 1981, p. 01 online)
7
Arquiteta, professora, consultora em gerenciamento de resíduos sólidos e doutora pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
21
1.1. GESTÃO
DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
22
23
1.1. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Outra abordagem desse trabalho torna-se necessário nos aproximarmos
do conceito de gestão de resíduos sólidos. De acordo com a NBR 10004, de
2004, entende-se como resíduos sólidos como:
“Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou
exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis
em face à melhor tecnologia disponível.” (NBR 10004, 2004,
p.1)
Figura 2 - Organograma das etapas referentes a gestão de resíduos sólidos. Editado por Pedro H. N. Patelli, baseado
em POLZER, 2012.
24
evitando a contaminação do material e sua perda de propriedades, bloqueando
contato com intempéries físicas e/ou naturais (POLZER, 2012, p.35).
Referente a coleta, deve-se ser dividido em três grupos como forma de
simplificar o processo, sendo eles: resíduo indiferenciado, orgânicos ou
recicláveis, os demais são considerados especiais, pois requerem coletas
programadas (POLZER, 2012, p. 35).
25
Aterro sanitário: resíduos
indiferentes
Usina de compostagem:
resíduos organicos
Estação de
Coleta
transbordo
Incineração (waste to energy):
resíduos indiferentes
Usina de triagem de
recicláveis: resíduos recicláveis
Tabela 1 - Comparativo dos impactos ambientais das destinações finais. Fonte: DEFRA, 2004, apud, POLZER, 2012.
26
1.1.2. COLETA
Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
(2015), desenvolvido pela Secretaria de Serviços Públicos da cidade de
Jundiaí, a coleta de resíduos sólidos é feita por uma empresa privada, sendo
suas funções:
“Coleta de resíduo sólido domiciliar, transporte até o transbordo
(GERESOL8) e transferência para veículos transportadores;
Varrição manual, transporte dos resíduos provenientes da
varrição até o transbordo (GERESOL) e transferência para
veículos transportadores; Serviços especiais de limpeza,
transporte até o transbordo (GERESOL) e transferência para
veículos transportadores; Limpeza de locais de feiras livres,
transporte até o transbordo (GERESOL) e transferência para
veículos transportadores; Serviços de caráter intermitente ou
sazonais; Limpeza, manutenção e conservação do local de
transbordo (GERESOL); Transporte de resíduos sólidos
coletados no local de transbordo (GERESOL) até o destino final
(aterro sanitário).” (JUNDIAÍ, 2015, p.63)
8
Central de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
9
Prefeitura Municipal de Jundiaí.
27
Outros: resíduos que não temos ainda como reciclar são
encaminhados para o Aterro Sanitário contratado pela PMJ.”
(PMJ, 2021b, p.1)
Figura 5 – Organograma simplificado e fictício do funcionamento de uma usina de triagem de materiais recicláveis.
Fonte: POLZER, 2011.
28
O tamanho desse espaço é relativo à quantidade de resíduo produzido
onde será feito a coleta. Atentando-se para o dimensionamento da estrutura e
do estoque (POLZER, 2012). Na cidade de Jundiaí, o serviço de triagem dos
materiais recicláveis é feito em conjunto com a estação de transbordo, no
GERESOL (Central de Gerenciamento de Resíduos Sólidos).
1.1.4. COMPOSTAGEM
Divergindo do centro de triagem de materiais recicláveis, os centros de
compostagem recebem apenas os resíduos orgânicos com o objetivo de
produzir materiais como adubos e fertilizantes, a partir desses resíduos.
A separação desses resíduos orgânicos deve ser minuciosa, afinal, a
presença de outros componentes pode retardar o processo e prejudicar a
qualidade do composto, evitando que posteriormente esse composto possa ser
comercializado e reaproveitado (POLZER, 2012).
Direcionando o recorte para os centros urbanos, Polzer (2016) diz:
“...faz-se necessário o emprego de técnicas de compostagem
acelerada, de forma a aproveitar esse material transformando-o
em recurso para novas atividades, como hortas urbanas,
jardins, combate à erosão, agricultura e outros. Além disso, a
comercialização do composto gera emprego e renda para a
população.” (POLZER, 2016, p.134)
O grande problema da compostagem nos centros urbanos é a falta de
espaço físico, por esse motivo a compostagem acelerada10 aparece como
solução para esses locais, como forma de atender a demanda e produção dos
resíduos (POLZER, 2016).
A compostagem, embora sendo uma estratégia rural e antiga, aparece
como uma alternativa menos danosa para os resíduos, diminuindo as
ocupações de aterros sanitários, além de aliviar os altos custos da manutenção
e operação dos mesmos (POLZER, 2016).
A prefeitura de Jundiaí não oferece nenhum tipo de serviço de
compostagem público, porém o município conta com a empresa Tera
Ambiental, que comercializa esse serviço para indústrias e residências.
10
Utilizar de recursos tecnológicos para acelerar a produção da compostagem. Como exemplificado por
Polzer (2016, p.128) “A tecnologia consiste em utilizar uma camada orgânica que cobre as pilhas, um
processo de aeração negativa e um sistema de biofiltros que minimizam e controlam o odor”.
29
2. JUNDIAÍ
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31
2. JUNDIAÍ
Segundo Sudjic (2016), “uma cidade é formada por suas pessoas,
dentro dos limites das possibilidades que pode oferecer-lhes: tem uma
identidade singular, que faz dela mais do que uma mera aglomeração de
prédios.”. Nesse contexto, buscaremos entender parte do processo histórico da
cidade de Jundiaí, alguns tópicos relevantes sobre ela, e o que de fato desfaz
dela uma “mera aglomeração de prédios”.
A cidade de Jundiaí está localizada no interior do Estado de São Paulo,
entre as metrópoles de São Paulo e Campinas. Sua ocupação deu-se início em
meados do século XXVII, e até meados do século XIX sua economia se
limitava em pequenas lavouras de subsistência que abasteciam a vila, tropeiros
e bandeirantes, inicialmente utilizando-se de mão-de-obra escrava indígena, e
posteriormente, africana (PMJ, 2021d).
O século XIX é marcante para a cidade, a produção cafeeira ganhou
força e expandiu-se para o oeste, trazendo consigo as ferrovias e indústrias,
tornando Jundiaí uma cidade estratégica, especialmente para o campo
ferroviário. Ainda nesse século, observou-se o declínio da mão-de-obra
escrava e as primeiras aparições de imigrantes europeus, em específico, os
italianos que exercem grande influência no bairro Colônia até os dias atuais
(PMJ, 2021d).
O século XX é marcado por um denso processo de urbanização e
industrialização, assim como a imigração asiática nas décadas de 1920 e 1930.
As indústrias da cidade inicialmente se concentravam nas proximidades da
estação ferroviária, sendo em sua maioria têxteis e cerâmicas. Somente a partir
de 1950, após a inauguração da Via Anhanguera que chegaram as indústrias
metalúrgicas (PMJ, 2021d).
32
Figura 6 - Rua Barão de Jundiaí nos anos 1920. Fonte: Acervo Prof. Mauricio Ferreira, 2020.
Figura 7 - Relação IDH de Jundiaí as demais cidades do Estado de São Paulo. Fonte: PNUD, 2010, adaptado; Relação
PIB de Jundiaí as demais cidades do Brasil. Fonte: IBGE, 2010, adaptado.
33
As características econômicas e culturais de Jundiaí se tornaram
destaque e referência a nível nacional, sendo bem colocada em diversos
rankings, seja em qualidade de vida, financeira, etc.
Figura 8 - Manchetes de jornais que exaltam o desempenho de Jundiaí em rankings urbanísticos. Fontes: G1
Sorocaba e Jundiaí, 11 de fevereiro de 2021; TVTEC Jundiaí, 28 de janeiro de 2021; Salles Imóveis, 2021; Jornal de
Jundiaí, 23 de junho de 2021.
2.1. CLIMA
Figura 9 - Carta solar da cidade de Jundiaí. Fonte: Prefeitura de Jundiaí, 2021. Disponível em:
<https://jundiai.sp.gov.br/planejamento-e-meio-ambiente/wp-content/uploads/sites/15/2017/03/Gr%C3%A1fico-
Insola%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acessado em: 13 de julho de 2021.
34
A velocidade predominante média do vento em Jundiaí passa por
variações sazonais pequenas ao longo do ano. A época de mais ventos no ano
dura de setembro a novembro, durante a primavera, com velocidades médias
do vento 3,5m/s, e a época com menos vento é durante o verão, de dezembro
a fevereiro, com média de 3m/s (SOL-AR, 2021).
Figura 10 - Direção do vento predominante durante o ano. Fonte: SOL-AR, 2021. Adaptado.
35
humanidade, e uma “Reserva da Biosfera da Mata Atlântica” pela UNESCO
(PMJ, 2021f)
A Serra do Japi é muito simbólica para os jundiaienses, especialmente
porque a Serra se faz presente visualmente por quase todo perímetro da
cidade, além disso, o espaço atrai moradores e turistas para caminhadas,
corridas, passeios de bicicletas e visitas a cachoeiras.
Em relação a arborização de vias, a cidade de Jundiaí, embora
apresente uma boa e alta porcentagem, ainda não é uma cidade destaque ou
referência nesse tópico.
5570º 2289º 1º
Figura 11 - Relação arborização das vias de Jundiaí as demais cidades do Brasil. Fonte: IBGE, 2010, adaptado.
36
Além disso, os adubos utilizados nas hortas são naturais, produzidos
com terra e esterco, além de galhos, folhas secas e troncos de árvores, que
sobram das podas realizadas na cidade (SPITZCOVSKY, 2016).
Como resultados, além da conscientização da seleção dos resíduos,
apresentou também a diminuição de animais e insetos sinantrópicos, uma vez
que suas fontes de abrigo e alimentação são eliminadas de forma periódica e
permanente (PMJ, 2021g).
O programa já ocorre há mais de 8 anos e tem tido uma boa aceitação
pelo público. Tendo conhecimento do sucesso e funcionamento desse
programa, é possível replicar algumas ideias do mesmo através do cultivo de
hortas orgânicas.
• ARMAZÉM DA NATUREZA
Existente desde 1997, é o programa responsável pela coleta de lixo
reciclável. Mesmo sendo um serviço terceirizado, o programa é responsável
pela coleta e ações educativas. O objetivo do Armazém da Natureza é
reaproveitar o máximo de resíduos, evitando destina-los aos aterros sanitários
(PMJ, 2021a).
37
• Mundo das Crianças: parque com proposta de integrar brincadeira,
aprendizado e contato com a natureza;
• Guardiões do Patrimônio: visita guiada e temática pelos patrimônios
históricos e culturais da cidade, incentivando a valorização dos mesmos;
• Praça que Acolhe: proposta de revitalização de praças e parques para
deixá-los com aspecto familiar, atraindo sua ocupação.
Além de diversas outras ações que englobam esse projeto. Ele é
relevante pois vai de encontro direto com o objetivo desse trabalho,
especialmente quando relacionado com o Mundo das Crianças.
Uma vez que esse projeto, assim como o Complexo de Educação
Ambiental apresentam características semelhantes, ambos buscam integrar
brincadeiras, aprendizados e natureza, contudo cada qual apresenta sua
peculiaridade.
Figura 12 - Linha do tempo da fachada da fábrica Japy, iniciando no começo dos anos 2000 até 2021. Edição: Pedro
Henrique N. Patelli, julho de 2021. Fonte: Mario Sergio, Prefeitura de Jundiaí e Google Street View, 2021.
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Senador Antonio de Lacerda, auxiliou na importação de teares, e na
modernização da fábrica (PEREIRA, 2019).
A fábrica encerrou suas atividades na década de 1980, após sofrer com
dificuldades administrativas (KALMAN, 2014). Com arquitetura industrial
marcante, o imóvel abrigou por algum tempo as instalações do Supermercado
Paes Mendonça (PMJ, 2014). Entretanto, a partir de 1995, o local ficou
abandonado, e somente em 2008, que o edifício foi incluído no inventário de
bens culturais de Jundiaí, com a tentativa de preservar o que era remanescente
(PEREIRA, 2019).
Na figura acima, nos é apresentada a degradação do espaço durante o
tempo, a partir de 2010, uma série de pichações começaram a ser visíveis na
fachada, assim como a presença de inúmeras vidraças quebradas; mas é a
partir de 2015 que a depredação começa a ser mais intensa, e basicamente, a
única parte remanescente é a fachada que faz divisa direta com a rua, e
permanecendo apenas a estrutura do telhado. Em 2019, abriu-se um concurso
pelo IAB-SP para a restauração e requalificação do espaço, a proposta
vencedora foi a do arquiteto Eduardo Carlos Pereira:
“O novo projeto considerou os novos usos da área de
gestão de cultura, foi enfatizado o acesso universal
com uma grande rampa e um novo e atraente acesso,
mais próximo da estação ferroviária de Jundiaí e o
terminal de ônibus Vila Arens. Para evocar as operárias
tecelãs e a memória da grande indústria, uma empena
foi replicada em ângulo para que proporcionasse um
convite para entrar. Essa empena, coincidentemente,
em forma de pássaro alçando vôo também é o
memorial das tecelãs.” (PEREIRA, 2019, p.1 online)
Figura 13 - Novo acesso da fábrica Japy. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
39
3. LEVANTA-
MENTOS
40
41
3. LEVANTAMENTOS
Para criar diretrizes que norteiam o desenvolvimento desse trabalho, é
necessária a elaboração de diversos levantamentos, responsáveis para acusar
os potenciais positivos e negativos daquela região quanto ao projeto, se é
viável ou não a aplicação do mesmo neste local.
Conforme foi apresentado durante o desenvolvimento do texto até aqui,
a área que iremos abordar localiza-se na região de Vila Arens, um dos polos
mais antigos da cidade, às margens da estação ferroviária de Jundiaí, vide
mapa:
Figura 14 - Mapa aéreo da mancha urbana da cidade de Jundiaí, ponto vermelho destaca a localização do terreno.
Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021. Editado por Pedro H. N. Patelli, 2021.
11
Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats. Ou no português: Análise FOFA (Forças,
Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.
12
Fala do Profº Sergio Antonio dos Santos Junior durante a disciplina Trabalho de Conclusão, UNIP-
Jundiaí, maio de 2021.
42
FORÇAS
AMBIENTE
INTERNO
FRAQUEZAS
ANÁLISE SWOT
OPORTUNIDADES
AMBIENTE
EXTERNO
AMEAÇAS
Figura 15 - Gráfico hierárquico sintetizando o método denominado “Análise SWOT”. Editado por Pedro H. N. Patelli,
2021.
13
Profº Sergio Antonio dos Santos Junior durante a disciplina Trabalho de Conclusão, UNIP-Jundiaí, maio
de 2021.
43
Figura 16 - Mapa de análise interna do terreno. Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021. Editado por Pedro H. N. Patelli, 2021.
Figura 17 - Skyline longitudinal das ruas Moreira Cesar e Lacerda Franco. Fonte: Google Earth, 2021. Editado por
Pedro H. N. Patelli, 2021.
44
3.1.1 FRAQUEZAS
Figura 18 - Fotos dos acessos indicados no mapa, sendo respectivamente denominados como A, B e C. Fotos por
Pedro H. N. Patelli, abril de 2021.
45
Figura 19 - Fotos das edificações existentes no terreno. Fotos por Pedro H. N. Patelli, abril de 2021.
Figura 20 - Fotos do bosque e muro de arrimo que cerca o terreno, atuando como barreira. Fotos por Pedro H. N.
Patelli, abril de 2021.
46
Figura 21 - Mapeamento viário e de zonas. Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021. Editado por Pedro H. N. Patelli, 2021.
Tabela 2 - Gabarito de altura vigente para Zona de Qualificação dos Bairros. Fonte: Prefeitura de Jundiaí, 2019.
Editado por Pedro H. N. Patelli, 2021.
47
fraqueza, visto que o potencial de verticalização não será completamente
aproveitado.
Por fim, o trabalho de manipulação de lixo que esse projeto agregará
também passou a ser uma fraqueza, visto que esse manuseio pode causar
desorganização e mal odor (conforme tabela 2).
3.1.2 FORÇAS
Figura 22 - Fotos da fábrica Japy após execução do projeto de restauro feito pelo arqº Eduardo Carlos Pereira. Foto:
Pedro H. N. Patelli, março de 2021.
48
Figura 23 - Fotos da chaminé da fábrica Japy, um bem histórico municipal tombado. Foto: Pedro H. N. Patelli, março
de 2021.
Figura 24 - Fotos de diferentes ângulos do terreno, demonstrando sua topografia plana. Foto: Pedro H. N. Patelli,
março de 2021.
49
infraestruturas para formação e consolidação das centralidades; II -
permissão de atividades não residenciais compatíveis com o uso
residencial, na perspectiva de garantir a manutenção da qualidade
urbana dos bairros tradicionais e reduzir sobrecargas no sistema viário
local; (...) XI - estímulo à arborização urbana e à agricultura urbana. XII
- respeito ao patrimônio histórico cultural.” (PMJ, 2019, p. 28)
Tabela 3 - Índices urbanísticos para Zona de Qualificação dos Bairros. Fonte: Prefeitura de Jundiaí, 2019. Editado por
Pedro H. N. Patelli, 2021.
14
Fala do Profº Sergio Antonio dos Santos Junior durante a disciplina Trabalho de Conclusão, UNIP-
Jundiaí, maio de 2021.
50
3.2.1 OPORTUNIDADES
Figura 25 - Mapa de localização de centros de reciclagem, ferro velho, ecopontos e afins. Fonte: Google Maps.
Edição: Pedro H. N. Patelli, 2021.
Figura 26 - Mapa de localização de áreas verdes, patrimônios históricos e acessibilidade. Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021;
Google Maps, 2021. Edição: Pedro H. N. Patelli, 2021.
52
região norte e por toda região leste. Embora exista a presença de áreas
permeáveis, os pontos definidos como praças públicas são poucos, sendo uma
na região oeste, outra na região noroeste e uma pequena na região central do
mapa.
Os pontos roxos indicados no mapa, identificam a existência de
patrimônios históricos municipais, possibilitando o entendimento de que se trata
de região antiga, histórica e simbólica da cidade. Além da chaminé e da fábrica
apontadas nesse texto, ainda conta com mais quatros marcos relevantes para
a história do município: Complexo Argos e sua chaminé, Paróquia Nossa
Senhora da Conceição, Chaminé localizada no banco Itaú.
Figura 27 - Da esquerda para direita: Complexo Argos e sua chaminé; Paróquia Nossa Senhora Conceição; Chaminé
localizada no banco Itaú. Foto: Pedro H. N. Patelli, abril de 2021.
53
A partir do conhecimento dos pontos que foram destacados
anteriormente: falta de praças, região histórica, infraestrutura consolidada e
acessibilidade; consideramos todos como oportunidades para o projeto, visto
que o complexo de educação ambiental pode prover o que falta nessa região,
utilizando-se dos recursos como: infraestrutura para tratamento de resíduos
sólidos; espaços de convivência e lazer; e a valorização do patrimônio histórico
da cidade.
Conforme apresentado no texto acima, essa região abriga o bairro mais
antigo da cidade, tendo uma infraestrutura completa e densa ocupação, por
esse motivo foi elaborado o mapa de uso e ocupação a seguir:
Figura 28 - Mapeamento de uso e ocupação. Base: GEOJUNDIAÍ, 2021; Fonte e edição: Pedro H. N. Patelli, abril de
2021.
54
estacionamentos; Edifícios de uso misto são comuns por essa região; As
edificações com usos de serviços e instituições dividem espaços com os
comércios, tendo sua predominância na primeira coluna (oeste) e ao centro do
mapa; A presença de vazios são baixas, distribuídas por todo o mapa pelo
mapa; E a presença de indústrias são ainda mais baixas que os vazios nessa
região, presentes apenas nos quadrantes a sudeste e noroeste; Os quadros a
norte, nordeste e leste, apresentam uma região pouco ocupada, pois consiste
no percurso da ferrovia e as oficinas de manutenção dos trens.
Com base na configuração e descrição do mapa, entendemos que o
local onde se pretende implantar o projeto oferece uma infraestrutura
consolidada, com todos os tipos de ocupação presentes em sua região. A
presença de uma ocupação diversa atua como uma grande oportunidade, pois
o projeto pode atuar como área de lazer para trabalhadores e residentes, assim
como coletora dos resíduos sólidos produzidos pelos mesmos.
3.2.2 AMEAÇAS
Figura 29 - Placa fixada no portão do terreno. Foto: Pedro H. N. Patelli, março de 2021.
55
executados durante a década de 2010. Esse processo de verticalização é
entendido como mais uma ameaça a área de intervenção, uma vez que as
dimensões do terreno geram uma grande arrecadação de IPTU. O alto valor de
IPTU pode ser um fator visto com bons olhos pelo poder público, pois a partir
dele, a arrecadação de impostos será maior, fortalecendo a economia da
cidade e podendo reverter esse acúmulo de capital em obras de infraestrutura
ou lazer para a população.
3.3 CRUZAMENTOS
Tabela 4 - Síntese de forças, fraquezas, ameaças e oportunidades proporcionadas pelos ambientes internos e
externos, a partir da análise SWOT. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
56
atenuar as ameaças; Estratégia de Reforço: resulta do cruzamento entre
oportunidades e fraquezas. Visa identificar o baixo aproveitamento de
oportunidades por conta de fraquezas e corrigir as falhas encontradas (IMME,
2019). Nesse estudo, utilizaremos três dessas estratégias, a ofensiva, de
reforço e de defesa.
Figura 30 - Diagrama explicando fluxos e integração almejada. Base: Foto aérea feita por drone, junho de 2021.
Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
57
O croqui esboça algumas as diretrizes que nortearão o projeto para que
a resolução extraída da análise SWOT e exposta no parágrafo acima seja
executada e coesa. Sendo a linha vermelha tracejada, um caminho criado para
o pedestre explorar o interior da quadra, e as setas verdes representam a
abertura do bosque para o lote. Nesse sentido, são realçadas a importância do
contato com a natureza como válvula de escape das tensões do mundo
contemporâneo, exacerbadas no momento singular em que vivemos devido a
pandemia de Covid-19. De acordo com a análise efetuada, tal prerrogativa vai
de encontro aos pressupostos descritos por Frampton (1983; In.: NESBITT,
1996), uma vez que essa interação é importante para qualidade de vida, e
devido ao atual intenso desenvolvimento tecnológico regido pela globalização,
acaba sendo um aspecto cada vez mais esquecido na arquitetura
contemporânea.
A fraqueza apontada como “edificações existentes” poderia ser
solucionada em conjunto com o “trabalho com lixo”, visto que a estrutura
edificada é projetada para abrigar caminhões, serviria de recurso para abrigar
os caminhões de coleta de lixo e também como local de descarte e separação,
resolvendo, em partes, os problemas anteriormente citados, como: odor e
desorganização.
Por fim, no que tange a questão do baixo aproveitamento do gabarito de
altura permitido, a premissa para adoção de baixo gabarito está associada por
um lado ao caráter do projeto que permitirá o uso do público de qualquer faixa
etária, mas principalmente a proposta de valorização do monumento presente
no terreno – a chaminé. Uma edificação com gabarito mais alto esconderia a
chaminé, descaracterizando seu papel como marco, visado tanto neste texto.
58
A existência de edificações e o seu reaproveitamento, em conjunto com
a preservação do gabarito de altitude imposto subjetivamente pela chaminé e
pela fábrica Japy, tornam esse terreno o ideal para a implantação do complexo
de educação ambiental. A escassez de acessos abre oportunidades para a
implantação de praças e parques, ampliando a percepção do usuário em
relação a cidade, e criando novos caminhos.
Segundo Gehl (2010), o Homo sapiens é um mamífero ereto de
orientação horizontal, logo, suas experiencias sempre vão ser impactantes na
escala humana. A variação de escala causa ao ser humano diferentes
sensações, como percepção, tato, paladar e etc. Neste projeto, como conceito
físico-experimental, buscamos aproximar o usuário com o edificado e dar
significado ao passado, por esse motivo necessitávamos de algo que abrigasse
o pedestre, e o motivasse a permanecer naquele local.
“Enquanto a rua sinaliza movimento – “por favor, siga em
frente” -, psicologicamente a praça sinaliza a permanência.
Enquanto o espaço de movimento diz “vá, vá, vá”, a praça diz
“pare e veja o que acontece aqui”. Pés e olhos deixaram uma
marca indelével na história do planejamento urbano. Os
componentes básicos da arquitetura urbana são o espaço de
movimento, a rua, e o espaço de experiência, a praça” (GEHL,
2010, p. 38)
59
Figura 31 - Fachada do condomínio Premiatto. Fonte: Google Street View. Acessado em: 26 de julho de 2021.
60
patrimônios como uma forma de resgate ao passado, utilizar das virtudes da
arquitetura e urbanismo para ressignifica-los, dando um novo sentido,
conceitual, para esses objetos – antes a chaminé era símbolo de poluição, hoje
busca-se que seja símbolo da reciclagem.
Embora o complexo de educação ambiental não arrecade tantos tributos
quanto um edifício residencial, a sua implantação pode gerar lucro: a curto
prazo com a venda de utensílios fabricados a partir de objetos recicláveis; e a
longo prazo, economizando com os custos do aluguel de aterros sanitários em
cidades vizinhas e sua respectiva logística (incluindo caminhões, combustível e
até tempo), a economia pode ser mais eficaz uma vez que o ensino ambiental
for fortemente difundido, criando uma conscientização para as gerações
futuras, e um ciclo de vantagens.
61
4. REFERÊNCIAS
PROJETUAIS E
ESTUDOS DE
CASO
62
63
4. REFERENCIAS PROJETUAIS E ESTUDOS DE CASO
4.1 PARC DE LA VILLETTE
Figura 32 - Parc de La Villette visto do Canal l’Ourcq. Fonte: Ella Comberg, 2018. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/900296/como-o-parc-de-la-villette-influenciou-a-maneira-como-projetamos-
nossos-parques-no-seculo-xxi> Acessado em: 17 de maio de 2021. Adaptado.
HISTÓRIA
A área parque conta com 135 hectares e está localizado em um terreno
que no século XIX, durante o governo de Napoleão III, servia como bacia de
abastecimento d’água para períodos de estiagem; posteriormente, em meados
do século 19, o espaço passou a ser utilizado como matadouro, com galpões
de abate de animais, descrito como: o lugar mais anti-natural de Paris
(GUATELLI, 2017).
64
O concurso buscava um projeto que seria referência, algo futurista, do
século XXI, e foi isso que Tschumi, entregou, um projeto totalmente fora dos
padrões dos parques tradicionais (SOUZA, 2013). O Parc de La Villette não
conta com um programa específico, muito menos busca resgatar a imagem de
um espaço de repouso e exclusão da cidade, mas uma série de espaços que
permitem a livre interpretação e interação dos usuários e que atue como uma
extensão da cidade (GUATELLI, 2017).
Figura 33 - Encontro de pessoas próximo a uma folie no Parc de La Villette. Fonte: Archdaily, 2021. Disponível em:
<http://www.tschumi.com/projects/3/> Acessado em: 27 de julho de 2021.
65
ANÁLISE PROJETUAL E FUNCIONAL
Figura 34 - Imagem aérea do Parc de La Villette. Fonte: Philippe Guignard. Disponível em:
<https://www.petitfute.com/d3-paris/actualite/m17-top-10-insolites-voyage/a21858-top-10-des-choses-a-faire-et-
voir-a-la-villette.html> Acessado em: 18 de maio de 2021. Edição: Pedro H. N. Patelli, 2021.
66
Figura 35 - Mapa de setorização e fluxos do Parc de La Villette. Disponível em: <http://www.abcd-culture.com/parc-
et-grande-halle-de-la-villette/>. Acessado em: 26 de julho de 2021. Adaptado.
15
“Tschumi concebe as unidades vermelhas – os pontos – como releituras das
históricas folies dos parques e jardins franceses e ingleses, lugares programados e
desprogramados dedicados ao ócio, divertimento e pequenas apresentações e
acontecimentos. Mas, a malha regular de folies desenhada por Tschumi atualiza a ideia
das folies do passado. Ubiquidade e singularidade são trabalhados em conjunto nas folies do
parque La Villette.” (GUATELLI, 2017)
67
sinuosas ou retilíneas, elevadas ou rebaixadas e em diversos materiais
(SOUZA, 2013). Por fim, os planos, tratam-se de jardins temáticos e dos
gramados, mesmo atuando em um terreno considerado plano, Bernard
Tschumi brinca com a altimetria em alguns pontos. O arquiteto diz que cada um
dos três tópicos foi projetado de forma independente, e posteriormente,
sobrepostos (GUATELLI, 2017). Na figura abaixo é representado as linhas, os
pontos e os planos (de cima para baixo respectivamente), e como estão
inseridos no projeto.
Figura 36 - Perspectiva axonométrica isométrica explodida conceitual do Parc de La Villette. Fonte: Archidaily.
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-160419/classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-slash-
bernard-tschumi> Acessado em: 19 de maio de 2021.
68
apresenta um formato diferente, para Tschumi, esses objetos foram projetados
para instigarem o usuário a dar um uso para eles, para serem descobertos e
explorados, um convite ao usuário para desvendar aquele local (GUATELLI,
2017).
Figura 37 - Algumas folies de Tschumi demonstrando diferentes seus diferentes usos, formas e composições. Fonte:
ABCD culture, 2021. Disponível em: <http://www.abcd-culture.com/parc-et-grande-halle-de-la-villette/> Acessado
em: 26 de julho de 2021.
ANÁLISE CONCEITUAL
A proposta inicial é que o parque fosse democrático e com uma proposta
única. Quando comparado ao parque Buttes-Chaumont, localizado a um
quilometro de distância do parc de La Villette, é grande o contraste, enquanto o
Buttes-Chaumont buscava representar um refúgio verde, excluindo o meio
urbano; o Parc de La Villette propunha fazer daquele espaço uma extensão da
cidade. esse contraste vai além da composição dos elementos dos parques,
mas é refletido nas funcionalidades e nos frequentadores do local. Enquanto o
parque Buttes-Chaumont, apresenta como única e exclusiva funcionalidade: o
escapismo naturalista, e recebe um público homogêneo, caucasiano, com leve
ascendência burguesa; o parc de La Villette oferece uma série de atividades de
ócio e lazer, atraindo e proporcionando uma miscigenação social, composta por
corredores, skatistas, músicos, fisiculturistas, flamantes, turistas e inúmeros
outros (GUATELLI, 2017).
“Com uma paisagem futurista e bucólica ao mesmo tempo,
dominada por grandes edifícios de alcance metropolitano –
uma sede com conservatórios e auditório musical, um museu
tecnológico, um imenso pavilhão de exposições, um hotel junto
do porte de La Villette, uma casa de shows – pequenas
edificações comerciais, de serviços, de abrigo e ócio,
intermediando a escala metropolitana e a escala local,
ausência de entraves à circulação, o que leva à presença
concomitante de transeuntes, errantes, passantes, hóspedes
de diferentes raças, classes e etnias, mecanismos de
mobilidade vertical – como um elevador, passarelas, escadas –
estações de metrô nas extremidades articuladas por uma
69
marquise, estacionamento em subsolo, um submarino no ar,
um imenso cinema geodésico, praças pavimentadas, um canal
d’água – parte de um sistema hídrico metropolitano – para lazer
e transporte de carga e passageiros, jardins, play-ground,
carroussel, tendas, passeios arborizados em linha, extensos
gramados planos, estamos diante de um parque urbano ou
uma cidade parqueada?” (GUATELLI, 2017, p.01)
Por conter uma proposta de trabalho totalmente fora dos padrões para a
época (1980), servindo como referência até para os dias atuais, o projeto do
parc de La Villette de Bernard Tschumi se trata de um projeto democrático,
onde o usuário tem a liberdade de moldar a experiencia que deseja receber, as
imagens abaixo demonstram a singularidade que o espaço oferece.
Figura 38 - Cidade da ciência visto do canal L’Ourgc. Fonte: Archdaily, 2018. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/900296/como-o-parc-de-la-villette-influenciou-a-maneira-como-projetamos-
nossos-parques-no-seculo-xxi> Acessado em: 27 de julho de 2021.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste projeto, entendemos a importância de causar a curiosidade no
visitante, de instigar o usuário a buscar e extrair o máximo de cada espaço,
fazendo com que cada visita ao local, uma nova experiencia seja promovida. A
preocupação de Tschumi com o usuário, o jogo de escalas, cheios e vazios,
abertos e fechados, subidas e descidas, altos e baixos, mesmo que subjetiva, é
o que torna o parc de La Villette atraente.
70
Com auxílio das informações acima, entendemos que o parc de La
Villette oferece ao usuário uma experiencia espacial totalmente diferente dos
parques ingleses e franceses da época, desconstruindo o conceito de parque,
elevando-o para um outro nível, é de fato um parque para se descobrir. Além
disso, é possível entender que Bernard Tschumi desconstruiu toda a imagem
do uso anterior que o espaço tinha, adequou edificações novas com antigas, e
concedeu um novo olhar para esse local, essa reflexão recai exatamente em
um dos objetivos desse trabalho: conceder um novo uso para um local, recicla-
lo, neste caso, a fábrica Japy.
Esse estudo de caso auxiliará no desenvolvimento do complexo de
educação ambiental quando aplicado a organização da implantação dos
edifícios e organização de fluxos, mas mais que isto, contribuirá para o
aperfeiçoamento da conceituação projetual, visto que o parc de La Villette se
tornou um case de sucesso por conta de seu conceito arquitetônico e filosófico
fora do tradicional.
71
4.2 ESCOLA JULES VERNE
73
Figura 41 - Escola Jules Verne. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/806607/escola-jules-verne-archi5>.
Acessado em: 27 de julho de 2021.
74
Figura 42 - Escola Jules Verne. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/806607/escola-jules-verne-archi5>.
Acessado em: 27 de julho de 2021.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do projeto para Escola Jules Verne destacam-se para o presente em
especial dois pontos: a forma de construir, através de estrutura de madeira, em
um local já edificado, evitando desgastes e o alto tempo que as obras
tradicionais requerem; e fatores ecológicos e sustentáveis, que mesmo não
apresentando nenhum tipo de certificação validando isso, o edifício consegue
se destacar nesse aspecto. O conceito desse projeto também ressalta, de
forma indireta, como a escola pode ser acolhedora com seus alunos, a partir
dos revestimentos escolhidos, e como uma boa setorização é relevante e
importante para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos.
75
4.3. CENTRO DE COLETA DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE
SCHWEINERN
INTRODUÇÃO
O Centro de Coleta de Materiais Recicláveis é um projeto do escritório
RUHM Architekten, localizado na cidade de Schweinern, na Áustria, como o
próprio nome diz trata-se de um centro de reciclagem e gestão de resíduos
sólidos, sendo um projeto comunitário para a proteção ambiental da região
onde o edifício se encontra. O local conta com uma área construída de 1.880m²
e sua construção foi finalizada em 2019 (RUHM ARCHITEKTEN, 2021).
Figura 44 - Centro de Coleta de Materiais Recicláveis. Fonte: Ruhm Architekten, 2021. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/958832/centro-de-coleta-de-materiais-reciclaveis-ruhm-architekten>. Acessado
em: 21 de julho de 2021.
76
ANÁLISE PROJETUAL E FUNCIONAL
Localizado às margens de um pequeno vilarejo da cidade de Schweiner,
na Áustria, rodeado de casas tradicionais da região, o projeto floresceu
inicialmente da ideia de organizar a gestão de resíduos sólidos, atendendo não
somente o pequeno vilarejo em que está localizado, como também as vilas
vizinhas.
O conceito do projeto reside em transformar antigas áreas de descarte
de resíduos em um local com infraestrutura preparada para receber a coleta e
fazer a separação dos resíduos sólidos urbanos, promovendo suporte para o
funcionamento das vilas e cidades locais (RUHM ARCHITEKTEN, 2021).
Figura 45 - Centro de Coleta de Materiais Recicláveis. Fonte: Ruhm Architekten, 2021. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/958832/centro-de-coleta-de-materiais-reciclaveis-ruhm-architekten>. Acessado
em: 21 de julho de 2021.
77
O terreno em que o projeto foi implantado permite um tráfego ininterrupto
e uma zona de manobra espaçosa que faz com que o funcionamento dos
fluxos não seja conflitante entre seções, seja a de operação ou descarte, que
são deixados pelos clientes e posteriormente levado pela empresa responsável
para que ocorra o processamento (RUHM ARCHITEKTEN, 2021).
Figura 46 - Mapa de setorização e fluxos do Centro de Coleta de Materiais Recicláveis. Fonte: Ruhm Architekten,
2021. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/958832/centro-de-coleta-de-materiais-reciclaveis-ruhm-
architekten>. Acessado em: 21 de julho de 2021. Adaptado.
78
Figura 47 - Fachada posterior do Centro de Coleta de Materiais Recicláveis. Fonte: Ruhm Architekten,
2021.Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/958832/centro-de-coleta-de-materiais-reciclaveis-ruhm-
architekten>. Acessado em: 21 de julho de 2021.
79
Figura 48 - Fachada frontal do Centro de Coleta de Materiais Recicláveis. Fonte: Ruhm Architekten, 2021. Disponível
em: <https://www.archdaily.com.br/br/958832/centro-de-coleta-de-materiais-reciclaveis-ruhm-architekten>.
Acessado em: 21 de julho de 2021.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse projeto nos entrega de forma clara e eficiente a importância dos
fluxos em uma central de coleta de resíduos, devendo atentar-se em uma
tríade: descarte-operação-transporte final. Além disso, o projeta exemplifica a
relevância de manter um projeto arquitetônico coerente com seu uso, nesse
caso se trata de um espaço de coleta de resíduos sólidos (lixo), que visa obter
o mínimo de desperdício possível, essa finalidade projetual foi espelhada para
a execução da obra, tornando uma obra de baixo impacto e que aproveita de
recursos naturais para se manter funcionando.
80
4.4. ESCOLA REDBRIDGE
INTRODUÇÃO
A Escola Redbrige, é um projeto localizado na cidade de Lisboa, no
bairro Campo de Ourique, dentro de uma malha simétrica e ortogonal de ruas,
sendo predominantemente residencial, a Escola ocupa um terreno complicado
como “restos de quadra”, sua área total corresponde a 4.564m², e atua como
uma escola internacional.
81
ANÁLISE PROJETUAL E FUNCIONAL
O grande desafio desse projeto foi ocupar o terreno de forma coesa,
uma vez que o mesmo apresenta duas testadas em lados opostos no
quarteirão, contornando uma residência e se unindo em uma estreita faixa de
terra posterior a casa. Além disso, outros fatores agiram como limitador do
projeto: a lei urbanística, que obrigava a edificação começar alinhada com os
demais edifícios e limitava sua altura em até 4 pavimentos; e árvores de grande
porte a ser preservada na parte sul (ARX PORTUGAL, 2021).
Como solução para esses problemas, o conceito do projeto reside em
criar dois volumes distintos, porém unificados através de um sistema estrutural
e acabamentos semelhantes, sendo o edifício norte integrante da cidade, e o
sul dos jardins (ARX PORTUGAL, 2021).
Figura 51 - Setorização e fluxos Escola Redbridge. Fonte: ARX Portugal, 2021. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/935449/escola-redbridge-arx-portugal-arquitetos>. Acessado em: 27 de julho de
2021. Adaptado
83
ambientes escolares, demonstrando calor e acolhimento (ARX PORTUGAL,
2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora a Escola Redbridge, apresente um plano de setorização e fluxos
bem resolvidos, e ótimas soluções para resolver os problemas encontrados na
fase projetual, essa edificação, diferente das duas citadas anteriormente,
carece de soluções e propostas sustentáveis, seja na fase de execução de
obra, como no reaproveitamento de recursos naturais. Além disso, embora não
apresente uma volumetria de destaque, o estudo é um case de sucesso ao
fazer a conexão através da utilização de revestimentos iguais, mesmo em
espaços, alturas, formas e volumes diferentes.
84
Figura 53 - Escola Redbridge. Fonte: ARX Portugal, 2021. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/935449/escola-redbridge-arx-portugal-arquitetos>. Acessado em: 27 de julho de
2021.
85
4.5. ESPLANADA MONTE CASTELO
86
Figura 55 - Comentário sobre a Esplanada Monte Castelo em 2019. Disponível em:
<https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g303616-d17390685-Reviews-Esplanada_Monte_Castelo-
Jundiai_State_of_Sao_Paulo.html>. Acessado em: 02 de setembro de 2021.
Figura 56 - Esplanada Monte Castelo em 2012 e 2021. Fonte: Google Street View, 2021. Adaptado.
Figura 57 - Foto aérea da Esplanada Monte Castelo. Fonte: Google Earth, 2021. Adaptado.
Figura 58 - Novo acesso da Esplanada Monte Castelo. Fonte: Google Street View, 2021. Adaptado.
88
contam com inúmeros patamares, piso táctil e com guarda corpo e um corrimão
redondo.
Figura 59 - Esplanada Monte Castelo. Fonte: Google Street View, 2021. Adaptado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Esplanada Monte Castelo, a poucos metros da área em que
pretendemos implantar o complexo de educação ambiental, surgiu como
solução para um grande desafio: o desnível topográfico x acessibilidade. O
projeto é simples, mas efetivo, as formas e conexões criadas entre escadas e
rampas podem ser referencias onde um espaço deixe de ser apenas um local
de passagem e passe a atuar como um espaço de convivência também.
89
5. DIRETRIZES E
INTERVENÇÕES
URBANAS
90
91
5. DIRETRIZES
Devido à crescente econômica brasileira entre os anos 2000-2013, a
qualidade de vida dos brasileiros aumentou e consequentemente gerou
aumento no consumo, que teve um reflexo direto na produção de resíduos
sólidos. Esse aumento do consumo, no entanto, vem acompanhado de uma
coleta de resíduos regular e diminuição da coleta seletiva. (POLZER, 2017,
p.197-198)
Além disso, Polzer coloca que:
“Em geral, camadas mais necessitados da sociedade geram
maior quantidade de resíduos orgânicos enquanto populações
de alta renda tendem a consumir mais produtos
industrializados, produzindo maior quantidade de embalagens.
Além disso, o desperdício passa ser maior, resultado da maior
abundância de produtos.” (POLZER, 2017, p.197-198)
92
Seguindo esses dados, são componentes das diretrizes que esse
trabalho almeja atingir os seguintes subtópicos:
5.1. LEGISLAÇÃO
• Taxa unitária
“Essa taxa tem como objetivo financiar a gestão de resíduos no
município, desde a coleta, pré-tratamentos (reuso, reciclagem, compostagem,
biodigestão anaeróbica), valorização energética até a disposição final.”
(POLZER, 2017, p. 189).
A taxa unitária é um valor cobrado correspondente ao volume de
resíduos sólidos produzidos, tendo como objetivo a conscientização da
população a fazer a separação dos materiais, e destiná-los corretamente para
a reciclagem ou compostagem, visto que quanto melhor separado for os
resíduos, menor será o valor final cobrado.
93
Para implantação dessa cobrança na cidade de Jundiaí, sugere-se que
inicialmente essa taxa seja cobrada das indústrias e empresas, e depois de
três a cinco anos, implantado para comércios e residências, visto que
necessitará de uma nova logística de coleta. Para tornar a implantação da taxa
unitária na cidade viável, o valor arrecadado será diretamente atribuído para a
capacitação da coleta seletiva. Os prazos correspondentes para a aplicação
devem ser estudados pelo poder legislativo.
• IPTU Verde
“Tem como meta reduzir os resíduos na fonte e aumentar os índices de
reciclagem pela população.” (POLZER, 2017, p.189). O IPTU Verde se trata de
uma redução do valor do IPTU para as construções que aderirem técnicas
construtivas sustentáveis como: cisternas, reuso de água, telhados verdes,
sistema de energias renováveis e afins. Como o IPTU verde é cedido apenas
para as construções em que os proprietários solicitarem, não há um prazo
mínimo de instalação desse incentivo, podendo ser instalado
instantaneamente.
A prefeitura de Catanduva, por exemplo, utiliza esse recurso desde
2018, com o objetivo de promover mais construções sustentáveis e maior
responsabilidade com a natureza, concedendo incentivos fiscais para os
cidadãos adeptos de determinadas soluções e práticas em suas construções,
conforme exemplificado no banner a seguir (Prefeitura de Catanduva, 2021):
94
Figura 60 - Banner com as porcentagens de descontos do IPTU verde oferecido pela prefeitura de Catanduva. Fonte:
Prefeitura de Catanduva, 20 de julho de 2021. Disponível em: <http://www.catanduva.sp.gov.br/financas/iptu-
verde>. Adaptado
95
Seria importante que a prefeitura de Jundiaí adotasse medidas
semelhantes ao exemplificado na imagem da prefeitura de Catanduva, com a
implantação de tópicos sustentáveis que oferecem descontos cumulativos no
valor integral do IPTU. Como por exemplo: Se uma residência conta com
sistemas de energia solar e aquecimento solar, além de uma calçada ecológica
– considerando as percentagens da imagem (4%, 4% e 2%) – e o valor do
IPTU corresponde a 100 reais, soma-se os valores de percentagem e o total
reflete em descontos no valor integral do IPTU (4+4+2-100=90), nesse caso, o
valor total do IPTU corresponderia a 90 reais. Cabe mencionar que o texto
reflete o exemplo de uma sugestão para o funcionamento desse projeto e
entende-se que essa é a melhor opção a ser seguida.
Ressalta-se que a consolidação desse projeto também é muito
dependente de sua divulgação, a publicidade e dispersão dessa lei para os
habitantes é muito importante, pois leva a informação para a população e
incentiva a adoção de práticas mais sustentáveis. Pois, embora a existência da
lei seja importante, sua eficácia torna-se muito baixa se essa prática não for
disseminada para o público.
• Depósito Retorno
“Bastante difundido na Europa esse sistema visa incentivar o munícipe a
trazer suas embalagens em pontos específicos recebendo um valor por elas.”
(POLZER, 2017, p.190)
Essa é a taxa mais simples das três, os munícipes juntam determinados
materiais que podem ser trocados por uma quantia em dinheiro proporcional ao
volume de material entregue. Assim como o IPTU verde, essa taxa não tem um
prazo mínimo para ser instalada, sendo recomendada a implantação imediata
do incentivo na cidade de Jundiaí, contudo é necessário preparar um ponto
específico para o recebimento e o armazenamento desses materiais, sendo o
complexo de educação ambiental, e os eco-pontos, essas bases de
recebimento.
96
5.3. INTEGRAR O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Esse aspecto se tornou uma diretriz a longo prazo, que poderia ser
implementada após a conclusão e êxito de todos os programas citados até
aqui. O objetivo dele é promover a redução na geração de resíduos e os pré-
tratamentos. Polzer (2017, p. 199) nos apresenta um esquema simplificado de
como esse programa deve funcionar:
COLETAS SEPARADAS:
- RECICLÁVEIS
- ORGÂNICOS
- REJEITOS
LOGÍSTICA REVERSA
INDÚSTRIAS DE RECICLAGEM
Figura 61 - Fluxograma das fases de implantação do plano de gerenciamento de RSU para um município. Fonte:
POLZER, 2017, p.199. Adaptado.
97
5.4. INTERVENÇÕES URBANAS
Figura 62 - Imagem aérea demonstrando as áreas de intervenções. Fonte: Google Earth, 2021. Adaptado.
98
utilização de terreno sem uso para estacionamento). Ambos tipos de
proposições serão explicados nos subtópicos a seguir.
99
Figura 63 - Colagem destacando a região que sofrerá a intervenção. Fonte imagens: Pedro Henrique N. Patelli, 2021;
Jornal Tribuna de Jundiaí, 2018, disponível em: <tribunadejundiai.com.br/noticias/cidades/jundiai/3053-jundiai-
esta-sem-onibus-a-partir-da-zero-hora-de-domingo>. Fonte mapa base: Google Earth Pro, 2021.
Figura 64 - Fachadas das edificações de serviços. Fonte: Google Street View, 2021.
100
transportes coletivos, sendo um de ônibus interurbano, outro fretado e um
ferroviário. Além disso, registra-se a existência de duas imponentes igrejas,
além de um hotel. Não se trata de uma área diversificada em relação aos usos
de serviços.
Figura 65 - Fachadas das edificações de comércios. Fonte: Google Street View, 2021.
101
Figura 66 - Situação do local atual (superior); Situação projetada (inferior). Fonte: Google Earth Pro, 2021.
Adaptado.
102
Além do aumento do passeio, esse espaço poderá ser utilizado por
comerciantes de ruas – sorveteiros, pipoqueiros, etc. -, além de acomodar
mesas de restaurantes e lanchonetes da região, funcionando como um
boulevard. Parte do mobiliário urbano produzido nas oficinas de reciclagem
será utilizado nessa região – podendo ser mesas, lixeiras, bancos ou
sinalizações. Outra possibilidade que esse calçamento oferece é a criação de
comércios em suas beiradas, onde as edificações existentes poderão abrir
entradas comerciais. A construção desse calçadão acarreta também um
adensamento verde, onde segundo o Guia Global de Desenho de Ruas (GDCI
e NACTO, 2016), esse tipo de adensamento melhora o sombreamento da área,
a qualidade do ar, os sistemas de gestão de águas e o microclima local.
Outros fatores que também se modificarão com essa proposta de
implantação são: o alargamento da calçada ao leste do mapa; faixas de
pedestre com travessia elevada, estendendo o nível da calçada através da rua,
moderando o tráfego, reduzindo a velocidade dos veículos e melhorando o
campo visual dos mesmos, esse tipo de intervenção é recomendada pelo Guia
Global de Desenho de Ruas (GDCI e NACTO, 2016) para vias com fluxo
veicular e de pedestres de médio a alto, sendo utilizadas em cruzamentos ou
meios de quadra, reduzindo a velocidade veicular a 30km/h; no calçamento da
quadra a oeste no mapa, ocorreu o que é conhecido como avanço, ou seja,
extensões de caçada sobre a faixa de estacionamento, aumentando a
visibilidade, aumento do passeio e espaço para paisagismo; a iluminação foi
melhorada na região do calçadão para promover uma maior sensação de
segurança; e por fim, a criação de canteiros centrais, utilizados para reduzir a
largura das vias, organizando o tráfego e criando uma sensação de
responsabilidade com os pedestres.
Por confrontar diretamente com duas igrejas e estar próximo de
terminais intermodais, o aumento de calçada proposto tem um grande potencial
para ser povoado, especialmente a noite, através de uma relação entre órgão
público e cidadãos. As ideias citadas acimas podem ser melhores identificadas
na perspectiva a seguir:
103
Figura 67 - Situação do local atual em fotografia aérea (superior); Situação projetada (inferior). Fonte: Pedro
Henrique N. Patelli. Adaptado.
104
inicia-se com as implantações dos containers nos bairros da proximidade,
como Centro, Vila Progresso, Vila Vianelo, Jardim Tamoio e Jardim Colônia; e
por fim, na terceira fase, atender todos os bairros da cidade. Embora cada
bairro necessite de um tamanho/projeto de estação específico, o modelo a
seguir, desenvolvido pela prefeitura de Curitiba, serve como base e referência
ao desenvolver as estações de coleta, sendo manual, prática e intuitiva:
Figura 68 - Estação de sustentabilidade, em Curitiba. Fonte: Prefeitura de Curitiba, 2014, disponível em:
<https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/curitiba-instala-primeira-estacao-de-sustentabilidade-para-entrega-
voluntaria-de-residuos/34886>. Acessado em 15 de julho de 2021.
105
Outro fator importante quando se pretende instalar um projeto desse
porte é diminuir os custos com o transporte, visando a economia e diminuindo a
emissão de gases dos caminhões, uma vez que a coleta aos poucos passaria a
ser executadas pelos civis e não mais pelos caminhões. Como destaca
Veronica Polzer (2017):
“Otimizar o transporte entre fases de coleta, tratamento e
destino final também é um aspecto que precisa ser considerado
no gerenciamento integrado, pois representa uma redução
significativa nas emissões de poluentes, assim como na
produção de odor e ruído.” (POLZER, 2017, p.197)
Por esse motivo as coletas não podem ser semanais, podendo ser
quinzenais ou mensais, o que diminui a rotatividade dos caminhões nas vias.
Portanto, as estações de coleta devem ter a capacidade de armazenar os
resíduos da região por 20 dias. Outro fator importante é que as estações
necessitam estar protegidas das intempéries, pois uma vez que os materiais
entram em contato com a água ou outras substâncias, perdem suas
características, não podendo ser reciclado.
Como diretriz para implantação, após fazer a leitura dos espaços, e
entendendo a teoria descrita nos parágrafos acima, designamos pontos
sugestivos para a implantação dessa estrutura no raio próximo ao terreno
selecionado, e em seguida exemplificamos como a implantação poderia ser
feito em um desses pontos.
106
Figura 69 - Mapa sugestivo para a implantação dos ecopontos. Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021; Google Maps, 2021.
Edição: Pedro H. N. Patelli, 2021.
107
Figura 70 - Terrenos sugestivos para a implantação de ecopontos. Fonte: Google Street View, 2021. Adaptado.
108
ambiental, esse ponto é relevante pois é uma passagem de um grande fluxo de
pedestre devido seus confrontantes comerciais; o ponto I é o mais questionável
de todos, está localizado entre três vias, sendo uma bem influente para região,
sua localização é boa para os moradores, mas a topografia deixa alguns
desafios para a retirada e manutenção; o local J se localiza numa zona
predominantemente residencial e poderá ser implantado dentro de um
estacionamento; por fim, o ponto K atuaria de forma semelhante ao E,
utilizando espaços externos de uma empresa, em troca de benefícios
econômicos.
Como sugestão de implantação, utilizamos o ponto A para exemplificar
uma das possibilidades de projetar essa intervenção. É importante ressaltar
que a utilização de containers é indicada pois além de facilitar o transporte,
oferece condições de isolamento para os RSU, e também dá um novo uso para
o que havia sido descartado, reaproveitando-o.
109
Figura 72 - Colagem com referências de mobiliários urbanos feitos através de materiais recicláveis. Fonte imagens:
Pedro Henrique N. Patelli, 2021; Inhabitat, 2009, disponível em: <inhabitat.com/project-bottlestop-a-solar-powered-
bottle-adorned-bus-shelter>; Joanna Helm, 2012, disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-
40932/mobiliario-urbano-reciclado-por-oliver-schau>; Rodrigo Alonso, 2014, disponível em:
<http://ralonso.com/portfolio/100>.
16
“As feiras noturnas se tornaram um point para quem quer gastar menos e comer bem. Além de
cobrar frutas, verduras e legumes, os consumidores da região de Jundiaí (SP) tem a opção de gastar
entre R$ 10 e R$ 20 e degustar várias comidas diferentes, como acarajé, tapioca comida árabe e até
japonesa.” G1 Globo (2016). Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-
jundiai/noticia/2016/07/feiras-noturnas-na-regiao-de-jundiai-viram-point-para-jantar-economico.html>.
Acesso em 09 de novembro de 2021.
110
Figura 73 - Mapa sugestivo para a implantação dos mobiliários urbanos. Fonte: GEOJUNDIAÍ, 2021; Google Maps,
2021. Edição: Pedro H. N. Patelli, 2021.
111
5.4.4. REQUALIFICAÇÃO DE ESTACIONAMENTO
112
para os usuários do parque – visto que não haverá o trânsito de veículos
automotores -, também proporcionará o conforto de alguns usuários que
necessitam do transporte individual para chegar, contudo o excesso de vagas
não é recomendado, visto que o complexo se localiza próximo a terminais de
ônibus e trem, e espera-se que seus usuários optem por um transporte coletivo
e de menos impacto ao meio ambiente.
Figura 75 - Exemplificação para a implantação de estacionamento. Elaboração desenho: Pedro H. N. Patelli, 2021.
113
6. PROJETO
ARQUITETÔNICO
114
115
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ÁREA: 14.518,02m²
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PERÍMETRO: 552,20m
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15
IMPLANTAÇÃO DO TERRENO
ESCALA 1:750
6. PROJETO ARQUITETÔNICO
6.1 TERRENO
O terreno que trabalharemos conta com um perímetro disforme que
totaliza uma área de aproximadamente 14.518,00m², está localizado na
confluência das ruas Lacerda Franco e Barão do Rio Branco, inserido no bairro
de Vila Arens, na cidade de Jundiaí.
Pela legislação municipal, o espaço está na Zona de Qualificação dos
Bairros, inserido na Macrozona Urbana. As ruas que contornam o terreno são
caracterizadas como Vias de Organização dos Bairros, sendo a Rua Lacerda
Franco, de Indução, e a Rua Barão do Rio Branco, de Concentração.
Por ter comportado a Tecelagem Japy em meados do século XX, o
terreno apresenta uma topografia nivelada - embora seu perfil natural do
terreno original conte com um desnível de aproximadamente sete metros;
também conta com um galpão inferior voltado para o noroeste, que se encontra
em estado de abandono; nesse galpão é criado um acesso para o pavimento
superior através de uma rampa.
A fachada nordeste, confrontante com a Rua Lacerda Franco, apresenta
dois muros de arrimos, separados por um talude que conta com uma densa
arborização, sendo uma via totalmente residencial e sem acessos. Na face
sudeste do terreno temos a fachada remanescente da antiga tecelagem, que
foi restaurada nos anos de 2020 e 2021, e que futuramente será uma galeria
expositiva. Enquanto a fachada sudoeste confronta com o estacionamento e
com os fundos do supermercado Boa. Ao centro do terreno, além da presença
da rampa, existe também uma chaminé, o ultimo resquício remanescente da
fábrica.
Hoje (2021), esse espaço encontra-se sem uso, embora não esteja
totalmente abandonado, encontra-se todo gradeado, e os dois acessos – Rua
Lacerda Franco, ao sul; e Rua Barão do Rio Branco, pelo galpão, ao norte –
estão fechados por portões. A imagem anterior exemplifica melhor, com
medidas, a organização do terreno e como ele se comporta dentro da quadra.
Cabe mencionar que as medidas expressas no desenho não são fidedignas ao
que se encontra in loco, mas são cotas aproximadas, extraídas de mapas
satélites e da base de dados presente no geoportal da cidade de Jundiaí.
118
6.2. CONDICIONANTES
Figura 76 - Isométrica situação atual do terreno. Elaboração desenho: Pedro H. N. Patelli, 2021.
119
área do terreno, nesse caso o valor mínimo corresponde a 0.1 e o máximo 2.5
(o mínimo edificado deverá ter 10% da área do terreno, enquanto o máximo
poderá ser de 250%), cabe mencionar que a área de aproveitamento
corresponde a soma final de todos os pavimentos; a taxa de ocupação
corresponde a um limite máximo de quanto o solo poderá ser utilizado, no
nosso caso 60% da área do lote, sendo os outros 40% desprovidos de
qualquer cobertura ou construção; os recuos são dados que orientam a posição
da construção em relação aos limites do lote, o frontal corresponde a 4 metros,
enquanto os laterais e dos fundos variam de acordo com a altura da edificação;
os conceitos de gabarito de altura já foram exemplificados nesse trabalho e o
valor correspondente está na tabela 2.
A tabela a seguir exemplifica de maneira mais precisa como as áreas
deverão ser limitadas de acordo com o Plano Diretor vigente.
Tabela 9 - Áreas correspondentes aos índices urbanísticos. Fonte: Plano Diretor Participativo, Prefeitura de Jundiaí,
2019. Disponível em: <https://planodiretor.jundiai.sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/12/LEI-9.321.pdf>. Acessado
em: 29 de julho de 2021. Adaptado.
120
Figura 77 - Isométrica situação utilizando o máximo dos índices urbanísticos. Elaboração desenho: Pedro H. N.
Patelli, 2021.
Figura 78 - Envelope de sombreamento. Fonte: Kenya Santana, 2021. Elaborado durante a disciplina PA (Top. Exec).
Adaptado.
121
Tendo conhecimento dos fatores externos e internos que geram
impactos no terreno, anteriormente apresentados pela análise SWOT, a
definição dos planos de massa pode ser definida de forma superficial, através
de volumes sólidos que poderão ser modulados ou refinados posteriormente.
Para isso, foi necessário juntar as informações em um novo diagrama,
avaliando insolação, ventos, ruídos e os demais fatores apresentados, a partir
da união de todas as informações, a implantação poderia ser definida de forma
coesa e coerente com as características que o terreno oferece.
Figura 79 - Diagrama exemplificando as condicionantes naturais e artificiais existentes no terreno. Base: Foto aérea
feita por drone, junho de 2021. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
122
terreno; por fim, a estrela que almejamos que atue como marco para o local: a
chaminé da fábrica Japy.
123
acesso; e público, onde todos possam entrar); além de apresentar como deve
ser modulado o local (utilizando 1,25m como base).
A tabela acima representa os ambientes que devem existir no projeto,
sendo pertencentes ao cunho administrativo. Cada agrupamento de cor na
tabela, representa que esses espaços devem interagir entre si. Podemos
observar que a diretoria, secretaria e sala de reunião, devem estar unidas,
assim como a copa e os vestiários. A maioria dos espaços são caracterizados
de acesso privado, pois tratam da parte administrativa do projeto.
Seguindo esse padrão de organização, a tabela a seguir representa o
programa das áreas sociais internas.
Tabela 11 - Programa de Necessidades: Social Interno. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
124
Seguindo o desenvolvimento do programa de necessidades, foi
desenvolvido um programa que exemplifica os ambientes que o centro de
triagem de resíduos sólidos (ou reciclagem) e o centro de compostagem
precisam ter.
Tabela 12 - Programa de Necessidades: Social Interno. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
125
Tabela 13 - Programa de Necessidades: Social Externo. Fonte Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
126
Além de mostrar o agrupamento e divisões dos ambientes, o
organograma expõe conexões e relações que cada grupo deve exercer com os
demais, como é o caso do grupo do meio na coluna superior, ele interage com
a estufa, devido seu caráter pedagógico; requer conexão com o setor de
reciclagem, pois oferece a matéria para ser trabalhadas na oficina; assim como
pede conexões com as áreas sociais externas e administrativas.
127
baixa prioridade ao espaço público, às áreas de
pedestres e ao papel do espaço urbano como local de
encontro dos moradores da cidade. Por fim,
gradativamente, as forças no mercado e as tendencias
arquitetônicas afins mudaram seu foco, saindo das
interrelações e espaços comuns da cidade para os
edifícios individuais, os quais, durante o processo,
tornaram-se cada vez mais isolados, autossuficientes e
indiferentes.” (GEHL, 2010, p. 3)
128
Figura 80 - Relação das alturas: Chaminé, fábrica Japy e escala humana. Elaboração desenho: Pedro Henrique N.
Patelli, 2021
A imagem (figura 80) ilustra essa relação proposta para as alturas entre
a chaminé, a fábrica Japy e a escala humana. Como é possível identificar, a
chaminé tem altura maior que o dobro da edificação. Para o projeto, desejamos
trabalhar com um gabarito de altura parecido com a edificação – entre dois e
três pavimentos – mantendo a relevância e imponência do patrimônio.
Ao iniciar o projeto, identificamos os locais ideais para a implantação dos
diferentes blocos, sendo eles: Escola ambiental (amarelo), pavilhão urbano
(laranja), centro de compostagem (marrom escuro), horta comunitária (marrom
claro), estufas (verde escuro) e centro de triagem de resíduos sólidos. Os
blocos foram representados por manchas no diagrama a seguir:
129
Figura 81 - Diagrama exemplificando as manchas e fluxos para a implantação do projeto. Base: Foto aérea feita por
drone, junho de 2021. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Como o terreno já conta com uma grande edificação com docas para
caminhões e um vasto espaço para manobras, decidimos implantar o centro de
triagem de resíduos sólidos nessa, dessa forma produziremos pouco entulho e
reaproveitaremos uma edificação que se encontra em estado de abandono,
sendo coerente com as ideias de reciclagem e construção de baixo impacto
anteriormente impostas. Os demais blocos serão implantados no nível em que
se encontra a fábrica Japy; O centro de compostagem (marrom escuro) deve
estar próximo a horta comunitária (marrom claro), assim como deve estar
próximo ao limite do lote no sentido oposto ao vento predominante, pois a
ventilação natural é um dos grandes responsáveis para controlar e dissipar o
odor que o sistema de compostagem emite; A escola ambiental (amarelo) deve
receber iluminação solar o dia todo, entretanto deve-se evitar a incidência
130
direta do sol da tarde nas salas de aulas e deve estar conectada de alguma
forma ao pavilhão urbano, além disso, a escola deve ficar próximo a rampa
existente que dá acesso ao pavimento inferior, pois abrigará as oficinas de
reciclagem e essa rampa facilitaria o transporte dos resíduos que serão
utilizados nas oficinas; As estufas devem estar próximas a escola, pois irá atuar
como um bloco de apoio para os alunos; O pavilhão urbano é o articulador
central do projeto, deve ser conectado com a fábrica Japy e com a escola
ambiental, também deve atuar como barreira para o pedestre que pretende
cruzar o espaço na diagonal, forçando o mesmo a caminhar por mais partes do
terreno.
As manchas verdes claras são locais onde pretende-se criar áreas livres
gramadas, sem a presença de espécies vegetais do paisagismo, para
permitirem sua utilização para realização de exposições de artes; feiras
orgânicas ou de brechós; playground; reuniões ou encontros; atividades físicas,
como ioga ou vôlei; e para o uso livre dos visitantes.
Figura 82 - Democratização do espaço: tendas x práticas esportivas. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli,
2021.
131
como parte do cotidiano e mantendo um consumo consciente, afastando ou
diminuindo o contato do consumidor final com produtos industrializados.
Figura 83 - Relação pedestres x espelhos d’água x chaminé. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Careri (2013) deixa claro que o percurso é uma ação estética negativa,
ao qual manipula o pedestre que passa pelo trajeto, controlando sua visual e
limitando sua liberdade, por esse motivo pretendemos que o complexo de
132
educação ambiental atue como um local de exploração, onde o visitante possa
explorar e investigar cada canto do espaço de maneira livre, seja através de
caminhos definidos, gramados, bosques ou mesmo dentro dos edifícios,
durante uma simples caminhada, quanto para uma visita mais longa.
“O que se quer é indicar o caminhar como um instrumento
estético capaz de descrever e modificar os espaços
metropolitanos que muitas vezes apresentam uma natureza
que ainda deve ser compreendida e preenchida de significados,
antes que projetadas e preenchida de coisas. Assim, o
caminhar revela-se um instrumento que, precisamente pela sua
intrínseca característica de simultânea leitura e escrita do
espaço, se presta a escutar e interagir na variabilidade desses
espaços, a intervir no seu contínuo devir com uma ação sobre
o campo, no aqui e agora das transformações, compartilhando
desde dentro as mutações daqueles espaços que põem em
crise o projeto contemporâneo.” (CARERI, 2013, pp.32-33)
133
Figura 84 - Diagrama exemplificando a aplicação da malha sobre o terreno. Base: Foto aérea feita por drone, junho
de 2021. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
134
Figura 85 - Kazimir Malevich “Suprematismo Dinâmico”, 1915 ou 1916. Fonte: TATE, 2021. Disponível em:
<https://www.tate.org.uk/art/artworks/malevich-dynamic-suprematism-t02319>. Acessado: 17 de setembro de
2021.
135
Figura 86 - Kazimir Malevich “Composição Suprematista: Avião Voando”, 1915. Fonte: MoMA, 2021. Disponível em:
<https://www.moma.org/collection/works/79269A>. Acessado: 17 de setembro de 2021.
136
nem estilo, mas apenas produz uma nuance individual. Assim,
a pintura no século XX descobriu um novo "elemento formador
adicional" que nos levou ao problema da forma na arquitetônica
e daí à nova arquitetura suprematista.” (MALEVICH, 1928, p. 1,
tradução nossa)
A forma em que Kazimir (1928) define que a arte atue como uma
renovação da vida, um recomeço, assemelha-se com a proposta principal do
projeto do complexo de educação ambiental, onde a reciclagem e o
reaproveitamento são papéis fundamentais, tanto no aspecto funcional,
atuando como um centro de reciclagem de resíduos; no aspecto simbólico,
dando um novo significado para a chaminé; quanto no aspecto físico, onde
estaremos reciclando um terreno que antes havia um uso, mas que por alguns
anos encontra-se desocupado.
Cabe mencionar que a inspiração do suprematismo nas formas não
reside apenas dos blocos de edificações, mas também aos desenhos de áreas
externas, deu se através da influência dos quadros suprematistas, com formas
geométricas bem definidas.
O suprematismo, com sua ideia de renovar as artes através da
valorização das formas, vem para coroar e materializar o conceito de
ressignificação presente em todo projeto. Um recomeço para a fábrica Japy,
para os resíduos sólidos e para a cidade de Jundiaí.
Entendendo as composições suprematistas e os comportamentos das
formas geométricas nela, utilizamo-las como referências para a composição do
projeto. Tendo em base as manchas de ocupação, sobrepostas pela malha, o
objetivo nessa etapa é refinar as formas, formando uma composição que
responda a todos requisitos propostos.
137
Figura 87 - Diagrama exemplificando a composição das formas sobre a malha. Base: Foto aérea feita por drone,
junho de 2021. Elaboração desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
138
Para melhor clareza na representação, foram eliminadas as linhas de
construção do desenho referentes as linhas de influência e malha 5x5 e
humanizamos seus ambientes, o resultado é observado na imagem a seguir:
Figura 88 - Diagrama exemplificando a implantação. Base: Foto aérea feita por drone, junho de 2021. Elaboração
desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
139
triangulares e até disformes, criadas a partir da malha (5x5m) remetem as
influências suprematistas do início do século XX.
As sobreposições de camadas citadas no parágrafo acima, foram
baseadas no estudo de caso do Parc de la Villete, onde no mesmo ocorria a
sobreposição de três elementos -as linhas, os pontos e os planos- a união
desses três aspectos resultam na composição do projeto de Tschumi. Nesse
projeto não é diferente, as linhas são representadas pelos caminhos, o ponto
(devido ao tamanho do terreno trabalhamos apenas com um) representado
pela chaminé, e os planos que são as edificações, gramados, jardins e áreas
externas.
Figura 89 - Sobreposições de planos linhas e ponto. Base: Foto aérea feita por drone, junho de 2021. Elaboração
desenho: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
140
É importante ressaltar que além do resultado final obtido, outras formas
também foram desenvolvidas. Esses volumes foram debatidos, estudados e
posteriormente descartados pois careciam em alguns aspectos importantes
para o melhor funcionamento do projeto.
Figura 90 - Isométrica exemplificando o primeiro estudo de volume e implantação. Elaboração desenho: Pedro H. N.
Patelli, 2021.
141
Figura 91 - Perspectiva humanizada como sugestão para interpretação da forma. Elaboração desenho: Pedro H. N.
Patelli, 2021.
142
Figura 92 - Isométrica exemplificando o segundo estudo de volume e implantação. Elaboração desenho: Pedro H. N.
Patelli, 2021.
Figura 93 - Perspectiva humanizada como sugestão para interpretação da forma (segundo estudo). Elaboração
desenho: Pedro H. N. Patelli, 2021.
143
Essa forma se assemelha muito com a final, as setorizações e
posicionamento dos volumes, entretanto criou-se uma passagem central entre
os edifícios que atuam como um caminho mais rápido para o transeunte, não
atendendo uma das propostas de caminhabilidade e exploração do espaço.
Queríamos que em nosso projeto o pedestre fosse forçado a desviar ao
máximo da linha diagonal que cruza o terreno de ponta-a-ponta, além disso, o
edifício ponte nessa proposta não teria muita funcionalidade pois a presença de
uma segunda ponte não faria tanta diferença para a transição entre edifícios.
Por esses motivos, optamos por descartar essa forma, e buscar soluções para
os problemas encontrados.
O estudo final escolhido, exemplificado inicialmente, soluciona os dois
problemas encontrados nessa proposta, visto que a forma em que o pavilhão
se estende cria uma barreira física para os pedestres, forçando-o a aumentar
sua caminhada. Bem como, a forma em que as pontes entre edifícios foram
colocadas (nas pontas do pavilhão) reafirmam a funcionalidade das pontes
como ligação entre edifícios.
SETORIZAÇÃO
Saindo da escala macro da implantação do terreno, partindo para a
modulação das edificações, inicialmente trabalharemos com as setorizações e
fluxos dos mesmos, para que posteriormente solucionemos as suas
respectivas formas, layout e materiais. Em nossa primeira abordagem
exemplificaremos a construção do centro de compostagem e como ele
funcionará.
144
Figura 94 - Perspectiva isométrica da setorização do centro de compostagem. Elaboração: Pedro H. N. Patelli, 2021.
145
Figura 95 - Acesso de veículos existente na fábrica Japy localizado na Rua Lacerda Franco. Fonte: Pedro Henrique
Natalino Patelli, abril de 2021.
146
para tráfego – embora que pouco - de maquinários como tratores,
empilhadeiras e caminhões, evitando a possibilidade de acidentes.
Migrando de edifício, agora abordando a setorização do pavilhão e da
escola ambiental. Como os edifícios estão conectados através de pontes,
existe a necessidade desse conjunto interagir entre si, dessa forma o programa
de necessidade foi dividido entre as edificações, exemplificado pela imagem
em sequência:
Figura 96 - Perspectiva isométrica da setorização do pavilhão urbano (esquerda) e escola ambiental (direita).
Elaboração: Pedro H. N. Patelli, 2021.
147
chegando no bloco da escola. A insolação, no período da manhã incide sobre o
pavilhão, e apenas no período da tarde a incidência ocorre na escola
ambiental. Os acessos podem ser feitos através dos corredores externos.
Figura 97 - Perspectiva isométrica dos pavimentos térros da setorização do pavilhão (esquerda) e escola ambiental
(direita). Elaboração: Pedro H. N. Patelli, 2021.
148
acesso mais próximo a saída para Rua Lacerda Franco, caso haja casos de
maior gravidade é um caminho mais acessível para a ambulância.
Enquanto no térreo da escola ambiental, a forma se consolida como um
bloco único, com exceção da rampa que dá acesso ao pavimento inferior –
centro de reciclagem. Nesse espaço encontramos as oficinas, os sanitários e
as circulações verticais dispostos em forma linear. As oficinas (11), por se tratar
de um ambiente de longa permanência, conta com ventilação cruzada e com
uma longa marquise frontal que evita a incidência solar direta no ambiente; o
bloco sanitário (3), foi locado ao fim da edificação, pois se trata de um local de
menor permanência, dessa forma podendo sofrer maior incidência solar, e
também estando no caminho do vento predominante, dissipando o mal odor; o
bloco de circulação vertical (4) se encontra paralelo a rampa que dá acesso ao
centro de reciclagem (12), um dos objetivos do projeto era manter essa rampa,
diminuindo a produção de entulho e reutilizando um artificio que o próprio
terreno ofereceu.
Figura 98 - Rampa existente no terreno. Fonte: Pedro Henrique Natalino Patelli, abril de 2021.
149
nesse pavimento fica exclusivo ao trajeto oficina-rampa (11-12), evitando
conflitos de fluxos e diminuindo o risco de acidentes.
Seguindo para o pavimento superior, é possível entender como os
edifícios conversam, e interagem através das pontes. Vide a imagem a seguir:
Figura 99 - Perspectiva isométrica dos pavimentos superiores da setorização do pavilhão (esquerda) e escola
ambiental (direita). Elaboração: Pedro H. N. Patelli, 2021.
150
ameno, com ventilação cruzada e ideal para manter a preservação dos livros
de intempéries físicas naturais.
Por sua vez, o bloco administrativo (1 a 5) está no outro extremo do
edifício, sendo as salas que receberão maior incidência solar (2 e 4) espaços
de pouca permanência, como copa e vestiários; os locais de maior
permanência, como diretoria, sala de reunião e secretaria (1, 3 e 5) ficaram
voltados para a face sudeste, recebendo insolação apenas pela manhã.
A presença de ambientes de cunho pedagógico no pavilhão, mesmo que
não seja de uso exclusivo da escola – como as salas de aula e oficinas –
realiza um intermédio de função, pois a área pedagógica pode ser uma
extensão da escola, como também um local para visita isolada. Essa
semelhança torna coerente a conexão dos edifícios.
O volume da escola ambiental é caracterizado por um único corredor
que dá acesso a todos ambientes dispostos paralelos em linha. As salas de
aula (14), assim como as oficinas, recebem proteção solar através da marquise
e por cruzarem todo o edifício, contam com a ventilação cruzada. O bloco de
circulação vertical (7) faz intermédio entre as salas e os espaços de menor uso,
como é o caso do depósito e banheiro (7 e 8), estão locados na ponta do
edifício, onde a incidência solar perdura por quase o dia todo.
O último edificado que iremos analisar trata-se do centro de reciclagem,
dessa vez sua análise é um pouco mais complexa, pois além das limitações
impostas por ser um espaço existente, também é necessário entender sua
funcionalidade, e como os equipamentos se comportam.
No estudo de caso do Centro de Coleta de Materiais Recicláveis de
Schweinern, entendemos o centro como um ciclo, onde os veículos entram,
descartam seus resíduos em contêineres e saem. Entretanto, devido aos
limitadores físicos do espaço trabalhando, esse ciclo de funcionamento deverá
ser alterado, todavia, o conceito ainda seguirá como um ciclo.
Aprofundando os estudos acerca do tema, nos debruçamos em cima da
produção de Padiá e Polzer (2011) as quais determinam parâmetros para o
projeto de uma usina de triagem de resíduos sólidos.
“A Usina de Triagem de Resíduos será construída sobre uma
base elevada de 1,20m garantindo o acesso dos caminhões
através de docas ao redor do edifício. (...) O programa da Usina
compreende as seguintes áreas: Estoque de plástico, metal,
materiais inflamáveis, madeira, papel e papelão, vidro,
151
lâmpadas, pilhas e baterias, sucata eletrônica, óleo de cozinha,
entulho, área para indiferenciados, área para recebimento, área
para triagem, recepção, treinamento, almoxarifado, sanitários e
vestiários, copa, salas técnicas, ambulatório, depósito de
materiais de limpeza e um mirante para a área de triagem.”
(PADIÁ e POLZER, 2011, p. 6)
PRENSAGEM
RECEPÇÃO TRIAGEM ESTOQUE
TRITURAÇÃO
Figura 100 - Gráfico hierárquico sintetizando o programa de necessidades do centro de reciclagem. Fonte: Pedro H.
N. Patelli, 2021.
152
Figura 101 - Perspectiva isométrica da setorização centro de reciclagem. Elaboração: Pedro H. N. Patelli, 2021.
153
Figura 102 - Edificado onde será a recepção do centro de reciclagem. Fonte: Pedro Henrique Natalino Patelli, abril de
2021
154
Figura 103 - Corte esquemático do processo de recepção-triagem-trituração de RSU. Elaboração: Pedro H. N. Patelli,
2021.
6.5. MATERIALIDADE
Ao desenvolver um projeto arquitetônico, uma série de fatores estão
inclusas nesse processo, como: design estético; conforto térmico e acústico;
processos construtivos; manutenção e durabilidade; flexibilidade do uso
interno; não geração de resíduos e entulhos; materialidade e origem dos
produtos. Todos esses fatores são resultados de escolhas, as quais
necessitam de um intenso aprofundamento para serem assertivas nas
tentativas de resolver seus problemas. Segundo Pallasmaa (2015), em sua
entrevista para a Indian Architect & Builder: “O importante é que sua mente
continue buscando novas coisas e suas inter-relações. Além disso, o melhor
remédio contra as consequências negativas do envelhecimento é manter seu
senso de curiosidade”.
Tendo ciência do discurso de Pallasmaa, buscamos alternativas
projetuais que sejam ambientalmente corretas, duráveis, economicamente
viáveis e socialmente justas. Para encontrar um material que se enquadre
nesse contexto, diversos fatores diretos e indiretos devem ser analisados
155
como: quão industrializado o material foi até chegar ao consumidor final?
quanto de energia o material consumiu para ser produzido? quanto de entulho
esse material gera? quão complexa é a logística para levar esse material até o
canteiro de obras? dentre outras perguntas.
O primeiro material que associamos a construção civil é o concreto, por
esse motivo estendemos nossa pesquisa acerca dele, segundo Jonathan
Watts, do site The Guardian (2019), embora o concreto seja a maior substância
utilizada no planeta, ele esconde diversos perigos, sepultando áreas férteis e
permeáveis, obstruindo rios, e sendo um dos maiores emissores de CO2, com
mais de 2,8 bilhões de toneladas.
Figura 104 - Manchete do site The Guardian “Concreto: o material mais destrutivo da Terra”. Disponível em:
<https://www.theguardian.com/cities/2019/feb/25/concrete-the-most-destructive-material-on-earth>. Acessado
em: 28 de julho de 2021.
156
Figura 105 – Gráfico de emissão de SO2 dos materiais em construção civil. FAO: Environmental impacts and energy
balances of wood products and major substitutes. SCHARAI-RAD e WELLING, 2002. Disponível em:
<http://www.fao.org/3/Y3609E/y3609e00.htm#TopOfPage>. Editado por: Marcelo Aflalo e Rodrigo Giorgi, 2021.
157
Figura 106 – Gráfico de relação de material (kg) e energia (kWh) dos materiais em construção civil. Fonte: KLOB, J –
presente em “Systems in Timber Engineering” (2008); KUITTINEN, Matti; ORGANSCHI, Alan; RUFF, Andrew –
presente em “Carbon – A Field for Designers and Builder” (2019). Editado por: Marcelo Aflalo e Rodrigo Giorgi, 2021.
158
A madeira é um material renovável e versátil, podendo ser utilizado tanto
em questões estruturais, quanto aos revestimentos das edificações. Além
disso, devido as características porosas da madeira, ela oferece benefícios
acústicos, podendo moderar a umidade do ar, melhorando sua qualidade.
Entretanto, a madeira requer manutenções frequentes, especialmente se
estiver exposta diretamente a água e aos raios solares (SOUZA, 2020).
“Desenvolver soluções que unam o bem-estar dos usuários a
um uso mais inteligente e respeitoso dos nossos recursos
naturais é imprescindível para o futuro da indústria da
construção civil. As escolas são tipologias que exigem soluções
econômicas, robustas e duráveis e incluir sistemas e materiais
ambientalmente sustentáveis, como a madeira, podem ter uma
função pedagógica e de educação importante para as gerações
futuras e provocar mudanças importantes nas comunidades.”
(SOUZA, 2020).
17
Fala do arquiteto Fernando Minto durante o curso “Arquitetura com Terra”, Escola Coletiva de
Projetos, 18 de setembro de 2021.
18
Fala do arquiteto Marcelo Aflalo durante o curso “Da Floresta ao Edificio: a Cadeia e Aplicação da
Madeira na Construção Civil”, Escola Coletiva de Projetos, 12 de junho de 2021.
159
madeira laminada cruzada (MLC). No Brasil, o MLC é feito com eucalipto, e são
peças formadas a partir de lâminas de madeira unidas entre si por um adesivo
certificado para uso estrutural, à prova d’água (ITA, 2014). A imagem a seguir
representa uma estrutura feita a partir de MLC.
Figura 107 - Centro de Eventos Iporanga. Fonte: ITA Construtora, 2011. Disponível em:
<https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/centro-de-eventos-iporanga/>. Acessado em 21 de outubro de 2021.
Nota-se pela imagem, que o material não interfere e nem limita a forma,
podendo vencer grandes vãos e serem dispostos inclinados, eretos ou em
curvas. Entretanto, existem três pontos devem ser considerados quando
realizamos projetos com estrutura em madeira: a presença de agentes
xilófagos19, a exposição aos raios solares e chuva.
Os agentes xilófagos são organismos vivos que utilizam a madeira como
fonte de alimento (vide figura a seguir). A industrialização da madeira, junto
com aplicações de produtos, como inseticidas e fungicidas, que conservam a
qualidade do material fazem com que a atuação desses microorganismos seja
reduzida ou quase nula. Segundo a empresa fabricante de MLC, Crosslam
(2021a):
“Os microrganismos são incapazes de atacarem
madeiras que apresentem um teor de umidade da
madeira abaixo do seu ponto de saturação das fibras.
Isso ocorre, pois os constituintes da madeira devem ser
quebrados em moléculas menores, solúveis em água,
para que sirvam de fonte de energia para um
microrganismo. Assim, os microrganismos produzem
enzimas que atuam como catalisadores sobre os
constituintes da madeira, possibilitando sua quebra. No
19
Do grego: Xylo = Madeira/ Phage = Aquele que come. Podendo ser: Fungos; Cupins; Brocas-de-
Madeiras; Perfuradores Marinhos. Informação verbal, fala do arquiteto Rodrigo Giorgi durante o curso
“Da Floresta ao Edificio: a Cadeia e Aplicação da Madeira na Construção Civil”, Escola Coletiva de
Projetos, 12 de junho de 2021.
160
entanto, a difusão dessas enzimas pela parede celular
exige a criação de aberturas que permitam a passagem
das enzimas, sendo essas aberturas proporcionadas
pelo inchamento da parede celular quando saturada.
Além disso, a água livre na madeira também irá atuar
como solvente, possibilitando o transporte das enzimas
dos microrganismos até o substrato e das moléculas
resultantes da decomposição do substrato até os
microrganismos. Por esse motivo, a maioria dos
organismos não provoca danos em peças com
umidade abaixo do ponto de saturação das fibras, que
corresponde a um teor de umidade da madeira entre 25
e 30%.” (CROSSLAM, 2021a, p. 1)
Figura 108 - Agentes xilófagos. Fonte: Pluggo, 2017. Disponível em: <https://www.pluggo.pt/patologias/>. Acessado
em 21 de outubro de 2021.
161
madeira. Para evitar esse acontecimento – se desejado - deve-se criar
proteções que diminuam a incidência de raios solares nas peças de madeira
(CROSSLAM, 2021a).
Figura 109 - Fenômeno wheathering. Fonte: CROSSLAM, 2021. Disponível em: Guia Orientativo Para Uso e
Manutenção de MLC e CLT <https://www.crosslam.com.br/site/downloads/>. Acessado em 21 de outubro de 2021.
20
Fala do arquiteto Marcelo Aflalo durante o curso “Da Floresta ao Edificio: a Cadeia e Aplicação da
Madeira na Construção Civil”, Escola Coletiva de Projetos, 12 de junho de 2021.
162
Se optássemos por realizar uma edificação inteira em madeira, esses
8.000m³ de terra teriam que ser deslocados para outro local, contrapondo com
o conceito de construção de baixo impacto uma vez que essa terra iria afetar
outro meio ambiente, além da poluição gerada pelo tráfego das centenas de
caminhões necessários para remoção dessa terra do local. Por esse motivo
decidimos manter esse volume no terreno, entretanto dessa vez, ele não teria
mais função de solo, mas de elemento construtivo – reciclando-o.
Os tijolos de solo-cimento são feitos através de uma mistura de terra e
cimento, são blocos ocos e muito resistentes. Sua execução pode ser feita in
loco através de prensa ou moldes, e o canteiro deve ser dividido em: área
fabricação e área de secagem (VAN LENGEN, 2021).
Figura 110 - Tijolo solo-cimento. Fonte: Engenharia 360. Disponível em: <https://engenharia360.com/saiba-o-que-e-
solo-cimento/>. Acessado em 21 de outubro de 2021.
163
condições mínimas de habitabilidade. Sua manutenção é fácil e não há
necessidade da aplicação de chapisco ou reboco, nem de cuidados especiais –
como acontece na estrutura de madeira (TAGLIANI, 2017).
Figura 111 - Processo de produção do tijolo solo-cimento. Imagem base: VAN LENGEN, 2021. Elaboração desenho:
Pedro Henrique Natalino Patelli, outubro de 2021.
164
Figura 112 - Moodboard da materialidade. Fonte: Tua Casa, 2021. Disponível em:
<https://www.tuacasa.com.br/tijolo-ecologico/>; Telhas Galvanizadas Bahia, 2018. Disponível em:
<http://www.telhasgalvanizadasbahia.com.br/>; Leroy Merlin, 2021. Disponível em: <https:/
165
abstratas que parecem semelhantes aos modelos de arranha-
céus, chamados" arkhitektons". Os desenhos que compõem a
construção dos modelos são chamados de "planits". Os
arkhitektons são principalmente modelos de gesso branco
compostos por vários blocos retangulares adicionados uns aos
outros. (...) Com sua espacialização da abstração e sua não
objetividade formal, os arkhitektons incorporam o esforço de
Malevich para traduzir os princípios suprematistas da
composição para formas tridimensionais e arquitetura.”
(FABRIZI, 2015, p.1 online, tradução nossa)
Figura 113 - Modelo de arkhitekton de Malevich. Fonte: FABRIZI, 2015. Disponível em: <https://socks-
studio.com/2015/07/15/kazimir-malevichs-arkhitektons/>. Acessado em 25 de outubro de 2021.
166
Tendo conhecimento das características do suprematismo no espectro
da arquitetura e urbanismo, e as relações que criam os arkhitektons, iniciamos
nosso projeto a partir dos volumes sólidos e chapados, apresentados
anteriormente no tópico setorização (figura a seguir); e das características dos
materiais apresentados.
167
Figura 115 - Pilares em V em MLC. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
168
Figura 116 - Volume com os pilares. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 117 - Volume com cobertura ondulada. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
169
Malevich (1928) destaca a importância de um elemento formador
invariável no desenvolvimento da forma suprematista, sendo um elemento de
destaque nas obras arquitetônicas.
“O elemento formador invariável objetivo adquire enorme
importância no desenvolvimento geral da forma suprematista.
Muitas individualidades podem trabalhar nesta forma. Eles
ajudam a revelar sua sensação aguçada aos outros e a criar
uma diversidade de forma característica de uma individualidade
particular, sem abandonar o estilo suprematista.” (MALEVICH,
1928, p.1 online, tradução nossa)
Figura 118 - Corte demonstrando o shed. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
170
aula essa área necessita de bastante iluminação. No canto esquerdo é possível
identificar o pilar em “V”.
Esse padrão de pilares em “V” e curvas também foram replicados no
edifício do centro de compostagem, mantendo a coerência entre os edifícios do
complexo. A imagem a seguir demonstra como essas características foram
implantadas dentro da forma.
Figura 119 - Volume centro de compostagem. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
171
Figura 120 - Seção estrutura centro de compostagem. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 121 - Volume centro de reciclagem. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
172
A figura acima expõe alguma das intervenções na área externa do
centro de reciclagem, o desenho na cor preta representa o espaço existente,
enquanto o vermelho representa as alterações que foram feitas no local.
Basicamente, o galpão foi todo fechado com telhas metálicas
sanduíches reciclados, tendo uma faixa superior para ventilação, enquanto na
parte inferior, nas docas, foram implantados portões basculantes articulados.
Para a área de serviços/administrativa, foi implantado uma passarela metálica
com uma cobertura ondulada, se conectando com a cobertura dos demais
pavimentos.
173
Figura 122 - Implantação. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
174
Figura 123 - Estudo de fluxos nas áreas externas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
175
e lúdicos dentro dos locais destinados para o plantio de vegetações. A figura a
seguir expõe como esses novos espaços interagem com os demais.
Figura 124 - Implantação com os jardins temáticos. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
176
com fontes de água, além de um “riozinho”, que funcionarão durante um
período específico do dia.
Seu local foi estrategicamente posicionado ao lado do espelho d’água,
diminuindo a necessidade de maiores tubulações; o piso utilizado para esse
espaço será emborrachado, composto resíduos de borracha reciclada; por fim,
apresentará painéis educativos, onde expõem sobre a importância dos rios e
dos animais aquáticos no ecossistema, atrelando diversão-educação.
O número 2, corresponde ao Salto do macaco. Nessa área os visitantes
serão apresentados a uma composição de postes reciclados, onde poderão
praticar parkour, escalar, rodar, e o que mais a mente permitir. O piso, assim
como o Nado do peixe, é emborrachado e feito a partir de borracha reciclada, e
esse espaço também conta com painéis informativos, nesse caso, sobre os
macacos.
No espaço número 3 está presente o Pulo do canguru. Nesse ambiente,
serão posicionados diferentes tipos de pneus, com borrachas entrelaçadas,
formando várias espécies de trampolins. O piso e as placas são semelhantes
aos demais espaços.
Por fim, o ambiente número 4 corresponde a Colmeia de abelhas. Esse
ambiente é o mais diferente de todos, seu formato hexagonal remete aos favos
de mel, entretanto, os transeuntes que visitarem a Colmeia de abelhas,
encontrará diferentes espaços, em um favo acontece um playground; em outro
foram dispostos módulos feitos de metal reciclado, hexagonais, podendo ser
utilizados como bancos, mesas, arquibancada, etc; por fim são dispostos três
favos que comportam um jardim aromático, fazendo referência ao processo de
polinização realizado pelas abelhas. O piso, assim como todos, é feito em
borracha reciclada, evitando acidentes em caso de queda; assim como também
é existente a presença de painéis explicativos sobre as abelhas.
Tendo conhecimento de todos os espaços externos, iremos posicionar a
vegetação no terreno, utilizando como conceito: fatores sensoriais, ou seja, as
vegetações serão posicionadas objetivando gerar sensações especificas nos
visitantes a partir do seu porte e a composição feita junto a arquitetura.
177
Figura 125 - Implantação com os jardins temáticos. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
178
Figura 126 - Destaque jardim de entrada. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Na figura acima foi destacado uma área do projeto, esse jardim está
localizado na entrada do lote existente pela rua Lacerda Franco, entre a fábrica
Japy e o vizinho confrontante. As vegetações foram posicionadas de tal
maneira, pois o objetivo era reduzir o campo de visão do visitante que observa
o prédio da rua, e assim que se adentra ao lote, seu campo de perspectiva
seria aumentado gradualmente, oferecendo uma sensação de descoberta e
surpresa. Nota-se que na imagem existe um ponto preto com uma extensão
vermelha, trata-se do campo de visão que será abordado em perspectivas.
Figura 127 - Ilustração do campo de visão na figura x. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
179
A partir da ilustração percebemos como a vegetação atuaria no portão
de entrada, atuando como barreira visual, escondendo o que o terreno abriga,
e funcionando, em partes como barreira física, estreitando o caminho do
pedestre.
Figura 128 - Destaque Nado do peixe. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
180
Figura 129 - Ilustração do campo de visão na figura 128. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 130 - Destaque jardim da estufa. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
181
Nesse local, a vegetação na proximidade da escola ambiental, foi
posicionada com o objetivo de que quem tivesse no interior das salas de aulas
e oficinas, quando observassem pelas janelas, pudessem ter contato direto
com as árvores. Enquanto a vegetação posicionada ao lado do confrontante,
atual como barreira visual para as pessoas que observam o lote pelo
estacionamento do supermercado. Por fim, a vegetação no fundo do lote é
marcada por forrações e arbustivos, objetivando criar um mirante e manter a
visual da cidade que aquele ponto possui.
Com o objetivo de proteger a rampa de acesso ao centro de reciclagem,
foi projetado um pergolado sobre essa rampa, feito em madeira laminada
colada, e coberto com placas de policarbonato posicionados com inclinação de
1%. Também foi projetada uma rampa que a cruzasse por cima, dessa forma
elevamos um pouco o caminho, fazendo uma rampa de inclinação de 5%, que
cruza superiormente o acesso ao centro de reciclagem.
Figura 131 - Ilustração do campo de visão na figura 130. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
182
Figura 132 - Destaque Salto do macaco. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 133 - Ilustração do campo de visão na figura 132. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
183
A ilustração representa como a vegetação isola o espaço Salto do
macaco do seu arredor, possibilitando ao transeunte uma imersão dentro das
árvores para descobrir o que se esconde ali dentro. Nota-se também que a
vegetação permite apenas observar resquícios da arquitetura, onde cada
abertura entre arvores possibilita a visualização de um detalhe arquitetônico.
Entendendo assim a vegetação como um complemento a arquitetura, visto que
a cada local possibilita uma nova visual do espaço, e que em cada visita ao
complexo os visitantes descobrirão uma nova perspectiva.
Figura 134 - Destaque quadras de basquete. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
184
Figura 135 - Ilustração do campo de visão na figura 134. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 136 - Destaque Pulo do canguru. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
185
A vegetação utilizada para o Pulo do canguru é semelhante a que foi
projetada no Salto do macaco, uma vegetação mais densa e fechada, que
permite que os transeuntes explorem o interior dessa área, trazendo a
sensação de curiosidade e descoberta para os usuários.
Figura 137 - Ilustração do campo de visão na figura 136. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
186
Figura 138 - Destaque Colmeia de abelhas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
187
Figura 139 - Ilustração do campo de visão na figura 138. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
188
Figura 140 - Destaque rampa de acesso da Rua Barão do Rio Branco, e pátio central. Fonte: Pedro Henrique N.
Patelli, 2021.
Figura 141 - Ilustração do campo de visão na figura 140. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
189
Para o desenvolvimento do acesso, obedecendo as ideias do desenho
universal, foi projetado um circuito de escadas e rampas, utilizando como
referência a Esplanada Monte Castelo. Seu percurso em zigue-zague, torna
sua travessia mais agradável, pois o transeunte vê segmentos que deve
percorrer, e não em sua totalidade, aparentando ser um percurso menos
cansativo.
Foram posicionadas árvores de nos cantos das rampas, como o objetivo
de fornecer áreas de sombra durante o trajeto, enquanto nos demais canteiros
foram projetados a ocupação com arbustos e forrações, objetivando
demonstrar a amplitude do espaço, visto que conforme a subida pelas escadas
e rampas são feitas, mais partes do espaço são reveladas gradualmente. Por
esse motivo, colocar barreiras visuais quebrariam a percepção do edifício.
Como dito anteriormente, o objetivo do paisagismo neste projeto é criar
parâmetros a partir do porte das vegetações, entretanto, serão sugeridas
algumas espécies que se encaixam nos portes pré-estabelecidos, e que podem
ser plantadas no clima de Jundiaí. É conveniente que seja priorizado plantas
nativas, pois como estão acostumadas com o ambiente requerem menos rega.
Algumas das sugestões de plantas nativas arbustivas e forrações que
podem ser utilizadas no projeto são:
Figura 142 -Exemplos de plantas nativas arbustivas e forrações. Fonte: Sitio da Mata, 2021. Disponível em:
<https://www.sitiodamata.com.br/especies-de-plantas/mudas-de-plantas/especies-nativas/>. Acessado em: 04 de
novembro de 2021. Adaptado.
190
Como sugestão de espécies com porte entre 4 a 10 metros, nativas são:
Figura 143 - Exemplos de plantas nativas de porte entre 4 a 10 metros. Fonte: Sitio da Mata, 2021. Disponível em:
<https://www.sitiodamata.com.br/especies-de-plantas/mudas-de-plantas/especies-nativas/>. Acessado em: 04 de
novembro de 2021. Adaptado.
Figura 144 - Exemplos de plantas nativas de porte entre 4 a 10 metros. Fonte: Sitio da Mata, 2021. Disponível em:
<https://www.sitiodamata.com.br/especies-de-plantas/mudas-de-plantas/especies-nativas/>. Acessado em: 04 de
novembro de 2021. Adaptado.
191
6.8. ESTRUTURA
Tendo conhecimento que o material escolhido para a estrutura do
projeto da escola ambiental, pavilhão, centro de compostagem e estufa é a
madeira laminada colada, algumas soluções foram pensadas para a montagem
das estruturas, para seus dimensionamentos foram utilizadas as referências de
Yopanan C. P. Rebello (2000), em seu livro “A concepção estrutural e a
arquitetura”; Ching, Onouye e Zuberbuhler (2015), no livro “Sistemas
Estruturais Ilustrados”; e dados fornecidos por um dos fabricantes de MLC no
Brasil, a Crosslam (2021b). As imagens a seguir expõem detalhes da estrutura
da escola ambiental.
Figura 145 - Perspectiva explodida da estrutura da escola ambiental e pavilhão. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli,
2021.
192
A figura acima representa como foi elaborada a estrutura da escola
ambiental e do pavilhão urbano. Entendemos a estrutura sendo feita de pilares
e vigas de madeiras sobrepostas, sendo necessário a presença de parafusos e
conectores para a composição da mesma. Conectores são peças metálicas
que transferem os esforços de cisalhamento entre as faces de dois
componentes de madeira (CHING, ONOUYE e ZUBERBUHLER, 2015).
Para o dimensionamento dos pilares utilizamos os dados de Rebello
(2000), onde levamos em consideração os pontos mais críticos dos pilares:
mais altos e com mais carga.
Figura 146 - Gráfico de dimensionamento dos pilares em madeira. Largura coluna x altura não travada. Fonte:
REBELLO, Yopanan, 2000. Adaptado.
Figura 147 - Gráfico de dimensionamento dos pilares em madeira. Largura coluna x número de andares. Fonte:
REBELLO, Yopanan, 2000. Adaptado.
194
Utilizando os dados referenciais do anexo A, as alturas das vigas bi-
apoiadas podem ser calculadas através da seguinte fórmula:
onde:
H = altura da viga (cm);
l = vão (cm).
Figura 148 - Detalhamento fixação estrutura de madeira ao solo. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
195
A figura acima detalha como deve ser feita a fixação dos pilares ao solo.
Como a estrutura de madeira é frágil quando entra em contato com a água, a
sua fixação não pode ser feita diretamente ao solo, sendo necessária diversas
camadas de proteção – pescoço de concreto, graute e aparelho de apoio - até
chegar ao pilar de madeira. O apoio metálico é fixado ao solo e atua como
intermediário entre solo-pilar.
Figura 149 - Fixação estrutura de madeira ao solo. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
21
Fala do engenheiro João Pini durante o curso “Concepção de Estruturas em Madeiras”, Escola Coletiva
de Projetos, 17 de o de 2021.
196
saliência resultante. Esse processo de fixação pode ser feito tanto para os
pilares retos, quanto para os pilares em V.
Figura 151 - Conexões vigas-pilares em MLC com cantoneira. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
197
Para a montagem da laje, utilizamos de placas cimentícias e concreto
com sinasita para formar a espessura, e sobre o concreto é aplicada uma fina
massa reguladora que permite a instalação de pisos e revestimentos, na
maioria do projeto, será o piso vinílico com PVC reciclado.
Figura 152 - Perspectiva isométrica axonométrica da estrutura da laje. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
198
como a laje irá interagir com os tijolos em solo-cimento. A imagem a seguir
representa como essa laje será finalizada.
Figura 153 - Perspectiva isométrica da composição da laje. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
199
Figura 154 - Perspectiva isométrica da estrutura da cobertura. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021
200
Figura 155 - Perspectiva isométrica axonométrica da cobertura. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
201
Figura 156 - Perspectiva isométrica da cobertura. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
Figura 157 - Detalhamento dos shafts sanitários em corte. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
202
O corte acima demonstra como é feita a passagem da tubulação de
esgoto dos vasos sanitários. Entretanto, assim como a tubulação do esgoto é
necessária explicar nas estruturas em madeira, as passagens de ralo dentro do
box também são importantes. A figura a seguir exemplifica como é feito essa
abertura na laje.
Figura 158 - Detalhamento do box dos banheiros. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
203
Figura 159 - Perspectiva isométrica axonométrica explodida da estrutura do centro de compostagem. Fonte: Pedro
H. N. Patelli, 2021.
204
onde:
H = altura da viga (cm);
l = vão (cm).
Figura 160 - Detalhamento fixação estrutura de madeira ao solo. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
205
A imagem acima demonstra como é o processo de montagem dos
pilares no centro de compostagem, basicamente sua montagem é idêntica a
descrita na figura 149, com apenas dois diferenciais, na figura anterior, o apoio
metálico é fixo, enquanto nesse caso foi utilizado uma rótula articulável, e
também, outro pilar inclinado é fixado com pinos lisos na lateral do pilar locado
no eixo y. A imagem a seguir demonstra como ficariam esses pilares acabados.
Figura 161 - Fixação estrutura de madeira ao solo. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
Por fim, é exemplificado como é feito o encaixe das vigas que irão
suportar o telhado, com o seu apoio em arco. A ligação é feita através de
parafusos aplicados no eixo y, na ponta das vigas de apoio, foram feitos
recortes na diagonal que protegem a estrutura de intempéries físicas.
206
Figura 162 - Fixação das vigas em arco Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
207
Figura 163 - Fixação estrutura em pórtico bumerangue tri-articulado em solo. Fonte: Pedro H. N. Patelli, 2021.
208
através de cantoneiras metálicas, conforme exemplificado na figura 163. A
figura a seguir exemplifica o que foi descrito.
209
6.9. CONFORTO AMBIENTAL
O termo conforto ambiental, na arquitetura, refere-se as condições e
características do projeto que utilizam recursos naturais fornecendo boas
condições de uso e habitabilidade do espaço. Essas abordagens estão
presentes no controle acústico do espaço, na ventilação, insolação e
iluminação.
Figura 165 - Carta solar e insolação nas fachadas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
210
período da tarde, no solstício de inverno, a insolação se inicia em torno de
10:00, se pondo às 17:15, enquanto no solstício de verão, se inicia às 11:30 e
se pondo próximo às 19:00.
Enquanto os dados da carta da direita expõem o estudo acerca das
fachadas sudoeste da escola e do pavilhão. Nesse sentido, o Sol incide
durante a tarde por todo o ano. No solstício de inverno, a incidência começa às
15:45 horas, se pondo às 17:15, enquanto no solstício de verão, se inicia perto
das 12:25 e se estende até o fim da tarde.
Figura 166 - Carta solar e insolação nas fachadas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
211
Figura 167 - Carta solar e insolação nas fachadas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 168 - Carta solar e insolação nas fachadas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
212
Por fim, iremos fazer a leitura das cartas (figura acima) em relação a
fachada noroeste do pavilhão (esquerda) e nordeste da escola ambiental
(direita). A primeira recebe insolação durante todo período da tarde o ano todo.
No solstício de inverno o Sol aparece nessa face às 11:30 e se estende até o
pôr-do-sol; enquanto no solstício de verão, a insolação se inicia às 11:45 e dura
até o fim do dia, aproximadamente às 19:00.
Na segunda, a insolação ocorre predominantemente pela manhã. Onde
no solstício de inverno se inicia no nascer do sol e se estende até 15:30,
enquanto no solstício de verão, ocorre durante todo período matutino, das 5:00
às 12:15.
Existem algumas alternativas que controlam a incidência solar nos
ambientes, podendo evita-la ou regula-la, como é o caso dos brises e das
marquises, que são ferramentas arquitetônicas criadas com o objetivo de
proteger ambientes internos de intempéries físicas. Como a setorização dos
edifícios foi feita utilizando de corredores externos para controle de fluxos,
esses corredores também funcionarão como marquises de proteção contra
intempéries físicas (sol e chuva).
Entendendo como a proteção das áreas internas foram pensadas no
trabalho, utilizamos dos recursos da carta solar, junto do transferidor para
designar a proteção que cada marquise apresenta.
Figura 169 - Carta solar e área de sombras. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
213
As imagens acima tem como objetivo demonstrar em que período do dia
as marquises de proteção fazem sombra – completamente - nas janelas e
aberturas da escola ambiental. Sendo a imagem da esquerda referente ao
pavimento térreo, e a da direita o pavimento superior. A parte azul representa
os dias e horários em que as janelas estarão inteiramente cobertas de
sombras.
Conforme mostrado anteriormente na figura 168, a incidência solar
nessa face ocorre durante o período matutino podendo se estender até no
máximo 15:30, que é no solstício de inverno. Devido a largura do corredor e
sua angulação alfa correspondente a 28º no pavimento superior e 43º no
inferior (ângulo referente ao peitoril das aberturas até a o ponto final do beiral),
a escola ambiental se mantem protegida da insolação direta a partir das 8:15
no pavimento inferior, e das 8:00 no superior.
Figura 170 - Carta solar e área de sombras. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
214
Assim como na abordagem anterior, devemos fazer o comparativo com
as figuras recentemente apresentadas, nesse caso as figuras 167 e 168. Na
fachada em destaque pela figura à esquerda, percebemos que a marquise
exerce uma proteção eficiente durante o período da tarde, no solstício de
inverno o Sol começa a adentrar os espaços a partir de 14:45, enquanto no
solstício de verão, a partir de 15:45. A fachada à direita exerce uma proteção
semelhante a da sua vizinha, havendo uma pequena variação de minutos entre
elas.
Figura 171 - Carta solar e área de sombras. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
215
apresente sua face voltada para o sul, tende-se a falsa impressão de que esse
local não receba incidência solar, como nos foi apresentado pela figura 166.
Essa fachada recebe insolação durante toda a tarde no solstício de verão, e a
partir das 15:45 no solstício de inverno.
Tendo ciência das condicionantes naturais apresentadas, buscamos
alternativas que solucionem esse problema, visto que essa fachada apresenta
as aberturas das salas de aula e oficinas, sendo um espaço de permanência e
de importância no controle térmico. Para isso, propusemos brises horizontais
em placas sanfonadas, que podem ser manuseados, e quando fechado oferece
proteção contra a incidência solar e entrada de luz natural.
Utilizando o transferidor de ângulos e a figura 165 como base,
estipulamos uma angulação que permita a sombra completa no ambiente até
17:00, para isso, foi estipulado um ângulo de 20º, definindo o intervalo entre as
barreiras. Como os brises ficarão fixos dentro do recorte do vão, não houve a
necessidade de calcular os ângulos laterais, pois corresponde a zero.
A figura a seguir demonstra em quais horários a fachada receberá
sombra e sugere-se como deverá ser feita a montagem dos brises.
Figura 172 - Carta solar e área de sombras e detalhamento dos brises. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
216
A figura à direita corresponde ao modo de fixação dos brises, será feita
uma armação em perfis metálicos medindo 40x60mm, e nessa armadura
contará com perfis intermediários de 10x30mm que serão estruturas para
suportar os bambus, conforme demonstrado na figura.
Além da incidência solar acerca das edificações, é necessário
avaliarmos as sombras que as edificações vizinhas fornecem para o interior do
lote. Para isso, foi elaborado um envelope de sombreamento.
Como última abordagem dentro do tópico de conforto térmico, será
exemplificado como a ventilação foi abordada em espaços de permanência,
como salas de aula, oficinas, bibliotecas e laboratórios.
Nesses espaços, buscamos utilizar da ventilação cruzada (conforme
representada nas imagens acima) como recurso para manter a temperatura do
ambiente em qualidade para a permanência, dessa forma, diminuindo a
necessidade de ventiladores ou ares-condicionados, refletindo na economia de
energia.
Figura 173 - Ventilação cruzada nas salas de aula e oficinas. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
217
6.9.2. CONFORTO ACÚSTICO
onde:
TR = tempo de reverberação do ambiente (s);
V = volume da sala (m³);
A = área de absorção sonora equivalente devido aos seus elementos construtivos (m²).
22
Fala da Profº Vanessa Takahashi durante a disciplina Seminário de Conforto Ambiental, UNIP, outubro
de 2021.
218
Tabela 15 - Tempo de reverberação nas salas de aula. Base de tabela fornecida por: Scarlet Santana. Fonte: Pedro
Henrique N. Patelli, 2021.
219
SALA DE AULA 3
727.40
CIRCULAÇÃO
727.38
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
SEM ESCALA
ARMÁRIOS EM MADEIRA
PINUS 30MM PARA
ARMAZENAR MATERIAL
PEDAGÓGICO
QUADRO NEGRO EM
COMPENSADO DE MADEIRA PORTA DE GIRO EM
VIDRO TEMPERADO 10MM MADEIRA MACIÇA
SALA DE AULA 1
CARTEIRA DO PROFESSOR
CARTEIRA ESTUDANTIL EM MADEIRA 727.40 ESQUADRIA EM MADEIRA E
EM MADEIRA VIDRO TEMPERADO 10MM
APLICAÇÃO DE GESSO EM
PAREDE SÓLIDA CONSTRUÍDA
EM TIJOLO SOLO-CIMENTO PISO VINÍLICO EM PVC
MOLDADO IN LOCO RECICLADO ESP. 4MM
COLADO NO SOLO
CHAPA DE LÃ DE MADEIRA
15MM
QUADRO NEGRO EM
COMPENSADO DE MADEIRA
PRATELEIRA EM MADEIRA
PINUS ESP. 30MM PARA
ARMAZENAR MATERIAIS
PEDAGÓGICOS SALA DE AULA
CIRCULAÇÃO
CADEIRA EM MADEIRA 727.40 727.38
OFICINA CIRCULAÇÃO
723.10 723.08
40mm
Parafuso sextavado
flangelada 60mm
10mm
727.38 727.40
OFICINA
CIRCULAÇÃO
723.08 723.10
Figura 174 – Gráfico do tempo ótimo de reverberação para várias atividades na freqüência de 500 Hz. Fonte:
OGASAWARA (2006, apud. MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999). Adaptado
226
Tabela 16 - Tempo de reverberação no auditório. Base de tabela fornecida por: Scarlet Santana. Fonte: Pedro
Henrique N. Patelli, 2021.
Figura 175 - Cálculo dos refletores. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
23
Fala da Profº Vanessa Takahashi durante a disciplina Seminário de Conforto Ambiental, UNIP, outubro
de 2021.
227
CIRCULAÇÃO EXTERNA
B
723.05
REVESTIMENTO PAREDE
NEXACUSTIC LISO 100
PARA REFLEXÃO PORTA DUPLA EM REVESTIMENTO PAREDE
MADEIRA MACIÇA NEXACUSTIC LISO 100
PARA REFLEXÃO MAPA DE LOCALIZAÇÃO
VIDRO TEMPERADO 10MM VIDRO TEMPERADO 10MM SEM ESCALA
AUDITÓRIO
BANHEIRO
723.10
723.10 SALA TECNICA
PNE PNE 723.10
REVESTIMENTO PNE VIDRO
NEXACUSTIC LISO
TEMPERADO
100 PARA REFLEXÃO
10MM
CAMARIM
723.10
PALCO
723.80
REVESTIMENTO
NEXACUSTIC 16
NRC 0,65
ANTECAMARA
AMBULATÓRIO 723.10
723.10
PNE
A PNE PNE A
PORTA DUPLA
PLATAFORMA ELEVATÓRIA EM MADEIRA
MACIÇA
REVESTIMENTO
NEXACUSTIC 330
LÃ DE ROCHA
REVESTIMENTO
NEXACUSTIC 100
PALCO
AMBULATÓRIO AUDITÓRIO ANTECÂMARA
723.80
REVESTIMENTO
NEXACUSTIC 330
LÃ DE ROCHA
REVESTIMENTO
NEXACUSTIC 100
AUDITÓRIO
723.10
234
diversos certificados de construções sustentáveis, algumas acabam tendo um
desequilíbrio em relação ao seu consumo energético, enquanto há inúmeras
construções mais sustentáveis sem certificações. Segundo os autores, uma
forma de avaliar a eficiência e sustentabilidade das construções é através do
questionamento “Essa abordagem é a mais ecológica?”. Segundo os autores,
construções sustentáveis são edificações que minimizam o seu impacto sobre
o meio ambiente, seja pela redução do consumo elétrico e hidráulico, como ela
quantidade de recursos utilizados e entulhos produzidos durante sua
construção.
Pisani (2016, p.173) ressalta o desgaste que o termo “sustentabilidade”,
vem tendo, devido seu uso genérico e indevido, entretanto, a autora diz que
ainda é a expressão presente nas legislações, normas e em conceitos nas
distintas áreas do saber.
Entendendo que o conceito de “sustentabilidade” ainda não tem uma
definição concreta, e suas aplicações sempre podem ser debatidas,
buscaremos para o desenvolvimento desse projeto alternativas que possam ser
viáveis e eficazes. Para explicar quais alternativas foram tomadas, utilizaremos
como base os catorze tópicos presentes para a obtenção do selo AQUA24, que
são: Edifício e seu entorno; Produtos, Sistemas e processos construtivos;
Canteiro de obras; Energia; Água; Resíduos; Manutenção; Conforto
higrotérmico; Conforto acústico; Conforto visual; Conforto olfativo; Qualidade
dos espaços; Qualidade do ar; Qualidade da água.
24
“AQUA-HQE é uma certificação internacional da construção de alta qualidade ambiental, desenvolvida
a partir da renomada certificação francesa Démarche HQE e aplicada no Brasil exclusivamente pela
Fundação Vanzolini.” (VANZOLIN, 2020)
235
• Construção de cunho cultural-pedagógico assim como a fábrica Japy,
que será uma galeria, mantendo a coerência dos usos e a extensão da
mesma;
• Empreendimento oferece tratamento de resíduos sólidos urbanos para
toda a população, além de cursos e oficinas de manuseio de RSU;
• Aproveitamento das árvores existentes, e as que foram retiradas serão
repostas em dobro dentro do lote;
• Os acessos de serviços são separados dos acessos de pedestres, tanto
no pavimento superior quanto no pavimento inferior, criando barreiras
físicas e sinalizações por motivos de segurança e conforto dos
pedestres;
• O projeto se encontra a 120 metros da Estação Jundiaí da Companhia
Metropolitana de Trens Metropolitanos, e a 85 metros do Terminal Vila
Arens de ônibus, que conta com 26 linhas (PMJ, 2021j);
• Por estar em local privilegiado em relação ao transporte público, as
vagas de estacionamento criadas serão exclusivas para comportar
funcionários, idosos ou pessoas com necessidades especiais,
estimulando meios de deslocamento menos poluentes;
• Presença de bicicletários cobertos e banheiros com duchas (localizados
dentro dos edifícios);
• Todos os espaços externos contam com áreas vegetalizadas, assim
como a praça de alimentação;
• Paisagismo composto de vegetação majoritariamente nativa, adaptadas
ao clima e ao terreno, de modo a diminuir a necessidade de manutenção
das mesmas;
Figura 176 - Plantas Nativas: Ipê-Branco, Pau-Brasil e Ipê-Amarelo. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
236
• Implantação proposta com o objetivo de aproveitar os ventos
predominantes e a insolação natural, sem causar prejuízo para os
vizinhos nesses dois aspectos;
• Diminuição do efeito de ilhas de calor através de uma densa arborização
em locais estratégicos e a utilização de espelhos d’água para umedecer
o ambiente;
• As construções projetadas não obstruem as vistas dos pedestres e dos
vizinhos, além do plantio de diversas árvores e plantas, oferecendo um
conforto visual satisfatório;
• O centro de compostagem foi implantado no raio mais distante dos
vizinhos, na parte alta do terreno alinhado com os ventos
predominantes, dissipando o odor que poderá vir a ocorrer, da maneira
menos desagradável a vizinhança.
237
Figura 177 - Transporte das madeiras. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
3. CANTEIRO DE OBRAS
Nesse tópico serão expostos meios de otimizar a gestão dos resíduos do
canteiro de obras, meios de reduzir os incômodos e poluição causada pelo
mesmo, assim como redução do consumo de recursos.
As características do projeto que se enquadram nesse tópico são:
• Por utilizar a estrutura em madeira laminada colada, haverá poucos
resíduos, pois se trata de um processo de montagem, e não construção;
238
• O material utilizado para fechamento e vedação será obtido no próprio
solo do terreno;
• Contratação de profissionais qualificados para a execução e
acompanhamento da obra;
Figura 178 - Funcionários do canteiro de obras. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
239
• Atividades que exerçam ruídos só poderão serem executadas no
período de 9:00 à 17:00, evitando incômodos para a vizinhança;
• Utilização de equipamentos e materiais provenientes da região (sempre
que possível), possibilitando uma logística mais rápida e a diminuição da
emissão de gases poluentes.
4. ENERGIA
Nesse tópico iremos pontuar meios que permitem a redução do
consumo por meio da concepção arquitetônica e de energia primária, assim
como redução das emissões poluentes na atmosfera (VANZOLINI, 2018).
Algumas das características do projeto que se enquadram nesse tópico
são:
• As áreas que apresentam caráter pedagógico (salas de aula, oficinas,
laboratórios e biblioteca) contam com janelas em dois opostos,
possibilitando a entrada de iluminação natural e ventilação cruzada por
todo ambiente;
• As salas de aula contam com um shed que permite a iluminação natural
zenital;
• Nas aberturas em que houveram a necessidade de proteção contra
insolação direta, foram projetadas marquises ou brises, fornecendo
sombra para o local, diminuindo a necessidade de ar-condicionado;
• Os espaços de baixa permanência (como banheiros e depósitos) foram
posicionados em locais que recebem a maior incidência solar durante o
dia;
• Utilização de materiais que não emitem CO2 na atmosfera, como o tijolo
solo-cimento, e materiais que reduzem CO2, como a madeira
(informação verbal)25;
25
Fala do arquiteto Fernando Minto durante o curso “Arquitetura com Terra”, Escola Coletiva de
Projetos, 18 de setembro de 2021.
240
Figura 179 - Shed nas salas de aula em corte. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
5. ÁGUA
Nesse tópico iremos abordar medidas apresentadas no projeto que
reduzem o consumo de água potável, e dados referentes a gestão de águas
pluviais e servidas (VANZOLINI, 2018).
São componentes do projeto arquitetônico e pertinentes ao tema os
seguintes dados:
• Utilização de águas cinzas e sem cloro, para a rega de vegetações não
frutíferas;
• Armazenamento das águas da chuva em cisternas coletadas através de
calhas nos telhados e nos espelhos d’água, podendo serem utilizadas
para a jardinagem e limpeza das áreas externas;
• Parte do paisagismo será de origem nativa, não havendo a necessidade
de intensa rega;
• Vidro autolimpante que armazena água;
• Oferta de educação ambiental que explique as diferenças das águas e
como é possível reaproveitar cada uma delas;
241
• Áreas molhadas setorizadas no projeto, sendo desenvolvida através de
shafts que facilitam sua manutenção.
6. RESÍDUOS
Nesse tópico iremos apresentar medidas e escolhas de projeto que
dizem a respeito da otimização da valorização dos resíduos de uso e operação
do edifício, assim como a qualidade do sistema de gerenciamento dos mesmos
(VANZOLINI, 2018).
São características do projeto os seguintes tópicos:
• Os resíduos orgânicos serão tratados no centro de compostagem,
resultando em adubo que será utilizado na horta orgânica presente
dentro do terreno;
Figura 180 - Processos da compostagem a adubação. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
242
• Utilização de material reciclável para a elaboração de mobiliário urbano
que será utilizado dentro e fora do terreno;
• Seção bibliotecária criada a partir de livros reciclados;
• Oferecimento de benefícios econômicos para os cidadãos que
participarem do projeto.
7. MANUTENÇÃO
Nesse tópico iremos abordar a otimização da concepção dos sistemas
do edifício para simplificar a conservação e a manutenção, a concepção para o
acompanhamento e controle dos consumos e do desempenho dos sistemas e
das condições de conforto (VANZOLINI, 2018).
São pertinentes ao tema, as seguintes características do projeto:
• Acesso facilitado de funcionários aos equipamentos e sistemas técnicos
do edifício, através de salas restritas, como depósitos e caixa d’água;
• Áreas molhadas, quando projetadas no sentido vertical, foram dispostas
agrupadas e a sua tubulação foi feita através de shafts, que facilitam a
manutenção e a identificação em caso de vazamentos;
• Utilização de materiais de primeira qualidade e com certificações;
• Utilização de estratégias da engenharia que protegem as estruturas de
madeira, criando marquises e peças de sacrifício;
• Elaboração de questionários sazonais aos visitantes a respeito da
qualidade dos edifícios em sua visita.
8. CONFORTO HIGROTÉRMICO
Nesse tópico serão apresentadas as medidas arquitetônicas tomadas
para otimizar o conforto higrotérmico, seja por aquecimento ou resfriamento
(VANZOLINI, 2018).
São pertinentes ao tema, as seguintes características do projeto:
• Implantação coerente com insolação e ventilação natural;
• Utilização de espelhos d’água como artificio para aumentar a umidade
do local;
• Utilização de recursos que impeçam a incidência solar direta nos
ambientes, como brises e marquises.
243
9. CONFORTO ACÚSTICO
Esse tópico aborda as ações que criam uma qualidade acústica
apropriada aos ambientes, diminuindo o incomodo aos usuários e a poluição
sonora (VANZOLINI, 2018).
São características do projeto os seguintes tópicos:
• Utilização de materiais com potencial em reduzir a poluição sonora,
como madeira e lã-de-rocha;
• Projetos de acústica foram desenvolvidos para espaços como: auditório,
salas de aula e sala de reunião;
• Atividades que produzem ruídos funcionarão com horário demarcado
entre 9:00 às 17:00.
244
Figura 181 - Shed nas salas de aula em corte. Fonte: Pedro Henrique N. Patelli, 2021.
13. QUALIDADE DO AR
Esse tópico avalia a eficácia da ventilação e o controle das fontes de
poluição internas (VANZOLINI, 2018). Entretanto, as características de projetos
relativas a ventilação e seus reflexos na qualidade do ar já foram explicados
em tópicos anteriores.
245
14. QUALIDADE DA ÁGUA
Nesse tópico serão expostas características do projeto que expõe a
qualidade da concepção e temperatura da rede interna, assim como controle
dos tratamentos e qualidade da água em áreas de banho (VANZOLINI, 2018).
Sendo elas:
• Tratamento de águas pluviais e cinzas, sendo parte delas
reaproveitadas em pontos específicos dentro do lote, como paisagismo e
limpeza.
246
7. CADERNO TÉCNICO
247
DADOS DO PROJETO
RU
TERMINAL
AX
ÁREA TERRENO: 14.518,02m²
ONIBUS
VD
ÁREA PAVIMENTO INFERIOR: 1.901,62m²
ÁREA PAVIMENTO TÉRREO: 2.209,74m²
EN
ÁREA PAVIMENTO SUPERIOR: 1.666,26m²
OV
ÁREA TOTAL: 5.777,62m²
EM
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO: 0.4
BR
O
ÁREA PERMEÁVEL: 45%
TAXA DE OCUPAÇÃO: 27%
RUA B
ARÃO
DO RIO
BRANC
O ESTAÇÃO
CPTM
RU
A
LA
RU
CE
A
RD
AN
A
TO
FR
NI
AN
O
CO
FU
RE
AV
G
.U
AT
NI
TI
ÃO
G
UI
DO
M
S
FE
RR
OV
IÁ
RI
OS
CO
RU
AN
FR
A
LE
DA
O
PARÓQUIA R
NA
SUPER- ACE
RD
NSA. SRA. L
AV
MERCADO A
O
RU
EN
CONCEIÇÃO
SC
BOA
ID
AP
A
IM
SÃ
O
PA
UL
O
AV
6. ESCOLA AMBIENTAL
.U
7. PULO DO CANGURU
NI
8. HORTA ORGÂNICA
ÃO
9. COLMEIA DE ABELHAS ACESSO CENTRO
RU
DO
10. ESTUFA DE RECICLAGEM
S
AN
FE
11. PAVILHÃO
RU
TO
RR
12. QUADRA BASQUETE 3X3
NI
OV
LA
13. PISTA DE SKATE
O
CE
IÁ
FU
14. SALTO DO MACACO
RI
1
RD
RE
15. FÁBRICA JAPY
OS
A
G
16. NADO DO PEIXE
AT
FR
2
TI
AN
G
CO
UI
M
COBERTURA PAV. INFERIOR
EM PAINÉIS DE POLICARBONATO 4 COBERTURA EM ALWITRA
INCLINAÇÕES VARIÁVEIS
TRANSLÚCIDOS 3 ACOMPANHANDO ESTRUTURA
8
PAINÉIS FOTO-
VOLTAICOS
6 7 9
FACEADOS PARA 5
O NORTE
NCO
A
COBERTURA EM ALWITRA
15 FR
DA
INCLINAÇÕES VARIÁVEIS
ACOMPANHANDO ESTRUTURA R
CE
LA
A CALHAS NAS PARTES MAIS BAIXAS
RU DO TELHADO, PARA CAPTAÇÃO DE
PISOS DRENANTES 16 ÁGUAS PLUVIAIS
RU
MOLDADOS IN LOCO
ESPAÇO PARA
A
CAIXA D'ÁGUA
LE
O
NA
PAINÉIS FOTO-VOLTAICOS
RD
VOLTADOS PARA FACE NORTE
O
SC
PORTAL DE ACESSO EM
AP
MADEIRA LAMINADA COLADA
IM
ACESSO
IMPLANTAÇÃO
ESCALA 1:750
b B
75
3. A
F
MURETAS DE DIVISA
7.
50
H=1.00M + ALAMBRADO PISO DRENANTE
H=1.20M
TO
MOLDADO IN LOCO
ONA 2% M N
RB M I
= O P Q
0 2.50
I
L 1
CA 0M 0.0 ESPELHOS D'ÁGUA EM
2.50
5.
PO TE 1 PEDRA HIJAU VERDE 5.00 5.00
00
A N
UR RE
ERT SPA 2
B N 15'
CO TRA
2
5.
1 18
00
5.00
19
723.05 D PISO EMBORRACHADO
ES
3 C
E RECICLADO
14'
6.
CISTERNAS
C
25
EXTERNAS 723.05
A 1000L
4 17
5% 723.10
I=
10.00
BE E
SO
6.
25
B 21
6.
12'
25
C
5
APARELHOS DE LAZER
B
7.50
FEITOS COM PNEUS
RECICLADOS
6.
D
25
723.10
5%
I=
BE
SO 11'
15 16
5.00
E 00
5 5.
10'
00 13
A 3 5.
723.10 F
5.00
2 00
6 5. PISO DE BORRACHA
9'
723.10 14 VULCANIZADA
G 11
00
5.
723.05 1 12
00
H 5. 723.05 LEGENDA
8'
1. SANIT. MASCULINO
00
C CISTERNAS
5. 2. SANIT. SEM GÊNERO
EXTERNAS 1000L 7' 3. SANIT. FEMININO
4. RAMPA DE ACESSO
00
5. 5. OFICINA
PISO EMBORRACHADO
6'
RECICLADO
6. ESTUFA
7. VESTIÁRIO
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO 8. CAMARIM
SEM ESCALA 5' 9. AMBULATÓRIO
7 10
10. AUDITÓRIO
2.
I 20
4' 12. ANTECÂMARA
J 13. SANIT. FAMÍLIA
9
APARELHOS DE LAZER 14. DEPÓSITO/ INFORM.
3' FEITOS COM POSTES DE 15. SANIT. FEMININO
10
.0
MADEIRA RECICLADOS
PLANTA PAV. TÉRREO: PAVILHÃO E ESCOLA 16. SANIT. MASCULINO
0
NESSA PEÇA GRÁFICA, ESTÁ REPRESENTADO O LAYOUT DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO 19. LANCHONETE
50
F
PAVILHÃO E DA ESCOLA AMBIENTAL TENDO SUA VISTA EM PLANTA, ONDE OS EIXOS K
E 20. SALTO DO MACACO
APRESENTAM SUAS MEDIDAS, E A NUMERAÇÃO NO INTERIOR DOS AMBIENTES 1'
REPRESENTAM QUAL É O COMODO CORRESPONDENTE NA LEGENDA L 21. PULO DO CANGURU
b B
75
3. A
F
7.
50
GUARDA-CORPO EM
BAMBU H=1.10M
M N
O P Q
0 2.50
0.0 2.50
5.
1 5.00 5.00
00
2 15'
2
5.
1 17
00
5.00
18
3
14'
6.
C
25
4
5.00
A
15 16
727.40
E
6.
GUARDA-CORPO 13'
25
EM BAMBU H=1.10M
14
5.00
B
O %
DR =5
VI M I
6.
EM 0M 12'
25
RA E1
C
5
U NT FECHAMENTO LATERAL DAS
ERT RE
B PA PASSARELAS EM BAMBU
B CO NS
7.50
A 5
TR
6.
D 6
25
727.40
11'
12 13
5.00
E 00
5 5.
10'
5 00 11
A 3 5.
F
5.00
TR
CO NS
A
BE PA
RT RE
2 00
5.
UR NT
A E1
9'
EM 0M
10
VI M I
G 6 00
DR =5
5.
O %
9
1
00
H 5.
9 8'
00
C 5. LEGENDA
8 7'
1. SANIT. MASCULINO
00 2. SANIT. SEM GÊNERO
5.
727.40 6' 3. SANIT. FEMININO
4. DEPÓSITO
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO 5. SALA DE AULA
SEM ESCALA 5' 6. PASSARELA
7 7. BIBLIOTECA
2.
8. LAB. INFORMÁTICA
50
I
4' 9. LAB. QUÍMICA
J 10. LAB. BIOLOGIA
11. SANIT. FAMÍLIA
GUARDA-CORPO
3' 12. SANIT. MASCULINO
10
EM BAMBU H=1.10M
13. SANIT. FEMININO
.0
ESCALA 1:250
14. SECRETARIA
2' b 15. COPA
NESSA PEÇA GRÁFICA, ESTÁ REPRESENTADO O LAYOUT DO SEGUNDO PAVIMENTO DO
2.
F
PAVILHÃO E DA ESCOLA AMBIENTAL TENDO SUA VISTA EM PLANTA, ONDE OS EIXOS K
APRESENTAM SUAS MEDIDAS, E A NUMERAÇÃO NO INTERIOR DOS AMBIENTES E 17. VESTIÁRIOS
REPRESENTA QUAL É O COMODO CORRESPONDENTE NA LEGENDA L 1' 18. SALA DA DIREÇÃO
00
5.
5.
00
75
3. 1
B
5.
00
ACESSO CENTRO
DE RECICLAGEM 50
7. 2
10
.0
0
PASSARELA METÁLICA
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO 50
7. ELEVADA H=1.20M
SEM ESCALA
3 A
7.
50
00
7. 4
MOEGA METÁLICA 713.90
2.
50
CARREGADOR METÁLICA 270º DE GIRO E CAÇAMBAS DE
50
PLATAFORMA DE OPERAÇÃO INDIVIDUAL 7. ENTULHO PARA 5
PR
ATERRO SANIT.
O
12
J.
C
O
SO
BE
BE
TRANSPORTADOR EM ESTEIRA
R
TU
50
7.
R
11
A
ESTEIRA DE SELEÇÃO MANUAL 6
H=2.00M E PLATAFORMA METÁLICA 10 10
ELEVADA, COM 16 BICAS DE 375L
E 16 CARRINHOS MANUAIS DE 270L
7 9
50
7. 8
8%
I=
MOINHO TRITURADOR E 9
11 12
TRANSPORTE EM ESTEIRA
25
b 6.
13
8
14
TRÊS PRENSAS VERTICAIS HIDRÁULICAS
PARA ENFARDAMENTO ATÉ 250KG
7
5 715.10 15
3.7
1
6
LEGENDA
16 1. AMBULATÓRIO
5
.2 2. DEPÓSITO
SO
11 DIVISÓRIAS EM ALAMBRADO
BE
3. VESTIÁRIOS
17 18 4. ÁREA DE MANOBRA
5
5. DEPÓSITO ENTULHO
20 MOINHO TRITURADOR DE VIDRO 6. ÁREA DE RECEBIMENTO
ATÉ 200KG/H 7. CORREDOR
SO
BE 19 8. DEPÓS. PILHAS E BATERIAS
4 9. DEPÓS. MAT. INFLAMÁVEL
A 10. DEPÓS. LÂMPADAS
DUAS PRENSAS HIDRÁULICAS HORIZONTAIS 11.CONTROLE DE ACESSO
21 PARA ENFARDAMENTO ATÉ 250KG 12. DEPÓS. SUCATA ELET.
3 13. ÁREA DE TRIAGEM
B
A 14. DEPÓS. MADEIRA
REL PLANTA CENTRO DE RECICLAGEM
B SA E ESCALA 1:250 15. DEPÓS. VIDRO
AS b
C J. P 16. DEPÓS. METAL
O 2 F NESSA PEÇA GRÁFICA, ESTÁ REPRESENTADO O LAYOUT DO
PR CENTRO DE RECICLAGEM TENDO SUA VISTA EM PLANTA, ONDE OS
17. ÁREA DE PRENSAGEM
PROJEÇÃO DE PASSARELA METÁLICA ELEVADA PA 18. RAMPA
EIXOS APRESENTAM SUAS MEDIDAS, E A NUMERAÇÃO NO
EM 2.80M PARA OBSERVAÇÃO SUPERIOR AM
J . R A INTERIOR DOS AMBIENTES REPRESENTA QUAL É O COMODO 19. CIRCULAÇÃO VERTICAL
O CORRESPONDENTE NA LEGENDA, ALGUMAS INFORMAÇÕES
PR 20. DEPÓS. PLÁSTICO
FORAM INSERIDAS COM O OBJETIVO DE COMPLEMENTAR O
D ENTENDIMENTO
21. DEPÓS. PAPEL
1
I=
7.
5%
GUARDA-CORPO H=1.10M
a
MU
I=7.5%
SOBE
RO
SOBE
I=7
SO
BE
.5%
DE
SO
BE
00M
H=1.10M
AR
H=2.
.5%
RIM
IMO
SO
M I=7 RR
BE
10 A
O
1. DE
H=
GUARDA-CORPO
=
BE RO
I=7.5%
H
SO MU
2.0
O
RP
0M
GU
O
-C 2 D PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
AR
DA
DA
R
UA SEM ESCALA
-C
G
OR
5.
PO
00
H=
1.
10
M
3
5.
RU
00
A
3
LA
4
5.
CE
00
1
RD
A
5.
FR
1
00
AN
2 8
CO
5.
A
TA
00
5
LU
DE
723.10
5.
B
00
G
6
RA
M
C 7
AD
5
O
8
ESTANDES DE COMPOSTAGEM
723.05 EM TIJOLO SOLO-CIMENTO D
MOLDADO IN LOCO, E NIVELA-
DORES EM MADEIRA PISO EM CONCRETO
IMPERMEABILIZADO
E 0
.5
17
0
.0
15 F a
ESPELHO D'ÁGUA
REVESTIDO EM
PEDRA HIJAU
25
G
PISO DRENANTE
.0
0
MOLDADO IN LOCO
D 9
723.00 723.05
LEGENDA
1. SALA DE GERENCIAMENTO
2. ADMINISTRATIVO
11 3. VESTIÁRIOS
4. DEPÓSITO
5. ESTANDES DE COMPOSTAGEM
PLANTA CENTRO DE COMPOSTAGEM PISO EMBORRACHADO 6. ÁREA DE MANOBRA
ESCALA 1:250 RECICLADO
10 7. GRELHA DE LAVAGEM
NESSA PEÇA GRÁFICA, ESTÁ REPRESENTADO O LAYOUT DO CENTRO 8. GRELHA DE PROTEÇÃO
DE COMPOSTAGEM, TENDO SUA VISTA EM PLANTA, ONDE OS EIXOS 9. HORTA ORGÂNICA
APRESENTAM SUAS MEDIDAS,COTANDO A ESTRUTURA DA COBERTURA, 10. COLMEIA DE ABELHAS
E A NUMERAÇÃO NO INTERIOR DOS AMBIENTES REPRESENTA QUAL É O
COMODO CORRESPONDENTE NA LEGENDA 11. SALTO DO CANGURU
COBERTURA
EM ALWITRA
727.40
723.10
FECHAMENTO EM BAMBU
CAIXA DE ELEVADOR
715.10
COBERTURA EM ALWITRA
727.40
723.10
715.10
PLATAFORMA
713.90
METÁLICA
ESPAÇO PARA
CAIXA D'ÁGUA
731.20
727.40
723.10
ESTANDES DE COMPOSTAGEM
COBERTURA EM ALWITRA VIGAS ARQUEADAS EM MLC
EM TIJOLO SOLO-CIMENTO
E NIVELADORES EM MADEIRA MURO DE ARRIMO
RAMPA INCLINAÇÃO 7,5%
COBERTURA EM ALWITRA
CHAPAS DE OSB E ISOLANTE
TERMOACÚSTICO
VIGAMENTO EM MLC
VIGAMENTO EM MLC
DETALHE SHED
ESCALA 1:50
COBERTURA
EM ALWITRA SHED (VER DETALHE)
727.40
723.10
COBERTURA EM ALWITRA
TECELAGEM JAPY
723.10
GUARDA-CORPO EM
BAMBU H=1.10M
COBERTURA EM ALWITRA
SHAFT COBERTURA EM ALWITRA SHED
GUARDA-CORPO EM BAMBU
H=1.10M
727.40
MURO DE DIVISA
H=1.00M + ALAMBRADO
H=1.10M
723.10
FECHAMENTO DA
PASSARELA EM
CAIXA DO ELEVADOR BRISE EM BAMBU BAMBU
718.60
PLATAFORMA DE OBSERVAÇÃO
DO CENTRO DE RECICLAGEM
H=3.50M, ACESSO PELA RAMPA 715.10
MOINHO TRITURADOR
NESSA PEÇA GRÁFICA, ESTÁ REPRESENTADO O PAVILHÃO, A
RAMPA EXISTENTE ESCOLA AMBIENTAL E O CENTRO DE RECICLAGEM. ESSE CORTE
CORTE TRANSVERSAL b-b TAMBÉM DEMONSTRA COMO OCORRE O NÚCLEO DE
ESCALA 1:250 CIRCULAÇÃO VERTICAL DA ESCOLA
CHAMINÉ TECELAGEM JAPY
ESPAÇO PARA
CAIXAS D'ÁGUA
COBERTURA EM ALWITRA
731.20
GUARDA-CORPO EM BAMBU
727.40
BRISE EM BAMBU
PAINÉIS FOTO-VOLTAICOS
731.20
727.40
723.10
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
SEM ESCALA GUARDA-CORPO
EM BAMBU
POSTES
RECICLADOS
ASSENTAMENTO DE ESTRUTURA EM MADEIRA
TIJOLO EM DIAGONAL LAMINADA COLADA
BRISE ARTICULÁVEL
COBERTURA EM ALWITRA FORMANDO ELEMENTOS SHED EM VIDRO
EM BAMBU
VAZADOS
TIJOLO SOLO-CIMENTO
MOLDADO IN LOCO
CISTERNAS EXTERNAS
FECHAMENTO DA
GUARDA-CORPO PASSARELA EM BAMBU
EM BAMBU
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO ESTRUTURA EM MADEIRA PAINÉIS FOTO TIJOLO SOLO-CIMENTO BRISE EM BAMBU
SEM ESCALA LAMINADA COLADA VOLTAICOS MOLDADO IN LOCO
TECELAGEM JAPY
PAINÉIS FOTO-
VOLTAICOS BRISE ARTICULÁVEL
TIJOLO SOLO-CIMENTO
EM BAMBU
MOLDADO IN LOCO ESTRUTURA EM MADEIRA
LAMINADA COLADA COBERTURA EM
ALWITRA GUARDA-CORPO
EM BAMBU
ELEMENTOS VAZADOS
FORMADOS ATRAVÉS
DE ASSENTAMENTO DE
TIJOLOS NA DIAGONAL
GUARDA-CORPO
EM BAMBU BRISE EM BAMBU
ESCOLA AMBIENTAL
ESTUFA
CENTRO DE COMPOSTAGEM
TECELAGEM JAPY PAVILHÃO URBANO
ESTUFA
ACESSO RUA LACERDA FRANCO
PERGOLADO
298
Sendo exposto ao conceber um novo significado para a chaminé, antes
poluente, agora o símbolo da preservação (tanto física quanto ambiental, visto
que se trata de um patrimônio tombado); e na sua materialidade, utilizando a
construção com barro (tijolo solo-cimento), um método relativamente antigo, e
que simboliza em valor estético a arquitetura industrial da fábrica, junto a
madeira engenheirada (MLC), que é uma estratégia construtiva recente.
Esse projeto foi concebido não apenas com o objetivo de obter o título
de arquiteto e urbanista, mas também para conscientizar os leitores sobre a
importância da reciclagem, e a consciência ambiental.
299
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
300
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
Acesso em: 23 nov. 2021.
301
<https://www.archdaily.com.br/br/900296/como-o-parc-de-la-villette-
influenciou-a-maneira-como-projetamos-nossos-parques-no-seculo-xxi>
ISSN 0719-8906. Acesso em: 17 mai. 2021.
302
• ESPLANADA Monte Castelo. Prefeitura Municipal de Jundiaí, 2021i.
Disponível em: <https://rotasturisticas.jundiai.sp.gov.br/centrohistorico/o-
que-visitar/esplanada-monte-castelo/ >. Acesso em: 23 nov. 2021.
303
• GUATELLI, Igor. Edificar parques. O [parergonal] Parc de La Villette e o
futuro do passado. Arquitextos, São Paulo, 2018, n. 208.01, Vitruvius,
Set 2017. Disponível em:
<https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.208/6715>. Acesso
em: 10 jun. 2021.
• IMME, A. Tudo sobre análise SWOT: o que é, como fazer e muito mais.
Resultados Digitais, 17 out 2019. Disponível em:
<https://resultadosdigitais.com.br/blog/analise-swot/>. Acesso em: 23
nov. 2021.
304
<https://www.archdaily.com/776761/juhani-pallasmaa-on-writing-
teaching-and-becoming-a-phenomenologist> ISSN 0719-8884. Acesso
em: 28 jul. 2021.
305
<https://www.recantodasletras.com.br/artigos/2822010>. Acesso em: 26
nov. 2021.
306
<https://thecharnelhouse.org/2014/03/12/suprematism-in-architecture-
kazimir-malevich-and-the-arkhitektons/>. Acesso em: 23 nov. 2021.
307
• PISANI, M. A. J. Sustentabilidade na habitação: posturas e
certificações, 2016. In.: FONTES, M. S. G. C.; FARIA, J. R. G.
Ambiente construído e sustentabilidade. Tupã: ANAP, 2016.
308
• REBELLO, Y. C. P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São
Paulo: Zigurate Editora, 2000.
309
• SUPREMATISMO: importante movimento artístico russo. Artout, 2021.
Disponível em: <https://artout.com.br/suprematismo/>. Disponível em: 23
nov. 2021.
310
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190:
Projeto de estrutura de madeira. Rio de Janeiro, 1996.
311
10. ANEXOS
• ANEXO A:
312