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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
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importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-


rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Larissa Danielle Melo Costa


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade aborda as políticas públicas brasileiras rela-
cionadas ao meio ambiente. Especificamente, foram enfocados: a) a
problemática ambiental à nível global e a participação da ONU como
intermediadora b) as características das políticas públicas no Brasil,
bem como estrutura, competência e princípios c) o meio ambiente
como aspecto constitucional d) as legislações vigentes que servem
de instrumento ambiental das políticas públicas. Para tanto, foi con-
siderado os eventos mundiais que contribuíram à evolução da legis-
lação ambiental brasileira, o papel do Estado e suas competências e
responsabilidades. Além disso, Legislações e Resoluções específicas
que regem o licenciamento ambiental, o código florestal, política de
recursos hídricos e de resíduos sólidos, áreas de conservação, edu-
cação ambienta. Espera-se que o aluno, por meio do conhecimento
e da análise em torno das leis apresentadas, consiga compreender
e aplicar os requisitos de conformidade legal, visando a melhoria da
qualidade de vida e do meio ambiente.
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Legislação Ambiental. Conservação dos Recursos Naturais. Meio Ambiente.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONTEXTUALIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Perspectiva Histórica __________________________________________ 12

Desenvolvimento Sustentável ___________________________________ 19

Recapitulando ________________________________________________ 24

CAPÍTULO 02
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Evolução das Políticas Públicas Brasileiras ______________________ 29

A Constituição Federal e o Meio Ambiente ______________________ 38

Recapitulando _________________________________________________ 41

CAPÍTULO 03 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS BRASILEIRAS

A Política Nacional do Meio Ambiente ________________________ 46

Lei de Crimes Ambientais _____________________________________ 51

Código Florestal ______________________________________________ 52

Política Nacional de Recursos Hídricos _________________________ 53

Política Nacional de Resíduos Sólidos __________________________ 55

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Política Nacional de Saneamento Básico _________________________ 56

Sistema Nacional das Unidades de Conservação _________________ 57

Recapitulando __________________________________________________ 59

Fechando a Unidade ____________________________________________ 64

Referências _____________________________________________________ 67
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Durante décadas, o meio ambiente não foi levado em conside-
ração, visto que havia a concepção de que os recursos e bens naturais
eram infinitos, logo, não havia motivos para se investir no desenvol-
vimento de tecnologias, que tivessem como foco o monitoramento e
controle dos processos industriais.
A questão ambiental passou a ser considerada apenas quan-
do as atividades produtivas de uma região começaram a interferir na
qualidade de vida de outra. Assim, os aspectos ambientais e impactos
potenciais deixaram de ser pontuais ou locais e passaram a ser vistos
de forma holística e globalizada.
Nesta disciplina vamos conhecer as competências e responsabili-
dades do Estado para com o meio ambiente, bem como as legislações que
regulamentam as atividades humanas relacionadas aos meio ambiente.
Cabe ao aluno, a leitura destas legislações na íntegra, pois,
somente assim conhecerá todos os requisitos que elas abordam.
A Constituição Federal é a norma fundamental ao desenvolvi-
mento sustentável no Brasil. As demais políticas públicas acrescentam
os princípios estabelecido pela constituição, de modo à assegurar a
qualidade de vida e do meio ambiente.
O intuito desta disciplina é de apresentar as principais leis am-
bientais que regem a sociedade brasileira, os instrumentos políticos
utilizados para conduzir o desenvolvimento sustentável, as penalida-
des aos infratores, e os objetivos gerais da Política Nacional do Meio
Ambiente, Política Nacional de Recursos Hídricos, Política Nacional de
Resíduos Sólidos, Áreas de Conservação Ambiental, Código Florestal,
Saneamento Básico e Licenciamento Ambiental.

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ORIGEM DA LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL
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PERSPECTIVA HISTÓRICA

O diálogo entre a população, pesquisadores, cientistas sociais,


economistas e ambientalista, voltado à compreensão do meio ambiente é
muito recente. O tema não é simples, pois, a questão ambiental e sua inter-
relação com o desenvolvimento humano são assuntos complexos, que es-
tão ligados tanto ao conceito de progresso, quanto ao de desenvolvimento.
O progresso sempre foi uma aspiração na história humana.
Seu conceito é baseado na ideia de que no futuro, o mundo será melhor
do que é hoje. A ciência, a tecnologia, a industrialização, a democracia,
e até a qualidade de vida, são instrumentos do progresso, porém as
questões ambientais não estão inseridas neste contexto.
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Em contra partida, o conceito de desenvolvimento só teve iní-
cio no século XX, e pode englobar questões macro – envolvendo as-
pectos econômicos – questões regionais e setoriais – industrialização
ou agricultura – , questões locais – geração de renda de uma população
específica – . O conceito de desenvolvimente também está relacionado
às mudanças na estrutura social, econômica e cultural da sociedade.
Dois aspectos estão interligados na noção de desenvolvimen-
to. O primeiro, considera a hierarquia funcional, caracterizada pela cren-
ça de alcançar um objetivo seguindo técnicas, métodos e legislações
estabelecidas pelos Estados, remete a ideia do desenvolvimento inter-
nacional. O segundo, considera o acumulo de capital (RIBEIRO, 1992).
A definição de desenvolvimento é vasta, porém, todas trazem a ideia de
progresso econômico e condições de vida melhorer que a atual.
Um estudo realizado por Herculano (1998), demonstra que a
democracia na Escandinávia possibilita a participação da população
nas decisões relacionadas à elas. Desta forma, a qualidade de vida se
baseia em “ter, amar e ser”.
• Ter: condições materiais suficientes para sua própria sobrevi-
vência (casa, trabalho, saúde, educação);
• Amar: capacidade de se relacionar com outros indivíduos e
formar identidades sociais;
• Ser: capacidade de integração com a sociedade e com a na-
tureza.
Estes critérios de qualidade de vida são definidos como um
compromisso ético, que garantem o desenvolvimento, considerando
tanto os aspectos humanos, quanto os do meio ambiente.
Para compreender como a qualidade de vida está associada
ao meio ambiente, é preciso primeiro entender a expressão meio am-
biente, e assim inserir o conceito de desenvolvimento sustentável em LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

todas as atividades humanas.

Meio Ambiente é tudoo que tem a ver com a vida de um ser ou de um grupo
de seres vivos. Tudoo que tem a ver com a vida, sua manutenção e re-
produção. Nesta definiçãoestão: os elementos físicos (a terra, o ar, a água),
o clima, os elementos vivos (as plantas, os animais, os homens), elementos
culturais (os hábitos, os costumes, o saber, a história de cada grupo, de
cada comunidade) e a maneira como estes elementos são tratados pela
sociedade. Ouseja, como as atividades humanas interferem com estes ele-
mentos. Compõemtambém o meio ambiente as interações destes elementos
entre si, e entre eles e as atividades humanas. Assim entendido,o meio
ambiente não diz respeito apenas ao meio natural, mas também às vilas,
cidades, todo o ambiente construído pelo homem (NEVES; TOSTES, 1992).

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Percebe-se que, o meio ambiente não se restringe à vegetação,
animais, solos, mas também a todos os elementos que interagem com a
natureza. Não é apenas um recurso infinito à disposição do homem, ou
objeto de pesquisa. É importante salientar que todos os seres vivos de-
pendem diretamente do meio ambiente para sobreviver, e que a geração
de riquezas pode existir sem que haja a necessidade de comprometê-lo.

Questão Ambiental e o Papel das Nações Unidas

A exploração da natureza pelo homem sempre existiu, pois, tudo


o que mantém e alimenta a vida humana advém dos recursos naturais.
Ao passo que a humanidade intensifica o consumo dos recursos naturais,
o crescente risco de colapso nos ecossistemas globais são atenuados, ou
seja, a capacidade de renovação fica comprometida (BARBIERI, 2016).
Os processos industriais não só causaram muitos danos ambien-
tais, devido ao enfoque no lucro rápido e na produção em massa. A in-
dustrialização acarretou no aumento de grandes aglomerações urbanas,
intensificou problemas relacionados ao esgoto, poluição hídrica, descar-
te descontrolado e sem controle de resíduos, desmatamento (MOREIRA,
2013), colocando o meio ambiente na atual crise em que se encontra.
Sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a era
nuclear disseminou entre a população o medo de uma nova poluição, a
radiação. Estes temores impulsionaram o movimento ambientalista, que
a partir de 1962, com o livro “A Primavera Silenciosa” de Rachel Carson,
denunciou os perigos que a população mundial está sujeita, por não
respeitar o meio ambiente em que habita.
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O livro de Rachel Carson, intitulado como A Primavera Si-


lenciosa, é considerado até hoje como referência básica às ques-
tões ambientalistas, e foi o texto precursor do desenvolvimento
das políticas públicas governamentais no mundo.
Sua leitura é de importante relevância à humanidade, e é
possível comprá-lo em qualquer livraria de renome.

Neste cenário, a Organização das Nações Unidades (ONU)


se atribuiu a responsabilidade de estabelecer políticas ambientais às
nações que integram seu conselho. A dificuldade que surgiu foi em en-
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contrar um consenso dos níveis e medidas ambientais, principalmente
quando estas questões envolviam países com grandes riquezas natu-
rais e, ao mesmo tempo, densidade populacional elevada.
Na tentativa de solucionar a problemática desta questão, a
ONU introduziu o conceito de desenvolvimento sustentável, que de for-
ma geral, propõe políticas governamentais que visam o desenvolvimen-
to e a preservação do meio ambiente.

Estudiosos defendem que os países subdesenvolvidos são


os que mais necessitam de desenvolvimento. Para tanto, devem afas-
tar a ideia de que a preservação ambiental é superior ao crescimento
econômico, e colocar em prática o desenvolvimento sustentável.

Historicamente a construção das políticas ambientais teve iní-


cio com a conhecida Conferência de Estocolmo realizada em 1972 pela
ONU. O evento apresentou, em sua declaração final, o Manifesto Am-
biental, que contém 19 princípios, abordando a necessidade da preser-
vação e melhoria do meio ambiente humano.
Os documentos elaborados pela ONU, a partir de então, têm
grande relevância à divulgação dos instrumentos de proteção à nature-
za, e influenciam a construção das leis ambientais dos países.
Outro documento relevante às políticas governamentais surgiu
em 1970 com a publicação do Informe ao Clube de Roma: Limites do
Crescimento – um relatório para o projeto do clube de Roma sobre o
dilema da humanidade (MEADOWNS et. al, 1978).
Segundo Meadowns e autores (1978), o Clube de Roma era com-
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posto por trinta pessoas de dez países diferentes. Estas pessoas eram
tanto cientistas, economistas, ambientalistas, empreendedores, quanto re-
presentantes de governo nos níveis nacional e internacional. Sua finalida-
de era fomentar estudos de cunhos econômico, político, social e ambiental.
O Informe ao Clube de Roma divulga que o crescimento eco-
nômico depende diretamente da disponibilidade de recursos naturais
e energéticos, e que dentro de algumas décadas, estes recursos ten-
dem a degradação e ao desaparecimento. Com isto, o informe propõe
transformações nos modos de produção de forma a se chegar em um
modelo de crescimento zero (NASCIMENTO, 2013). Segundo Foladori
(2001), este documento trata-se de uma crítica ao sistema capitalista,
que surgiu por parte do próprio sistema.
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Em seguida, a ONU realizou outra conferência que marcou os
passos seguintes, e os atuais, da humanidade. No ano de 1983 é reali-
zada a Conferência de Brurdtland, na qual fez críticas aos modelos de
desenvolvimento utilizados, e ressaltou os riscos do uso inconsciente
dos recursos naturais. Ficou claro que as atividades humanas não con-
vergiam ao conceito de desenvolvimento sustentável.
As recomendações feitas pela Conferência de Brundtland leva
à realização da Conferência Rio-92, intitulada “Cúpula da Terra”. É a
partir de 1992 que a necessidade do desenvolvimento sustentável foi
reconhecido pelo mundo.
Segundo Soares (2001), os resultados que a Conferência Rio-
92 alcançou, de forma geral, foram:
1) A adoção das convenções – Convenção Quadro sobre as
Mudanças Climáticas, e Convenção sobre a Diversidade Biológica;
2) A assinatura dos documentos que continham os princípios a
serem adotados pelos governos;
3) A ação comprometida para com os temas das próximas reu-
niões da ONU;
4) A criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável,
que se encarrega de submeter, após deliberação, relatórios e recomen-
dações, bem como acompanhar a implementação da Agenda 21.
A Rio-92 portanto, adotou a Agenda 21, que delineou um pro-
grama de ações, visando a aplicação do desenvolvimento sustentável
como modelo base do desenvolvimento humano. A agenda 21 contem-
plava questões ambientais, econômicas, sociais e culturais, fundamen-
tadas no conceito de desenvolvimento sustentável.
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Os documentos elaborados pela ONU são de livre acesso


e estão disponíveis em sua página online.
São mais de 900 mil documentos à disposição do público.
Link para acesso: https://nacoesunidas.org/docs/

Contudo, para a efetiva implementação da Agenda 21, as ações


necessárias para a mudança significativa dos sistemas governamentais
necessitavam de acompanhamento, e assim definiu-se a programação de
eventos subsequentes, destinados a acompanhar seuimplemento (Rio+5).
No ano de 2002, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável
da ONU realizou a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável.
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Esta cúpula tinha como objetivo revisar os progressos da implemen-
tação da Agenda 21 e fixar novos esforços para que os resultados da
Rio-92 fossem alcançados.
A Cúpula Mundial (Rio+10) então dedicou-se a selecionar me-
didas políticas concretas para superar os obstáculos e condicionamen-
tos, a fim de acelerar os objetivos da Agenda 21. Ela não estabelece
metas, e sim:
• Posições políticas;
• Reafirma os princípios e acordos adotados na Convenção de
Estocolmo e na Rio-92;
• Pede o alívio da dívida externa e o aumento da assistência
financeira para os países mais pobres;
• Reconhece que a má distribuição de renda é o principal obs-
táculo para o desenvolvimento sustentável;
• Institui mecanismos de acompanhamento, por parte da ONU,
para a evolução dos Estados.
Segundo Nascimento (2013), a comunidade científica e diplo-
mática aposta no fracasso da Rio+10, pois, mais uma vez nenhum do-
cumento adota mecanismos de punição ou coerção àqueles países que
não cumprirem os princípios acordados entre as Nações.
Por fim, em setembro de 2015, ocorreu a Cúpula de Desenvol-
vimento Sustentável. Esta conferência definiu os Objetivos de Desen-
volvimento Sustentável (ODS) como parte da nova agenda, a “Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Esta agenda encerra os
objetivos do milênio (Agenda 21) e institui 17 novos objetivos a serem
concluídos até o ano de 2030 (Figura 1.1).

Figura 1.1 – Objetivos globais do desenvolvimento sustentável.


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Fonte – ONU, 2015.


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Programa das Nações Unidas: Meio Ambiente

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-


MA) foi criado em 1972, como uma agência da Organização das Na-
ções Unidas, caracterizando-o como a principal autoridade ambiental,
que define a agenda ambiental global. O PNUMA promove a implemen-
tação coerente da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentá-
vel, dentro do sistema das Nações Unidas, e serve como um defensor
autorizado do meio ambiente global (PNUMA, 2019).
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é cate-
gorizado em sete temas que abrangem a sustentabilidade:
1) Mudanças climáticas;
2) Desastres e conflitos;
3) Gestão de ecossistemas;
4) Governança ambiental;
5) Produtos químicos e resíduos;
6) Eficiência de recursos;
7) Meio ambiente em análise.
A estruturação da sustentabilidade ambiental, social e econô-
mica aprimora as práticas de negócios do ambiente da ONU, ao integrar
medidas de sustentabilidade padronizadas e estruturadas em todo o
seu trabalho. Esta estrutura estabelece padrões mínimos de salvaguar-
da para o ambiente da ONU e seus parceiros implementadores, permi-
tindo que a ONU antecipe e gerencie questões ambientais, sociais e
econômicas associadas de uma maneira holística (Quadro 1.1).

QUADRO 1.1 – Propósitos empregados pelo PNUMA.


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Fonte – PNUMA, 2019.


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Esses Padrões de salvaguardas refletem principalmente um
compromisso com a preconização dos danos, mas à medida que a im-
plementação da estrutura evolui, eles são expandidos em um compro-
misso abrangente de utilizar boas práticas alinhadas à sustentabilidade
ambiental, social e econômica. Os projetos amientais da ONU e seus
documentos são divulgados para solicitar o envolvimento das partes
interessadas e do público envolvido.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito do desenvolvimento sustentável teve início na Con-


ferência de Estocolmo em 1972, e foi largamente difundido a partir de
então. Segundo Sachs (1993) o desenvolvimento quando voltado às ne-
cessidades sociais mais abrangentes, diz respeito à melhoria da qualida-
de de vida da maior parte da população, e ao cuidado com a preservação
ambiental, como uma responsabilidade para com as gerações futuras.
Para tanto, é necessário que três critérios sejam obedecidos
ao mesmo tempo: equidade social, prudência ecológica e eficiência
econômica (SACHS, 1993).
A Comissão de Brundtland (1987) elaborou a versão final do
Relatório “Nosso Futuro Comum”. Segundo Dias (2017), este documen-
to apresenta, pela primeira vez, a definição mais elaborada, definindo
que o desenvolvimento sustentável deve estabelecer a harmonia entre
as atividades humanas e a natureza, através da integração de políticas
ambientais aos processos. O autor cita ainda que, a pobreza é um esta-
do que o desenvolvimento sustentável não tolera.
Este novo conceito surgiu a partir da necessidade de criação
de um modelo de desenvolvimento que considere a questão ambiental,
devido ao aumento da intervenção humana na natureza, para a extra-
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ção dos recursos naturais, com enfoque no crescimento econômico, e


aliado à igualdade social e ao equilíbrio ecológico.
O relatório ainda define as premissas do que seria o desenvolvi-
mento sustentável – necessidades essenciais à sobrevivência da popula-
ção, limitações tecnológicas de exploração do meio ambiente, objetivo prin-
cipal – satisfazer as necessidades e aspirações humanas (DIAS, 2017).
A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório a um
modelo de desenvolvimento sustentável, que busca manter a harmonia
com o meio ambiente, tem muitas implicações: modificar a visão, bem
como a relação com o meio ambiente, sendo que esse não é somente
uma fonte de matéria-prima e depósito de resíduos; procurar um manejo
racional dos recursos naturais, visando a modificação da organização so-
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cial produtiva; buscar práticas sustentáveis de produção (SOUZA, 2002).
Para Barbieri e Cajazeira (2009), o desenvolvimento sustentá-
vel está apoiado nos seguintes pilares.
• Sustentabilidade social:
Consiste na equidade da distribuição dos bens e da renda para
melhorar os direitos e as condições da população e reduzir as distân-
cias entre os padrões de vida das pessoas;
• Sustentabilidade econômica:
Consiste na distribuição e na gestão eficiente dos recursos pro-
dutivos, bem como no fluxo regular de investimentos público e privado;
• Sustentabilidade ecológica:
Consiste na busca pelo aumento da capacidade de carga do
planeta e para evitar danos ao meio ambiente, principalmente os causa-
dos pelos processos do crescimento econômico;
• Sustentabilidade espacial:
Refere-se ao equilíbrio do assentamento humano rural e urbano;
• Sustentabilidade cultural:
Busca o respeito pela pluralidade de soluções particulares e
específicas a cada ecossistema, cada cultura e cada local.
Considerando estes cinco pilares do desenvolvimento sustentá-
vel, é comum que eles sejam apresentados divididos em três dimensões
essenciais: social, econômica e ambiental. Coral (2002) apresenta um mo-
delo de sustentabilidade a ser aplicado pelas organizações na Figura 1.2.

Figura 1.2 – Tripé da Sustentabilidade


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Fonte –Coral 2002.


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Segundo Bebbington et al. (2007) e Singh et al. (2012), existe
ampla e reconhecida necessidade de indivíduos, organizações e socie-
dades de encontrarem modelos, métricas e ferramentas para articular a
medida e a extensão da sustentabilidade de atividades atuais. Nesse sen-
tido, para alcançar o progresso em sustentabilidade, o desenvolvimento
de indicadores de sustentabilidade precisam ser sistematicamente moni-
torados, medidos, quantificados e interpretados (HARDI; ZDAN, 2010).
Seguindo esta ótica, diversos quadros de variáveis da sustenta-
bilidade já são conhecidos. Segundo os estudos de Buson (2009) e Bu-
son et al. (2009), existem quinze variáveis de sustentabilidade baseadas
nas dimensões econômica, ambiental e social, e que podem ser utiliza-
das pelos gestores de projetos. O Quadro 1.2 apresenta essas variáveis.

Quadro 1.2 – Variáveis das dimensões de sustentabilidade.

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Fonte: adaptado de MARTINS; CARVALHO (2016) e BUZON (2009).


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Em conjunto ao desenvolvimento sustentável, é possível ob-
servar que os debates sobre a conservação ambiental, por parte das
empresas, estão expandindo. No contexto empresarial, a gestão am-
biental é uma ferramenta que viabiliza uma produção modernizada, au-
menta a competitividade de mercado, auxilia na redução de custos e, ao
mesmo tempo, possibilita que a organização faça uso responsável dos
recursos naturais e minimize os danos gerados sobre o meio ambiente
(CAMPO; MELO, 2008).

Ao optar por utilizar um sistema de gestão ambiental, segun-


do Lopes (2004), as empresas possuem três níveis de opções: fazer o
mínimo para estar conforme aos requisitos legais, adotar uma postu-
ra proativa ou aderir uma gestão voltada à sustentabilidade.

Para gerir ambientalmente um empreendimento, qualquer que


seja o empreendimento – rural ou urbano, de pequeno, médio ou grande
porte –, é possível fazê-lo a partir dos conhecimentos e funções que já
existem, por meio das pessoas que estão envolvidas, para atingir os obje-
tivos desse empreendimento de forma eficiente. Portanto, para colocar a
gestão ambiental em prática, o enfoque deve estar direcionado, tanto no
objetivo da organização, quanto nos processos que ela executa.
A gestão é o ato de gerir, gerenciar, administrar, organizar, plane-
jar, pensar. A partir disto, a gestão ambiental pode ser definida como o ato
de gerir o processo de maneira eficiente, do ponto de vista das técnicas,
das pessoas e do ambiente do qual são retirados os recursos de natureza
que são transformados em produto no mercado (DAL FORNO, 2017).
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O conjunto de exigências legais às quais as organizações es-


tão submetidas, compõem os chamados Sistemas de Gestão Ambiental
(SGA). O SGA está imediatamente ligado à gestão dos impactos ambien-
tais gerados em cada processo que a organização executa (Figura 1.1).

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Figura 1.1 – Abordagem de sistemas de gestão ambiental.

Portanto, o SGA, segundo a ABNT (2015), é o conjunto forma-


do pela estrutura organizacional, responsabilidades, práticas, procedi-
mentos, processos e recursos necessários para implementar e manter
o gerenciamento ambiental. O SGA mais conhecido e aceito interna-
cionalmente é o elaborado pela BSI (British Standard Institution) e es-
pecificado pela BS 7750 (Specification for Environmental Management
Systems) em 1992. Esta especificação é compatível com a ISO 9000
(sistemas de gestão de qualidade da União Europeia).
Em relação às normas de Direito Ambiental, entretanto, o fa-
tor base é o princípio da responsabilidade. O planejamento estratégico
deve englobar os conceitos e práticas da responsabilidade social em-
presarial. Este tipo de gestão é baseada na ética e transparência da
empresa, perante seus clientes, fornecedores e demais pessoas vincu-
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ladas em seu ciclo de vida.


As políticas ambientais devem estabelecer os meios para ava-
liar empresas e produtos. Para que uma empresa tenha um sistema de
gestão ambiental com uma performance ambiental adequada, é neces-
sária a criação de estratégias para que essa intenção se cumpra. Desta
forma, as legislações e normas disponíveis direcionam os processos
produtivos para o desenvolvimento sustentável.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova: FCC - 2016 - SE-
GEP-MA - Analista Ambiental – Engenheiro Ambiental
Na última Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável − Rio+20, foi firmada uma nova agenda através do do-
cumento Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o De-
senvolvimento Sustentável, que definiu 17 objetivos para os pró-
ximos 15 anos. São objetivos ligados à sustentabilidade ambiental
expressos no documento:
a) Estimular medidas para combater agentes nocivos à camada de ozônio.
b) Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
c) Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento
sustentável.
d) Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável.
e) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os
seus impactos.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova:
FCC - 2016 - Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior
- Analista Ambiental - Biologia
A forma mais adequada de conciliar urbanismo, meio ambiente e o
conceito de cidades sustentáveis envolve:
a) Estímulo ao retorno da população para o meio rural a fim de corrigir
distorções do crescimento urbano e seus efeitos.
b) Desenvolvimento de um instrumento capaz de associar políticas pú-
blicas de ordenamento territorial às dinâmicas participativas ambientais.
c) Redirecionamento de todas as atividades recreativas para um progra-
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ma de desenvolvimento de ações educativas ambientais.


d) Incentivo ao crescimento econômico e urbano e criação de parques
como medidas primordiais de forma a tornar uma cidade sustentável.
e) Implementação de políticas públicas para criação de cidades susten-
táveis a fim de garantir estabilidade no tamanho da população urbana.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FADESP Órgão: Prefeitura de Parauapebas - PA
Prova: FADESP - 2014 - Prefeitura de Parauapebas - PA - Professor
de Educação Básica I
Analise as afirmativas referentes ao desenvolvimento da socieda-
de. I. O desenvolvimento da sociedade urbana e industrial ocorreu
24
de forma desordenada, à custa de níveis crescentes de poluição e
degradação ambiental. II. Existem limites que devem ser respeita-
dos para a utilização dos recursos naturais. III. A tecnologia é fun-
damental para o desenvolvimento, sendo capaz de resolver todos
os problemas ambientais. IV. Desenvolvimento sustentável é um
conceito proposto no relatório final da Comissão Mundial do De-
senvolvimento e Meio Ambiente, intitulado Nosso Futuro comum.
- São corretas as afirmativas:
a) I, II e III
b) I, II e IV
c) II, III e IV
d) I, II, III e IV

QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: AL-SP Prova: FCC - 2010 - AL-SP -
Agente Técnico Legislativo Especializado - Gestão de Projetos
Considere as afirmações abaixo sobre a gestão ambiental.
I. Uma vez que a gestão ambiental pode ser uma forma de enfren-
tamento de conflitos socioambientais, a aplicação de seus instru-
mentos não se constitui em fonte geradora de conflitos.
II. A gestão ambiental busca o uso racional e sustentável dos re-
cursos naturais e o seu desenvolvimento envolve as políticas pú-
blicas, o setor produtivo e a sociedade.
III. A gestão ambiental depende exclusivamente de determinações
de caráter político e econômico.
IV. Os responsáveis pelo direcionamento de um sistema de gestão
ambiental são o poder público e a iniciativa privada.
V. As desigualdades sociais, fruto do crescimento da população hu-
mana e do modelo econômico dominante, geram situações de confli-
to. Assim, o escopo da gestão ambiental não se restringe aos confli-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

tos ambientais, pois estes podem vir associados a conflitos sociais.


Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I, II, III e IV
b) I, II e IV
c) I, IV e V
d) II, III e V
e) II e V

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:
NC-UFPR - 2015 - ITAIPU BINACIONAL - Pedagogia
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o De-
25
senvolvimento realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (Eco-
92) teve como um de seus principais resultados a Agenda 21, que
se caracteriza por ser um:
a) Conjunto de conceitos relacionados com o desenvolvimento susten-
tável e com o desenvolvimento de lideranças.
b) Conjunto de metodologias relacionadas à formação de lideranças e à
participação comunitária.
c) Instrumento de planejamento participativo para a construção de so-
ciedades sustentáveis em âmbitos local e global.
d) Instrumento de formação de cidadãos para a gestão de recursos na-
turais em âmbito local e global.
e) Instrumento de planejamento participativo para preservação da biodi-
versidade em âmbitos local e global.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A sustentabilidade é um conceito mundialmente difundido, tendo início
a partir das questões ambientais que permearam a década de 1970. Os
eventos e as conferências mundiais sobre temas ambientais reúnem
representantes do governo de diversos países, e buscam acordos que
reflitam o compromisso de todos com o desenvolvimento sustentável.
Com base nisto, quais foram as características e resultados obtidos
com os eventos mundiais sobre meio ambiente já realizados?

TREINO INÉDITO
A sustentabilidade é definida por três dimensões: econômica, am-
biental e social. Estas dimensões contemplam diversas variáveis
de sustentabilidade, que podem ser utilizadas nos projetos de ges-
tão. Com base nisto, assinale a alternativa que NÃO refere-se à
variável da dimensão econômica:
a) Estudos de impactos de custo contínuo para apoiar decisões; curvas
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

de ROI e trade-off de custo x benefício;


b) Relacionamento co-stakeholders e consumidores no processo;
c) Redes de gestão de conhecimento;
d) Gestão de projetos ágil, com rápida tomada de decisão;
e) Prioridade da fase de projeto conceitual.

NA MÍDIA
SÉRIE DE REPORTAGENS MOSTRA AS 17 METAS DA ONU PARA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PLANETA: OS OBJETI-
VOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS), ASSINADOS
POR VÁRIOS PAÍSES, INCLUINDO O BRASIL, FORAM CRIADOS
PARA GARANTIR MAIS IGUALDADE SOCIAL E DE GÊNERO, PRE-
26
SERVAÇÃO DA NATUREZA, ECONOMIA JUSTA, ENTRE OUTROS
ASSUNTOS.
Como atender as necessidades do presente sem comprometer o mun-
do onde vão viver nossos filhos e netos? Na série especial de reporta-
gens sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma
iniciativa da ONU, a Organização das Nações Unidas, conheça as me-
tas para virar o jogo e fazer deste mundo um lugar melhor de viver.
São grandes metas, assinadas por vários países, incluindo o Brasil,
para garantir mais igualdade social e de gênero, preservação da natu-
reza, economia justa, entre outros assuntos. Veja como o Brasil está se
organizando para cumprir as 17 metas.
A educação é o quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
"assegurar educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos". Essa é a
meta a ser alcançada. O Brasil ainda tem um longo caminho, principal-
mente, quando se trata da qualidade neste setor.
A educação, mesmo nas discussões mais polarizadas e divergentes, é
senso comum: investir neste setor é urgente e saudável para a econo-
mia dos países e para o desenvolvimento das nações.
Cento e noventa e três países assinaram o compromisso da ONU para
tomar novos caminhos e melhorar a vida das pessoas no mundo. Essas
metas têm como objetivo acabar com a pobreza, promover o bem-estar
e a educação e proteger o meio ambiente. A terceira reportagem da
série especial foi atrás dessas pessoas, capazes de mudar hábitos e
transformar o ambiente em que vivem.
Fonte: Jornal HORA1 - Globo
Data: 13 ago 2018.
Leia a notícia na íntegra:
https://g1.globo.com/hora1/noticia/2018/08/13/serie-de-reportagens-
-mostra-as-17-metas-da-onu-para-desenvolvimento-sustentavel-do-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

-planeta.ghtml

NA PRÁTICA
A política ambiental tem início a partir dos debates ambientais reali-
zados na década de 1970. Os desastres ambientais que afetaram a
qualidade de vida da população no século XX disseminaram o medo e
a insegurança da vida humana na Terra, resultando na necessidade de
preservar o meio ambiente. Para haver progresso e desenvolvimento,
as atividades humanas devem seguir os princípios do desenvolvimento
sustentável, pautados sob políticas públicas nacionais e internacionais.
Como o objetivo de mediar as pautas relacionadas à natureza e ao ho-
mem, foi instituída a ONU (Organização das Nações Unidas). A ONU é
27
constituída, hoje, por 193 nações, que unem o propósito em comum de
manter a paz e a segurança internacional, envolvendo desde os aspec-
tos econômicos e ambientais até os sociais, culturais e humanitários.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

28
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS
E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

O marco da Conferência de Estocolmo (1972) divide a antiga


legislação ambiental, da nova legislação ambiental brasileira. Em 1934
foi promulgado o Código Florestal e o Código de Águas, as primeiras
leis brasileiras que abordam questões ambientais no Brasil. Após este
ano, as regulamentações que se destacaram na antiga legislação am-
biental foram o Estatuto da Terra de 1964, o Código de Pesca de 1967,
a Política Nacional de Saneamento de 1967 e o Decreto da Lei n. 289
que criou o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) para
o controle da fauna e da flora.
Até o ano de 1966, as questões ambientais eram fragmentadas
2929
entre os estados e município, e foi apartir da Constituição Brasileira de
1967 que a competência legislativa sobre estes aspectos tornou-se res-
ponsabilidade do Estado.
Então em 1972 inicia-se a nova fase da legislação ambiental
no Brasil. Foi neste ano que houve a criação da Secretaria do Meio
Ambiente (SEMA), atribuindo a ela a competência de acompanhar os
aspectos ambientais, seus impactos, e estabelecer normas que visas-
sem o controle ambiental.

A conscientização ambiental e social vem crescendo no


Brasil desde a década de 60, mas a partir de eventos como o de
Cubatão-SP (1970), a sociedade brasileira passa a pressionar o go-
verno, exigindo por processos mais rigorosos à implantação de
grandes empreendimentos.
Anteriormente, estes processos eram analisados sob a
vertente de custo X benefício no quesito econômico.
Link contendo reportagem sobre o desastre ambiental de
Cubatão:
https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/
historia-poluicao-cubatao-cidade-deixou-vale-morte/

A Política Nascional de Meio Ambiente (PNMA) definida pela


Lei n. 6938 de 1981, cria a estrutura ambiental, o Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA), que através de instrumentos como a
avaliação de impactos ambientais e o licenciamento ambiental, visam a
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

prevenção, controle e melhoria do meio ambiente, de forma a assegurar


o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
Em 1988 foi elaborada a Constituição Federal Brasileira, que
está em vigor até hoje. Ela dispões que:

todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de


uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a
presente e futuras gerações (BRASIL, 1988) .

Desta forma, a União deve manter o equilíbrio entre o desen-


volvimento e a preservação do meio ambiente através dos meios legais.

30
Estrutura e Competências

As leis obedecem uma ordem hierárquica (Figura 2.1) de prio-


ridades, e são divididas em Constituição Federal, emendas constitui-
cionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos e resoluções (BRASIL, 1988).
• Lei complementar:
Regulamenta os textos constitucionais e é votada pelo poder
legislativo.
• Lei ordinária:
Ato normativo contendo normas gerais e abstratas.
• Lei delegada:
Ato normativo elaborado pelo poder executivo federal, que
contém os assuntos que a lei irá legislar.
• Medidas provisórias:
Normas com a mesma força de uma lei, e são editadas pelo
Presidente da República em situações de relevância e urgência.
• Decreto:
Ato administrativo de competência de uma autoridade superior
(Federal = Presidente da República; Estadual = Governador; Municipal
= Prefeito) que visa, em geral, orientar a aplicação da lei.
• Regulamento:
Ato administrativo, dotado de impessoalidade, imperatividade
e inovação, colocado em vigência através de decreto.
• Portaria:
Ato jurídico elaborado pelo órgão executivo, que contém or-
dens e instruções acerca da aplicação de leis e regulamentos.
• Posturas regulamentadoras locais:
Provindos de corpos administrativos, de caráter preventivo,
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

que visam evitar danos sociais e alcançar o bem comum.

Figura 2.1 – Hierarquia de prioridades das legislações.

Fonte – BRENNY, 2019.


31
A Constituição Federal estabeleceu diversas esferas governa-
mentais, com atribuições e poderes diferentes. A competência ambien-
tal de cada esfera é conferida a um determinado nível de governo, e sua
clasificação é feita através de duas óticas (MINATTO, 2008):
1) Ótica da natureza, pondendo ser Executiva – determinação
das diretrizes, estratégias e políticas ambientais –; Administrativa – re-
caem sobre a implementação e fiscalização da proteção e prevenção
ao meio ambiente –; e Legislativas – estabelecem a possibilidade dos
órgãos legislarem sobre o meio ambiente – .
2) Ótica da extensão, podendo ser Exclusiva – aquelas que
existem apenas para um ente –; Privativas – são exclusivas, porém o
poder delas pode ser delegado a outro ente –; Comum – dever de todos
os entes –; Concorrente – vários entes decidem sobre o mesmo assun-
to, devendo respeitar-se a hierarquia do ente –; Suplementar – entes
subsidiados ao Estado criam regulamentos que preencham os assuntos
que o Estado não regulamentou.
Cada classificação tem caráter de inclusão, ou seja, não exclui
a outra característica, conforme a Figura 2.2 apresenta.

Figura 2.2 – Competências ambientais.


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte – MINATTO, 2008.


32
Instrumentos da Política Ambiental

Atualemente existem inúmeros instrumentos voltados ao de-


senvolvimento de políticas públicas do meio ambiente. Cada instrumen-
to têm suas vantagens e desvantagens, custos e tempo de implementa-
ção, conforme o quadro 2.1 apresenta (MOURA, 2016).

Os instrumentos de Políticas Públicas podem ser classifi-


cados em quatro tipos: Instrumentos Regulatórios ou de Comando
e Controle (C&C), Instrumentos Econômicos (IEs), Istrumentos Vo-
luntários e de Cooperação, e Instrumentos de Transformação.

Quadro 2.1 – Instrumentos de Políticas Públicas Ambientais.

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

33
Fonte – MOURA, 2016.

Devido à extensão de instrumentos que as políticas ambientais


brasileiras preveem, o quadro 2.2 apresenta, de maneira simplificada,
as principais legislações relacionadas ao assunto.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Quadro 2.2 – Instrumentos previstos em diferentes legislações federais.

34
Fonte – MOURA, 2016.

Instrumentos Regulatórios ou de Comando e Controle


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

A utilização de instrumentos do tipo C&C para a regulamenta-


ção do meio ambiente, busca orientar a sociedade e agentes econômi-
cos através da permissão ou proibição estabelecida nos quesitos legais.
Estes instrumentos são coercivos, e geralmente estabelecem punições,
mediante a fiscalização, das condutas sociais e econômicas.

Os principais tipos de instrumento reguladores utilizados


mundialmente são:
35
• os padrões;
• as licenças;
• o zoneamento ambiental.

Os padrões indicam os níveis máximos de concentração de


poluentes, determinam a utilização de tecnologias específicas e estabe-
lecem padrões de qualidade. As licenças ambientais oferecem o aval de
permissão ou deferimento dos projetos das atividades potencialmente
poluidoras. Elas são utilizadas pelos orgãos de controle ambiental. O
zoneamento indica quais são as áreas permitidas para uma determina-
das atividade econômica executar suas atividades, e também as áreas
de proteção ambiental (MOURA, 2016).
O desempenho satisfatório dos instrumentos do tipo C&C de-
pende das normas regulamentadoras e da constante fiscalização por
parte dos entes governamentais, para efetuar a punição dos infratores
(STRAUCH, 2008).

Instrumentos Econômicos

Os instrumentos econômicos buscam promover formas de incen-


tivar condutas que prezem pelo meio ambiente, utilizando a relação entre
o custo e o beníficio das alternativas de tais condutas. O principal princípio
que norteia este instrumento é o poluidor-pagador, que incentiva o poluidor
a utilizar os recursos naturais de maneira racional (BARBIERI, 2004).
Os tipos mais utilizados destes intrumentos são:
a) as taxas ambientais;
b) a criação de mercados;
c) os sistemas de depósito e reembolso;
d) os subsídios.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Segundo Moura (2016), o pagamento por serviços ambientais e


os incentivos financeiros advindos dos IEs, proporcionam benefícios eco-
nômicos aos agentes atingidos. Em contra partida, a cobrança monetária
sobre os processos poluidores, por exemplo, acaba resultando em custos.
As IEs mais aplicadas no Brasil estão relacionadas à cobrança
pelo uso da água, a concessão florestal, a servidão ambiental e o segu-
ro ambiental.

Instrumentos Voluntários e de Cooperação

Os instrumentos voluntários e de cooperação estão relaciona-


36
dos ao caráter de cooperação voluntária entre agentes, pois, estabele-
cem contratos de negociação, compromissos acordados de forma vo-
luntária, e autorregulação por meio de regulações internas.
Segundo Barbieri (2004) a implantação de normas, que não
sejam requisitos legais, como por exemplo, as ferramentas de sistemas
de gestão de qualidade e ambiental, aplicação de auditorias, os compro-
missos com o progresso, os sistemas de conformidade, e a adoção de
etiquetas ecológicas, demonstram a aplicabilidade destes intrumentos.

O comprometimento voluntário do setor privado pode


dar-se entre os órgãos governamentais e os agentes privados, ou
entre o setor privado e a sociedade. No primeiro caso há a carac-
terização deste comprometimento através do programa público
voluntário, e no segundo caso através do sistema de autorregula-
ção do agente (BARBIERI, 2004).

Instrumentos de Informação

Estes instrumentos tem por objetivo a orientação e a persuasão


dos agentes, tanto os privados quanto os públicos, a buscarem estraté-
gias que beneficiem o meio ambiente. Produzem e divulgam informações
acerca da qualidade ambiental, avaliações dos impactos, diagnósticos
do meio ambiente e de materiais didáticos e científicos (MOURA, 2016).
Os instrumentos de avalição, diagnóstico e estudos ambientais
auxiliam a tomada de decisão da organização e dos órgãos governa- LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

mentais, de maneira imediata. Entretanto, outros instrumentos, de cunho


educativo para a população, apresentam resultados mais lentos, pois
exigem uma transformação cultural e de hábitos comportamentais. Em
contra partida, os instrumentos educativos ao atingirem sua finalidade,
perduram seus efeitos ao longo do tempo e gerações (BARBIERI, 2004).
Exemplos destes instrumentos no Brasil são os RQMA (Re-
latórios de Qualidade do Meio Ambiente), o Sinima (Sistema Nacional
de Informação sobre o Meio Ambiente), e a divulgação de informações
ambientais garantidas pela PNMA.

37
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE

Acompanhando a tendência mundial, o Brasil introduziu as


questões ambientais em sua constituição. A Constituição Federal de
1988, estabelece ao longo de seu texto, instrumentos de garantia da
tutela ambiental, as competências dos órgão governamentais, a defesa
do meio ambiente como aspecto regulador do desenvolvimento huma-
no, dentre outros. Os artigos mais relevantes no quesito ambiental, são
os 170 e 225, que visam, respectivamente, assegurar a proteção am-
biental, e o bem estar e justiça social.

Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e


na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: […]
III-defesa do meio ambiente, inclusive mediantetratamento diferenciado con-
forme impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o ma-
nejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético; (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus com-
ponentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmen-


te causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, méto-
dos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
meio ambiente; (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a cons-
cientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão pú-
blico competente, na forma da lei.

38
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujei-
tarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e adminis-
trativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização
far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. (Regulamento)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde
que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Cons-
tituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 96, de 2017)

Os trechos da Constituição Federal abordados neste capí-


tulo servem para fins didáticos utilizados nesta unidade. Para ter
completa noção sobre todo o texto editado, é preciso ver na ínte-
gra suas diretrizes e definições.
Link para acesso:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Consti-
tuicao.htm

Segundo Silva (2009), esta constituição compreende três nor-


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

mas: instrumentos de garantia, norma matriz e determinações particula-


res. A norma matriz garante a toda a população, nacional e internacio-
nal, o direito fundamental ao meio ambiente, ou seja, define que mesmo
os elementos constitutivos sejam de caráter privado, os mesmo estão
sujeitos ao controle da qualidade ambiental (MILARE, 2011). Direito
este que, mesmo sendo individualizado, é de todos (LENZA, 2010).
Desta forma, a constituição define as responsabilidades dos
órgãos governamentais para com o meio ambiente, cabendo a eles a
proteção e presenvação dos recursos naturais (MILARE, 2011). O po-
der público deve:
1) Preservar e restaurar o meio ambiente, e promover o mane-
jo ecológico das espécies e ecossitemas;
39
2) preservar a diversidade, a integridade do patrimônio gené-
tico e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
3) definir espaços territoriais e seus componentes que devem
ser protegidos;
4) exigir, na forma da lei, o licenciamento ambiental;
5) controlar a produção, a comercialização e o emprego de téc-
nicas, métodos e substâncias que comportem risco para a qualidade de
vida e do meio ambiente;
6) promover a educação ambiental em todos os níveis de ensi-
no e a conscientização pública para a preservação da natureza;
7) proteger, em forma da lei, a fauna e a flora.
A última norma é a de determinações particulares. Ela trata de
eventos que mereceram a proteção constitucional, tornando obrigatorie-
dade a recuperação ambiental de áreas degradadas, de acordo com a
exigência do órgão governamental.
Além destas sanções civis e administrativas, a constituição
atribui sanções penais à população e às empresas que praticarem ativi-
dades prejudiciais ao meio ambiente.
A reparação do dano ambiental é a forma encontrada para
ressarcir o prejuízo causado. Este ressarcimento pode ser através de
indenização monetária, de prestação de serviços à comunidade, entre
outros (SILVA, 2009).
Para fundamentar as normas, elas são embasadas em seis
princípios jurídicos essenciais:
1) Princípio da prevenção ou precaução – considera que a pre-
venção dos aspectos ambientais é o principal objetivo das legislação
ambiental.
2) Princípio da cooperação – colaboração, tanto do Estado quan-
to, da população em geral, para a implementação das leis ambientais.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

3) Princípio da publicidade e da participação popular – todas as


questões ambientais devem ser divulgadas com a maior transparência
possível, e o órgão deve fomentar a participação da população em pro-
jetos e problemas ambientais.
4) Princípio do poluidor pagador – na teoria, este princípio atri-
bui a responsabilidade do dano ambiental àquele que o causou.
5) Princípio in dúbio pro natura – o interesse coletivo deve so-
bressair ao interesse individual.
Por fim, a constituição federal estabelece as áreas de preser-
vação do meio ambiente, declarando-as patrimônio nacional devido ao
seu relevante valor à sociedade (MILARE, 2011).

40

QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: TRF - 2ª Região Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova:
TRF - 2ª Região - 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal
Em relação à responsabilidade pela reparação do dano ambiental
é correto afirmar que:
a) Tem caráter objetivo, justificado pela doutrina à luz da incidência do
princípio da precaução, e não admite regresso.
b) É objetiva quando o dano é genuíno e puramente ecológico, ao que
se chama de princípio do poluidor pagador.
c) É objetiva para o poluidor que causar danos ao meio ambiente e tam-
bém em relação aos danos a terceiros afetados por sua atividade, ainda
que já recuperado o ambiente atingido.
d) Passou a ser objetiva com a aprovação da Constituição de 1988 e a
adoção, no bojo da Lei Maior, de capítulo dedicado ao meio ambiente.
e) É objetiva, integral, solidária, com nexo diluído (ou mesmo apagado)
e sem excludente, em razão do princípio da responsabilidade comum e
indiferenciada.

QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: MPE-SE Prova: FCC - 2010 - MPE-SE
- Analista - Direito
Em matéria ambiental NÃO é considerada, dentre outras, como
sanção administrativa consistente em restrições de direitos:
a) A suspensão da participação em linhas de financiamento em estabe-
lecimentos oficiais de crédito.
b) A perda de incentivos e benefícios fiscais.
c) O cancelamento de registro, licença ou autorização.
d) A proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

3 (três) anos.
e) A prestação de serviços à comunidade.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE - 2016 - TJ-
-DFT - Juiz
Acerca da competência constitucional em matéria ambiental e da
legalidade dos múltiplos aspectos do direito ambiental, assinale a
opção correta.
a) Apenas os funcionários dos órgãos ambientais integrantes do SIS-
NAMA designados para as atividades de fiscalização são autoridades
competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar proces-
41
so administrativo.
b) A realização de pesquisa e lavra de recursos minerais é vedada nas
terras, formalmente delimitadas, ocupadas pelas comunidades indíge-
nas, devido ao alto grau de dano ambiental causado por essa atividade,
que interfere no equilíbrio do meio ambiente, necessário à subsistência
desses povos.
c) A União detém competência privativa para legislar sobre jazidas, mi-
nas, caça, pesca e atividades nucleares de qualquer natureza, nos ter-
mos da carta constitucional.
d) O uso comercial de tecnologia que envolva manipulação genética
visando à desativação de genes relacionados à fertilidade das plantas
por indutores químicos externos está sujeito a prévio licenciamento am-
biental, nos termos da lei de biossegurança.
e) A comprovação de que a pessoa jurídica foi constituída com a finali-
dade de viabilizar a prática de crime definido na lei de crimes ambientais
possibilita a decretação de sua liquidação forçada e a consideração de
seu patrimônio como instrumento de crime.

QUESTÃO 4
Ano: 2011 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: MPE-MS - 2011 -
MPE-MS - Promotor de Justiça
Assinale a alternativa correta. Acerca da responsabilidade civil am-
biental na legislação brasileira, pode-se afirmar.
a) É subjetiva, nos mesmos moldes da responsabilidade civil, ou seja, é
imprescindível a investigação e a discussão da culpa, embora não seja
necessária a prova do nexo causal, vale dizer, da relação de causa e
efeito entre a atividade do agente e o dano dela advindo;
b) É considerada como de natureza objetiva, em razão de previsão
constitucional e do regime adotado na Lei nº 6.931/81, que afastou a
investigação e a discussão da culpa, embora não tenha prescindido do
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

nexo causal, vale dizer, da relação de causa e efeito entre a atividade


do agente e o dano dela advindo;
c) Na apuração da responsabilidade do poluidor, o Ministério Público ou
qualquer legitimado, autor da ação civil publica, além da aplicação da
teoria do risco integral quanto a culpa, ainda tem a vantagem da inversão
do ônus da prova, como acontece na seara da defesa do consumidor;
d) O poluidor não será responsabilizado civilmente caso o evento dano-
so tenha sido causado por motivo de força maior (da natureza) ou caso
fortuito (obra do acaso), sendo estas circunstâncias, uma das exceções
na aplicação da teoria do risco integral;
É mista, ora assumindo características objetivas, ora demonstrando
subjetividade, cabendo ao Juiz, na análise do caso concreto, decidir a
42
prevalência de uma das duas e a justa indenização.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: CODEMIG Prova: FGV - 2015 - CO-
DEMIG - Analista Ambiental
A Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004 estabelece critérios
para a classificação de empreendimentos e atividades modificado-
ras do meio ambiente, passíveis de autorização ambiental de fun-
cionamento ou de licenciamento ambiental, no Estado de Minas
Gerais. Os critérios utilizados para determinar a classe de cada
empreendimento consideram:
a) O tipo de ambiente local e o porte do empreendimento.
b) A área verde do município e a dimensão da área afetada.
c) O porte do empreendimento e o potencial poluidor.
d) A dimensão da área afetada e o potencial poluidor.
e) O número de habitantes afetados e o tipo de ambiente local.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabelece sanções penais
e punitivas àqueles que causam danos ao meio ambiente. Com base
nesta afirmação, o que ocorre em casos que envolvem crime ambiental
de menor potencial ofensivo?

TREINO INÉDITO
O artigo 225 da Constituição Federal Brasileira dispõe sobre as
competências e responsabilidades da União, para assegurar o di-
reito de todos a um meio ambiente sadio. Assinale a alterna que
NÃO é competência poder público:
a) Vedar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé-
todos e substâncias que comportem risco à vida, à qualidade de vida e
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

ao meio ambiente.
b) Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencial-
mente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.
c) Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco à vida, à qualidade de vida
e ao meio ambiente.
d) Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública à preservação do meio ambiente.
e) Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de es-
pécies ou submetam os animais a crueldade.
43
NA MÍDIA
A PROIBIÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO E AS MUDANÇAS
NO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Muito embora seja de lamentar profundamente, em que pese todos os
avanços verificados no que diz com os níveis normativos da proteção am-
biental no plano do Direito Internacional e interno dos Estados, assim como
com um expressivo conjunto de outras medidas, veiculadas por políticas
públicas, ações dos órgãos públicos e da ação da sociedade civil e mes-
mo decisões judiciais, a efetividade da proteção do meio ambiente segue
sendo de baixa intensidade e exposta diuturnamente a poderosos ataques.
Nesse contexto, levar a sério os deveres de proteção estatal em matéria
ambiental e os respectivos instrumentos disponibilizados para tal efeito
é imperioso e carece de constante monitoramento. Dentre tais instru-
mentos, o instituto da assim chamada proibição de retrocesso ecológico
(ou ambiental, se assim preferido) tem sido não apenas objeto de de-
senvolvimento doutrinário, mas também legislativo e mesmo jurisdicio-
nal, o que se dá também no caso brasileiro.
Questão (e problema) de central importância, relacionada ao funciona-
mento do instituto, é a possibilidade de se controlar e sindicar, a partir
dele, as ações e omissões do poder público em todas as suas dimen-
sões, de modo a impedir e ou sancionar aquelas que resultam em efeti-
va e mesmo potencial violação dos níveis indispensáveis (e normativa-
mente exigidos) de proteção do ambiente.
Embora a vinculação, em princípio isenta de lacunas, do poder público
seja em geral aceita pela doutrina e jurisprudência — no caso brasileiro
já existem decisões dos tribunais superiores nesse sentido —, muitas
perguntas seguem em aberto ou, pelo menos, ainda estão longe de
uma solução minimamente sedimentada e satisfatória.
Uma das principais questões a serem enfrentadas — objeto precípuo da
presente coluna — é a da vinculação do Poder Executivo em seara particu-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

larmente sensível, complexa e controversa, posto que diretamente relacio-


nada com os assim chamados atos de natureza eminentemente política e
discricionária, tidos, em regra e majoritariamente, como imunes ao controle
por parte de outros atores estatais, em particular do Poder Judiciário.
O tema ganha atualidade e relevância no atual cenário político-ambien-
tal brasileiro com as mudanças adotadas recentemente pelo presidente
Jair Bolsonaro na estrutura administrativa-ambiental no âmbito federal.
A extinção do Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da sua in-
corporação ao Ministério da Agricultura, foi anunciada pelo presidente
durante a sua campanha eleitoral em 2018, tendo o mesmo aparen-
temente desistido de concretizá-la após fortes críticas e oposição de
entidades ambientalistas e diversos setores da sociedade, bem como
44
de entidades ligadas ao próprio agronegócio.
Fonte: Consultor Jurídico
Data: 15fev 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.conjur.com.br/2019-fev-15/direitos-fundamentais-proibicao-
-retrocesso-ecologico-ministerio-meio-ambiente

NA PRÁTICA
Entender como as Políticas Públicas e o Sistema Judiciário Brasileiro
atuam, é de extrema relevância à compreensão das normas regulamenta-
doras ambientais, às quais a Nação está sujeita. A obrigatoriedade da con-
formidade legal impõe que todos os seres humanos devem seguir as leis.
As leis obedecem uma ordem hierárquica de prioridades, e são divididas
em Constituição Federal, emendas constituicionais, leis complementares,
leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos e resoluções.
Desta forma, a Constituição Federal é a base que fundamenta todas as
demais leis brasileiras, que veremos no capítulo 3.

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

45
LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS
BRASILEIRAS
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Os debates ambientais da década de 70 resultaram, no Bra-


sil, a elaboração da Lei n. 6938 de 31 de agosto de 1981, conhecida
como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Esta lei determina
a realização dos estudos de impactos ambientais (EIA) e do Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA) com a finalidade de garantir o processo
de licenciamento ambiental. Assim, a PNMA tornou-se instrumento de
defesa e proteção ambiental (FERREIRA; RAVENA, 2016).
A PNMA instituiu os Sistema Nacional de Meio Ambiente (SIS-
NAMA), proporcionando a criação do Conselho Nacional do Meio Am-
biente (CONAMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
4646
Naturais Renováveis (IBAMA), e demais órgãos governamentais res-
ponsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
O SISNAMA funciona de forma semelhante ao MMA (Ministério
do Meio Ambiente), e é composto por órgãos reguladores e fiscalizado-
res do meio ambiente no Brasil:
• órgão superior – Conselho do Governo;
• órgão consultivo e deliberativo – CONAMA;
• órgão central – Ministério do Meio Ambiente (MMA);
• órgão executor – IBAMA;
• órgãos seccionais – CONSEMA, GAMA;
• órgãos locais – entidade municipais.

O artigo 4.da PNMA tem por objetivo: a preservação, me-


lhoria e recuperação da qualidade ambiental, visando assegurar
no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos in-
teresses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendendo alguns princípios.
Acesse na íntegra, e saiba mais sobre os princípios que
esta lei atende:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm

Instrumentos da PNMA

Entre os instrumentos que as políticas públicas brasileiras dis-


põem, destacam-se os treze instrumentos previstos no artigo 9. da PNMA. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Estes instrumentos abrangem os tipos: C&C, Econômicos e de Informação.

I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;


II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente po-
luidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental,
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;(Redação dada pela
Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

47
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obri-
gando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; (Incluído pela
Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/
ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambien-
tal, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Cada um dos instrumentos da PNMA se encontra em diferen-


tes níveis de implantação – alguns mais avançados e outros iniciantes,
visto que nem todos contam, ainda, com regulamentação detalhada ou
meios adequados para sua implementação.

Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental é um instrumento do tipo C&C, com


o intuito de garantir a conformidade das atividades econômicas. A licença
ambiental expedida pelo órgão ambiental competente, autoriza ou não, a
instalação, ampliação, alteração e operação de empresas potencialmen-
te poluidoras, que utilizem recursos naturais em seus processos.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

A Resolução CONAMA 237/97 apresenta uma lista de em-


preendimentos sujeitos ao licenciamento, cabendo a órgão execu-
tor do estado, definir os critérios adicionais da licença ambiental,
e sua expedição.
Exemplo de órgãos governamentais com competência de
licenciamento:
• IAP – Paraná;
• Cetesb – São Paulo;
• COPAM – Minas Gerais.
Link para consultar os empreendimentos que precisam de
licença ambiental:
48
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.
html

O processo de licenciamento ambiental possui três etapas:


1. Licença Prévia – solicitada na fase de planejamento do pro-
jeto, servindo apenas para a aprovação da viabilidade ambiental e defi-
niçãodos critérios para seu desenvolvimento. Prazo máximo de duração
é de até 5 anos;
2. Licença de Instalação – autorização do início do projeto,
que possui prazo de validade de acordo com seu cronograma (limite
máximo de seis anos). Caso haja a necessidade de desmatamento, é
exigida a Autorização de Supressão de Vegetação. Prazo máximo de
duração em até 6 anos;
3. Licença de Operação – deve ser requerida antes do empre-
endimento iniciar suas atividades, e somente é concedida após vistoria
e atendimento a todas as exigências do órgão ambiental. Prazo máximo
de duração é de até 10 anos.
A requisição da licença ambiental nos últimos anos só tem au-
mentado. Segundo Forattini (2013), no ano de 2005, o IBAMA analizava
791 processos de licenciamento. Após oito anos, em 2013, este número
mais que dobrou, passou a ser de 1672 processos. Mesmo o órgão am-
biental aumentando o seu quadro de funcionários para atender a esta
demanda, ainda não é suficiente para analisar todos o processos. Em
contra partida, a eficiência das licenças expedidas aumentou a cada ano.
O grande desafio do licenciamento ambiental está na expe-
dição de licenças para empresas de médio e pequeno porte, devido a
demanda excessiva de pedidos que se acumulam, e desta forma, ficam
sem a conceção (MOURA, 2016). Outras falhas na aplicação deste ins-
trumento são (VIANA, 2013):
a) falta do acompanhamento pós-licença, tanto no controle efe-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

tivo da atividade, quanto no cumprimento das condicionantes ambien-


tais pactuadas;
b) ausência de padronização dos procedimentos – entre os ór-
gãos licenciadores do Sisnama e até mesmo entre técnicos do mesmo
órgão ambiental;
c) desvirtuamento do princípio da prevenção – uma vez que
muitas licenças são disponibilizadas quando o empreendimento já está
instalado;
d) déficit de participação social no processo decisório – as au-
diências públicas seriam apenas “homologatórias”.

49
Avalição de Impactos Ambientais

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), disposta e criada pela


resolução CONAMA 01/86, efetiva a obrigatoriedade da AIA para o pro-
cedimento de licenciamento ambiental aos empreendimentos com ati-
vidades potencialmente poluidoras e causadoras de degradação am-
biental. A AIA é uma ferramenta decorrente dos impactos ambientais, do
crescimento das atividades humanas e do desenvolvimento econômico
mundial, principalmente nos países desenvolvidos.
Estas avaliações identificam, previnem e interpretam os efeitos
antrópicos sob o meio ambiente, além de determinar condutas voltas ao
desenvolvimento sustentável (BOLEA, 1984). Ela é parte integrante das
políticas ambientais e planejamento da gestão ambiental.
O objetivo da AIA como ferramenta da política de gestão ambien-
tal visa a utilização dos recursos ambientais e econômicos junto ao desen-
volvimento, promovendo, a partir do conhecimento prévio, a análise am-
biental dos efeitos positivos e negativos da organização (MOREIRA, 1999).

Os requisitos mínimos que devem constar na AIA são:


a) A descrição das atividades do empreendimento;
b) a descrição do meio ambiente e efeitos dos aspectos
ambientais da atividade proposta;
c) a descrição dos danos ambientais e de alternativas para
os mesmos;
d) a identificação e descrição de medidas mitigatórias;
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

e) a indicação de eventuais lacunas no conhecimento e in-


certezas;
f) indicação de possíveis impactos transfonteiriços;
g) um relatório.

A PNMA em seu artigo 2, define que a responsabilidade sobre


as avaliações de impactos ambientais é da União, cabendo a ela pro-
mover a proteção da dignidade da vida humana através:
• Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
tendo em vista o uso coletivo;
• racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
• planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
50
• proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas re-
presentativas;
• controle e zoneamento das atividades potencial ou efetiva-
mente poluidoras;
• incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
• acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
• recuperação de áreas degradadas;
• proteção de áreas ameaçadas de degradação;
• educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive
a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação
ativa na defesa do meio ambiente.
A regulamentação da AIA, através dos decretos, determinou a
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) como requisito prévio à expedição da licença ambiental.
O EIA une a investigação científica multidisciplinar e interdiscipli-
nar com técnicas de avaliação ambiental, a fim de diagnosticar ambiental-
mente a área de influência de um projeto, servindo de base para a previsão
e avaliação dos impactos e mitigação dos mesmos (NASCIMENTO, 2013).
O RIMA apresenta as informações contidas no EIA, porém em
uma linguagem acessível ao leitor. Ele deve ser objetivo e de fácil in-
terpretação, de modo que a as vantagens e desvantagens, os danos
ambientais positivos e negativos, e as medidas mitigadoras do projeto
sejam compreendidas.

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

A Constituição Federal de 1988 prevê sanções administrativas


e penais, independentemente da reparação civil aos danos, àqueles
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

que infringirem a regulamentação ambiental (Quadro 3.1). Desta forma,


a Lei n. 9605 de 1988 foi criada para regulamentar a responsabilidade
pelo dano ambiental.

Quadro 3.1 – Responsabilidade criminal ambiental e sanções penais.

Fonte –BRASIL, 1998.


51
A presente lei versa sobre as formas de aplicação da penalidade,
seja o infrator pessoa física ou jurídica; da compreensão do produto e do
instrumento de infração administrativa ou de crime; a condução da ação
penal e do processo penal (Figura 3.1); quais são os crimes contra o meio
ambiente – fauna, flora, poluição, ordenamento público, patrimônio cultural
e administração ambiental –, características da infrações administrativas.

Figura 3.1 – Fases do processo administrativo.

Fonte –BRENNY, 2019.

CÓDIGO FLORESTAL

O Código Florestal Brasileiro foi elaborado em 1965, porém


recentemente houve uma grande reformulação deste, resultando na
edição da Lei 12651 de 25 de maio de 2012, conhecida como “Novo
Código Florestal”.
O Novo Código Florestal tem origem nos discursos de ambien-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

talistas contra o agronegócio brasileiro. Ele tenta atender aos princípios


de compromisso com a harmonização do uso produtivo da terra e a
preservação da natureza (BARBIERO, 2014).
Esta lei possibilita a adequação das propriedade rurais que pos-
suem áreas consolidadas – adotando boas práticas, reposição, compen-
sação – aos requisitos legais. Indica também, critérios à adoção de tais
meios, define os casos e condições passíveis de exploração ou manejo da
vegetação nativa na propriedade. Sua maior divergência à lei inicial, está:
• Na regularização das Áreas de Preservação Permanente (APP)
– é definida como área protegida, coberta ou não por vegetação nativa,
com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna
52
e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
• na regularização da Reserva Legal (RL) – área localizada no
interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art.
12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável
dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabili-
tação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversi-
dade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

Além dos dois temas citados anteriormente – APP e RL – ,


o novo código florestal institui o CAR (Cadastro Ambiental Rural)
no Capítulo VI, o PRA (Programa de Regularização Ambiental), e
o Programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do
meio ambiente no Capítulo X.
Para saber mais sobre esta lei, faz-se importante sua leitu-
ra na íntegra:
Acesse o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/
Lei/L12651compilado.htm

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

A distribuição de água no mundo evidencia a necessidade de


políticas nacionais e internacionais de gerenciamento e controle de uso.
De toda a água existente no mundo, 2,5% corresponde a água doce,
sendo que apenas 0,3 desta água doce provém de rios e lagos. No
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Brasil, a situação é um tanto privilegiada, pois 15% de toda a água doce


pertencem à sua rede hidrográfica SANTILLI, 2001).
Santilli (2001) atenta que, apesar dos recursos hídricos brasi-
leiros serem abundantes, a qualidade destes está comprometida pela
poluição: lançamento de esgotos domésticos sem tratamento, efluentes
industriais, contaminação por agrotóxicos, mercúrio, derramamento de
óleo, entre outros.
Neste sentido, a disponibilidade de água por habitante tem di-
minuído, resultando na necessidade de regulamentar seu uso de ma-
neira sustentável. A Lei n. 9433 de 8 de janeiro de 1997 denominada
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) é elaborada com a fina-
lidade de instituir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
53
Hídricos (SNGRH) para planejar, regular e controlar o uso da água em
território nacional. O SNGRH é coordenado pela Agência Nacional de
Águas (ANA), que reúne, divulga e atualiza informações sobre a situa-
ção dos recursos hídricos no Brasil.
A PNRH fundamenta em seu artigo 1. que:
a) a água é um bem de domínio público;
b) a água é um recurso natural limitado, dotado de valor eco-
nômico;
c) em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
d) a gestão deve proporcionar o uso múltiplo da água;
e) a gestão deve ser descentralizada e contar com a participa-
ção do Poder Público, dos usuários e da comunidade.

A PNRH é regida por 6 instrumentos definidos em seu arti-


go 5. Conhecer e entender as características destes intrumentos é
de extrema importancia.
I) Planos de Recursos Hídricos, II) Enquadramento dos
corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da
água, III) Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, IV) Co-
brança pelo uso de recursos hídricos, V) Compensação a municí-
pios, VI) Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
Acesse o link para conhecer suas características:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm

As principais regulamentações para o enquadramento dos cor-


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

pos de água são estabelecidas pelo CONAMA e pelo CNRH (Conselho


Nacional de Recursos Hídricos):
• Resolução CONAMA n. 357/2005, que dispõe sobre a classifi-
cação dos corpos de água e diretrizes para o seu enquadramento, bem
como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
e dá outras providências.
• Resolução CONAMA n. 397/2008, que altera o art. 34 da Re-
solução CONAMA 357/2005.
• Resolução CNRH nº 91/2008, que estabelece os procedimen-
tos gerais para o enquadramento dos corpos d’água superficiais e sub-
terrâneos.
• Resolução CONAMA nº 396/2008, que estabelece o enqua-
54
dramento das águas subterrâneas.
Dentre os 27 estados da federação, 17 estados utilizam o en-
quadramento dos corpos d’água como instrumento da PERH (Política
Estadual de Recursos Hídricos), sendo que 14 destes estados estabe-
leceram que este instrumento faz parte do Plano de Recursos Hídricos.

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituida


pela Lei 12305/10, e dispõe sobre os princípios, objetivos e instrumen-
tos necessários à gestão integrada e o gerenciamento de Resíduos
Sólidos (RS). Estão sujeitas às diretrizes desta lei as pessoas físicas
e jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis diretamente ou
indiretamente pela geração de RS.
Sua edição estabele dezessete instrumentos em seu artigo 8.
Sendo os principais:
• planos de resíduos sólidos;
• inventários e declaração anual dos RS;
• coleta seletiva, logística reversa, e demais responsabilidade
do ciclo de vida dos produtos;
• educação ambiental;
• incentivo à criação de cooperativas em forma de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de
Resíduos Sólidos são instrumentos necessários para o melhoramento
do gerenciamento e da gestão dos resíduos sólidos no Brasil. Porém,
esta gama de informações deve ser construída junto às comunidades
na escala local, ou seja, nos municípios.
Neste processo produtivista, que envolve instrumentos de con-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

trole sobre o indivíduo, por meio do paradigma do consumo, cresce o


mercado dos materiais recicláveis juntamente com a figura do catador.
Entretanto, a chave para o sucesso desse processo reside na necessi-
dade de implantação dos sistemas de coleta seletiva.
Os RS são classificados de acordo com sua origem e quanto a
sua periculosidade. A origem pode ser: resíduos domiciliares; de limpeza
urbana; sólidos urbanos; de estabelecimentos comerciais e prestadores
de serviços; públicos de saneamento básico; industriais; de serviços de
saúde; da construção civil; agrossilvopastoris; de serviços de transpor-
tes; e de mineração. A periculosidade: resíduos perigosos – com ca-
racterísticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade
55
– apresentam risco à saúde ou à qualidade ambiental; resíduos não pe-
rigosos – demais resíduos não mencionados como perigosos.
Dentro da PNRS, o tema que mais gera dúvidas é a logística
reversa. No seu Art. 33, estabelece prioritariamente seis grupos para o
estabelecimento dos acordos setoriais, com a finalidade de estruturar e
implantar o sistema de logística reversa:
1) Agrotóxicos (resíduos e embalagens);
2) Pilhas e baterias;
3) Pneus;
4) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
5) Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódios e mercúrio e
de luz mista;
6) Produtos eletrônicos e seus componentes.
Os geradores RS – poder público, setor empresarial e a popu-
lação – são responsáveis pela destinação final de seus resíduos, e deve
ser feita de forma individualizada ou encadeada (quando abrange ciclo
de vida e demais participações na cadeia produtiva).

O artigo 47. Da PNRS proíbe a destinação final de RS e


rejeitos em praias e corpos hídricos; in natura a céu aberto; ou a
queima dos resíduos não licenciados.
O estudo contido no link, a seguir, descreve e dispõe dire-
trizes à elaboração e implementação do Plano Nacional de Resídu-
os Sólidos:
http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/manual_
de_residuos_solidos3003_182.pdf
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO

A Política Nacional de Saneamento estabelecida na Lei 11445


de 2007, apresenta-se como mais uma rede de segurança que submete
as ações humanas em uma esfera pública de atuação bastante restrita
(CASTEL, 2005).
Esta lei dispõe de diretrizes para o saneamento básico, para
a política federal de saneamento básico, priorizando ações que promo-
vam a equidade social e territorial no acesso ao saneamento básico;
aplicação dos recursos financeiros de modo a promover o desenvolvi-
56
mento sustentável; utilização de indicadores epidemiológicos e de de-
senvolvimento social no planejamento, implementação e avaliação das
suas ações de saneamento básico; garantia de meios adequados para
o atendimento da população rural; adoção de critérios objetivos consi-
derados fatores como nível de renda e cobertura, grau de urbanização,
concentração populacional, porte populacional municipal, áreas rurais
e comunidades tradicionais e indígenas, disponibilidade hídrica, riscos
sanitários, epidemiológicos e ambientais; combate à perda de água e
racionalização de seu consumo pelos usuários.
Em âmbito nacional, de acordo com os dados estatísticos do
IBGE (2000), último levantamento realizado pela entidade demonstra,
que dos 9.848 distritos que integram os municípios da Federação brasi-
leira, 5.571 não têm rede coletora de esgoto, o que representa um total
de 56,56%. Mais de 90% dos domicílios não servidos pela rede coletora
utilizam-se do sistema de fossa séptica ou fossa seca para a disposição
final de seu esgoto. O restante utiliza-se de destinação em valas aber-
tas ou lançamento em cursos d’água, sem qualquer tipo de tratamento.
Ainda de acordo com os elementos apontados pelo IBGE, dos
4.097 distritos onde há sistema de coleta de esgotos, apenas 33,76%
dos mesmos dá tratamento aos dejetos captados, sendo que os outros
66,24% despejam os efluentes no ambiente (especialmente em corpos
hídricos), sem qualquer tipo de tratamento, ou seja, mesmo quando o
esgoto é coletado, na grande maioria dos casos, não é tratado, sendo
despejado diretamente na natureza.

SISTEMA NACIONAL DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

A regulamentação do art. 225,§1o , III da Constituição Federal


de 1998 – diz respeito à atribuição do poder público em definir as uni-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

dades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem


especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção – foi através
daLei n. 9985 de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC) e estabelece critérios e normas para
a criação, implantação e gestão das unidades de conservação (UCs).
As áreas protegidas, além das UCs, são: as terras indígenas e
as terras de quilombo; as áreas de preservação permanente (APPs) e as
reservas legais; os corredores ecológicos e as zonas de amortecimento; as
áreas tombadas; as reservas da biosfera; os jardins botânicos; os jardins
zoológicos; hortos florestais; floresta amazônica, mata atlântica, Serra do
57
Mar, pantanal mato-grossense e zona costeira brasileira (MOURA, 2016).

Para viabilizar a manutenção e conservação de todas as


áreas protegidas, o governo utiliza as estratégias políticas, con-
tidas em diferentes instrumentos, como o Cadastro Nacional de
UCs, o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) e
programas e projetos de alcance nacional.

O Brasil tem avançado no estabelecimento de áreas protegidas


– até o momento foram criadas 1.828 UCs de proteção integral e uso sus-
tentável nas esferas federal, estadual e municipal. Estas unidades abran-
gem 1.524.080 km2 , o que equivale a uma área significativa, de cerca de
18% do território nacional, conforme demonstrado na tabela 3.1.

TABELA 3.1 – Unidades de conservação no Brasil.


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte – MOURA, 2016.

Os principais desafios na gestão de UCs podem sem sintetiza-


dos nos seguintes pontos:
• Falta de efetiva implantação e regularização fundiária em
muitas unidades criadas;
• distribuição bastante desigual das áreas protegidas pelos bio-
mas brasileiros;
• parte significativa da área total de UCs corresponde às áreas
de proteção ambiental (APAs);
• baixa prioridade orçamentária do Executivo federal, no MMA
e no ICMBio, para a consolidação e a gestão das UCs.
58
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: CONSESP Órgão: DAE-Bauru Prova: CONSESP
- 2015 - DAE-Bauru - Engenheiro Ambiental
São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais: I. em
período de defeso à fauna. II. em domingos ou feriados. III. à noite.
IV. em épocas de seca ou inundações. Estão corretos os itens:
a) I, II e IV, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) I, III e IV, apenas.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: CODEBA Prova: FGV - 2016 - CODE-
BA - Analista Portuário - Gestão Ambiental
A Resolução CONAMA nº 398/08 dispõe sobre o Plano de Emergên-
cia Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob
jurisdição nacional, originados em portos organizados e instala-
ções similares.
Com relação ao previsto nesse documento legal, assinale V para a
afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) Os incidentes de poluição por óleo originado de navios, ocor-
ridos nas áreas de fundeio e no canal de aproximação ao porto,
serão tratados nos Planos de Emergência Individual.
( ) Os clubes náuticos e pequenos atracadouros que abasteçam
embarcações em seus cais deverão possuir um Plano de Emergên-
cia Individual simplificado.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

( ) Nos portos, a apresentação do Plano de Emergência Individual


dar-se-á por ocasião do licenciamento ambiental e sua aprovação,
quando da concessão da Licença de Operação (LO).
As afirmativas são, respectivamente,
a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, V e V.
e) F, F e V.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: VUNESP - 2016 -
59
MPE-SP - Analista Técnico Científico - Engenheiro Florestal
A Lei Federal no 12.651/12, tendo como objetivo o desenvolvimen-
to sustentável, atenderá a alguns princípios, dentre eles:
a) A garantia da intervenção e a supressão de vegetação em Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal para as atividades even-
tuais ou de baixo impacto ambiental, quando desenvolvidas nos imóveis
devidamente inscritos no CAR.
b) A responsabilidade da União na criação de políticas para a preserva-
ção e restauração da vegetação nativa e de suas funções hidrológicas
nas áreas urbanas e rurais.
c) A criação e a mobilização de incentivos jurídicos e econômicos para
fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para
promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
d) A ação governamental consagrando o compromisso do País com o
uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo adotando me-
didas mitigatórias para a intervenção florestal sustentável.
e) A reafirmação da importância da função estratégica da atividade
agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação
nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da
qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos
mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia.

QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: MPE-SE Prova: FCC - 2010 - MPE-SE
- Analista - Direito
Em matéria ambiental NÃO é considerada, dentre outras, como
sanção administrativa consistente em restrições de direitos:
a) A suspensão da participação em linhas de financiamento em estabe-
lecimentos oficiais de crédito.
b) A perda de incentivos e benefícios fiscais.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

c) O cancelamento de registro, licença ou autorização.


d) A proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de
3 (três) anos.
e) A prestação de serviços à comunidade.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2013 - DPE-AM
- Defensor Público
São ações administrativas da União promover o licenciamento am-
biental de empreendimentos e atividades:
a) Localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituí-
das pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
60
b) localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Municípios.
c) de alto impacto ambiental.
d) localizados ou desenvolvidos em rios federais.
e) localizados ou desenvolvidos em terras quilombolas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A Resolução CONAMA 237/97 dispõe sobre a revisão e complementa-
ção dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento am-
biental. Quais são as licenças e em qual fase do projeto o Poder Público
as expedem?

TREINO INÉDITO
Analise as afirmativas a seguir e assinale a opção que melhor re-
presenta o conjunto, considerando C para alternativa correta e E
para afirmativa errada.
( ) As unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) dividem-se em
dois grupos, com características específicas, as Unidades de Uso
Sustentável e as Unidades de Proteção Integral.
( ) O objetivo básico das Unidades de Uso Ambiental do SNUC é
compatibilizar a conservação da natureza com o uso produtivo e
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
( ) O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral do SNUC
é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos
seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei.
a) C - C - E
b) C - E - C
c) E - C - C
d) E - E - C
e) E - C - E
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

NA MÍDIA
PROJETO QUE REFORÇA POLÍTICA DE BARRAGENS ESTÁ NA
PAUTA DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) vai analisar, nesta quarta-feira
(27), um projeto de lei que reforça a efetividade da Política Nacional
de Segurança de Barragens (PNSB). A iniciativa está contida no PLS
224/2016, do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). A reunião do co-
legiado está marcada para às 11h30.
A proposição cria um comitê técnico para análise de acidentes com bar-
ragens, nos moldes do Centro de Investigação e Prevenção de Aciden-
tes Aeronáuticos (Cenipa), e determina que projetos de barragens que
61
envolvam alto risco potencial poderão ser validados, de forma comple-
mentar, por profissionais independentes, a critério do órgão fiscalizador.
O PLS 224/2016 também modifica os critérios para a inclusão de barra-
gens na PNSB. Além disso, altera as definições dos termos barragem e
empreendedor, inclui definições de acidente e desastre e estabelece a
responsabilidade civil objetiva do empreendedor por danos decorrentes
de falhas da barragem independemente de culpa.
Crime hediondo
Para o relator, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a proposta supre la-
cunas existentes na lei referentes às obrigações dos empreendedores
e à atuação dos órgãos fiscalizadores em segurança. O projeto foi ela-
borado após o relatório da Comissão Temporária da Política Nacional
de Segurança de Barragens do Senado. A comissão foi criada após a
tragédia em Mariana (MG), em 2015.
O relator apresentou emendas, entre elas, uma alteração na Lei
8.072/1990 para tornar hediondo o crime de poluição ambiental com
resultado de morte. Além disso, deu prazo de 18 meses para a desati-
vação de todas as barragens construídas pelo método de alteamento a
montante. Em tal método — usado em Mariana e em Brumadinho — a
barragem vai crescendo em degraus utilizando o próprio rejeito da mi-
neração sobre o dique inicial.
Se for aprovado na CMA, o projeto segue direto para a Câmara dos De-
putados, a menos que haja recurso para votação no Plenário do Senado.
Requerimento
O outro item da pauta desta quarta-feira da CMA é um convite ao ministro
do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para uma audiência pública. O reque-
rimento é do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que quer conhecer
as diretrizes e os programas prioritários da pasta para os próximos anos.
Ricardo Salles vai ser um dos 14 ministros do governo Bolsonaro que
devem ser ouvidos em audiências promovidas pelas comissões perma-
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

nentes do Senado.
Fonte: Senado Notícias
Data: 25 fev 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/02/25/projeto-que-
-reforca-politica-de-barragens-esta-na-pauta-da-comissao-de-meio-
-ambiente

NA PRÁTICA
A partir da elaboração da PNMA, o Brasil demonstra o seu comprometi-
mento com as questões ambientais. A criação e elaboração de políticas
ambientais como: Lei de Crimes Ambientais, o novo Código Florestal, a
62
Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, a Política Nacional das Unidades de Conservação, colocam
em prática a responsabilidade da União em promover e garantir um
ambiente de qualidade a todos os brasileiros.
Toda via, por mais que a legislação seja considerada uma das mais
completas do mundo, o Brasil ainda peca no quesito fiscalização. Atingir
os objetivos da sustentabilidade não depende apenas em estabelecer
normas a serem seguidas. A sustentabilidade precisa ser colocada em
prática, mesmo que seja preciso aplicar as sanções penais àqueles que
praticarem atos contra o meio ambiente e a sociedade.

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

63
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvol-


vimento (Rio de Janeiro, 1992): foram aprovados documentos como a
Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção-Quadro sobre
Mudança do Clima.
Conferência Mundial para o Desenvolvimento Social (Copenhagen,
1995): foram estabelecidos dez compromissos respaldados por uma
Declaração e por Programa de Ação, dentre os quais, acelerar o de-
senvolvimento econômico, humano e social da África e dos países com
menor nível de desenvolvimento.
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Es-
tocolmo, 1972): houve confronto marcante entre os defensores do “de-
senvolvimento zero", basicamente representantes dos países indus-
trializados, e os defensores do “desenvolvimento a qualquer custo",
representantes dos países não industrializados.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

64
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O processo de crime ambiental poderá ser deferido, mas a extinção


da punibilidade depende da reparação do dano ambiental ou da com-
provação de que o acusado tomou as providências necessárias à sua
reparação integral.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

65
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Licença Prévia − concedida na fase preliminar do empreendimento


aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade am-
biental; Licença de Instalação − autoriza a instalação do empreendi-
mento, incluindo as medidas de controle ambiental; Licença de Opera-
ção − autoriza a operação do empreendimento, após a verificação do
cumprimento do que consta das licenças anteriores.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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que modificou a Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília:
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