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Saquarema

AGENDA 21 COMPERJ
Grupo Gestor:
Petrobras Gilberto Maldonado Puig
Ministério do Meio Karla Monteiro Matos (2007 a junho de 2010)
Ambiente Geraldo Abreu (a partir de julho de 2010)
Secretaria de Estado do Carlos Frederico Castelo Branco
Ambiente (RJ)

Equipe:
Coordenação Geral: Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Coordenação Técnica: Patricia Kranz
Redação: Arilda Teixeira
Janete Abrahão
Kátia Valéria Pereira Gonzaga
Patricia Kranz
Thiago Ferreira de Albuquerque
Pesquisa: Mônica Deluqui e Ruth Saldanha
Revisão de Conteúdo: Ruth Saldanha
Revisão: Bruno Piotto e Fani Knoploch
Leitura Crítica: Cláudia Pfeiffer
Edição de Texto: Vania Mezzonato / Via Texto
Colaboração: Ana Paula Costa
Bruno Piotto
Hebert Lima
Liane Reis
Luiz Nascimento
Nathália Araújo e Silva
Fomento dos Fóruns: Ana Paula Costa
Colaboração: Leandro Quintão
Paulo Brahim
Roberto Rocco
Projeto Gráfi co: Grevy Conti Designers
Seleção e Tratamento de Maria Clara de Moraes
Imagens:
Fotos: Ana Paula Costa
Jorge Luís Miranda da Silva
Mara Lucia Nunes dos Santos
Milena Almeida
Paulo Lulo
Roberto Rocco
Rossinni Maraca
Vera Lucia Felgueiras
Banco de Imagens Petrobras / Beto Paes Leme
Impressão: Stilgraf

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MEMBROS DO FÓRUM DA AGENDA 21 DE SAQUAREMA

Primeiro Setor Terceiro Setor


Luiz Carlos de Oliveira - Secretaria Municipal de Meio A ldo Fr a nc i sco Coe l ho – Soc ie d ade Be m V i ve r de
Ambiente Saquarema

Isaurinha de Resende - Secretaria Municipal de Promoção Almir Pereira da Silva – Renascer Obras Sociais
Social e Cidadania
Anylcio Teixeira Pinto Telles Filho - OAB
João Batista Alves Pereira - Emater
Marques Guilherme Ourique – ONG Poabas Brasil
Jorge Mathias do Nascimento - Secretaria Municipal de
Saúde Nanci Xavier – Associação Prof issional dos Ar tesãos
Autônomos de Saquarema
Marlucia Pinto de Oliveira Silva - Secretaria Municipal
de Agricultura, Abastecimento e Pesca Vera Lucia da Silva Felgueiras – Paróquia Nossa Senhora
de Nazareth
Rafael Pinheiro - Câmara Municipal
Suplente
Suplente
Irmã Maria de Lourdes Basílio – Centro Social Madre
Sandra Bittencourt - INSS Maria das Neves

Segundo Setor Comunidade


Carlos Cesar da Motta – Cia da Pizza Dilmar Marmelo Santana – Cooperativa dos Beneficiadores
do Pescado e Pescadores de Saquarema (Cobepps)
Christina Maria Serdeira Valle – Sorveteria Zero Grau
Ismênia Queiroz Caldeira – Associação de Moradores de
Dulce Tupy Caldas – Tupy Comunicações S/C Ltda. Itaúna
José Mariano da Paixão – Eletrônica Qualitec Jorge Luis Miranda da Silva – Associação de Moradores
Nurimar dos Santos Mendonça – Ju e Nu Confecções Ltda do Condado de Bacaxá

Thatiana Mazzo – MR Refrigeração Ltda Layla Gar r ido Pereira – A ssociação de Moradores e
Amigos da Restinga de Jaconé
Suplente
Lucia Regina Peçanha – Associação de Moradores do
Rita Maria Cristina Daumas Pereira Lopez – Daumas Castelinho e Gravatá
Academia
Nilce Mar y de Souza Cezar Machado – Associação de
Moradores e Amigos do Boqueirão

Suplente
Carine Rodrigues de Souza – Colônia de Pescadores Z-24

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Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) deverá entrar em operação em 2013. Situado em Itaboraí,
vai transformar o perfil socioeconômico de sua região de inf luência.

Ciente da necessidade de estabelecer um relacionamento positivo com as comunidades


sob inf luência direta de suas operações, a Petrobras, em parceria com o Ministério do
Meio Ambiente, a Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e organizações
da sociedade civil, desenvolveu uma metodologia para implementar a Agenda 21 Local
nos municípios localizados no entorno do Comperj.

Em todo o mundo, já foram desenvolvidas mais de 5 mil Agendas 21 Locais, e diversas


empresas utilizaram ou utilizam a Agenda 21 em seus processos de planejamento e
alinhamento com a sustentabilidade. No entanto, não se conhece experiência anterior
que tenha fomentado um processo em escala semelhante, nem que empregue a Agenda
21 como base de política de relacionamento e de comunicação, o que torna esta expe-
riência uma estratégia empresarial inédita.

A implementação de Agendas 21 Locais colabora para estruturar modelos sustentáveis


de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que esclarece o papel de cada setor social
nesse processo. Além disso, neste caso, contribui para que os municípios se preparem
mais adequadamente para os impactos e oportunidades advindos do desenvolvimento
impulsionado pelo Comperj e por outras empresas que se instalarão na região.

A Agenda 21 Comperj expressa o compromisso por parte da Petrobras, do Ministério


do Meio Ambiente, da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e de todos
os demais envolvidos, de promover um desenvolvimento pautado na sustentabilidade
no entorno da região em que o Comperj se insere.

Esse esforço só foi possível devido à ampla participação de toda a sociedade. Assim,
agradecemos a todas as instituições, empresas, associações e cidadãos que, voluntaria-
mente, dedicaram seu tempo e esforços ao fortalecimento da cidadania em seus municí-
pios em busca de um modelo de desenvolvimento que leve qualidade de vida para todos.

Estendemos nosso agradecimento também a todas as prefeituras e câmaras de vereado-


res, ao Poder Judiciário e a outros representantes do Primeiro Setor por sua participação
ativa nesse processo.

Esperamos que a Agenda 21, fruto de trabalho intenso e amplo compromisso, contribua
para a construção de um futuro de paz e prosperidade para esta e as próximas gerações.
Transformá-la em realidade é uma tarefa de todos.

Grupo Gestor da Agenda 21 Comperj


Agenda 21 Saquarema

Um instrumento de Gestão Integrada e participativa

A Agenda 21 é um compromisso socioambiental fi rmado pela comunidade internacional durante a célebre Confe-
rência Rio-92. Propondo o modelo de desenvolvimento sustentável, a Agenda 21 pretende resguardar a qualidade
de vida das gerações futuras. Assim, 172 países, entre eles o Brasil, aprovaram a Agenda 21, assumindo um
novo modelo de civilização, onde predominam o equilíbrio ambiental, a justiça social e a paz entre os povos.

Na prática, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo de um país, estado, município ou região.


Esse processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas sociais e ambientais,
formando parcerias e compromissos para a busca de soluções a curto, médio e longo prazos. Na definição da
Secretaria Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro (SEA-RJ), a “Agenda 21 trata da construção de
um plano de ação (...) a ser adotado global, nacional e localmente, envolvendo governos, empresas privadas e
sociedade civil, tendo o ambiente como tema transversal do modelo de desenvolvimento”.

Segundo a Agenda 21 Brasileira, elaborada através de ampla mobilização pública de 1997 a 2002, uma das principais
tarefas que se colocam para os gestores é o cumprimento da Agenda 21, tendo em vista o futuro das cidades sus-
tentáveis, com inserção social e oportunidades para todos. Neste sentido, trata-se de um processo de transformação
permanente, que incorpora uma nova maneira de gestão, integrada e participativa. É também uma ferramenta para
a construção de um município com mais consciência ecológica, necessária ao desenvolvimento sustentável.

Em 2007, o governo do Estado, através da SEA, criou a Superintendência da Agenda 21 do Rio de Janeiro. Agora,
é chegada a vez de os municípios criarem suas Agendas 21 Locais. O município de Saquarema já começou este
processo, através da Lei no 985, de 29 de abril de 2009, que institui o Fórum da Agenda 21 Local. Também foi
criado, recentemente, o Programa de Educação Ambiental, nas escolas. Estamos desenvolvendo programas de
replantio de mudas nativas na Praia de Itaúna. Fizemos um convênio com os pescadores e agricultores locais
para adquirir diretamente seus produtos para a merenda escolar. E acabamos de criar um consórcio entre quatro
municípios para a construção de um aterro sanitário, a fim de resolver o problema do lixo.

São os primeiros passos no sentido de consolidar uma cultura ambiental em Saquarema, para edificar a so-
ciedade que queremos e estamos construindo dia a dia, envolvendo todos os atores sociais.

Franciane Motta
Prefeita de Saquarema
Um processo de desenvolvimento sustentável

A Agenda 21 é um processo que teve início na famosa Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Na ocasião, 179 países assinaram a Agenda 21 Global, que
em seus 40 capítulos que preconiza o desenvolvimento sustentável, conciliando proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica. Anos depois, após um amplo debate que envolveu representantes do governo e
da sociedade civil, o Brasil aprovou sua Agenda 21, adotando o padrão do desenvolvimento sustentável, com
este novo olhar sobre o planeta. A Agenda 21 Brasileira definiu seis temas básicos: agricultura sustentável,
cidades sustentáveis, infraestrutura e integração regional, gestão dos recursos naturais, redução das desigual-
dades sociais, ciência e tecnologia com sustentabilidade.

Hoje, em todo o País, cerca de 200 municípios estão vivendo seus processos de construção de uma Agenda 21
Local. Saquarema há anos vem tentando consolidar sua Agenda 21. A primeira tentativa foi há mais de 12 anos,
quando a sociedade civil organizada promoveu um grande debate na Câmara Municipal, para sensibilizar o
Poder Executivo e o Legislativo. Outra tentativa foi quando se elaborou um Plano de Desenvolvimento Susten-
tável, no âmbito do Programa Comunidade Ativa, uma extensão do antigo Programa Comunidade Solidária,
do governo federal. Agora, estamos na terceira tentativa, construindo dia a dia o nosso Fórum da Agenda 21
Local, depois de termos aprovado nosso Plano Local de Desenvolvimento Sustentável.

Nesta terceira fase, a Agenda 21 de Saquarema teve início a partir de uma reunião de sensibilização com cerca
de mil pessoas, promovida pela Caravana Comperj em 2007, preparatória de uma grande reunião realizada
posteriormente em Itaboraí, quando foram eleitos quatro representantes, por setor, de cada município, para
compor um Fórum da Agenda 21, com o patrocínio da Petrobras, Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de
Estado do Ambiente. Em seguida, realizaram-se reuniões setoriais no município, contemplando os segmentos
setor público, empresarial, Organizações Não Governamentais (ONGs) e comunidade (associações de morado-
res, pescadores e agricultores). Aos poucos, Saquarema começou a constituir seu Fórum da Agenda 21 Local,
inclusive nos termos da lei sancionada em 14 de novembro de 2007 e retificada em 29 de abril de 2009.

Durante todo esse processo, houve inúmeras reuniões nos bairros, no Centro e na Câmara Municipal, envol-
vendo centenas de cidadãos saquaremenses. Várias instituições colaboraram com o Fórum da Agenda 21 de
Saquarema, como o Centro Paroquial da Igreja de Santo Antônio; o Lyons Clube de Saquarema; o Fly Shop-
ping, em Bacaxá; a Cinéia House Fest; a Associação de Moradores Castelinho Gravatá; o Centro Social Madre
Teresa das Neves; a Colônia de Pesca Z-24; a Pousada Recando d’Itália; a OAB em Saquarema; o Street Show,
em Jaconé, entre outras que abriram espaço para nossas reuniões.

Assim, num processo natural, através de consenso, foram escolhidos os representantes da sociedade civil or-
ganizada (ONGs), empresários, funcionários públicos e membros de associações comunitárias para compor o
Fórum da Agenda 21 de Saquarema, em busca do desenvolvimento sustentável do município, visando a uma
melhor qualidade de vida para todos nós e para as futuras gerações. Hoje, o Fórum da Agenda 21 de Saquarema
é constituído por 28 membros, que representam o conjunto da sociedade. Missão: planejar o desenvolvimento
sustentável local que todos almejam. Desafio: garantir um futuro saudável para todos os cidadãos de Saquarema.

Coordenação do Fórum da Agenda 21 de Saquarema

Jorge Mathias do Nascimento

1o Setor

Dulce Tupy Caldas


2o Setor

Almir Pereira da Silva


3o Setor

Layla Garrido Pereira


Comunidade
Sumário
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A AGENDA 21 15
A Agenda 21 Local 14
A Agenda 21 no Brasil 15

O COMPERJ 16
Agendas 21 Locais na Região 16
Premissas 17
Organização da Sociedade 17
Metodologia 18
Desafios e Lições Aprendidas 22

O MUNICÍPIO DE SAQUAREMA 25
Um pouco da história de Saquarema 25
Processo de construção da Agenda 21 Local 26

AGENDA 21 DE SAQUAREMA 29
Para ler a Agenda 29
Vetores Qualitativos 30
Vocação e Visão 33

ORDEM AMBIENTAL 35
Recursos Naturais 36
Recursos Hídricos 43
Biodiversidade 48
Mudanças Climáticas 52
ORDEM FÍSICA 57
Habitação 58
Saneamento 62
Mobilidade e Transporte 66
Segurança 69

ORDEM SOCIAL 73
Educação 74
Educação Ambiental 77
Cultura 79
Saúde 82
Grupos Principais 85
Padrões de Consumo 90
Esporte e Lazer 92

ORDEM ECONÔMICA 95
Geração de Trabalho, Renda e Inclusão Social 96
Agricultura 104
Indústria e Comércio 108
Turismo 112
Geração de Resíduos 116

MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO 119


Ciência e Tecnologia 120
Recursos Financeiros 124
Mobilização e Comunicação 129
Gestão Ambiental 132

GLOSSÁRIO (SIGLAS) 142


PARTICIPANTES 146
CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS 152
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
E A AGENDA 21
A sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia,
a economia e a ecologia, tem a ver com a relação que
mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza.
(Moacir Gadotti)

A vida depende essencialmente do que a Terra oferece – água, ar, terra,


minerais, plantas e animais. Todavia, há algumas décadas, esses recursos
naturais vêm dando sinais de esgotamento ou de degradação, principalmente
em função do consumo dos seres humanos, que estão se apropriando de cerca
de 20% da produção mundial de matéria orgânica. Como um planeta com
recursos em grande parte finitos pode abrigar e prover a crescente população
de seres humanos e as demais espécies que nele vivem?

Evidências científicas sobre os crescentes problemas ambientais levaram


a Organização das Nações Unidas (ONU) a reunir 113 países, em 1972, no
primeiro grande evento internacional sobre o meio ambiente – a Conferên-
cia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano,
conhecida como Conferência de Estocolmo. Uma das conclusões do encontro
foi que era preciso rever a própria noção de desenvolvimento. Para tanto, foi
criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que, em
1987, publicou o relatório “Nosso Futuro Comum”, no qual foi consagrado o
conceito de “desenvolvimento sustentável”.

A Comissão declarou que a economia global, para atender às necessidades


e interesses legítimos das pessoas, deve crescer de acordo com os limites
naturais do planeta e lançou o conceito de sustentabilidade. “A humanidade
tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável – de assegurar
que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das
futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades.”

Em busca desse novo modelo de desenvolvimento, em 1992 a ONU convocou


a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro e que ficou conhecida como Rio-92. Tratou-se, na
época, do maior evento voltado para o meio ambiente até então realizado pela
ONU, contando com a representação de 179 nações e seus principais dirigentes.

Um dos principais resultados da Rio-92 foi o documento do Programa Agenda


21, que aponta o desenvolvimento sustentável como o caminho para reverter
tanto a pobreza quanto a destruição do meio ambiente. O documento lista as
ações necessárias para deter, ou pelo menos reduzir, a degradação da terra,
do ar e da água e preservar as f lorestas e a diversidade das espécies de vida.
Trata da pobreza e do consumo excessivo, ataca as desigualdades e alerta

15
para a necessidade de políticas de integração entre questões ambientais,
sociais e econômicas.
“A Agenda 21 é um Em seus 40 capítulos, o documento detalha as ações esperadas dos governos
processo muito importante que se comprometeram com a Agenda 21 e os papéis que cabem a empresá-
neste momento e fortalece rios, sindicatos, cientistas, professores, povos indígenas, mulheres, jovens e
crianças na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o mundo.
a participação popular
nas tomadas de decisões
nas políticas públicas A Agenda 21 local
em Saquarema.”
Mais de dois terços das declarações da Agenda 21 adotadas pelos governos
nacionais participantes da Rio-92 não podem ser cumpridos sem a cooperação
e o compromisso dos governos locais. Em todo o documento há uma forte
ênfase na “ação local” e na administração descentralizada.

Mais precisamente, a ideia da elaboração das Agendas 21 Locais vem do


capítulo 28 da Agenda 21, o qual afirma que é no nível local que as ações
ocorrem concretamente e, assim, as comunidades que usam os recursos
naturais para sua sobrevivência é que podem ser mais eficientemente mo-
bilizadas para protegê-los.

A Agenda 21 Local é um processo de elaboração de políticas públicas volta-


das para o desenvolvimento sustentável e de sua implementação por meio da
formação de parcerias entre autoridades locais e outros setores, orientando-os
rumo ao futuro desejado.

O processo de construção de Agendas 21 Locais se inicia com um levantamento


dos problemas, preocupações e potencialidades de cada território, seguido
da elaboração de um plano local de desenvolvimento sustentável, de forma
consensual e com ampla participação de todos os setores da sociedade.

A construção das Agendas 21 Locais se dá por meio dos Fóruns de Agenda 21,
espaços de diálogo onde representantes de diversos setores da sociedade se
reúnem regularmente para acompanhar a construção das Agendas 21 Locais
e a viabilização dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável.

A construção de Agendas 21 Locais é um processo contínuo – e não um


único acontecimento, documento ou atividade. Não existe uma lista de
tarefas a executar, mas uma metodologia que envolve uma série de ativi-
dades, ferramentas e abordagens que podem ser escolhidas de acordo com
as circunstâncias e prioridades locais, e que deverão ser constantemente
trabalhadas e atualizadas.

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Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MM A), a Agenda 21 Local é o
processo de planejamento participativo de determinado território que en-
volve a implantação de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e
sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local
de Desenvolvimento Sustentável (PLDS), que estrutura as prioridades locais
por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são
também definidas as responsabilidades do governo e dos demais setores
da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses
projetos e ações.

A Agenda 21 no Brasil
O processo de elaboração da Agenda 21 brasileira se deu entre 1996 e 2002,
e foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável
(CPDS). Durante esse período, cerca de 40 mil pessoas em todo o País foram
ouvidas, em um processo que valorizava a participação cidadã e democrática.

No ano seguinte ao término da sua elaboração, a Agenda 21 brasileira foi


alocada como parte integrante do Plano Plurianual (PPA) do governo fede-
ral – o que lhe proporcionou maior força política e institucional – e deu-se
início à fase de implementação.

A Agenda 21 brasileira cita quatro dimensões básicas no processo de cons-


trução do desenvolvimento sustentável:

Ética – demanda que se reconheça que o que está em jogo é a vida no planeta
e a própria espécie humana;

Temporal – determina a necessidade de planejamento a longo prazo, rompendo


com a lógica imediatista;

Social – expressa o consenso de que o desenvolvimento sustentável só poderá


ser alcançado por uma sociedade democrática e mais igualitária;

Prática – reconhece que a sustentabilidade só será conquistada por meio da


mudança de hábitos de consumo e de comportamentos.

Assim como nos demais países, a Agenda 21 brasileira não pode ser cumprida
sem a cooperação e o compromisso dos governos locais.

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O COMPERJ
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos principais
empreendimentos da Petrobras no setor petroquímico, está sendo construído
no município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.

Quando entrar em operação, o complexo agregará valor ao petróleo nacional e


reduzirá a necessidade de importação de derivados e produtos petroquímicos.
Além disso, atrairá novos investimentos e estimulará a criação de empregos
diretos, indiretos e por efeito renda, modificando o perfil socioeconômico
da região do leste f luminense.

Para mais informações sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro,


acesse o site www.comperj.com.br

Mapa 1: Área de atuação da Agenda 21 Comperj

Agendas 21 locais na região


O projeto Agenda 21 Comperj é uma iniciativa de responsabilidade socio-
ambiental da Petrobras, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e
a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que formam o Grupo
Gestor do projeto. É parte do programa de relacionamento que a companhia
está promovendo junto aos 15 municípios localizados nas proximidades do
Comperj: Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaboraí,
Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo,
Saquarema, Silva Jardim, Tanguá e Teresópolis. Juntos, estes municípios re-
presentam uma área de 8.116 km 2 , com mais de oito milhões de habitantes, dos
quais seis milhões correspondem à população do município do Rio de Janeiro.

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O objetivo do projeto é criar e fomentar processos de Agenda 21 Locais, con-
tribuindo para o desenvolvimento sustentável em toda a região e melhorando
a qualidade de vida de seus habitantes, hoje e no futuro.

O projeto Agenda 21 Comperj foi realizado simultaneamente em todos os


municípios participantes, com exceção do Rio de Janeiro. Este município
se encontra na fase de Consolidação Municipal (ver Metodologia), devido à
complexidade local e aos planos de preparação para a Copa do Mundo de
2014 e as Olimpíadas de 2016, ainda em elaboração.

A descrição e os documentos gerados em cada etapa podem ser encontrados


no site www.agenda21comperj.com.br.

Com o lançamento das Agendas e a implementação dos Fóruns Locais em cada


município, o projeto é encerrado, e os Fóruns passam a ser acompanhados pelo
Programa Petrobras Agenda 21 e a se relacionar diretamente com o Comperj.

Uma vez finalizadas, as Agendas 21 passam a ser uma referência para a


implantação de políticas públicas e ações compensatórias e de responsabi-
lidade socioambiental de empresas que deverão se instalar na região.

Premissas
O projeto Agenda 21 Comperj adota as premissas de construção de Agenda
21 preconizadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA):
 Abordagem multissetorial e sistêmica, que envolve as dimensões econô-
mica, social e ambiental;
 Sustentabilidade progressiva e ampliada, ou seja, construção de consensos
e parcerias a partir da realidade atual para o futuro desejado;
 Planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um
documento de governo, mas um projeto de toda a sociedade;
 Envolvimento constante dos atores no estabelecimento de parcerias, aberto
à participação e ao engajamento de pessoas, instituições e organizações
da sociedade;
Processo tão importante quanto o produto;
 Consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvimento.

Organização da sociedade
O projeto Agenda 21 Comperj substituiu a divisão paritária da malha social
entre governo e sociedade civil, comumente adotada, pela divisão em quatro
setores – público, privado, sociedade civil organizada e a comunidade – no

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intuito de identificar mais detalhadamente as demandas locais, fortalecendo
a representação dos diversos segmentos.

“A Agenda 21 valorizou SETORES REPRESENTAÇÃO


o local onde vivemos, hoje Primeiro Prefeituras, Câmaras de Vereadores, poderes Legislativo e
contamos com um Fórum Judiciário, órgãos e empresas públicos

onde as pessoas podem Segundo Empresas de capital privado, associações e federações do


setor produtivo
expor suas ideias sobre Terceiro ONGs, sindicatos, associações de classe, clubes, fundações
sustentabilidade e buscar Comunidade Associações de moradores e de pescadores, e cidadãos em
colocá-las em prática” geral

Metodologia
A metodologia do Projeto Agenda 21 Comperj é constituída de cinco etapas:

1) Mobilização da Sociedade;

2) Construção Coletiva;

3) Consolidação Municipal;

4) Formalização dos Fóruns Locais;

5) Finalização das Agendas.

A descrição resumida dessas etapas e dos produtos delas resultantes se en-


contra nas tabelas das páginas seguintes e de forma mais detalhada no site
www.agenda21comperj.com.br.

Para executar as quatro primeiras fases, foram contratadas, por meio de


licitação, quatro Organizações Não Governamentais – Instituto Ipanema,
Instituto de Estudos da Religião - Iser, Rodaviva e Associação de Serviços
Ambientais - ASA –, encarregadas da mobilização dos setores sociais e da
facilitação de oficinas.

Para o acompanhamento da fase de Finalização das Agendas, incluindo re-


dação, diagramação, impressão e eventos de lançamento, foram contratados
consultores especializados.

Como resultado deste processo, as diferentes demandas da sociedade foram identi-


ficadas e sistematizadas em um mapeamento detalhado do cenário local, contem-
plando anseios, propostas e visões dos quatro setores dos municípios abrangidos.

Com a sociedade local representada nos Fóruns de maneira paritária e com


um objetivo comum, foi possível construir os Planos Locais de Desenvolvi-
mento Sustentável.

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Ao final das cinco etapas, as Agendas 21 Comperj compõem um mosaico
do contexto regional e oferecem uma visão privilegiada do cenário no qual
o Complexo Petroquímico será instalado, indicando as potencialidades que
podem ser aproveitadas em benefício de todos, fortalecendo a cidadania e
a organização social.

ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES


Mobilização da Caravana Comperj, em Na região:
Sociedade cada município, para: • 15 Caravanas Comperj
Março de 2007 a Janeiro • Apresentar o Comperj, o realizadas;
de 2008 projeto de Agenda 21 e as
• 1.589 representantes
demais ações planejadas para
do poder público, 900
a região;
da iniciativa privada,
• Identificar lideranças e 850 do Terceiro Setor e MMA/SEA/
Coordenação e
atores estratégicos locais; 5.038 munícipes em geral, Petrobras
responsabilidade
movimentos populares e (Grupo
• Sensibilizar e mobilizar os operacional
associações de moradores Gestor)
setores;
mobilizados para a fase
• Envolver a comunidade no seguinte do processo;
processo;
• Fórum Regional da Agenda
• Divulgar o calendário 21 Comperj criado em reunião
de eventos relacionados à com a presença de 2.700
Agenda 21. pessoas.
Construção Coletiva Seis reuniões por setor Na região:
Janeiro a Setembro de em cada município para: • 369 reuniões ordinárias e MMA/SEA/ Coordenação
2008 • Fortalecer os setores, 197 extraordinárias realizadas; Petrobras estratégica
identificar seus interesses e (Grupo
• 292 representantes eleitos
promover o alinhamento da Gestor)
para participação nas
visão de cada um sobre o
atividades da fase seguinte.
município; Fundação Coordenação
Em cada município: José Pelúcio executiva
• Realizar o Levantamento das
• Estágios de desenvolvimento (UFRJ)
Percepções Setoriais (LPS),
identificando preocupações e do município em relação aos
40 capítulos da Agenda 21 ONGs Responsabilidade
potencialidades;
Global identificados (Vetores Ipanema, Iser, operacional
• Elaborar Planos de Ação Qualitativos)1; Roda Viva,
Setoriais; ASA
• Preocupações e
• Eleger sete representantes potencialidades de cada setor
de cada setor. Fórum Monitoramento
identificadas;
Regional
• Planos Setoriais elaborados; Agenda 21
Setores sociais fortalecidos e Comperj
integrados.

1 Os Vetores Qualitativos foram elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a construção do desenvolvimento
sustentável em empresas. Esta ferramenta defi niu uma escala que possibilitou a identifi cação do estágio no qual o município
se encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando os participantes a relacioná-los com a realidade
local e planejar aonde gostariam de chegar.

21
ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Consolidação Municipal Duas ofi cinas com os Na região:
Novembro de 2008 a representantes dos 30 oficinas de 20 horas cada.
quatro setores de cada
Junho de 2009 Em cada município:
município para:
• Integrar os setores, • Consenso acerca
orientando-os para das preocupações e
um objetivo comum: o potencialidades municipais
desenvolvimento sustentável e estágios dos vetores
do município; identificados;

• Obter consenso sobre • Planos de ação municipais


os estágios dos vetores elaborados;
MMA/SEA/ Coordenação
estabelecidos pelos quatro • Primeira versão de Vocação Petrobras estratégica e
setores; e Visão de Futuro do (Grupo executiva
• Obter consenso sobre município; Gestor)
as preocupações e • Propostas de ação
potencialidades elencadas detalhadas, prioridades Ipanema, Iser, Responsabilidade
pelos quatro setores; e próximos passos Roda Viva, operacional e
• Identificar a vocação e estabelecidos e possíveis ASA metodológica
construir uma visão de futuro parceiros e fontes de
para o município com base financiamento identificados; Consultoria ILTC2
na realidade local, bem como • Setores sociais integrados
oportunidades e demandas em um Fórum da Agenda 21.
decorrentes da implantação
do Comperj;
• Elaborar um plano de
ação com base nos temas
estruturantes de planejamento;
Elaborar o detalhamento
preliminar de propostas para
viabilizar o plano de ação.

“Espero que
através deste trabalho
possamos crescer e que
por meio dele surjam projetos,
melhorias para os moradores,
crescimento da cidade através
da sustentabilidade e, acima
de tudo, através das
parcerias”

2 ILTC – Instituto de Lógica, Filosofi a e Teoria da Ciência

22
ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Formalização dos Duas ofi cinas em cada Na região:
Fóruns Locais município para: • 28 oficinas e diversas visitas
Julho a Dezembro de 2009 • Orientar os Fóruns para sua técnicas realizadas;
organização, estruturação
• Portal na internet para
e formalização através de
relacionamento e divulgação
projeto de lei ou decreto;
do projeto lançado.
• Desenvolver o Regimento
Em cada município:
Interno;
• Decreto ou projeto de lei
• Aprimorar a vocação e a criando o Fórum da Agenda MMA/SEA/ Coordenação
visão de futuro municipal; 21 Local aprovado; Petrobras estratégica e
• Realizar a análise técnica (Grupo executiva
• Regimento interno do Fórum
das propostas de ação. Gestor)
elaborado;
• Fórum organizado com estruturas Ipanema, Iser, Responsabilidade
de coordenação, secretaria Roda Viva, operacional e
executiva e grupos de trabalho; ASA metodológica
• Primeira versão do Plano
Local de Desenvolvimento
Sustentável finalizada;
• Segunda versão da vocação
e da visão de futuro municipal
desenvolvida;
• Propostas de ação
analisadas tecnicamente.
Finalização das Consultoria e serviços Na região:
Agendas para: • 28 oficinas e diversos
Janeiro de 2010 a Junho • Pesquisar dados estatísticos encontros e reuniões locais e
de 2011 e informações técnicas; regionais realizados;
• Levantar e produzir material visual; • Comitê Regional da Agenda
• Redigir, editar, revisar, 21 Comperj estruturado para
diagramar e imprimir as Agendas. apoiar os Fóruns e planejar
e facilitar ações regionais ou
Duas ofi cinas em cada intermunicipais.
município, para:
Em cada município: MMA/SEA/ Coordenação
• Validar os textos de
diagnósticos; • Fórum de Agenda 21 Local Petrobras estratégica e
em funcionamento; (Grupo executiva
• Atualizar e validar as Gestor)
propostas de ação. • Agenda 21 Local publicada
e lançada;
Cinco encontros de Consultores Responsabilidade
coordenação dos Fóruns • Site do Fórum Local em contratados técnica e
de Agenda 21 Locais para: funcionamento; operacional
• Promover a integração e • Vídeo da Agenda 21 local
fomentar o apoio mútuo entre produzido.
os Fóruns locais.
Encontros, reuniões locais e
contato permanente para:
• Fortalecer a integração do
Fórum com o poder público local;
• Desenvolver e fomentar o
Fórum Local.

23
DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS
Processos participativos são sempre muito complexos. A ordem de grandeza
deste projeto – 15 municípios envolvidos e mais de 8 mil participantes di-
retos – se por um lado o tornava mais estimulante, por outro aumentava os
desafios para o sucesso da iniciativa.

O primeiro deles foi o fato de se tratar de um projeto iniciado pela Pe-


trobras tendo como elemento def inidor do território de atuação os mu-
nicípios inf luenciados pela implantação do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro (Comperj).

Em geral, processos de Agenda 21 Local são iniciados pelo poder público


municipal ou por organizações da sociedade civil, sendo, por vezes mais
difícil obter a adesão do Segundo Setor. Além disso, empresas do porte da
Petrobras despertam resistências e expectativas muitas vezes desmedidas.

No entanto, a atenção dedicada ao projeto, coordenado e acompanhado


pela Petrobras, e a transparência na condução dos processos minimizaram
posturas negativas e foram decisivas para conseguir o comprometimento
de todos os participantes.

A inovação metodológica de iniciar o trabalho dividindo os segmentos so-


ciais foi bem-sucedida, propiciando que os interesses ficassem bem definidos
e alinhados internamente nos setores e, depois, igualmente representados.
Embora o sistema simplificado de indicadores – os Vetores Qualitativos –
precise ser aperfeiçoado, ficou clara sua utilidade para que todos tomassem
conhecimento do conteúdo da Agenda 21. No entanto, a complexidade de
alguns temas e a falta de correspondência de outros com a realidade local
dificultaram a compreensão de alguns participantes.

O tempo dedicado às etapas iniciais constituiu uma limitação para uma me-
lhor identificação de lideranças representativas, para que novas pessoas se
incorporassem ao processo e para a capacitação dos participantes em tantos
e tão variados temas. Estes percalços foram trabalhados nas etapas seguintes.

Outra questão foi o equilíbrio delicado entre usar a mesma metodologia para
todos os municípios e fazer as adaptações necessárias às diferentes reali-
dades encontradas. Quanto mais o processo evoluía, mais as diferenças se
acentuavam. Mesmo assim, foi possível alcançar um resultado que ref lete
as peculiaridades de cada município e o grau de maturidade de cada grupo
mantendo uma estrutura semelhante e apoiando a todos da mesma forma.

A construção do consenso em torno das preocupações, potencialidades e


ações identificadas foi bem-sucedida graças à concordância em torno de ob-
jetivos comuns, ao estabelecimento de regras claras e à ação de facilitadores
experientes. A consolidação dos Fóruns requer uma boa compreensão do que

24
é representatividade e tempo para que esta se desenvolva. O debate sobre o
Regimento Interno foi um momento rico e determinante para a sustentabili-
dade dos Fóruns. Assim, foi encaminhado sem pressa, com foco nos valores
que cada grupo desejava adotar e por meio do desenvolvimento de critérios
para a tomada de decisão.

A criação de um portal com um site para cada município, com notícias atuali-
zadas, divulgação de oportunidades, editais e boas práticas, biblioteca, vídeos
e ferramentas de interatividade, como o chat, traz inúmeras possibilidades
de comunicação, funcionando como uma vitrine do projeto e uma janela dos
Fóruns para o mundo.

Além de democratizar e dar transparência às atividades de cada Fórum Local,


o portal proporciona a troca de experiências entre eles, criando uma sinergia
para seu desenvolvimento. As limitações de acesso à internet na região são
uma barreira que esperamos seja superada em breve.

Finalmente, a integração entre os saberes técnico e popular é um dos aspectos


mais gratificantes do processo e foi conduzida cuidadosamente com a cons-
trução dos textos das Agendas a partir do contato constante com os Fóruns.
As preocupações e potencialidades indicadas por consenso nas reuniões
foram suplementadas por informações técnicas obtidas de diversas fontes,
como institutos de pesquisa, prefeituras e agências governamentais diversas.

O processo de consulta continuou durante a etapa de finalização da Agenda.


Sempre que as informações coletadas divergiam da percepção dos partici-
pantes e quando incongruências ou questões técnicas eram identificadas,
os consultores se dedicavam a dirimir as dúvidas, por telefone, e-mail ou
em reuniões presenciais. Os Fóruns também se empenharam em qualificar
o trabalho realizado, que foi aprimorado progressivamente. A evolução
deste processo pode ser verificada nos documentos postados no site de cada
município na internet.

Ao longo do processo foram necessárias diversas adaptações, naturais em pro-


cessos participativos, já que estes, por sua natureza, não ocorrem exatamente
de acordo com o planejado. Todos os envolvidos aprenderam a f lexibilizar
suas expectativas e atitudes em prol do bem comum.

O resultado que apresentamos agora é a síntese deste percurso de mais de


três anos, durante os quais foram construídas novas relações e aprofundado
o entendimento de todos os envolvidos sobre o modelo de desenvolvimento
almejado para a região. A diversidade é uma premissa da sustentabilidade
e, assim como a participação, demanda transparência e responsabilidade
individual e coletiva pelos resultados alcançados.

Um processo de Agenda 21 Local é a construção participativa do consenso


possível entre interesses diversos, com o objetivo comum de promover a

25
qualidade de vida e a justiça social, sem perder de vista os limites impostos
pelo planeta e tendo um futuro sustentável como horizonte comum.

A Agenda 21 publicada é o início da jornada rumo a este futuro.

Membros do Fórum da Agenda 21 de Saquarema

26
O MUNICÍPIO DE SAQUAREMA

Área total: 354.675 km² P roduto I nte r no Br uto ( PI B) –


Indicador que mede a produção de
População: 74.221 (IBGE – 2010) um território, segundo três grupos
Economia: Serviços e indústria principais: agropecuária (agricul-
tura, extrativa vegetal e pecuária);
PIB: 724.588 milhões (2008) indústria (extrativa mineral, trans-
Participação PIB estadual: 0,23% (Ceperj – 2007) formação, ser viços industriais de
utilidade pública e construção civil);
e ser viços (comércio, transpor te,
comunicação e serviços da adminis-
A região hidrográfica das lagoas de Saquarema, Jaconé e Jacarepiá cobre uma super-
tração pública, entre outros).
fície de cerca de 310 km2 e se situa, em grande parte, no município de Saquarema.

O relevo da região é constituído por serras, colinas e amplas baixadas formadas por
restingas e material trazido pelos rios. Nas baixadas dominam as lagoas e extensos
brejos periféricos, drenados em parte pelo governo do Estado do Rio de Janeiro nos
idos de 1950 e, posteriormente, por proprietários rurais e empresas imobiliárias.

As matas de baixada foram quase totalmente suprimidas, inclusive as situadas


às margens dos rios, substituídas por pastagens. No entanto, parcelas de Mata
Atlântica ainda podem ser vistas nas montanhas, e uma amostra valiosa de
mata de restinga se encontra preservada na Reserva Ecológica de Jacarepiá.

A região é cor tada pelas rodov ias R J-106 (A ma ra l Pei xoto) e R J-128
(Latino Melo – Bacaxá) e era ser vida pela Estrada de Ferro Maricá até o
f inal dos anos 1960.

Um pouco da história de Saquarema2


A mando de D. João III, Martin Afonso de Souza organizou uma frota, com-
posta de duas naus, um galeão e duas caravelas. As embarcações zarparam
do Porto de Lisboa em três de dezembro de 1530, chegando à Baia de Todos
os Santos, hoje chamada de Salvador, no ano seguinte.

Em março de 1531, Martin Afonso de Souza reiniciou sua viagem para o sul
do país. Com o passar dos dias, após contornar a região de Cabo Frio, atracou
no costão rochoso localizado em frente ao antigo Morro do Canto, situado
próximo a praia da Barra Nova. Nesse local, encontrou um número razoável

2 Fontes: http://www.portalsaquarema.com/historia.htm e CD fornecido aos


participantes da Ofi cina Local, elaborado pelo ILTC segundo a metodologia
estabelecida.

27
de selvagens da tribo dos Tamoios, obedientes à chefia de um índio chamado
de ”Sapuguaçu” e que chamavam o local onde habitavam de Sacoa-y-rema,
que significa “lago sem conchas”.

Outra versão para o nome do município é que os tamoios apelidaram a lagoa de


Socó-Rema, que quer dizer bandos de socós (ave pernalta que era vista em abun-
dância na lagoa). Com a evolução da linguagem, passou a chamar-se Saquarema.

Os índios eram ótimos canoeiros e viviam em choças construídas com tron-


Lagoa de Saquarema nos anos 70, vista cos de ár vores e palhas trançadas. Aliados dos franceses, sempre foram
do bairro de Areal combatidos pelo então governador do Rio de Janeiro, Antonio Salêma. Em
4 de agosto de 1575, as forças do governo – que reuniam 400 portugueses
e 700 índios – cercaram a aldeia, num lugar hoje conhecido por campo do
Maranguá, e travaram lutas cruéis.

Quatro anos depois, o imperador D. João III, buscando uma solução menos dis-
pendiosa para o problema da colonização do Brasil, dividiu o País em capitanias
hereditárias. Dessa forma, as terras do atual município de Saquarema passaram
a pertencer a Martin Afonso de Souza, como parte da Capitania de São Vicente.

Dada a extensão do território da capitania, muitos anos se passaram antes


que as terras de Saquarema recebessem os benefícios da civilização. Só em
1594, os padres da Ordem do Carmo obtiveram a doação de algumas sesmarias
e iniciaram a construção de um convento que chamaram de Santo Alberto,
no lugar hoje denominado Carmo.

Por volta de 1660, foi erguida uma capela em honra a Nossa Senhora de Na-
zaré de Saquarema. Pouco tempo depois de inaugurada, foi reconhecida como
capela curada e filial da Matriz de Nossa Senhora de Assunção do Cabo Frio.

Em 1755, em vista do progresso observado na localidade, o governo concedeu


ao curato de Nossa Senhora de Nazaré de Saquarema o status de freguesia.
Em 1820, foi solicitada ao bispo permissão para levantar a nova matriz em
um ponto mais central, com maior facilidade de acesso ao povo. Apesar da
oposição de alguns tradicionalistas, homens, mulheres e crianças iniciaram
a construção do novo templo, no qual trabalharam gratuitamente até que as
obras fossem concluídas, em 1837.

Segundo uma lenda difundida pelos antigos pescadores locais, “o templo


estava em condições precárias por volta de 1820 e tentaram construir a igre-
ja em outro lugar, mas a imagem da santa teimava em reaparecer no local
original, o que determinou a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora
de Nazareth no promontório à beira-mar, em 1837”.

Em 1841, o visconde de Baependi, então vice-presidente da província, resol-


Imagem de N. Sra. de Nazareth com
veu elevar a freguesia à categoria de município. O artigo 1º dessa lei rezava:
mais de 300 anos, encontrada “por
milagre” nas pedras onde foi construída
“Fica criada uma vila, no arraial denominado Nossa Senhora de Saquarema,
a Igreja Matriz conservando o mesmo título. A nova vila pertencerá à comarca de Cabo Frio”.

28
Em 6 de fevereiro de 1859, os habitantes de Saquarema protestaram junto
às autoridades e conseguiram a reintegração na categoria de vila, em 29
de janeiro de 1861. Já no período republicano, em 3 de janeiro de 1890, foi
elevada à categoria de cidade.

Em 1947, o padre José Zimmermann transformou a gruta, localizada próximo


à Igreja Matriz, em um lugar religioso, com a colocação da imagem de N. S.
de Lourdes, formando, assim, um conjunto arquitetônico turístico-religioso.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes


O Processo da Agenda 21
Local em Saquarema
Apesar de não ter havido um processo explícito de Agenda 21 Local em Sa-
quarema, o município teve experiências com outros processos de planejamento
participativo e mobilização comunitária, como o DLIS (Desenvolvimento Local
Integrado e Sustentável) e o Programa de Economia Solidária, do governo federal.

Em 16 de maio de 2007, a Caravana Comperj da Petrobras visitou Saquarema


para divulgar o empreendimento e as ações de relacionamento propostas para
a região, convidando lideranças a participar do processo de construção da
Agenda 21 Local.

Em 25 de setembro daquele ano, em reunião em Itaboraí, com a presença de


cerca de 2.700 pessoas dos 14 municípios do entorno do Complexo Petroquí-

Dinâmica de grupo com o Fórum da Agenda 21 de Saquarema

29
mico do Rio de Janeiro, foi escolhido um representante de cada segmento
social (governo, empresariado, ONGs e comunidade), por município, para
formar o Fórum Regional da Agenda 21 Comperj.

Assim, cada município tinha quatro representantes neste Fórum, que ficou
responsável pelo monitoramento dos encontros e pelo andamento das Agendas
21 municipais. O Fórum Regional tinha caráter consultivo ao Grupo Gestor e a
tarefa de facilitar a integração de ações regionais ou de grupos de municípios.

Em dezembro de 2007, quatro ONGs – ASA, Instituto Ipanema, Instituto Roda


Viva e Iser – iniciaram o trabalho de mobilização específica para cada setor,
utilizando as estratégias mais adequadas a cada um.

Em Saquarema, desde o início da mobilização, houve alta adesão do governo


municipal, que se comprometeu com o processo e dele participou. O Segundo
Setor também demonstrou interesse desde o começo, criando um grupo que
cresceu e se consolidou, mantendo uma mobilização constante. Da mesma
forma, as lideranças do Terceiro Setor e da comunidade aderiram à causa com
Ofi cina realizada em março 2009 empenho desde a primeira reunião. O número de participantes sempre foi
expressivo, e a participação, motivada, embora o município tenha um vasto
território, sem transporte disponível para ligar as diversas regiões.

Em janeiro de 2008, iniciou-se uma rodada de três reuniões para o levan-


tamento das percepções de cada segmento, utilizando Vetores Qualitativos
elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a promoção do
desenvolvimento sustentável em empresas. Esta ferramenta definiu uma
escala que possibilitou a identificação do estágio no qual o município se
encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando
os participantes a planejar aonde gostariam de chegar.

Após a leitura do título dos capítulos e da descrição de cada estágio, era


solicitado aos participantes que escolhessem aquele que melhor retratasse
Saquarema. Nas duas reuniões seguintes, os resultados orientaram a produção
de um painel de preocupações e potencialidades locais.

Foram realizados mais três encontros por setor, nos quais os participantes
definiram as ações necessárias para prevenir ou mitigar as questões identi-
ficadas como preocupações e para aproveitar, da melhor forma possível, as
potencialidades levantadas.

Na última dessas reuniões, cada setor indicou cinco representantes e dois suplentes
para compor o Fórum da Agenda 21 de Saquarema, totalizando 28 componentes.

A Fase de Consolidação do processo foi o momento de reunir os quatro setores


para consolidar coletivamente as potencialidades e preocupações apontadas
por cada um deles. Em 8 de dezembro de 2008, os representantes de Saqua-
rema viajaram até Rio Bonito para trabalhar nas oficinas de consolidação. A

30
partir dela, os resultados setoriais foram estruturados, e o Fórum da Agenda
21 de Saquarema ficou constituído.

O Fórum da Agenda 21 de Saquarema, que tem caráter consultivo e deli-


berativo, conta com várias lideranças que contribuíram para o desenvolvi-
mento do processo, principalmente por sua participação em outros Fóruns,
Conselhos e entidades religiosas. Alguns membros par ticipam de vários
Conselhos Municipais atuantes e articulam a reativação daqueles que têm
desempenho insatisfatório.

O grupo fez grande esforço para mudar a lei que fixou critérios de compo-
sição do Fórum 21 Local em 2007, estabelecendo uma composição conforme
os princípios e diretrizes de paridade e consenso. Em 29 de abril de 2009,
a Prefeitura de Saquarema reconheceu, em publicação no Diário Ofi cial, o
Fórum da Agenda 21 do município.

De 15 a 17 de março de 2009, foi realizada a oficina para iniciar o processo de


construção de vocação e visão de futuro, consolidar as ações em propostas e
iniciar seu detalhamento. Este trabalho foi realizado com uma nova estrutura,
agrupando os 40 capítulos da Agenda 21 Global conforme suas afinidades em:
Ordem Física, Ordem Ambiental, Ordem Social, Ordem Econômica e Ordem
Meios de Implementação, divididos em temas.
Primeira reunião dos coordenadores dos
Em 15 de maio de 2009, foi realizada uma oficina em Saquarema para atuali- Fóruns da Agenda 21 Comperj
zar os trabalhos e fortalecer o Fórum. Nesse período, também foi desenvolvido
um portal na internet, voltado para a comunicação dos Fóruns e a divulgação
do projeto e de seus resultados – www.agenda21comperj.com.br – com um
site para cada município. Atualizados frequentemente, eles dispõem de uma
área interna com ferramentas de comunicação que permitem o contato entre
os membros dos Fóruns.

Em novembro de 2009, foram contratados quatro consultores para desenvolver


e implementar uma metodologia de fortalecimento dos Fóruns e trabalhar na
elaboração das Agendas. Visita à Prefeita Franciane Motta para
apresentação do programa da Agenda 21
Em 2010, após uma análise dos resultados alcançados, iniciou-se uma nova
rodada de oficinas para aprimorar o trabalho. Foram realizadas três reuni-
ões com o Fórum de Saquarema para fazer as modificações necessárias. O
município vem implementando ações que constam de sua Agenda 21 – e o
Fórum organizou um mutirão para limpeza dos rios.

Em 19 de março, 1o de outubro e 3 de dezembro de 2010, foram realizadas


reuniões com todos os coordenadores para promover a troca de experiências
e fomentar ações regionais estratégicas.

O Fórum se mantém ativo, reúne-se regularmente e vem desenvolvendo di-


versas atividades como o Seminário sobre Resíduos Sólidos realizado em 17
de novembro de 2010.

31
AGENDA 21 DE SAQUAREMA
“Eu espero
que nos próximos dez
anos possamos olhar e Para ler a Agenda
dizer que o nosso trabalho Este trabalho é resultado do empenho e esforço voluntários de moradores de
funciona, que somos um Saquarema, que atuaram em conjunto com técnicos e consultores nas diversas
fases do projeto Agenda 21 Comperj.
município que conta com
uma participação O trabalho foi dividido em cinco ORDENS e 24 TEMAS referentes aos 40
capítulos da Agenda 21. Cada tema apresenta a situação do município de
popular ativa.”
acordo com os dados e informações mais recentes.

EIXOS TEMAS CAPÍTULOS DA AGENDA 21


ESTRUTURANTES GLOBAL
ORDEM Recursos Naturais 10, 11, 12, 13, 16
AMBIENTAL
Recursos Hídricos 17 e 18
Biodiversidade 15
Mudanças Climáticas 9, 15 e 18

ORDEM FÍSICA Habitação 7


Saneamento 18 e 21
Mobilidade e Transporte 5
Segurança 3, 23, 25, 26, 27
ORDEM SOCIAL Educação, Educação 36
Ambiental e Cultura
Grupos Principais 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29
Saúde 6
Esporte e Lazer 23, 24, 25, 26, 27, 36
Padrões de Consumo 4

ORDEM Geração de renda e inclusão 3


ECONÔMICA social
Agricultura 3, 14, 32
Indústria e Comércio 3, 30
Turismo 3, 36
Geração de Resíduos 19, 20, 22
MEIOS DE Ciência e Tecnologia 31, 35
IMPLEMENTAÇÃO
Recursos Financeiros 2, 33, 34, 37
Comunicação e Mobilização 8, 40
Gestão Ambiental 1, 8, 28, 38, 39 40

32
Estão elencadas também, e evidenciadas por fontes em itálico, as preocupações dos
moradores e as potencialidades do município, conforme percebidas e apontadas
por consenso pelos participantes do processo.

Logo após um breve diagnóstico da situação em que se encontra o municí-


pio, estão listadas as propostas e seus respectivos níveis de prioridade (alta

- , média - • •
ou baixa - ). As propostas reúnem um conjunto de ações,
elaboradas para solucionar as preocupações elencadas, e de estratégias que
promovam o melhor aproveitamento das potencialidades identificadas.

As ações estão subdivididas em LINHAS DE ATUAÇÃO. Dessa forma, é possí-


vel identificar todas as ações de uma agenda, segundo a atividade demandada
para sua execução, independentemente do tema.

Ao final de cada TEMA encontram-se reunidos os possíveis parceiros e as


possíveis fontes de financiamento elencadas para as propostas de seus temas.

No site www.agenda21saquarema.com.br está disponível a Ficha de Detalha-


mento de cada proposta, com a lista dos possíveis parceiros para sua execução,
os especialistas da cidade que podem colaborar com o projeto, as fontes de fi- Saquarema

nanciamento identificadas e os primeiros passos para sua implementação, além


das PERCEPÇÕES, dos PLANOS SETORIAIS e demais resultados.

No CD encartado nesta publicação encontram-se todos os resultados do processo


e uma versão digital da Agenda 21 de Saquarema.

Vetores Qualitativos e os 40 capítulos


da Agenda 21 de Saquarema
A tabela da página seguinte apresenta o resultado da consolidação das
percepções de todos os que participaram da Fase de Construção Coletiva da
Agenda 21 de Saquarema, avaliando a situação do município em relação a
cada um dos capítulos da Agenda 21 Global.

Estágios da tabela:
1 – Quase nada foi feito
2 – Já existem ações encaminhadas
3 – Já há alguns resultados
4 – Estamos satisfeitos

33
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4

1 Preâmbulo

2 Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento


sustentável nos países em desenvolvimento e nas políticas internas

3 Combater a pobreza

4 Mudar os padrões de consumo

5 Dinâmica demográfica e sustentabilidade

6 Proteger e promover a saúde humana

7 Promover assentamentos humanos sustentáveis

8 Integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas tomadas


de decisão

9 Proteger a atmosfera

10 Integrar o planejamento e o gerenciamento dos recursos do


solo

11 Combater o desflorestamento

12 Gerenciar ecossistemas frágeis: combater a seca e a


desertificação

13 Gerenciar ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável


das montanhas

14 Promover o desenvolvimento rural e a agricultura


sustentáveis

15 Conservar a diversidade biológica

16 Gerenciamento responsável ambientalmente da


biotecnologia
17 Proteção dos oceanos, todos os mares, inclusive internos, e
áreas costeiras, e a proteção, uso racional e desenvolvimento
de seus recursos para a vida
18 Proteger a qualidade e suprimento dos recursos de
água limpa: aplicação de abordagens integradas ao
desenvolvimento, gerenciamento e uso dos recursos hídricos
19 Gerenciar de forma ambientalmente responsável os produtos
químicos tóxicos, incluindo a prevenção do tráfico ilegal
internacional de resíduos e produtos perigosos

34
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4
20 Gerenciar de forma ambientalmente sustentável os resíduos
perigosos, incluindo a prevenção do tráfico ilegal internacional
de resíduos perigosos
21 Gerenciar de forma ambientalmente responsável os resíduos
sólidos e os relacionados ao esgotamento sanitário

22 Gerenciar de forma segura e ambientalmente responsável


os resíduos radioativos

23 Fortalecer o papel dos principais grupos sociais

24 Ação global para as mulheres pelo desenvolvimento


sustentável e equitativo

25 Crianças e jovens e o desenvolvimento sustentável

26 Reconhecer e fortalecer o papel dos povos indígenas e suas


comunidades

27 Fortalecer o papel das Organizações Não-Governamentais:


parceiras para o desenvolvimento sustentável

28 Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21

29 Fortalecer o papel dos trabalhadores e sindicatos

30 Fortalecer o papel da indústria e dos negócios

31 Comunidade científica e tecnológica

32 Fortalecer o papel dos fazendeiros

33 Recursos e mecanismos financeiros

34 Tecnologia ambientalmente responsável: transferência,


cooperação e capacitação

35 Ciência para o desenvolvimento sustentável

36 Promover a educação, consciência pública e treinamento

37 Mecanismos nacionais e internacionais de cooperação para


a capacitação em países em desenvolvimento

38 Arranjos institucionais internacionais

39 Instrumentos e mecanismos legais internacionais

40 Informação para a tomada de decisões

35
Vocação e Visão
“Uma visão sem ação não passa de um sonho.
Ação sem visão é só um passatempo.
Mas uma visão com ação pode mudar o mundo.”
(Joel Baker – vídeo: A Visão do Futuro)

A vocação é o conjunto de competências, recursos e produtividade local


de um município em todos áreas: econômica, ambiental, artística-cultural,
turística, educacional.

A visão de futuro define o que se espera do município no futuro, inspirando e


motivando as pessoas a fazer as melhores escolhas nos momentos de decisão
e a enfrentar com perseverança a espera pelos resultados.

Os participantes do processo de construção da Agenda 21 de Guapimirim


fizeram uma série de reuniões para construir a vocação e visão de futurodo
município. Um primeiro resultado foi revisto na Oficina Local, sendo que o
município ainda trabalha para chegar à versão definitiva.

“Eu espero que nos próximos dez anos possamos olhar e dizer que o nosso
trabalho funciona, que somos um município que conta com uma participação
popular ativa.”

Vocação
Uso sustentável da pluralidade de recursos naturais, culturais e históricos
do município.

Visão de Futuro
Ser referência no marco regulatório de políticas públicas articuladas e
integradas.
Ter capital natural e serviços ambientais valorizados.
Prover educação e capacitação de mão de obra em todos os níveis
Desenvolver e diversificar os serviços culturais e tecnológicos.
Ser polo de turismo integrado às características ambientais e culturais do
município.
Ser gerador de emprego e renda na área rural, com fixação das famílias
no campo.
Ter cobertura universal de qualidade em saneamento, educação, saúde,
segurança e transporte.

36
37
1 Ordem Ambiental
RECURSOS NATURAIS
Chamamos de recursos naturais tudo o que obtemos da natureza com os
objetivos de desenvolvimento, sobrevivência e conforto da sociedade. São
classificados como “renováveis” quando, mesmo explorados por algum tem-
po em determinado lugar, continuam disponíveis, e como “não renováveis”
quando inevitavelmente se esgotam.
M at a A t l â nt ic a – Um dos bio-
mas mais ricos em biodiversidade A vida humana depende dos recursos naturais – terra, água, f lorestas, re-
do mundo, chegou a ocupar quase cursos marinhos e costeiros – e de suas múltiplas funções. Tanto os seres
todo o litoral brasileiro. Devido ao
humanos quanto os demais seres vivos, agora e no futuro, têm direito a um
intenso desmata mento, in iciado
meio ambiente saudável, que forneça os meios necessários a uma vida digna.
com a chegada dos colonizadores
Para isto, é preciso manter os ecossistemas, a biodiversidade e os serviços
por t ugueses, at ua lmente restam
ambientais em quantidade e qualidade apropriadas.
apenas 7% de sua área or iginal.
Considerada uma das florestas mais Não é possível pensar em um futuro para a humanidade sem construir uma
ameaçadas do planeta, nela estão
relação adequada entre o homem e a natureza que o cerca. E essa magnífica
localizados mananciais hídricos es-
variedade de formas de vida não pode ser vista apenas como “recursos na-
senciais ao abastecimento de cerca
turais”, sem a valorização dos inúmeros benefícios intangíveis que nos traz.
de 70% da população brasileira.

Localizada na Região dos Lagos, Saquarema é constituída por ele-


vações que integram a Serra do Mar, formando um arco ao norte, delimitado
Unidades de Conservação (UC) – por colinas e por amplas baixadas de restingas. Nas planícies próximas às
Áreas de proteção ambiental legal-
praias e no entorno da Lagoa de Saquarema existem brejos – áreas sujeitas
mente instituídas pelas três esferas
a inundações periódicas.
do poder público (municipal, esta-
dual e federal). Dividem-se em dois O município possui um mosaico de ecossistemas, como lagoas, praias, mon-
grupos: as de proteção integral, que tanhas, restingas, brejos e cachoeiras, que deveria ser preservado. Segundo
não podem ser habitadas pelo ho- dados da Fundação SOS Mata Atlântica, Saquarema ainda é coberta por
mem, sendo admitido apenas o uso
remanescentes f lorestais que correspondem a 13% de seu território. A vege-
indireto de seus recursos naturais
tação original é quase toda formada por densas f lorestas, que ainda podem
em atividades como pesquisa cientí-
ser encontradas nos locais mais acidentados das encostas. Nas áreas de bai-
fica e turismo ecológico; e as de uso
sustentável, onde é permitida a pre-
xada existem diversas localidades propícias à implementação de Unidades
sença de moradores, com o objetivo de Conservação (UCs), como restingas, manguezais, brejos salinos e brejos
de compatibilizar a conservação da de água doce.
natureza com o uso sustentável dos
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vem estudando, junto aos represen-
recursos naturais (World Wildlife
tantes municipais e da sociedade civil, a criação do Parque Estadual da Costa
Fund – WWF).
do Sol, que se estenderá de Saquarema até Cabo Frio.

Saquarema possui a Reserva Ecológica de Jacarepiá, uma Unidade de Con-


servação de Proteção Integral, responsável pela proteção de cerca de 1.250
hectares de restinga, ecossistema associado à Mata Atlântica. A Reser va
Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Mato Grosso II, com cerca de 50
hectares, foi recentemente reconhecida pelo Inea.

40
A APA de Massambaba e a RPPN Mato Grosso abrangem cerca de 9% do
território das Unidades de Conser vação de uso sustentável do município, Corredor ecológico ou de biodiver-
que abriga ainda a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) de Jaconé, sidade – Faixa de vegetação que
liga grandes f ragmentos f lores-
com vegetação em razoável estágio de conservação. Essas localidades estão
tais ou Unidades de Conser vação,
inseridas no Corredor Ecológico da Serra do Mar e são prioritárias para a
separados pela atividade humana
preservação da Mata Atlântica.
(est radas, agr icu lt u ra, clareiras
abertas pela atividade madeireira
Mapa 2: Descrição da cobertura vegetal etc.), proporciona ndo à fau na o
no município de Saquarema. livre trânsito entre as áreas pro-
teg ida s e, con sequente mente, a
troca genética entre as espécies.
É uma das principais estratégias
utilizadas na conservação da bio-
diversidade de determinado local.

Reser vas Particulares de Patri-


môn io Nat u ra l (R PPN ) – Á reas
particulares cujas características
naturais justificam sua preser va-
ção. Destinadas por seus proprietá-
rios a serem protegidas em caráter
perpétuo, devem ser reconhecidas
pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), e seus proprie-
tários passam a gozar de alguns be-
nefícios, como isenção do Imposto
Fonte: Eia da abertura da barra de Saquarema Territorial Rural.

Lagoa de Saquarema

41
Gráfico 1: Proporções do uso do solo
Á r e a s d e P r ot e ç ã o A m bie nt a l
no município de Saquarema
(APA) – Áreas naturais (incluindo
recursos ambientais e águas juris-
dicionais) legalmente instituídas Área agrícola 0,1%
pelo poder público, com limites de-
finidos e características relevantes,
Área de reflorestamento 0,1%
com objetivos de conservação e sob
regime especial de administração,
Solo exposto 0,2%
às quais se aplicam garantias ade-
quadas de proteção.
Área urbana 0,6%
Área de Relevante Interesse Ecoló- de baixa densidade
gico (Arie) – Áreas que têm pouca
Praia 0,7%
ou nen hu ma oc upação hu ma na,
constituídas por terras públicas ou Área urbana
privadas. Sua finalidade é a manu- 2,1%
de média densidade
tenção dos ecossistemas naturais
de importância regional ou local. Mata atlântica 5,5%
Seu uso deve regular, a cada caso,
atividades que possam pôr em risco Área inundável 6,1%
a conser vação dos ecossistemas,
a proteção especial das espécies Área urbana 6,8%
endêmicas ou raras, ou a harmonia
da paisagem. Restinga 8,7%

Corpos d´água 9,3%

Vegetação secundária 15,2%

Pastagem 44,5%

0 10 20 30 40 50

Fonte: Fonte: Eia da abertura da barra de Saquarema

42
Mapa 3: Mapeamento do uso do solo
Plano Diretor – Lei municipal que
no município de Saquarema.
estabelece diretrizes para a ade-
quada ocupação do município. É o
instrumento básico da política de
desenvolv imento municipal. Sua
pr incipal f inalidade é or ientar o
poder público e a iniciativa privada
no que se refere à construção dos
espaços urbano e rural, e à oferta
dos serviços públicos essenciais, vi-
sando assegurar melhores condições
de vida à população.

Ser v iços ambientais - Ser v iços


úteis ofe rec idos pe los ecossis-
temas, como regulação de gases
(produção de oxigênio e seques-
tro de carbono), conser vação da
biodiversidade, proteção de solos,
Fonte: Eia da abertura da barra de Saquarema belezas cênicas e regulação das
funções hídricas.
Embora o município apresente formações pioneiras e refúgios preservados, o
uso desordenado dos recursos naturais vem aumentando. Os participantes do
Fórum temem que o Plano Diretor não esteja sendo bem executado e que não
contemple a defesa dos ecossistemas locais. A retirada excessiva e sem controle
de minerais (de areia, em especial) foi apontada como uma questão a solucionar.

O desmatamento na região avança sobre trechos pequenos e médios da Mata


Atlântica que já estão isolados entre si, reduzindo as chances de conectá-los
a fragmentos de vegetação mais extensos e, portanto, ecologicamente viáveis.
Mesmo estas áreas f lorestadas mais extensas também estão sendo afetadas
pelo desmatamento. Além disso, foram registrados desmatamentos no interior
e em zonas de amortecimento das Unidades de Conservação.

O interesse da população pela manutenção dos serviços ambientais prestados


pelas áreas fl orestadas e pela conservação dos ecossistemas frágeis é um
ponto positivo para a preservação dessas áreas. Mas o crescimento urbano
desordenado e as atividades econômicas que causam a degradação das serras
e de outros ecossistemas podem comprometer a instituição de cobrança pelos
serviços ambientais prestados.

A existência de um sistema de informação voltado para os ecossistemas de


montanhas, ainda que precário, contribui para impedir o desmatamento de-
sordenado na área da Serra do Mato Grosso – assim como de outras encostas
–, que favorece o deslizamento de terra durante os períodos mais chuvosos. O

43
Rio Tingui em Sampaio Correa

grupo defende que a população seja preparada para ajudar na proteção e no


desenvolvimento sustentável das montanhas, de forma a evitar a ruptura dos
serviços ambientais que elas prestam.

Há preocupação com a falta de informações e de infraestrutura para combater


o desfl orestamento, pois o setor responsável pela fi scalização, na Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, não funciona. Uma das soluções propostas pelo
grupo para o manejo dos ecossistemas do município é o apoio de especialistas
que atuem no planejamento das atividades relacionadas ao meio ambiente –
como o ecoturismo e outras atividades sustentáveis.

Os participantes entendem que a falta de conscientização generalizada dificul-


ta a tomada de decisões em relação ao meio ambiente. Sugerem a realização
de campanhas educativas que promovam a mobilização comunitária, já que
a população do município é receptiva a este tipo de ação. Campanhas para
plantar árvores, por exemplo, podem ser uma estratégia importante, uma vez
que há possibilidade de aumentar a cobertura vegetal da Mata Atlântica no
município por meio de refl orestamento. Eles também identificam na comuni-
dade pessoas que podem ser capacitadas para atuar como fi scais da natureza.
Uma das preocupações do grupo é o uso excessivo de asfalto, que ocasiona a
impermeabilização do solo e favorece os alagamentos.

Segundo a população, é preciso conscientizar os vereadores e o prefeito


em relação ‘a necessidade de refl orestamento na região. O estímulo a uma
participação mais ativa das autoridades locais nas questões relacionadas ao
meio ambiente pode superar os problemas causados pela omissão do poder
público e viabilizar a tomada de decisões favoráveis à gestão participativa e
ao desenvolvimento sustentável.

44
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Melhoria da gestão dos Infraestrutura
recursos naturais 3. Cobrar melhoria na infraestrutura da Guarda Ambiental
municipal e do Batalhão Florestal.
Gestão pública Articulação
1. Criar Unidades de Conservação, de Usos Restrito e Susten- 4. Articular com a Câmara Municipal, o Poder Judiciário (in-
tável, para preservar o patrimônio ambiental local. clusive o Ministério Público), o Poder Executivo e o Fórum
2. Integrar as Secretarias Municipais para promover a apli- da Agenda 21 Local a gestão de recursos naturais voltada
cação das leis ambientais voltadas à preservação dos ecos- ao desenvolvimento sustentável do município.
sistemas e definir as informações que devem constar na
elaboração dos projetos participativos. Comunicação
3. Viabilizar a implantação de Unidades de Conser vação, de 5. Fornecer informações sobre recursos naturais no município
acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. e convocar reuniões e palestras abertas à participação da
sociedade civil.
Planejamento 6. Produzir mecanismos de comunicação e otimizar os exis-
4. Utilizar as informações existentes sobre ecossistemas lo- tentes (folhetos, informativos, cursos destinados a crianças
cais, experiências com Educação Ambiental e resultados de e adultos).
pesquisas, para viabilizar a elaboração de novos projetos. 7. Div ulgar a existência das áreas de Proteção A mbiental
5. Promover, gerenciar e divulgar a necessidade de preservação (APA) de Massambaba, Área de Relevante Interesse Ecoló-
de recursos naturais, em consonância com a retomada do gico (Arie) do Formigueiro e Reserva Florestal de Vilatur.
crescimento e a melhoria dos padrões de distribuição de 8. Divulgar o Código Ambiental Municipal aprovado em 2010.
renda no município.

Infraestrutura • Redução dos impactos ambientais no


6. Aumentar a cobertura de área verde no município mediante complexo lagunar de Saquarema
a construção de praças, parques, campos e zonas esportivas,
entre outros. Planejamento
Elaboração de programas 1. Produzir mudas das espécies nativas da Mata Atlântica, em
especial de restingas e manguezais.
7. Elaborar Programas de Recuperação de Áreas Degradadas.
Fiscalização
Articulação
2. Fiscalizar a restinga, brejos e manguezais, com o objetivo de
8. Manter relacionamento permanente com universidades e preservar a vegetação nativa, com punição dos infratores e
órgãos técnicos estaduais e federais que realizam pesquisas desapropriação ou retirada das edificações construídas em
no município, solicitando a divulgação de resultados. áreas de reserva, dependendo da legalidade da ocupação.

• Estratégias para o planejamento e 3. Monitorar áreas de restingas e manguezais.


4. Intensificar a fiscalização e o controle da exploração dos
fiscalização dos recursos naturais recursos naturais de lagoas, rios e praias.

Fiscalização
1. Cobrar maior eficiência na fiscalização, a fim de coibir a
• Prioridade aos serviços ambientais
extração predatória dos recursos minerais. Capacitação
2. Implantar um serviço de Disque Denúncia (0800) para aten- 1. Promover a apropriação técnica do estudo de serviços am-
der a reclamações sobre degradação ambiental. bientais desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, com
vistas a sua aplicabilidade no ecossistema Mata Atlântica.

45
Planejamento . Colônia de Pesca Z-24 . Comitê de Bacia Lagos São João .
Concessionária Águas de Juturnaíba . Conselho Gestor da APA
2. Identificar, nas universidades, especialistas em sistemas de Massambaba . Conservação Internacional do Brasil . Emater .
créditos de carbono, clima e recursos hídricos. Empresas associadas ao Comperj . Fundação Cide . Fundação
3. Pesquisar os incentivos fiscais e financeiros existentes para SOS Mata Atlântica . Ibama . IBGE . Inea . Ministérios (Meio
estruturar a manutenção de f lorestas em pé (ICMS-Verde, Ambiente, Cidades) . MP . OAB . ONGs . SEA . Sebrae . Secreta-
pagamento para produtor de água, crédito de carbono e rias Municipais (Agricultura, Meio Ambiente, Obras e Desenvol-
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, entre outros). vimento Urbano) . Sindicatos . Surfrider Foundation . Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro . Universidades . WWF.
4. Criar circuitos de ecoturismo rural para estimular o paga-
mento por serviços ambientais prestados.
Possíveis fontes de financiamento
Gestão pública
Ampla . Banco do Brasil . Basf . BNDES . Consórcio Intermunici-
5. Definir os critérios de avaliação para monitorar os projetos pal Lagos São João . Fecam . Finep . FNMA . Fundação Bradesco
relacionados ao tema. . Fundação Gessy Lever . Fundação O Boticário de proteção a
6. Ampliar o rigor na concessão de autorizações e outorgas natureza . LDO . LOA . Programa Petrobras Ambiental . Química
(revisão dos critérios) para a exploração de recursos mine- Amparo (Produtos Ypê).
rais (areia).

Possíveis parceiros
Alerj . Associação Comercial, Industrial e Agropastorial de
Saquarema . Associações de Moradores . Câmara Municipal

46
RECURSOS HÍDRICOS
A água é essencial à vida no planeta. Embora seja um recurso renovável, seu
consumo excessivo, aliado ao desperdício e à poluição, vem causando um Poluição – Alteração das proprie-
déficit global, em grande parte invisível. Cada ser humano consome direta dades físicas, químicas e biológicas
do meio ambiente pelo lançamento
ou indiretamente quatro litros de água por dia, enquanto o volume de água
de substâncias sólidas, líquidas ou
necessário para produzir nosso alimento diário é de pelo menos 2 mil litros.
gasosas que se tornem efetiva ou
Isso explica por que aproximadamente 70% da água consumida no mundo vão
potencialmente nocivas à saúde, à
para a irrigação (outros 20% são usados na indústria e 10% nas residências). segurança e ao bem-estar da po-
pulação, ou causem danos à fl ora
Segundo a ONU, cerca de um terço da população mundial vai sofrer os efeitos
e à fauna.
da escassez hídrica nos próximos anos. A análise do ciclo completo de uso e
reúso da água aponta o desaparecimento de mananciais como poços, lagos e Assoreamento – Deposição de sedi-
rios, e destaca a pouca atenção dada à diminuição das reservas subterrâneas. mentos (areia, detritos etc.) origina-
dos de processos erosivos, transpor-
O Brasil conta com recursos hídricos em abundância, o que levou à dissemi- tados pela chuva ou pelo vento para
nação de uma cultura de despreocupação e desperdício de água. No entanto, os cursos d’água e fundos de vale.
o País enfrenta problemas gravíssimos: muitos cursos d’água sofrem com Provoca a redução da profundidade
poluição por esgotos domésticos e dejetos industriais e agrícolas, e falta e da correnteza dos rios, dificul-
proteção para os principais mananciais. tando a navegação e diminuindo a
massa de água superficial.
O uso sustentável dos recursos hídricos depende do conhecimento da co-
munidade sobre as águas de sua região e de sua participação efetiva em
seu gerenciamento.
Bacia hidrográfica – Área drenada
por um rio principal e seus afluentes,
A região hidrográfica das lagoas de Saquarema , Jaconé e Jacarepiá incluindo nascentes, subafl uentes
cobre uma superfície de cerca de 310 km 2 . Suas respectivas bacias hidro- etc. É a unidade territorial de plane-
gráficas situam-se, em grande parte, no município de Saquarema, que está jamento e gerenciamento das águas.
inserido de forma integral na região hidrográfica RH VI – Lagos São João,
integrando o Comitê de Bacia Lagos São João e o Consórcio Intermunicipal
de mesmo nome. Na planície costeira, de oeste para leste, a primeira lagoa
é a de Jaconé, seguida por Saquarema e Jacarepiá.

Saquarema é conhecida pela diversidade de biomas aquáticos. Seus rios


nascem e fazem todo o percurso dentro dos limites do município. Esta re-
gião limita-se, a oeste, com a Bacia da Lagoa de Maricá; ao norte, com as
bacias da Baía de Guanabara e do Rio São João; e, a leste, com a Bacia da
Lagoa de Araruama.

47
Comitê de Bacias Hidrográf icas
– Colegiados instituídos por lei, no
âmbito do Sistema Nacional de Re-
cursos Hídricos e dos Sistemas Esta-
duais. Considerados a base da gestão
participativa e integrada da água,
tais comitês têm papel deliberativo,
são compostos por representantes
do poder público, da sociedade civil A Lagoa de Saquarema, que já foi uma grande produtora de pescados e crustáceos,
e de usuários de água, e podem ser
ainda provê o sustento de pescadores artesanais
ofi cialmente instalados em águas
de domínio da União e dos estados.
O aumento da especulação imobiliária na região acarreta o desmatamento da
mata ciliar e das fl orestas próximas às nascentes – que causa o assoreamento
de rios e lagoas –, bem como o uso indevido de manguezais, restingas e turfas,
transformados em áreas urbanizáveis.
Mata ciliar – Vegetação presente
na margem de rios, lagos, nascen- Segundo relatos da população, a ocupação predatória e desordenada da
tes, represas e açudes. Consideradas
orla marítima por quiosques, barracas e moradores, bem como o plantio de
áreas de preservação permanente, as
espécies exóticas (amendoeiras e casuarinas) causam a destruição de uma
matas ciliares protegem as margens
faixa de vegetação pioneira de restinga. Outra preocupação é com a falta de
contra a erosão, evitando o assorea-
limpeza das praias, agravada pelo descarte de entulho de obras da construção
mento, permitem a conservação da
flora e da fauna e regulam os fluxos civil em suas areias. A circulação irregular de off-roads, bugres e motos nas
de água. praias (inclusive na Praia de Vilatur-APA de Massambaba) contribui para a
degradação do ambiente.

Outro problema é o desvio dos recursos hídricos para finalidades diversas, o


que resulta na redução da lâmina d’água de rios e lagoas. A exploração e a
comercialização indiscriminada das reservas de água potável das nascentes e
águas subterrâneas para o abastecimento da cidade, por meio de carros-pipa,
também contribuem para a escassez dos recursos hídricos. Não por acaso, é co-
mum faltar água na cidade, principalmente em temporadas turísticas e feriados.

Paralelamente, a população se preocupa com a possibilidade de desvio das


águas do Reservatório de Juturnaíba para o Comperj, o que prejudicaria ainda

48
Lençol freático – Depósito de água
nat u r a l no subsolo, ág ua s sub-
ter râneas que alimentam os r ios
perenes, garantindo a presença de
água durante todo o ano. A profun-
didade do lençol freático depende
de vários fatores.

A praia de Itauna é um dos pontos de surfe mais famosos do Brasil

mais o abastecimento já precário da população local, e com o uso da água


das nascentes pelas empresas que constroem o polo industrial.

Uma das estratégias propostas para solucionar estas questões é buscar o


apoio das autoridades locais para promover ações de conservação dos recur-
sos hídricos. No município não há mapeamento, fi scalização ou projeto de
conscientização sobre a proteção de nascentes, áreas de montanha e lençol
freático. O grupo entende que é preciso aproveitar a boa atuação do Comitê de
Bacias no município para desenvolver políticas públicas e a oportunidade de
implantação do Rio Rural Bird (Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável
em Microbacias Hidrográficas), que contará com aporte de recursos do Banco
Mundial e do Tesouro do estado na microbacia do Rio Roncador.

Nas áreas costeiras, a preocupação é com o pouco controle e fi scalização da


atividade pesqueira predatória, devido à falta de políticas integradas para
combatê-la. O desconhecimento sobre tipos de embarcação e produtos que
circulam na costa do município estimula a prática da pesca predatória – in-
compatível com a legislação –, especialmente por parte dos barcos pesqueiros
que vêm de outras localidades.

Também causa indignação a proteção insufi ciente da zona costeira por parte
da Capitania dos Portos, Guarda Costeira, Ibama, Polícia Militar, Corpo de
Bombeiros, Serviço de Salva Mar e Associação de Surfe de Saquarema, devido
à falta de recursos.

49
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Mobilização popular para a Planejamento
preservação dos recursos hídricos 6. Acompanhar o alargamento do canal da barra da Lagoa de
Saquarema, a fim de melhorar a navegabilidade das embar-
Comunicação cações permitidas por lei.

1. Informar a população quanto à importância da preservação


das nascentes dos rios do município, destacando o fato de • Proteção das áreas costeiras
estarem em seu território.
Fiscalização
2. Promover a par ticipação dos diversos atores sociais no
1. Analisar a capacidade de abrangência da Capitania dos
Comitê de Bacias e Subcomitê das Lagoas de Saquarema,
Portos de Arraial do Cabo (fiscalização e monitoramento
Jaconé e Jacarepiá.
das embarcações e produtos que circulam em Saquarema).
Capacitação 2. Realizar o monitoramento costeiro dos campos petrolíferos
3. Capacitar a sociedade civil para a gestão dos recursos hí- de Uruguá e Tupi, entre outros, especialmente do pré-sal.
dricos, enfatizando a participação das mulheres. 3. Fiscalizar os resíduos dos postos de abastecimento de com-
bustível que escoam para os lençóis freáticos, córregos,
Planejamento
lagoas e mar.
4. Fortalecer o Subcomitê de Bacia das Lagoas de Saquarema,
Jaconé e Jacarepiá junto ao Comitê de Bacia Lagos São João. Infraestrutura
4. Criar infraestrutura urbana para a preser vação da praia,
• Programa de proteção ao adotando as seguintes medidas:
complexo lagunar • criar um departamento específico para as praias na em-
presa responsável pela limpeza urbana;
Estudos técnicos • instalar placas educativas e informativas;
1. Estudar a viabilidade técnica e ambiental da instalação do • disponibilizar mais lixeiras em locais de acesso ao público
canal vertedouro da Lagoa de Jacarepiá (água doce) para a e recolher o lixo com mais frequência;
Lagoa de Araruama (água salgada).
• monitorar as excursões que chegam ao município (Secre-
Comunicação taria de Turismo) e distribuir folhetos educativos;
2. Tornar públicos os resultados dos estudos sobre o sistema • dotar a empresa responsável pela limpeza da orla de
lagunar e a hidrografia de Saquarema e estimular novas equipamentos mais eficientes na limpeza da areia;
pesquisas, utilizando essas informações em projetos de • promover campanhas de educação ambiental, priorizando
melhorias das condições destes ecossistemas. a sensibilização e a conscientização dos banhistas.
3. Divulgar os resultados dos estudos científicos relacionados
aos recursos hídricos da região, para que se tornem ferra-
Planejamento
mentas para a elaboração de projetos. 5. Organizar os donos de quiosques próximos a lagoas e praias,
de forma a promover uma estrutura adequada de limpeza
4. Utilizar as informações desses estudos para a elaboração
no seu entorno.
de projetos.

Elaboração de programas e projetos • Gerenciamento de rios e lagoas


5. Elaborar um projeto para a dragagem e revitalização do
Canal Salgado, responsável pela renovação das águas que Gestão pública
ligam a Lagoa de Saquarema à Lagoa de Jaconé. 1. Retirar os obstáculos construídos irregularmente ao longo
do canal de Jaconé.

50
Fiscalização Juturnaíba . Conser vação Internacional do Brasil . Emater .
Embrapa . Empresas associadas ao Comperj . Fundação SOS
2. Fiscalizar e controlar a exploração dos recursos naturais Mata Atlântica . Ibama . Inea . Ministérios (Meio Ambiente,
na Lagoa de Saquarema. Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento Agrá-
Comunicação rio) . MP . ONGs . SEA . Secretarias Municipais (Agricultura,
Abastecimento e Pesca, Meio Ambiente, Turismo) . Surfrider
3. Divulgar o relatório anual enviado pelo Inea, com informa- Foundation . Universidades . WWF.
ções de f luxo e vazão de água para monitoramento.

Elaboração de programas e projetos Possíveis fontes de financiamento


4. Elaborar programas de recuperação de áreas degradadas, Ampla . Banco do Brasil . BNDES . Fecam . Firjan . FNMA .
monitorando a qualidade dos recursos hídricos durante as Fundação Gessy Lever . Fundação O Boticário de Proteção a
etapas de realização dos projetos. Natureza . PAC . Programa Petrobras A mbiental . Química
5. Desenvolver programas de recuperação de áreas de recarga Amparo (Produtos Ypê).
hídrica, mediante a recomposição da cobertura vegetal.

Possíveis parceiros
Ampla . Câmara Municipal . Cedae . Colônia de Pesca Z-24 .
Comitê de Bacia Lagos-São João . Concessionária Águas de

51
BIODIVERSIDADE
A biodiversidade é a base do equilíbrio ecológico do planeta. Sua conser-
vação deve se concentrar na manutenção das espécies em seus ecossistemas
naturais, por meio do aumento e da implantação efetiva das áreas protegidas,
que asseguram a manutenção da diversidade biológica, a sobrevivência das
espécies ameaçadas de extinção e as funções ecológicas dos ecossistemas.

A biodiversidade interfere na estabilização do clima, na purificação do ar e


da água, na manutenção da fertilidade do solo e do ciclo de nutrientes, além
de apresentar benefícios culturais, paisagísticos e estéticos.
Os frutos do “cactus da praia” (Opuntia
ficus-indica) são comestíveis As principais formas de destruição da diversidade biológica são urbaniza-
ção descontrolada, ocupação irregular do solo, exploração mineral, des-
matamentos e fragmentação de ecossistemas, queimadas, superexploração
de recursos naturais, utilização de tecnologias inadequadas na produção
f lorestal, pesqueira, agropecuária e industrial, indefinição de políticas pú-
blicas e implantação de obras de infraestrutura sem os devidos cuidados.
Acrescentam-se ainda a introdução de espécies exóticas da f lora e da fauna
e a comercialização ilegal de espécies silvestres.

O Brasil possui 25% da biodiversidade mundial, reunindo uma riqueza difícil


de mensurar, pois há espécies que sequer foram identificadas. O Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima o valor do patrimônio genético
brasileiro em US$ 2 trilhões (quatro vezes o PIB nacional). As cifras em jogo
são altas. Produtos da biotecnologia (biodiversidade explorada), como cos-
méticos, remédios e cultivares, constituem um mercado global que chega a
US$ 800 bilhões por ano, cifra semelhante à do setor petroquímico.

Saquarema chama a atenção por seus recursos naturais preservados.


Arie – Área de Relevante Interesse Segundo os participantes do Fórum, o ecossistema e a paisagem do muni-
Ecológico – área declarada relevante cípio abrigam uma variedade de rios, lagoas, fl orestas, praias e cachoeiras.
por ato do Poder Público devido a
A existência da APA de Massambaba, da Reser va Ecológica Municipal de
características extraordinárias ou
Jacarepiá - Parque Municipal de Vilatur, da RPPN Mato Grosso e da Arie de
por abr igar exemplares raros da
Jaconé, além de fragmentos de fl orestas da Mata Atlântica, garante a vida
fauna ou da f lora regional, exige
de diversas espécies nativas e endêmicas, como o pássaro ”formigueiro do
cuidados especiais para a conserva-
ção de suas características naturais. litoral”, a borboleta-da-praia, o maguari e o pica-pau-amarelo, caracterizando
uma rica biodiversidade.

52
Mapa 5: Áreas Prioritárias para a
preservação da biodiversidade

Fontes: IBGE, MMA, Petrobras (2010)

A falta de conhecimentos sobre a importância da preservação da biodiversi-


dade leva ao desaparecimento de espécies da fauna e fl ora nativas da região.
O grupo aponta a necessidade de mapear a biodiversidade local e elaborar
programas e projetos para sua preservação, o que é difi cultado pela falta de
divulgação das pesquisas científi cas realizadas por universidades, fundações e
outros órgãos ambientais (públicos e particulares). Tal preocupação se estende
aos estudos sobre a biologia marinha e lagunar do município.

A falta de atualização do inventário de recursos naturais disponíveis


e das potencialidades para o uso sustentável dos recursos naturais de
Saquarema favorece a extinção de muitas espécies. Contudo, o Con-
sórcio Intermunicipal Lagos São João possui uma relação das espécies
de peixes já catalogadas na Lagoa de Saquarema.

53
Gaivotas

A realização de programas de Educação Ambiental para que a população


tenha acesso às informações reunidas sobre a fauna e a fl ora existentes no
município é uma das propostas voltadas para a promoção da exploração sus-
tentável dos recursos naturais.

54
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Programa de preservação 8. Realizar seminários e palestras para a divulgação dos es-
tudos científicos sobre a biodiversidade do município.
da biodiversidade local
Articulação
Estudo técnico 9. Realizar parcerias com universidades para estudos e pes-
1. Realizar o levantamento da biodiversidade local. quisas relacionados à biodiversidade da região.

Elaboração de programas e projetos Infraestrutura


2. Desenvolver programas e projetos que promovam a preserva- 10. Instalar um Centro de Recuperação de Animais Marinhos
ção das espécies n ativas da fauna e da f lora, principalmente (Cram), com o objetivo de acolher e reabilitar animais res-
as ameaçadas de extinção. gatados nas praias e arredores.

Planejamento Possíveis parceiros


3. Fomentar a ampliação dos corredores ecológicos existentes
Câmara Municipal . Empresas associadas ao Comperj . Escola
na região.
Nacional de Botânica Tropical (ENBT) . Fundação SOS Mata
4. Recuperar a cobertura vegetal em áreas estratégicas para a Atlântica . Ibama . Inea . Inea . Instituto de Pesquisas do Jar-
preservação da biodiversidade, através de Sistemas Agro- dim Botânico do Rio de Janeiro . Ministério do Meio Ambiente
f lorestais e Áreas de Preservação Permanents. . ONGs . Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma) . SEA . Sebrae . Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Gestão pública . Universidades . WWF.
5. Ativar o horto f lorestal para o plantio de mudas de espécies
nativas da Mata Atlântica. Possíveis fontes de financiamento
6. Apoiar a criação do “Parque Estadual da Costa do Sol”.
BNDES . Caixa Econômica Federal . CNPq . Faperj . Fecam .
Comunicação Finep . FNMA . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza
. LDO . LOA . Pibic . Programa das Nações Unidas para o Meio
7. Informar a população sobre os resultados das pesquisas. Ambiente (Pnuma) . Programa Petrobras Ambiental.

55
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera
contribui para a retenção de calor na Terra, provoca a elevação da tempera-
tura média do planeta e é a principal causa das mudanças climáticas. Isso se
deve, principalmente, à queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural
e carvão mineral), ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios f lorestais.

As principais consequências do agravamento do efeito estufa são: tempe-


raturas globais médias mais elevadas, resultando em ruptura dos sistemas
naturais; mudanças nos regimes de chuva e nos níveis de precipitação em
muitas regiões, com impactos na oferta de água e na produção de alimentos;
maior incidência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas
de calor, tempestades, enchentes, incêndios e secas; elevação do nível do mar
e alterações de ecossistemas, como o aumento de vetores transmissores de
doenças e sua distribuição espacial.

Na maioria dos países, a maior dificuldade para controlar a emissão de GEE


reside na queima de combustíveis fósseis para a obtenção de energia. Já no
Brasil, as principais causas são as queimadas e as emissões dos veículos
Erosão – Processo pelo qual a ca- automotores. A temperatura média no País aumentou aproximadamente 0,75
mada superficial do solo é retirada ºC no século 20, o que tem intensificado a ocorrência de secas e enchentes,
pelo impacto de gotas de chuva, e provocou o surgimento de fenômenos climáticos que não ocorriam no
ventos e ondas, e é transportada e Brasil, como furacões.
depositada em outro lugar. Desgaste
do solo.
O clima de Saquarema apresenta verão quente, úmido e chuvoso, e
inverno frio e seco. Com base nos dados fornecidos pelo Instituto Nacional
de Meteorologia (Inmet, 2006), a temperatura média anual é de 25 °C e a
precipitação média anual varia de 800 mm a 1.200 mm.

O desmatamento dos remanescentes f lorestais de Mata Atlântica favorece o


aumento da temperatura, além de modificar a umidade relativa do ar. Segundo
a população, o aquecimento global provocou avanços do mar, causando erosão
e destruição da orla da praia.

No município não há preocupação com a proteção da atmosfera. A ocupação


desordenada do solo também promove o aumento do número de veículos que
circulam no município e não há uma fi scalização efetiva da frota automotiva
que vise à melhoria da qualidade do ar na região – fatos que contribuem para
o aumento da concentração dos gases de efeito estufa.

A atuação do poder público é fundamental para a gestão ambiental – e a


instalação do Comperj reforçou as com a manutenção da qualidade do ar na
região. O grupo afirma que é preciso também haver maior conscientização da
população sobre as questões relacionadas às mudanças climáticas, visando

56
O aumento da circulação de veículos em
Saquarema preocupa a população
à adoção de boas práticas. A realização de trabalhos sistemáticos de cons-
cientização (desde as fases escolares mais elementares até as últimas séries)
é importante para promover a participação popular na tomada de decisões
referentes ao tema.

57
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Contribuição do município 7. Realizar palestras, seminários, feiras de ciências e outros
eventos sobre questões relacionadas aos gases estufa, crédito
para minimizar os efeitos de carbono, mudanças climáticas, medidas preservacionistas
e informações divulgadas pelo Painel Intergovernamental
das mudanças climáticas sobre Mudanças Climáticas no planeta.
Gestão pública
1. Rever o Plano Diretor Participativo do município no que diz
Possíveis parceiros
respeito às áreas de abrangência dos setores rural e urbano, Câmara Municipal . Colônia de Pesca Z-24 . Comitê de Bacia
evitando a expansão imobiliária sobre áreas estratégicas Lagos São João . Concessionária Águas de Juturnaíba . Conselho
do ponto de vista de manutenção da cobertura vegetal. Gestor da APA de Massambaba . Emater . Empresas associadas
ao Comperj . Fundação Cide . Fundação SOS Mata Atlântica
2. riar instrumentos que regulem a emissão de gases estufa
. Ibama . IBGE . Inea . Ministérios (Meio Ambiente, Cidades)
pelas indústrias instaladas no município, especialmente no
. ONGs . SEA . Sebrae . Secretarias Municipais (Agricultura,
condomínio industrial.
Meio Ambiente, Obras e Desenvolvimento Urbano) . Surfrider
3. Criar incentivos fiscais para renovar a frota automotiva, Foundation . Universidades . WWF.
reduzindo o f luxo de veículos que liberam gases estufa
acima do permitido.
Possíveis fontes de financiamento
Planejamento Banco do Brasil . BNDES . Conservação Internacional do Brasil
4. Criar um Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas no . Fecam . FNMA . Fundação Bradesco . Fundação O Boticário de
Fórum da Agenda 21 Local que possibilite o diálogo com a Proteção a Natureza . Programa Petrobras Ambiental . Química
população, especialistas e representantes do poder públics. Amparo (Produtos Ypê).
5. Promover o plantio de mudas em todos os bairros.

Comunicação
6. Realizar trabalho sistemático de conscientização em es-
paços de educação, formal e informal, buscando promover
mudanças comportamentais.

58
59
2 Ordem Física
HABITAÇÃO
A Agenda 21, em seu capítulo 7, afi rma que o acesso à habitação segura e sau-
dável é essencial para o bem-estar físico, psicológico, social e econômico das
pessoas e que o objetivo dos assentamentos humanos é melhorar as condições de
vida e de trabalho de todos, especialmente dos pobres, em áreas urbanas e rurais.

Essa menção especial aos mais pobres se deve ao fato de que estes tendem a
estar nas áreas ecologicamente mais frágeis ou nas periferias das grandes
cidades. Moradores instalados em assentamentos precários estão mais sujeitos
a problemas como falta de saneamento e de serviços públicos adequados e a
desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra.

O déficit habitacional do Brasil é de 5,8 milhões de domicílios. Com os projetos


de habitação popular no País sendo guiados pelo menor preço, é importante
considerar os novos parâmetros propostos pela construção sustentável ao se
Déficit habitacional – Número de
planejarem os investimentos necessários para atender a essa imensa demanda.
domicílios improvisados, inadequa-
dos para se viver e/ou onde existe Além de evitarem o desperdício de água e de energia, novas tecnologias
coabitação familiar e/ou onde famí- garantem conforto e segurança, e facilitam a utilização de materiais que
lias pobres pagam um aluguel que causam menos impactos ambientais. As habitações sustentáveis também se
excede 30% da sua renda familiar.
mostram mais econômicas e eficientes a médio prazo.

Saquarema divide-se em três distritos: Saquarema, Bacaxá e Sampaio


A s s e nt a me nt o s pr e c á r io s – 1) Corrêa. Segundo informações do Anuário Estatístico Cide 2008 (Censo 2000),
Favelas, vilas, mocambos; 2) Lote- sua população cresceu 3,68% ao ano, em média, nos últimos dez anos – um
amentos irregulares e moradores de crescimento menor do que o registrado na Região das Baixadas Litorâneas
baixa renda; 3) Cortiços; 4) Conjun- (4,31%) e maior que o do Estado do Rio de Janeiro (1,3%) no mesmo período.
tos habitacionais degradados (Fonte:
Ministério das Cidades). Os par ticipantes do Fór um da Agenda 21 Local informaram que faltam
políticas públicas efi cientes de ocupação do solo urbano e de promoção do
desenvolvimento sustentável. Eles temem uma explosão demográfi ca com a
implantação do Comperj.

O município não tem Secretaria de Urbanismo, e a Secretaria de Obras não


é atuante. Há um Plano Diretor municipal para orientar a expansão urbana,
que ainda não foi publicado. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
prevê a elaboração de um Plano Local de Habitação, com investimentos de
R$ 66.100,00.

Em Saquarema há terras improdutivas que poderiam ser destinadas a as-


sentamentos, mas ainda faltam propostas para solucionar o problema das
ocupações irregulares das Unidades de Conservação.

62
Moradias na Praia da Vila e parte do
Centro de Saquarema
O uso inadequado e a ocupação desordenada do solo levam à destruição da
restinga, do mangue e da faixa marginal de praias, rios e lagoas, e à ocupação
desordenada das encostas das montanhas.
Plano Diretor – Lei municipal que
Os loteamentos irregulares aumentam as áreas de desmatamento e os riscos estabelece diretrizes para a ade-
de queimadas, ocasionando o fim das nascentes. quada ocupação do município. É o
instrumento básico da política de
Outras questões importantes são a falta de acesso às informações, de fi scali- desenvolv imento municipal. Sua
zação dos assentamentos em áreas sujeitas a alagamentos e de drenagem dos pr incipal f inalidade é or ientar o
terrenos baixos. Há um plano de emergência para as áreas de risco, elaborado poder público e a iniciativa privada
pela Defesa Civil, porém a infraestrutura e os recursos humanos são insufi- no que se refere à construção dos
cientes para atender às emergências de todo o município. espaços urbano e rural, e à oferta
dos serviços públicos essenciais, vi-
Há uma quantidade signifi cativa de moradias sem titularidade, o que expõe sando assegurar melhores condições
as famílias a situações de vulnerabilidade. A população está preocupada de vida à população.
também com o crescimento do número de moradores de rua.

63
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Ações para a melhoria da Fiscalização
infraestrutura urbana 7. Fiscalizar os loteamentos de construções imobiliárias.

Gestão pública • Estímulo aos programas


1. Rever o cadastro municipal de nomenclatura e numeração de habitação
das vias e residências.
2. Investir em mecanismos como isenção ou descontos em Estudo técnico
impostos para promover melhorias nas casas e calçadas. 1. Realizar o levantamento das terras do município, através de
informações existentes no Serviço de Patrimônio local, com
Infraestrutura o objetivo elaborar um diagnóstico da demanda habitacional.
3. Estr ut urar o mobiliár io urbano (placas de sinalização,
bocas-de-lobo, pontos de ônibus, orelhões, postes de luz). Estudos técnicos
4. Sinalizar as vias públicas. 2. Realizar o levantamento fundiário de terras do município,
pesquisando no Serviço de Patrimônio local.
5. Melhorar a iluminação pública em extensão de cobertura e qualidade.
3. Elaborar um diagnóstico da demanda habitacional no município.
6. Asfaltar as principais vias de acesso de Maricá a Saquarema
(Av. Beira Mar). Articulação
7. Asfaltar outras vias impor tantes, contemplando os três 4. Realizar parcerias com especialistas para a elaboração e
distritos de Saquarema. execução de programas habitacionais.
8. Implantar um sistema de drenagem, inclusive nas vias de 5. Articular-se com o Conselho para tratar das questões de desen-
acesso já asfaltadas. volvimento sustentável com o Ministério Público para diminuir
o apoio de políticos às construções ilegais em áreas de proteção.
• Construção de uma política pública Comunicação
para ordenamento territorial 6. Informar a população sobre como proceder em caso de pro-
blemas nas encostas e áreas sujeitas a alagamento.
Gestão pública
1. Monitorar o uso do solo. Fiscalização
2. Revisar no Plano Diretor Participativo as áreas de abran- 7. Cobrar maior controle e f iscalização nas áreas de risco
gência dos setores urbanos e rurais. (encostas, alagados, faixa marginal de lagoas, de áreas de
proteção, rios e praias), a fim de evitar novas ocupações.
3. Rever o Plano Diretor Par ticipativo, def inindo as áreas
urbanas e rurais a serem utilizadas, de acordo com o Zo- Elaboração de projeto
neamento Ecológico-Econômico do município. 8. Remover a população que habita nas áreas de encostas,
Planejamento entorno das lagoas e demais Áreas de Preservação Perma-
nentes, com realocação adequada.
4. Analisar os diferentes modelos de urbanização e desenvolver
critérios adequados à realidade local a partir do estudo do
Plano Diretor para aplicação em projetos urbanísticos (ex.:
Possíveis parceiros
projetos que evitem impermeabilização do solo, arborização Câmara Municipal . Conselho Municipal de Habitação . Corpo de Bom-
inadequada, poluição dos recursos hídricos etc). beiros . Crea . Defesa Civil . DER . MP . Prefeitura Municipal . Secretarias
Estaduais (Saúde e Defesa Civil, Ambiente, Obras) . Secretarias Muni-
Comunicação cipais (Habitação, Meio Ambiente, Obras e Desenvolvimento Urbano).
5. Realizar ações de div ulgação para estimular a regulari-
zação fundiária. Possíveis fontes de financiamento
Infraestrutura BNDES . Caixa Econômica Federal . Empresas associadas ao
6. Melhorar a infraestrutura das instituições responsáveis pela Comperj . LOA . PAC.
fiscalização.

64
SANEAMENTO
Saneamento ambiental é o conjunto de práticas voltadas para a conservação
e a melhoria das condições do meio ambiente em benefício da saúde. Envolve
abastecimento de água, esgoto sanitário, coleta de resíduos sólidos, drenagem
urbana e controle de doenças transmissíveis.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2010 do IBGE, em 2009, 62,6%


dos domicílios brasileiros urbanos eram atendidos, ao mesmo tempo, por rede
de abastecimento de água, rede coletora de esgoto e coleta de lixo direta,
porém com grande disparidade entre as regiões do País (13,7% no Norte e
Estação de Tratamento de Esgotos
85,1% no Sudeste). Consequência da rápida urbanização do País, esse quadro
(ETE) – Infraestrutura que trata as
indica que o saneamento é um dos pontos mais críticos da crise urbana no
águas residuais de origem doméstica
Brasil e demanda medidas urgentes da maioria dos municípios brasileiros. e/ou industrial, comumente chama-
das de esgotos sanitários ou despe-
Além do comprometimento ambiental resultante da ausência de saneamento
jos industriais. Após o tratamento,
adequado, são consideráveis as perdas econômicas e sociais causadas pela
elas são escoadas para o mar ou rio
morbidade e mortalidade que atingem principalmente as crianças. O Ministério
com um nível de poluição aceitável
da Saúde estima que cada R$ 1 investido em saneamento retorna em R$ 5 de
(ou são “reutilizadas” para fi ns do-
custos evitados no sistema de saúde pública. mésticos) através de um emissário,
conforme a legislação vigente para
o meio ambiente receptor.
Esgoto Sanitário
Os participantes da Agenda 21 Local temem que a precariedade da infraestru-
tura de saneamento básico do município destrua o frágil ecossistema da região.

Segundo informações obtidas na prefeitura, a cobertura da rede de esgotos


também é precária: a maioria dos bairros utiliza fossas sépticas (com ou sem
fi ltros anaeróbicos), e/ou o esgoto é despejado diretamente nas lagoas e nos rios.

A empresa Águas de Juturnaíba começou a operar, em 1998, nos municípios


de Saquarema, Silva Jardim e Araruama, substituindo a Companhia Estadual
de Águas e Esgotos (Cedae). Segundo os dados fornecidos pela prefeitura mu-
nicipal, em 2010 cerca de 40% da população urbana era atendida pela rede de
A coleta e tratamento de esgoto ainda
esgoto – ainda falta atingir a universalização da rede de coleta e tratamento
não atende todo o município
de esgoto. Segundo os participantes, o saneamento básico e a rede pluvial são
insufi cientes, pois só atendem a uma parcela muito pequena da população,
no Centro da cidade.

Em Bacaxá, há uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) compacta, com


capacidade de até 35 litros/segundo, para tratar o esgoto oriundo da Bacia
do Rio Bacaxá.

Os participantes veem com bons olhos a possibilidade de a Nova Cedae assumir


o abastecimento de água e o tratamento de esgoto do 3º distrito.

65
Falta fi scalização das residências e estabelecimentos comerciais em relação
ao uso de fossas, fi ltros e sumidouros e das ligações clandestinas de esgotos
que poluem o meio ambiente , contaminam o solo e o lençol freático.

Há expectativa positiva quanto à negociação com a empresa concessionária


do serviço de exploração de águas e esgotos (Águas de Juturnaíba), no sentido
de antecipar as obras de expansão da rede.

Outra importante questão a resolver é a insufi ciência da cobertura da rede


A rede coletora de esgotos está sendo de galerias fl uviais.
aumentada
Abastecimento de Água
Em Saquarema, o abastecimento de água é precário, especialmente em Jaconé,
e a maioria das casas utiliza carros-pipa ou recorre a poços artesianos, sendo
que alguns destes estão contaminados por chorume ou esgoto doméstico. De
acordo com levantamento realizado pela Prefeitura em 2009, somente 40%
da população possuem rede de esgoto e água encanada. Segundo os parti-
cipantes do Fórum, ainda não foi implantado o projeto de abastecimento de
água para o 3º distrito (em fase de licitação). Ainda não há projetos para os
bairros do 1º e 2º distritos.

Saquarema não possui capacidade hídrica sufi ciente para o abastecimento de


água de todos os bairros. Uma grande preocupação é com a falta de saneamento
básico, que leva poluição às reservas de água potável e contamina o lençol
freático, o que pode vir a comprometer a qualidade da água no município.

Resíduos Sólidos
Aterros – Existem três formas de
d isposição de resíduos em ater- Dados da Secretaria Municipal de Ser viços Urbanos mostram que, em 2010,
ros: os aterros sanitários, que rece- foram coletadas 50,1 toneladas/dia de resíduos sólidos em Saquarema,
bem os resíduos de origem urbana cujo destino era um vazadouro a céu aberto, de propriedade da prefeitura,
(domésticos, comerciais, públicos, localizado no 2º distrito, a 6 km do Centro.
hospitalares etc.); os industr iais
(somente para resíduos considerados Segundo o grupo, há preocupação com o aumento da produção de lixo e falta
perigosos); e os aterros controlados um programa de reciclagem para todo o município.
para lixo residencial urbano, onde
os resíduos são depositados e rece- Eles também defendem a colocação de lixeiras pela cidade e uma solução mais
bem uma camada de terra por cima. adequada para o lixão em Bacaxá. Saquarema faz parte do Consórcio Inter-
Na impossibilidade de reciclar o municipal da Região dos Lagos de Manejo de Resíduos Sólidos – junto com
lixo por compostagem acelerada ou Araruama, Silva Jardim e Arraial do Cabo – e vai abrigar o aterro sanitário
a céu aberto, as normas sanitárias que receberá o lixo dos demais municípios.
e ambientais recomendam a adoção
de aterro sanitário e não controlado. Existe coleta de lixo efi ciente em alguns bairros, realizada por empresas ter-
ceirizadas, e a distribuição do serviço no município é regular.

66
Faltam conscientização e cobrança junto ao comércio local e aos comercian-
tes de quiosques e barracas quanto à destinação do lixo que produzem e à
separação do lixo reciclável.

Apesar da existência de associações e cooperativas de reciclagem de resíduos


sólidos, falta um sistema de coleta seletiva de lixo. Outra iniciativa é a co-
leta seletiva nas escolas, através do recém-lançado Programa de Educação
Ambiental (PEA) e das iniciativas particulares de coleta e reciclagem de
lixo, próximo ao lixão do Rio da Areia e em pelo menos dois bairros, onde
se recolhe também óleo de cozinha.

67
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Criação de um sistema de captação 7. Instalar fossas anaeróbicas nas residências que não possuem
esta infraestrutura.
e escoamento das águas pluviais 8. Instalar banheiros públicos nos distritos e químicos em
períodos de festas.
Articulação
1. Realizar parcerias com o poder público local para desenvol- Fiscalização
ver estratégias que solucionem o problema dos alagamentos 9. Fiscalizar o cronograma de obras da concessionária dos ser-
e da quantidade de lama após as fortes chuvas, assim como viços de água, se possível reduzindo os prazos de execução.
o abastecimento de água irregular.
10. Cobrar maior rigor na fiscalização das ligações clandestinas
Planejamento ou irregulares de água e esgoto.
2. Acompanhar a aplicação efetiva do Plano Di retor Participativo. 11. Criar uma ouvidoria para atender a emergências dos serviços
de água e esgoto.
Infraestrutura 12. Fiscalizar o despejo irregular de esgoto nas lagoas, no mar
3. Construir um sistema de distribuição das águas pluviais e no canal.
que permita o escoamento até os pontos estratégicos, con-
13. Fiscalizar os caminhões coletores de resíduos de fossas do-
siderando a topografia do município.
miciliares, para que se tenha conhecimento da destinação
4. Criar um sistema integrado de escoamento, tratamento e do material transportado.
distribuição de águas pluviais.
14. Fiscalizar intensamente o cumpr imento da lei sobre os
filtros anaeróbicos nas obras em andamento e nas futuras.
• Medidas para o fornecimento de Estudos técnicos
água potável e tratamento de esgoto
15. Realizar a avaliação ambiental estratégica da exploração
Articulação da água, permitindo identificar os impactos ambientais a
partir de sua demanda e oferta.
1. A r ticular com a empresa concessionár ia do ser v iço de
distribuição de águas e coleta de esgoto a necessidade de
antecipar as metas de obras de expansão da rede. • Estabelecimento de um sistema de
2. Estabelecer parcerias com o Inea e a Concessionária Águas coleta de lixo regular, eficiente e
de Juturnaíba para estudar a tecnologia mais adequada à
solução dos problemas de esgoto no município.
universal para todo o município
Gestão pública Infraestrutura
3. Solicitar o cumprimento do contrato com a Cedae relacio- 1. Instalar coletores de lixo (móveis e em postes) em praias
nado à ampliação da rede de água e esgoto no 3º distrito e ruas, com espaçamento padrão entre eles e sinalização
educativa, realizando sua manutenção.
4. Regularizar a situação das empresas particulares que trans-
portam e distribuem a água de nascentes e subterrâneas Comunicação
para abastecimento do município, de forma a conferir mais 2. Criar campanhas educativas para informar a população,
transparência aos seus serviços. permanente e f lutuante, sobre o destino mais adequado dos
5. Alterar o cronograma de expansão da concessionária dos resíduos sólidos, domiciliares, empresariais e hospitalares.
serviços de água e esgoto, reduzindo os prazos acordados 3. Informar a mão de obra da construção civil local, bem como
com o poder público para solucionar os problemas de dis- empregados domésticos, quanto à importância de desenvol-
tribuição de rede. ver boas práticas no destino dos resíduos.
Infraestrutura Gestão pública
6. Assegurar a rede de esgoto e água necessária para atender 4. Regularizar a passagem, em todos os bairros do município,
à totalidade da população. do caminhão coletor de lixo.

68
5. Implantar o programa de garis comunitários, visando à limpe- 6. Estimular a reciclagem do lixo em seus vários subprodutos
za regular e à coleta de entulhos nas áreas menos atendidas. (ex.: óleo de cozinha, plásticos, vidros, fibra de coco e ma-
6. Intensificar e promover a limpeza das praias, principalmente riscos, entre outros).
em períodos de ressaca e na alta temporada. Infraestrutura
Fiscalização 7. Instalar uma usina de reciclagem, em caráter experimental.
7. Fiscalizar os projetos existentes (ex.: Estação de Tratamento 8. Instalar equipamentos de coleta seletiva no município,
de Esgoto – ETE em Saquarema, Itaúna e Bacaxá). principalmente na orla e em locais de grande circulação.
8. Cobrar maior fiscalização do despejo de entulhos de obras Comunicação
em locais não apropriados.
9. Informar a população sobre a necessidade da diminuição
9. Desenvolver mecanismos de denúncia de más práticas no progressiva do lixo gerado por habitante no município,
despejo de resíduos (entulhos de obra e restos de jardinagem, através de programas de reciclagem.
entre outros).
10. Usar o equipamento de coleta seletiva como espaço publi-
citário do Fórum da Agenda 21 Local e seus parceiros.
• Criação de programa de Fiscalização
coleta seletiva e reciclagem
11. Fiscalizar o cumprimento das normas de segurança (uso de
Gestão pública equipamentos obrigatórios para os catadores, como botas e
luvas, entre outros).
1. Criar um programa municipal de coleta seletiva e reciclagem.

Articulação Possíveis parceiros


2. Realizar parcerias entre o empresariado e as cooperativas de Associações de moradores . Câmara Municipal . Cedae . Con-
reciclagem, para que haja melhor seleção e aproveitamento cessionárias Águas de Juturnaíba . Consórcio Intermunicipal
do lixo. Lagos São João . Cooperativas . Empresas associadas ao Comperj
3. Articular com outros municípios a possibilidade de desen- . Inea . Instituições religiosas . Ministério das Cidades . ONGs
volver programas de reciclagem de produtos específicos, . Prefeitura Municipal . Prolagos . Concessionária Águas de
para a otimização de resultados. Juturnaíba . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente .
Universidades.
Planejamento
4. Estimular a criação de cooperativas para treinar as pessoas Possíveis fontes de financiamento
envolvidas no processo de coleta seletiva e de reciclagem
(adequação do espaço de armazenamento). Banco do Brasil . BNDES . Caixa Econômica Federal . Empresas
associadas ao Comperj . LOA . PAC.
5. Buscar recursos financeiros para a criação e o fortaleci-
mento de cooperativas de coleta e reciclagem de lixo.

69
MOBILIDADE E TRANSPORTE
Praticamente todos os aspectos da vida moderna estão ligados a sistemas
de transporte que permitem o deslocamento de pessoas, matérias-primas
e mercadorias. Nosso ambiente, economia e bem-estar social dependem de
transportes limpos, eficientes e acessíveis a todos. No entanto, os meios de
transporte disponíveis são insustentáveis e ameaçam a qualidade de vida e
a saúde da população e do planeta.

Nos últimos 30 anos, os investimentos públicos no Brasil privilegiaram a


infraestrutura voltada para a circulação dos automóveis. Além da poluição
atmosférica e sonora, este modelo de transportes gera um trânsito caótico e
violento, que causa acidentes com milhares de mortes todos os anos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o


setor de transportes já é responsável por um quarto das emissões de dióxido de
carbono em todo o mundo. A tendência é que entre 2005 e 2030 essas emissões
aumentem 57%, sendo 80% deste crescimento nos países em desenvolvimento
e, em sua grande maioria, provenientes de carros particulares e caminhões.
O transporte público é precário e não
atende a todo o município Sistemas de transportes sustentáveis demandam uma boa distribuição de
ser viços nos bairros, de forma a reduzir a necessidade de deslocamentos,
assim como transporte público de qualidade e ciclovias.

Os principais acessos a Saquarema são a RJ-106 e a RJ-128, que atra-


vessa o município no sentido sul-norte, alcançando a Via Lagos em Rio Bonito.
A RJ-118 liga o distrito de Sampaio Correia à localidade de Ponta Negra, em
Maricá. O percurso litorâneo é servido pela RJ-102, enquanto a RJ-132 liga
a fronteira de Saquarema e Araruama ao município de Arraial do Cabo pela
restinga de Massambaba. Os participantes do Fórum Agenda 21 acham positiva
a acessibilidade ao município, porém reclamam da falta de pavimentação da
RJ-102, que difi culta o acesso da população aos serviços essenciais.

Saquarema é atendida por linhas de ônibus que fazem ligação com Rio de
Janeiro, Araruama, Cabo Frio, Rio Bonito e Niterói. O município também
possui um aeródromo com pista de pouso para aeronaves de pequeno porte.

70
Mapa 6: Localização das principais estradas
existentes no município de Saquarema

Fonte: DNER (2010)

O transporte público é caro e precário em todo o município – e algumas


localidades não são abrangidas. Nos horários de pique, principalmente no
horário escolar, os ônibus circulam lotados. A empresa de ônibus que atende
Saquarema tem apenas 18 linhas o que não é suficiente para atender todos
os 30 bairros do município. Na área rural falta transporte público, pois os
ônibus só circulam na Rodovia Amaral Peixoto.

O monopólio regional de empresas de transportes coletivos é responsável pela


precariedade da prestação dos serviços, que não atendem às necessidades da
população de forma satisfatória.

Os participantes entendem que a Via Lagos não deveria cobrar pedágio dos
carros com placa de Saquarema – e já existe um movimento popular no mu-
nicípio com esse objetivo.

Não há vans regularizadas à noite na rota dos bairros movimentados pela vida
noturna. Devido à precariedade apontada, o grupo considera que a proibição
dos transportes alternativos prejudica a população e defende sua legalização
ou a abertura de licitação para escolher novas empresas.

Também falta transporte escolar que atenda às necessidades dos alunos no


município, pois o passe oferecido não é sufi ciente. O município carece ainda
de meios de transporte adequados às pessoas com necessidades especiais.

Há 4 ciclovias no município: a de Saquarema e Bacaxá; a que liga Jaconé a


Sampaio Corrêa, a da Orla da Lagoa de Saquarema e, finalmente, a do bairro
do Boqueirão.

71
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão racional dos transportes Gestão pública
2. Elaborar e/ou fiscalizar o cumprimento da lei municipal
Articulação que fixa as regras para construção e uso de calçadas.
1. Negociar junto à Concessionária Via Lagos a isenção de
pedágio para veículos licenciados em Saquarema.
Planejamento
3. Manter rotina de fiscalização.
Gestão pública
4. Reivindicar junto às empresas de transporte local a melhoria
2. Elaborar uma lei que regulamente a instalação de taxímetros. do acesso de moradores.
3. Rever o Plano Diretor Participativo, incluindo o planeja- 5. Adequar à legislação vigente os meios de transporte para a
mento de transportes como prioridade. locomoção de pessoas com necessidades especiais.
4. Promover a transparência nos processos licitatórios da con-
corrência pública entre empresas de transporte, viabilizando
Comunicação
a integração do serviço para todo o município, inclusive em 6. Orientar moradores e comércio local quanto às novas regras
finais de semana e feriados. da lei de acessibilidade.

Planejamento Infraestrutura
5. Estimular a criação de cooperativas de transporte alterna- 7. Melhorar as condições de acesso e circulação de veículos
tivo (vans e motos) para atuarem legalmente no município, nas áreas rurais.
facilitando o deslocamento de usuários. 8. Melhorar a oferta do serviço de transporte entre a serra e
6. Promover o acesso ao transporte escolar exclusivo, aten- outras partes do município.
dendo aos alunos em todos os distritos do município.
7. Promover o uso de bicicletas, visando minimizar a emissão Possíveis parceiros
de gases gerados por outros tipos de transporte. Associações de Moradores . Câmara Municipal . Concessio-
Comunicação nária Via Lagos . Cooperativas de transportes alternativos .
DER . Detran . Detro . DNIT . Inea . Prefeitura Municipal . SEA
8. Criar campanhas de divulgação para o incentivo à utilização . Secretarias Municipais (Obras e Desenvolvimento Urbano,
de combustíveis alternativos, como biodiesel e etanol. Transporte e Ser viços Públicos, Educação, Meio Ambiente) .
Sindicato dos taxistas.
Infraestrutura
9. Racionalizar os horários e a frequência do transporte pú-
blico em todos os distritos.
Possíveis fontes de financiamento
10. Cobrar melhor sinalização nas áreas rurais. BNDES . Caixa Econômica Federal . CT-Transporte . Empresas
associadas ao Comperj . LOA . PAC.
Fiscalização
11. Cobrar a fiscalização da frota de caminhões, ônibus e uti-
litários, a fim de minimizar a emissão de gases poluentes.

Melhorando a acessibilidade do município


Estudos técnicos
1. Mapear as calçadas e prédios de uso público que não aten-
dam ao critério de acessibilidade.

72
SEGURANÇA
Justiça e paz são aspirações humanas legítimas. Sua falta representa uma
perda para a qualidade de vida. Segurança é um tema que transcende as
ações policiais e judiciais de repressão e contenção da violência armada e
prevenção de mortes.

Relaciona-se diretamente com a redução da evasão escolar, distribuição de


renda, inclusão social, atenção básica à saúde, reforma urbana e rural, e
solução das questões habitacionais. Ao tratar do tema, também é preciso
dedicar atenção especial às questões que envolvem violência doméstica, de
gênero, racismo e todo tipo de intolerância.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), só a crimi-


nalidade violenta custa cerca de R$ 140 bilhões por ano ao País. Os custos
totais da criminalidade são estimados em 10% do PIB brasileiro. Portanto,
segurança pública também está relacionada a desenvolvimento econômico.

No Rio de Janeiro, com indicadores de segurança no mesmo patamar dos de


países em guerra, o desafio da construção de um Estado seguro e acolhedor
para seus cidadãos é a questão de fundo por trás de todos os objetivos. Con-
quistar a redução e o controle da violência armada implica compromissos e
processos de longo prazo, com financiamento continuado e envolvimento de
amplos setores da sociedade, aliados a políticas públicas eficazes.

Em Saquarema, como nos demais municípios do estado, a Secretaria


de Estado de Segurança (Seseg) é o órgão responsável pela segurança pública
estadual. A partir de 1999, para estruturar o setor, foram criadas as Áreas Inte-
gradas de Segurança Pública (Aisp), reunindo um batalhão da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro (Pmerj) e uma ou mais Delegacias de Polícia Civil (Pcerj).
Delegacia de Saquarema
Cada Aisp criou um Conselho Comunitário de Segurança para avaliar suas
respectivas áreas e a qualidade do ser viço prestado pela polícia além de
contribuir com a adoção de soluções integradas e acompanhar os resultados.
Até o final de 2010, a Seseg concluirá o Projeto de Pesquisa de Análise Pre-
liminar do Impacto do Comperj na área da Segu rança Pública, com o objetivo
de dimensionar seu sistema e traçar estratégias.

Saquarema faz parte da Aisp 25 junto com Cabo Frio, São Pedro da Aldeia,
Araruama, Iguaba Grande, Arraial do Cabo e Armação de Búzios. O muni-
cípio é atendido pelo 25º Batalhão da Polícia Militar e pela 124ª Delegacia
Policial – e tem Guarda Municipal com efetivo de 60 guardas treinados no
Rio de Janeiro ou localmente.

Os participantes se preocupam com o atendimento precário às mulheres em


situações de risco (ex.: violência contra a mulher).

73
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Valorização da vida Comunicação
2. Criar mecanismos de interlocução direta com os órgãos
Articulação competentes para prevenir e solucionar os problemas rela-
1. Articular com os vários representantes da segurança pública cionados ao tema.
a integração entre suas ações e competências. 3. Convocar a população a participar ativamente do Conselho
Comunitário Municipal de Segurança Pública.
Capacitação
2. Solicitar a capacitação da Guarda Municipal para criar laços
solidários com a população e gerenciar apropriadamente o • Proteção das mulheres
trânsito nas áreas principais. Gestão pública
Infraestrutura 1. Formalizar uma Coordenadoria de Proteção à Mulher vítima
3. Solicitar a ampliação da rede física de Segurança Pública, de violência.
com a instalação de novos postos da Polícia Militar em áreas Comunicação
estratégicas.
2. Divulgar leis, como a Lei Maria da Penha, que garantam às
4. Solicitar o aumento do efetivo de policiais militares aloca- mulheres proteção contra a violência.
dos no município.
5. Solicitar o aumento do efetivo do Corpo de Bombeiros, além Infraestrutura
de adequar o horário de atendimento na praia nos períodos 3. Instalar centros de apoio às mulheres.
de férias e feriados.
Planejamento
6. Solicitar a ampliação da frota disponível (quadriciclos, mo-
tos e bugres) para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. 4. Acompanhar a instalação, prevista na Lei 4.646/05, da De-
legacia da Mulher, com profissionais especializados nesse
7. Criar um serviço de perícia médica em Saquarema. tipo de atendimento.
8. Criar um serviço de remoção de cadáveres no município.
Possíveis parceiros
• Promovendo o fortalecimento do Associações de Moradores . Câmara Municipal . ISP . Minis-
Conselho Comunitário de Segurança tério Público . ONGs . PMERJ . Prefeitura Municipal . Seseg .
Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública.
Gestão pública
1. Fortalecer o Conselho Comunitário Municipal de Segurança Possíveis fontes de financiamento
Pública, já atuante.
BNDES . Finep . LDO . LOA . PAC . Pronasci.

74
75
3 Ordem Social
EDUCAÇÃO
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco), a educação, em todas as suas formas, molda o mundo
de amanhã, instrumentalizando indivíduos com habilidades, perspectivas,
conhecimento e valores necessários para se viver e trabalhar.

O capítulo 36 da Agenda 21 Global afi rma que a educação e a consciência pública


ajudam as sociedades a desenvolver plenamente suas potencialidades e que o
ensino, tanto formal quanto informal, é indispensável para modificar a atitude
das pessoas, de forma a capacitá-las para avaliar e enfrentar os obstáculos ao
desenvolvimento sustentável. Para despertar a consciência ambiental e ética,
Escola Municipal Castelo Branco
também são fundamentais valores e atitudes, técnicas e comportamentos que
favoreçam a participação pública efetiva nos processos decisórios.

Segundo o Relatório de Acompanhamento de Indicadores do Milênio na Região


do Conleste (2009), o acesso ao Ensino Fundamental é praticamente univer-
salizado nas grandes cidades brasileiras, e, em geral, as crianças chegam a
ele na idade adequada. Todavia, o índice de reprovação ainda é elevado, o
que impede que muitas concluam esse nível de ensino.

Apesar da adoção de políticas para reverter essa situação, continuam altas


as taxas de reprovação, demandando ações mais eficazes de correção do
f luxo escolar. Entre elas se incluem maior atenção às condições materiais de
Mais creches estão sendo construídas
trabalho na escola, aumento do tempo de permanência dos alunos em suas
em Saquarema
dependências e investimentos na formação de professores e educadores.

Í nd ice de Dese nvolv i me nto d a


Educação Básica (Ideb) – Mede a
Em Saquarema, o atendimento à demanda por escolas está distribuí-
qualidade da educação numa escala do entre 74 estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio (50 municipais,
que vai de zero a dez. É calculado 6 estaduais e 19 particulares).
com base na taxa de rendimento
Na Educação Infantil há apenas nove creches para toda a cidade, sendo seis
escolar (aprovação e evasão), no
municipais e três privadas. Considerando a inserção crescente da mulher no
desempenho dos alunos no Sistema
Nacional de Avaliação da Educação mercado de trabalho, é necessário universalizar o atendimento em creches e
Básica (Saeb) e na Prova Brasi l. pré-escolas. Ao longo da escolarização até o Ensino Médio, a demanda dimi-
Quanto maior for a nota da institui- nui. Entre as possíveis razões deste fato estão evasão, retenção e consequente
ção no teste e quanto menos repe- defasagem idade-ano escolar.
tências e desistências ela registrar,
melhor será sua classificação. A par-
O município não contava com nenhum curso para formação técnico-profis-
tir deste instrumento, o Ministério sional, deixando uma grande demanda sem atendimento. Ainda em 2011 será
da Educação traçou metas de desem- inaugurada a maior Escola Técnica da Região dos Lagos, com capacidade para
penho bianuais para cada escola e 1.000 alunos, inclusive com cursos de petróleo e gás, para atender à demanda
cada rede até 2022. Em 2008, todos do Comperj. A deficiência na formação de mão de obra especializada gerou
os 5.563 municípios brasileiros ade- o interesse de instituições públicas de ensino em se instalarem no município
riram ao compromisso. (UFF e UFRJ), o que poderá sanar esta lacuna.

78
Novas escolas públicas estão sendo construídas no município

Tabela 1: Idebs observados em 2005, 2007 e


2009 e metas para a rede municipal

Ideb Observado Metas Projetadas


Município 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais 3.3 4.1 4.4 3.4 3.7 4.1 4.4 4.7 5.0 5.3 5.6
Anos finais 3.3 4.1 4.4 3.4 3.7 4.1 4.4 4.7 5.0 5.3 5.6
Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.  

Gráfico 2: Número de matrículas efetuadas

Total Municipal Total Estadual Total Privado

15.000
11.744
12.000
9.228
9.000

5.091 4.757
6.000

2.023
3.000
2.577
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios (2010)

O município tem o Centro de Atendimento Integral para Crianças e Jovens


Especiais (Caie), voltado para a inclusão, em Bacaxá.

79
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Melhoria no sistema educacional Comunicação
12. Divulgar para a população residente no entorno das escolas
Gestão pública as atividades realizadas por estas, através de voluntariado.
1. Ampliar o número de vagas nas creches municipais.
2. Elaborar um plano de cargos e salários do magistério mu- • Obtenção de recursos internacionais
nicipal. para a formação técnica
3. Assegurar o acesso ao transporte escolar, exclusivo e gra-
tuito, aos alunos da rede municipal que residam em áreas Planejamento
mais afastadas do município. 1. Desenvolver mecanismos que promovam a captação de in-
4. Promover a inclusão digital para todos os estudantes da vestimentos para a formação técnica por parte de empresas
rede pública de ensino. estrangeiras a serem instaladas no município.
2. Promover a inserção no mercado de trabalho dos jovens que
Capacitação
serão formados pela escola técnica.
5. Realizar cursos de reciclagem, para constante atualização
dos professores. Comunicação
6. Qualificar os profi ssionais da área de ensino no município 3. Divulgar as potencialidades do município em relação às
(professores, psicopedagogos e assistentes sociais, entre outros). oportunidades de empregos.

Infraestrutura Possíveis parceiros


7. Criar novas unidades de creches no município.
Associações de Moradores . Câmara Municipal . Entidades
8. Aproveitar melhor os espaços físicos da escola, criando Religiosas . Escolas . Faetec . Firjan . MEC . ONGs . Prefeitura
acessibilidade às pessoas com necessidades especiais. Municipal . Sebrae . Secretaria Municipal de Educação . Seeduc
9. Viabilizar o acesso à internet nas escolas municipais. . Senac . Sepe . Universidades.
10. Construir uma rede integrada de bibliotecas, com acervo de
vídeos e áudios. Possíveis fontes de financiamento
Planejamento Embaixada da Alemanha . Embaixada da Alemanha . FAT .
Finep . Fundação Educar . Fundeb . Instituto Claro . Instituto
11. Realizar eventos que promovam a integração da família com Oi Futuro . LOA.
a escola.

80
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Trata-se de processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade cons-
troem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltados para a conservação do meio ambiente e dos bens de uso comum,
essenciais à qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Seu papel é educar e conscientizar as populações sobre a importância da


preser vação do meio ambiente, oferecendo-lhes, ao mesmo tempo, opções
de subsistência e opor t unidades para melhorar sua qualidade de v ida,
mostrando que as comunidades locais são as principais beneficiárias das
atividades de conser vação.

No Brasil, para que esses objetivos sejam atingidos, a Política Nacional de


Educação Ambiental (Lei 9.795/99 e Decreto 4.281/02) estabelece que os temas
ambientais devem estar presentes durante todo o processo de escolarização,
até o Ensino Superior, de forma transversal, em todos os níveis e disciplinas.

Para que uma Agenda 21 Local seja bem-sucedida, é necessário um amplo


entendimento dos propósitos e do conteúdo da Agenda 21. Assim, a Educação
Ambiental tem uma importância central neste processo. É por meio dela que
se pode promover a capacidade de compreensão das questões ambientais e
do desenvolvimento, que levam à participação no processo e à mudança de
valores necessários à construção de um mundo sustentável.

Em Saquarema faltam campanhas ambientais de preservação da natureza


e da diversidade biológica.

Não existe divulgação dos estudos científi cos sobre os ecossistemas locais, bem
como dos poucos programas de Educação Ambiental, o que dificulta o acesso
dos moradores ao conhecimento sobre as riquezas naturais de Saquarema e
a importância de preservá-las.

O potencial identificado no município para a realização de eventos e campa-


nhas de Educação Ambiental dirigidos para grupos focais específi cos, a partir
de atividades de ONGs, Consórcio Intermunicipal Lagos São João, associações,
igrejas e outras entidades, deve ser aproveitado de forma a suprir a ausência
de um programa ampliado de Educação Ambiental.

Os participantes do Fórum apontaram que já foi criada uma política em


escala local voltada para a Educação Ambiental permanente e transversal,
como a Agenda 21 Escolar. Alguns projetos, aparentemente bem intenciona-
dos, introduzem conceitos de Educação Ambiental, capitaneados pelo Fórum
Local da Agenda 21. Mas o grupo indicou que considera importante suprir
também a ausência de um programa de orientação da comunidade para gerar
o desenvolvimento sustentável do município como um todo.

81
Em 2010, foi criado um Programa de Educação Ambiental (PEA) fruto da
parceria entre a Prefeitura e o Instituto Ambiental Reciclar voltada para
ações de reciclagem nas escolas do município.

O Projeto Pólen, citado pelo grupo, é fruto de medida mitigadora para o


licenciamento ambiental de atividades de exploração de gás e petróleo e foi
concebido pelo Núcleo de Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de
Macaé, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ), a partir
de discussões com técnicos da Petrobras e do Ibama. Envolve 13 muni-
cípios f luminenses e visa à formação de recursos humanos em Educação
Ambiental no processo de gestão. A primeira etapa do projeto (novembro
de 2005 a dezembro de 2006) compreendeu um diagnóstico socioambiental
realizado nesses municípios e nos polos de Educação Ambiental, que estão
sendo implantados sob a liderança dos cursistas em cada um dos municípios
Permacultura – Síntese das práti- beneficiados com o projeto3.
cas agrícolas tradicionais com ideias
inovadoras. Unindo o conhecimento
secular às descobertas da ciência
moderna, proporciona o desenvol-
vimento integrado da propriedade
rural de forma viável e segura para
o agricultor familiar. O projeto per-
macultural envolve o planejamen-
to, a implantação e a manutenção
conscientes de ecossistemas pro-
dutivos, que tenham a diversidade,
a estabilidade e a resistência dos
ecossistemas naturais. Ele resulta
na integração harmoniosa entre as
pessoas e a paisagem, provendo ali-
mentação, energia e habitação, entre
outras necessidades materiais e não
materiais, de forma sustentável.

3 Contatos com o projeto em Saquarema podem ser feitos através do e-mail: polo_
saquarema@projetopolen.com.br ou através da Escola Municipal Orgé Ferreira dos
Santos – Bairro de Itaúna – Saquarema/RJ – CEP 28990-000.

82
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento da Comunicação
Educação Ambiental 2. Desenvolver campanhas de participação comunitária (ex.:
“Adote a Sua Rua”).
Capacitação 3. Promover cursos, palestras, of icinas e seminários sobre
1. Capacitar e treinar os professores em temas relacionados ao legislação ambiental para a população.
desenvolvimento sustentável. 4. Informar a população sobre a possibilidade do uso econô-
2. Capacitar os moradores da comunidade para atuarem como mico sustentável dos recursos naturais.
guias ecológicos. 5. Informar a população sobre a riqueza e a importância da
biodiversidade da região.
Planejamento
6. Informar a população sobre a necessidade de gerir os re-
3. Convocar a comunidade escolar para a realização de pales- cursos terrestres através de manejo sustentável.
tras, gincanas, peças de teatro e concursos culturais que
abordem a temática da Educação Ambiental. Articulação
4. Estabelecer um compromisso das empresas instaladas no 7. Realizar parcerias para viabilizar a distribuição de infor-
município com o meio ambiente local, através da realização mativos que esclareçam a população sobre a importância
de programas de Educação Ambiental. da preservação ambiental.
5. Introduzir nas palestras e cursos de formação informações sobre Capacitação
o ecossistema local, principalmente restingas e manguezais.
8. Realizar cursos de capacitação em manejo de recursos naturais.
Gestão pública 9. Promover cursos para a formação de agentes ambientais
6. Integrar as Secretar ias Municipais e as instit uições de comunitários.
ensino, destacando a impor tância de desenvolver ações
estratégicas que promovam a preser vação dos recursos
naturais do município.
Possíveis parceiros
Associações de Moradores . Conselho Gestor da APA Massamba-
Comunicação ba . Empresas associadas ao Comperj . Escolas . Fundação SOS
7. Realizar campanhas de conscientização de moradores e tu- Mata Atlântica . Inea . Ministério do Meio Ambiente . ONGs
ristas sobre a preservação das riquezas naturais da cidade. . SEA . Secretarias Municipais (Agricultura, Abastecimento e
Pesca, Meio Ambiente, Educação) . Universidades . WWF.

• Fortalecimento dos programas Possíveis fontes de financiamento


de Educação Ambiental
Ampla . Banco do Brasil . BNDES . BVS&A . Fecam . Finep .
Gestão pública FNMA . Fundação Bradesco . Fundação O Boticário de Proteção
a Natureza . LOA . Programa Petrobras Ambiental . Química
1. Fortalecer a Educação Ambiental que já se realiza através
Amparo (Produtos Ypê).
do Programa de Educação Ambiental da Rede de Ensino
Municipal e do Projeto Pólen (Nupem/U FR J/Petrobras),
responsáveis pelo sistema de infor mação em Educação
Ambiental na região.

83
CULTURA
Segundo a Unesco, a diversidade cultural, produto de milhares de anos de histó-
Desigualdades no acesso à produ- ria e fruto da contribuição coletiva de todos os povos, é o principal patrimônio
ção cultural
da humanidade. As civilizações e suas culturas também resultam da localiza-
Entretenimento – Apenas 13% dos ção geográfica e das condições de vida que cada uma oferece, o que se traduz
brasileiros vão ao cinema alguma na riqueza e diversidade de formas de viver e sobreviver da espécie humana.
vez no ano; 92% nunca frequenta-
ram museus; 93,4% jamais visita- A cultura representa as formas de organização de um povo, seus costumes
ram uma exposição de ar te; 78% e tradições, que são transmitidos de geração a geração, como uma memória
nunca assistiram a um espetáculo coletiva, formando sua identidade e, muitas vezes, mantendo-a intacta, apesar
de da nça , e mbor a 28,8% sa ia m das mudanças pelas quais o mundo passa.
pa r a d a nç a r. M a i s de 9 0 % do s
municípios não possuem salas de A identidade cultural é uma das mais importantes riquezas de um povo, pois
cinema, teatro, museus e espaços representa um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos,
culturais multiuso. historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados
valores entre os membros de uma sociedade. Trata-se de um conceito de ta-
Livros e bibliotecas – O brasileiro
manha complexidade, que pode ser manifestado de várias formas e envolver
lê, em média, 1,8 livro per capita/
situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
ano (contra 2,4 na Colômbia e 7 na
França, por exemplo); 73% dos li- A diversidade cultural é um dos pilares da identidade brasileira e fator de
vros estão concentrados nas mãos de sustentabilidade do desenvolvimento do País. O maior desafio nesta área é
apenas 16% da população. O preço
enfrentar a pressão que o desenvolvimento exerce sobre as estruturas tradi-
médio do livro de leitura corrente é
cionais – sejam físicas, como sítios arqueológicos ou patrimônios históricos,
de R$ 25,00, elevadíssimo quando
sejam imateriais, como conhecimentos e práticas das populações.
comparado com a renda do brasi-
leiro nas classes C/D/E. Dos cerca
de 600 municípios brasileiros que
nunca receberam uma biblioteca,
405 f icam no Nordeste, e apenas
dois no Sudeste.

Acesso à internet – 82% dos brasi-


leiros não possuem computador em
casa; destes, 70% não têm acesso
à internet (nem no trabalho, nem
na escola).

Profissionais da cultura – 56,7%


da população ocupada na área de
cultura não têm carteira assinada
ou trabalham por conta própria.
(Fonte: http://www.unesco.org/
pt/brasilia/culture/access-to-
culture/#c37219).

O antigo prédio da prefeitura hoje abriga a Casa de Cultura Walmir Ayala

84
Saquarema tem grande riqueza cultural: além das inf luências indí-
Sa mbaqu i – Em t upi “monte de
genas, possui traços de diversos grupamentos étnicos, como as populações
conchas”, são depósitos compostos
afrodescendentes, as comunidades quilombolas e a população caiçara.
por materiais orgânicos, como restos
Em Saquarema acontece a Festa de Nazareth mais antiga do Brasil. Os pri- de conchas e ossos, empilhados ao
meiros registros da festa no município datam de 1640, data da construção longo do tempo. Os mais antigos
da igreja que depois foi reconstruída no século 19 e hoje é a Igreja Matriz, surgiram há 6.500 anos. Pesquisa-
dores encontraram neles restos de
tombada pelo Iphan. No município, vários outros espaços ref letem o mul-
esqueletos humanos, indicando que
ticulturalismo presente em sua história, como a Igreja de Santo Antônio,
também eram cemitérios.
Casa de Cultura, que abriga a Biblioteca Pública, Capela de São Pedro em
Jaconé (ambas tombadas pelo Inepac), e Teatro Municipal Mário Lago.

Entre as ações culturais, destacam-se a feira de artesanato da Praça Oscar de


Macedo Soares; a Feira Cultural de Saquarema; a Folia de Reis; e o Projeto
Cinesesc, uma parceria entre a prefeitura e o Cine-Sesc que leva cinema
às comunidades, de forma itinerante e gratuita, por meio de um caminhão
adaptado para funcionar como uma cabine de projeção.

Também merece menção a Casa do Nós, em Bacaxá, uma filial do grupo Nós
do Morro (do Vidigal, Rio de Janeiro), que promove teatro experimental e po-
pular de grande impacto; a Casa da Cultura Walmir Ayala, que foi a primeira
Câmara Municipal de Saquarema, no século 19, e é tombada pelo Iphan e
pelo Inepac, onde são realizadas exposições e aulas de pintura e artesanato. Sambaqui da Beirada

Seus museus são o Templo do Rock, pertencente ao cantor Serguei e já visitado


por mais de 20 mil pessoas; o Museu do Vôlei, no Centro de Desenvolvimento
do Vôlei, em Barra Nova; e o Museu do Sambaqui, no Sambaqui da Beirada,
em Barra Nova.

Os sítios arqueológicos estão sendo preservados pelo Departamento de Ar-


queologia do Museu Nacional/UFRJ. Quatro sambaquis – Beirada, Pontinha,
Manitiba e Jaconé – restaram dos mais de 20 identificados pelos profissionais.

Dentre os principais problemas apontados pelos participantes estão a falta de


projetos de preservação dos sambaquis identifi cados. Há necessidade urgente
de preservá-los e protegê-los contra a invasão constante das áreas onde se
encontram. A reivindicação se justifica pelo estado de degradação dos rema-
nescentes de sambaquis no município.

85
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Valorização dos sambaquis 3. Identificar talentos locais, para realizar programas de pro-
fissionalização.
Infraestrutura 4. Mapear a existência de artesãos no município, identificando
suas localidades.
1. Sugerir um sistema de segurança, com guarita para guardas,
a fi m de garantir a preservação dos sambaquis remanescentes. 5. Realizar ações que potencializem a identidade do artesanato
local, como no caso da produção da cerâmica de barro vermelho.
2. Fornecer a infraestrutura necessária para receber grupos de
visitantes, com informações relevantes sobre os sambaquis. 6. Inserir no currículo escolar, como temas transversais, a
arte, o artesanato, a cultura e o folclore locais.
3. Criar um memorial Lina Kneipp, no sambaqui da Pontinha,
onde existe o registro de uma cerimônia funerária, única Capacitação
na América Latina.
7. Capacitar os artesãos para a produção e venda de seus produtos.
Planejamento 8. Promover cursos que resgatem a importância da continui-
4. Criar uma rota pré-histórica que integre os quatro samba- dade das festas tradicionais.
quis remanescentes para a realização de visitas guiadas.
Infraestrutura
Capacitação 9. Criar um museu histórico do município.
5. Capacitar jovens locais para atuarem como guias nas visi- 10. Criar um centro cultural para atividades de teatro, cinema,
tações aos sambaquis. música, dança, videoteca e biblioteca, entre outras.
Comunicação Comunicação
6. Realizar campanhas de conscientização popular sobre a 11. Divulgar a importância da tradição cultural das folias de
importância histórica dos sambaquis. Reis e do Divino, das festas religiosas e das datas cívicas
7. Divulgar a existência dos sambaquis através de todos os do município.
recursos de mídia. 12. Divulgar, através da Secretaria de Turismo, a existência da
tradicional Feira de Artesanato em sites e fôlderes.
• Fortalecimento da cultura
de Saquarema Possíveis parceiros
Associação de Artesãos de Saquarema . Associações de Morado-
Estudos técnicos res . Crea . Entidades Religiosas . Inepac . Iphan . ONGs . Secre-
1. Realizar um levantamento da história e cultura do município tarias Municipais (Educação, Cultura, Turismo) . Universidades.
com a participação dos moradores.

Planejamento Possíveis fontes de financiamento


2. Elencar projetos representativos que valorizem os aspectos BNDES . Faperj . Finep . LDO . LOA . Ministérios (Cultura, Ci-
histórico-culturais do município. ência e Tecnologia) . Programa Petrobras Cultural.

86
SAÚDE
A Agenda 21 brasileira afirma em seu objetivo 7 – “Promover a saúde e evitar
a doença, democratizando o SUS” – que a origem ambiental de diversas do-
enças é bem conhecida e que o ambiente natural e as condições de trabalho,
moradia, higiene e salubridade, tanto quanto a alimentação e a segurança,
afetam a saúde, podendo prejudicá-la ou, ao contrário, prolongar a vida.

Segundo a Agenda 21 Global, o desenvolvimento sustentável depende de uma


população saudável. No entanto, os processos de produção e de desenvolvi-
mento econômico e social interferem nos ecossistemas e podem colaborar
para a existência de condições ou situações de risco que inf luenciam nega-
tivamente o padrão e os níveis de saúde das pessoas.

As principais questões ambientais que afetam a saúde humana envolvem a


poluição decorrente da falta de saneamento, a contaminação do meio ambiente
por poluentes químicos, a poluição atmosférica e os desastres ambientais.

Atualmente, além de se reconhecer a interdependência entre saúde, desen-


volvimento econômico, qualidade de vida e condições ambientais, aumenta
a consciência de que a capacidade humana de interferência no equilíbrio
ambiental acarreta responsabilidades da sociedade sobre seu destino e o da
vida no planeta.

Em Saquarema, os participantes do Fórum da Agenda 21 acham


que as políticas públicas de saúde são precárias. O programa de planejamento
familiar da Secretaria da Saúde, por exemplo, atende somente à metade da
população e não divulga devidamente os programas de planejamento familiar
e orientação sexual para os jovens.

O Programa de Saúde da Família (PSF) está presente no município, mas não


implantado em toda a sua amplitude. O Programa Saúde do Trabalhador está im-
plantado. Falta divulgação de programas de alimentação e aleitamento materno.

Saquarema conta com uma policlínica com várias especialidades (inclusive


odontologia e fi sioterapia. O Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth,
se encontra interditado pela Vigilância Sanitária. Um novo hospital público
está sendo construído em Bacaxá, com 80 leitos e uma UTI. O município conta
com três Postos de Saúde de Urgência que funcionam 24 horas, 12 Postos para
Atendimento à Saúde da Família e um Posto de Saúde Central.

De maneira geral, faltam instalações, aparelhagem, mão de obra especializada


e gestão nas unidades de saúde. Segundo os participantes, o problema poderia
ser sanado com a utilização dos royalties do petróleo, caso fossem destinados
à saúde. A construção de um novo hospital público está quase concluída.

87
Os postos de saúde de Saquarema precisam melhorar seu atendimento

São necessários investimentos para melhorar o atendimento 24 horas nos


postos de urgência.

O município conta com um Conselho de Saúde voltado para a melhoria da


qualidade dos serviços prestados e das políticas de atendimento à população.

Os participantes do Fórum reivindicam melhor divulgação dos programas de


vacinação pública para animais.

Os problemas com a disseminação das drogas precisam ser discutidos, come-


çando pela precariedade do Centro de Atendimento Psicossocial, que existe, mas
é mal divulgado e pela ausência Conselho Municipal de Políticas Antidrogas.

Na área ambiental, falta dar destinação e tratamento satisfatórios ao lixo hos-


pitalar no lixão e dentro das unidades de saúde. Faltam também informação
e fi scalização relacionadas às questões de saúde e meio ambiente.

88
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Melhoria no sistema de saúde • Melhoria na infraestrutura
Infraestrutura do Hospital de Bacaxá
1. A mpliar o atendimento do Programa Saúde da Família Infraestrutura
(médico generalista, enfermeiros, técnicos de enfermagem
1. Acompanhar a futura reforma da estrutura física do Hospital
e agentes comunitários de saúde), já estabelecido em 12
de Bacaxá (pintura, rachaduras, vazamentos).
bairros, para a cobertura completa de todo o município,
priorizando os bairros de Bacaxá, Jaconé e Porto da Roça. 2. Buscar assistência multiprofi ssional na UTI para o futuro Hos-
pital de Bacaxá (fi sioterapeuta e nutricionista, entre outros).
2. A mpliar o Programa de Saúde Bucal para todos os PSF
do município.
3. Instalar um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf ) a • Controle de epidemias e endemias
fim de prover a integralidade da assistência à saúde (fisio-
Comunicação
terapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, psicólogo
e outros). 1. Criar campanhas educativas para esclarecer a população quanto
aos problemas de saúde causados pelo caramujo africano.
4. Ampliar a oferta de especialistas no ambulatório para aten-
der à grande demanda da população. 2. Div ulgar nos veículos de comunicação locais, de forma
permanente, os riscos da dengue, orientando a população
Gestão pública sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito
5. Instalar o Programa Saúde na Escola (PSE). vetor da doença.

6. Universalizar os serviços de assistência à saúde. Planejamento


7. Incluir os portadores de anemia falciforme em programas 3. Desenvolver estratégias para combater o mosquito da den-
específicos (ex.: diabetes e hanseníase, entre outros). gue. Criar sistema de multa para residências que não obser-
varem os procedimentos necessários de combate à dengue.
Comunicação
8. Div ulgar a existência do Conselho Municipal de Saúde Gestão pública
juntamente com o calendário de reuniões. 4. Assegurar a visitação constante dos agentes de saúde às
residências em todos os bairros.
• Melhoria na qualidade da 5. Criar uma ouvidoria do SUS para atender a denúncias re-
assistência aos portadores lacionadas à saúde.

de transtornos mentais • Destino dos resíduos hospitalares


Infraestrutura Fiscalização
1. Instalar um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps), com 1. Fiscalizar a destinação correta do lixo hospitalar, evitando
psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes o contato direto da população com este tipo de resíduo.
sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
2. Fortalecer o Programa de Saúde Mental do município. Capacitação
2. Capacitar os funcionários das unidades de saúde para o
Elaboração de programas manejo correto dos resíduos hospitalares.
3. Elaborar um programa de atendimento específico para de-
pendentes químicos.

Comunicação
4. Realizar campanhas educativas, visando à prevenção do
uso de drogas psicoativas.

89
• Melhoria no sistema de • Melhoria do padrão de
comunicação da saúde familiar atendimento na saúde
e orientação sexual Gestão pública
Comunicação 1. Elaborar um plano de cargos, carreira e salários para os
profissionais de saúde.
1. Divulgar a importância da realização de exames periódicos
como medida de prevenção ao câncer de próstata. 2. Realizar concurso público para preenchimento dos cargos.
2. Divulgar a importância da realização periódica de exames Capacitação
para prevenir o câncer do colo de útero e de mama.
3. Promover cursos de atualização para os profi ssionais de saúde.
3. Divulgar a atuação do programa DST/Aids no município.
4. Exigir formação universitária para administração hospitalar.
Planejamento
4. Elaborar um calendário de visitação em escolas, comunida- • Melhoria da vigilância sanitária,
des carentes, grupos religiosos e associações de moradores. ambiental e epidemiológica
5. Retomar o Programa Redução de Danos, com distribuição
de preservativos e seringas. Gestão pública
6. Intensificar os projetos de orientação sexual no município. 1. Fornecer recursos materiais para as ações de Vigilância
Sanitária, ambiental e epidemiológica.
Comunicação
2. Atualizar o Código Sanitário do município.
7. Divulgar junto à população a existência de programas de
3. Fortalecer o Programa de Saúde do Trabalhador.
planejamento familiar.
Capacitação
• Melhoria do sistema de saúde 4. Capacitar funcionários para as ações de vigilância sanitária,
para os grupos principais epidemiológica e ambiental.

Comunicação Comunicação
5. Divulgar a existência de campanhas de vacinação, princi-
1. Divulgar a existência do Programa de Atenção Integral à
palmente a antirrábica.
Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (Paimsca).
2. Elaborar campanhas educacionais sobre orientação sexual
nos espaços escolares formais e não formais.
Possíveis parceiros
Assessoria de Comunicação Social . Conselhos Estaduais (Anti-
Elaboração de programas Drogas, Saúde) . Conselho Municipal de Saúde . Coren . CRM .
3. Elaborar um Programa de Atenção à Saúde do Idoso. CRP . Ministério da Saúde . MP . ONGs . Prefeitura Municipal
. Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil . Secretarias Mu-
• Melhoria do atendimento nos Postos nicipais (Educação, Saúde) . TCE . Universidades.

Únicos de Saúde (postos 24 horas) Possíveis fontes de financiamento


Gestão pública Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Finep . Fundação
Ford . Johnson & Johnson Cor porate Giv ing Program . LOA
1. Assegurar a permanência da equipe de saúde completa nos
. L DO . M i n i stér io da Saúde . Nat iona l Orga n i zat ion For
postos 24 horas.
Hear ing Research.
2. Solicitar maiores investimentos na manutenção dos equi-
pamentos dos postos 24 horas.

90
GRUPOS PRINCIPAIS
A Agenda 21 Global define como grupos principais as mulheres, crianças e
jovens, povos indígenas, ONGs, autoridades locais, trabalhadores e seus sin-
dicatos, comerciantes e industriários, a comunidade científica e tecnológica,
agricultores e empresários. É desses grupos que o documento cobra compro-
metimento e participação para a implementação dos objetivos, políticas e
mecanismos de ação previstos em seu texto.

Sendo um processo democrático e promotor da cidadania, a construção da


Agenda 21 Local não pode deixar de considerar as necessidades e interesses
de outros grupos, como afrodescendentes, ciganos, idosos, pessoas com de-
ficiência, homossexuais, travestis e outras minorias.

A Agenda 21 brasileira vai além e destaca como uma de suas prioridades a neces-
sidade de diminuir as desigualdades sociais no País para garantir as condições
mínimas de cidadania a todos os brasileiros, enfatizando a importância de pro-
teger os segmentos mais vulneráveis da população: mulheres, negros e jovens.

É na Seção III, dedicada ao fortalecimento do papel dos grupos principais, que


a Agenda 21 Global propõe o desenvolvimento de processos de consulta às
populações locais para alcançar consenso sobre uma “Agenda 21 Local” para a
comunidade. No Capítulo 28, recomenda que os países estimulem todas as suas
autoridades locais a ouvirem cidadãos e organizações cívicas, comunitárias,
empresariais e industriais locais para obter as informações necessárias para
formular as melhores estratégias, aumentando a consciência em relação ao
desenvolvimento sustentável. Para a legitimidade e sucesso deste processo,
é fundamental a inclusão de representantes de todos os grupos sociais.

Em Saquarema, os diversos grupos étnicos locais precisam ser mapeados


para melhor entendimento da sua cultura, de forma a valorizar o histórico dos
grupos tradicionais, organizados durante o processo de formação do município.

Na visão dos participantes do Fórum da Agenda 21 Local, falta resgatar os


valores culturais da região e promover a participação dos representantes das
comunidades tradicionais no resgate da cultura e nos espaços de tomada de
decisão, inclusive das políticas públicas. Estas comunidades podem repre-
sentar mais diversidade para a vida cultural do município.

Para os participantes, o município não promove o fortalecimento do papel


dos grupos principais nem lhes oferece apoio institucional. Uma das conse-
quências é a falta de conscientização e participação das populações nativas
e de seus membros nas tomadas de decisão e formação de políticas públicas.

Todavia, afi rmaram que existem comunidades caiçara e quilombola, e destacaram


a importância da preservação destas culturas tradicionais e de seu conhecimento

91
sobre ervas medicinais, artesanato, confecção de redes de pesca e culinária para
a identidade cultural de Saquarema. Eles também se preocupam com a ausência
de políticas locais que favoreçam os pescadores artesanais.

As culturas tradicionais (ex.: coco e banana, entre outras) e o extrativismo


vegetal de fi bras naturais (ex.: taboa, foram identificados como um potencial
para o município, e poderiam ser mais bem exploradas.

Uma iniciativa nesse sentido é o Projeto Especial de Integração Social da Pesca


(Peispa), que a Colônia de Pescadores de Saquarema Z-24 desenvolveu com apoio da
prefeitura e patrocínio do programa Petrobras Fome Zero. O projeto visava promover a
melhoria da qualidade de vida dos pescadores artesanais e seus familiares, oferecendo
cursos de capacitação voltados às atividades pesqueiras. Resultou na publicação de um
livro e na formação de uma cooperativa de pescadores e beneficiadores de pescado.

É preciso aproveitar os grupos organizados existentes e promover sua inte-


gração e acesso às informações, como as agendas de reuniões e os conteúdos
das políticas públicas e seus resultados.

Saquarema conta com o Conselho Municipal do Idoso, justificado pelo alto


índice de longevidade do município, e com um Centro de Convivência.

Um dos problemas apontados pelos participantes é inexistência de rampas nas


calçadas o que difi culta a mobilidade, principalmente de idosos, cadeirantes
e outros portadores de necessidades especiais.

Com grande população de jovens, o município conta com uma Secretaria da


Infância e Adolescência e com um Conselho Tutelar, que atuam com dificuldade
em termos de recursos materiais e humanos.
O Projeto PEISPA oferece capacitação
aos pescadores de Saquarema Falta incentivo para que os jovens tomem parte na tomada de decisões em
políticas públicas, embora já participem de forma organizada em áreas como
teatro, surfe, igrejas, Coletivo Jovem. Há projetos que atendem às crianças e
à juventude local em parceria com instituições particulares.

Uma dessas iniciativas é o Projeto Jovem em Ação, do Programa de Atendimento


Integral à Família (Paif), em que os participantes recebem noções de turismo e
de secretariado, além de orientações sobre como abrir uma empresa de turismo.

O Programa Caminhos para a Vida é uma ação da iniciativa privada em par-


ceria com a prefeitura, que qualifica para o mercado de trabalho jovens de
16 a 21 anos em situação de risco social que estudam em escolas de cidades
próximas à Via Lagos, como Saquarema. Durante as aulas, eles adquirem
conhecimentos de informática, manutenção e montagem de computadores e
atendimento ao cliente, além de orientações para o autoconhecimento, pla-
nejamento pessoal, ética e cidadania.

92
A Associação de Moradores e Amigos de Boqueirão é uma das mais ativas de
Saquarema

No município, faltam políticas de inclusão de gênero e há pouca participação das


mulheres nas grandes decisões, e há pouco conhecimento das políticas públicas exis-
tentes. Além disso, não há um Conselho de Políticas Públicas dedicado às mulheres.

No entanto, Saquarema elegeu duas mulheres nas eleições de 2008: a prefeita


e uma vereadora. O município tem uma associação voltada às questões femi-
ninas e conta com um movimento de mulheres que lutou pela criação da Co-
ordenadoria de Políticas para as Mulheres, vitória alcançada em maio de 2010

A população de Saquarema conta com o Centro de Referência Especializado


de Assistência Social (Creas) – para o acompanhamento de famílias e indi-
víduos que tenham tido os direitos violados ou sofrido alguma violência – e
com um Conselho de Assistência Social.

No município, há diversas ONGs e Associações de Moradores e de Profi ssionais


(pescadores e artesãos, entre outros), mas não há participação expressiva dos
sindicatos e das associações existentes (rural e de pesca, entre outras). Apesar
da demanda crescente que possibilita a criação de novas ONGs e parcerias, a
falta de interesse da sociedade nos problemas do município contribui para a
dissolução de tais grupos por falta de apoio e credibilidade.

Falta controle na criação e na fi scalização das ONGs e intercâmbio de co-


nhecimento e fortalecimento entre aquelas que são atuantes no município.
E não há programas que estimulem o fortalecimento institucional de ONGs,
associações ou instituições fi lantrópicas.

93
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento do Conselho Tutelar • Melhorias nos serviços
Comunicação oferecidos aos jovens
1. Divulgar as datas das eleições, locais de voto e ações do Elaboração de programas
Conselho Tutelar.
1. Desenvolver programas e projetos que promovam a parti-
cipação dos jovens em eventos de esporte e lazer.
• Melhorias nos serviços 2. Elaborar programas de for mação de jovens educadores
oferecidos aos idosos ambientais, com incentivo financeiro através de bolsas de
estudo.
Gestão pública
Capacitação
1. Fortalecer as ações realizadas pelo Conselho Municipal do
Idoso. 3. Promover o acesso à formação técnica e ao mercado de
trabalho.
Fiscalização
Comunicação
2. Fiscalizar o cumprimento do Estatuto do Idoso.
4. Divulgar os programas e eventos voltados aos jovens.
Comunicação
3. Informar a população sobre a importância de respeitar os
idosos.
• Ações desenvolvidas pela Diretoria
da Infância e da Juventude
Planejamento
Comunicação
4. Promover atividades esportivas, culturais e demais tipos de
eventos voltados aos idosos. 1. Divulgar, de forma transparente, as ações da Diretoria da
Infância e da Juventude, assim como a aplicação das verbas
5. Promover eventos que comemorem o Dia do Idoso.
de seu fundo municipal.
6. Realizar eventos em praças públicas que promovam o bem-
2. Desenvolver um plano de comunicação, com o objetivo de
estar do idoso.
divulgar a existência de programas voltados para a promo-
ção da infância e adolescência.
• Valorização dos grupos tradicionais
Estudos técnicos • Políticas para a juventude
1. Pesquisar e catalogar os povos indígenas, caiçaras e quilom- Elaboração de programas
bolas, visando ao estabelecimento de condições necessárias
1. Elaborar programas de orientação vocacional.
à sua plena cidadania.
2. Realizar um levantamento dos conhecimentos locais sobre Comunicação
ervas medicinais, artesanato, confecção de redes de pesca 2. Promover encontros com profissionais especializados, vi-
e culinária, entre outros. sando à orientação vocacional dos jovens.
Gestão pública 3. Divulgar os grupos de movimentos sociais formados por
jovens.
3. Elaborar uma política pública para a valorização das popu-
lações tradicionais existentes em Saquarema.

Planejamento
• Inserção das questões de gênero
4. Valorizar o histórico dos grupos tradicionais, organizados Gestão pública
durante o processo de formação do município. 1. Criar o Conselho Municipal da Mulher.
5. Promover a participação dos representantes das comunida-
des tradicionais nos espaços de tomadas de decisão.

94
Infraestrutura • Fortalecimento dos sindicatos
2. Instalar uma Delegacia da Mulher (Deam) ou um Núcleo
Especializado de Atendimento à Mulher (Neam). Planejamento
1. Mapear os sindicatos existentes no município.
Comunicação
2. Identificar, com os profissionais sindicalizados, as propostas
3. Realizar palestras em associações de moradores e grupos
de planos de ação estratégicos para o seu fortalecimento.
religiosos para divulgar os direitos da mulher.
3. Estimular o desenvolvimento das associações de classe e
4. Divulgar a Lei Maria da Penha de combate à violência do-
movimentos sociais locais.
méstica.
4. Reativar o Sindicato dos Servidores Municipais.
Planejamento
Comunicação
5. Criar uma comissão para assegurar os direitos da mulher,
identificando as vulnerabilidades de gênero. 5. Divulgar as ações dos sindicatos à população.
6. Apoiar a criação de um centro de negócios da mulher. 6. Informar os sindicatos sobre a importância de sua respon-
sabilidade nas questões socioambientais e com o desenvol-
7. Criar grupos de mulheres artesãs, visando a sua profissio-
vimento sustentável.
nalização.
8. Promover a participação da mulher nas políticas públicas
de Saquarema.
Possíveis parceiros
A ssociação de Moradores . A ssociação de Sur fe . Câmara
Capacitação Municipal . Coletivo Jovem do Rio de Janeiro . Colônia de
9. Capacitar mulheres para o cultivo de hortas familiares. Pescadores Z-24 . Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa . Conselhos Municipais (Assistência Social,

• Fortalecimento das ONGs locais Direitos da Criança e do Adolescente) . Entidades Religiosas .


FIA . Juizado de Menores . Ministérios (Justiça, Trabalho) . MP
. ONGs . Prefeitura Municipal . Rits . SEA . Sebrae . Secretaria
Planejamento
Estadual de Promoção Social e Direitos Humanos . Secretarias
1. Realizar um levantamento das ONGs legalizadas existentes Municipais (Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Meio Ambiente,
no município. Promoção Social) . Sepe . Sindicatos dos Trabalhadores Rurais
2. Promover o intercâmbio entre ONGs. . Universidades.
3. Cobrar maior transparência das ações realizadas pelas ONGs
estabelecidas no município. Possíveis fontes de financiamento
4. Articular encontro mensal do poder público com as asso- American Express Foundation . Banco do Brasil . Empresas
ciações de moradores e ONGs. associadas ao Comperj . FAT . Fecam . Finep . Fundação Ford
. Fundeb . Fundo de Defesa dos Direitos Difusos . LDO . Levi
Comunicação Strauss do Brasil . LOA . Minc . Unimed.
5. Criar no Fórum da Agenda 21 Local um espaço de diálogo
permanente entre as organizações públicas, as associações
de moradores e outras ONGs.

95
PADRÕES DE CONSUMO
A pobreza e a degradação ambiental estão estreitamente relacionadas.
Con su mo r eespon
spon sáve l – Signi- Enquanto a primeira tem como resultado determinados tipos de pressão
fi ca adquirir produtos eticamente ambiental, segundo a Agenda 21, as principais causas da deterioração inin-
corretos, ou seja, cuja elaboração terrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consu-
não envolva a exploração de seres mo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria
humanos e animais e não provoque
preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento
danos ao meio ambiente.
da pobreza e dos desequilíbrios.

É muito comum confundir “consumir” com “fazer compras”. Consumir é um


ato muito mais presente em nossas vidas. Todos os dias consumimos água,
alimentos, combustíveis etc. Como cada um desses elementos se origina do
planeta e nele permanece depois de usado, o consumo interage diretamente
com a sustentabilidade e pode ser um poderoso instrumento para alcançá-la.

Tomar consciência dos hábitos de consumo, pensar sobre todos os materiais


presentes em cada objeto, sua origem e destinação final requer uma revisão
de hábitos, costumes e valores. A fim de atingir a escala necessária para
fazer a diferença, todas as esferas sociais precisam estar envolvidas nesta
transformação: governos, empresas, ONGs e cidadãos. As mudanças neces-
sárias são profundas, mas o movimento do consumo consciente afirma que
o poder de promovê-las está ao alcance de cada um, em sua própria vida, em
seus atos cotidianos.

Em Saquarema , falta uma política pública que incentive mudanças nos


padrões de consumo da população, mas os participantes do Fórum 21 Local
têm a expectativa de que o aumento da renda – esperado com a implantação
do Comperj – possa trazer novos e saudáveis hábitos de consumo. Por outro
lado, temem que haja um aumento desenfreado de consumo pelas pessoas de
maior poder aquisitivo, que termine por elevar também o custo dos alimentos
e dos serviços. No município, não existe um posto do Procon para atendimento
permanente ao consumidor.

A educação para o consumo responsável e sustentável não está na agenda e


na ordem do dia das políticas e práticas públicas do município. Apenas ações
pontuais da iniciativa privada ou de governos são insuficientes para promover
uma mudança cultural e de prática social. Um exemplo é a inefi ciência do
programa de economia de energia, proposto e incentivado pelas empresas de
fornecimento do setor elétrico do município.

96
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento da Comunicação
economia solidária 2. Informar a população sobre a existência de técnicas de
captação de energia solar.
Elaboração de programas 3. Divulgar a importância da redução do consumo de energia.
1. Fortalecer o Programa de Economia Solidária.

Comunicação
• Mudanças nos padrões de consumo
2. Divulgar a importância da economia solidária para o de- Gestão pública
senvolvimento do município. 1. Elaborar políticas públicas de incentivo à mudança dos
3. Promover campanhas educativas sobre o consumo cons- padrões de consumo da população.
ciente e a permacultura (utilização sustentável dos recursos
naturais). Possíveis parceiros
4. Divulgar as ações do Procon, de economia solidária e do Ampla . Associações de Moradores . Concessionária Águas de
uso sustentável dos recursos naturais. Juturnaíba . Empresas associadas ao Comperj . MP . Ministérios
Planejamento (Pesca e Aqüicultura, Agricultura, Pecuária e Abastecimento) .
ONGs. Petrobras . Prefeitura Municipal . Sindicatos.
5. Promover a venda direta de produtos agrícolas e artesanais
através do Galpão do Produtor Rural, em Madressilva.
Possíveis fontes de financiamento
6. Promover a venda direta do pescado através dos estandes
doados pelo Ministério da Pesca. Ampla . Empresas associadas ao Comperj . FAT . Fecam . LOA
. PAC . Petrobras.

• Uso sustentável das


fontes energéticas
Planejamento
1. Desenvolver ações que visem premiar cidadãos e empresas
que promovam o uso de energias alternativas (solar e bio-
combustíveis, entre outras).

97
ESPORTE E LAZER
O conceito de qualidade de vida, embora subjetivo, independentemente da
nação, cultura ou época, relaciona-se a bem-estar psicológico, boas condições
físicas, integração social e funcionalidade.

O esporte e o lazer são fatores de desenvolvimento local pelos benefícios que


proporcionam à saúde física e mental dos seres humanos e pela oportunidade
que oferecem de desenvolvimento individual e convivência social. São ativi-
dades reconhecidas pelas Nações Unidas como direitos humanos e, portanto,
devem ser promovidas em todo o mundo.

Centro de Treinamento da Confederação Atividades esportivas são uma ferramenta de baixo custo e alto impacto
Brasileira de Voleibol nos esforços de desenvolvimento, educação e combate à violência em várias
sociedades, e o lazer é fundamental para a qualidade de vida dos indivíduos.

Ambos têm o poder de atrair e mobilizar a juventude, promovendo a inclu-


são e a cidadania, valores como respeito ao outro e à natureza, aceitação de
regras, trabalho de equipe e boa convivência social. Além disso, atividades
de esporte e lazer geram empregos e renda.

Em Saquarema, os participantes do Fórum da Agenda 21 Local


destacaram a possibilidade de utilização das lagoas de Saquarema para a
prática de esportes náuticos não motorizados, aproveitando as potencialida-
O Boa Vista Sport Club é o principal des existentes para criar no município uma infraestrutura adequada a esta
clube de futebol de Saquarema modalidade esportiva.

Em relação aos esportes radicais, existem duas rampas de vôo livre e o mu-
nicípio abrigou vários campeonatos estaduais, nos últimos anos. O Centro de
Desenvolvimento do Vôlei abriga várias seleções, desde a juvenil até a adulta,
masculina e feminina, e tem atividades durante o ano inteiro. O município
também sedia campeonatos de futebol americano.

Saquarema possui uma população jovem que justificaria a existência de in-


fraestrutura para a prática de esportes e tornasse o município a capital das
atividades esportivas de interesse do segmento jovem.

A Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer promove, em parceria


O Projeto Botinho ensina crianças e com a Secretaria de Educação e Cultura, os Jogos Estudantis de Saquarema,
jovens a ter mais segurança no mar
que futuramente deverão transformar-se em uma Olimpíada Estudantil; e
o Projeto Botinho, em parceria com o Grupamento do Mar, que oferece a
crianças noções de cidadania e primeiros socorros.

Os participantes do Fórum destacaram a falta de um programa específi co de


colônia de férias (com cobrança de taxas para a participação de pessoas não
residentes no município).

98
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Valorização dos esportes náuticos Planejamento
2. Realizar um evento anual de voleibol envolvendo as redes
Estudo técnico estudantis públicas e particulares, no mesmo modelo do 1º
1. Levantar o potencial dos esportes náuticos na lagoa. Festvoley, ocorrido em 2008.
3. Promover visitas guiadas da rede escolar ao Centro de De-
Infraestrutura
senvolvimento de Voleibol, incluindo o Museu do Vôlei.
2. Construir uma marina, com toda a infraestrutura urbana e
4. Promover campeonatos de vôlei de praia.
náutica necessária.

Comunicação • Incentivo aos esportes radicais


3. Divulgar para a população a importância de uma marina
no município, possibilitando um turismo de alto nível. Planejamento
1. Promover a prática do voo livre.
• Valorização do surfe 2. Promover campeonatos locais, estaduais e nacionais de
voo livre.
Planejamento
1. Resgata r a prát ica do su r fe como mat r i z espor t iva do
Comunicação
município. 3. Divulgar o calendário de atividades anuais da Associação
de Voo Livre.
2. Promover a prát ica do su r fe em vár ios pontos da orla
marítima.
3. Retomar a realização de grandes campeonatos nacionais • Esporte para a juventude
e internacionais de Long Board, do Super Surf, do WCT e Planejamento
de outros.
1. Promover campeonatos estudantis dos diversos segmen-
Infraestrutura tos espor tivos.
4. Criar a praça do surfista, ao lado da Associação de Surfe de 2. Criar um calendário anual de eventos esportivos.
Saquarema, em Itaúna.
Infraestrutura
5. Criar o Museu do Surfe.
3. Melhorar as condições das equipes de vôlei do município.
Comunicação 4. Cr ia r u m Cent ro Comu n itá r io de Espor te e La zer (co-
6. Divulgar a escolinha de surfe existente na Escola Municipal ber to) em loca l de fáci l acesso à comu n idade, pa r a a
Orgé Ferreira dos Santos como projeto-piloto para as demais prát ica de espor tes.
escolas do município.
5. Criar um cartão de identificação dos atletas (passe-atleta),
7. Divulgar os diversos eventos de surfe na cidade, incluindo garantindo livre acesso aos transportes coletivos.
a seletiva Petrobras de Surfe.
8. Divulgar as profissões relacionadas ao surfe. • Esporte na terceira idade
Infraestrutura
• Desenvolvimento do voleibol 1. Criar um centro de esporte e lazer para a terceira idade.
Infraestrutura
Planejamento
1. Otimizar o espaço do Centro de Desenvolvimento de Voleibol
durante o recesso da seleção, para treinamento das equipes 2. Desenvolver programas de ginástica ao ar liv re, com a
de vôlei locais. contratação de profissionais especializados.
3. Promover a prática dos esportes radicais com a utilização
dos recursos naturais existentes no município.

99
Possíveis parceiros
Agências de Viagem . Associação de Surfe . Associação de Voo
Livre de Sampaio Corrêa . CBV . CDV . Clubes Locais . Colônia
de Pescadores Z-24 . Comitê de Bacias Lagos São João . Empresas
associadas ao Comperj . Inea . Marinha do Brasil . ONGs . Pre-
feitura Municipal . Sebrae . Secretarias Municipais (Educação,
Esporte e Lazer, Turismo) . Senai . Sesc . Universidades.

Possíveis fontes de financiamento


AmBev . Banco do Brasil . Empresas associadas ao Comperj .
FAT . Finep . LDO . LOA . Mtur . Oi Futuro.

100
101
4 Ordem Econômica
GERAÇÃO DE TRABALHO,
RENDA E INCLUSÃO SOCIAL
As mudanças climáticas e seus impactos, e a degradação do meio ambiente em
geral, têm implicações significativas para o desenvolvimento econômico e so-
cial, para os padrões de produção e de consumo e, portanto, para a criação de
empregos e geração de renda.

Ao contrário do que muitos afi rmam, a transição para a sustentabilidade pode


aumentar a oferta de emprego e a geração de renda. A relação direta entre o
mundo do trabalho e o meio ambiente constitui a essência dos chamados em-
pregos verdes – trabalhos e atividades que contribuem para a preservação ou
restauração da qualidade ambiental, com remuneração adequada, condições de
trabalho seguras e respeito aos direitos dos trabalhadores.

Os empregos verdes podem ser o caminho para enfrentar tanto a degradação


ambiental, reduzindo os impactos da atividade econômica, quanto o desafio
social representado por 1,3 bilhão de pessoas no mundo em situação de pobre-
za. Eles podem beneficiar trabalhadores com diferentes níveis de qualificação e
são encontrados em uma ampla gama de setores da economia, tais como os de
fornecimento de energia, reciclagem, agrícola, construção civil e transportes.

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, em


2008, o Brasil tinha aproximadamente 2,6 milhões de empregos verdes – o que
representava 6,73% do total de postos formais de trabalho – e que a oferta desse
Princípios dos Empreendimentos tipo de emprego no País vem crescendo a uma taxa anual de cerca de 2%.
Sustentáveis

– Substituem itens produzidos na-


cional ou internacionalmente por
produtos criados local e regional-
Saquarema é um dos 87 municípios do Estado do Rio de Janeiro que
recebem royalties pela exploração e produção de petróleo – o que justifica
mente; a alta participação do município no PIB regional. Em 2010, o repasse desses

– Assumem responsabilidade por


seus efeitos no mundo natural;
recursos ao município somou R$ 6.856.152,63.

– Não exigem fontes exóticas de ca-


pital para se desenvolver e crescer;
No per íodo 2002-2007, sua economia cor respondia a 4,47% do PI B da
região das Baixadas Litorâneas. No Comperj, este município faz parte da

– Empenham-se em processos de
produção humanos, dignos e intrin-
secamente satisfatórios;
Região de Inf luência Ampliada e respondeu, no mesmo período, por 0,28%
do PIB da região 4 .

O perf il do setor produtivo do município encontra-se no Gráf ico 2. Em

– Criam objetos duráveis e de uti-


lidade em longo prazo, cujo uso ou
disposição fi nal não prejudicarão as
todos os setores da economia, o por te predominante de estabelecimento
é a microempresa.

futuras gerações;

– Transformam seus consumidores


em clientes por meio da educação.
(Paul Hawken)
4 IBGE, em parceria com órgãos estaduais de estatística (Fundação Cide),
Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de
Manaus – Suframa.

104
Gráfico 3: Número de estabelecimentos
Roya lt ies – Uma das compensa-
por setor conforme o tamanho
ções f inanceiras relacionadas às
atividades de exploração e produção
5.000
de petróleo e gás nat ural que as
4.058 companhias petrolíferas pagam aos
4.000
estados e municípios produtores. A
Micro
legislação prevê regras diferentes
3.000 Pequena para a distr ibuição dos royalties
em função da localização do campo
Média
2.000 produtor, se em terra ou no mar.
1.334
Grande
1.000
412
66 1 0 0 6 1 0 51 7 1 66 6 14

0
Agropecuária Indústria Comércio Serviços

Fonte: Sebrae, base de dados Rais/2007.

Em 2002, cerca de 90% da renda do município foi gerada no setor


de serviços (Gráfico 3). Este percentual caiu para 78% em 2004,
mas voltou ao patamar anterior em 2007. A indústria manteve sua
posição relativa em menos de 10% em 2002, aumentou sua partici-
pação em 2004, chegando a mais de 20%, mas retornou à casa dos
10% em 2007.
Cabe ressaltar a participação da administração pública no setor de serviços,
que em 2002 correspondeu a quase 40%; em 2004, chegou a 25% e, em 2007,
a 26,8%. A participação da agricultura permaneceu pequena (menos de 1%).

Gráfico 4: Participação relativa dos setores no


PIB do município em 2002, 2004 e 2007

%
100
88,66 91,20

77,21
80
2002
60
2004
38,99
40 2007
28,16
25,68
21,23
20 9,90
1,43 1,56 0,86 7,94

0
Agropecuária Indústria Serviço Administração
Pública
Fonte: IBGE 2008

105
A população total do município em 2007 era de 62.174 habitantes, quando
96,1% das pessoas residiam na área urbana, e 3,9%, na área rural . A maior
parte da população tem idade acima de 15 anos (Gráfico 4).
Fonte: Fundação Cide. Anuário Estatístico 2008

Gráfico 5: Distribuição da população


entre as faixas etárias em 2007

%
40

30 27,73%

20 16,33%
18,50%

9,31% 9,44% 9,16% 9,54%


10

0
0a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 49 50 anos +
anos anos anos anos anos anos

Considerando-se a idade estimada para a população economicamente ativa,


a PEA do município de Saquarema em 2007 correspondia a 78,84% da sua
população. No mesmo período, 38,29% da PEA estavam ocupados com carteira
assinada – e 32,43% eram assalariados.

Gráfico 6: Porcentagem da população


economicamente ativa em 2007

%
80 72,10
70
60 56,79

50
40,94
40 33,39
30
20
10
0
% da população % da PEA ocupada % da população % da PEA ocupada
que é PEA que é PEA ocupada que é assalariada

Fonte: IBGE, Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (2008).

Esses dados ratificam a preocupação manifestada pelo grupo com o desem-


prego e a desigualdade social no município. Chama atenção a diferença entre
o PIB per capita, que cresceu 107% entre 2002-2007, chegando ao montante

106
de R$ 11.228, enquanto a renda média dos trabalhadores, em período equi-
valente, permaneceu em R$ 435,86.

Esse cenário ref lete o perfil do mercado de trabalho. A baixa qualificação


limita as opções de emprego e reduz o salário médio. Por outro lado, a de-
ficiência de mão de obra qualificada desestimula investimentos, porque o
empresário tem consciência de que terá que empregar mão de obra de outras
regiões, o que representa mais custo.

Em Saquarema, há um polo industrial em fase de implantação, mas a oferta


de empregos e serviços é pequena. A expectativa dos participantes é que
se amplie a geração de emprego e renda com a instalação do Comperj e das
empresas de segunda e terceira geração que serão atraídas pelo empreendi-
mento. Segundo os participantes, não existe capacitação técnica para a mão
de obra local. A exceção seria o grande número de jovens que estão sendo
capacitados em radiologia.

O potencial econômico de Saquarema é muito diversificado, mas, para aten-


der à demanda do Comperj, no setor de prestação de serviços, por exemplo,
o município necessita adotar políticas de promoção do trabalho, porque a
capacitação de nível técnico é inefi ciente, e adequar o perfi l profi ssional às
funções. O grupo acrescenta que a informalidade nos serviços e a desquali-
fi cação profi ssional predominam no município, onde há uma escola técnica
estadual em construção. Eles afirmam também que as leis relativas ao mercado
formal de trabalho não são cumpridas.

No âmbito das políticas sociais, o grupo ressaltou o trabalho da Secretaria de


Promoção Social e de diversos projetos de inclusão social, mas, ainda assim,
demonstrou preocupação com a ausência de uma política pública de geração
de emprego e renda.

107
Mapa 7: Densidade de pobreza no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Estratégias de ação para a conservação da biodiversidade no Estado do


Rio de Janeiro (2009), in Anuário Estatístico do Rio de Janeiro, Fundação Ceperj
(http://www.ceperj.rj.gov.br).

108
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Políticas públicas para o 8. Capacitar empresários locais para promover o gerenciamento
de seus recursos humanos.
desenvolvimento social
Infraestrutura
Gestão pública 9. Construir um Centro de Integração Regional, para atender
1. Ampliar a rede de saúde. às demandas do Comperj.

2. Integrar as ações de fi scalização do cumprimento das leis 10. Criar um centro de capacitação e exposição de artesãos.
trabalhistas, em parceria com os governos estadual e federal.
Elaboração de projetos
Planejamento 11. Elaborar projetos que promovam a geração de emprego e renda.
3. Criar um balcão de empregos com a finalidade de divulgar 12. Elaborar projetos de responsabilidade social, em parceria
as oportunidades na região. com as empresas.
4. Promover a produção de artesanato, valorizando a matéria-
prima local. Possíveis parceiros
5. Identificar oportunidades de trabalho existentes no município. Firjan . Ministérios (Desenvolvimento Social, Trabalho) . Pro-
minp . Sebrae . Secretarias Municipais (Promoção Social, Saúde).
Capacitação
6. Elaborar grade com cur sos técnicos de cur ta duração,
voltados às áreas de turismo, hotelaria, meio ambiente,
Possíveis fontes de financiamento
tecnologias limpas, agricultura e pesca. Ashoka . Banco do Brasil . Basf . BNDES . Caixa Econômica
Federal . FAT . Fundação Ford . Proger.
7. Realizar cursos de capacitação para atender às demandas
mais imediatas, a partir da instalação do Comperj.

109
AGRICULTURA
A Agenda 21, em seu Capítulo 32, afirma que a agricultura ocupa um terço
da superfície da Terra e constitui a atividade central de grande parte da
população mundial. Segundo o documento, as atividades rurais ocorrem
em contato estreito com a natureza – a que agregam valor com a produção
de recursos renováveis –, ao mesmo tempo em que a tornam vulnerável à
exploração excessiva e ao manejo inadequado.

A agricultura é sustentável quando é ecologicamente equilibrada, economi-


camente viável, socialmente justa, culturalmente apropriada e orientada por
um enfoque holístico. Este modelo de agricultura respeita a diversidade e a
independência, utiliza os conhecimentos da ciência moderna para se desen-
volver e não marginaliza o conhecimento tradicional acumulado ao longo dos
séculos por grandes contingentes de pequenos agricultores em todo o mundo.

Um modelo sustentável de agricultura produz alimentos saudáveis para os


consumidores e os animais, não prejudica o meio ambiente, é justo com seus
trabalhadores, respeita os animais, provê sustento digno aos agricultores e
apoia e melhora as comunidades rurais. Além disso, deve manter nossa capa-
cidade futura de produzir alimentos, distribuindo-os com justiça, mantendo a
qualidade do meio ambiente e preservando a diversidade cultural e biológica
das variedades tradicionais de plantas cultiváveis.

Saquarema tem terras disponíveis e bem localizadas para a agricultura –


pois ficam próximas à rodovia que leva aos grandes centros consumidores –,
além de contar com o trabalho atuante da Associação dos Pequenos Produ-
tores Rurais do município. A existência da lagoa de Saquarema e da costa
marítima faz da atividade pesqueira uma fonte de renda representativa para
a economia municipal.
O solo de Saquarema é propício ao
cultivo da banana A agropecuária local é caracterizada pela predominância da agricultura
familiar, desenvolvida em pequenas propriedades. A qualidade do solo é boa
para o cultivo de determinadas culturas (mandioca, banana, coco, limão,
cana e maracujá), e o município também tem boa vocação agropastoril e para
a silvicultura.

Apesar de ser um município produtor, as políticas locais de incentivo ao setor


agropecuário ainda são insufi cientes. Segundo o grupo, não há investimentos
na área da agricultura convencional ou da agricultura sustentável, o que ref le-
te os problemas enfrentados pelos agricultores. Este quadro vem se alterando
com o desenvolvimento de políticas direcionadas ao fomento da organização
rural para a produção agropecuária com sustentabilidade. Estas políticas
são aprovadas pelo COMPAP-SQ (Conselho Municipal de Política Agrícola e

110
Pesqueira de Saquarema), constituído pelas instituições que prestam serviços
ao produtor rural e ao pescador, e por aquelas que os representam.

Além disso, o setor convive com a destruição das áreas cultiváveis em função
da pecuária de corte, com queimadas e desmatamentos para a prática da agri-
cultura, inclusive a de subsistência. O grupo se queixa da pouca divulgação
das reuniões do Conselho Municipal de Política Agrícola e Pesqueira (Compap).

A Emater foi muito citada devido às boas orientações prestadas sobre o con-
trole de uso das substâncias tóxicas pelos produtores rurais e aos estudos e
manejos corretos que promove, como os realizados em conjunto com a Colônia
Z-24. Mas o grupo diz que a transferência da tecnologia da Emater é precária,
pois falta apoio do poder público ao controle efi ciente das pragas e às ativida-
des desenvolvidas (recursos humanos, fi nanceiros e materiais do município).

Segundo a Emater, as ações de assistência ao setor são executadas através


de visitas técnicas as propriedades, disponibilização de serviços de análise
e preparo de solo, comercialização (programa de merenda escolar), cursos
técnicos, campanhas, excursões e demonstrações práticas que visam a trans-
ferência de tecnologias disponibilizadas pela pesquisa ao produtor rural, Saquarema também é um produtor de
pescador artesanal e sua família. coco

Os participantes ressaltaram que há incentivo no município para a criação


de cooperativas agrícolas, mas defenderam o fortalecimento das organizações
locais de agricultores.

Eles consideram importante adotar medidas de conscientização, capacitação e


incentivo aos pequenos produtores rurais, que levem conhecimentos técnicos
e subsídios para sua permanência no campo.

Na avaliação do grupo, a desatenção do poder público é responsável pelo


êxodo rural, devido à diminuição do interesse dos produtores locais pela
agricultura, que preferem trabalhar como meeiros, comprando produtos
agrícolas para revenda. Em decorrência disso, o crescimento urbano está
invadindo a área rural e inviabilizando uma produção local capaz de suprir
as necessidades de abastecimento. Há, principalmente, uma evasão de jovens
rurais em busca de oportunidades devido à baixa remuneração obtida pelos
produtos agrícolas, em função da ausência de uma logística de comerciali-
zação e agregação de valor aos produtos.

Eles defendem a ampliação do estímulo à agricultura sustentável e biológica e


afi rmam que há potencial no município que justificaria o incentivo à agricultura
orgânica. Para eles, há uso indevido de agrotóxicos e falta controle e fi scaliza-
ção dos tipos de insumos usados na produção agrícola local. O grupo defende
ainda a volta de eventos agrícolas e rurais realizados no município no passado.
A pouca fi scalização no uso do receituário agronômico/veterinário na venda

111
de insumos agropecuários contribui para o uso indevido destes, colocando em
risco a saúde de pessoas e animais.

Saquarema foi recentemente incluída no programa Rio Rural, fruto de uma


parceria da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca com
a Emater-Rio, que conta com recursos de R$ 700 mil do Banco Internacional
para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

O Rio Rural é um programa de desenvolvimento sustentável que atua em


microbacias hidrográficas para garantir água de qualidade a toda a popula-
ção do Estado do Rio de Janeiro, melhorando as condições de vida de quem
vive no campo por meio de incentivo às práticas sustentáveis na agricultura.
A pesca é uma atividade tradicional no Em Saquarema, o projeto será iniciado em duas microbacias: a do Rio Ronca-
município
dor, onde será construído um sistema de abastecimento de água para Jaconé,
e a do Rio Mole. Serão criadas fossas biodigestoras para transformar dejetos
em biofertilizantes. Também está prevista a criação de um posto avançado
da colônia de pescadores em Jaconé.

A pesca reúne grupos que trabalham de forma sustentável, buscando a ma-


nutenção da diversidade e do banco pesqueiro, e outros que adotam práticas
desordenadas e predatórias, incompatíveis com a legislação. A maior preocu-
pação é com a falta de políticas integradas para combater a pesca predatória,
resultante do pouco controle e fi scalização dessa atividade.

As políticas locais que favorecem pescadores artesanais são insufi cientes, e


os trabalhadores enfrentam falta de infraestrutura para a comercialização
direta do pescado ao consumidor fi nal, como um mercado de peixe e mais
fábricas de gelo.

Mas existem boas iniciativas em algumas comunidades, como o Projeto Es-


pecial de Integração Social da Pesca Artesanal (Peispa), em parceria com
Conônia Z-24, em Caiçaras, patrocinado pela Petrobras. O primeiro ano do
projeto enfatizou a promoção de cursos para filhos de pescadores. No segundo
e terceiro anos, foram criadas uma cozinha industrial e uma cooperativa,
que conta com 25 cooperados e 45 pessoas que se formaram nos cursos. A
prefeitura tem uma parceria com a cooperativa para a compra de produtos
destinados à merenda escolar.

Apesar dos pontos positivos, como a existência da Emater e da Colônia de


Pesca Z-24 faltam eventos turísticos que divulguem a produção pesqueira
(Festival do Camarão).

112
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento do papel Gestão pública
do agricultor 4. Promover o cumprimento da Lei do Receituário Agronômico.

Comunicação
Gestão pública
5. Divulgar conhecimentos técnicos sobre a utilização correta
1. Dotar a Secretaria Municipal de Agricultura de infraestrutura de agrotóxicos aos pequenos produtores rurais.
adequada para fi scalizar ações ilícitas e desenvolver políticas
públicas que melhorem as condições do produtor rural. 6. Realizar campanhas educativas permanentes sobre o geren-
ciamento das áreas agrícolas junto à população rural.
2. Desenvolver ações que estimulem a f i xação do homem
no campo. 7. Divulgar continuamente as atividades do Conselho Muni-
cipal de Política Agrícola e Pesqueira.
3. Promover o controle social das ações dos órgãos compe-
tentes. Capacitação
4. Cobrar transparência nos processos de seleção pública de 8. Capacitar os proprietários rurais através de oficinas e ati-
projetos agrícolas. vidades práticas, como o Aprender Fazendo.
5. Cr iar incentivos que for taleçam e ampliem o setor agr í-
cola e pecuár io. • Controle e fiscalização
6. Cr iar escolas técnicas para estimular o desenvolv imento da pesca predatória
de técnicas agr ícolas.
Elaboração de programas e projetos Gestão pública
1. Criar uma Secretaria Municipal de Pesca.
7. Elaborar programas e projetos que valorizem o setor agrícola
do município. 2. Elaborar políticas integradas para o combate à pesca predatória.

Planejamento 3. Criar um entreposto pesqueiro.

8. Identificar mecanismos que promovam a valorização da 4. Disponibilizar recursos para capacitação e desenvolvimento
agricultura familiar. da atividade pesqueira (fortalecimento da Colônia) e imple-
mentar políticas integradas para combater a pesca predatória.
9. Contratar mais especialistas para desenvolver ações que
promovam o aumento de produção e diversificação agrícola. Capacitação
Comunicação 5. Realizar cursos de capacitação para os pescadores desen-
volverem estratégias de combate à pesca predatória.
10. Div ulgar ações que informem e esclareçam a população
sobre o setor agrícola e pecuário. Fiscalização
6. Apoiar a fiscalização das atividades de pesca predatória na
• Gerenciamento das áreas agrícolas região (ex.: barcos que não respeitam o limite costeiro para
pesca, uso de rede de arrastos e bombas).
Infraestrutura 7. Cobrar da Guarda Costeira maior eficácia na fi scalização.
1. Melhorar a infraestr ut ura da Emater (equipamentos de
informática e veículos, entre outros). Infraestrutura
8. Auxiliar na criação de uma estrutura municipal de fiscali-
Fiscalização zação das atividades pesqueiras, devidamente estruturada
2. Formalizar parcerias com órgãos fi scalizadores para coibir e articulada com o Inea.
agressões ambientais e o uso indiscriminado de agrotóxicos.

Planejamento
3. Promover a adequação das propriedades rurais de acordo
com os princípios agroecológicos e a legislação ambiental.

113
• Estratégias para a valorização 6. Repassar os recursos financeiros, em tempo hábil, para que
a Emater viabilize a realização de suas atividades.
das atividades pesqueiras 7. Assegurar a liberação de recursos necessários para equipar
a Secretaria Municipal de Agricultura (aquisição de “pa-
Infraestrutura trulha motomecanizada”, acompanhamento aos produtores,
1. Criar um Mercado de Peixe. estruturas de comercialização e outros).

Planejamento 8. Realizar concurso público para a contratação de técnicos


no setor agropecuário.
2. Fortalecer a cooperativa de pescadores, para agregar valor
ao pescado local. 9. Disponibilizar um ser viço de denúncia para combater o
desmatamento ilegal.
Gestão pública
Estudo técnico
3. Criar o entreposto de pesca, com lotação de equipe técnica
na diretoria de pesca da Secretaria Municipal de Agricul- 10. Realizar um estudo da área agrícola e estabelecer marcos
tura, visando proporcionar assistência técnica qualificada para conter o crescimento da área urbana.
ao pescador artesanal e monitoramento das condições do
sistema lagunar e costeiro. • Promoção da agricultura sustentável
Gestão pública
• Estímulo à preservação
dos cultivos locais 1. Disponibilizar linhas de crédito r ural destinadas à im-
plantação de projetos que visem aumentar as f lorestas e os
sistemas agrof lorestais.
Planejamento
1. Buscar mais apoio técnico para os produtores rurais promo- Estudos técnicos
verem o resgate do cultivo de coco, banana, cana-de-açúcar 2. Realizar estudos destinados ao manejo de sistemas agrof lo-
e limão, entre outros. restais, adaptados às condições locais.
2. Realizar feiras de produtores rurais.
Planejamento
3. Realizar feiras de exposição de artesanato feito à base de
3. Criar um calendário agrícola, com a organização e acom-
fibras produzidas pelas comunidades rurais e pesqueiras.
panhamento de eventos rurais.
Comunicação
Elaboração de projetos
4. Utilizar a mídia local para a divulgação das culturas e dos
4. Desenvolver projetos que contemplem a agricultura familiar.
processos de produção existentes.
Articulação
• Potencialização do uso do solo 5. Realizar parcerias que favoreçam os produtores rurais.
Comunicação Comunicação
1. Informar aos produtores rurais a importância de desenvolver 6. Comunicar às lideranças locais a necessidade de fortalecer
práticas agrícolas sustentáveis. e valorizar a classe produtora, incentivando o empreende-
dorismo.
Capacitação
7. Promover reuniões com os agricultores locais, seus repre-
2. Capacitar os produtores rurais para o melhor aproveitamento sentantes e os referidos órgãos (Secretaria de Agricultura,
do solo, trazendo maior rentabilidade à produção. Emater, Conselhos), identificando estratégias de ação para
Fiscalização fortalecê-los.
3. Reforçar a fiscalização do cumprimento da lei da “Reserva Legal”. Capacitação
4. Fiscalizar o uso indevido dos perímetros de áreas verdes, 8. Realizar mais cursos técnicos em agropecuária e engenharia
utilizados com o argumento de agricultura de subsistência, florestal.
e definir uma área máxima de plantio.
9. Capacitar os agricultores para a organização de uma coo-
Gestão pública perativa agrícola.
5. Fornecer orientação técnica para a implantação e manuten- 10. Capacitar os jovens e agricultores interessados em instalar
ção de atividades agropecuárias. unidades demonstrativas sustentáveis, estimulando a uti-
lização de Sistemas Agrof lorestais (SAFs).

114
• Produção limpa através da • Transferência de tecnologias
agricultura orgânica agrícolas sustentáveis
Estudo técnico Comunicação
1. Mapear as áreas improdutivas existentes no município. 1. Difundir o conhecimento de técnicas agroecológicas nas
escolas públicas.
Comunicação
2. Promover campanhas de divulgação das ações realizadas
2. Promover campanhas de conscientização, divulgando os pela Emater.
benefícios da produção agrícola orgânica.
3. Promover campanhas educativas sobre a importância da Possíveis parceiros
produção orgânica.
Ampla . Anvisa . Associação de Artesãos de Saquarema . Câ-
Infraestrutura mara Municipal . Capitania dos Portos . Colônia de Pescadores
4. Estimular a criação de um mercado popular para incremen- Z-24 . Comitê de Bacia Lagos São João . Concessionária Águas
tar o escoamento da produção orgânica local. de Juturnaíba . Conselhos Municipais (Meio Ambiente, Saúde)
. Embrapa . Emater . Empresas associadas ao Comperj . Fiperj .
Planejamento Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . Fundação SOS
Mata Atlântica . Ibama . Inea . Ministérios (Ciência e Tecnolo-
5. Criar hortas orgânicas, comunitárias e escolares.
gia, Meio Ambiente, Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
6. Identificar as possíveis fontes de financiamento para via- Aqüicultura e Pesca) . MP . ONGs . Procuradoria Geral do Mu-
bilizar a produção agrícola sustentável. nicípio . Sebrae . Secretarias Estaduais (Agricultura, Ambiente)
. Secretarias Municipais (Agricultura, Abastecimento e Pesca,
Elaboração de projetos Meio Ambiente, Turismo, Saúde, Educação, Promoção Social)
7. Elaborar projetos que estimulem as práticas agrícolas sus- . Sindicatos dos Trabalhadores Rurais . Universidades . WWF.
tentáveis (pneu-manilha e adubos orgânicos, entre outras).

Capacitação Possíveis fontes de financiamento


8. Capacitar os produtores rurais para a utilização racional de Ampla . Banco do Brasil . BNDES . Caixa Econômica Federal
recursos naturais (ex.: compostagem). . Conser vação Internacional do Brasil . CT- Agro . Embrapa
. Empresas associadas ao Comperj . Fecam . Finep . FNM A .
9. Capacitar os produtores rurais para a produção de alimen-
Funbio . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . GE
tos orgânicos.
Fund . HSBC . LDO . LOA . Ministérios (Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Ciência e Tecnologia) . Pais . Planfor . Prodetab.

115
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Em seu Capítulo 30, a Agenda 21 reconhece que a prosperidade constante, obje-
tivo fundamental do processo de desenvolvimento, resulta principalmente das
atividades do comércio e da indústria. Mas alerta que o setor econômico deve
reconhecer a gestão do meio ambiente como uma de suas mais altas prioridades.
Não é possível ter uma economia ou uma sociedade saudável num mundo com
tanta pobreza e degradação ambiental. O desenvolvimento econômico não pode
parar, mas precisa mudar de rumo para se tornar menos destrutivo.

As políticas e operações empresariais podem desempenhar um papel impor-


Comércio no centro Bacaxá, um dos tante na redução do impacto sobre o uso dos recursos e o meio ambiente por
principais bairros de Saquarema meio de processos de produção mais eficientes, estratégias preventivas, tec-
nologias e procedimentos mais limpos de produção ao longo do ciclo de vida
de um produto. É necessário estimular a inventividade, a competitividade
e as iniciativas voluntárias para estimular opções mais variadas e efetivas.

A competitividade também exige das indústrias e do comércio a adequação


a esta tendência, o que está propiciando o surgimento de produtos e serviços
ambientais que visam à diminuição dos danos ao meio ambiente.

A contribuição deste setor para o desenvolvimento sustentável pode aumentar


à medida que os preços de bens e serviços ref litam cada vez mais os custos
ambientais de seus insumos, produção, uso, reciclagem e eliminação, segundo
as condições de cada local.

Saquarema enfrenta falta de qualifi cação profi ssional específi ca para co-
mércio, indústria e serviços, e de estímulo e incentivo ao comércio formal.

Apesar da existência da Comissão de Emprego e Renda, do Clube de Diretores


Lojistas e outros, os participantes do Fórum Local defendem a atração de mais
indústrias de pequeno porte, que ajudariam a promover o desenvolvimento
local. Segundo eles, a indústria moveleira local não está adequada às normas
de desenvolvimento sustentável.

Há um Pólo Industrial de Sampaio Corrêa com várias indústrias se instalando,


inclusive uma de PVC.

Tabela 2: Projeções para a relação entre valor adicionado


e PIB a partir da instalação do Complexo Petroquímico

Valor Adicionado/PIB (2015)


Município Cenário conservador Cenário otimista
Saquarema 5,37% 10,74%
Rio de Janeiro 0,02% 0,05%
Fonte: Fundação Getulio Vargas (2008).

116
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Mecanismos para a promoção Comunicação
do comércio local 2. Divulgar a indústria moveleira por meio de eventos, mate-
rial gráfico e informações transmitidas pelos veículos de
Planejamento comunicação de massa.

1. Promover o retorno das atividades do Sebrae e Senac ao 3. Convidar os responsáveis pelo setor de comércio, indústria
município a fim de identificar os potenciais para negócios e serviços a participar de palestras e seminários sobre de-
e fortalecer o empreendedorismo. senvolvimento sustentável, a serem promovidos pelo Fórum
da Agenda 21 Local.
2. Elaborar um banco de dados sobre oferta e demanda de mão
de obra. Planejamento
Infraestrutura 4. Realizar eventos periódicos que fomentem as discussões
sobre o fortalecimento do setor industrial local.
3. Criar um polo expositivo nas indústrias do Comperj (feiras e
eventos que divulguem os produtos e serviços disponíveis). Gestão pública
Capacitação 5. Fomentar a implantação de leis de incentivos fiscais para
as indústrias que se estabelecerem no município.
4. Realizar cursos de capacitação em parceria com as empresas
que se instalarão no município.
Possíveis parceiros
• Seminário sobre futuros Empresas associadas ao Comperj . Firjan . Ministérios (Trabalho
e Emprego, Desenvolvimento Social) . Prominp . Rede Ceape .
impactos causados pela Sebrae . Secretaria Estadual do Trabalho e Renda . Secretarias
instalação do Comperj Municipais (Promoção Social, Desenvolvimento Econômico,
Indústria e Comércio) . Senac . Senai.
Comunicação
1. Realizar seminários com a par ticipação de especialistas Possíveis fontes de financiamento
que informem sobre os impactos causados pela instalação Banco do Brasil . BNDES . Caixa Econômica Federal . FAT .
do Comperj. Fenape . Ministérios (Trabalho e Emprego, Desenvolvimento
Social) . Planfor . Proger.
• Políticas municipais para a
geração de emprego e renda
na área da indústria
Capacitação
1. Realizar cursos de capacitação para promover a qualificação
da mão de obra local.

117
TURISMO
O turismo está entre as atividades econômicas que mais dependem da con-
servação e valorização do meio ambiente natural e construído, especialmente
para os destinos cujo destaque são os atrativos relacionados à cultura e às
belezas naturais. É considerado sustentável quando consegue alcançar os
resultados econômicos desejados respeitando o meio ambiente e o desenvol-
vimento das comunidades locais.

Os turistas, cada vez mais, favorecem empreendimentos que minimizam a


poluição, o desperdício, o uso de energia, de água e de produtos químicos
tóxicos. Visitantes satisfeitos, que levam consigo novos conhecimentos e
recomendam aos amigos que tenham a mesma experiência, são a garantia
de sucesso de um destino turístico.

Um ambiente saudável e preser vado, no qual há respeito pela diversidade


humana, natural e cultural é o ideal para a prática sustentável do turismo.
Se essas condições não são asseguradas, o destino começa a declinar e deixa
de gerar os benefícios a que se propõe.

O desenvolvimento do turismo sustentável deve respeitar a legislação vigen-


te, garantir os direitos das populações locais, conservar o ambiente natural
e sua biodiversidade, considerar o patrimônio cultural e os valores locais,
e estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos.

Negócios turísticos sustentáveis empregam e capacitam a população local,


compram produtos da região e usam serviços também locais. Cooperam com
a manutenção de hábitats naturais, sítios históricos e lugares que se destacam
Saquarema tem vocação para o turismo pela beleza da paisagem.
ecológico

Em Saquarema , o turismo ecológico é uma potencialidade a explorar,


pois o município possui um mosaico único – com praias, lagoas, rios, lagos e
montanhas –, vegetação abundante e Mata Atlântica, além de reunir condições
geográfi cas propícias à prática de todas as atividades ligadas ao ecoturismo
e ao turismo de aventura. No município há hotéis-fazenda, pesque-pague,
pousadas, rampa de voo livre, cachoeiras, lagos e montanhas que são uma
importante fonte de renda para os moradores do município.

Portanto, o município tem muita possibilidade de incrementar o turismo rural


e ecológico e, com a mudança de visão do poder público, pode incentivar o
desenvolvimento sustentável no setor , e também a produção de artesanato
e a agricultura familiar.

Entretanto, na visão do grupo, o turismo e sua cadeia produtiva não são


estimulados como uma alavanca para o desenvolvimento sustentável.

118
O município atrais diversos praticantes
de esportes ligados à natureza
O grupo entende que, para aproveitar todas as potencialidades – ecoturismo
nas montanhas, atividades de turismo ecológico rural (trilhas e cavalgada,
entre outros) e esportes ligados à natureza (náuticos, voo livre, surfe, vôlei de
praia e pesca esportiva) e eventos culturais e religiosos (Feira Cultural, Festa de
Nossa Senhora de Nazaré, entre outros) –, é preciso melhorar a infraestrutura
local, que não conta, por exemplo, com acesso planejado às áreas turísticas.

119
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estruturação do potencial turístico 3. Promover atividades esportivas em áreas de montanhas,
lagoas, praias e cachoeiras.
Capacitação Articulação
1. Capacitar e reciclar os profissionais de redes hoteleiras, 4. Realizar parcerias para apoiar a prática do voo livre e outras
gastronômica e comércio em geral, para melhor atendi- atividades esportivas.
mento ao turista.
2. Oferecer cursos de línguas estrangeiras aos profissionais
Gestão pública
do setor de turismo. 5. Estimular a exploração sustentável do ecoturismo, através
da divulgação das potencialidades locais.
3. Realizar cursos de capacitação voltados às áreas de higiene
pessoal e do ambiente de trabalho. 6. Apoiar o desenvolvimento do turismo local, gerando inter-
câmbio entre os municípios.
Fiscalização
7. Divulgar o calendário de atividades culturais do município.
4. Ampliar a fiscalização da Vigilância Sanitária.
5. Atualizar o cadastro de pousadas e hotéis existentes no
município, fiscalizando o cumprimento das normas.
• Fomento ao ecoturismo
e turismo radical
Infraestrutura
6. Criar escolas técnicas voltadas à promoção do turismo (ex.: Elaboração de programas e projetos
formação de guias turísticos, entre outros). 1. Elaborar projetos que evidenciem os ecossistemas locais
(restingas, manguezais e sambaquis, entre outros), permi-
Planejamento tindo aos turistas e moradores conhecer melhor a região.
7. Criar rotas turísticas, valorizando as potencialidades locais 2. Desenvolver programas e projetos que fortaleçam a voca-
(turismo religioso, artesanato e esportes, entre outros). ção turística.
8. Fomentar a participação da iniciativa privada para forta-
lecer a vocação turística local. Articulação
9. Promover os vários segmentos do turismo no município 3. Realizar parcerias para executar ações voltadas ao ecotu-
como uma alternativa para a geração de emprego e renda. rismo e a esportes radicais.

10. Contatar especialistas para desenvolver atividades turísti- Planejamento


cas sustentáveis. 4. Criar roteiros turísticos para as áreas de montanha.
Articulação 5. Incentivar as empresas que possam explorar o potencial
11. Realizar parcerias para a promoção de atividades relacio- turístico local de maneira sustentável.
nadas a esportes radicais, inclusive em áreas particulares. 6. Desenvolver mecanismos de remuneração para os jovens que
desenvolvam atividades ligadas ao turismo (Projeto Social
Comunicação de Geração de Renda).
12. Divulgar os atrativos turísticos que o município oferece.
Infraestrutura
• Desenvolvimento do turismo local 7. Assegurar a melhoria da infraestrutura de fiscalização em
áreas de montanha.
Planejamento 8. Fornecer infraestrutura adequada ao atendimento da de-
1. Identificar e divulgar as trilhas existentes no município. manda do turismo.

2. Promover a prática de esportes aquáticos nas lagoas de Ja- 9. Cr iar estr utura para promover o monitoramento do tu-
coné, Saquarema e Jacarepiá, desde que não causem danos r ismo local.
ao meio ambiente.

120
Capacitação Gestão pública
10. Realizar capacitação para planejar e executar atividades 2. Promover o turismo rural a partir da organização e análise
turísticas sustentáveis. do potencial local para estas atividades (área física, produ-
tores e parcerias).
Comunicação
11. Divulgar o patrimônio natural local, visando desenvolver Possíveis parceiros
práticas turísticas sustentáveis.
Assessoria de Comunicação Social . Comitê de Bacia Lagos
12. Informar a população sobre a importância de preservação das São João . Corpo de Bombeiros . Embratur . Guarda Municipal
áreas de serra e montanha, lagos, rios e mar do município. . Ibama . ICMBio . Inea . Ministérios (Trabalho e Emprego, Tu-
Gestão pública rismo) . Pmerj . Riotur . SEA . Sebrae . Secretarias Municipais
(Turismo, Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio,
13. Elaborar políticas públicas, em caráter participativo, para Cultura) . Veículos de comunicação locais.
fortalecer as atividades que contemplem as vocações turís-
ticas do município.
Possíveis fontes de financiamento
14. Elaborar políticas públicas voltadas ao fomento do ecotu-
rismo, como vem sendo realizado na Serra do Mato Grosso. BNDES . FAT . LDO . LOA . Prodetur.

• Desenvolvimento do turismo rural


Elaboração de projetos
1. Elaborar projetos sustentáveis, voltados ao turismo rural,
com o aproveitamento da mão de obra local, em parceria
com o poder público.

121
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
As atividades industriais, agroindustriais, hospitalares, de transportes, serviços
de saúde, comerciais e domiciliares produzem grandes volumes de resíduos sólidos
sob a forma de plásticos, metais, papéis, vidros, pneus, entulhos, lixo eletrônico,
substâncias químicas e alimentos. Para piorar este quadro, a maioria dos muni-
cípios não conta com mecanismos de gerenciamento integrado desses resíduos.

Substâncias químicas perigosas de origem orgânica, como os organoclorados,


ou inorgânica, como metais pesados (chumbo e mercúrio, entre outros), pro-
vocam doenças e não se degradam na natureza. Pilhas, baterias de telefones
celulares, lâmpadas de mercúrio e outros resíduos perigosos têm em sua
composição metais pesados, altamente tóxicos, não biodegradáveis e que se
tornam solúveis, penetrando no solo e contaminando as águas.

Já os resíduos infectantes gerados pelos serviços de saúde constituem risco


pelo potencial de transmissão de doenças infectocontagiosas, uma vez que
nem sempre são coletados, tratados, eliminados ou dispostos corretamente.
É urgente a diminuição, o gerenciamento, a reciclagem e a reutilização dos
resíduos gerados ao longo de todas as fases do processo econômico, consi-
derando que muitos deles podem ser reaproveitados, beneficiando a todos.

Em Saquarema , falta controle da utilização de substâncias tóxicas e conhe-


cimento informações sobre o manejo e os arranjos regionais para a criação de
um programa de recolhimento de embalagens de produtos e materiais tóxicos. O
grupo citou como exemplo a coleta e a destinação inadequadas do lixo hospitalar.

Classes dos resíduos Tabela 3: Relação entre origem e classes de resíduos e responsáveis por seu
descarte
1 – Perigosos – Apresentam riscos
à saúde pública e ao meio ambiente, Origem Possíveis Classes Responsável
exigindo tratamento e disposição es-
peciais; Domiciliar 2 Prefeitura
Comercial 2, 3 Prefeitura
2 – Não inertes – Não apresentam
periculosidade. (ex.: lixo doméstico); Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Público 2, 3 Prefeitura
3 – Inertes – Não contaminam a água,
não se degradam ou não se decom- Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo
põem quando dispostos no solo (se Portos, aeroportos e terminais 1, 2, 3 Gerador do resíduo
degradam muito lentamente). Muitos ferroviários
deles são recicláveis (ex.: entulhos de Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo
demolição, pedras e areias retirados
Entulho 3 Gerador do resíduo
de escavações).
Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/residuos/
classes_dos_residuos.html

122
Segundo eles, há pouca fi scalização das atividades poluentes dos postos de
gasolina e dos licenciamentos ambientais e uso indiscriminado de produtos
tóxicos, que podem gerar doenças e danos ambientais.

Outra queixa se refere à falta de planejamento emergencial e de gerenciamento


de possíveis riscos radioativos, embora o município conte com um sistema
de coleta e tratamento de resíduos radioativos feito pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (Cnen).

A preocupação do grupo se deve à difi culdade de resolução de problemas


emergenciais de impacto ambiental, por falta de infraestrutura e despreparo
dos órgãos responsáveis.

Sobre o escoamento dos resíduos, os participantes consideram que há pouca


fi scalização e capacitação dos motoristas de caminhões para o exercício da
profi ssão. Saquarema convive com o risco de possíveis acidentes na Rodovia
Amaral Peixoto, que serve o município.

Apesar das queixas, os participantes enumeram bons projetos no município,


como os pontos de coleta de baterias de celulares e os estudos de manejos
corretos, realizados pela Emater e Colônia Z-24, para a gestão dos resíduos
das atividades pesqueiras.

123
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estratégias para o descarte 3. Melhorar as vias de acesso, para o caso de escoamento emergencial.

de substâncias tóxicas Comunicação


4. Divulgar à população os planos de atendimento emergencial
Planejamento para resíduos perigosos.
1. Terceirizar os serviços de coleta de lixo hospitalar.
Fiscalização
Fiscalização 5. Fiscalizar as frotas de caminhões que transportam substân-
2. Fiscalizar e monitorar o destino dado ao lixo hospitalar cias perigosas nas principais vias de acesso do município.
no município.
3. Cumprir a legislação relacionada ao descarte de pilhas e baterias. • Concessão de licenciamento
Capacitação
ambiental aos empreendimentos
4. Promover programa de capacitação sobre o manuseio de instalados no município
resíduos tóxicos, incluindo os resíduos hospitalares.
Fiscalização
Comunicação 1. Cobrar maior rigor na fiscalização dos postos de gasolina
5. Informar a população sobre a importância do descarte de quanto ao cumprimento das normas em vigor.
pilhas e baterias em pontos específicos de coleta. 2. Monitorar os riscos de poluição marinha decorrente de even-
tual desastre ambiental na Bacia de Campos, entre outros.
• Controle de substâncias tóxicas
Comunicação • Adequação do manejo
1. Realizar palestras informativas e distribuir cartilhas aos
dos resíduos da pesca
produtores rurais, com o fim de sensibilizá-los.
Capacitação
2. Informar a população sobre os riscos causados pela mani-
1. Capacitar os funcionários das indústrias pesqueiras no ma-
pulação de produtos tóxicos.
nejo dos resíduos gerados pelo beneficiamento de pescado.
Fiscalização Planejamento
3. Fiscalizar a venda e utilização de produtos tóxicos.
2. Transformar os resíduos da pesca em adubo para a agricul-
Estudo técnico tura e ração para a pecuária.
4. Mapear a utilização de substâncias tóxicas no município,
de acordo com a legislação vigente. • Gerenciamento dos
resíduos radioativos
• Medidas a serem adotadas Planejamento
em casos de acidentes com
1. Definir estratégias que atendam aos possíveis riscos cau-
substâncias tóxicas e perigosas sados por produtos radioativos.

Planejamento Infraestrutura
1. Definir um plano de ação específico, com envolvimento 2. Criar um ponto de coleta de material radioativo, com desvio
integrado dos governos municipal, estadual e federal. e transporte para São Pedro D’Aldeia.

Infraestrutura Comunicação
2. Melhorar a infraestrutura dos órgãos competentes (equipa- 3. Desenvolver um plano de comunicação, educação e sensibi-
mentos e técnicos). lização sobre resíduos radioativos nas escolas.

124
Possíveis parceiros Possíveis fontes de financiamento
ANP . Anvisa . Cnen . Colônia de Pescadores Z-24 . Conselhos Ação Comunitária do Espírito Santo . Banco do Brasil . BNDES
Municipais (Saúde, Meio Ambiente) . Corpo de Bombeiros . De- . Cnen . CNPq . Comissão Européia . Empresas associadas ao
partamento de Polícia Rodoviária Federal . DER . DNIT . Emater Comperj . Faperj . Fecam . Finep . FNMA . LDO . LOA . Pibic .
. Embrapa . Empresas associadas ao Comperj . Fiocruz . Ibama Projeto Peispa.
. Inea . Marinha do Brasil . Ministérios (Meio Ambiente, Pesca
e Aqüicultura) . ONGs . Secretarias Estaduais (Saúde e Defesa
Civil, Ambiente) . Secretarias Municipais (Agricultura, Abas-
tecimento e Pesca, Meio Ambiente, Promoção Social, Educação,
Saúde) . Universidades . Veículos de comunicação locais.

125
5 Meios
de Implementação
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Segundo a Agenda 21, o desafio relacionado a este tema é utilizar o conhe-
cimento científico e tecnológico em busca de soluções inovadoras em prol
do desenvolvimento sustentável. E um dos papéis da ciência é oferecer in-
formações que permitam desenvolver políticas adequadas à gestão cautelosa
do meio ambiente e ao desenvolvimento da humanidade.

A ciência e a tecnologia devem colaborar para a adoção de técnicas de manejo


e uso adequado dos recursos ambientais, melhorando a qualidade de vida
das populações e permitindo sua participação na elaboração de estratégias
de desenvolvimento local.

A fim de alcançar esses objetivos são necessárias ações para melhorar, atua-
lizar e ampliar, ao longo do tempo e de forma permanente, as bases de dados
científicos existentes. Isto exige o fortalecimento das instituições de pes-
quisas, o estímulo aos cientistas e a ampliação das fontes de financiamento,
além de uma aproximação das instituições científicas e tecnológicas e dos
cientistas com a população.

Segundo a Unesco, o Brasil aplica aproximadamente 1,4% do PIB em ciência


e tecnologia, sendo que 1,02% do PIB são investimentos diretos em pesquisa e
desenvolvimento. Mas observa que o País enfrenta o desafio de fazer com que
os investimentos cheguem de forma mais homogênea à população e possam
efetivamente melhorar sua qualidade de vida.

Saquarema tem uma variedade de recursos naturais (mar, lagoa, rios


e montanhas) e há muito interesse científi co pela região, com projetos rela-
cionados aos sambaquis, à geografi a, à biodiversidade, entre outros. Mas os
participantes do Fórum ressaltaram que não há uma secretaria especial para
tratar da área de ciência e tecnologia, nem escolas técnicas – o que indica
a necessidade de mais investimentos. Segundo eles, há no Ciep Astrogildo
Pereira um projeto em parceria com o Museu Nacional/UFRJ para capacitar
jovens cientistas no ramo da arqueologia.

Falta um programa que estimule a cooperação entre Saquarema e a comunidade


científi co-tecnológica para promover o desenvolvimento sustentável, e de um
termo de compromisso que garanta a divulgação de informações obtidas em
estudos e pesquisas na região. A falta de divulgação desse tipo de informação
foi identificada como uma fragilidade, já que ocasiona a descontinuidade
das pesquisas. Não há no município um programa voltado ao fortalecimento
científi co do manejo sustentável.

A mão de obra disponível na agricultura, na pesca sustentável e no turismo


foi identificada como um potencial.

128
O município não possui e não apoia programas de transferência de tecnologia
voltados ao desenvolvimento sustentável (principalmente na questão do lixo) Biotecnologia – Aplicação tecno-
e há poucos incentivos para capacitação e orientação de pequenos empreen- lógica que usa organismos vivos
ou seus derivados para fabricar ou
dimentos que utilizem bases científi co-tecnológicas adequadas.
modif icar produtos ou processos.
O grupo defende a criação de um espaço público para a inclusão digital. Especialmente utilizada na agri-
cultura, nas ciências dos alimentos
e na medicina.

129
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão integrada de capacitação Articulação
e formação profissional 2. Promover o intercâmbio com outros municípios e insti-
tuições de pesquisa para a transferência de tecnologias
Infraestrutura alternativas e ambientalmente viáveis.

1. Criar um centro de estudos e pesquisas sobre a biodiversi- 3. Criar parcerias com universidades, ONGs e empresas para
dade do ambiente aquático e desenvolvimento do cultivo desenvolver novos estudos e pesquisas nas diferentes linhas
de peixes e crustáceos. de atuação.

Planejamento Planejamento
2. Revitalizar o projeto de inclusão digital e estendê-lo a todos 4. Pesquisar novas tecnologias, que não agridam o meio ambiente.
os distritos. Comunicação
Articulação 5. Divulgar a aplicação de tecnologias alternativas em todo o
3. Realizar parcerias com instituições de ensino para imple- município.
mentação e financiamento de pesquisas científicas e tecno- 6. Solicitar às universidades que atuam no município (UFF,
lógicas nos setores pesqueiro, oceanográfico, agropecuário, UFRJ, UFRRJ, Fiocruz, UVA, entre outras) que forneçam os
turístico e ambiental. resultados das pesquisas realizadas.

Infraestrutura
• Implementação de 7. Instalar um campus avançado na área de tecnologias sus-
biotecnologia no município tentáveis, com a participação de universidades.

Estudo técnico Capacitação


1. Promover estudos iniciais para introduzir a biotecnologia 8. Promover a capacitação para absor ver conhecimentos em
no município. bases científ ico-tecnológicas adequadas ao desenvolvi-
mento sustentável.
Elaboração de projetos e programas
2. Desenvolver programas e projetos voltados ao desenvolvi- Possíveis parceiros
mento de tecnologias ambientalmente saudáveis.
Associações de Moradores . Cefet . Câmara Municipal . Conselho
Articulação Gestor da APA Massambaba . Cooperativas . Coppe . Emater .
3. Realizar parcerias institucionais para implementar a bio- Embrapa . Empresas associadas ao Comperj . Faetec . Fiocruz .
tecnologia no município. Fundação Cide . IBGE . Inea . Ministérios (Ciência e Tecnologia,
Educação, Meio Ambiente) . MP . ONGs . Prefeitura Municipal
4. Realizar parcer ias com universidades para desenvolver . Secretarias Estaduais (Ciência e Tecnologia, Ambiente, Edu-
estudos e pesquisas. cação) . Secretarias Municipais (Meio Ambiente, Educação) .
Comunicação Sindicatos . Universidades.

5. Disseminar informações sobre biotecnologia ambientalmen-


te saudável.
Possíveis fontes de financiamento
Caixa Econômica Federal . CNPq . Finep . Faperj . FNM A .
• Programa de tecnologias alternativas MCT . Pibic.

Gestão pública
1. Criar uma Secretaria de Ciência e Tecnologia no município.

130
RECURSOS FINANCEIROS
O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 Global exige um f luxo substancial
de recursos financeiros, sobretudo para os países em desenvolvimento, que
ainda necessitam resolver questões estruturais para que sejam construídas
as bases de um desenvolvimento sustentável.

No plano local, o fortalecimento da capacidade das instituições para a im-


plementação da Agenda 21 também exige financiamento, e um dos principais
desafios enfrentados nesse processo é a identificação de mecanismos para
obter recursos financeiros que viabilizem a execução dos Planos Locais de
Desenvolvimento Sustentável.

A busca de fi nanciamento deve não só considerar os recursos conhecidos como


também buscar novas fontes, ampliando e diversificando as alternativas exis-
tentes para os diferentes processos e localidades. Essa tarefa demanda competên-
cias e capacidade técnica para quantificar de forma adequada as necessidades,
planejar e desenvolver projetos que permitam a captação, além de monitorar
e controlar a aplicação dos recursos e o andamento das ações contempladas.

Nesse sentido, destaca-se a importância de processos de capacitação e forma-


ção de quadros locais que possam desenvolver de forma adequada os projetos
e atuar de forma transparente na utilização dos recursos disponibilizados.
Já para o monitoramento e controle, é importante implementar mecanismos
eficientes e criar estratégias que promovam a transparência na prestação de
contas à sociedade.

A participação da sociedade deve permear todo o processo, desde a escolha


da destinação dos recursos obtidos, visando à eficácia de sua aplicação, até
seu acompanhamento ao longo da utilização.

Saquarema conta com fundos públicos e privados que patrocinam projetos


de fortalecimento e desenvolvimento da Agenda 21 Local (ex.: FNMA, PDA,
Petrobras Ambiental), mas a população desconhece as fontes e os mecanis-
mos de financiamento, como no caso do Comitê de Bacias Lago São João e do
Subcomitê da Bacia da Lagoa de Saquarema.

Segundo os participantes, não há um Fundo Municipal da Agenda 21 para


financiamento de ações , nem mecanismos que direcionem parte dos recursos
oriundos da atividade turística para projetos de desenvolvimento sustentável.
Diante deste quadro, sugeriram que o Fórum da Agenda 21 Local contribua
para a articulação de parcerias (governos, Sistema S e demais iniciativas
privadas). Na avaliação do grupo, a sociedade tem interesse em conhecer os
mecanismos e as fontes de financiamento para o desenvolvimento da Agenda
21 e há ONGs no município que podem contribuir neste sentido.

131
Eles afi rmaram haver pessoas que não acreditam que a Agenda 21 seja efetiva-
mente implantada na cidade e creditam isso à falta de informação sobre as po-
líticas e projetos municipais voltados ao meio ambiente e ao desenvolvimento.
ICMS-Verde – A legislação tradi-
Sobre transferência de tecnologia, dizem que não há recursos para as áreas
cional do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Ser viços (ICMS) de artesanato, cultivo agrícola e reciclagem de lixo e de outros materiais.
prevê que 25% dos recursos arre-
O desconhecimento dos mecanismos de cooperação (nacional e internacional)
cadados pelo governo estadual do
no município e a indisponibilidade de informação sobre as possibilidades
Rio de Janeiro sejam repassados
de organização e utilização de mecanismos jurídicos internacionais foram
às prefeituras, segundo cr itér ios
como número de habitantes e área
identificados como entraves.
ter r itor ia l. Com a aprovação da
Apontaram ainda a falta de divulgação e discussão sobre padrões interna-
Lei do ICMS-Verde, o componente
cionais como riscos para a sustentabilidade local, que podem ser agravados
ecológico foi incor porado a essa
com a futura instalação de empresas nacionais e internacionais sem respon-
distribuição, tornando-se um dos
sabilidade socioambiental.
seis índices estabelecidos para o
cálculo do imposto. Dependendo do Citaram a ausência de um centro de intercâmbio que promova a capacitação da
tipo de política que adotar em favor
mão de obra local e a falta de intercâmbio entre organizações governamentais,
do meio ambiente, o município terá
não governamentais e empresariais voltadas ao comércio do crédito de carbono
direito a maior repasse do imposto.
como questões a superar para que o município alcance a sustentabilidade.
O índice de repasse do ICMS-Verde
é composto da seguinte forma: 45% O ICMS Ecológico pode ser uma boa fonte de recursos para ações no âmbito
para áreas conservadas (Unidades
da gestão ambiental sustentável, já que a estimativa de distribuição para
de Conservação, reservas particu-
Saquarema em 2010 é de R$ 453.259,00 assim distribuídos: tratamento de
lares e áreas de proteção perma-
esgoto (R$ 318.607,00) e Unidades de Conser vação (R$ 134.651,00)5 . Estes
nentes); 30 % pa ra qua lidade da
recursos podem ser ampliados com a instalação do aterro sanitário.
água; e 25% para a administração
dos resíduos sólidos. As prefeituras No âmbito municipal, as receitas totais somaram R$ 101,70 milhões em 2008,
que criarem suas próprias Unidades
enquanto que as despesas totais foram de R$ 102,28 milhões, constituindo
de Conservação terão direito a 20%
um aumento de 129% em receita entre 2003 e 2008, e um aumento de 105%
dos 45% destinados à manutenção
em despesas no mesmo período. A tabela a seguir traz alguns dos indicadores
de á r ea s proteg ida s. Os í nd ice s
para a premiação dos municípios
do TCE para 2008 em Saquarema.
são elaborados pela Fundação Cide.
(Fonte: Centro de Informações de
Dados do Rio de Janeiro)

5 Fonte: Secretaria de Estado do Ambiente – SEA – Link ICMS Ecológico – Tabela


Estimativa de Distribuição de ICMS Ecológico em 2010 (total: R$ 73 milhões).

132
Tabela 4: Descrição dos índices econômicos
no município de Saquarema

Índice Nomenclatura Fórmula Valor Descrição Série Histórica


1 Indicador receita realizada/despesa 0,9943 Há R$ 99,43 para cada R$ 100 Ver Gráfico 7
de equilíbrio executada executados.
orçamentário Superávit execução
2 Indicador do despesas de custeio/ 0,84 De toda a receita corrente, 84% Ver Gráfico 8
comprometimento receitas correntes está comprometida com o custeio
da receita corrente do funcionamento da máquina
com a máquina administrativa
administrativa
3 Autonomia receita tributária própria/ 0,273 Apenas 27,3% de toda a receita do Ver Gráfico 9
financeira despesas de custeio município é proveniente do próprio.

4 Esforço tributário transferencias correntes 0,551 Do total de receitas do município, 55,1% Ver Gráfico 10
próprio e de capital/receita vêm de transferências
realizada
5 Carga tributária per receita tributária 371,54 Ao longo do período (2008), cada Ver Gráfico 11
capita própria+cobrança dívida habitante contribuiu em média com R$
ativa/população 371,54 para o Fisco municipal
6 Investimentos per investimentos/população 262,02 Cada habitante recebeu da Ver Gráfico 12
capita do município administração pública, R$ 262,02 em
forma de investimentos
7 Grau de investimento investimentos/receita total 17,48% Os investimentos públicos representam Ver Gráfico 13
17,48% da receita total do município
8 Liquidez corrente Ativo financeiro/ Passivo 1,19 Para cada parte devida, existe 1,19 Ver Gráfico 14
financeiro vezes mais receita para pagar.
Fonte: TCE, Estudo Socioeconômico do Município de Saquarema 2009

Gráfico 7: Indicador de Gráfico 8: Despesas de custeio


equilíbrio orçamentário

2
2

1,0195 1,0335 1,0250 0,9981 0,9943 1,03


0,8871 0,93 0,91
1 0,90 0,90 0,84
1

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 0
2003 2004 2005 2006 2007 2008

133
Gráfico 9: Autonomia fi nanceira Gráfico 12: Investimentos per capita

0,3 0,267 0,273 262,02


0,256 280

0,203
0,197
0,174 210
0,2
134,47
140 113,60
91,27 86,22
0,1 140,44

70

0,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 0
2003 2004 2005 2006 2007 2008

Gráfico 10: Esforço tributário próprio Gráfico 13: Grau de investimento

0,551 %
0,6
25

0,394 20 17,48%
0,4 0,337
0,311 0,312 13,63%
15 11,72% 12,18%
9,72% 10,17%

0,2 10

5
0,0015
0,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 0
2003 2004 2005 2006 2007 2008

Gráfico 11: Carga tributária per capita Gráfico 14: Liquidez corrente

360,15 371,54 3
400 2,47
289,98
300
2
192,65
165,28 1,24 1,19
200 160,40
1,00
1 0,72

100 0,35

0 0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

134
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estímulo à mudança da 2. Promover uma feira de negócios com foco em inovação
tecnológica e gestão pública participativa.
cultura política
Articulação
Planejamento 3. Identificar eventuais parceiros institucionais internacionais.
1. Fortalecer a participação popular no acompanhamento e 4. Buscar o apoio do empresariado local para a apresentação
alocação dos recursos da prefeitura. de propostas que promovam a sustentabilidade ambiental.
Articulação 5. Buscar intercâmbio com países que apresentem desenvol-
vimento sustentável.
2. Conv idar os f uncionár ios da prefeit ura e especialistas
pa r a pa r t icipa r das reu n iões do Fór u m da Agenda 21 6. Promover cooperação técnica com outras cidades, para
Local, com o intuito de promover sinergias e parcer ias conferir maior visibilidade às ações locais.
para otimizar resultados.
Capacitação
Gestão pública 7. Promover treinamento em cooperação internacional para
3. Criar um fundo municipal para dar apoio f inanceiro ao os técnicos.
fortalecimento da Agenda 21 Local. 8. Realizar capacitação para desenvolver a aplicabilidade
dos mecanismos e instr umentos jurídicos internacionais
• Incentivo à captação de recursos no município.

Capacitação Possíveis parceiros


1. Realizar cursos de capacitação para desenvolver projetos e Câmara Municipal . Consulados . Empresas associadas ao
captar recursos junto às instituições financiadoras. Comperj . FGV . ONGs . Prefeitura Municipal . Secretarias
Planejamento Municipais (Administração, Fazenda) . TCE . TCU.

2. Captar recursos estaduais para o município mediante fo-


mento de arranjos regionais.
Possíveis fontes de financiamento
BVS&A . Caixa Econômica Federal . Comissão Européia . Finep
Elaboração de programa . FNMA . LDO . LOA.
3. Elaborar programa de captação de recursos, estabelecendo
metas e cronogramas.

• Estímulo a parcerias
intermunicipais e internacionais
Planejamento
1. Captar recursos de empresas privadas e de capital misto
para o patrocínio de projetos realizados por ONGs.

135
MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A participação, essencial em um processo de Agenda 21 Local, tem a função
de aproximar o cidadão da gestão e das políticas públicas. Dessa maneira,
ele conquista espaço, garante a elaboração de um planejamento que ref lita
as necessidades locais e acompanha sua implantação.

A mobilização social é parte importante do processo de fomento à participa-


ção. Ela acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para
um bem comum. Fazer parte de um processo de mobilização é uma escolha
que depende das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de
transformar sua realidade.

O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e


disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam
participar efetivamente dos processos decisórios e inf luenciar as políticas
locais, os cidadãos devem estar bem informados sobre os problemas, opor-
tunidades e potenciais da região.

Embora haja uma quantidade considerável de dados produzidos, é preciso


sistematizá-los e atualizá-los para que se transformem em informação útil
para as populações e que sua divulgação seja ampla e democrática entre os
diferentes segmentos sociais.

O desafio é promover formas de organizar, disponibilizar e divulgar as in-


formações de modo integrado, coerente e acessível a todos, para que elas se
tornem ferramentas eficazes de participação social.

O grupo de Saquarema percebe a população receptiva à política am-


biental. No entanto, informou que o município não estimula a mobilização e
a participação da sociedade na tomada de decisões – por meio de Conselhos,
plebiscitos, audiências públicas, fóruns, seminários – e identificou a falta
de divulgação, integração e alcance dos projetos existentes como um entrave
à participação social.

Enfatizaram que datas comemorativas, como Dia da Água (22 de março),


Dia do Meio Ambiente (5 de junho), Dia Estadual da Limpeza dos Rios (20 de
janeiro), Dia da Árvore (19 de agosto) e Dia de Nossa Senhora de Nazaré (8 de
setembro), são potenciais oportunidades de envolvimento da população, bem
como o emprego de canais de comunicação – TV regional, jornais e rádio.

Reconhecem a existência de iniciativas de instituições e grupos que promo-


vem a cooperação e o fortalecimento institucional (ex.: Agenda 21, Colônia
de Pesca, Coletivo Jovem, Associação de Surfe de Saquarema, Confederação
Brasileira de Vôlei) como uma potencialidade local e atestam a abertura da
comunidade para a conscientização.

136
I Seminário sobre Resíduos Sólidos realizado em Saquarema por iniciativa do
Fórum da Agenda 21

Porém, preocupam-se com a falta de gerenciamento e socialização das informa-


ções sobre meio ambiente e desenvolvimento (o município não tem capacidade
para coleta e aferição de dados). E ainda identificam a necessidade de informar
e conscientizar a população sobre o meio ambiente, bem como de estabelecer
canais de comunicação entre o poder público e a população para que as pes-
soas saibam a quem recorrer em caso de ocorrência de problemas ambientais.

Reconheceram, ainda, que no processo inicial houve dificuldades na divulga-


ção da organização do Fórum da Agenda 21 em Saquarema. Outro problema
é a inexistência de divulgação adequada do calendário de reuniões ordinárias
do Subcomitê da Bacia da Lagoa de Saquarema e do Comitê da Bacia Lagos
São João, assim como de informações transparentes sobre a utilização de
recursos advindos da outorga de uso da água.

O grupo se preocupa com o desafi o de divulgar os resultados e atividades do


Fórum da Agenda 21 para toda a população da cidade.

O Fórum da Agenda 21 de Saquarema realizou em novembro de 2010 o I


Seminário sobre Resíduos Sólidos no município, ao qual compareceram cerca
de 100 pessoas. Autoridades locais, especialistas e professores envolvidos
com o processo de educação ambiental debateram questões ligadas à gestão
dos resíduos sólidos para esclarecer a população sobre a construção de um
aterro sanitário no município.

137
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Monitoramento do estado do meio 4. Elaborar um calendário anual de eventos ambientais.

ambiente e da realidade local Articulação


5. Criar parcerias para viabilizar a coleta de dados e informa-
Articulação ções municipais.
1. Promover parcer ias com o Ministér io Público e outras
instituições para verificar o monitoramento da qualidade
ambiental do município.
• Estratégia de divulgação
no município
Fiscalização
Comunicação
2. Aumentar os recursos humanos e materiais necessários à
fiscalização ambiental. 1. Criar um portal de informações com divulgação turística e
um balcão de atendimento na Rodovia Amaral Peixoto.
Planejamento
2. Disseminar a existência do site do projeto, para a comuni-
3. Estabelecer parâmetros para identificar os estágios de degra- cação entre os diferentes setores.
dação ambiental, monitorando periodicamente o município.
3. Criar postos de ouvidoria pública para manter uma interface
Comunicação com a população.
4. Elaborar relatórios parciais para divulgar os resultados do 4. Promover mais encontros como o processo da Agenda 21
monitoramento. entre diferentes setores.
5. Divulgar as ações do Ministério Público no município. 5. Promover a participação comunitária em processos de pla-
nejamento e gestão pública.
6. Distribuir os relatórios técnicos com os resultados do mo-
nitoramento da qualidade ambiental da região.
Possíveis parceiros
• Disseminação de informações Câmara Municipal . Conselhos Municipais . Fundação Cide .
Fundação Mudes . IBGE . Ministérios (Turismo, Meio Ambiente,
sobre desenvolvimento sustentável Agricultura, Pecuária e Abastecimento) . MP . ONGs . Prefei-
tura Municipal . Secretarias Estaduais (Educação, Cultura,
Planejamento Ambiente) . Secretarias Municipais (Meio Ambiente, Turismo,
1. Realizar um levantamento das informações e dados priori- Educação, Cultura, Agricultura, Abastecimento e Pesca) . Tu-
tários a serem coletados. risrio . Veículos de comunicação locais.
2. Identificar os profissionais a serem treinados para obter
informações e dados necessários à gestão pública. Possíveis fontes de financiamento
3. Promover a cultura de preservação ambiental através do apoio Faperj . Fecam . FNMA . LDO . LOA.
da mídia local (emissoras de rádio e jornais, entre outros).

138
GESTÃO AMBIENTAL
Nos últimos anos, os municípios brasileiros vêm assumindo um papel cada vez
A gestão envolve:


mais efetivo na gestão das políticas públicas, dentre elas a política ambiental.
Desde 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) define o papel Escolha inteligente dos serviços
do poder local dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente. A Constituição públicos oferecidos à comunidade;
Federal de 1988, por sua vez, transformou o município em ente autônomo da
federação e lhe facultou o poder de legislar suplementarmente sobre a política
ambiental, em especial sobre questões de interesse local.
– Edição de leis e normas claras,
simples e abrangentes de defesa
ambiental local;

Gestão é o ato de administrar, ou seja, usar um conjunto de princípios, nor-


mas e funções para obter os resultados desejados. A gestão ambiental de um
território deve cuidar para que este não se deteriore, conservando as carac-
– Aplicação das leis, penalizando
quem causa algum tipo de dano
ambiental;
terísticas que se deseja e aprimorando aquelas que necessitam de melhoria.
Para isto, é preciso conscientizar e capacitar administradores e funcionários
para que possam desempenhar seu papel, suas responsabilidades e atribuições.
–– Formação de consciência ambiental;

Geração de informações que deem


suporte às decisões;
Uma gestão participativa, como pede a Agenda 21, entende que poder local
não é apenas a Prefeitura, mas o conjunto de poderes instituídos, a sociedade
civil organizada, outras esferas sociais, o poder público estadual e federal e
–Democratização das instituições,
para que permitam e estimulem a
participação de cidadãos e cidadãs;
as relações que estabelecem entre si. Uma boa gestão ambiental depende do
bom funcionamento deste conjunto e tem como atribuições cuidar das áreas –Planejamento do desenvolvimento
sustentável local;
importantes para o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos.
–Implementação das políticas ne-
cessárias para realizá-lo.
Fonte: Programa Nacional de
O grupo manifestou preocupação quanto ao atendimento defi ciente
Capacitação – volume 1 – MMA.
de alguns órgãos responsáveis pelo meio ambiente, que agem sem planeja-
mento e sem fi scalização adequada e efi ciente, prejudicando as Unidades de
Conservação do município.

Consideraram como ameaças à gestão ambiental sustentável: falta de equi-


pamentos e informações científi cas adequados à proteção integral do meio
ambiente; falta de um Centro de Informações Ambientais no município; ausên-
cia de integração entre os órgãos de fi scalização; e falta de responsabilidade
ambiental por parte de empresários, veranistas, turistas e moradores.

Afirmaram que a organização social existente no município procura criar, ain-


da que com pouco apoio, espaços onde as informações sejam disponibilizadas
à população, ocorrendo discussões sobre a realidade e o futuro de Saquarema.

Foi lamentado que as questões ambientais, na maioria das vezes, não são
consideradas nos processos de tomada de decisões, diferentemente das ques-
tões econômicas, e que faltam políticas públicas que promovam a integração
entre meio ambiente e desenvolvimento (comprometimento do poder público,
qualifi cação dos servidores, distribuição correta dos recursos públicos).

Sinalizaram também a falta de um Plano de Desenvolvimento Sustentável Municipal.

139
Reconheceram a necessidade de instrumentos de planejamento ambiental,
como o levantamento de áreas degradadas e a definição clara sobre os limites
municipais, já que há confl ito dos moradores em relação aos limites entre Sa-
quarema, Maricá, Rio Bonito e Araruama, apesar dos marcos feitos pelo IBGE.

Informaram a existência de ONGs e associações que poderiam participar das


ações ligadas à gestão ambiental, como no planejamento citado acima.

Os participantes conhecem várias Unidades de Conservação ambiental, como:


Áreas de Preservação Permanentes (APPs), a Área de Preservação Ambiental
(APA) de Massambaba, a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Formi-
gueiro do Litoral, em Jaconé, que preservam grande diversidade biológica (fauna
e flora), e sabem da existência de recursos naturais inexplorados.

Embora algumas Unidades de Conservação municipais estejam sendo criadas,


os participantes do Fórum se mostraram preocupados com o cumprimento de
seus planos de manejo.

Informaram que o processo de construção da Agenda 21 está iniciado no que se


refere ao parâmetro institucional, ou seja a aprovação da Lei Municipal 904, de
14/12/2007. E acrescentaram que havia uma inadequação da legislação quanto
à paridade da composição do Fórum municipal (que não contemplava a repre-
sentação do setor comunitário), que foi superada através da Lei Municipal 985,
de 24/04/2009, que define a paridade entre os setores participantes do Fórum.

Apontaram a necessidade de capacitação de recursos humanos em processos


de cooperação nacional e internacional, principalmente com cooperação
técnico-científi ca, visando obter créditos de carbono, e consideraram a exis-
tência de potencial humano que se beneficiaria com a capacitação na área de
cooperação internacional (setor público, privado e ONGs).

Avaliaram que a ausência de programas específi cos para o conhecimento de


mecanismos que estabeleçam arranjos institucionais internacionais prejudica o
desenvolvimento de ações locais de sustentabilidade. Devido a este desconhe-
cimento, o município realiza poucos contatos com entidades internacionais,
nos âmbitos tanto esportivo, quanto ecológico e social.

Apontaram a existência do Fundo Municipal de Meio Ambiente e do Conselho


Municipal de Meio Ambiente. Contudo, a população indica que este último
não está em funcionamento.

Citaram como ameaças ao desenvolvimento local sustentável: o desconheci-


mento sobre a integração de redes/sistemas abertos de informação voltados à
transferência de tecnologias ambientalmente saudáveis; a falta de integração
entre os órgãos de fomento (nos âmbitos municipal, estadual e federal); e a
falta de integração entre as secretarias e as instituições de ensino para a
divulgação de informações sobre os recursos naturais.

140
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Projeto Casa Verde 2. Assegurar o comprometimento dos órgãos públicos em re-
lação à Agenda 21 Local, para gerar capacidade de análise
crítica das situações estratégicas que envolvam o município.
Planejamento
3. Continuar envolvendo o procurador e os vereadores para
1. Criar um centro de referência sobre práticas ambientais em
que defendam a Agenda 21 Local.
parceria com instituições especializadas.
2. Fortalecer as instituições municipais, dando apoio à sua Capacitação
organização, legalização e fortalecimento institucional e à 4. Nivelar os conhecimentos sobre cooperação internacional,
profissionalização de seu corpo técnico. permitindo o desenvolvimento de capacidades organizacio-
3. Resgatar dados e informações relevantes sobre o meio am- nal, humana, tecnológica e financeira locais.
biente local. 5. Capacitar periodicamente a equipe de técnicos da Secretaria
4. Sistematizar e documentar as informações ambientais e as Municipal de Meio Ambiente.
práticas sustentáveis desenvolvidas no município. 6. Formar multiplicadores a partir de projetos voltados à ca-
pacitação técnica da equipe de meio ambiente, educadores
Comunicação
e outros interessados no município.
5. Criar campanhas de sensibilização, ressaltando a importân-
7. Capacitar especialistas em direito internacional no município.
cia da preser vação e conser vação ambiental das riquezas
naturais do município.
• Fortalecimento da Secretaria
• Elaboração de uma política e do Conselho Municipal
ambiental eficiente de Meio Ambiente
Gestão pública Infraestrutura
1. Cumprir o Plano Diretor Participativo, que deverá ser pu- 1. Melhorar a infraestrutura para operacionalização da Se-
blicado e divulgado. cretaria Municipal de Meio Ambiente (veículos, impressora,
2. Rever e adequar os limites geográficos do município com cartucho, computador etc.).
Maricá, Rio Bonito e Araruama.
Articulação
3. Implementar o Parque da Cidade de Saquarema, em Vilatur.
2. Realizar parcerias com órgãos ambientais regionais, esta-
4. Cr iar um cor redor ecológico que interligue os distr itos duais e federais.
do município.
Gestão pública
Planejamento 3. Viabilizar, através da Lei Orçamentária, a concretização de
5. Formar comissões para participar da revisão da Lei Orgânica ações de preservação e conservação ambiental.
do Município, com vistas a melhorias das políticas públicas.
4. Viabilizar a dotação orçamentária e a liberação dos recursos
Elaboração de programas e projetos para esta Secretaria.

6. Elaborar programas e projetos, visando ao desenvolvimento 5. Compor o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio
de políticas públicas ambientais no município. Ambiente com prof issionais atuantes na área ambiental
(engenheiro f lorestal, agrônomo, geólogo, técnicos).

• Fortalecimento da Agenda 6. Integrar as políticas de meio ambiente, agricultura e pesca


do município.
21 no município 7. Criar o Código Ambiental para promover uma política de
Articulação pagamento de serviços ambientais no município, entre ou-
tras atividades.
1. A r ticular e reunir per iodicamente todas as Secretar ias
Municipais para promover ações integradas.

141
Comunicação Possíveis fontes de financiamento
8. Div ulgar o uso dos recursos f inanceiros (planejamento BVS&A . Empresas associadas ao Comperj . Fecam . Finep .
e aplicação). FNMA . LDO . LOA.
9. Divulgar quem integra o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Possíveis parceiros
Câmara Municipal . Empresas associadas ao Comperj . MP .
Prefeitura Municipal . Veículos de comunicação locais.

142
GLOSSÁRIO / SIGLAS

Abav – Associação Brasileira de Agências de Viagens CIID – Centro Internacional de Investigações para o
Desenvolvimento
Abes – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental CIIE – Centro de Integração Empresa Escola

Abrae – Associação Brasileira de Assistência ao CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear


Excepcional
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento
Abratur – Associação Brasileira de Turismo Rural Científico e Tecnológico

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres Coapi-Rio – Cooperativa de Apicultores do RJ

Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais COB – Comitê Olímpico Brasileiro

Apherj – Associação dos Produtores Codin – Coordenadoria da Defesa dos Interesses Difusos
Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro e Coletivos

Asdi – Agência de Cooperação Internacional para o Commads – Conselho Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Desenvolvimento Sustentável

Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Conade – Conselho Nacional das Pessoas com
Desenvolvimento Deficiência

BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico Social Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente

BVS&A – Bolsa de Valores Sociais e Ambientais Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-
Graduação e Pesquisa de Engenharia
Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior COREN – Conselho Regional de Enfermagem

CBB – Confederação Brasileira de Basquete Crea – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e


Agronomia
Cbratur – Congresso Brasileiro da Atividade Turística
CRM – Conselho Regional de Medicina
CBV – Confederação Brasileira de Voleibol
CRT – Concessionária Rio-Teresópolis
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas
CT-Energ – Fundo Setorial de Energia
Cedae – Companhia Estadual de Água e Esgoto
CT-Hidro – Fundo Setorial de Recursos Hídricos
Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso
Suckow da Fonseca CT-Infra – Fundo Setorial de Infraestrutura

Cenpes – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento CT-Transporte – Fundo Setorial de Transportes


Leopoldo Américo Miguez de Mello Terrestres

DER – Departamento de Estradas de Rodagem

143
Detran – Departamento de Trânsito do Estado do Rio de FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Janeiro Educação

Detro – Departamento de Transportes Rodoviários FNMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente

Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Frida – Fundo Regional para a Inovação Digital na
Estudos Socioeconômicos América Latina e Caribe

Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Funama – Fundação Nacional do Meio Ambiente


Transportes
Funbio – Fundo Brasileiro para Biodiversidade
DNOS – Departamento Nacional de Obras de
Fundescab – Fundo de Desenvolvimento
Saneamento
IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil
Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Faetec – Fundação de Apoio à Escola Técnica do Rio de ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da
Janeiro Biodiversidade
Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Idec – Instituto de Defesa do Consumidor
Rio de Janeiro
Ieca – Instituto de Estudos Científicos Ambientais
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Febracoop – Federação das Cooperativas de Trabalho do Agrária
Rio de Janeiro
Inea – Instituto Estadual do Ambiente
Fecam – Fundo Estadual de Conservação Ambiental e
Desenvolvimento Urbano Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

Fenape – Federação Nacional de Apoio aos Pequenos Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Empreendimentos Nacional

Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes de ISP – Instituto de Segurança Pública


Passageiros do Estado do Rio de Janeiro
Iterj – Instituto de Terras e Cartografia do Estado do
FGV – Fundação Getulio Vargas Rio de Janeiro

Finep – Financiadora de Estudos e Projetos MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

Fiperj – Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio MEC – Ministério da Educação e Cultura
de Janeiro
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável
Janeiro
Parnaso – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

144
PDA – Programa de Desenvolvimento Ambiental TurisRio – Companhia de Turismo do Estado do Rio de
Janeiro
Pesagro – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
do Rio de Janeiro Uenf – Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Cientifica Uerj – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Planfor – Plano Nacional de Qualificação do UFF – Universidade Federal Fluminense


Trabalhador
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Procon – Programa de Orientação e Proteção ao
UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Consumidor
Unesco – Organização das Nações Unidas para a
Prodetur – Programa de Desenvolvimento do Turismo
Educação, a Ciência e a Cultura
Prominp – Programa de Mobilização da Indústria
Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância
Nacional de Petróleo e Gás Natural
UniRio – Universidade Federal do Estado do Rio de
Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da
Janeiro
Agricultura Familiar
Unisol – União e Solidariedade das Cooperativas
Pronasci – Programa Nacional de Segurança Pública
Empreendimentos de Economia Social do Brasil
com Cidadania
WWF – World Wildlife Fund for Nature
Rebal – Rede Brasileira de Agendas 21 Locais

Rits – Rede de Informação do Terceiro Setor

Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto

SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Sesc – Serviço Social do Comércio

Sesi – Serviço Social da Indústria

Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil

Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos


Animais

SUS – Sistema Único de Saúde

145
PARTICIPANTES

Primeiro Setor Emília Perdonati - Secretaria Municipal de Saúde


Primeiro Setor Erasmo G. R. Bussinger - Inea
Aldemir Pacheco - Câmara Municipal Fabiano da S. Oliveira - Secretaria Municipal de
Administração, Receita e Tributação
Alexandre Santos - Prefeitura Municipal de
Saquarema Fabíola Nora Cortines Ferreira - Escola Municipal
Ismênia de Barros Barroso
Aluízio Antônio de Souza - Inea
Franciene Melo - Prefeitura Municipal de
Ana A. Alves Quintanilha - Prefeitura Municipal de
Saquarema
Saquarema
Francisco José Amorim - Secretaria Municipal de
Ana Paula P. G. Fortunato - Secretaria Municipal de
Governo
Educação
Gelciléia Alves Marins - Secretaria Municipal de
Antonio F. Alves Neto - Prefeitura Municipal de
Educação
Saquarema
Gervasio F. de Oliveira - Secretaria Municipal de
Bruno Pedrosa Carmo - Secretaria Municipal de
Administração, Receita e Tributação
Meio Ambiente
Gilcira Pereira dos Santos - Secretaria Municipal de
Calebi Portulino das Chagas - Colégio Municipal
Infância e Juventude
Padre Manoel
Gilda Regina Ferreira da Silva - Escola Municipal
Cilene Bragança de Morais - Prefeitura Municipal de
Orgé Ferreira dos Santos
Saquarema
Hailson A. Ramalho - Prefeitura Municipal de
Clara Manaia dos Santos - Secretaria Municipal de
Saquarema
Agricultura, Abastecimento e Pesca
Hamilton Nunes - Prefeitura Municipal de
Cláudio A. A. da Silva - Secretaria Municipal de
Saquarema
Promoção Social e Cidadania
Hermínio Ramalho - Prefeitura Municipal de
Claudir Paixão da Silva - Secretaria Municipal de
Saquarema
Agricultura, Abastecimento e Pesca
Ian Schwarifwer Alves
Cristiane Vasconcelos Varajão - Escola Municipal
Ismênia de Barros Barroso Isaurinha de Resende - Secretaria Municipal de
Promoção Social e Cidadania
Eduardo Teixeira D. C Filho
João Batista Alves Pereira - Emater
Edwilson Jorge Filho - Emater
João Carlos de S. Fonseca
Elaine T. Santos Magalhães - Secretaria Municipal
de Obras e Desenvolvimento Urbano Jorge Mathias do Nascimento - Secretaria Municipal
de Saúde
Eliane Alves de Aquino - Secretaria Municipal de
Educação José Carlos da Silva Junior - Secretaria Municipal
de Meio Ambiente
Elzo S. Silveira - Câmara Municipal
Léa Alves Marins

146
Leandro da Silva Melo - Secretaria Municipal de Silvia Marins - Colégio Municipal Gustavo C. da
Meio Ambiente Silveira
Luciana Molto - Prefeitura Municipal de Saquarema Silvia Vignoli - Prefeitura Municipal de Saquarema
Luiz Carlos de Oliveira - Secretaria Municipal de Simone Monteiro Salgado - Secretaria Municipal de
Meio Ambiente Turismo
Luiz Fernando de Oliveira - Secretaria Municipal de Solange Santos da Cruz - Secretaria Municipal de
Obras e Desenvolvimento Urbano Infância e Juventude
Luzinéa Vignoli - Prefeitura Municipal de Valdemir Dias O. Silva - Inea
Saquarema Valdinei Abreu da Silva - Escola Municipal Clotilde
Maria Ana Sobral Vieira de O. Rodrigues
Maria Aparecida Rezende - Secretaria Municipal de Valeria S. Amorim Pardellos - Emater
Educação Valmira J. da Silva - Escola Municipal João
Maria Aparecida S. de Rezena - Cederj Laureano
Maria C. da Costa Lessa - Secretaria Municipal de Valter V. Almeida - Secretaria Municipal de
Promoção Social e Cidadania Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio
Maria de Fátima G. Monteiro - Colégio Municipal Zadir Pereira dos Santos - Secretaria Municipal de
Gustavo C. da Silveira Agricultura, Abastecimento e Pesca
Maria Thereza V. dos Santos - Secretaria Municipal
de Promoção Social e Cidadania Segundo Setor
Marlúcia Pinto de Oliveira Silva - Secretaria Alexandre Corsa
Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca Álvaro Vaz da Silva - Rottary Club de Saquarema
Marta Ourique da Silva - Secretaria Municipal de Celso Caciano Brito - Brito e Bonda Turismo Ltda.
Administração, Receita e Tributação Christina Maria Serdeira Valle - Sorveteria Zero
Miriam Lourdes de Melo Sikigudi - Secretaria Grau
Municipal de Meio Ambiente Dulce Tupy Caldas - Tupy Comunicações S/C Ltda.
Nilson Colocci - Prefeitura Municipal de Saquarema Edimilson Gomes Soares
Palmira J. da Silva - Escola Municipal Lauriano da Givaldo de Araújo Aguiar - OAB
Silva
Jorge do Amparo B. Pinto
Reis Moreira - Secretaria Municipal de
José Carlos Andrade dos Santos - Loja Maçônica
Administração, Receita e Tributação
Novo Horizonte de Saquarema
Rinaldo Alves - Inea
José Carlos Salles dos Santos - Crea
Rosângela Pires de Aguiar Cunha - Escola Municipal
José Pereira Irmão
Luciana S. Coutinho
Manoel Carlos de Alburquerque - Lions Clube
Sandra Nazareth de S. Machado - Escola Municipal
Lucio Nunes Marco Antonio Telles de Leiros - Jornal Litoral de
Saquarema
Sandra Santanna A. de Almeida - Escola Municipal
Presidente Castelo Branco Maria Tereza Albuquerque - Lions Clube
Marluce de Sá Domingues

147
Miguel Saraiva - OAB Dayse Brasil - Lar das Crianças Especiais de
Nurimar dos Santos Mendonça - Ju e Nu Confecções Saquarema
Ltda. Debora Makiane F. Costa
Renato Benevenuto - Núcleo Clube de Regatas Vasco Denise Cavalcanti Fortino - Associação de Mulheres
da Gama Empreendedoras Acontecendo em Saquarema
Rita Maria Daumas (Ameas)

Ronaldo Machado de Oliveira - Crystal Denise Cristina Maria Soares de Mesquita


Administradora Dilmar Marmelo Santana - Cooperativa dos
Rossini Maraca Maranhão Beneficiadores do Pescado e Pescadores de
Saquarema (Cobepps)
Salo Felzen - Spin Produções Ltda.
Dolores Panazio
Sandra C. A. Bittencourt - Bazar Tia Cotinha Ltda.
Edgar P. Filho - Projeto Pro-Educar
Sérgio Fernando F. Martins - Veterinária Filhotes e
Mascotes Edgard Pereira Martins

Thatiana Mazzo - Pousada D’Italia Edite Alves Barros

Vendoval Clemente de Araújo - Vandaimes Locação Edson Ferreira Fonseca - ONG Poabas Brasil
de Andaimes Edson Valle de Oliveira - Associação Profissional de
Artesãos Autônomos de Saquarema
Terceiro Setor Elizabete de Souza Fonseca Costa - Primeira Igreja
Adelina Fonseca de Aragão - Sociedade Bem Viver Batista em Barra Nova
de Saquarema Elmira Souza da Costa - Paróquia Nossa Senhora de
Aldo Francisco Coelho - Sociedade Bem Viver de Nazareth
Saquarema Eloiza Gonçalves Maciel - Centro de Informação,
Almir Pereira da Silva - Renascer Obras Sociais Triagem e Tratamento de Dependências Químicas
Anabelle Gares (Associação Cittradeq)

Antonieda Batista da Silva Fábio Ourique da Silva - ONG Poabas Brasil

Artur Cesar Marques de Goes - Centro de Fátima de Oliveira Pinho - Associação Profissional
Informação, Triagem e Tratamento de Dependências de Artesãos Autônomos de Saquarema
Químicas (Associação Cittradeq) Felipe Cunha
Carla Dárc dos Santos - Instituto nas Ondas do Francisco José Conti - Associação Profissional de
Futuro Artesãos Autônomos de Saquarema
Carla M. Rodrigues Proença Helita Tavares - Núcleo de Formação Política
Carmen Dárc dos Santos - Instituto nas Ondas do Professor Milton Santos
Futuro Hilton Seixas Pereira - Associação de Surfe de
Cauby Nascimento - Associação Profissional de Saquarema
Artesãos Autônomos de Saquarema Hosé Garcia Gomes - Sociedade Espírita Laços de
Cecília D. Rodrigues Proença - Associação Amor e Verdade
Profissional de Artesãos Autônomos de Saquarema Irene Sirinode - Associação Profissional de Artesãos
Autônomos de Saquarema

148
Irmã Célia Maciel - Centro Social Madre Maria das Mãe Dolores de Xangô - Candomblé Dolores de
Neves Xangô
Irmã Maria de Lourdes Basílio - Centro Social Marcelo Mourão Dias Rosário - Centro de
Madre Maria das Neves Informação, Triagem e Tratamento de Dependências
Irmã Sonia Marinho - Associação Beneficente Químicas (Associação Cittradeq)
Carmelita Marcia Barthel Rosa - ONG Poabas Brasil
Jaime dos Santos Coutinho Marcia Fustagno - Associação Profissional de
Janaína Monteiro do Nascimento - Paróquia Nossa Artesãos Autônomos de Saquarema
Senhora de Nazareth Marcio Santos Prudencio
Jaqueline Vieria Monteiro - Paróquia Nossa Senhora Maria Alice - Núcleo de Formação Política Professor
de Nazareth Milton Santos (Numisa)
Jeffe Aguiar - Associação de Surfe de Saquarema Maria Aparecida Pereira de Souza
João Bayones - Associação Profissional de Artesãos Maria Aparecida Pereira Martins
Autônomos de Saquarema Maria Cecília de A. Oliveira - Paróquia Nossa
João Francisco - Sindicato de Trabalhadores Rurais Senhora de Nazareth
de Saquarema Maria F. dos Santos - Associação Profissional de
Joaquim Marins de Carvalho - Sindicato de Artesãos Autônomos de Saquarema
Trabalhadores Rurais de Saquarema Maria Marcia Trece Pires - Associação de Artesãos
Jorge do Amparo B. Pinto Arte por Arte Brasil
José Domingos Mattos da Silva Maria Nazareth Teixeira - Sociedade Bem Viver de
José Faustino de Aragão Filho - Sociedade Bem Saquarema
Viver Saquarema Maria Salete Carvalho Pereira da Costa - Centro
José Luiz de Pina Social Madre Maria das Neves

Larissa Marinho - Associação Profissional de Maria Solange - Associação Profissional de Artesãos


Artesãos Autônomos de Saquarema Autônomos de Saquarema

Letícia Monteiro do Nascimento - Paróquia Nossa Marilia da Conceição Pereira - Centro de


Senhora de Nazareth Informação, Triagem e Tratamento de Dependências
Químicas (Associação Cittradeq)
Lise Márcia Pimenta do Nascimento - Associação
de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Marilza de Castro Souza - Associação Profissional
Saquarema de Artesãos Autônomos de Saquarema

Lucy Costa de Souza - Associação Profissional de Marques Ourique - ONG Poabas Brasil
Artesãos Autônomos de Saquarema Mary J. Morales - Associação Profissional de
Luis Augusto de Matos - Associação de Surfe de Artesãos Autônomos de Saquarema
Saquarema Maurício Pereira Nunes - Associação Profissional de
Luis Felipé Diniz Martins - Solares - Ação Social Artesãos Autônomos de Saquarema

Luiz Barroso - Associação Profissional de Artesãos Mauro Sergio Santos Gomes - Associação de Surfe
Autônomos de Saquarema de Saquarema

149
Miriam N. P - Associação Profissional de Artesãos Vera Lúcia da S. Felgueiras - Paróquia Nossa
Autônomos de Saquarema. Senhora de Nazareth
Nanci Xavier - Associação Profissional de Artesãos Vera Lúcia F. Marinho - Associação Profissional de
Autônomos de Saquarema Artesãos Autônomos de Saquarema
Nelson Alzemam Proença - Associação Profissional Vladimir Sacramento
de Artesãos Autônomos de Saquarema
Nivea Rafaela Silva de Miranda - Paróquia Nossa Comunidade
Senhora de Nazareth Adenilda Correa de Azevedo
Orlando Amorim - Clube dos Anos Dourados Adriana Guilhermina de Barros
Otavio da Silva Oliveira - Paróquia Nossa Senhora Aldecir Ribeiro
de Nazareth Alex Bruno Calcirta de Souza
Padre Jorge Ignaczuk - Pastoral da Paróquia de Aloísio Celso de Souza Pinto
Santo Antônio
Ana Carolina B. Menezes
Pastor Nelson Leal - Assembleia de Deus de Bacaxá
Ana Cristina Duffrayer da Silva
Antonio Mendonça Mendes - Sociedade Bem Viver
Ana Maria de Araújo
de Saquarema
Ana Maria do Nascimento Gomes
Quelita de O. Nascimento
Ana Paula Mattos da Silva
Ricardo Ramos da Silva - Núcleo de Formação
Política Professor Milton Santos Ana Paula Vicente

Rita de Cássia - Projeto Pro-Educar Anacleto Medeiros da Fonseca

Rodrigo Maia André Luiz Carvalho

Rosa Maria R.Pereira Gardner Andrea Mattos

Rual Cruz de A. Costa - União Cristã Espírita Amor Ângela Pacheco do Couto
e Verdade Angélica Graciano Moreira
Rui Santos Gonçalves - Associação Profissional de Antonio Brasil de Andrade
Artesãos Autônomos de Saquarema
Antônio Carlos da Costa
Seixa Beatriz
Antonio Carlos de Mello
Sol Angel Lacon - Instituto nas Ondas do Futuro
Antônio Cezar Carvalho de Souza
Susana Rosa da Silva
Antonio Jose Simonim Ramalho
Tania Maria Batista Aboith
Antonio Maximiano
Terezinha Ruade - Associação de Artesãs Arte por
Anylcio Telles
Arte Brasil
Argemiro Zager Faria Tinoco - Associação de
Thais Helena de Araújo Seda - União Cristã Espírita
Moradores do Castelinho
Amor e Verdade
Artur S. Andrade
Tulio Cesar - Instituto de Integração Social
Aryana Carvalho de Almeida
Ubiratan Carreiro do Nascimento
Aurenice A. B. Pinto

150
Avelino Pereira Jorge Elaine Cristina Coelho Araújo
Benedito Gomes de Jesus Elenir Siqueira Alves
Betsabah Maria Azevedo Silva Elga Alves de Oliveira
Cacilda Ribeiro dos Santos Eliana Bonates
Cândido do Carmo Henriques Elias de Jesus Ramires
Carine Rodrigues de Souza - Colônia de Pescadores Elisete Alves Duffrayer - Associação de Moradores e
Z-24 Amigos de Jaconé
Carla Brito de Araújo Eliseu Alves da Silva - Igreja Presbiteriana de
Carlos Alberto Barro da Silva Saquarema

Carlos Alberto Ribeiro dos Santos Elvira Peixoto de Souza

Carlos Antonio de Oliveira Elydia Salvador Gapanairez - Associação de


Moradores Castelinho e Gravatá
Carlos Daniel Costa Goyen
Enilza Roseane Andrade Silva
Carlos Gimenes Parra - Associação de Moradores e
Amigos de Jaconé Eny Ventura de Mello

Carlos Henrique de Luceno Erica Pinto de Oliveira

Carmem Brito de Araújo Eros José Saldanha Guerreiro de Macedo

Célia Maria Lopes de Souza Euvira Moura

Celia Souto Azevedo Flávio Toledo

Celso Moreira de Sá Francisca Pinheiro

Claudia B. Motta Francisco de Assis Brito

Cleber Oliveira Soares Francisco Menezes

Cristiano Queiroz Pereira - Associação de Moradores Gabriel Oliveira da Silva


do Condado de Bacaxá Gabriella Mendes de Almeida
Dandara Renault Macedo Georgina dos Santos Alves
Darci Friggo - Associação de Moradores de Agro- Geraldo Nascimento da Silva
Brasil Gianna de Araújo
David de Oliveira Silva - Primeira Igreja Batista em Gilian Batista Carvalho Pinto
Jaconé
Giluando de Araújo Aguiar
Delfim Manoel Pereira
Giovanni Monteiro da Silva Nicolich
Delmar Antônio Cardoso
Guaraci de Souza Macedo
Denilson de Oliveira
Haroldo Oliveira Monteiro - Cooperativa de
Denise da Silva Anesi Catadores de Materiais Reaproveitáveis de
Diolinda de Jesus Santos - Associação de Moradores Saquarema
e Amigos de Jaconé Hilma Amelia Monteiro - Cooperativa de Catadores
Edimilson Santana da Silva de Materiais Reaproveitáveis de Saquarema
Edivan Marins de Farias Inaldo Sebastião Rangel

151
Iraci Maria de Jesus Liane Cramalho
Isis P. Montes Lilian Cristiane de S. B. Marins
Ismênia P. Caldeira - Associação de Moradores e Lourdes Pepicon da Fonseca
Amigos de Itaúna Lúcia Corrêa de Araújo
Ivone Friggo - Associação de Moradores do Lucia de Saldanha da Gama Gracie
Boqueirão
Lucia Regina Peçanha - Associação de Moradores
Jacy Silva Lima - Associação de Moradores e Castelinho e Gravatá
Amigos de Vilatur
Luciana Machado Ramos de Souza
Jair Barreto Medlado
Luciana Santos Lopes
Jania Catarino Pinto
Luciane dos Santos Costa de Oliveira
Janice Ribeiro dos Santos
Luciane Ducraux de Abreu
Jéssica Darling Gomes de Souza
Luciano dos Santos Pinto
Joacílio Ramos de Souza
Lucimar Lage
Joelcio Francisco Gomes
Lucy Coimbra de Matos
Jorge dos Santos
Luia Regina A. Peçanha
Jorge Evangelista dos Santos - Associação de
Luis Anderson de Almeida Medeiros
Moradores e Amigos de Vilatur
Luis Carlos Lopes - Associação de Moradores e
Jorge Luís Miranda
Amigos de Jaconé
Jorge Luiz Moreira
Luiz Clóvis de Moura
Jorge Moreira do Carmo - Associação de Moradores
Luiz da Cunha
do Condado de Bacaxá
Luiza dos Santos da Cunha
Jorgina B. Leal
Manolo Gomes de Sá
José Freitas Rodrigues
Mara Lúcia Nunes dos Santos - Associação de
José Garcia Gomes
Moradores e Amigos de Vilatur
José Gonçalves Alves Filho
Marcele Pontes da Silva
José Guetano Lopes
Marcello de Moura Estevão
José Joaquim Macedo Moreira Lima
Marcelo Aleixo dos Santos
José Luiz Onaissis
Marcelo Augusto Vaz Teixeira
Jozenilda Azevedo dos Santos
Marcelo de Moura Estevão
Jupira Efigênia dos Santos
Marcia Regina B. Berardinelli
Justino Schinzel de Souza
Marcio Antonio de Oliveira
Khawana Faker
Marcio Marques de Almeida
Layla Garrido Pereira - Associação de Moradores e
Marcos Xavier - Colônia de Pesca Z-24
Amigos da Restinga de Jaconé
Margarete Monteiro da Silva
Leide Jane Baêta Victorino de Souza
Mari Henrique dos Santos
Leonardo Pereira Bezerra

152
Maria Alice Correia Nilcemary de Souza Machado - Associação de
Maria Amável Barreto Pontes Moradores e Amigos do Boqueirão

Maria Aparecida P. Montes Nilton Dias Martins

Maria da Conceição de Souza Cardoso Norival da Costa - Colônia de Pescadores Z-24

Maria da Silva de Melo Norma Ribeiro

Maria das Graças Teixeira Martins Olívia Margarita Castillo Morales

Maria de Assunção Rente Patricio Outro da Conceição

Maria do Carmo Bertele Paulo César Alves Lopes - Associação de Moradores


e Amigos de Jaconé
Maria do Carmo C. Maximiano
Paulo Cesar da C. Aguiar
Maria Gravada Silva de Rezende
Paulo Cotrin - Associação dos Amigos da Lagoa de
Maria Jose Silva Santos - Associação de Moradores
Jacarepiá
e Amigos de Jaconé
Paulo Drude de Lacerda
Maria Ribeiro
Paulo Nunes da Silva
Maria Zélia de Sá
Possedonio Machado
Mariana Lima
Ricardo Maciel Mendes - Colônia de Pescadores Z-24
Marília das C. Pereira dos Santos
Ricardo Tadeu Bandeira de Carvalho
Mário Amaral Dias
Rita de Cássia de M. G. Mello
Marisa da Silva - Igreja Batista Central
Rita de Cássia Rios Rabello
Marlúcia Pinto Prata
Roberto C. Silva
Martinho Antônio Nicolich
Robson Ribeiro Gomes
Mary Crescencio Chagas
Rogéria Mendes de Almeida
Matheus Alves de Souza Neto - Colônia de
Pescadores Z-24 Rojairo Marmello Kerheisrbaumer

Matheus de M. C. L. Rocha Ronaldo C. de Freire

Moema Angélica Teixeira Neves Rosa Lea da Cruz

Monaliza Correa de Azevedo do Nascimento Rosa Maria Francisca Gomes da Silva

Mônica de Freitas Rosa Maria L. Freire

Naira Maria Garcia Ranauro Sandra Maria da Conceição

Nallu Pontes Menezes Sandra Renault da Silva Oliveira

Natanaélia Teixeira Santos Sebastião Gomes

Nei Ribeiro da Cunha - Câmara Comunitária Selma Gomes - Intercâmbio Cultural Franco-
Brasileiro
Neusa Pereira Garrrido
Selmma Ameri
Neusa Pinheiro Aguiar
Sérgio Aluisio de F. Alvarenga
Neusa Renault da Silva Oliveira

153
Severina de Mello - Associação de Moradores e Zaine dos Santos Coutinho - Colônia de Pescadores
Amigos de Jaconé Z-24
Shirley do Amaral Abreu - Colônia de Pescadores Zedequias Francisco Caciano
Z-24 Zelia Frutuoso Pereira
Sianiz Cunha Carvalho
Silas Pires da Costa
Silvana Teixeira Rodrigues de Rezende
Silvino Anesi
Sonia Maria Costa Goyen
Stuttigart Estigarribia Candeira de Lyra
Sueli Aparecida da Silva Furtado
Sylvia Ribeiro
Tânia Regina da Silva de Almeida
Teresa Cristina Dias
Tereza Cristina Figueiredo Melo - Associação de
Moradores e Amigos de Jaconé
Thais Alves Marins
Thiago Cavaggioni Simonin Ramalho
Thiago Ferreira Gallindo - Associação de Moradores
e Amigos de Vilatur
Vaguina de Souza
Valdira Maria de Lima Parra
Valnete C. de Almeida
Vânia L. A. Monte
Vânia Schinzel
Vera Maria da S. Toledo
Vilma de Almeida
Vinícius Mendes Perales
Vladimir Vieira do Sacramento - Colônia de
Pescadores Z-24
Walace Conceição de Oliveira
Walter Sílvio Carneiro de Macêdo
Wanderley de Almeida
Webson de Macedo e Silva
Wemerson Oss Florentino

154
PROJETO AGENDA 21 COMPERJ –
CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS
Petrobras

Gerente de Relacionamento Gilberto Puig Maldonado


Gerente de Relacionamento Corporativo Carmen Andrea Ribeiro Vianna Santos
Coordenador da Agenda 21 Comperj Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Assessor (mobilização à construção Caroline Vieira Nogueira
coletiva)
Assessor (formalização à finalização) Luiz Cesar Maciel do Nascimento
Encarregado de Logística Paulo Brahim

Ministério do Meio Ambiente

Diretora do Departamento de Cidadania Karla Monteiro Matos


e Responsabilidade Socioambiental Geraldo Abreu
Assessor técnico (consolidação Márcio Ranauro
municipal)
Assessor técnico (consolidação Luis Mauro Ferreira
municipal)

Secretaria de Estado do Ambiente

Superintendente do Grupo Executivo do Carlos Frederico Castello Branco


Programa Estadual da Agenda 21

Etapas mobilização da sociedade à formalização do Fórum

Instituto Ipanema

Coordenadora Geral Ninon Machado de Faria Leme


Coordenadora Técnica Maria de Lourdes Davies Freitas
Técnico Eduardo Peralta Vila Nova de Lima
Técnico Jaime Bastos Neto
Técnico Mônica Engelbrecht Deluqui
Assistente Técnica (construção coletiva) Cristiane Vieira Jaccoud do Carmo
Azevedo
Assistente Técnica (construção coletiva) Fernanda Leopardo
Assistente Técnico Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro
Assistente Técnico (construção coletiva) Leonardo Fernandez Casado Barcellos
Assistente Técnico (construção coletiva) Nilmar Vieira Magalhães
Assistente Técnica (construção coletiva) Polita de Paula Gonçalves
Assistente Técnica Priscila Amaro Lopes
Assistente de Apoio Helena Maria de Souza Pereira

155
ISER

Coordenadora Geral (construção Samyra Crespo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Dioney Brollo
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Técnica Márcia Gama
Técnica Patricia Kranz
Técnica (construção coletiva) Ana Batista
Técnica (construção coletiva) Renata Bernardes
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente Técnico/Financeiro Hebert Lima
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)

Rodaviva

Coordenadora Geral (construção Cláudia Jurema Macedo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Rozender Smaniotto
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Coordenador Regional Vladimir Falcão
Técnica Isabel Macedo
Técnico Marcelo Arantes
Técnica (construção coletiva) Tânia Jandira
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente Técnico Hebert Lima
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Administração (construção coletiva) Rosangela Ferrão
Tesoureiro Jose Pedro Mendes
Suporte Técnico (construção coletiva) Raimundo Nonato

156
ASA

Coordenador Geral Roberto Rosa Olivella


Gerente do Projeto Cláudia Passos Sant’Anna
Coordenador Técnico Roberto Wagner Rocco
Coordenador de Campo (construção Leandro Quintão
coletiva)
Técnica Ana Paula Costa de Paula e Silva
Técnico Thiago Albuquerque
Técnico Flavio Vizeu Soares Bezerra
Técnico (construção coletiva) Alex Bernal
Técnica (construção coletiva) Christiane Nascimento Santos
Técnica (construção coletiva) Gisele Renault
Técnica (construção coletiva) Nathália Araújo e Silva
Técnica (construção coletiva) Priscila Amaro Lopes
Técnica (construção coletiva) Patricia Themoteo Teixeira
Técnica (construção coletiva) Renata Villaça
Técnico (construção coletiva) Thiago Vasquinho Siqueira
Assistente de Relatoria (construção Tatiana de Sá Ferreira
coletiva)
Apoio Administrativo Heidi Marques

Consultorias:

Fundação José Pelúcio – Ladec / UFRJ José Luiz de Santana Carvalho


(construção coletiva)
ILTC (consolidação municipal) Lucila Martínez Cáceres

Etapa de Finalização das Agendas

Consultorias:

Coordenadora Técnica Patricia Kranz


Consultor Ana Paula Costa de Paula e Silva
Consultor Thiago Ferreira de Albuquerque
Consultor Mônica Engelbrecht Deluqui
Consultor Roberto Rocco
Consultor Leandro Quintão
Técnica Maria Aparecida de Oliveira
Produção de vídeo Wellington Gomes de Oliveira

157
158
159
março 2011

www.agenda21saquarema.com.br

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