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Tubarão
2020
KÁTIA HELENA STEINER
Tubarão
2020
KÁTIA HELENA STEINER
The solar energy comes from a clean and renewable source, however, the equipment used in
the production of electricity through the sun to perform the conversion can cause damage to
the environment and to humans, if they are improperly disposed of, as they contain heavy
metals in its composition. The objective of this work was to identify the knowledge about the
environmental impacts, as well as the destination of photovoltaic plates from the generation of
solar electric energy. The justification for the theme was due to the growth of companies in
the area of energy generation projects in the region of Tubarão / SC, aiming to understand the
knowledge and destination of photovoltaic plates from the generation of solar electricity. It is
an applied research, where the approach to the research problem is qualitative, and the
procedure is a case study, where a questionnaire was used as a data collection instrument, in
which it aimed to know the environmental perception, as well as the destination of the
photovoltaic plates by the interviewed companies. Through the case study it was possible to
notice that the companies have little knowledge related to the impacts generated by the use,
and so little about the final disposition of the photovoltaic plates. It is concluded that there is
still no correct final destination for the photovoltaic modules, and consequently it is necessary
to create measures in relation to reverse logistics so that an adequate destination is given to
this solid waste.
Keywords: Environmental impacts. National Solid Waste Policy. Photovoltaic plates. Solid
waste.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 13
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA..........................................................................................14
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 15
1.3.1 OBJETIVOS GERAIS .................................................................................................... 15
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 15
1.4 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................... 15
1.5 METODOLOGIA............................................................................................................... 16
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 18
2.1 SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL............................ 18
2.2 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA............................................................................. 20
2.2.1 PLACAS FOTOVOLTAICAS ........................................................................................ 22
2.2.2 DESCARTE DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS ......................................................... 25
2.3 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE RESÍDUOS ................................................... 29
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 33
3.1 DELINIAMENTO DO MÉTODO ..................................................................................... 33
4 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................... 35
4.1 PERFIL DAS EMPRESAS ENTREVISTADAS .............................................................. 35
4.2 PERCEPÇÃO SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS E A DESTINAÇÃO CORRETA
DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS ........................................................................................ 36
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA .................................... 46
12
1 INTRODUÇÃO
da fonte hídrica seja consideravelmente relevante, sua participação na produção total vem
diminuindo, assim, outras fontes renováveis vêm ganhando destaque, como a energia solar.
1.1 JUSTIFICATIVA
A energia renovável pode e deve ser utilizada em equilíbrio, de maneira que não
traga resultados negativos ao meio ambiente e a população, pode ser facilmente captada e
integrada há um sistema de abastecimento de energia de uma região, sendo que, atualmente
grande parte é utilizada em empresas nacionais e multinacionais.
Dentre estas fontes pode ser direcionar a solar, onde estima-se que no futuro essa
energia deva desempenhar um importante papel, principalmente em países em
desenvolvimento, por ser uma fonte praticamente inesgotável. A partir de dados extraídos do
Balanço Energético Nacional (EPE, 2019), enquanto as fontes renováveis ocupam 83,3% de
oferta interna de eletricidade no Brasil, a energia solar representa 0,54% dessa oferta, perante
as outras fontes renováveis. A produção de energia primária sobre a fonte solar no ano de
2018 foi de 298 × 10 tep (toe), enquanto o Sul do país tem 0,2% de capacidade instalada de
energia solar, Santa Catarina tendo 4 MW desta porcentagem, utilizada tanto pelo setor
púbico como o privado.
A energia solar pode ser utilizada para diferentes finalidades, onde varia do
aquecimento e resfriamento de água, iluminação, coordenação de equipamentos entre outros
diversos meios, a principal é a geração de energia elétrica, resultado da captação dos raios
solares convertidos em corrente alternada (AC), e direcionada as redes de distribuição ou
armazenados em baterias. Este tipo de geração provém da utilização de painéis fotovoltaicos,
sendo eles além do sol um dos principais componentes do sistema. Apesar de gerar uma
energia limpa, aparentemente seja associado a algo positivo por ser uma fonte renovável,
entretanto, alguns materiais utilizados podem causar poluição ao meio ambiente.
Coelho e Serra (2018) estudaram os tipos de tecnologias para a reciclagem das
placas ou painéis fotovoltaicos, sendo que os mesmos apresentam os três tipos de gerações de
acordo com o seu material e suas características semicondutoras, cita-se que este tipo de
material é considerado resíduo de equipamentos eletroeletrônico (REEE). Se não for tratado
de forma correta pode ser altamente perigoso, podendo liberar toxinas afetando o meio
ambiente e a saúde humana. Oliveira et al. (2017) pesquisaram sobre a destinação final de
placas fotovoltaicas pós-consumo no Brasil. Dias et al. (2018) analisaram a reciclagem de
ambientais causados pelos painéis solares, assim como a percepção dos discentes da
Universidade Federal Rural da Amazônia.
Segundo a Lei n ﹾ12.305, de 2 de agosto de 2010 (Brasil, 2010) que dispõe a
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) a responsabilidade sobre o ciclo de vida dos
produtos é compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes,
consumidores e serviços públicos de limpeza urbana. De acordo com o artigo 30 da PNRS
(BRASIL, 2010), o ciclo de vida do produto é definido como “série de etapas que envolvem o
desenvolvimento do produto, a obtenção de matéria e insumos, o processo produtivo, o
consumo e a disposição final”. Desta forma, a responsabilidade de um produto após seu
consumo é de todos os envolvidos na cadeia produtiva. Para tanto, a PNRS determina o
sistema de logística reversa, em que os resíduos perigosos devem ser gerenciados, sobretudo
os produtos tais como pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes,
produtos eletroeletrônicos e seus componentes, dentre outros.
Até o presente momento nenhuma pesquisa foi realizada sobre a logística reversa
nas empresas deste ramo no município de Tubarão/SC, sobretudo o descarte correto das
placas fotovoltaicas, que segundo Coelho e Serra (2018), estes resíduos são considerados
perigosos de classe I, e posteriormente será mais aprofundado nos próximos capítulos. Se não
houver o processo devidamente correto para estes módulos, sendo considerados resíduos
industriais perigosos. De acordo com os fatos expostos, a presente pesquisa tem como
problema central: qual a percepção e o destino ambientalmente correto tem sido dado as
placas fotovoltaicas utilizadas por empresas deste ramo no município de Tubarão/SC?
A pesquisa visa ampliar os conhecimentos sobre o destino de placas fotovoltaicas,
realizando estudo inédito e contribuindo para a preservação dos conhecimentos produzidos no
curso de Engenharia Elétrica – Bacharelado da Unisul.
fotovoltaicas provenientes da geração de energia elétrica solar, com o enfoque nos impactos
ambientais, em sua maior parte após seu ciclo de vida útil. A região de Tubarão/SC cresceu
vastamente com todo o desenvolvimento tecnológico na área de projetos de geração de
energia, para isso a problemática do presente trabalho se da a partir de entrevistas, utilizando
como instrumento de coleta de dados questionários, a ser aplicado com as empresas deste
ramo, para averiguar qual a percepção ambiental e o procedimento adotado pelas empresas
após a utilização das placas fotovoltaicas.
1.3 OBJETIVOS
Neste tópico é apresentado a ideia central do trabalho, como também aos objetivos
gerais e específicos.
1.5 METODOLOGIA
2 REVISÃO DE LITERATURA
e reforçando um objetivo futuro para que seja inferior a 1,5˚ C acima dos níveis estabelecidos
anteriormente. O acordo com as restrições climáticas entrou em vigor em Paris no dia 4 de
novembro de 2016, um mês depois da declaração aproximadamente55respectivas partes da
convenção aderiram a estas restrições tendo a orientação de minimizar fenômenos climáticos
recorrentes aos GEE (Krajačićet al., 2017).
Segundo Rosa et al. (2019), a sustentabilidade é sinônimo de evolução
econômica, sempre visando a incorporação das questões sociais, econômicas e ambientais.
Para alcançar um melhor desempenho na sustentabilidade, busca-se melhorar as práticas entre
as pessoas na cadeia de suprimentos, como a reciclagem, ato de reutilizar um produto que foi
processado. Existem práticas para reduzir os impactos ambientais, no qual nas quais destaca-
se ao usar materiais puros de propriedades conhecidas e saudáveis. Usando recursos
renováveis assim eliminando resíduos indesejáveis, e possuindo produções mais eficientes do
que com o uso de maquinário.
As empresas precisam adotar ações visando alcançar o desenvolvimento
sustentável, ou seja, objetivando metas para tornar o planeta mundialmente sustentável. O
ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável é fundamentado com objetivos de
equilíbrio social, ambiental e econômico. Entretanto, existem aqueles em nosso meio que
acreditam em um crescimento reestruturado voltado em aplicações, condição no qual é
necessária para o desenvolvimento, onde o verdadeiro desenvolvimento é aquele em que os
padrões de recursos são aproveitados, e não aqueles que fazem pouco caso desta opção, assim,
apoiando um mau desenvolvimento (SACHS, 2002).
O crescente aumento pela demanda de energia elétrica voltada à produção de
combustíveis fósseis em alguns anos anteriores, se tornou uma verdadeira apreensão em
aspectos ambientais, permitindo assim um desafio para a futura geração. No qual pode ser
direcionado há uma nova prática, usando combustíveis alternativos com novos meios mais
eficientes e por meios sustentáveis. Segundo Choudhary e Srivastava (2019), em questões
mundiais a emissão de gases derivados do carbono pode obter uma redução de até 70% ao
decorrer dos anos em até 2050, equacionando apenas energias renováveis. Nestas proporções
o dióxido de carbono representa 74% da emissão de gases do efeito estufa, enquanto 73% da
emissão de gases do efeito estufa é derivada do consumo de energia, tornando-se o principal
vilão da atmosfera (GE e FRIEDRICH, 2020).
Novas ações, medidas ou práticas direcionadas a empresas, devem ser voltadas a
um conceito de produção mais limpa, o que seria “a aplicação contínua de uma estratégia
ambiental integrada e preventiva a processos, produtos e serviços, com a finalidade de
20
aumentar a eficiência e reduzir os riscos aos seres humanos e ao meio ambiente.” (Oliveira;
Araújo, 2009).
A geração de energia solar fotovoltaica provém da fonte mais limpa e infinita que
o planeta Terra pode proporcionar que é o sol, principal componente de processos físicos e
químicos e biológicos (GOMÉS et al, 2018). A crescente demanda pela busca de fontes
renováveis impulsionou o país a pesquisarem novos meios de produção de energia de forma a
não produzirem poluição ao meio ambiente e o seu redor. Segundo Rebollar e Rodrigues
(2011):
de uma diferença de potencial nos extremos de um semicondutor, quando esse absorve a luz
visível.” (SOUZA, 2014, p.12). Já o efeito fotoelétrico ocorre quando a radiação solar incide
no material arrancando os elétrons que estão neste material, (Villalva, 2015).
fornecer na rede passa por um medidor que calcula o quanto de energia entra e quanto sai.
Apesar de ser um sistema economicamente mais barato, e muitas vezes mais eficiente que o
sistema off-grid. (SOUZA, 2017).
em que ele perde elétrons ao seu redor, o material N excede seus elétrons na tentativa de
corrigir a ausência desses elétrons, como apresenta a Figura 3, por meio desta ligação é criado
um campo elétrico, conhecido como abarreira de potencial.
Figura 3 – Camada P e N.
empresa ser responsável por buscar uma melhor conclusão ao material, e inovando ideias para
futuramente produzirem painéis práticos e fáceis de desmontagens, é necessária a interação da
empresa com práticas sustentáveis.
Ao decorrer do tempo, o crescente impulso à comercialização de placas
fotovoltaicas nesses últimos anos, aponta que apesar de obterem uma demanda muito grande,
estes painéis não concluíram seu fim do ciclo de vida em grande parte da geração atual, sendo
assim, existem poucos estudos sobre este tópico, por este motivo, é verídico cogitar que em
certo ponto a Legislação Brasileira possui um determinado atraso em questões
socioambientais voltadas aos resíduos fotovoltaicos (PRADO, 2018).
Alguns países da União Europeia e Estados Unidos estão mais avançados quanto
ao gerenciamento das placas fotovoltaicas após seu consumo. No Brasil, recentemente, foi
instituída a política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) sancionada conforme a Lei
nﹾ12.305/2010 usando o decreto 7.404/10. A PNRS compreende a responsabilidade da gestão
de resíduos perigosos e de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE), aos
geradores e ao poder público, sendo assim, a PNRS (Art. 9) é quem cuida da geração de
resíduos, buscando sempre o consumo sustentável, disponibilizando o ensinamento de novos
hábitos para proporcionar um desempenho susceptível ao ato da reciclagem e a reutilização
dos resíduos sólidos como também destinação ambientalmente correta dos rejeitos.
A União Europeia foi a primeira a regulamentar a destinação das placas
fotovoltaicas em 2012, através da Diretiva 2012/19/EU, referente aos REEE, o art. 5ﹾ, nﹾ1, é
orientado aos estados participantes da Diretiva, a condição de obterem uma taxa anual de
coletas mínimas. Inicialmente, as taxas eram de 45% em cima do peso total dos resíduos
recolhidos, comparando-se a média de equipamento eletroeletrônico apresentados ao mercado
nos três anos antecedentes a 2016, enquanto previsões para o ano de 2019 as taxas
proporcionaram um aumento de até 65%. Seguindo a concordância que os estados
participantes devem garantir aos resíduos coletados, a forma correta da disposição final.
Padoan et al. (2018) apresentam que o ciclo das placas fotovoltaicas se obteve por indústrias
especializadas no ramo fotovoltaico a partir de Diretivas, com o intuito de “implementar o
compromisso da indústria fotovoltaica de criar um programa voluntário de coleta e reciclagem
30
Não Geração
Redução
Reutilização
Reciclagem
Tratamento
Disposição
Final
Figura 6 – Atribuições da logística reversa para produtos abordados pela lei 12.305/2010.
•Devolução
Devolução dos produtos e embalagens
usados.
Consumidores
•Devolução
Devolução dos produtos e embalagens.
Comerciantes /
distribuidores
•Responsável
Responsável pela distribuição ambientalmente
Fabricantes/ adequada aos produtos e embalagens;
importadores •Responsável
Responsável pela disposição final ambientalmente
adequada de rejeito.
Destinação final
ambiental
adequada
3 METODOLOGIA
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
certo em porcentagem quantos são reciclados”. A empresa Y cita “até os dias atuais não
houve algum incidente sobre reciclagem, devido à empresa ser muito recente. Assim, não
obtivemos demanda pra isso”.
Os processos de reciclagem podem variar conforme Pupin (2019), a reciclagem de
resíduos subsidia a redução de montantes de lixos, jogada em aterros ou em outros lugares. É
necessário que as empresas busquem formas econômicas e sustentáveis para dar o fim correto
aos materiais, e transparecer uma empresa que acarreta todos os métodos ambientalmente
corretos. Em sua pesquisa Oliveira et al. (2017) enumera diversas ações que devem ser
realizadas visando um sistema adequado de descarte de placas fotovoltaicas, no qual
considera diferentes aspectos, dentre eles, as particularidades geográficas e socioculturais do
Brasil, com as dificuldades intrínsecas de um país de dimensões continentais, em
desenvolvimento e com baixo grau educacional. Além disso, os autores destacam que é
necessário um interesse de uma política que envolva todos os atores da sociedade, tais como:
Ministério do Meio Ambiente, Ibama e agências estaduais de fiscalização ambiental,
Ministério de Minas e Energia, agências do setor de energia, Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), Ministério Público, prefeituras, empresas de diversos ramos (produtoras e
comercializadoras do setor de energia solar, distribuidoras de energia, que realizam
manutenção nos equipamentos, envolvidas na coleta dos resíduos sólidos urbanos, usinas de
reciclagem, aterros sanitários), Organizações Não Governamentais (ONGs) de defesa do meio
ambiente, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), catadores de
materiais recicláveis, indivíduos diretamente afetados, sindicatos, mídia, clientes e outros.
Os impactos ambientais gerados pelos painéis fotovoltaicos podem variar, desde a
produção de suas placas até a destinação final, para isto a empresa X concorda em que“a
energia produzida deve ser autossuficiente, em grande parte ela se paga em poucos anos de
uso (1 a 2 anos), caso não se pague ao decorrer desses anos tendo no máximo até 4 anos,
acaba se tornando um elemento totalmente prejudicial ao meio ambiente. Tornando-se um
problema à natureza, e de nada adianta gerar energia limpa quando ao final da vida útil
prejudicar o meio ambiente”. Quanto a empresa Y enfatiza que “não possuímos muito
conhecimento sobre os impactos que podem causar, não fazemos ideia dos danos que
ocorrem, porém, sabemos que existem órgãos reguladores que devemos seguir normas para
poderem implementar nossos projetos”.
Os modelos atuais de painéis fotovoltaicos variam conforme são constituídos e
quais os materiais integrantes das placas. Segundo Padoan et al. (2018) apresenta que os
módulos monocristalinos e policristalinos ainda se destacam por sua eficiência ser superior a
39
de outros modelos, onde, as outras alternativas que poderiam substituir os painéis de silício
(Si), relacionam a presença de materiais tóxicos em seus componentes, como em painéis que
utilizam Cd em CdTe, ou, a presença de In, Ga em CIGS e CIGS. Para os impactos que
podem ser gerados de diferentes formas, Tolmasquim (2004) apresenta que variam desde
emissões de gases poluentes participando de todo ciclo de vida do produto, com o processo de
fabricação dos módulos a transportação, implementação, desmontagem do projeto aplicado
até a destinação do módulo. Outro tipo de emissão que pode ocorrer, seja por meio da
matéria-prima que talvez possa ser derivada de um elemento tóxico, produzindo outros tipos
de gases podendo ser eles nocivos ou não, tais como: dióxido de enxofre - SO2, dióxido de
carbono - CO2 e o óxido de nitrogênio – Nox, e outros. Partindo da disposição do local, pode-
se impactar com poluição visual, e haver percas de habitat. Não somente os impactos gerados
por poluição através da geração de energia solar ocorrem de forma visual, como os gases
citados anteriormente, não são visíveis a olho nu, então, a poluição pode estar acontecendo
mesmo às pessoas não sabendo que ela possa existir.
Quanto aos impactos gerados pela destinação incorreta dos materiais a empresa X
cita que “temos ideias do que possam acontecer, porém incentivamos o crescimento de
empresas privadas que possam atuar neste mercado de trabalho, assim, produzindo um novo
tipo de renda, como dito anteriormente, não é sustentável produzir energia limpa e no final
de vida útil acabar se tornando um empecilho ou prejudicando o meio ao seu redor.”, e a
empresa Y“ não conhecemos as consequências que podem ocorrer com o descarte
inadequado, porém, somos parceiros de uma empresa que é quem cuida da parte de resíduos
sólidos e quem lida com esses processos”.
Para tal resposta, as empresas devem tomar partido de todo o processo do ciclo de
vida do produto, buscando “a aplicação contínua de uma estratégia ambiental integrada e
preventiva a processos, produtos e serviços, com a finalidade de aumentar a eficiência e
reduzir os riscos aos seres humanos e ao meio ambiente.”(Oliveira; Araújo, 2009, p.2).Como
dito anteriormente, questões como as que Tolmasquim (2004) apresentou, relacionadas aos
impactos e as conseguintes repostas é possível perceber a inferioridade do conhecimento da
parte socioambiental de seus produtos. De acordo com Tommasi et al. (2017), o primeiro
documento criado especialmente aos módulos fotovoltaicos, é classificado por um material
especial de REEE. E a partir deste documento é imposto ideias para que empresas tomem
medidas na criação de processos de logística reversa, buscando haver soluções melhores para
o determinado resíduo.
40
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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