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ACELERADORES
E GARGALOS DOS
ODS
Este é um documento vivo que será aprimorado com feedback e lições aprendidas dos esforços
contínuos para apoiar a implementação dos ODS.
O PNUD faz parcerias com pessoas de todos os níveis da sociedade para ajudar a construir na-
ções que possam resistir a crises, e impulsionar e sustentar o tipo de crescimento que melhora
a qualidade de vida de todos. Atuando em quase 170 países e territórios, o programa uma pers-
pectiva global e visão local para ajudar a capacitar vidas e construir nações resilientes.
http://www.undp.org/
Introdução 5
Glossário de termos 53
A amplitude da Agenda 2030 implica, mais do que nunca, a necessidade de ir além dos silos
e adotar uma abordagem integrada às intervenções de desenvolvimento. Conforme afirma o
parágrafo final do Preâmbulo da Declaração da Agenda 2030: “As interligações e a natureza in-
tegrada dos ODS são de importância crucial para garantir que o objetivo da nova Agenda seja
alcançado”.
1
“The SDGs as a network of targets,” de David Le Blanc, “Towards integration at last?”, Documento de Trabalho nº 141
da DESA ST/ ESA/2015/DWP/141
Quando a implementação dos ODM estava em andamento, as questões eram: quais são os ob-
jetivos que estão mais atrasados; quais são as lacunas e como podemos preenchê-las? Com os
ODS, a questão é: Quais são as ações que nos ajudarão a progredir mais rapidamente em uma
gama mais ampla de metas interligadas? A análise de lacunas pode contribuir, mas conhecimen-
tos específicos de cada setor sobre cada uma das metas ainda são necessários. Não obstante,
abordar a questão requer pensar nas conexões e sinergias entre as metas, destacar como a ação
em uma área atrai dividendos em outras, e quais são os impasses.
No entanto, nem sempre são obtidos dividendos, apesar das medidas tomadas. Alguns fatores
ou “gargalos” podem impedir o progresso pretendido pela ação. Os países precisariam identifi-
car soluções para lidar com esses gargalos, o que ajudaria a acelerar o progresso em direção às
prioridades nacionais de desenvolvimento e aos ODS.
2
Há diversas ferramentas e orientações oferecidas pelo Sistema das Nações Unidas para apoiar os países em seus
esforços de aceleração dos ODS. As Ferramentas de Aceleração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
desenvolvidas pelo Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas, fornecem um compêndio de diagnósticos,
metodologias e orientações em nível sistêmico, para entender sinergias e impasses e identificar e desfazer gargalos
Introdução
3
Ver Capítulo 7.3 “Definição de grupos de metas como estratégia para abordar a Agenda 2030”. Relatório Regional
de Desenvolvimento Humano para a América Latina e o Caribe. Progresso multidimensional: bem-estar além da
renda. PNUD, 2016.
Metodologia
A ABA fornece um processo sistemático em cinco etapas:
Público-alvo
A ABA é destinada a duas categorias principais de usuários: (1) grupos de trabalho especializa-
dos dentro de um país, compostos por funcionários do ministério, representantes da Organiza-
ção da Sociedade Civil (OSC) e do setor privado, representantes da ONU e parceiros de desen-
volvimento; e (2) especialistas técnicos da Equipe Nacional da ONU (UNCT) e outros parceiros
que possam, mediante demanda do governo, apoiar diretamente seu trabalho de preparação e
análise.
8
Introdução
METODOLOGIA ABA DOS ODS
B
E A TEORIA DA MUDANÇA
Metodologia ABA dos ODS e a Teoria da Mudança
Uma teoria da mudança4 é uma metodologia baseada em resultados, que aplica pensamento
crítico e análise à elaboração, à implementação e ao monitoramento de atividades que preten-
dem apoiar a mudança.5
A teoria da mudança proposta nesta ferramenta (ver Figura 2) concentra-se em como a identifi-
cação de aceleradores, das intervenções que favorecem esses aceleradores, dos obstáculos que
impedem o progresso das intervenções e das soluções para lidar com esses gargalos aumenta
a capacidade de um país de priorizar ações para alcançar os ODS; e como isso, por sua vez,
possibilita o progresso nos ODS e nos objetivos nacionais de desenvolvimento. Cada atividade
destacada na teoria da mudança é detalhada nos capítulos subsequentes.
10
Metodologia ABA dos ODS e a Teoria da Mudança
4
Teoria da mudança: Embora não exista uma metodologia prescrita para a implementação de uma teoria da
mudança, ela normalmente compreenderá os seguintes elementos: análise do contexto das ações planejadas,
incluindo condições econômicas, sociais, políticas e ambientais; definição da mudança em longo prazo que as ações
pretendem alcançar; identificação da via causal/sequência de mudança para alcançar a mudança de longo prazo
pretendida; e uma matriz/diagrama e resumo narrativo que capture a teoria da mudança.
5
Vogel, I. (2012). Review of the Use of ‘Theory of Change’ in International Development. DFID
ETAPA 1:
IDENTIFICAÇÃO DE ACELERADORES E
IMPULSIONADORES QUE PERMITAM B
Produtos
1. Um conjunto de aceleradores
3. Perfil da contribuição dos aceleradores entre as metas dos ODS e equilíbrio entre as três di-
mensões do desenvolvimento sustentável
que permitam o progresso nos ODS
Metodologia
Identificação de aceleradores e impulsionadores
Esse efeito multiplicador que resulta do empoderamento das mulheres pode gerar um grande
crescimento econômico para os países, se for adequadamente aproveitado. Assim, a igualdade
de gênero e o empoderamento das mulheres poderiam ser uma área clara para investimento, a
fim de acelerar o progresso nos ODS.
Os usuários também podem identificar aceleradores que se baseiem na consideração das neces-
sidades daqueles que foram tradicionalmente marginalizados, inclusive jovens, povos indígenas
e pessoas com deficiências. Por exemplo, em países onde o emprego juvenil está abaixo das 13
taxas gerais de emprego, o acelerador pode ser aumentar as taxas de emprego dos jovens.
A Figura 3 destaca um exemplo dos principais desafios que um país enfrenta para o progresso
em direção ao acelerador identificado – permitindo empreendedorismo e inovação.
6
Governo da República da Namíbia. (2013). Relatório Intermediário de Progresso dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio da Namíbia.
Organização das Nações Unidas. (2015). Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
7
Figura 3 – Exemplo de acelerador e dos desafios correspondentes para alcançar a prioridade
nacional de desenvolvimento da Prosperidade Sustentável
14 Depois que os usuários identificarem os principais desafios que impedem o progresso em um
acelerador, a próxima etapa é identificar os impulsionadores que permitirão o progresso no
acelerador. Os impulsionadores estão ligados aos principais desafios identificados por um país.
Por exemplo, se sistemas de ensino não equipados para promover o empreendedorismo fo-
Etapa 1: Identificação de aceleradores e impulsionadores
15
Figura 5 – Modelo para avaliar a contribuição do acelerador pra as metas dos ODS e equilibrar as
três dimensões do desenvolvimento sustentável
Além de ajudar a avaliar a contribuição de um acelerador para várias metas dos ODS, o modelo
também pode auxiliar na avaliação do equilíbrio geral entre as três dimensões do desenvolvi-
mento sustentável.
vem ser priorizadas. A disponibilidade de dados é fundamental para determinar o nível de deta-
lhe e a complexidade da análise. A disponibilidade de dados desagregados por área geográfica
e por outros indicadores socioeconômicos é fundamental para conduzir a análise. Levantamen-
tos, bancos de dados e relatórios de diagnóstico disponíveis podem ajudar a identificar proble-
mas de desenvolvimento e, portanto, sinalizar possíveis prioridades. Os levantamentos podem
incluir: Análises de Clusters com Vários Indicadores que foram importante fonte de dados sobre
os indicadores dos ODM; Levantamentos Demográficos e de Saúde que forneçam dados acerca
de áreas de população, saúde e nutrição; Levantamentos de Medição de Padrão de Vida que for-
que permitam o progresso nos ODS
neçam dados sobre pobreza de renda, educação e saúde; e Levantamentos de Força de Trabalho
que forneçam informações concernentes a emprego e desemprego e a respeito de educação
e treinamento. As informações sobre meio ambiente podem ser acessadas por sensoriamento
remoto e sistemas de informação geográfica (SIG).
Um mapeamento das fontes de dados principais por ODS (ver Anexo 5) pode fornecer algumas
orientações sobre as fontes de dados que podem ser usadas para informar o diagnóstico.
8
A metodologia para identificar aceleradores e os principais impulsionadores por meio de análises quantitativas e
do diálogo social é, em grande parte, derivada da ferramenta COMBOS do PNUD.
Os dados oficiais derivados de pesquisas e outros dados administrativos oficiais podem ser com-
plementados por dados não oficiais e por outras métricas de desempenho, inclusive as de ne-
gócios e informações georreferenciadas sobre instalações do governo, entre outras.9 Os dados
georreferenciados podem fornecer informações específicas sobre locais em instalações gover-
namentais e desafios ambientais.
Análise das partes interessadas – Para evitar a captura pela elite e a influência de determinados
atores na definição de aceleradores e dos desafios associados, é importante identificar clara-
mente os interesses e as posições de todos os atores envolvidos. Isso envolverá a compreensão
de seu interesse em relação aos desafios de desenvolvimento, a natureza de seu interesse, o
grau de importância atribuído aos desafios e o grau de influência que eles têm ao lidar com os
desafios. Com base nesse mapeamento, a estratégia seria, então, trabalhar com os atores consi-
17
derando seu interesse, influência e importância atribuída aos desafios.
Envolvimento de atores – É importante envolver-se com uma ampla gama de partes interessadas
na identificação dos aceleradores, dos desafios associados e dos impulsionadores que permitem
o progresso nos aceleradores, pois isso afetaria o progresso na consecução das prioridades de
9
Indicadores e uma Estrutura de Monitoramento para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Rede de Solu-
ções de Desenvolvimento Sustentável. 2015.
10
POVRISK usa dados de nível familiar ao longo do tempo para estimar o risco de pessoas voltarem à pobreza – e
os principais fatores associados a esse risco. A análise permite aos usuários ampliar a dinâmica de como erradicar a
pobreza – um objetivo que está no cerne da Agenda 2030.
11
A Análise de Cenários Segmentada (Targeted Scenario Analysis, TSA) é uma abordagem analítica que captura e
apresenta o valor dos serviços ecossistêmicos no processo de tomada de decisão, ajudando a justificar a adoção
de políticas sustentáveis e opções de investimento. O produto de uma TSA é uma apresentação equilibrada de
evidências, para um tomador de decisões, que pondera os prós e os contras de continuar com os modos de sempre
ou seguir um caminho de desenvolvimento sustentável no qual os ecossistemas são gerenciados de maneira mais
eficaz. Disponível em http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/environment-energy/environmen-
tal_ finance/ targeted-scenario-analysis.html
12
Futuros Internacionais (International Futures, IF) é uma ferramenta de previsão desenvolvida pelo Centro Fredrick
S. Pardee da Universidade de Denver, para analisar políticas e planejar o futuro. A ferramenta integra previsões em
diferentes submodelos, entre eles: população, economia, agricultura, educação, energia, política sociopolítica, políti-
ca internacional, meio ambiente, tecnologia, infraestrutura e saúde. Uma vez que os submodelos são dinamicamen-
te conectados, o modelo simula como as mudanças em um sistema levam a mudanças em todos os outros sistemas.
Os IF usam dados históricos, tendências e relações dinâmicas para prever indicadores para 186 países relativos a
todos os anos de 2010 a 2100. Disponível em http://pardee.du.edu/
desenvolvimento de um país e dos ODS. As seguintes necessidades devem ser consideradas ao
buscar o envolvimento das partes interessadas:
● É importante considerar não apenas os atores tradicionais, mas também envolver todas as
partes interessadas. De fato, é essencial envolver efetivamente aqueles que são comumente
sub-representados ou marginalizados nos processos decisórios.
- Esses desafios são resultados de questões legais, políticas, institucionais e/ou de capacidade?
que permitam o progresso nos ODS
● Para quais metas de ODS e prioridades de desenvolvimento nacional cada acelerador contribui?
● Quem eram as partes interessadas envolvidas na definição e/ou validação dos aceleradores,
desafios associados e impulsionadores?
Pré-requisitos para o sucesso
A conclusão da Etapa 1 requer:
● ● Documento de Visão
● ● Planos setoriais
● ● COMBOS
Produtos
Metodologia
No contexto da ferramenta de ABA dos ODS, intervenção refere-se a uma ação que pode apoiar
o progresso em um impulsionador-chave de um acelerador. Uma intervenção pode consistir
na entrega de políticas favoráveis (inclusive por meio de planejamento, legislação, aplicação e
capacitação) e/ou um pacote de bens, serviços e infraestrutura.
● Ser adaptadas ao contexto específico do país. As intervenções devem ser ainda ajustadas
para as regiões dentro de um país, e os governos subnacionais devem estar fortemente en-
volvidos na sua implementação, bem como no planejamento e no financiamento.
● Fundamentar-se em uma base de fatos sólida. Os países devem identificar intervenções com-
provadas de boas práticas de países/regiões com contextos semelhantes e demonstrar sua
viabilidade e impacto.
Modelos de avaliação de intervenção (ver Figura 8) fornecem os critérios para avaliar cada uma,
bem como uma descrição dos critérios.
23
Critério Descrição
Impacto positivo Ajuda o progresso Impacto positivo Impacto positivo Impacto limitado
sobre os nos impulsionadores expressivo razoável ou sem impacto
impulsionadores do acelerador positivo
Inclusividade do População-alvo Impacto expressivo Impacto razoável Pouco ou nenhum
impacto inclui grupos sobre grupos sobre grupos impacto sobre
vulneráveis/ vulneráveis/ vulneráveis/ grupos vulneráveis/
marginalizados marginalizados marginalizados marginalizados
Evidência do Histórico de Intervenção Intervenção Intervenção
impacto implementação no implementada com implementada implementada sem
país e/ou em outros sucesso em muitos com sucesso sucesso em outros
contextos países e/ou aplicada misto ou não foi países
como piloto com implementada
sucesso no país anteriormente
realocação dentro
do orçamento)
que impulsionem o progresso nos aceleradores
Os perfis de intervenção devem ser preenchidos para cada intervenção, levando em considera-
ção o impacto e os critérios de ambiente definidos na Figura 8. Os usuários precisariam coletar
informações e dados de fontes existentes (por exemplo, agências de estatísticas, relatórios de
ministérios, revisões de OGI/ONG e think tanks internacionais), além de entrevistas e grupos de
discussão com especialistas adequados. Para esta fase, o mapeamento especializado realizado
na Etapa 1 pode ser útil. É fundamental que especialistas de todas as áreas relevantes sejam
consultados, inclusive membros da sociedade civil e da academia, e que os perfis sejam preen-
chidos por meio de um processo consultivo. Os perfis serão codificados por cores, para facilitar
a classificação. O modelo na Figura 9 pode ser usado para preparar perfis para cada intervenção.
Descrição da intervenção: revisão de impostos e incentivos corporativos
Acelerador que a intervenção aborda: empreendedorismo e inovação
Impulsionador(es) que a intervenção aborda: reformas de negócios fáceis de promover;
apoio a ecossistemas para pequenas e médias empresas (PME)
Prazo da intervenção (curto, médio e longo prazo): curto
Depois de identificadas, as intervenções priorizadas devem passar pela Etapa 3, para a determi-
nação dos gargalos e soluções.
Uma nota sobre a priorização:
O scorecard fornece uma maneira sistemática de classificar as intervenções e pode ser usado
como ponto de partida para a priorização. É importante notar que as intervenções específicas
escolhidas e seu número dependerão do contexto e das prioridades do país. Não há um ponto
de corte predeterminado para a classificação – idealmente, uma intervenção priorizada teria
impacto substancial no acelerador e um forte ambiente propício (isto é, pontuação verde em
ambas as categorias). No entanto, uma intervenção com impacto razoável (isto é, laranja), mas
com um forte ambiente propício (isto é, verde), que tenha potencial de produzir impacto positi-
vo em quatro fatores também pode ser priorizada. Da mesma forma, uma intervenção com alto
impacto, mas com baixa classificação de ambiente propício, pode ser priorizada para realização
em médio ou longo prazo. O cronograma do impacto das intervenções também precisa ser con-
siderado, de forma a estabelecer um equilíbrio entre as intervenções que têm impacto de curto,
médio e longo prazo. Em última análise, o conjunto de intervenções priorizadas deve impulsio-
nar significativamente o progresso em direção ao acelerador.
● Não há consenso sobre as intervenções de boas práticas necessárias para abordar impulsio-
nadores específicos.
● Os grupos de trabalho especializados podem não ter os dados mínimos (ou os dados podem
não ter qualidade suficiente) para determinar quais intervenções são bem-sucedidas e quais
falharam. Também podem faltar dados para determinar como as intervenções funcionam em
grupos populacionais. Se os dados não estiverem disponíveis, os grupos de trabalho especia-
lizados podem precisar realizar pesquisas, entrevistas ou grupos de foco, a fim de determinar
quais intervenções serão bem-sucedidas.
27
Possíveis fontes de informação
Ao concluir esta etapa, existem várias fontes de informações disponíveis para ajudar a identificar
e priorizar as intervenções:
● Planos Setoriais
● Revisões intermediárias
ETAPA 3:
Produtos
1. Uma lista de gargalos priorizados relacionados às intervenções, com base no impacto que sua
remoção pode ter na intervenção e na disponibilidade de soluções
29
Metodologia
Uma vez que as intervenções tenham sido identificadas e priorizadas, um país pode querer
analisar os gargalos de implementação existentes ou potenciais que atualmente impedem ou
poderiam vir a impedir uma intervenção para o progresso.
Conforme foi discutido na Etapa 2, cada acelerador é composto por um conjunto de impulsio-
nadores e intervenções. Uma análise de gargalos é feita no nível da intervenção, e não há neces-
sidade de que, no conjunto de intervenções que façam avançar o acelerador, para cada uma seja
realizada uma análise. Para algumas intervenções, essa análise pode não ser necessária, caso os
caminhos para a implementação sejam claros e os possíveis gargalos e soluções sejam óbvios.
No entanto, para outras, uma análise de gargalos e a identificação de soluções para estes (que
serão discutidas na Etapa 4) serão um fator fundamental para o sucesso.
Para intervenções que já estejam sendo implementadas, os gargalos podem ser identificados
com base na experiência em campo para as novas propostas, a ideia é projetar intervenções que
considerem possíveis gargalos a priori e busquem superá-los.
A análise de gargalos será conduzida pelo grupo de trabalho especializado. O benefício dessa
abordagem é que ela aproveita as experiências dos participantes para identificar gargalos e so-
luções no contexto da cultura local de tomada de decisão. Entender esses gargalos permitirá
que o plano de implementação seja baseado em condições, oportunidades e restrições locais.
Identificação de gargalos
A metodologia para identificar gargalos é baseada no Marco de Aceleração dos ODM (MDG Ac-
celeration Framework, MAF).
Responsabilidade
e transparência
caminho é mapeado quanto às cinco grandes categorias de gargalos listadas na Figura 11 para
identificar dificuldades possíveis ou existentes em todas as etapas do processo. Um modelo para
a identificação de gargalos é fornecido na Figura 12.
Acelerador: construção de novas escolas em áreas rurais usando infraestrutura verde
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4... ... Etapa X
Categorias
de gargalos
Política e Ausência
planejamento de parcerias
eficazes entre
setores
Orçamento e Maior custo O orçamento
financiamento da infraestrutura do setor de
verde educação
nacional é
insuficiente
Serviço/ Escassez de Escassez
boa entrega capacidade local de equipe
(fornecimento) para construir qualificada
infraestrutura
verde
Serviço/boa
utilização
(oferta)
Transversal
Depois de identificados os gargalos para uma intervenção, estes devem ser avaliados e prio-
rizados com base no possível impacto que a superação do gargalo terá na intervenção. Esses
gargalos para os quais o impacto de remoção é maior, ou aqueles que podem desbloquear o
progresso em várias intervenções, devem ser priorizados.
A identificação e a priorização de gargalos podem ser conduzidas pelo grupo de trabalho espe-
cializado, com base no impacto que a remoção de um gargalo terá na intervenção. O modelo na
Figura 13 pode ser usado para resumir as informações sobre cada gargalo.
Acelerador: Aumentar a matrícula na escola primária nos níveis nacional e subnacional
Impulsionador: Permitir o acesso ao ensino primário
Intervenção Gargalo Impacto positivo de
remover o gargalo
com a intervenção
● Expressivo
● Limitado
● Nenhum
A legislação nacional Financiamento de longo
elimina as taxas escolares
para aumentar a matrícula
na escola primária
prazo para cobrir os custos
a determinar ● N
Distritos escolares
subnacionais continuam
a cobrar taxas porque o
financiamento nacional
não é suficiente para
● N
cobrir os custos
O Ministério da Educação
não tem pessoal suficiente
para monitorar a
implementação
● S
32
Figura 13 – Modelo de priorização de gargalos (ilustrativo)
● Acesso limitado a esses grupos populacionais e aos que apresentam risco de serem deixados
para trás, para entender os gargalos do lado da demanda. Os usuários deverão identificar
rapidamente as populações-alvo que podem entrevistar, incluindo especialistas, provedores
de serviços e beneficiários de serviços.
● Ministros e especialistas do governo discordam fortemente sobre quais gargalos devem ser
priorizados. Para tentar alcançar o consenso de grupo, a discussão deve concentrar-se no
modelo de priorização de gargalos desenvolvido para esta etapa.
● A lista de gargalos pode ser muito longa, e a priorização dos gargalos pode ser difícil. O mo-
delo de priorização de gargalos tem por objetivo facilitar a comparação do impacto e da
para a aceleração
viabilidade de gargalos.
● Para intervenções que ainda não estejam implementadas, pode ser difícil pensar em gargalos
de modo abstrato. Exemplos de outros países que aplicaram intervenções semelhantes po-
dem ser úteis.
Pré-requisitos para o sucesso
● Consenso entre o grupo de trabalho especializado, especialistas e oficiais do governo, UNCT
e outros especialistas do país sobre as intervenções prioritárias identificadas na Etapa 2. A
Etapa 3 destina-se a analisar os gargalos para as intervenções priorizadas.
● Dados primários ou secundários suficientes sobre os gargalos para avaliar o impacto de re-
movê-los.
● Orçamento anual
Produtos
Metodologia
35
Depois da priorização dos gargalos, as soluções para estes deverão ser identificadas. Uma solu-
ção de gargalo é definida como uma ação que resolve um gargalo de intervenção para produzir
um impacto rápido e significativo. As soluções tentam garantir a implementação bem-sucedida
das intervenções.
Durante esta etapa, um conjunto abrangente de soluções para cada gargalo será determinado
com base em entrevistas com especialistas, grupos focais, estudos de caso e documentos e ava-
liações do governo (ver Figura 14).
– Campanha de comunicação
defendendo a reforma dos subsídios
para garantir o apoio público
de correio), por meio de mensagens de texto SMS, evitando a necessidade de se deslocar até bancos
específicos para retirar dinheiro.
IImpacto da remoção do gargalo Geral Viabilidade da solução Geral
com a solução identificada
Magnitude do impacto:
● Economia política:
●
Velocidade do impacto:
● Governança:
●
Sustentabilidade:
● Capacidade:
●
Impacto adverso:
● Disponibilidade de financiamento:
●
●
para os gargalos
Fatores adicionais:
Para completar com sucesso essas etapas, o grupo de trabalho especializado pode precisar
consultar (1) as populações-alvo de cada intervenção, (2) especialistas adicionais de dentro ou
de fora do país e (3) documentos de boas práticas. Isso fornecerá uma perspectiva holística de
como melhorar a implementação da intervenção.
Mobile banking
37
– modalidade
alternativa de
pagamento
● ● 1 S
Contrato com
a agência de
pagamento para
desembolsar
fundos em áreas
● ● 3 N
rurais
● Dados primários ou secundários suficientes sobre as soluções de gargalos para avaliar o im-
38
pacto de sua implementação. Esta análise de impacto ajuda a priorizar as soluções de garga-
los, o que permitirá ao país uma melhor alocação de recursos.
● Orçamento anual
Ao todo, sete ferramentas que apoiam a Etapa 5 são apresentadas e agrupadas sob cada tarefa;
os usuários não são obrigados a sequenciá-las ou empregar o conjunto completo de ferramentas.
Produto: O produto desse módulo consiste no Pacto de Aceleração dos ODS e nas ferramentas
necessárias para implementar e monitorar as soluções acordadas de cada país. O plano de im-
plementação e monitoramento fornecerá aos governos a capacidade de coordenar ações para
alcançar o progresso nos ODS, além de oferecer visibilidade aos desafios e sucessos de entrega.
Ferramentas para implementação e monitoramento
O conjunto de ferramentas a seguir apoia as tarefas descritas para implementar e monitorar
soluções de gargalos. As ferramentas são agrupadas em cada tarefa, mas os usuários não são
obrigados a sequenciar o seu uso ou usar o conjunto completo.
● Ferramenta 1A: Matriz de ODS – fornece uma visão geral da aceleração objetivada por cada
solução em relação aos ODS.
● Ferramenta 2A: Mapa de pontos de entrada e linha do tempo – permite aos usuários criar
produtos do Pacto de Aceleração dos ODS diretamente nos processos existentes de planeja-
mento e orçamento da Organização das Nações Unidas e do governo.
A matriz de metas vincula-se diretamente aos produtos da Etapa 4 e lista as soluções e suas me-
tas. Para preencher a matriz:
● insira a lista completa das soluções de gargalos identificadas na Etapa 4 para todos os garga-
los de intervenção na coluna à esquerda;
● liste os ODS relevantes na coluna do meio, e mapeie o impacto (direto e indireto) de cada
solução em relação aos respectivos ODS.
Como usar
● Estime o custo dos insumos e a fonte de financiamento, quando for possível (ou seja, os re-
cursos já foram alocados, os recursos serão realocados a partir da base de ativos existente, os
recursos não existem e devem ser mobilizados).
Como usar
● Preencher as três primeiras colunas no lado esquerdo da ferramenta para cada uma das so-
luções, usando as informações no plano de recursos e implementação. Essas colunas exigem
que os usuários identifiquem o tipo de insumo ou atividade de implementação, seu crono-
grama e a meta de financiamento para apoiar tal insumo ou atividade.
45
46
Etapa 5: Preparação de um Pacto de Aceleração dos ODS
●● Marco de Gastos de Médio Prazo do Governo (MGMP) – Crie metas de resultados do Pacto
de Aceleração dos ODS, requisitos de recursos associados e responsabilidades de financia-
mento diretamente no enquadramento nacional de despesas do governo, para o período de
três a cinco anos. A revisão de gabinetes dos cenários macroeconômicos e a formulação da
proposta de orçamento do setor oferecem oportunidades para integrar as metas de resulta-
dos da solução da ferramenta de Avaliação de Aceleradores e Gargalos e requisitos de recur-
sos. Os usuários também podem vincular essas metas e necessidades de recursos às atualiza-
ções anuais do MGMP, se os países estiverem no meio do ciclo do MGMP. Para os países que
usam uma abordagem de orçamento centralizado, isso representa uma oportunidade ideal
para aplicar o processo completo da ferramenta, aproveitando a colaboração existente entre
governo e parceiros de desenvolvimento para criar o Pacto de Aceleração dos ODS. Por fim,
para muitos países, o conjunto de recursos do MGMP determina o plano de financiamento
para Abordagens Setoriais (Sector-Wide Approaches, SWAps). Nesse caso, o MGMP fornece
um excelente ponto de entrada para mudar os planos orçamentários no nível setorial. A pre-
paração do MGMP varia de acordo com o país, e os usuários devem revisar a infraestrutura e o 47
protocolo do MGMP existentes, para melhor posicionar as metas de resultados e os requisitos
de recursos da solução para a Aceleração dos ODS.
Como usar
● Estabeleça rotinas e lance a entrega: selecione as rotinas (por exemplo, semanal, mensal, tri-
mestral) que sejam apropriadas para o contexto da solução e do país e crie um calendário
principal das rotinas planejadas.
● Esclareça o que será avaliado em cada rotina: determine quais indicadores SMART (impacto/
resultado em vez de atividade/insumo focalizado) serão avaliados em cada rotina e como o
progresso será medido.
48
Etapa 5: Preparação de um Pacto de Aceleração dos ODS
Como usar
49
50
Etapa 5: Preparação de um Pacto de Aceleração dos ODS
Figura 22 – O scorecard de monitoramento e avaliação usa métricas padronizadas para medir o pro-
gresso real da implementação em relação a insumos, produtos e resultados esperados (ilustrativo*)
para tratar de produtos em atraso ou fora de curso
A estrutura de monitoramento inclui recomendações para tratar de pro-
dutos em atraso ou fora de curso
Ferramenta 3C: Mapeamento dos desafios de implementação (Figura V)
A ferramenta de mapeamento de desafios identifica impedimentos específicos para a entrega
de soluções bem-sucedidas e deve concentrar-se nas situações em “laranja” e “vermelho”, iden-
tificadas no scorecard de monitoramento e avaliação (Figura 22). O exercício de mapeamento
oferece a oportunidade de diagnosticar problemas e formular respostas.
Como usar
Etapas de implementação 51
Categorias Pessoas Infraes- Fornece- Equipa- Processo Promoção
de desafios trutura dores mentos de entrega
de imple- e serviços
mentação
Política e O Ministério da
planejamento Educação não tem
protocolo para
contratar pessoal
de TIC
Orçamento Desembolso
e finanças de fundos
atrasado
devido à
falta de
comunicação
Entrega Contratação de
(fornecimento) pessoal de longo
prazo prejudicada
por atrasos no
Departamento de Desafios de implementação da solução mapeados em
RH do Ministério
relação às categorias de produtos da implementação
Utilização
(demanda)
● Coloque as pessoas à frente do processo para garantir que os indivíduos que implemen-
tam as soluções estejam motivados e tenham um sentimento de propriedade com relação à
implementação. Isso é mais importante do que criar o plano perfeito, pois, em última instân-
cia, são as pessoas que implementam o plano – elas são a chave para o sucesso. Para facilitar
isso, os governos devem garantir que os incentivos corretos estejam em vigor.
● Comunique claramente o valor da entrega antecipada das soluções para gargalos, a fim
de impulsionar a consecução dos objetivos de entrega dentro da organização e da agência
implementadora.
● Forneça incentivos para a transparência de gerentes, visando garantir que relatem entregas
lentas e fora de curso, permitindo o diagnóstico precoce e a resolução de desafios de entrega.
52
Etapa 5: Preparação de um Pacto de Aceleração dos ODS
GLOSSÁRIO DE TERMOS
Glossário de Termos
Acelerador – Política de desenvolvimento e/ou área programática catalítica que pode desenca-
dear efeitos multiplicadores positivos nos ODS.
Gargalo – Restrição imediata e removível que prejudica o desempenho ideal de uma interven-
ção e, por sua vez, um acelerador.
Solução de gargalo – É uma ação com impacto significativo na resolução de um gargalo.
Impulsionador – Fator que afeta decisivamente o progresso em direção ao acelerador.
Grupo de trabalho especializado – Consiste em especialistas de um país; inclui funcionários
de vários ministérios do governo, sociedade civil, setor acadêmico, setor privado e parceiros da
Organização das Nações Unidas e de desenvolvimento.
Intervenção – Ação que pode apoiar o progresso em um impulsionador-chave de um acelera-
dor. Uma intervenção pode consistir na entrega de políticas propícias e/ou em um pacote de
bens, serviços e infraestrutura.
Prioridade nacional – Áreas de desenvolvimento definidas no plano de desenvolvimento nacio-
nal e/ou documento de visão de um país em resposta a necessidades nacionais bem identificadas.
Desenvolvimento sustentável – Desenvolvimento que atenda às necessidades atuais sem com-
prometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.13O
54 desenvolvimento sustentável inclui sustentabilidade econômica, social e ambiental, que pode
ser alcançada pela gestão racional do capital físico, natural e humano.14
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – Os ODS são um chamado universal à
ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem
de paz e prosperidade. Esses 17 Objetivos se baseiam nos sucessos dos Objetivos de Desenvol-
vimento do Milênio, incluindo novas áreas, tais como mudança climática, desigualdade eco-
nômica, inovação, consumo sustentável, paz e justiça, entre outras prioridades. As metas estão
interligadas – muitas vezes, a chave para o sucesso de uma delas envolve o enfrentamento de
problemas mais comumente associados a outra.
Quadro das Nações Unidas para Assistência ao Desenvolvimento (UNDAF) – O UNDAF é
um quadro estratégico de resultados em médio prazo que descreve a visão coletiva e a resposta
do sistema da ONU às prioridades e aos resultados do desenvolvimento nacional, com base em
princípios de programação normativa.15 Descreve como as Equipes de País da ONU contribuirão
para a obtenção de resultados de desenvolvimento com base em uma análise comum de país
e vantagem comparativa da ONU. Emprega a abordagem MAPS (Mainstreaming, Aceleração e
Apoio a Políticas), adotada pelo Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas para apoiar os
países na adoção da Agenda 2030 e buscar a realização dos ODS de forma sistemática, informa-
da por evidências e com enfoque em resultados.
Glossário de Termos
Usuários – Indivíduos que irão implementar a ABA. Normalmente, incluem-se oficiais do gover-
no, funcionários da ONU e agências parceiras.
13
Brundtland, G., ed. (1987). Our Common Future: Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
14
ONU. (Organização das Nações Unidas). (2010). From Brundtland to Rio 2012.
15
UNDG. (2017). Orientação do Quadro das Nações Unidas para Assistência ao Desenvolvimento.
anexos
Anexo 1: Classificação de metas dos ODS
A tabela abaixo foi desenvolvida usando o Gráfico de Integração do World Wildlife Fund,16 que
analisa como cada meta dos ODS aborda as dimensões social, ambiental e econômica do de-
senvolvimento sustentável. É importante notar que não se espera que todas as três dimensões
tenham o mesmo peso em cada uma das metas individuais e em seu conjunto de metas. Alguns,
inevitavelmente, terão maior ênfase em determinada dimensão em razão do seu foco temáti-
co.17 A tabela não fornece essa análise.
Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
Meta de ODS Econômica/
Social/
Ambiental
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
1.1 Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos Econômica,
os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de Social
US$ 1,25 por dia
1.2 Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, Econômica,
mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em Social
todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais
1.3 Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção Social
56 social adequados para todos, incluindo pisos, e até 2030 alcançar a
cobertura substancial dos pobres e vulneráveis
1.4 Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente Econômica,
os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos Social,
econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade Ambiental
e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança,
recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços
financeiros, incluindo microfinanças
1.5 Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação Econômica,
de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes Social,
a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e Ambiental
desastres econômicos, sociais e ambientais
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição
e promover a agricultura sustentável
2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, Social
em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo
crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o
ano
16
Gráfico de Integração, Reação Internacional do WWF ao Documento Final do OWG sobre os ODS. Disponível em
http://mobil.wwf.de/ fileadmin/user_upload/PDF/OWG_Outcome_WWF_Reaction_FINAL.PDF
Anexos
17
German Council for Sustainable Development and Stakeholder Forum. (2015). Sustainable Development Goals
and Integration: Achieving a better balance between the economic, social and environmental dimensions. Disponí-
vel em http://www.stakeholderforum.org/ fileadmin/files/Balancing the dimensions in the SDGs FINAL.pdf
Meta de ODS Econômica/
Social/
Ambiental
2.2 Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo Social,
alcançar, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre Ambiental
nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade,
e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres
grávidas e lactentes e pessoas idosas
2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos Social,
produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos Ambiental
indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive
por meio de acesso seguro e igual a terra, outros recursos produtivos
e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e
oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola
2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos Econômica,
e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a Social,
produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, Ambiental
que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas,
às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros
desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e
do solo
2.5 Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas Econômica,
cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas Social,
espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e Ambiental
plantas diversificados e bem geridos em nível nacional, regional e
internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa 57
dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos
e conhecimentos tradicionais associados, como acordado
internacionalmente
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas
as idades
3.1 Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos Social
de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos
3.2 Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e Social
crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir
a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por mil nascidos vivos e
a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por
mil nascidos vivos
3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de Aids, tuberculose, malária e Social
doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças
transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis
3.4 Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças Social
não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde
mental e o bem-estar
3.5 Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias, Social
incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool
3.6 Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por Social
acidentes em estradas
3.7 Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual Social
e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação
e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em
estratégias e programas nacionais
Meta de ODS Econômica/
Social/
Ambiental
3.8 Alcançar a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do Social
risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade
e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de
qualidade e a preços acessíveis para todos
3.9 Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doenças Social,
por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e Ambiental
água do solo
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos
4.1 Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o Social
ensino primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que
conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes
4.2 Até 2030, garantir que todas as meninas e os meninos tenham acesso Social
a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados
e educação pré-escolar, de modo que eles estejam prontos para o
ensino primário
4.3 Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e Social
mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a
preços acessíveis, incluindo universidade
4.4 Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos Econômica,
que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e Social
58 profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo
4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e Social
garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e
formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas
com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de
vulnerabilidade
4.6 Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial proporção Social
dos adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham
adquirido o conhecimento básico de matemática
4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos Econômica,
e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento Social,
sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o Ambiental
desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos
humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e
não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e
da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável
Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
5.1 Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as Social
mulheres e meninas em toda parte
5.2 Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres Social
e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e
exploração sexual e de outros tipos
5.3 Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, Social
forçados e de crianças e mutilações genitais femininas
5.4 Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não Social
remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos,
Anexos
mercados de Manter uma estreita ligação entre educação e formação, 8.2, 9.1, 9,4
trabalho empregadores e políticas de emprego cria uma ponte eficaz
entre o mundo da aprendizagem e o do trabalho e a garantia
de emprego decente. A proteção social pode ajudar a
transição de homens e mulheres para empregos produtivos e
meios de subsistência sustentáveis. Construir capital humano
e melhorar a produtividade devem ser um tema subjacente a
todos os programas de proteção social.
volvimento. Todas as intervenções devem ser adaptadas ao contexto do país.
conhecimento técnico das agências especializadas da ONU para enfrentar os desafios do desen-
A lista de exemplos de intervenções foi desenvolvida com base nas experiências dos países e no
65
66
Anexos
Fortalecer Políticas de parentalidade planejada poderiam ser 1.1, 1.2, 1.4, 1.5,
as políticas promovidas, particularmente para abordar a gravidez na 3.1, 3.2, 3.3, 3.7,
de saúde adolescência. As políticas de cuidados são complementos 4.3, 4.4, 4.5, 5.5,
reprodutiva e importantes das políticas de saúde reprodutiva. As mães 5.6, 8.5, 8.6, 10.1,
cuidados jovens precisam ter acesso a creches viáveis, para continuar 10.2, 10.3, 16.7
sua educação, participar de formações ou ingressar na força de
Criar trabalho. 1.1, 1.2, 1.4, 1.5,
oportunidades 8.3, 8.5, 8.6, 10.1,
de emprego Promover o empreendedorismo dos jovens, incluindo 10.2
empresas sociais, reduzir a burocracia para novas
empresas e fornecer apoio para financiar ideias
inovadoras. Introduzir incentivos para a contratação de jovens
funcionários em empresas já estabelecidas. Estágios de verão
e programas de aprendizes são bons exemplos de estratégias
que beneficiam jovens e empresas.
Prioridade Acelerador impulsionador Intervenção Metas dos ODS
nacional sugerida abordadas
Garantir a Gestão de Melhorar a Simplificar as regulamentações ambientais, fortalecer 1.5, 3.9, 6.3, 6.4,
sustentabilidade recursos naturais eficácia e a e aplicar consistentemente a legislação de Avaliação 8.4, 9.4, 11.6, 12.1,
ambiental e uma aplicação de de Impacto Ambiental e melhorar a capacidade de 12.2, 12.4, 14.1,
transição equitativa regulamentos fiscalização, incluindo o sistema judicial e o processo judicial. 14.2, 15.5, 15.8,
para uma economia 16.3
de baixo carbono Promover Projetar e implementar campanhas voltadas ao
comportamentos consumidor, para aumentar a consciência ambiental. 1.5, 3.9, 6.3, 6.4,
ambientalmente Desenvolver programas de turismo sustentável voltados 8.4, 12.1, 12.2,
conscientes aos fornecedores (empresas) e consumidores (turistas). 12.4, 12.8, 14.1,
Introduzir contabilidade do capital natural e avaliação 14.2, 15.5, 15.8,
Incentivar o Uso econômica dos serviços ecossistêmicos. 15,9
Sustentável de
Oceanos e Áreas Ampliar a gama de produtos turísticos alternativos 1.5, 8.4, 8.9, 12.1,
Costeiras baseados na natureza. Remodelar a imagem do país 12.2, 12.4, 14.1,
para um turismo mais ecológico, baseado na natureza, 14.2, 14.3, 15.5
voltado a visitantes de alto nível. Isso pode ser feito
por meio da implementação de esquemas inovadores de
proteção ambiental, como aqueles baseados em concessões e
esquemas de compensação e/ou incentivo.
71
72
Anexos
e ao uso de serviços
●● A implicação é positiva ou negativa?
73
74
Anexos
●● Exercícios de
●● Existe um Marco de Gastos de Médio Prazo orçamento sensível ao
(MGMP) associado ao PND? A alocação do MGMP está gênero
alinhada com o Plano Nacional de Desenvolvimento?
●● Relatórios de
despesas
●● Revisões de Despesas
Públicas para o Setor
●● Despesas Públicas
e Responsabilidade
Financeira (Pefa)
●● Desempenho
●● Estrutura de Medição
75
76
Anexos
77
78
Anexos
18
O conceito de “usuários de serviços” deve ser ampliado para o de “decisores da família”. Isso ocorre porque muitas das decisões das quais
depende a realização dos ODS – incluindo meios de subsistência, uso de recursos locais, cuidados de saúde, alimentação infantil, sanea-
mento, investimento em aprendizagem – ocorrem dentro do lar e não dependem necessariamente (embora muitas vezes sejam forte-
mente complementadas) da disponibilidade e do acesso a serviços básicos. A questão de investir ou não recursos domésticos escassos no
acesso a serviços (nomeadamente o “custo de tempo e transporte” para as unidades de saúde e, em alguns casos, o impasse entre escola
primária/trabalho infantil) é também influenciada pelo nível de “empoderamento” (conhecimento) e pela mobilização para os objetivos de
desenvolvimento dos decisores da família.
81
82
Anexos
19
Barreiras que impeçam a utilização dos serviços por muitos dos usuários pretendidos – entre elas, falta de informação, discriminação (gê-
nero, idioma/etnia, deficiência), pobreza extrema e várias formas de violência – precisam ser consideradas ao avaliar a utilização do serviço
como parte de uma abordagem de solução de gargalos. Portanto, em alguns casos, mesmo que os serviços sejam “aceitáveis, acessíveis e
com preço razoável”, pode haver outros fatores, como os mencionados, que suprimam a demanda e/ou impeçam os mais pobres e margi-
nalizados de usá-los.
Anexo 4: Critérios para ajudar a identificar e priorizar
as soluções para gargalos
Critérios para avaliação do impacto da solução de gargalos (*)
Critério Descrição
Magnitude do Magnitude do Impacto direto na Impacto indireto na Nenhum impacto na
impacto impacto das solução do gargalo solução do gargalo solução do gargalo
soluções na solução
do gargalo
Velocidade do Tempo necessário Impacto imediato Impacto de médio Impacto de longo
impacto para perceber prazo prazo
o impacto das
soluções
Sustentabilidade Governo e parceiros A solução pode ser A solução pode A solução não
podem manter a mantida em médio e ser mantida por X poderá ser mantida
solução em médio e longo prazo número de anos em médio ou longo
longo prazo prazo
Impacto adverso Magnitude do Nenhum impacto Baixo nível de Questões insolúveis
impacto negativo adverso conhecido impacto adverso expressivas
(inclusive sobre provável identificadas,
equidade e meio incluindo grandes
83
ambiente)
* Critérios a serem discutidos pelo grupo de trabalho especializado e ajustados no nível do país.
84
Anexos
Anexo 5: Principais fontes de dados para os ODS
ODS Fontes de dados primárias
Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as Pesquisas domiciliares, dados administrativos
suas formas, em todos os lugares
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a Pesquisas domiciliares, dados administrativos, censo
segurança alimentar e melhoria da nutrição e
promover a agricultura sustentável
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e Pesquisas domiciliares, dados administrativos das unidades
promover o bem-estar para todas e todos, em de saúde, registro civil e estatísticas de natalidade/
todas as idades mortalidade
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva Levantamentos domiciliares, incluindo a Pesquisa
e equitativa e de qualidade, e promover por Agrupamento de Indicadores Múltiplos (MICS) e
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida Levantamentos Demográficos e de Saúde (DHS); dados
para todas e todos administrativos
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e Levantamentos domiciliares; dados administrativos
empoderar todas as mulheres e meninas
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão Levantamentos domiciliares; dados administrativos
sustentável da água e saneamento para todas e
todos
85
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, Levantamentos domiciliares; dados administrativos
sustentável, moderno e a preço acessível à
energia para todas e todos
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico Dados administrativos; levantamentos de força de trabalho
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego
pleno e produtivo e trabalho decente para todas
e todos
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, Dados administrativos; pesquisa e Pesquisas de
promover a industrialização inclusiva e desenvolvimento
sustentável e fomentar a inovação
Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos Levantamentos domiciliares; dados administrativos
países e entre eles
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos Levantamentos domiciliares e levantamentos realizados
humanos inclusivos, seguros e resilientes e pela comunidade; registro civil de mortalidade, dados
sustentáveis administrativos (contas e estatísticas nacionais) para avaliar
perdas e danos econômicos; sensoriamento remoto; imagens
de satélite; mapas de espaços públicos abertos e/ou dados
SIG; dados dos órgãos municipais e/ ou empresas privadas
contratadas
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de Dados administrativos; sensoriamento remoto/satélite
consumo sustentáveis
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para Monitoramento internacional; dados administrativos
combater a mudança climática e seus impactos
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos Dados administrativos de estatísticas de produção nacional e
oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para comércio internacional; monitoramento do país
o desenvolvimento sustentável
Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o Sensoriamento remoto/satélite; dados administrativos
uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir
de forma sustentável as florestas, combater a
desertificação, deter e reverter a degradação da
terra e deter a perda de biodiversidade
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e Dados administrativos; registro civil e estatísticas de
inclusivas para o desenvolvimento sustentável, natalidade/mortalidade
proporcionar o acesso à justiça para todos e
construir instituições eficazes, responsáveis e
inclusivas em todos os níveis
86
Anexos
Indicators and a Monitoring Framework for the Sustainable Development Goals. (2015). Rede de Soluções de
20
Desenvolvimento Sustentável.
87
88
United Nations Development Programme
One United Nations Plaza,
New York, NY 10017
www.undp.org