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FACULADADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Princípios de Comunicações

Aulas 09 e 10

Milton Luiz Neri Pereira (UNEMAT/FACET/DEE) 1


3. ANÁLISE DE FOURIER
3.1 Considerações iniciais
 Introdução
 Os sinais são compostos de componentes senoidais
de várias frequências através da Série de Fourier.

 Posteriormente, a análise (através da Transformada


de Fourier) é generalizada para sinais que tenham
conteúdo de frequências variando variando
continuamente.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
 O espectro de freqüências de um sinal é a sua
descrição no domínio da freqüência e o seu estudo é
denominado análise espectral ou análise
harmônica (esse, para sinais com componentes
senoidais).

 Uma das principais aplicações da análise espectral é


a de se descobrir o comportamento do sinal (ou de
uma classe de sinais) no domínio da freqüência para,
por exemplo, conhecendo-se a sua largura de faixa
poder-se ter subsídios para projetar circuitos e
sistemas.
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3. ANÁLISE DE FOURIER
 O primeiro passo para se efetuar a análise espectral
é a representação do sinal como uma função
matemática, ou seja, modela-se idealmente o sinal,
mas com modelos ideais que sejam próximos o
suficiente dos sinais físicos que representam para fins
de aplicacões e projetos em
 Assim, vamos relembrar:
 Série de Fourier
 Transformada de Fourier
 A relação entre a Série e a Transformada de
Fourier
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3. ANÁLISE DE FOURIER
3.2 Fasores e Espectros de linhas
 Considere um sinal senoidal 𝑣 𝑡 plotado na figura
abaixo. Por convenção, expressamos senóides em
termos da função cosseno e escrevemos:
v(t )  A cos( t   )
0

0  frequência angular [rad / s ]


  fase inicial [rad ]
0
0  2f 0 [rad / s ]
1
f0  [nps ou Hz ]
T0

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3. ANÁLISE DE FOURIER
 A relação de Euler é dada por:

e  jt
 cos  j sen
 Se fizermos 𝜃 = 𝜔0 𝑡 + 𝜙 podemos escrever qualquer
senóide como a parte real de uma exponencial complexa,
ou seja:
v(t )  A cos( t   )  Ae[e 0
j ( 0 t  )
]  e[ Ae e ]
j j 0 t

 Representação fasorial de 𝑣 𝑡 pois pode ser visto como


um vetor de rotação num plano complexo

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3. ANÁLISE DE FOURIER

Eixo imaginário
O fasor tem um comprimento A, gira no sentido anti-
horário com uma velocidade de 𝑓0 revoluções por
segundo e em t = 0 faz um ângulo 𝜙 em relação ao
eixo real positivo. A projeção do fasor sobre ele eixo
real se iguala à função senoidal 𝑣 𝑡 .

Observe que apenas três parâmetros especificam


Eixo real completamente um fasor: amplitude ou magnitude A, a
frequência angular ou cíclica 𝜔0 ou 𝑓0 ,
Amplitude

respectivamente, e o ângulo de fase, ou simplesmente


fase 𝜙

No domínio da frequência o sinal 𝑣 𝑡 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡 + 𝜙)


é representado pelo espectro de frequências (ou
espectro de raias ou espectro de linhas). Os
Fase

gráficos amplitude em função da frequência (especro


de frequências) e fase em função da frequência
(espectro de fases) são mostrados ao lado.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
Convenções na construção dos espectros
1. Nas representações espectrais a variável independente será a frequência cíclica
𝑓0 em Hertz, ao invés da frequência em radiano.
2. Ângulo de fase serão medidos em relação às ondas cosenoidais, em relação ao
eixo real positivo do diagrama de fase. Assim, as funções seno necessitam ser
convertidas em cossenos através da identidade sen 𝜔𝑡 = 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 − 𝜋/2), ou seja, o
sinal seno é um sinal cosseno atrasado de 𝜋/2 (ou 90º).
3. A amplitude (magnitude), no espectro de amplitudes, deve ser sempre positiva.
Assim, um sinal descrito por v t = −𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡 + 𝜙)deve ser reescrito como v t =
𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡 + 𝜙 ± 𝜋). É indiferente se é utilizado +𝜋 ou −𝜋.
4. 𝜔𝑡 tem a dimensão radianos e, portanto, a fase 𝜙 deve ser expressa em
radianos. No entanto, é possível encontrar na literatura uma notação mista, com a
fase expressa em graus.
5. Ângulos e rotação positiva são medidos a partir do eixo real, no sentido anti-
horário.
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3. ANÁLISE DE FOURIER
Para ilustrar estas convenções e levar adiante a idéia de espectro de
linha, façamos um exemplo.
Dado o sinal:
𝑠 𝑡 = 7 − 10𝑐𝑜𝑠 40𝜋𝑡 − 60º + 4𝑠𝑒𝑛(120𝜋𝑡)
Cuja forma de onda é:
𝑠 𝑡

Determinar o seu espectro de frequência (amplitude e fase)

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3. ANÁLISE DE FOURIER
O sinal pode ser rerescrito como:
Amplitude 𝑠 𝑡 = 7 cos 2𝜋0𝑡 + 10 𝑐𝑜𝑠 2𝜋20𝑡 + 120º + 4 𝑐𝑜𝑠(2𝜋60𝑡 − 90º)

Fase
A figura acima ilustra uma representação espectral conhecida
como espectro de linhas (ou de raias) unilateral, no qual
apresentam apenas as frequências positivas (espectro de
linhas (ou de raias) de frequência positiva.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
Espectro Bilateral
1
Lembrando que ℜ𝑒 𝑧 = (𝑧 + 𝑧 ∗ ) , onde 𝑧 é qualquer
2
quantidade complexa com o conjugado 𝑧 ∗ .
Sejam z e 𝑧 ∗
z  Ae e j j 0 t
 z  Ae e
*  j  j 0 t
Eixo imaginário

A cos(0 t   )  A e e 
j j t A
0  j  j t
e e 0

2 2
Eixo real E temos agora um para de fasores
conjugados cujo diagrama fasorial é
mostrado ao lado.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
E o espectro de amplitude e fase para um sinal senoidal real
é:
A cos(0 t   )  A e e 
j j t
0 A  j  j t
e e 0

2 2
Amplitude
Fase

Hz

(simetria par) (simetria ímpar)

A figura acima ilustra uma representação espectral conhecida


como espectro de frequência bilateral.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
O espectro bilateral para o exemplo anterior é:

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3. ANÁLISE DE FOURIER
Uma única linha no espectro unilateral representa uma verdadeira onda de
cosseno, enquanto que uma única linha no espectro de dois lados
representa uma exponencial complexa, e o termo conjugado deve ser
adicionada para se obter uma onda coseno real.

Assim, sempre que falamos de algum intervalo de frequência, tais como f1 a


f2 em um espectro de bilateral, deve-se incluir o intervalo –f1 para –f2.

O espectro de amplitude em qualquer versão traz mais informações do que


o espectro de fase. Ambas as partes são necessárias para definir a função
no domínio de tempo, mas o espectro de amplitude, por si só nos diz quais
freqüências estão presentes e em que proporção.

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3. ANÁLISE DE FOURIER
3.3 Teorema (da Potência) de Parseval
Seja 𝑣 𝑡 um sinal periódico qualquer com período 𝑇0 . Sua
potência média é:
1 1
𝑃 = න |𝑣(𝑡)| 𝑑𝑡 = න 𝑣 𝑡 . 𝑣 ∗ (𝑡)𝑑𝑡
2
𝑇0 𝑇0 𝑇0 𝑇0

Agora repassando 𝑣 ∗ 𝑡 para uma série expoencial temos

v (t )   c e    c e
 * 
* jn0t *  jn0t
n n
n   n  

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3. ANÁLISE DE FOURIER
Logo, 1
P   v(t )  cn e
T0 T 0

n  
*  jn t
dt 0

 1  *
P     v(t ) . e  jn t
dt  . cn
0

n  
T0 T 0 
 
P   cn . cn   cn
* 2

n   n  

Que é o Teorema de Parseval.


Indica que a potência do sinal é a soma das potências de cada
uma ds componentes senoidais. Mostra também que a potência
do sinal pode ser determinada a partir da descrição do sinal no
domínio do tempo ou no de frequências.
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3. ANÁLISE DE FOURIER
Em vez de traçar o especro de frequências (amplitude e fase),
frequentemente basta traçar o gráfico 𝐶𝑛 2 𝑥 𝑓𝑛 , chamado de
espectro de potências (não envolve a informação sobre a fase).

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