Você está na página 1de 21

Processamento de Sinais Fisiológicos – PSFISIO

Sinal - fenómeno que transporta informação

Sinal Biológico - sinal usado para a extração de informação de um sistema biológico que está
sob investigação

É necessária a aplicação de processamento de sinal sobre o sinal adquirido pois:

 O sinal está corrompido com ruído, principalmente eletromagnético, e precisa de ser


“limpo”
 A informação não está visível diretamente no sinal, sendo necessário a aplicação de
certas transformações para revelar a informação pretendida

Existem disponíveis um grande número de métodos e algoritmos de processamento, cabendo


ao utilizador conhecer:

 o objetivo do processamento
 as condições de teste
 as características do sinal em estudo

Origens do sinal (fonte):

1. Sinal Bioelétrico
2. Sinal de Bioimpedância
3. Sinal Bioacústico
4. Sinal Biomagnético
5. Sinal Biomecânico
6. Sinal Bioquímico
7. Sinal Bioóptico

Sinal contínuo – descrito por uma função contínua s (t), a qual fornece informação sobre o
sinal em qualquer instante, em termos de amplitude e taxa de variação (frequência).

Sinal discreto – descrito por uma sequência s (m), a qual só fornece informação para
determinados instantes no eixo dos tempos e em determinados níveis de amplitude

A grande maioria dos sinais biomédicos são contínuos.

Sinal determinístico - pode ser fielmente representado por uma expressão matemática, ou
graficamente.

Os sinais reais nunca são totalmente determinísticos.

Sinal periódico - é um sinal determinístico que pode ser expresso através da expressão:

s ( t ) =s (t +nT )
Sinal estocástico - O valor de um sinal estocástico, de um qualquer processo estocástico, e para
um determinado instante, é sempre diferente do valor desse sinal, para outro instante
considerado. Estes sinais não podem ser aproximados a qualquer função matemática. A única
informação sobre o sinal futuro é apenas possível através de previsão estatística.

Sinal estocástico estacionário - é aquele em que a previsão estatística não é alterada com o
tempo
Sinal Sinal
determinístico estocástico

Não
Periódico Não Periódico Estacionário
estacionário

Quase
Sinusoidal
periódico

Complexo Transiente

Alguns sinais discretos importantes:

Impulso unitário δ ( n )

Degrau unitário u ( n )

Convolução discreta (exemplo):

A saída y(n) é dada pela convolução discreta de x(n) com h(n)


Sistemas Discretos FIR e IIR:

Tipo IIR - com resposta impulsional infinita

Tipo FIR - com respostas impulsional finita, os sistemas discretos do tipo FIR gozam da
propriedade de poderem ser implementados diretamente a partir da sua resposta impulsional,
uma vez que

Tem nesse caso um número finito de elementos.

Sistemas Discretos Recursivos e Não Recursivos:

Recursivo - no segundo membro da equação às diferenças respetiva não intervém a resposta


y(n)

y(n) = 3x(n) + 2x(n-1) + x(n-2)

Um sistema discreto do tipo FIR pode ser sempre implementado não recursivamente.

Não recursivo - A resposta impulsional de um sistema do tipo recursivo é normalmente de


comprimento infinito.

y(n) = x(n) + 0,5y(n-1)


Sistemas Discretos Causais

Um sistema que opere em tempo real é causal, uma vez que não é admitir neste caso um
comportamento antecipatório relativamente ao sinal de entrada. Um sistema é causal se, e só
se, para quaisquer duas entradas x1(n) e x2(n), tais que

x1(n) = x2(n), n < n0

As respetivas respostas, y1 (n) e y2 (n) forem tais que

y1(n) = y2(n), n < n0

Em termos da resposta impulsional, h(n) pode ser demonstrado que a condição necessária e
suficiente de causalidade é h(n) = 0, n < 0

Sistemas Discretos Estáveis

Num sistema estável, a uma entrada limitada corresponde sempre uma saída limitada.

Os efeitos de instabilidade num sistema discreto são o de provocar uma situação de


“overflow”. No entanto, esta situação pode ser muitas vezes evitada mediante uma
representação adequada dos sinais.

Em termos da sua resposta impulsional, h(n), pode demonstrar-se que a condição necessária e
suficiente de estabilidade é

Resposta em Frequência de um Sistema Discreto


Transformada de Fourier

A Transformada de Fourier pode ser vista como uma operação que permite representar, no
domínio das frequências, qualquer sinal como uma série de ondas sinusoidais, com diferentes
amplitudes e fases.

Propriedades da Transformada de Fourier:


Amostragem de Sinais Contínuos
DFT – Transformada de Fourier Discreta
Transformada em Z
Transformada em z - é uma ferramenta matemática essencial para a análise e síntese de
sistemas discretos, desempenhando um papel paralelo ao desempenhado pela transformada
de Laplace relativamente aos sistemas contínuos

A transformada em z, X(z), de um sinal discreto x(n) é uma função complexa da variável


complexa z, e define-se como

A transformada em z tem ainda uma notação mais conveniente do que a transformada de

Fourier:

Exemplos
Região de convergência - É a região do plano z (plano complexo), definida por um anel
centrado na origem, onde existe transformada em z. A indicação da região de convergência é
absolutamente necessária na transformada em z.

Avaliação geométrica da Transformada de Fourier


Propriedade da Convolução

H(z) é a função de transferência do sistema discreto

Um sistema discreto é estável se e só se a região de convergência da sua função de


transferência contiver a circunferência unitária do plano z. Realmente, neste caso, h(n) tem
transformada de Fourier e satisfaz portanto ao critério de estabilidade de um sistema discreto.
Um sistema discreto é causal se e só se a região de convergência da sua função de
transferência for o exterior de um círculo.

Um sistema discreto causal e estável tem todos os seus pólos no interior da circunferência
unitária do plano z.

Propriedades da Transformada em z

 Propriedade da linearidade
A transformada em z, X(z), com região de convergência RC , e a transformada de
Fourier, X(e j), de um sinal discreto x(n) estão relacionadas por X(e j) = X(z), z=ej
Se a região de convergência de X(z) contiver a circunferência de raio unitário centrada
na origem do plano z, isto é, se existir transformada de Fourier! Na realidade, existirão
sinais discretos para os quais não existe transformadas de Fourier e existe
transformada em z
 A transformada em z do sinal discreto x(n) deslocado de k, x(n-k) é:
z-k X (z)
 A transformada em z do sinal discreto multiplicado por a n , an x(n) é:

X ( az ) com convergência Ar C

 A transformada em z do sinal discreto x(-n) é


X(z-1) Com região de convergência RC-1
 A transformada em z da convolução de dois sinais discretos x(n) e h(n) existe e é, como
também já vimos, o produto das suas transformadas em z
X(z)H(z) se não for vazia a intersecção das suas regiões de convergência
 Considerando que a saída impulsional de um sistema discreto é dada por

ou seja, um sistema discreto causal e recursivo, a função de transferência deste


sistema discreto é dada por:
Função de Transferência de um Sistema
Projeto de Filtros Digitais

Projetar um filtro digital é determinar um algoritmo que satisfaça as especificações


pretendidas.

Realizar um filtro digital é implementar esse algoritmo, seja em software, seja em hardware,
atendendo às implicações do uso de precisão finita na representação dos coeficientes e dos
sinais de entrada e de saída e na realização das operações aritméticas respetivas.

Os parâmetros do projeto de um filtro digital são normalmente os limites das bandas de


passagem e de rejeição e a oscilação máxima (ripple) admitidos em cada uma dessas bandas.
Frequência de corte, ωc - é definida como a frequência para a qual a potência de saída é
metade da potência de entrada, ou seja, quando o Ganho de Potência é igual a 0,5:

No projeto de um filtro é sempre possível especificar:

1. A máxima ondulação tolerável na banda de passagem, δp


2. A máxima ondulação tolerável na banda de rejeição, δ S
3. A frequência máxima da banda de passagem, ω P
4. A frequência mínima da banda de rejeição, ω S
5. Através dos pontos 4. e 5. definir a frequência de corte, ω C

Curvas de resposta típicas dos quatro principais tipos de filtro:


No caso dos filtros passa-banda e rejeita-banda, existem duas frequências de corte,
normalmente referidas como f1 e f2 , sendo f0 a frequência central da banda de passagem e
banda de rejeição, respetivamente.

Fator de Qualidade, Q - é uma variável adimensional e oferece uma indicação do desempenho


do filtro, na sua banda de transição. Q é calculado pela relação entre a frequência central e a
largura de banda a -3 dB:

Efeitos da Fase na filtragem:

Quando um filtro tem fase linear, todas as componentes de frequência no sinal estão sujeitas
ao mesmo atraso no tempo.

No gráfico é mostrada a decomposição de uma onda (quase) quadrada, através da


Transformada de Fourier, nas suas três primeiras componentes. Se cada uma sofrer um atraso
diferente (atraso de fase não-linear) então o resultado é uma distorção da forma de onda
obtida.

Implicações da Causalidade:

1. A Resposta em frequência, H(ej), do filtro, não pode ser zero, exceto num conjunto
finito de pontos na frequência
2. A amplitude de H(ej) não pode ser constante em qualquer intervalo finito de
frequências
3. A transição entre a banda de passagem e a banda de rejeição (roll-off) não é
totalmente abrupta
Função de Transferência de um Filtro

Podem ser facilmente relacionados com filtros analógicos e são normalmente menos exigentes
do que os filtros do tipo FIR em termos do número de operações necessárias para realizar uma
determinada resposta em frequência.

(há situações em que esta vantagem é apenas aparente… como por exemplo na decimação e
na interpolação - operações que correspondem a diminuir, e aumentar, respetivamente, a
frequência de amostragem de um sinal, acrescentando zeros).

A maioria dos filtros, e respetivas funções de transferência, derivam do domínio analógico, pelo
que esta relação de polinómios aparece normalmente escrita pela sua transformada de Laplace
(no domínio analógico, em s) e não pela sua transformada em z (no domínio digital)

ou, se se considerarem apenas os sinais elétricos de entrada e de saída do sistema:

Assim, num filtro definido pela sua Função de Transferência

 O grau n representa a ordem do filtro (número de polos)


 Para que o filtro seja estável o grau do numerador m ≤ n
 Os zeros ou polos da função podem ser números reais ou complexos (pares
conjugados)
 Quanto maior o grau n mais próximo se está do filtro ideal. No entanto, mais complexo
é o filtro e mais demorado será o cálculo do mesmo

Transformação Bilinear

Matematicamente, a Transformação Bilinear permite passar da função de transferência do


filtro analógico para a função de transferência do filtro digital, através da substituição:

(o factor T garante que a resposta do filtro é a mesma nos dois domínios,


a menos da ocorrência de aliasing)

Que define um mapa biunívoco do plano s no plano z.


A resposta em frequência do filtro digital é uma cópia da resposta em frequência do filtro
analógico, com a distorção resultante da compressão de todo o eixo jΩ numa revolução a essa
circunferência, e que ao semiplano esquerdo do plano s corresponde o seu interior.

Assim, há que ter atenção à não linearidade verificada entre as frequências analógica e digital
no projeto do filtro de partida.

Classificação quanto ao formato da resposta:

 Butterworth: banda de passagem e de rejeição planas, banda de transição moderada


 Chebyshev I: banda de passagem com oscilações, banda de transição moderada,
banda de rejeição plana
 Chebyshev II: banda de passagem plana, banda de transição moderada, banda de
rejeição com oscilações
 Elíptico: banda de passagem e de rejeição com oscilações, banda de transição abrupta

Filtros Digitais do tipo FIR

Os Filtros Digitais do tipo FIR (Resposta Impulsional Finita) não têm contrapartida no mundo
analógico, na medida em que implementam diretamente um sistema discreto a partir da sua
resposta impulsional h(n), finita.
Estes filtros podem ser realizados com fase exatamente linear, correspondente a um atraso fixo
da saída relativamente à entrada, permitindo que no seu desenvolvimento a atenção do
projetista se concentre na resposta em amplitude.

Além disso, são garantidamente estáveis quando implementados não-recursivamente.

Características filtros do tipo FIR

Os Métodos Básicos para o Projeto de Filtros Digitais do Tipo FIR são:

1. Média Móvel
2. Método da janela
3. Método da amostragem da função de transferência
4. Projeto ótimo (algoritmo de Remez).
O Filtro de Média Móvel Simples apresenta um bom desempenho na redução de ruído branco,
ao mesmo tempo que preserva a resposta ao degrau.

No domínio das frequências tem um comportamento semelhante a um filtro passa-baixo; tem


uma resposta em frequência semelhante a filtro de janela retangular.
(continua método da janela até ao fim do ppt cap 4)

Você também pode gostar