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SUMÁRIO
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
No solo;
Nos sedimentos;
Nas rochas;
Nos materiais utilizados para aterros;
Nas águas subterrâneas;
Nas zonas não saturada e saturada.
Além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas estruturas das
construções.
Os contaminantes podem ser transportados a partir desses meios,
propagando-se por diferentes vias, como:
O ar
O solo
As águas subterrâneas e superficiais
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Lixiviação do solo para a água subterrânea;
Absorção e adsorção dos contaminantes nas raízes de plantas, verduras e
legumes;
Escoamento superficial para a água superficial;
Inalação de vapores;
Contato pela pele com o solo;
Ingestão por seres humanos e animais.
Absorção x Adsorção
Na absorção, a substância absorvida é embebida pela substância
absorvente, como exemplo imagine uma esponja absorvendo a água.
Na adsorção, a substância fica apenas retida na superfície
adsorvente, sem ser incorporada ao volume da outra.
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Figura 1 – Absorção e Adsorção pelas raízes em solo contaminado
Contaminação
Presença de substância(s) química(s) no ar, água ou solo,
decorrentes de atividades antrópicas, em concentrações tais que restrinjam
a utilização desse recurso ambiental para os usos atual ou pretendido,
definidas com base em avaliação de risco à saúde humana, assim como
aos bens a proteger, em cenário de exposição padronizado ou específico.
Resolução CONAMA nº 420, 2009
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SOLOS
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IV. Agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação e
transformação de substâncias químicas e organismos;
V. Proteger as águas superficiais e subterrâneas;
VI. Servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, histórico e
cultural;
VII. Constituir fonte de recursos minerais;
VIII. Servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais
e propiciar outros usos públicos e econômicos.
o Qualidade do Solo
Em seu artigo 7º, a resolução CONAMA nº 420 (2009) aponta que a avaliação
da qualidade de solo, quanto à presença de substâncias químicas, deve ser efetuada
com base em Valores Orientadores de Referência de Qualidade, de Prevenção e de
Investigação, definidos como:
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Valores de Prevenção (VPs): Estabelecidos com base em ensaios de fito
toxicidade ou em avaliação de risco ecológico;
Valores de Investigação (VIs): Derivados com base em avaliação de risco
à saúde humana, em função de cenários de exposição padronizados para
diferentes usos e ocupação do solo.
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Tabela 1 – Lista de valores orientadores para solos e para águas subterrâneas
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Fonte: CONAMA, 2009.
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I. Implantar programa de monitoramento de qualidade do solo e das águas
subterrâneas na área do empreendimento e, quando necessário, na sua
área de influência direta e nas águas superficiais;
II. Apresentar relatório técnico conclusivo sobre a qualidade do solo e das
águas subterrâneas, a cada solicitação de renovação de licença e
previamente ao encerramento das atividades.
Define-se como:
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Os responsáveis pela contaminação da área, em consonância com o artigo 34,
devem submeter ao órgão ambiental competente proposta para a ação de intervenção
a ser executada sob sua responsabilidade, devendo a mesma, obrigatoriamente,
considerar:
AGROTÓXICOS
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Os impactos na saúde humana são agudos ou crônicos, principalmente nos
processos neurológicos, reprodutivos e respiratórios.
No meio ambiente, os agrotóxicos têm trazido uma série de transtornos e
modificações, atingindo a biota, água, solo entre outros ecossistemas.
Agrotóxicos;
Defensivos químicos
Pesticidas
Praguicidas
Remédios de planta
Venenos
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Segundo Braibante e Zappe (2012) o DDT é classificado como um
organoclorado, composto por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e cloro
(Cl).
As principais características dos organoclorados são:
Insolubilidade em água;
Solubilidade em líquidos apolares como éter, clorofórmio e,
consequentemente, em óleos e gorduras, o que ocasiona o
acúmulo do DDT no tecido adiposo dos organismos vivos;
Alta estabilidade, pois demora muitos anos para ser degradado na
natureza devido à baixa reatividade das ligações químicas
presentes no composto em condições normais.
Figura 2 - Fórmula estrutural do DDT.
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Figura 4 - Fórmula química do Carbaril
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Quadro 1 - Ingredientes ativos de agrotóxicos
o Destinação no Ambiente
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Figura 5 - Modelo conceitual de fatores e processos que governam o destino de pesticidas no
solo e como o destino desses pesticidas afeta a sua eficácia e o impacto ambiental
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A persistência de pesticidas no solo depende da eficiência dos processos
físicos de transformação citados, sabe-se que alguns fungicidas inorgânicos, como os
cúpricos, podem persistir no ambiente por décadas. No entanto, a maioria dos
fungicidas orgânicos tem meia-vida curta, apesar de os produtos de sua
decomposição poderem persistir por longo tempo.
Por exemplo, o tiofanato metílico é convertido em carbendazim no solo, mas o
último persiste por meses. Os hidrocarbonetos aromáticos, como PCNB
(pentacloronitrobenzeno), podem persistir no solo por vários anos.
Santos (2017) complementa que após a aplicação de um agrotóxico, seu
comportamento no meio ambiente é governado por processos físicos, químicos, físico-
químicos e biológicos (Figura 6) como:
Retenção - Sorção;
Transformação - Degradação biológica, fotodegradação e decomposição
química;
Transporte - Deriva, volatilização, lixiviação e carreamento superficial.
Condições meteorológicas;
Composição das populações de microrganismos no solo;
Presença ou ausência de plantas;
Localização do solo na topografia;
Práticas de manejo dos solos;
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Figura 6 - Dinâmica dos agrotóxicos no meio ambiente
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Retenção
Transformação
Transporte
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juntamente com a água. A extensão da contaminação desses ambientes aquáticos
depende:
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Tabela 3 - Toxicidade e persistência ambiental de alguns agrotóxicos (escala 1 a 5)
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Figura 8 – Ciclo hidrológico e as inter-relações entre os vários sistemas
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Efeitos agudos: Aqueles que resultam da exposição a concentrações de
um ou mais agentes tóxicos, capazes de causar dano efetivo aparente em
um período de 24 horas;
Efeitos crônicos: Aqueles que resultam de uma exposição continuada a
doses relativamente baixas de um ou mais produtos.
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Também existem resíduos presentes nos alimentos e na água potável, fatores
que podem tornar-se carcinogênicos. Existem diversos relatos de doenças e óbitos
causados por pesticidas, cerca de 20 mil mortes/ano. No Brasil, a segunda principal
causa de intoxicação é por agrotóxicos, depois de medicamentos, entretanto, a morte
dos intoxicados ocorre com maior incidência entre os que tiveram contato com
agrotóxicos.
Produtores e aplicadores também estão diretamente expostos à contaminação
por pesticidas. A exposição acidental a esses químicos é muito comum, e o número
de casos é bem maior do que o relatado, já que muitos acidentes não são notificados.
Casos de desastres em grandes proporções são relatados como o de Bhopal,
na Índia, onde ouve entre 2000 a 5000 mortes e 50 mil feridos devido à exposição ao
isocianato. Na Itália ocorreu um acidente com TCDD (tetraclorodibenzo-dioxina), 32
mil pessoas foram afetadas e 459 pessoas morreram. Ainda há o registro de 6070
casos de doença causados pela ingestão de grãos contaminados com pesticidas.
Um exemplo da contaminação de aplicadores que, normalmente, não têm
nenhuma informação sobre o uso de equipamentos de proteção individual é relatado
por Araújo, Nogueira e Augusto (2000) na cultura de tomate de mesa, na região de
Vale do São Francisco e no município de Camocim de São Felix, localizados no
agreste de Pernambuco.
Muitos aplicadores de pesticidas dessas regiões apresentaram sintomas
esperados para o grupo de risco e pouquíssimos (apenas três no Vale do São
Francisco) realizavam exames periódicos de saúde. No município de Camocim de São
Félix 13,2% dos trabalhadores já sofreram algum tipo de intoxicação, e dos 159
entrevistados, 45 sentem-se mal durante a aplicação do produto. Entre as mulheres
entrevistadas, 70,6% relatou a perda de fetos e 39,4% revelou ter perdido filhos com
menos de um ano de vida.
Também relacionado à produção de tomates, Ferreira et al. (2006)
demonstraram que 58,6% das amostras provenientes da produção de tomate de mesa
do município de Paty do Alferes, RJ estavam impróprias para o consumo, contendo
resíduos de inseticidas organofosforados metamidofós e a presença ilegal do
organoclorado endosulfan, violando os valores estabelecidos para resíduos na
legislação brasileira de resíduos tóxicos.
Belchior et al. (2014) completa que, diante do exposto sobre os efeitos de
agrotóxicos sobre o meio ambiente, o ser humano acaba por ser afetado, visto que é
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dependente dos recursos do meio para sobrevivência (água, terra, ar, alimento). No
tocante à exposição humana aos agrotóxicos, a alimentação é um dos principais
problemas.
Um estudo realizado em 2012, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), em 2.488 amostras de alimentos (cereais, frutas e verduras) nas capitais
brasileiras, demonstrou amostras insatisfatórias, ou seja, com limite residual acima do
permitido, conforme o observado na Figura 6.
A utilização dos agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido uma série de
consequências, que são agravadas por uma série de determinantes de ordens
cultural, social e econômica. Mesmo que alguns dos ingredientes ativos dos
agrotóxicos possam ser classificados como medianamente ou pouco tóxicos, pelos
seus efeitos agudos, não se pode deixar de considerar os efeitos crônicos, que podem
ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, manifestando-se em várias
doenças.
A comunidade científica tem detectado a presença de agrotóxicos diversos em
amostras de sangue humano, urina e leite materno. Desse modo, são elevadas as
possibilidades de ocorrência de anomalias congênitas, câncer, disfunções na
reprodução humana, bem como distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
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Segundo Moreira et al. (2002), os principais meios de contaminação humana
por agrotóxicos são:
O ambiental
O ocupacional
O alimentar
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utilizado com cuidado, seguindo-se sempre as recomendações dos fornecedores e de
pessoas especializadas, com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI)
pelos aplicadores. Os EPI utilizados são jaleco, calça, botas, avental, respirador,
viseira, touca árabe e luvas.
SAIBA MAIS!
Assista ao seminário promovido pela inciativa Brasil Saúde Amanhã
no contexto da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, que teve como tema:
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1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAIBANTE, Mara Elisa Fortes; ZAPPE, Janessa Aline. A química dos agrotóxicos.
Química nova na escola. Vol. 34, N° 1, p. 10-15. 2012.
BELCHIOR, Diana Cléssia Vieira; SARAIVA, Althiéris de Souza; LÓPEZ, Ana Maria
Córdova; SCHEIDT, Gessiel Newton. Impactos de agrotóxicos sobre o meio
ambiente e a saúde humana. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 34, n.
1, p. 135-151, jan./abr. 2014.
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MOREIRA, J. C.; JACOB, S. C.; PERES, F.; LIMA, J. S.; MEYER, A.; OLIVEIRA-
SILVA, J. J.; SARCINELLI, P. N.; BATISTA, D. F.; EGLER, M.; FARIA, M. V. C.;
ARAÚJO, A. J. de; KUBOTA, A. H.; SOARES, M. de O.; ALVES, S. R.; MOURA, C.
M.; CURI, R. Avaliação integrada do impacto do uso de agrotóxicos sobre a
saúde humana em uma comunidade agrícola de Nova Friburgo, RJ. Ciência &
Saúde Coletiva, v. 7, n. 2, p. 299-311, 2002.
STEFFEN, Gerusa Pauli Kist; STEFFEN, Ricardo Bemfica; ANTONIOLLI, Zaida Inês.
Contaminação do solo e da água pelo uso de agrotóxicos. Tecno-lógica, Santa
Cruz do Sul, v. 15, n. 1, p. 15-21, jan./jun. 2011.
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TUTIDA, Diogo; FOGAÇA, Rafaela. Como funciona a contaminação dos solos.
2010. Disponível em: http://relacoesambientais.blogspot.com/2010/10/como-
funciona-contaminacao-dos-solos.html. Acesso em: 21 de outubro de 2020.
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