Este documento descreve o processo de identificação de áreas contaminadas adotado pela CETESB no Brasil. O processo inclui a identificação inicial de áreas com potencial de contaminação, classificação de prioridade, avaliação preliminar, plano de investigação confirmatória, investigação detalhada e avaliação de risco. Normas ABNT guiam os procedimentos para garantir a realização eficiente do gerenciamento de áreas contaminadas no país.
Este documento descreve o processo de identificação de áreas contaminadas adotado pela CETESB no Brasil. O processo inclui a identificação inicial de áreas com potencial de contaminação, classificação de prioridade, avaliação preliminar, plano de investigação confirmatória, investigação detalhada e avaliação de risco. Normas ABNT guiam os procedimentos para garantir a realização eficiente do gerenciamento de áreas contaminadas no país.
Este documento descreve o processo de identificação de áreas contaminadas adotado pela CETESB no Brasil. O processo inclui a identificação inicial de áreas com potencial de contaminação, classificação de prioridade, avaliação preliminar, plano de investigação confirmatória, investigação detalhada e avaliação de risco. Normas ABNT guiam os procedimentos para garantir a realização eficiente do gerenciamento de áreas contaminadas no país.
Roteiro de Estudo 1 – Recuperação de Áreas Degradadas (RAD)
1) A partir da relação compreendida através do diagrama abaixo, onde é possível
perceber que nem toda área classificada como brownfield está contaminada e tão pouco precisa ser caracterizada como área degradada, defina: passivo ambiental, áreas contaminadas e Brownfields. ● Passivo Ambiental: são responsabilidades ou obrigações de reparação por atividades que degradam o meio ambiente, que surgem como consequência do desenvolvimento de atividades tecnológico-industriais. Normalmente, ocorrem quando se é utilizada uma área para alguma atividade e essa utilização gera resíduos ou consequências danosas ao ambiente, como a emissão de gases do efeito estufa, a contaminação de rios e o aumento da erosão do solo, entre outras. Essas consequências danosas, que podem afetar vários componentes do ambiente, como o solo, a água, a atmosfera e a biota, são de responsabilidade do seus geradores, sejam eles industriais ou outras empresas, que devem então repará-las ou realizarem compensação financeira quando não puderem ser recuperados; ● Áreas Contaminadas: são áreas onde se tem comprovadamente concentrações de substâncias químicas acima de um valor vigente na região ou até mesmo internacionalmente, de forma que possam causar danos a saúde e a biota. Por conta disso, a sua utilização ou ocupação representam um risco potencial à segurança, à saúde humana e ao meio ambiente. Elas surgem a partir de processos ou atividades socioeconômicas não sustentáveis que negligenciam questões de proteção ambiental e que liberam poluentes ou contaminantes que causam a sua degradação. Se a facilidade de propagação da contaminação for muito grande, essa área é ampliada as áreas imediatas no entorno, sendo esse um processo dinâmico. Essas áreas necessitam de medidas de remediação para eliminar ou minimizar o risco a saúde humana e assim poderem ser utilizadas de forma segura novamente; ● Brownfields: são áreas ou instalações abandonadas, ou sem uso, por conta de seu potencial de contaminação após terem sido utilizadas por algum tipo de atividade potencialmente geradora de poluição danosa ao ambiente, como atividades industriais, comerciais, de mineração, de depósito de resíduos, etc. Dessa forma, essas áreas que podem ou não estar contaminadas, atualmente não se encontram mais produtivas;
2) Descreva o comportamento de um poluente, uma vez que tenha sido liberado
no ambiente, destacando de que forma os mesmos podem ser avaliados e a importância deste procedimento. A partir de sua liberação no ambiente, o poluente pode apresentar diferentes comportamentos dependendo do seu meio receptor (ar, água, solo), de suas propriedades físicas (sólidos, líquidos, gasosos) ou químicas (ácidos, alcalinos, polares) e de seu potencial de risco (explosivos, tóxicos, reativos). Dessa forma, após liberados, os poluentes podem: ● Permanecer inalterados em um mesmo local; ● Ser transportados para outros locais, pela ação da gravidade, pela difusão, pela a ou pela passagem para outras fases pela volatização, dissolução, adsorção ou precipitação. Normalmente a velocidade de transporte depende do estado físico do poluente (gases>líquidos>sólidos). Quando o poluente chega até o lençol freático, ele passa a ser transportado pela água para outras áreas, com velocidade de propagação dependente do gradiente hidráulico do solo; ● Ser transformados através da ocorrência de processos químicos, como a oxidação e redução, ou biológicos, como a biodegradação aeróbica ou anaeróbica, que acarretam mudanças na concentração do poluente que podem atenuar a presença do contaminante no solo. Certos processos também podem causar transformações de efeito contrário, onde há a acumulação do contaminante no solo, como a transferência de substâncias contaminantes para o solo em fase sólida, a sorção; Este procedimento de avaliação é importante, pois ele permite melhor entender o comportamento desses poluentes no ambiente, de forma que seja possível prever seu destino para então avaliar os riscos potenciais à saúde gerados por eles. Esse risco considera a característica da fonte do contaminante (inclui a quantidade e composição do contaminante, principalmente toxicidade e mobilidade), a característica do meio físico na qual o contaminante foi liberado (inclui a probabilidade de propagação, transporte ou atenuação do contaminante pelo meio), e a característica de exposição (inclui a sensibilidade dos receptores ou bens a serem protegidos).
3) O que é o Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC)? Descreva,
detalhadamente, o processo de identificação de uma área contaminada adotado pela CETESB. O Gerenciamento de Áreas Contaminadas é um conjunto de medidas que busca proporcionar um maior conhecimento das características da área contaminada e dos impactos causados por essa contaminação, e dessa forma disponibilizar os instrumentos necessários para se tomar uma decisão em relação a como se intervir na área da maneira mais adequada, possibilitando assim a minimização dos riscos, por parte da exposição da população e do meio ambiente a substâncias dessas áreas, à níveis aceitáveis. O processo de identificação de áreas contaminadas pela CETESB começa com a identificação de áreas com potencial de contaminação (AP), com base na relação de atividades potencialmente geradoras de áreas contaminadas e nas informações disponíveis no Sistema de Fontes de Poluição (SIPOL), para serem introduzidas no Sistema de Áreas Contaminadas e Reabilitadas (SIACR). Em seguida, essas áreas são classificadas em relação a sua priorização, por meio de critérios que consideram a utilização da região pela população ou suas restrições ambientais, de forma que seja possível estabelecer áreas consideradas prioritárias (AP prioritária). Na sequência, é feita a avaliação preliminar para o levantamento de dados sobre a área e seus parâmetros geoambientais, e sobre o empreendimento e as atividades que foram ou são desenvolvidas na área, de forma a identificar fontes potenciais de contaminação, comprovar indícios que permitam presumir a ocorrência de uma contaminação e gerar um relatório para orientar as próximas etapas do processo. Na próxima etapa, é então elaborado um plano de investigação confirmatória, contendo a justificativa dos pontos de investigação georeferenciados, um mapa potenciométrico, laudos analíticos, entre outras informações, para confirmar ou não a existência ou não da contaminação pela avaliação das fontes potenciais de contaminação identificadas na etapa anterior, e em caso de confirmação a área passa a ser classificada como Área Contaminada sob Investigação (ACI). Em seguida, é feita uma investigação detalhada para caracterizar o meio físico que contém uma ACI, para determinar a concentração das substâncias químicas de interesse nas suas várias matrizes ambientais, o transporte dessas substâncias nas diferentes unidades hidroestratigráficas ao longo do tempo e a pluma de contaminação mapeada horizontal e verticalmente. Por fim, é feita a avaliação de risco, onde se estabelece o modelo conceitual da área e se caracteriza a existência do risco aos receptores identificados e que podem ter sido ou poderão ser expostos às substâncias químicas de interesse da ACI. Com isso, é decidido se é necessária a implementação de alguma intervenção e a área pode passar a ser classificada como área contaminada confirmada quando é comprovada a existência de um risco acima dos níveis aceitáveis, principalmente no comprometimento dos padrões de potabilidade ou o risco inaceitável para os organismos presentes nos ecossistemas.
4) Qual o papel das Normas ABNT no Gerenciamento de Áreas Contaminadas
(GAC)? Descreva as principais normativas estudadas em aula. O papel das Normas ABNT no Gerenciamento de Áreas Contaminadas é guiar as ações e procedimentos que serão realizados nos processos de identificação e remediação das áreas contaminadas, de forma que sejam adotadas as ações que são melhor adaptadas à realidade brasileira e que estas sejam realizadas de acordo com os padrões adotados internacionalmente, garantindo assim que o gerenciamento seja realizado de uma forma confiável e eficiente. As principais normativas estudadas em aula foram: ● ABNT NBR 16210/2013: essa norma estabelece os procedimentos mínimos para o desenvolvimento de um modelo conceitual no gerenciamento de áreas contaminadas; ● NBR 15.515 (2007): baseada na norma de gestão de áreas contaminadas do órgão americano American Society for Testing and Materials (ASTM), essa norma trata do passivo ambiental em solo e águas subterrâneas e estabelece os procedimentos mínimos para serem realizados nos estudos de avaliação preliminar, de investigação confirmatório, de investigação detalhada que vão constituir os instrumentos necessários para a avaliação de uma contaminação do solo e água em potencial; ● ABNT NBR 15.515-1 (2011): essa norma estabelece os procedimentos mínimos de coleta de dados e inspeção de reconhecimento da área para a execução da avaliação preliminar, de forma a elencar indícios de contaminação no solo e águas subterrâneas para que se identificar uma possível contaminação ambiental desses meios; ● ABNT NBR 15512-2: essa norma estabelece procedimentos para testar e confirmar a existência de uma contaminação ambiental de uma área estudada que já foi classificada como área com potencial contaminação na avaliação preliminar, através de técnicas e métodos de coleta de solo ou água subterrânea de outras normas, para a realização de análises laboratoriais para substâncias químicas de interesse; ● ABNT NBR 15513-3: essa norma estabelece procedimentos para a realização da investigação detalhada para áreas onde a contaminação já foi confirmada, através da definição da dinâmica do transporte do contaminante, para prever o comportamento da contaminação, a identificação das vias de exposição e dos receptores e a caracterização do empreendimento e do seu entorno do ponto físico, químico e biológico, identificando também as zonas saturadas e insaturadas do solo para determinar a pluma de contaminação; ● NBR 16.209:2013: baseada em um método desenvolvido pela agência de proteção ambiental americana, essa norma estabelece procedimentos para avaliar potencial de riscos a saúde humana para ser aplicada ao gerenciamento de áreas contaminadas, com o objetivo de desenvolver um modelo conceitual de exposição a partir de cenários de exposição considerados e da quantificação do risco para cada substância identificada; 5) O que é e de que forma é elaborado para a área estudada, o Modelo Conceitual de Exposição (MCE)? O Modelo Conceitual de Exposição é um modelo que representa uma síntese simplificada de todas as informações significativas levantadas a respeito de todos os cenários de exposição a contaminantes em uma área contaminada, de forma completa e identificando quem são os receptores e quais são as fontes de contaminação, os pontos de exposição, os caminhos de exposição e as vias de ingresso do contaminante. Ele é elaborado a partir de informações e dados de processos biológicos e hidrogeológicos, preferencialmente de qualidade, levantados nas fases de avaliação preliminar, de investigação confirmatória e de investigação detalhada, de forma que seja possível, através da identificação das fontes de contaminação e localização e dimensão das plumas de contaminação e dos pontos de exposição, se estabelecer a trajetória da substância química de interesse, ou caminho de exposição, por processos de emissão de partículas ou vapor do solo superficial, de lixiviação do solo para a água subterrânea ou de transporte de contaminação do solo por alimentos. Com isso, é possível a determinação de como esses contaminantes identificados podem chegar da fonte de contaminação até um organismo receptor potencial, ou seja, suas vias de ingresso (ingestão, inalação ou contato dérmico), e as concentrações com as quais essas substâncias chegarão até esse receptor. Esses cenários de exposição completos representados pelo modelo podem ser então utilizados para a avaliação de risco de contaminação humana e para melhor identificar as ações que devem ser tomadas e os locais onde elas devem ser realizadas para aprimorar o gerenciamento de áreas contaminadas.