Você está na página 1de 21

GEOPROCESSAMENTO AMBIENTAL

ESTUDOS AMBIENTAIS E ESCALA


CARTOGRÁFICA

-1-
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1. Apresentar a importância do Termo de Referência como guia dos estudos ambientais formais;

2. Relacionar a identificação das escalas com o nível de estudos ambientais;

3. Compreender a importância das imagens de satélite e fotografias aéreas para os estudos ambientais;

4. Salientar o problema da escala para os estudos ambientais.

1 Introdução
Os produtos cartográficos, como mapas, plantas e desenhos são essenciais para prover e sintetizar informações

em qualquer estudo ambiental. A cartografia é uma arte antiga, mas ainda existem pessoas que não conseguem

fazer a devida interpretação das informações cartográficas.

Outro problema muito comum é a identificação da melhor escala a ser apresentada nos estudos ambientais. É

importante destacar que cada etapa do estudo e cada tipo de análise ambiental pode requerer uma escala de

trabalho própria. Mas é de consenso que as escalas maiores possibilitam maior detalhe da informação, ao passo

que as escalas menores, embora diminuam o tempo e o custo para o levantamento dos dados, generalizam e

agrupam a informação.

O ponto fundamental é que não existe uma escala correta e única para diagnosticar os diferentes elementos

ambientais, mas é fundamental que a equipe técnica defina em qual escala pretende trabalhar, associada com o

nível de detalhe com o qual precisa analisar os componentes da natureza.

Bons estudos!

2 Estudos Ambientais e o Termo de Referência


O licenciamento ambiental é uma obrigação legal para a instalação de empreendimentos que utilizam recursos

naturais ou podem provocar degradação do meio ambiente.

Mas que tipos de análises deve haver dentro dos estudos ambientais como EIA/RIMA?

Todo procedimento de licenciamento ambiental precisa de estudos ambientais. O que muita gente ainda não

sabe é que pode-se obter a licença sem apresentar um estudo ambiental específico: o Estudo de Impacto

Ambiental e respectivo Relatório (EIA/RIMA). Os empreendimentos que precisam de licenciamento (que usam

-2-
recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, ou capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental) estão listados no anexo I da Resolução Conama nº 237 de 19 de dezembro de

1997

(http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html).

Contudo, somente vão precisar de EIA/RIMA as licenças ambientais para empreendimentos e atividades

considerados efetiva ou potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente. Nesse caso, o

procedimento dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio

ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando

couber, de acordo com a regulamentação.

Quando o impacto ambiental de determinada atividade for considerado não significativo, o órgão ambiental

competente poderá demandar, como subsídio ao processo decisório, outros estudos ambientais que não sejam o

EIA, tais como relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,

diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

Mas quem determina o conteúdo dos estudos ambientais para o licenciamento?

O órgão ambiental licenciador, como IBAMA (União), INEA (Rio de Janeiro) ou CETESB (São Paulo).

É fundamental o conhecimento de quem deve promover o processo de licenciamento ambiental. A legislação é

muito específica sobre os órgãos que têm a competência licenciadora.

Competência do Licenciamento: Competência em matéria de licenciamento ambiental (https://jus.com.br

/artigos/18016/competencia-em-materia-de-licenciamento-ambiental)

O órgão ambiental licenciador deverá estabelecer o rito do licenciamento ambiental a partir das informações

básicas do empreendimento registradas no Termo de Referência.

-3-
Desta forma, o primeiro passo para se buscar o licenciamento ambiental é ter em mãos o Termo de Referência,

instrumento que irá nortear o empreendedor para elaboração dos estudos ambientais obrigatórios para a

obtenção dos licenciamentos necessários para as fases seguintes do projeto.

Termo de Referência

A Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86

/res0186.html) estabelece que cada estudo deve ser objeto de diretrizes específicas. Em seu artigo quinto há a

informação:

Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente, ou o

IBAMA ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e

características ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos

estudos.

Na verdade, cada empreendimento precisa ter seu próprio Termo de Referência, mas, é fato que os órgãos

ambientais tentam organizar os TRs a partir do tipo de empreendimento. Você conhece a lista de

empreendimentos que precisam de licenciamento ambiental?

O anexo 1 da Resolução Conama nº 237, de 23 de dezembro de 1997 (http://www2.mma.gov.br/port

/conama/res/res97/res23797.html) lista as atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento

ambiental. Um exemplo são as Obras Civis, como:

1) rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;

2) barragens e diques;

3) canais para drenagem;

4) retificação de curso de água;

5) abertura de barras, embocaduras e canais;

6) transposição de bacias hidrográficas.

Acesse o link Resoluções (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html) e identifique as

atividades mais associadas com o seu ramo de atividade.

Na verdade, cada empreendimento precisa ter seu próprio Termo de Referência, mas, é fato que os órgãos

ambientais tentam organizar os TRs a partir do tipo de empreendimento. Você conhece a lista de

empreendimentos que precisam de licenciamento ambiental?

O anexo 1 da Resolução Conama nº 237, de 23 de dezembro de 1997 (http://www2.mma.gov.br/port/conama

/res/res97/res23797.html) lista as atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental. Um

exemplo são as Obras Civis, como:

1) rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;

-4-
2) barragens e diques;

3) canais para drenagem;

4) retificação de curso de água;

5) abertura de barras, embocaduras e canais;

6) transposição de bacias hidrográficas.

Acesse o linkResoluções(http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html) e identifique as

atividades mais associadas com o seu ramo de atividade.

Saiba mais
Há orientações importantes sobre os procedimentos do licenciamento e a legislação aplicável,
a abordagem metodológica para elaboração do EIA. Informações sobre como recortar a área de
influência, seja ela direta ou indireta. A descrição das alternativas tecnológicas e locacionais,
do empreendimento e do empreendedor. A publicação deixa muito claro que os estudos
específicos do diagnóstico deverão considerar a bacia hidrográfica como área de abrangência
regional e a área de influência indireta. Explica os conteúdos a serem apresentados no
diagnóstico, refere-se às áreas dos meios físico, biótico e socioeconômico, dentre outras
orientações.

-5-
3 Mapeamentos e escala de trabalho
Os estudos ambientais devem ser compostos por seções separadas e, entre elas, o diagnóstico ambiental da área

de influência do empreendimento. Nesse caso, deve descrever e analisar as potencialidades dos meios físico,

biológico e socioeconômico da área de influência do empreendimento, interferindo sobre a situação desses

elementos antes e depois da implantação do projeto.

-6-
Sánchez (2006) frisa essa importância da cartografia na seguinte passagem:

"Mapas são essenciais para a representação da maioria das informações produzidas ou compiladas pelos estudos

de base” (p. 230).

Portanto, ao planejar os estudos ambientais, é fundamental saber de antemão qual é a disponibilidade de bases

cartográficas e de outros meios de visualização e representação espacial, como fotografias aéreas e imagens de

satélite.

O ideal é que o Termo de Referência (TR) já apresente o nível de detalhe e escala dos mapas a serem

disponibilizados pelos estudos ambientais para o licenciamento.

Qual a melhor escala de trabalho?

A escala depende do tipo de projeto analisado. Projetos retos (ou lineares), como estradas ou linhas de

transmissão, podem ter escala pequena, porque cobrem extensas áreas (Escala 1:100.000).

O mapa foi produzido, originalmente, na escala 1:100.000 demonstrando o caminho da rede planejada, passando

por áreas densamente ocupadas (verifique na legenda).

Exemplo

Nos estudos para a implantação do Corredor Viário TransOceânica, no município de Niterói, a Rede estruturante

planejada pela Secretaria de Urbanismo e Mobilidade de Niterói tem extensão de 11,2km.

Transoceânica

https: www.youtube.com/watch?v=ppd28XEXiAU

-7-
Representação do Anel de Alto Rendimento, a ser composto pelo sistema do VLT, pelo BRT da TransOceânica

(ligando o Engenho do Mato a Charitas) e a TransNiterói (ligando o Cafubá ao Largo da Batalha e este ao Centro).

Fonte: Prefeitura de Niterói (2014).

Qual a importância da PCH, em termos ambientais?

As PCHs são instalações que resultam em menores impactos ambientais e se prestam à geração descentralizada.

Este tipo de hidrelétrica é utilizado principalmente em rios de pequeno e médio portes que possuam desníveis

significativos durante seu percurso, gerando potência hidráulica suficiente para movimentar as turbinas.

Uma Pequena Central Hidrelétrica não “estoca” um grande volume de água, como os empreendimentos de maior

porte, por isso, ela alaga uma menor área. Ela é chamada de usina “a fio d’água”, ou seja, é instalada próxima à

superfície e conta com turbinas que aproveitam a velocidade do curso d’água para gerar a energia.

Clique no link a seguir para conhecer o Funcionamento de um PCH: https://www.youtube.com/watch?

v=Fv1BTKKyC3M

Clique no link a seguir e veja os exemplos:

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a08_t05.pdf

Você já ouviu falar no Projeto Radambrasil?

O governo brasileiro encomendou estudos de todo o território nacional, com uso de radar, que colheu imagens

da superfície, sob a densa cobertura de nuvens e florestas, entre os anos de 1970 e 1985.

-8-
Com base na interpretação dessas imagens, foi realizado um amplo estudo integrado do meio físico e biótico das

regiões abrangidas pelo projeto, que inclui textos analíticos e mapas temáticos sobre geologia, geomorfologia,

pedologia, vegetação, uso potencial da terra e capacidade de uso dos recursos naturais renováveis.

Atenção

Você pode achar esse material antigo mas, muitas vezes, ele é o único material disponível para estudos em

lugares remotos, como interior de Estados como Amazonas, Mato Grosso e Acre.

Atualmente, os dados secundários, como Geomorfologia, Águas subterrâneas e Geologia, são oferecidos por

órgãos públicos oficiais, como é o caso do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O problema é que eles apresentam

uma grande área cartografada, com escala pequena, como por exemplo o Mapa Geodiversidade do Brasil, em

escala 1:2.500.000. Nesse caso, não é possível ver muitos detalhes, como ruas, bairros ou até mesmo cidades.

Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo (http://www.cprm.gov.br/publique/Geologia/Geologia-Basica

/Carta-Geologica-do-Brasil-ao-Milionesimo-298.html)

Mapa Geodiversidade do Brasil (http://www.cprm.gov.br/publique/?tpl=home)

A maior parte dos estudos para empreendimentos hidrelétricos precisa de dados geológicos, em escala de

semidetalhe (1:50.000 a 1:250.000) e, atualmente, é possível obter os dados apenas em universidades ou órgãos

estaduais, ligados à produção na área de geociências.

No Estado do Rio de Janeiro, o DRM (Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro) (http://www.drm.rj.gov.

br) produz cartas topográfico-geológicas, em escala 1:50.000, muito úteis para identificação das províncias

geológicas do Estado. Além disso, trabalha na área de Mineração, Risco Geológico, Geologia Básica e Aplicada,

Hidrogeologia, Petróleo & Gás, Geoturismo e patrimônio geológico e Meio Ambiente.

Muitos Estados do Brasil possuem departamentos específicos para levantamentos de Vegetação, Relevo,

Hidrogeologia, Geologia e Climatologia.

-9-
Sem contar os institutos que fazem os levantamentos socioeconômicos, gerando dados e gráficos que servem de

subsídios para os Estudos Ambientais.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o link: Projeto RADAM-D (http://www.cprm.gov.br/publique/)

4 Fotografias Aéreas e Imagens de Satélite


Algumas regiões dispõem de imagens de fotografias aéreas e imagens de satélite há mais de cinquenta anos,

formando séries históricas descontínuas que podem servir para reconstituir seu histórico de ocupação.

Atualmente, existem softwares gratuitos com disponibilização de imagens de satélite, como é o caso do Google

Earth, bastante útil, em trabalhos com orçamentos baixos.

O Brasil, através do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), tem feito um conjunto de parcerias para

disponibilizar imagens de satélite atuais de grande parte do território nacional. O serviço é gratuito.

Acervo de imagens de satélite do INPE

http://satelite.cptec.inpe.br/home/index.jsp

Há um catálogo de imagens de satélite em que as mesmas podem ser escolhidas de acordo com o satélite, o

Estado, a data e a localização geográfica.

- 10 -
Catálogo de Imagens

www.dgi.inpe.br/CDSR

Como baixar imagens de satélite gratuitamente do site do INPE

https: www.youtube.com/watch?v=gRDhAJfV6SE

Na década de 1990, o Brasil entrou de vez na era da tecnologia de satélites. Em uma parceria inédita com o

governo chinês, o país tem desenvolvido um programa de construção de satélites avançados de sensoriamento

remoto, denominado Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite, Satélite Sino-Brasileiro de

Recursos Terrestres), com o intuito de implantar um sistema completo de sensoriamento remoto de nível

internacional.

No início, foram lançados os CBERS-1 e 2. Em 2002, foi assinado um acordo para a continuação do programa

CBERS, com a construção de dois novos satélites - os CBERS-3 e 4. O CBERS 3 foi lançado em 9 de dezembro de

2013, mas, devido a uma falha ocorrida com o veículo lançador Longa Marcha 4B, o satélite não foi colocado na

órbita prevista. Em 07 de dezembro de 2014, o CBERS-4 foi lançado com sucesso da base de Taiyuan, localizada

a 700 km de Pequim (INPE, 2015).

INPE divulga imagens feitas por satélite Sino-Brasileiro CBERS-4.

- 11 -
https://www.youtube.com/watch?v=MDm51YlioZ8

Veja a seguir imagens feita pelos satélites.

Mapa 1

Observe a imagem de Manaus (AM), produzida em 17.08.2004 pelo CEBERS-2. É possível observar a área rosada,

desmatada, utilizada para base da evolução especial da capital amazonense. Está clara a união dos rios Negro e

Solimões, formadores do rio Amazonas.

Segundo Deák (2001):

O uso e ocupação do solo caracterizam-se pelo conjunto das atividades de uma sociedade por sobre uma

aglomeração urbana. Pode-se dizer que o uso do solo é o rebatimento da reprodução social no plano do espaço

urbano. Sendo que pode haver o uso do solo sem necessariamente haver ocupação, apesar da ocupação, por si só,

configurar-se como um dos tipos de uso do solo.

A importância da análise do uso e da ocupação do solo em estudos de caracterização ambiental justifica-se

principalmente pela necessidade da identificação de fontes ou potenciais fontes de alterações do ambiente,

advindas das atividades humanas.

Mapa 2

As imagens de satélite e fotografias aéreas são muito úteis para a elaboração de mapas de uso do solo. Observe a

figura demonstrando o trabalho de reconstituição do uso do solo da Folha 065/086 da Serra de São Pedro, em

escala original de 1:10.000.

- 12 -
Mapa 3

Em empreendimentos hidrelétricos, é muito importante o monitoramento de bacias hidrográficas, com

diferenças de 5 a 10 anos, no sentido de compreender a evolução do uso do solo, por exemplo.

Em seu trabalho, Barbosa (2015) entendeu que:

- 13 -
A ocupação da terra a partir das diversas necessidades humanas faz com que cada vez mais o estudo sobre o

meio ambiente torne-se tema de pesquisas científicas, pois as informações espaciais, principalmente sobre o uso

e cobertura da terra, estabelecem-se como condição imprescindível para o entendimento sobre como o homem

se apropria do espaço.

A autora publicou um trabalho sobre o uso do solo na bacia hidrográfica do Rio dos Macacos, na Zona Sul do Rio

de Janeiro, a partir da imagem de satélite de 2010 (composição colorida das bandas R, G, B com resolução

espacial de 1 metro) e organizou a legenda respeitando o procedimento metodológico de SEA (2011).

Mapa 4

Determinados aspectos são mais realçados em certas cores (por exemplo, a vegetação, a presença de água),

ampliando as possibilidades de interpretação e uso. Ademais, programas de computador permitem manipular

(processar) as imagens para salientar ou esconder determinado aspecto. Também há a possibilidade de tomar

imagens em diferentes épocas do ano para destacar aspectos de sazonalidade (rever a aula 5).

A figura a seguir demonstra o grupamento de manguezais em Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Município do

Rio de Janeiro. Através da imagem de satélite, que está em falsa-cor (diferente das fotografias normais), é

possível identificar a mancha vermelha, na água, demonstrando a grande quantidade de sedimento flutuando em

superfície da Baía de Sepetiba.

Saiba mais
Na inexistência de imagens de satélites disponíveis, pode-se buscar as empresas que oferecem
o serviço na área de estudo. As imagens de alta resolução (abaixo de 1m) converteram-se em

alternativa econômica e com a vantagem da facilidade de georreferenciamento. Elas podem ser

- 14 -
alternativa econômica e com a vantagem da facilidade de georreferenciamento. Elas podem ser
adquiridas em composições coloridas (a mistura de cores equivalente a uma fotografia
normal) ou podem receber tratamentos especiais para evidenciar um elemento natural, como
o lançamento de efluentes domésticos, rochas ou vegetações especificas.

5 O problema da escala
Em uma escala espacial, é necessário interpretar não só a extensão territorial onde o dado vigora como também

as circunstâncias em que ele ocorre em cada ponto do espaço ocupado. Assim, um mapa é um excelente

instrumento para se avaliar a distribuição, mas de forma geral, são os levantamentos de campo que permitem

interpretar a variabilidade, intensidade e condições ecológicas dos fenômenos e elementos de uma área.

O desafio de selecionar escalas adequadas ao planejamento pode ser ilustrado pelo trabalho de White e

Mackenzie (1986):

Pretendia definir a resolução ou escala ótima para a diferenciação de diversos padrões irregulares, no tempo e

no espaço da cobertura vegetal em Great Smoky Mountains (EUA).

- 15 -
Os autores concluíram que nenhuma escala de resolução seria perfeita, nem mesmo para cumprir a meta de

mapear um único tipo de vegetação. Todos os tipos de vegetação, em seus diferentes estádios seriais,

comumente sob influência humana, mudam abruptamente, em curtos períodos de tempo e dentro de pequenas

distâncias, gerando, assim, limites imprecisos ou artificiais que podem levar a decisões arbitrárias.

Santos (2004) diz que:

Pode trabalhar com escala cartográfica de maneira singular, e o cruzamento das informações só é possível graças

às técnicas de geoprocessamento.

A escolha das escalas espaciais em planejamento é intuitiva e obedece ao bom senso do coordenador e sua

equipe multidisciplinar. É sempre bom lembrar-se de que cada elemento da equipe.

Será que há uma escala correta e única para diagnosticar os meios físicos, biótico e socioeconômico? Sabemos

que não...

Mas isso não significa que não haja regras gerais quanto à escala e que ela precisa ser avaliada com muito

cuidado, de forma específica, avaliando os casos separadamente.

Para saber mais sobre o problema da escala acesse o link: Problema da escala.

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a08_t08.pdf

- 16 -
6 Relação entre o nível, representação gráfica e tipos de
escalas

Observe que, nesse caso, o autor definiu o nível macro para planejamento do tipo econômico e ecológico que, de

forma geral, visariam ao desenvolvimento, à identificação de grandes impactos e à avaliação dos recursos

naturais existentes.

Naqueles planejamentos ligados à avaliação das potencialidades de uso e proposição de zoneamento deveriam

ser usadas escalas meso. E, no caso da análise micro, seria legal utilizar em zoneamento detalhado, em nível

municipal, como é o caso dos planos diretores.

Situação:

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) atua como um fórum neutro, onde todos

os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, reúnem-se em igualdade para negociar acordos, debater

políticas e impulsionar iniciativas estratégias de reduzir e eliminar a fome no mundo. O órgão elaborou a sua

proposta de uso da escala considerando a relação entre o nível, tipo e representação de escala.

- 17 -
Você observou que esses trabalhos têm uma relação entre o espaço a ser cartografado e a escala? Esse tipo de

concepção é muito comum no Brasil.

Situação:

Santos (2004) aponta que alguns planejadores selecionam uma variedade de escalas, reunindo informações,

compartimentação e unidades políticas. Veja a relação entre abrangência territorial e escalas adotadas em

planejamento.

Relações de comum ocorrência no brasil entre abrangência territorial e escalas adotadas em

planejamento

Situação:

Em 1974, Ellenberg e Mueller-Dombois relacionaram a amplitude da escala com a resolução da informação a ser

extraída. Essa proposta foi alterada por vários autores, mas Bailey (1996) fez um trabalho especial,

compartimentando o espaço em classes hierárquicas a partir dos sistemas naturais, que englobam desde escalas

continentais a escalas de detalhamento de uma unidade espacial do meio físico.

Espaços e tipos de informação

- 18 -
Saiba mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará o seguinte assunto:
• Identificação e da diferenciação dos produtos do sensoriamento remoto.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Você compreendeu como a escolha da escala cartográfica é importante para fundamentar os seus
estudos ambientais.

- 19 -
Referências
BAILEY, J. Conservation of faunal diversity in forested landscapes. In: DeGRAAF, R.M & MILLER, R.I.

Conservation biology series. London: Chapman Et Hall, 1996.

BARBOSA, D.R. Relatório do Projeto Análise Geomorfológica da Bacia do Rio dos Macacos (Zona Sul da

Cidade do Rio de Janeiro – RJ), desenvolvido com financiamento da Universidade Estácio de Sá (UNESA), do

Rio de Janeiro. Agosto/2014 a Janeiro/2015. Rio de Janeiro: UNESA, 2015.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e

mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

BRASIL. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Estabelece as definições, as responsabilidades,

os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.

BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento

ambiental.

BRASIL. Resolução Conama nº 9, de 3 de dezembro de 1987. Dispõe sobre a realização de Audiências

Públicas no processo de licenciamento ambiental.

CENDRERO, A. Mapping and valuation of coastal áreas for pianning. Ocean and Shorline Management.

Amsterdan, 1989.

DEÁK, C. À busca das categorias da produção do espaço. Cap.5: Localização e espaço: valor de uso e valor.

USP, 2001. Disponível em: www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/4verb/usodosolo/index.html#top

. Acesso em: junho de 2011.

FAO. Project on classification of tropical vegetation types in Asia. Methodology na applications: first draft.

Profect FAO. nº 20. 1986.

GLEP EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES. Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de

Impacto Ambiental – EIA/RIMA da implantação e operação da Pequena Central Hidrelétrica – PCH

Prainha. Santa Catarina: Glep, 2007.

INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Seleção de capitais brasileiras. Acesso em: 25 abr.

2015a.

INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Histórico do CEBERS.

JOÃO, E. How Scale affects environmental impact assessment. Environmental impact assessment review, v.

22. P. 280-310, 2002.

- 20 -
PETROBRÁS. Projeto de Readequação das Linhas de Escoamento para as Demandas Crescentes do

Terminal de Campos Elíseos – TECAM. Rio de Janeiro: Petrobrás, 2014.

PREFEITURA DE NITERÓI. Estudo de Impacto Ambiental - EIA - Corredor Viário TransOceânica. Rio de

Janeiro: Prefeitura de Niterói, 2014.

SÁNCHEZ, L.E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Editora Oficina de Textos,

2008.

SANTOS, R.F. Planejamento Ambiental: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2004.

SEA/INEA. O Estado do Ambiente: Indicadores Ambientais do Rio de Janeiro – 2010. Rio de Janeiro: INEA,

2011.

VOTORANTIM CIMENTOS BRASIL. EIA – Estudo de Impacto Ambiental - Jazida Calcário - Cantagalo - RJ. Rio

de Janeiro: Votorantim, 2011.

WHITE, P.S. & MC KENSIE, M.D. Remote sensing and landscape pattern in great smoky montains National Park

Biosphere Reserve. North Caroline and Tenesse. In: DYER, M.I & CROSSLEY JR, D.A (Ed). Coupling of ecological

studies with remote sensing: potentials at four Biosphere Reserves in the United States. Washington: Man

and the Biosphere Program, Departamento of State Publication 9504, Bureau of Oceans and International

Environmental Afffair, 1986.

- 21 -

Você também pode gostar