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ambientais nas
empresas privadas
Nadja Janke
O
peso das ações humanas sobre o ambiente é conhecidamente o causador dos problemas am-
bientais. Essas ações podem causar repercussões ambientais de vários níveis. A isso chama-
mos impacto ambiental, ou seja, a alteração no meio ou em algum de seus componentes por
determinada ação ou atividade, produto da intervenção humana no ambiente. Tais alterações possuem
variações relativas, podendo ser grandes ou pequenas, ou ainda positivas ou negativas. É preciso que
essas alterações sejam estudadas para avaliar a consequência dessas ações no ambiente e de que for-
ma elas podem ser evitadas na implementação dos projetos e ações humanas.
A Resolução 1 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 23 de janeiro de 1986,
estabeleceu a lista de atividades que dependem de EIA, e seu respectivo Rima, para funcionar.
O EIA é o estudo de impacto ambiental. Trata-se de um trabalho multidisciplinar que estuda os
efeitos da ação do ser humano no ambiente, fazendo um balanço e uma previsão dos acontecimentos
ambientais, dessa forma recomendando ações de minimização ou mudança das atividades ou ações
de execução das obras.
Todo EIA possui seu respectivo Rima, ou seja, seu relatório de impacto ambiental. Ele é seme-
lhante ao EIA, porém deve ser redigido em linguagem mais simples, acessível tanto a técnicos como
à população em geral.
Os empreendimentos a seguir listados são aqueles que exigem um EIA, e seu relatório simpli-
ficado, o Rima, para que possam receber o licenciamento.
Estradas com duas ou mais faixas de rolamento.
Ferrovias.
Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos.
Aeroportos.
Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgoto sanitário.
Linhas de transmissão de energia elétrica acima de determinada voltagem.
Obras hidráulicas como barragens para fins de geração de energia, para irrigação e abasteci-
mento de água.
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Para isso, possui características próprias. Ou seja, ele deve conter alguns pontos
importantes para possibilitar o entendimento de todos e as discussões sobre a im-
plantação dos empreendimentos. Suas características são
objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais
e planos governamentais;
descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes
de energia, resíduos etc.);
síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto;
descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da ativida-
de e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação;
caracterização da futura qualidade ambiental da área, comparando as di-
ferentes situações da implementação do projeto, bem como a possibili-
dade da sua não realização;
descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos
impactos negativos e o grau de alteração esperado;
programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
conclusão e comentários gerais.
A importância do EIA/Rima é fundamental para o conhecimento do impac-
to das construções humanas no ambiente. Para que seja efetivo, ele deve ser o mais
multidisciplinar possível, conhecendo todas as implicações, em todos os âmbitos,
para o ambiente. Também é importante que seja socializado para o conhecimento
da população de uma forma geral, para que todos compreendam as implicações de
determinadas construções no meio.
Exemplos de relatórios
de impacto em grandes empresas
As usinas hidrelétricas são grandes empreendimentos que necessitam de
relatório de impacto para poderem ser efetivadas. Em geral, os danos ao ambiente
são irreversíveis e inevitáveis, mas os relatórios procuram diminuir o impacto da
ocupação por meio do controle das ações ambientais.
No entanto, muitas vezes os relatórios mascaram a realidade para facilitar a
implantação dos empreendimentos: eles confundem os dados coletados, fazendo
com que os danos ambientais fiquem imperceptíveis.
Este pode ser o caso da UHE Corumbá I, localizada a 196 quilômetros de
Goiânia, no curso principal do rio Corumbá, a 92 quilômetros de sua foz, na bacia
do rio Paranaíba, no estado de Goiás. A UHE Corumbá I teve sua construção lici-
tada em 1981 e a execução de suas obras foram iniciadas em 1982. A primeira fase
de enchimento do reservatório teve início em setembro de 1996, sendo atingida a
cota máxima em março do ano seguinte.
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DIREITOS HUMANOS
1. Respeitar e proteger os direitos humanos.
2. Impedir violações de direitos humanos.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho.
4. Abolir o trabalho forçado.
5. Abolir o trabalho infantil.
6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
MEIO AMBIENTE
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
8. Promover a responsabilidade ambiental.
9. Encorajar tecnologias que não agridam o meio ambiente.
COMBATE À CORRUPÇÃO
10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extor-
são e propina.
Concluindo...
As empresas possuem um importante papel social na manutenção e na ges-
tão dos ambientes naturais. Elas possuem muita infraestrutura e financiamento
para colocarem em execução diversos projetos de proteção, manejo e fiscalização
na ação ambiental. O grande problema é que as empresas possuem compromissos
de outra ordem, como o financeiro e econômico, e não estão interessadas em co-
locar em primeiro plano as questões ambientais.
No que diz respeito às multinacionais, a situação se complica porque elas
não possuem qualquer vínculo com o ambiente e com a população local. Elas pro-
curam países em desenvolvimento, pois estão interessadas nos incentivos fiscais,
na mão de obra barata e na possibilidade de obtenção de matéria-prima. O resul-
tado é muito lucro. Por isso, muitas empresas recebem incentivos que facilitam a
sua gestão em troca de projetos que melhorem a condição ambiental.
Apesar disso, a população tem mais uma vez um papel central na fiscali-
zação dessas empresas, da sua gestão ambiental e dos resultados da sua implan-
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tação no ambiente. Precisamos valorizar as boas ações, os bons empreendimentos, mas também
tomar conta para que ações impactantes não prejudiquem o ambiente. É mais uma vez do cidadão
a responsabilidade pelo cuidado da biodiversidade, dos recursos naturais, e da qualidade de vida
para nós e para as futuras gerações.
Pesquisar em jornais e revistas reportagens que tratem de ações ambientais. Vamos analisar o
peso das políticas públicas, das empresas e da sociedade para a realização de cada uma dessas
ações?
CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira. A Questão Ambiental: diferentes
abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira. A Questão Ambiental: diferentes
abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
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