Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – ICSA


FACULDADE DE TURISMO – FACTUR
PROGRAMA FORMA PARÁ
MUNICÍPIO: SALINÓPOLIS/PA
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA DO TURISMO
PROFESSORA: DRA. GISELLE CASTRO DE ASSIS

DISCENTES: CARLOS NEY GONÇALVES FERREIRA - MATRÍCULA: 202285040011


EMANUELLY PATRICIA OLIVEIRA ARAÚJO - MATRÍCULA: 202285040027
DATA: 19.01.2023

ATIVIDADE 1

De que forma Morgan, Tylor e Frazer contribuíram para a construção da teoria evolutiva da
antropologia?

Lewis Henry Morgan, Eddward Burnett Tylor e James George Frazer, chamados por
alguns estudiosos de “pais fundadores” da antropologia, foram as grandes vertentes do
pensamento evolucionista da antropologia. Seus escritos – publicados no final do século XIX e
início do século XX – marcaram o período de hegemonia desta corrente do pensamento
antropológico.
Morgan era advogado por formação, mas, já na faculdade foi influenciado pelos costumes
de um grupo indígena (os iroqueses) que vivia próximo a faculdade. Seus estudos sobre as
características do sistema de parentesco da sociedade iroquesa o fizeram concluir que várias
outras tribos norte-americanas (e até mesmo de outras partes do mundo), por terem o mesmo
sistema de organização, teriam a mesma origem. Seu livro A Sociedade Antiga (1877) trouxe os
fundamentos da evolução antropológica. Nele Morgan apresenta a ideia de períodos étnicos, onde
defende que a humanidade tem uma origem comum e perpassa uma escala evolutiva ascendente,
partindo da selvageria até chegar à civilização, passando pela barbárie. Este é o fundamento do
período clássico do evolucionismo antropológico.
Tylor não tinha formação acadêmica, mas em suas viagens pelos Estados Unidos e por
outros países do continente americano conheceu a história dos povos antigos do período pré-
colombiano, o que levou a publicar o livro Cultura Primitiva (1871), onde define pela primeira vez o
conceito formal de cultura. Para ele, cultura e civilização têm o mesmo conceito, e está
relacionado a evolução comum de toda humanidade. No seu entendimento exigia somente uma
cultura.
Frazer foi o último dos antropólogos do período clássico do evolucionismo cultural. Com
formação acadêmica, a maioria de suas obras está voltada para os estudos clássicos. Seu amigo
William Smith foi quem o impulsionou para a antropologia. Seu grande contributo direto para ela
área foi a palestra O Escopo da Antropologia Social (1908), vista como o início da antropologia
social. Neste documento, Frazer ressalta a importância de buscar informações sobre os
selvagens, pois eles eram “um documento humano, um registro dos esforços do homem para se
elevar”. Na sua concepção, o selvagem de hoje é o exemplo do homem primitivo de ontem.
Podemos dizer que a teoria da evolução na antropologia marca o surgimento desta nova
ciência que busca respostas para o surgimento da humanidade e suas relações sociais. Porém,
um ponto falho desta teoria está no fato de olhar a história do homem somente a partir da
experiência e conhecimento do pesquisador. Isso levou os autores a “ver” seu estado social como
o fim de toda humanidade. Por isso acreditava-se que toda sociedade que não estava no nível de
desenvolvimento do pesquisador ainda precisava evoluir. Prova disso é o conceito de cultura e
civilização que surgiu nessa época, sempre apresentado no singular.
Na concepção desta teoria, a relação com o “diferente” não era de troca, mas de
dominação por parte do “civilizado” sobre o “selvagem” ou “bárbaro”. Como estes eram vistos
como a raiz primitiva daquele, era preciso ajudá-los a “evoluir” até o estágio civilizado.
Para sustentar a premissa da origem comum e a evolução para o mesmo fim, os povos
foram classificados superficialmente de acordoo com seus costumes, tradições, instrumentos e
relação com a natureza, entre outros critérios. A partir destes critérios os povos poderiam
encontrar-se no estágio de selvageria, barbárie ou civilizado. O método de pesquisa adotado por
essa corrente era o comparativo, que tendia observar somente o fim a que se olhava, não
buscando conhecer a origem e a história que sustentavam aquele povo estudado.
Felizmente, a antropologia atualmente oferece outros métodos que buscam compreender
o homem e suas relações a partir de fatores históricos, o que torna única cada experiência cultural
da humanidade. E graças ao amadurecimento dos estudos antropológicos, hoje sabemos que é
necessário ver o homem como resultado de várias e diversas culturas e organizado em diversas
sociedades e civilizações.

Você também pode gostar