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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Marília Noronha Oliveira

RESUMO
O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DA CULTURA

MANAUS
2016
Marília Noronha Oliveira

RESUMO
O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DA CULTURA

Trabalho apresentado como


requisito parcial para disciplina de
Folclore e Cultura Brasileira no
curso de Licenciatura em Música
da Universidade Federal do
Amazonas sob orientação da
professora Vanessa Limeira.

MANAUS
2016
Edward Taylor foi quem formulou o primeiro ponto de vista antropológico da
definição de cultura. Também procurou demonstrar que esta podia ser objeto de um
estudo sistemático já que se tratava de um fenômeno natural que possui causas e
regularidades. Buscou também, apoio nas ciências naturais pois acreditava que a cultura
era um fenômeno natural.
Taylor alegava igualdade na natureza humana, afirmando que era possível
estuda-la com grande precisão se comparada com raças de mesmo grau de civilização.
Ele explicava a diversidade como uma desigualdade de estágios existentes no processo
de evolução, sendo assim, um dos propósitos da antropologia seria de, resumidamente,
estabelecer uma escala de civilização, onde as nações europeias ficavam num extremo e
as tribos selvagens do outro. Taylor acreditava na unidade psíquica da humanidade e
isso fez com que falhasse no ato de não reconhecer os múltiplos caminhos da cultura.
Para entender os pontos de vista de Taylor, é preciso levar em consideração a
época em que viveu e o que acontecia naquele momento. Seu livro foi produzido na
época em que a Europa sofria impacto da Origem das Espécies, de Charles Darwin, e
quando a antropologia foi dominada pela perspectiva do evolucionismo unilinear.
Outros estudiosos tentaram analisar sob esse ponto de vista, o desenvolvimento
das instituições sociais na década de 60 do século XIX. Eles buscavam, no passado,
explicações para os procedimentos sociais da atualidade.
Entre esses estudos, predominava a ideia de que a cultura se desenvolveu
uniformemente, esperava-se assim que, cada sociedade percorresse as etapas já
percorridas pelas sociedades “mais avançadas”. A partir daí etnocentrismo (quando um
determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social,
discrimina outro, julgando-se melhor ou pior) e ciência caminhavam juntos.
O denominado método de comparação ou evolucionismo tinha sua principal
reação com Franz Boas. A sua crítica ao evolucionismo atribuiu à antropologia a
execução de duas tarefas: reconstrução da história de povos ou regiões peculiares e a
comparação da vida social de diferentes povos, cujo desenvolvimento segue as mesmas
leis. Além disso, instituiu na necessidade de ser comprovada, antes de tudo, a
possibilidade de os dados serem comprovados. Boas propôs que houvesse comparação
dos resultados através de estudos históricos das culturas simples e compreensão dos
efeitos das condições psicológicas de cada meio ambiente. Desenvolveu a Escola
Cultural Americana que dizia que cada cultura segue os próprios caminhos em função
dos diferentes eventos históricos que enfrentou.
O antropólogo americano Alfred Kroeber demonstrou que, graças a cultura, a
humanidade se afastou do mundo animal, onde o homem passava a ser considerado
como um ser que está acima das suas limitações orgânicas. Ele se preocupava em
diferenciar e evitar a confusão entre o que era cultural e o que era orgânico. O homem
como participante do processo evolutivo, mas dotados de extraordinária adaptação às
diversas mudanças do meio, obtiveram melhoria no desempenho da força e outras
habilidades sem nenhuma (ou quase nenhuma) modificação anatômica, diferentemente
dos demais animais. E sem se submeterem a drásticas mudanças biológicas, o homem
criou seu próprio processo evolutivo. Kroeber tentou mostrar que, superando o
orgânico, o homem de certa forma, se libertou da natureza e ao adquirir cultura foi
perdendo suas propriedades animais geneticamente determinadas. Ou seja, após os
primeiros momentos da vida deste homem, ele deixará de ser guiado por seus instintos
primitivos e passará a ser guiado pelos padrões culturais da sociedade em que vive.
Criminalista italiano, Cesare Lombroso tentou correlacionar aparência física
com tendência para comportamentos criminosos e sua teoria tornou-se popular. O
perigo dela é que se associa com tipos de discriminação racial e social na tentativa de
justificar as diferenças sociais. O homem é o resultado do meio cultural em que foi
socializado, um processo que reflete o conhecimento e a experiência adquirida pelas
gerações antecedentes. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural
permite as inovações e as invenções que não são resultado da ação isolada de um gênio
mas sim do esforço de uma comunidade.
Ou seja, não basta criar indivíduos inteligentes, mas é necessário que coloque ao
alcance destes indivíduos o material adequado que os permita exercer sua criatividade.
Um mesmo material cultural pode fazer dois cientistas de diferentes lugares chegarem
ao mesmo resultado.
Tudo que o homem faz, aprendeu com seus semelhantes e toda essa experiência
é transmitida aos demais, sendo a comunicação um processo cultural, a linguagem
humana é um produto da cultura e a mesma não existiria se o homem não tivesse a
possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral.

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