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etnografia
O TRABALHO DE CAMPO
FUNÇÃO E CULTURA E ESTRUTURA
FUNCIONALISMO E CULTURALISMO
Os pais fundadores da etnografia – Boas
e Malinowski
Esses estudos tinham que ser feitos: de forma intensiva; e em áreas limitadas.
Antropologia americana
O funcionalismo encontra seu apogeu a partir de 1930, mas ele vem crescendo desde 1914 com Malinowski, ano
que iniciou seus estudos nas Ilhas Trobriand. Inaugurou uma nova fase de observação no olhar antropológico
(intenso trabalho de campo), com a adoção da adoção do trabalho de campo, desenvolve o modelo etnográfico
clássico –a monografia -, e estuda de forma sistematizada e global a cultura
Ponto marcante desta corrente teórica: foi haver imprimido ao estudo da antropologia uma nova orientação. Até
então, o evolucionismo e os difusionistas preocuparam-se com as origens e com os problemas das
transformações sócio culturais. Malinowski e depois Radcliffe-Brown preocuparam-se em estudar e explicar o
funcionamento da cultura em um dado momento. Ao funcionalismo não interessava explicar o presente pelo
passado, mas isso não significava o abandono total dos ditames do evolucionismo.
Essa escola dá ênfase aos estudos das instituições, formas de organizações sociais e culturais e das suas
funções para a manutenção do conjunto cultural, da totalidade da cultura de um determinado povo
A teoria de Malinowski se apoia em dois conceitos: natureza humana e cultura, espécie de dois mundos
conjugados onde fica difícil distinguir o que é natureza humana e o que é cultura. Trata-se de um mundo básico e
primário que é sucedido por outro secundário e derivado. Ambos criam condição de sobrevivência e apresentam
ameaça a sobrevivência humana. De certo modo, a cultura que é um mundo artificial criado pelo homem e para o
homem, é também uma extensão do mundo natural. O conceito de cultura vai apoiar-se no conceito de natureza
humana. E sua definição do fenômeno da cultura segue de perto a definição dada por E. Tylor.
O próprio Malinowski acreditava que sua escola tinha caráter complementar com relação ao
trabalho do evolucionismo.
Um outro ponto marcante era a visão sistêmica utilizada na análise da cultura. O
funcionalismo procurou explicar a maneira de ser de cada cultura buscando as razões não
mais nas origens (natureza) nem na história (difusão cultural) mas na lógica do sistema
assumido pela cultura examinada.
“A preocupação com a adequação das categorias à realidade estudada está estreitamente
associada ao empenho em reconhecer e preservar a especificidade. Para os funcionalistas,
os elementos culturais não podem ser manipulados e compostos arbitrariamente porque
fazem parte de sistemas definidos, próprios de cada cultura e que cabe ao investigador
descobrir. Essa noção se expressa no postulado da integração funcional, que assume
importância fundamental em toda análise funcionalista. O conceito de função aparece
como o elemento que permite reconstruir, a partir de dados aparentemente caóticos que se
oferece uma observação de um pesquisador de outra cultura, os sistemas que ordenam e
dão sentido aos costumes nos quais se cristaliza o comportamento dos homens”
Os funcionalistas, mesmo não desprezando os subsídios da história e do conhecimento das
pontecialidades humanas, acreditavam ser possível conhecer uma cultura sem estudar a sua
história.
Outro ponto importante: o apoio ao trabalho de campo. Mas lembremos que esta marca não é
particular nem exclusiva, porque a escola americana também notabilizou essa prática. Também é
verdade que foi Malinowski quem mais desenvolveu este tipo de atuação dentro da antropologia
europeia. Foi ele quem fez essa escola criar uma procedimento acadêmico clássico na formação
do antropólogo só após o batismo era que o profissional podia incentivar o magistério.
Estritamente vinculado ao trabalho de campo (embora não se reduza a uma técnica de pesquisa)
os funcionalistas ganham espaço tecendo pesadas críticas aos métodos de investigação e
interpretação dos evolucionistas e difusionistas, apontando novos métodos de ordenação e
interpretação das evidencias empíricas.
As linhas gerais do funcionalismo. Essa tradição de pensamento tem uma tradição quase secular.
Suas raízes estão ligadas a Spencer, Durkheim e a tradição francesa (sendo que Malinowski se
apoiava mais na psicologia, e Radcliffe-Brown seguia as pegadas de Durkheim). E boa parte da
diferença entre os dois pode ser sentida em sua personalidade.
O conceito de funçao e cultura no
funcionalismo
O Funcionalismo (também chamado Análise Funcional) é uma linha de análise que procura
explicar aspectos da sociedade em termos de funções realizadas por instituições e suas
consequências para sociedade como um todo. É uma corrente teórica centralmente
fundamentada na obra do sociólogo Durkheim.
Durkheim forneceu as bases do desenvolvimento teórico dos funcionalistas na antropologia,
sobretudo aprofundando e desenvolvendo as novas análises antropológicas baseadas as
categorias/conceitos durkheimianos de função e integração funcional.
Para esta corrente cada instituição exerce uma função específica na sociedade e seu mau
funcionalistas se atenham centralmente na relação função ↔
funcionamento significa um desregramento da própria sociedade, fazendo com que os
consequência como explicadora
da dinâmica social. Tal tradição desenvolve uma análise que originalmente tenta explicar as
instituições sociais como meios coletivos de satisfazer necessidades biológicas individuais,
vindo mais tarde a se concentrar nas maneiras como as instituições sociais satisfazem
necessidades sociais, especialmente a solidariedade social.
Foi uma das primeiras teorias antropológicas do século XX, até ser superado pela análise
Estrutural-funcionalista.
Instituições:
E para compreender o desenvolvimento da cultura era necessário o estudo das
instituições. Ao eleger o estudo da instituição, criou um modelo concreto de
análise que permitia seguir como guia no trabalho de campo. [Imaginou uma
unidade básica e essa unidade básica é que daria objetivo ao estudo da cultura.]
Malinowski apresenta a instituição como composta analiticamente de estatuto,
pessoal, normas, aparelhagem material, atividades e função. Na instituição ele vê
uma relação necessária entre ela e o cumprimento da função. Acredita que uma
instituição desprovida de função tende a desaparecer. Para saber os vários tipos
de instituições ou para saber se dada realidade social é ou não instituição, basta
verificar se ela possui todos os elementos acima descritos.
Conceito de função:
Assim, o conceito de função é a satisfação das necessidades, quer básicas quer derivadas. Para
que isso ocorra é necessário um princípio de interação que gera um tipo de instituição:
1. Reprodução: a família, a organização da corte, o grupo doméstico extenso, o clã, o sistema de clãs aparentados, etc.
2. Territorial: o grupo de vizinhança, o município, aldeias, cidades, metrópoles, o distrito, a província, a tribo.
3. Fisiológico: grupos sexuais totêmicos primitivos, grupos de idade, divisão de funções por sexo, etc.
4. Associações voluntárias: sociedades secretas primitivas, clubes, equipes recreativas, clubes de beneficiência, etc.
5. Ocupacional ou profissional: sacerdotes, mágicos, xamãs, oficina, corporações, escolas, igrejas, industrias, lojas, etc.
6. Posição (rank) e status: Estado e ordens de nobreza, clero, burgueses, camponeses, servos, estratificação por etnia,
etc.
7. Totalizador: a tribo como unidade cultural corresponde a nacionalidade em níveis mais altamente desenvolvidos.
Minorias estrangeiras, o gueto, os ciganos. A unidade política.
[O esquema é arbitrário, é uma escolha do pesquisador.]
Função – a função de qualquer atividade se define como a contribuição que
esta atividade faz para a manutenção da continuidade estrutural.
Estrutura social é a serie de relações existentes num momento dado e que
ligam os seres humanos. Em outras palavras, é a rede de relações sociais.
Assim, a função de cada atividade é fundamental para a manutenção da vida
social. O objetivo é manter esse todo funcional que é a sociedade.
Antropologia americana